Janeiro / 2016 / Meditações Diárias

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[cv_toggle title=”Luz, câmera, criação! – Sexta, 1º de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2015-12-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 1 de janeiro de 2016″]

Disse Deus: “Haja luz”, e houve luz. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Gênesis 1:3, 4

Um mar de pessoas aglomeradas. De repente, começa a contagem regressiva: 10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2, 1… E uma explosão de luzes e cores ilumina o céu. A cada virada de ano, do Rio de Janeiro a Florianópolis, de Nova York a Londres, de Hong Kong a Tóquio, de Sydney a Dubai, os espetáculos de fogos de artifício atraem cada vez mais pessoas. Misturando diferentes elementos químicos e armazenando muita energia em pouco espaço, os fogos conseguem efeitos coloridos esplendorosos.

No entanto, esse espetáculo, metáfora da própria condição humana, ilumina pouco e não dura mais do que 15 minutos. Já a festa de luz proporcionada por Deus no início foi um bilhão de vezes mais impressionante e tem o poder de iluminar para sempre.

Em Gênesis 1, ao ir da ideia para a ação, a primeira coisa que Deus disse foi: “Haja luz.” Símbolo da criação, essencial para a vida, a luz organiza o próprio tempo. Por isso, foi criada no primeiro dia e recebeu o primeiro carimbo do controle de qualidade. Essa luz representava o próprio Deus, uma vez que os corpos celestes criados para marcar o tempo só apareceram depois, e o autor de Gênesis os menciona quase com desprezo como “luminar maior” e “luminar menor”, evitando os nomes Sol (Shemesh) e Lua (Yareah), usados pelos vizinhos de Israel para designar certos deuses.

Antes de Deus dizer “Luz!”, a escuridão era quase palpável. Porém, quando o Senhor chega, a escuridão, que é a ausência de luz, vai embora. Com a luz, você pode apreciar os tons dourados do pôr do sol, a beleza azulada do pavão e o sorriso angelical de uma criança. Agradável, gratuita, universal, comportando-se como onda e partícula (ou energia-matéria), a luz torna tudo mais real e bonito. O arco-íris, o diamante e o brilho nos olhos dos namorados devem à luz seus matizes inigualáveis.

Deus começou a criação com a luz porque, assim, Adão poderia ver a face do Criador e de sua amada desde o primeiro instante, e você poderia contemplar as pessoas a seu redor desde o início do ano. Além disso, ninguém precisaria ficar com medo da escuridão do caos. Um mundo novo e escuro poderia ser amedrontador. Então o Senhor fez em primeiro lugar a luz. Um novo ano também tem o potencial para atemorizar. Porém, Deus promete iluminar todos os dias para que você não precise temer.

Você tem levado uma vida opaca? Deus é pura luz e quer colocar brilho em sua vida, pois a ordem certa no reino espiritual é ir do escuro para a claridade. O Criador gosta de pessoas iluminadas. Deixe-o colocar uma centelha de luz em seus dias para que você não passe suas noites na escuridão. Quando Deus acende a luz, o mundo inteiro fica iluminado.

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[cv_toggle title=”Círculo do amor – Sábado, 2 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-02″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 2 de janeiro de 2016″]

Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. 1 João 4:8

Em todos os séculos e continentes, pessoas de todos os matizes têm descoberto que Deus é amor. Ao pôr o ponto-final na Divina Comédia, Dante escreveu que é “o amor que move o Sol e as outras estrelas”. O poeta e filósofo Novalis, representante do romantismo alemão, morreu aos 28 anos, mas teve tempo de descobrir que “o amor é o fim último da história do mundo, o Amém do universo”. Vendo o amor divino em todos os lugares, a escritora inspirada Ellen White afirmou: “‘Deus é amor’ está escrito em cada botão de flor que se abre e em cada folha que cresce no campo” (Caminho a Cristo, p. 10, ed. luxo). Para ela, um dia, quando o conflito entre a luz e as trevas terminar, quando o pecado deixar de existir, “desde o minúsculo átomo até o maior dos mundos, todas as coisas, animadas e inanimadas, em sua serena beleza e perfeito gozo”, declararão “que Deus é amor” (O Grande Conflito, p. 678).

Por sua vez, o psiquiatra Timothy Jennings relembra que a característica central de Deus é o amor: “A Bíblia não diz que Deus é perdão, embora ele seja perdoador; nem que é conhecimento, embora seja onisciente; nem que é poder, embora seja onipotente.” “A lei de amor de Deus é o fluir exterior de sua personalidade na dispersão constante de si mesmo para criar, preservar e sustentar o universo”, diz o autor, para quem o círculo do amor marca toda a criação.

O círculo do amor divino pode ser visto em cada respiração, em que damos dióxido de carbono para as plantas, que nos devolvem oxigênio; no Sol, que fornece a energia para as plantas, que a processam e a distribuem em forma de frutos, castanhas, grãos e vegetais para nós e os animais; no ciclo hidrológico, em que os oceanos dão a água para as nuvens, que a devolvem em forma de chuva; ou na corrente elétrica, que gera luz quando o circuito dos elétrons se completa. Talvez não seja coincidência que, ao retratar o fundamento do trono de Deus, Ezequiel (10:1-10) tenha descrito uma roda dentro de uma roda, uma rotação dentro de uma rotação, num ciclo sem fim.

Assim como o sangue é o elemento vital do corpo, e a eletricidade é a força vital de um eletrodoméstico, e o dinheiro é a energia da economia e a liberdade é a essência da democracia, o amor é o dinamismo do universo. Onde está Deus, está o amor, e o amor faz o Sol brilhar e a vida florescer. O pecado rompe o ciclo da vida, mas o amor o restaura. Seja parte do círculo do amor!

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[cv_toggle title=”Comece pelo começo – Domingo, 3 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-03″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 3 de janeiro de 2016″]

No princípio Deus criou os céus e a terra. Gênesis 1:1

Apesar de muitas coisas já terem acontecido nestes três dias, ainda estamos no início do ano e é bom falar de começo. Há muitos jeitos de iniciar um livro, um projeto, o ano e um novo momento da vida, mas a melhor maneira ainda é começar pelo começo. Continua válida a frase de Lewis Carroll em seu clássico Alice no País das Maravilhas: “Comece pelo começo, vá até o fim e então pare.”

Na Bíblia, o começo de tudo é Deus; por isso, a abertura do Gênesis diz: “No princípio Deus”. Essa é uma maneira incomum de iniciar um livro: sem contextualização, sem preparo, sem floreio. O autor apenas afirma a existência de Deus, na beleza de sua majestade e no silêncio de sua eternidade, sem tentar provar nada. Para ele, Deus não é uma criação da mente, mas a mente da criação. Absoluto, singular, indispensável, Deus é o começo de tudo, o Alfa e o Ômega, o A e o Z. Não por acaso, na primeira narrativa da criação (Gn 1:1–2:3), a palavra “Deus” aparece 32 vezes.

Na expressão “no princípio” está a origem de todas as coisas, porque estava lá o ser que contém tudo. Com Deus, o princípio é mais do que um simples começo, como se vê pela própria existência do mundo. Se Deus está presente, coisas boas sempre acontecem: a eternidade oferece tempo cronometrável, o espaço ganha beleza, os sons adquirem o ritmo de música, o desenho sai da tela e vira paisagem em 3D, átomos se transformam em partículas de vida, a felicidade deixa de ser sonho e se torna real.

Nesse estágio, Deus estava sozinho. Ele antecede a filosofia, a teologia e a ciência. Tudo o que vem depois depende dele. Sem o Criador, não haveria mundos, estrelas, Sol, Lua, dias, anos, cidades, pessoas, você. Sem ele, haveria apenas o vazio ou, no máximo, o caos. Com Deus, o universo ganha plenitude. Hoje você fala porque as coisas existem, mas no relato sagrado as coisas existem porque Deus fala.

O personagem do prólogo de Gênesis não é uma abstração, mas uma pessoa. É um ser que pensa, sabe, pode, sente, ama e, por isso, cria. E cria de um jeito que só ele pode fazer. Cada estrela, cada flor e cada pássaro que existem foram feitos para transmitir uma mensagem de afeição eterna: “Eu amo você!” Se a ciência busca desvendar o mistério da realidade, a religião oferece o motivo da conectividade: Deus.

O Deus do princípio é também o Deus do epílogo. Ele está nas duas extremidades do tempo e da vida. No princípio e no fim, é o ponto de referência, presente nos momentos fundamentais da história e da vida. Ele une os meses, os dias, as horas e os minutos em um todo coerente e significativo. Com Deus, todo começo é bom e todo fim é maravilhoso. Deus estará com você cada dia do ano, para que você esteja com ele por toda a eternidade.

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[cv_toggle title=”Pés na Terra, olhos no céu – Segunda, 4 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-04″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 4 de janeiro de 2016″]

Para ti levanto os meus olhos, a ti, que ocupas o teu trono nos céus. Salmo 123:1

Embora nosso planeta seja o cenário de muitas ações divinas, a história da interação entre Deus e a humanidade é determinada mais pelo que ocorre no Céu do que pelo que acontece na Terra. Por isso, a cada momento, precisamos olhar para cima, até porque a grandeza de Deus exige que olhemos para o alto. Nas Escrituras, há uma enorme quantidade de textos que colocam o céu como a direção do olhar. Se o Senhor olha para baixo, nós devemos olhar para cima.

Por exemplo, ao prometer bênçãos e descendentes incontáveis para o patriarca Abraão, Deus o levou para fora da tenda e disse-lhe: “Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las” (Gn 15:5). Para entender o tamanho da bênção que Deus tem para você, é necessário que você olhe para o céu.

Ao legislar sobre a vida religiosa do povo de Israel, Moisés disse que, quando os israelitas erguessem os olhos ao céu e vissem o Sol, a Lua e as estrelas, não deviam se prostrar diante deles (Dt 4:19). Olhe para o céu para contemplar a beleza dos corpos celestes e entender que você deve adorar apenas o Criador.

Mais tarde, os poetas que escreveram os salmos disseram várias vezes que “o Senhor olha dos céus” para contemplar o que acontece na Terra, a fim de ver se há “alguém que busque a Deus” (Sl 14:2; 53:2; 102:19; 113:6). Deus olha para baixo para ver se você está olhando para cima.

Por sua vez, Isaías convidou o povo a olhar para os céus a fim de conscientizar-se de que tudo vai desaparecer, mas a salvação de Deus “durará para sempre” (51:6). Você precisa olhar para cima para saber que, enquanto tudo passa, o amor de Deus é eterno.

Ao fim de seu período de arrogância e loucura, o rei Nabucodonosor levantou os olhos ao céu (Dn 4:34). Você também precisa olhar para o céu para redimensionar seu poder e sua importância.

Ao contemplar a cruz em seu caminho, “Jesus olhou para o céu e orou” (Jo 17:1). Se o Salvador olhou para cima no momento crucial de sua vida, você também precisa olhar para lá.

Quando Cristo ascendeu em uma nuvem, os discípulos “ficaram com os olhos fixos no céu” (At 1:10). Você precisa continuar olhando para a mesma direção porque é ali que está sua esperança.

Depois, o autor do Apocalipse olhou e viu “uma porta aberta no céu” e “que se abriu no céu o santuário” (Ap 4:1; 15:5). As portas de oportunidades para você e as ações que afetam seu futuro se localizam no céu.

Por isso, como diz a música, caminhe com os pés na Terra e os olhos no céu.

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[cv_toggle title=”Roteiro de viagem – Terça, 5 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-05″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 5 de janeiro de 2016″]

O Senhor disse a Abrão: “Saia da sua terra, do meio dos seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei.” Gênesis 12:1

Será que Deus se interessa por nosso futuro? Nas encruzilhadas da vida, você já procurou a direção divina, pedindo a Deus um roteiro de viagem? Recebeu um mapa ou teve que conviver com o silêncio?

Ao concluir o ensino médio, Gerald ainda não sabia o que iria fazer. Deveria continuar no ministério musical, estudar medicina ou, seguindo a tradição dos avôs e do pai, tornar-se pastor? Angustiado, durante um acampamento jovem, iniciou um pacto de oração pedindo que Deus lhe mostrasse o caminho, o que levou a dois anos de espera. Seu período de 18 meses de serviço público na Alemanha, uma alternativa ao serviço militar obrigatório, estava para terminar, e ele continuava perdido.

Com 15 dias de férias pela frente, Gerald e seu amigo Mathias decidiram escalar os Alpes suíços. Era início de outubro, outono na Europa. Com duas barracas velhas, muito entusiasmo e pouco dinheiro, partiram para St. Moritz, na Suíça. Passaram uma semana maravilhosa. Na sexta-feira à tarde, enquanto se dirigiam ao lugar em que desejavam passar o sábado, o tempo começou a mudar. No topo da montanha, perto de um pequeno lago de águas glaciais, montaram a barraca. Depois de um mergulho gelado e uma sopa quente, receberam o sábado e entraram nos sacos de dormir.

Gerald acordou à noite em meio a uma tempestade assustadora. Relâmpagos riscavam o céu em rápida sucessão, acompanhados pela trilha sonora dos trovões. A barraca precária, com estacas de ferro apontando para céu, perfeitos magnetos para atrair raios, estava cheia de água. Imóvel, apavorado, Gerald ficou com medo de morrer. Depois de um tempo, ele começou a fazer um balanço da vida e clamou a Deus: “Senhor, se for da tua vontade que eu te sirva em tempo integral, por favor, faze com que essa tempestade pare quando eu disser amém.” Quando terminou a oração, um silêncio solene invadiu a barraca. Era como se alguém houvesse desligado o interruptor.

Em casa, a mãe o abraçou e, antes que ele contasse o ocorrido, ela disse: “Tenho a impressão de que você deve estudar Teologia.” Diante da objeção anterior da mãe, que achava a vida de pastor muito difícil, Gerald ficou de queixo caído. Relatou sua experiência na montanha. Eles riram e choraram juntos. Gerald Klingbeil se tornou um respeitado teólogo e editor.

Não sei se Deus vai responder a você com trovões ou dizer “vá para a terra que eu lhe mostrarei”, mas de algum modo ele o guiará. Porém, pedir informação a Deus sobre o caminho certo só faz sentido se você estiver disposto a seguir o roteiro indicado e ultrapassar as fronteiras do seu mapa pessoal.

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[cv_toggle title=”Ícone de Deus – Quarta, 6 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-06″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 6 de janeiro de 2016″]

Então disse Deus: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança.” Gênesis 1:26

Em 2013, uma empresa de cosméticos lançou um vídeo de três minutos que ganhou popularidade instantânea. Nele, pedia-se para algumas mulheres descreverem sua face para uma pessoa oculta. Tratava-se de um artista forense, que desenhava fotografias com base nas descrições. Antes disso, cada mulher havia conversado com um estranho, que também fazia uma descrição para o artista. Resultado: para surpresa das mulheres, o quadro pintado com base na descrição do estranho era sempre mais bonito. O vídeo termina com estas palavras: “Você é mais bonita do que pensa.”

Na verdade, um estudo sobre autoimagem realizado por pesquisadores da Universidade de Chicago indica o contrário: a pessoa tem a tendência de se ver com lente colorida, considerando-se mais bonita do que é na realidade, num fenômeno chamado “autoaperfeiçoamento”. No experimento, os pesquisadores pegaram imagens originais dos participantes e fizeram versões modificadas no computador, incluindo fotos mais atraentes e menos atraentes. As pessoas sempre escolhiam a imagem mais atraente no caso delas, mas não mostravam esse viés em relação às fotos dos outros.

Como você se vê ao olhar no espelho? Enxerga beleza ou feiura? Você consegue perceber que é um ícone (do grego eikon, “imagem”) de Deus, tendo, assim, grande valor próprio e imenso valor conferido? Uma obra de arte tem seu valor intrínseco, mas também um valor simbólico, dependendo do autor. Conta-se que, certa vez, alguém observou que Pablo Picasso estava descuidando da segurança de suas pinturas. Então o pintor disse que ainda não havia assinado seus quadros. Era a assinatura do gênio espanhol que conferia um valor especial à obra de arte. Do mesmo modo, é a assinatura de Deus em seu DNA que confere um valor especial a você.

Por ser um ícone de Deus, você pode ter respeito próprio e se considerar merecedor da felicidade, o que resulta em uma autoestima saudável. Você pode se sentir especial porque (1) foi criado à imagem de Deus (Gn 1:26, 27); (2) foi coroado de glória e honra (Sl 8:3-5); (3) sua redenção custou uma fortuna (1Pe 1:18, 19); (4) foi escolhido por Deus para louvor de sua glória (Ef 1:4-12); e (5) ocupa o primeiro lugar no mundo (Tg 1:18).

Mesmo depois do pecado, você não deixou de ser um ícone de Deus (Gn 5:1; 9:6; Tg 3:9). Sua imagem foi arranhada, mas não apagada. Por isso, você pode gostar de si mesmo, apesar dos defeitos. Nenhum ícone de Deus tem motivo para se sentir um zero à esquerda.

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[cv_toggle title=”Quando você se torna real – Quinta, 7 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-07″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 7 de janeiro de 2016″]

[O amor] tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 1 Coríntios 13:7

Desde pequeno, eu sempre gostei de ler, mas nem sempre lia livros de crianças. Um clássico infantil que tem encantado gerações e que descobri apenas depois de adulto foi O Coelho de Pelúcia, de Margery Williams. Nesse amado pequeno livro, a autora mostra “como os brinquedos se tornam reais”. O diálogo entre o Coelho e o Cavalo de Pele é o trecho mais conhecido:

– O que é REAL? – perguntou um dia o Coelho. – Significa ter coisas que zumbem dentro de você e uma manivela saliente?

– Real não é como você é fabricado – explicou o Cavalo. – É algo que acontece com você. Quando uma criança o ama por muito tempo, não apenas para brincar, mas realmente o ama, então você se torna real.

– Isso dói? – perguntou o Coelho.

– Às vezes – respondeu o Cavalo, pois sempre dizia a verdade. – Mas, quando você é real, não se importa com a dor.

– E acontece de uma só vez, como dar corda, ou aos poucos?

– Não acontece de uma vez só – disse o Cavalo. – Você se torna. Leva muito tempo. Por isso, nem sempre acontece com gente que se quebra com facilidade, ou tem pontas afiadas, ou precisa de muitos cuidados. Geralmente, quando alguém se torna real, seus cabelos já foram quase todos arrancados, os olhos caíram, as articulações estão soltas e você está todo esfarrapado. Porém, essas coisas não importam em absoluto, pois, quando você é real, não pode ser feio, exceto para aqueles que não compreendem.

– Acho que você é real – arriscou o Coelho, para logo se arrepender do que dissera, pois talvez o Cavalo fosse muito sensível. Mas o Cavalo apenas sorriu.

Ser real é amar e ser amado do jeito que você é, com seus problemas, características únicas, cicatrizes, defeitos e rugas. Ser real significa ir além da aparência e da superficialidade. É, se necessário, transcender a estética e criar espaço para a imperfeição. Cabelo desgrenhado, pijama listrado, pés descalços, ausência de maquiagem, nada disso importa. No mundo das pessoas que amam, as relações são sempre reais. Você sabe quem é e tem liberdade para ser o que é.

Ser real é gostar de verdade. É amar com sinceridade, intensidade e perseverança. O amor torna as pessoas reais e motiva ações reais. Vai além da retórica. Por isso, apesar de seus erros e imperfeições, Deus o ama. Não importa se você está quebrado, desconjuntado e esfarrapado, continua no coração do Pai. Para Deus, você é real.

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[cv_toggle title=”O sonho do rabino – Sexta, 8 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-08″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 8 de janeiro de 2016″]

Quando entre vocês há um profeta do Senhor, a ele me revelo em visões, em sonhos falo com ele. Números 12:6

Entre outros, Martin Buber, filósofo e escritor austríaco de origem judaica, conta a história de um rabino que vivia num gueto em Cracóvia, na Polônia. O rabino, chamado Eisik, teve um sonho no qual lhe foi dito para viajar até Praga. Sob a grande ponte que levava ao castelo real ele encontraria um tesouro escondido. O sonho foi repetido três vezes, então ele decidiu ir. Encontrou a ponte, mas ela estava protegida por soldados, e ele não pôde cavar.

Enquanto o rabino permanecia ali por perto, um oficial lhe perguntou o que havia perdido. O rabino contou-lhe o sonho, e o soldado deu risadas. “Pobre homem!”, disse. “Você gastou o solado de seus sapatos andando de lá até aqui por causa de um sonho? Certa vez, eu também tive um sonho. Nele, foi-me dito para ir até Cracóvia e procurar um tesouro na casa de um rabino chamado Eisik. O tesouro estava em um canto escuro atrás de um fogão. Contudo, sendo um homem racional e não acreditando em sonhos, decidi não ir.” O rabino se inclinou, agradeceu ao oficial, voltou para Cracóvia, verificou atrás do fogão, encontrou o tesouro e pôs fim à sua miséria.

Essa história revela duas posturas em relação aos sonhos: (1) a crença de que eles podem vir de Deus e, portanto, devem ser ouvidos; e (2) a ideia de que eles não fazem sentido e, assim, seria tolice levá-los em conta. Há ainda uma terceira perspectiva, representada pelas escolas de psicologia: a noção de que os sonhos são uma atividade do inconsciente e, por revelar desejos e ansiedades, podem ter um valor simbólico. Sigmund Freud, o criador da psicanálise, descreveu o sonho como “a estrada real para o inconsciente”.

A maioria absoluta dos sonhos tem que ver com a mente, o que se passa no coração. Talvez 99% dos mais de 1.450 sonhos que uma pessoa comum tem em média por ano sejam desse tipo e não possuam significado especial. No entanto, alguns sonhos podem ter um conteúdo relevante. No passado, os sonhos eram um dos métodos favoritos de Deus para revelar suas mensagens, e ele ainda pode usá-los, se desejar. Quando a atividade onírica tem conexão com o céu, é melhor prestar atenção.

O povo de Deus acredita em sonhos. Segue a visão dada pelo Senhor. E, ao fazê-lo, descobre um tesouro. Porém, para encontrá-lo, há um preço. Você precisa acreditar e iniciar a jornada em busca do sonho que Deus lhe enviou por meio dos profetas ou que colocou em seu coração. O sonho talvez pareça banal. No entanto, se você continuar acreditando, verá que o tesouro está bem perto.

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[cv_toggle title=”O dia da eternidade – Sábado, 9 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-09″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 9 de janeiro de 2016″]

Abençoou Deus o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra que realizara na criação. Gênesis 2:3

Aqueles seis dias haviam sido inigualáveis. Tudo era novo. Então o Senhor olhou para a paisagem, deu um sorriso de satisfação e disse que estava espetacular. Para celebrar aquele momento, ele cortou um pedaço do tempo, cravejou-o com bênçãos e santidade, deu-lhe o nome de sábado e presenteou-o ao jovem casal como símbolo de sua ligação eterna. Aquele tempo era tão maravilhoso que o próprio Deus gastou 24 horas desfrutando-o e mostrando para seus amigos como usufruí—lo. Por isso, o sábado tornou-se um dia diferente.

O sábado não é apenas a inauguração do mundo; é a celebração do universo. Não é apenas a lembrança de um projeto inacabado; é o memorial de uma obra–prima concluída. Não é apenas a estreia de um casal; é a aurora da humanidade. Não é apenas um símbolo de consagração; é um selo de santidade. Não é apenas um mimo da criatura; é o presente do Criador. Não é apenas um indício de amizade; é uma expressão de amor. Não é apenas a oferta de um benefício; é a dádiva de uma bênção. Não é apenas um dia para recuperar a energia; é um dia para restaurar a vida. Não é apenas a chance de ver os amigos; é a oportunidade de encontrar o Senhor. Não é apenas um lembrete de que temos companhia; é a promessa de que não estamos sozinhos. Não é apenas um chamado para contemplar a criatividade; é o convite para apreciar a criação. Não é apenas a ligação entre a sexta e o domingo; é o elo entre todos os dias da semana. Não é apenas uma fuga da opressão; é o caminho da liberdade. Não é apenas uma pausa na correria; é uma interrupção na ansiedade. Não é apenas um dia de descanso físico; é um dia de cura espiritual. Não é apenas a hora de acender a luz; é o momento de iluminar a existência. Não é apenas sair da velocidade dos homens; é entrar no ritmo de Deus. Não é apenas um templo na mente; é um santuário no coração. Não é apenas uma bandeira judaica; é um estandarte divino. Não é apenas um desejo de felicidade; é uma explosão de alegria. Não é apenas a memória de um passado sem conflito; é a promessa de um futuro de paz. Não é apenas um dia para apreciar o tempo; é uma ocasião para desfrutar a eternidade.

“Guardar o sábado é participar da intenção de Deus para o ritmo da criação”, escreveu o teólogo Terence Fretheim. “Não guardar o sábado é uma violação da ordem criada; é retornar um aspecto dessa ordem ao caos. O que a criatura faz com o sábado tem efeitos cósmicos.” O sábado é um dia santo independentemente de você guardá-lo ou não. Mas, se você o guardar, ele o guardará.

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[cv_toggle title=”Anatomia da tentação – Domingo, 10 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-10″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 10 de janeiro de 2016″]

Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito. Gênesis 3:1

Desde que Adão e Eva pisaram neste planeta, todas as pessoas, exceto uma, têm sucumbido à tentação. E você não é a exceção. Portanto, é importante saber como o tentador trabalha. A primeira tentação é a matriz de todas as outras. Ela foi tão eficaz que continua no mercado até hoje. Veja sete estratégias do tentador:

1. Ele usa sofismas para distorcer a realidade. A serpente perguntou à mulher: “Foi isto mesmo que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’?” (v. 1). Ela envolveu Eva na primeira discussão teológica registrada na Bíblia e misturou a verdade com o erro.

2. Ele inverte o discurso divino. O Senhor disse que, se comessem do fruto proibido, morreriam. A serpente afirmou: “Certamente não morrerão!” (v. 4). Satanás projetou na experiência de Adão e Eva o fato de não ter sido destruído imediatamente.

3. Ele apresenta um Deus genérico. Em todo o relato de Gênesis 3, o narrador sempre utiliza a expressão “Senhor Deus” (Yahweh Elohim), o que ocorre nove ou dez vezes, dependendo da tradução. Porém, a serpente usa apenas “Deus” (Elohim), num sentido genérico, e leva Adão e Eva a fazer o mesmo. O enganador quer que você veja a Deus de modo impessoal, distante, sem nome específico.

4. Ele desacredita o amor de Deus. Ao sugerir que o Criador estava escondendo algo bom de suas criaturas, a serpente procurava macular o caráter de Deus e promover a descrença. Quase todo pecado começa com a falta de confiança na bondade divina.

5. Ele apela para o desejo sensorial. Trabalha com o apetite e os prazeres físicos. Mostrou o esplendor da árvore proibida, reconhecida por Eva como “agradável ao paladar” e “atraente aos olhos” (v. 6). Hoje, milhões de pessoas tentam satisfazer os sentidos com coisas e substâncias proibidas em busca de novas sensações, e acabam no território da serpente.

6. Ele apela para a vaidade intelectual. “Seus olhos se abrirão”, garantiu (v. 5). Na verdade, os olhos de Adão e Eva se abriram apenas para o mal. Nossos olhos podem brilhar com as falsas promessas, mas isso nunca as torna verdadeiras.

7. Ele apela para o orgulho pessoal. “Vocês serão como Deus”, prometeu (v. 5). Oferecendo o que não podia entregar, insinuou que é possível realizar o sonho de vida eterna à parte do Criador.

A resposta de Deus à tentação e à queda aparece em Gênesis 3:15: a cruz. Assim, quando o tentador lhe mostrar uma árvore verdejante e cheia de frutos, mostre para ele outra árvore seca e cheia de pregos.

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[cv_toggle title=”Dois irmãos, dois destinos – Segunda, 11 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-11″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 11 de janeiro de 2016″]

Disse o Senhor: “O que foi que você fez? Escute! Da terra o sangue do seu irmão está clamando.” Gênesis 4:10

Primeiros filhos do primeiro casal, Caim e Abel tinham profissões, personalidades, temperamentos e estilos de adoração diferentes. Segundo os especialistas, os próprios nomes deles indicam um contraste: Caim significa “lança”, “poder”, “força”, ao passo que Abel quer dizer “fragilidade”, “nada”, “sopro passageiro”.

Ao que parece, Caim era autossuficiente, independente e questionador, enquanto Abel era dependente de Deus, submisso e obediente. Para Caim, o centro era a sua vontade, o “eu”; para Abel, era Deus, a vontade divina. Ambos ofereceram o melhor do seu trabalho, mas o melhor de Caim não era o melhor de Deus, pois expressava justiça própria. Deus, que sempre indica como adorar, pedira um sacrifício que apontava para a morte do Cordeiro humano-divino. Além da oferta errada, o coração de Caim estava errado. O relato diz que Caim ficou irado com Deus (v. 5) e com seu irmão (v. 8).

Caim não matou o animal, mas matou o irmão. Será que refletiu sobre seu ato? Às vezes, a pessoa só entende a gravidade do pecado quando vê o sacrifício no altar. O resultado foi a fuga da face de Deus, o exílio numa terra de ninguém.

Essa história dramática ainda é relevante hoje, uma época de tanta violência, em que muitos, em vez de proteger o irmão, o matam. Como entender seus mistérios e implicações?

Um estudioso chamado Joel Lohr observou que a Septuaginta, a antiga tradução do hebraico para o grego, supre alguns detalhes que não estão no Texto Massorético, talvez na tentativa de explicar a história. Enquanto o hebraico usa a mesma palavra para as ofertas oferecidas e o mesmo termo para a apreciação divina, a Septuaginta usa palavras diferentes, buscando diferenciar as ofertas e os irmãos qualitativamente.

Além disso, no hebraico, Deus aconselha Caim a agir corretamente e a dominar o pecado que o espera no futuro. Numa tradução informal, Deus pergunta: “Por que você está com essa cara? Se você agir bem, não será aceito?” Na segunda parte do questionamento divino, a Septuaginta sugere uma irregularidade ritual na oferta de Caim.

Os autores judeus e cristãos antigos viam Abel como o protótipo do mártir justo, enquanto Caim era o protótipo do perseguidor. Ambos pareciam servir a Deus, mas suas obras mostravam realidades opostas. Esses dois irmãos eram representantes de dois tipos de pessoas, dois tipos de escolhas e dois tipos de adoração, com diferentes resultados. Você prefere imitar a atitude de Abel ou insistir no espírito de Caim?

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[cv_toggle title=”Um modo de falar – Terça, 12 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-12″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 12 de janeiro de 2016″]

No mundo todo havia apenas uma língua, um só modo de falar. Gênesis 11:1

Desde a Torre de Babel, as pessoas sentem a necessidade de se comunicar em uma língua inteligível para a maioria. As tentativas de criar artificialmente uma língua internacional, como o esperanto, evidenciam isso. De 1880 a 1907, foram propostas 53 línguas universais! Porém, esse tipo de unidade não era possível nem no tempo do indo-europeu, um dos principais grupos de línguas do planeta. A família indo-europeia, que deu origem a 11 ramos linguísticos principais e a centenas de línguas e dialetos, como o alemão, o inglês, o espanhol e o português, tem quase três bilhões de falantes nativos.

No momento, o inglês é a língua mais influente, tentando assumir um caráter universal. O que o francês representava há dois séculos, na qualidade de língua da elite europeia, o idioma preferido na diplomacia e no espaço literário, o inglês representa hoje, com vantagens. Falando sobre o poder sem precedentes do inglês, o linguista indiano Braj Kachru observou: “Onde mais de 650 línguas artificiais falharam, o inglês obteve êxito; onde muitas outras línguas naturais apoiadas pelo poder político e econômico fracassaram, o inglês conseguiu sucesso. Uma razão para esse predomínio do inglês é sua propensão para adquirir novas identidades, seu poder de assimilação, sua adaptabilidade.”

A história da língua inglesa é dividida em três períodos: o inglês antigo (de 450 a 1150), o inglês médio (de 1150 a 1500) e o inglês moderno (de 1500 até o presente). Ao longo do tempo, a língua simplificou-se e incorporou inúmeras palavras de outras línguas, especialmente o latim e o francês, que representam mais da metade das palavras do dicionário atual.

A existência de uma única língua, simbolizando a comunicação universal, expressa o potencial tanto para o bem quanto para o mal. Por isso, ao ver a cidade e a torre que os pós-diluvianos estavam construindo na planície de Sinear, querendo se tornar famosos, evidenciar seu orgulho e não se espalhar pela face da Terra, o Senhor decidiu confundir a língua que falavam e dispersá-los (Gn 11:1-9).

Seria ótimo se falássemos a mesma língua, apesar de isso representar certo empobrecimento cultural. Porém, a atitude não pode ser a dos construtores da Torre de Babel. Não aprenda uma língua internacional para construir torres e ficar famoso, mas para edificar pontes e conectar as pessoas. Em vez de falar a linguagem universal da arrogância e do orgulho, fale a linguagem universal do amor e da humildade.

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[cv_toggle title=”Legado de família – Quarta, 13 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-13″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 13 de janeiro de 2016″]

Por meio de você e de seus descendentes, todas as famílias da terra serão abençoadas. Gênesis 28:14 (A Mensagem)

As famílias têm sua história, seu estilo e sua assinatura. Cada família tem o próprio DNA, assim como cada pessoa tem o seu. O DNA é um aglomerado de moléculas que armazenam informações e codificam instruções para tornar você quem você é. O DNA familiar é a identidade cultural, espiritual e comportamental de seu núcleo social.

Cada membro da família tem um jeito de ser e uma função, mas juntos perfazem um todo. Para exemplificar, pense em sua mão: os dedos têm tamanhos e propósitos diferentes, funcionando como dígitos individuais; porém, quando atuam em conjunto, formam a mão. Algo parecido ocorre com a família. Você sozinho é um polegar, indicador ou mínimo, mas unido a seus irmãos se transforma em um instrumento maravilhoso para pegar, segurar, servir, sinalizar, tocar, sentir, acariciar.

Podemos também comparar as famílias a um pomar. Cada pé produz frutas específicas. Por exemplo, a laranja pode ser baía (cheia de vitamina C e adocicada), lima (suave e doce), pera (levemente doce) ou seleta (adocicada e pouco ácida), entre outras variedades. A maçã pode ser fuji (saborosa e doce), gala (levemente doce) ou verde (ácida e refrescante), para citar algumas. Sua família também tem um sabor.

Para o bem ou para o mal, as características das famílias podem ser adquiridas e incorporadas ao seu patrimônio cultural. Por isso, quando Deus chamou Abraão indicou que ele deveria endireitar sua família. Em diálogo com o patriarca, embora usando a terceira pessoa, disse: “Sei que ele há de ordenar a seus filhos e à sua casa depois dele, […] para que o Senhor faça vir sobre Abraão o que acerca dele tem falado” (Gn 18:19, ACF). Em outras palavras, Deus estava dizendo: “Eu sei que você vai fazer de tudo para que seus filhos, netos, bisnetos e outros descendentes vivam com excelência.”

As bênçãos vinham de Deus, mas estavam condicionadas a um trabalho intencional do patriarca em relação a seus familiares. Os descendentes dele deveriam receber uma bênção ao multiplicar-se em quantidade e ser uma bênção ao crescer em qualidade. Imagine o potencial para o bem, ou para o mal, de uma família tão numerosa como o pó da terra, espalhando-se de norte a sul e de leste a oeste!

Que legado sua família deixará para a sociedade? Que valores, princípios, crenças, tradições e costumes você passará para as gerações futuras? Você está trabalhando para aperfeiçoar o DNA familiar que vai legar à sua descendência? Se você quer que sua família receba uma bênção, o primeiro passo é prepará-la para ser uma bênção.

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[cv_toggle title=”Mesa no deserto – Quinta, 14 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-14″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 14 de janeiro de 2016″]

Poderá Deus preparar uma mesa no deserto? Salmo 78:19

A pergunta estava no ar: “Será que Deus pode preparar uma mesa no meio do deserto?” A resposta circulava entre o povo: “Não. Deus não pode. E, se pudesse, não iria preparar.” Esse era o pensamento de pessoas que haviam testemunhado milagres colossais. Mas não era de se estranhar. Afinal, quando esquecemos o que Deus fez, a descrença é o estado normal que domina nossa mente.

Não sei se você já esteve no deserto. Eu estive e não gostei. Trata-se de um lugar solitário, árido, hostil, amedrontador. Areia por toda parte, sol inclemente, calor sufocante, paisagem desolada, o deserto é terra de abandono e morte. É preciso ter espírito de beduíno, couro de lagarto ou “tanque” de camelo para sobreviver na imensidão do nada, sem oásis e sem água.

Marcados por déficit de umidade, perdendo mais água do que recebendo e ocupando um terço (33%) da superfície da Terra, os desertos não têm vegetação suficiente para sustentar a vida. Por isso, em geral, são lugares desabitados. A própria palavra deserto, originada do latim desertum (“lugar abandonado”), foi utilizada durante muito tempo para descrever uma área despovoada. A expressão “ilha deserta” é uma lembrança dessa época. Somente mais tarde, o termo ganhou a conotação de aridez.

Em nossa vida, muitas vezes enfrentamos o deserto, longe da civilização e dos recursos que nos trazem comodidade. Você não está mais na situação confortável anterior e ainda não alcançou o destino. Saiu do Egito, mas não chegou à terra prometida. Fora do espaço familiar e adentrando um terreno desconhecido, sente—se deslocado, abandonado, descartado.

O deserto pode ser a espera por um emprego, o resultado de um exame médico, a conta bancária no vermelho, um filho desgarrado, o casamento desmoronando, um sonho esmagado, a perda de uma pessoa querida, a rotina vazia, uma depressão paralisante, um pesadelo interminável. Desertos existenciais são diversificados e preparados para testar todos os tipos de pessoas.

Entretanto, é no deserto que você percebe seus limites, desconfia de sua sabedoria, abandona a independência, reconhece seus fracassos, enfrenta a tentação, luta com Deus, desafia o diabo, descobre uma força que não conhecia, perde as ilusões, é purificado das vaidades e sai com uma nova visão da vida.

Qual é o seu deserto? Sua vida tem sido como o Atacama ou o Saara? Você também acha que Deus não pode preparar uma mesa no deserto? Para Deus, o deserto é apenas uma boa paisagem para criar um oásis. O deserto é o lugar para descobrir que você é menor do que pensava e que Deus é maior do que você imagina.

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[cv_toggle title=”O aprendizado do líder – Sexta, 15 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-15″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 15 de janeiro de 2016″]

Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês.” Êxodo 3:14

Um dos maiores líderes que o mundo conheceu foi, sem dúvida, Moisés. Celebrado na Bíblia e no Alcorão (que o cita 196 vezes), ele merece todas as honras que lhe têm sido devotadas em três grandes religiões mundiais: judaísmo, cristianismo e islamismo. Sua história é narrada em quatro livros da Bíblia. Êxodo começa com o seu nascimento e Deuteronômio termina com a sua morte. Esses livros formam uma espécie de biografia do grande líder hebreu. Para ser quem foi, ele teve que aprender e desaprender várias coisas.

Moisés precisou aprender quem é Yahweh, o Eu Sou, aquele que tem vida em si, que sempre foi, é e será, que está no início e no fim de todas as coisas. Absoluto, autodefinidor, transcendente, o Eu Sou é a garantia de que poderemos ser e fazer o que ele deseja.

Além disso, Moisés precisou descobrir que devia usar os métodos certos para conseguir seus objetivos. Ao vistoriar a situação do seu povo, Moisés viu um egípcio espancando um hebreu e matou o egípcio, o que despertou a ira do faraó (Êx 2:11-15). Acabou tendo que fugir. Fico imaginando se o faraó realmente estava preocupado com a morte do egípcio, ainda que fosse um oficial do governo. O mais provável é que intrigas palacianas tenham pintado a atitude de Moisés como o início de uma conspiração para tomar o poder. O príncipe tentou libertar o povo pela força da violência e fracassou. Tinha um apurado senso de justiça, mas precisava aprender a usar os métodos de Deus.

Moisés teve também que esperar o momento certo para agir. Diz o relato: “Muito tempo depois, morreu o rei do Egito” (Êx 2:23; 4:19). Isso indica que a situação havia mudado e sugere que Deus estava observando e até mesmo dirigindo o cenário político. Moisés podia voltar ao Egito. Muitas vezes, a morte de um governante mundial parece ser um evento puramente secular, mas a transição política pode representar a oportunidade para a realização dos propósitos divinos. Além do contexto político, o Senhor levou em conta também o anseio do povo hebreu pela liberdade. Parecia que Deus tinha se esquecido de seu povo, que talvez tivesse se esquecido de seu Deus. Dez gerações sem ouvir a voz divina, 400 anos de silêncio. Mas o momento havia chegado. O líder inteligente precisa sintonizar seu tempo com o tempo de Deus. A ação só pode ser eficaz quando Deus cria as circunstâncias e o tempo encontra a plenitude.

Descobrindo quem é Deus, usando o método certo e agindo no momento adequado, você pode partir rumo à terra prometida.

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[cv_toggle title=”Presença indispensável – Sábado, 16 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-16″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 16 de janeiro de 2016″]

Então, lhe disse Moisés: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar. Êxodo 33:15 (ARA)

O conceito de “presença” ganhou relevância no mundo digital nos últimos anos. A tecnologia atual, cada vez mais sofisticada, busca criar no espectador ou interlocutor a sensação de uma realidade natural, imediata e direta. Se os meios de comunicação tradicionais, como o telefone, o rádio e a TV, têm uma presença fraca, os meios de vanguarda, como os filmes em 3D, a videoconferência e a TV de alta definição, têm uma presença forte. Essas tecnologias conseguem criar a ilusão de que pessoas separadas por 10 mil quilômetros estão no mesmo ambiente.

No mundo antigo, a ideia de presença também era muito valorizada. Para usar um jogo de palavras intencional, a presença está presente em toda a Bíblia, aparecendo mais de 260 vezes. Na verdade, a palavra em hebraico (panim) aparece milhares de vezes, mas tem outros significados, como “face” e “pessoa”. Dezenas dessas ocorrências (cerca de 50) se referem à presença Deus. A face e a presença de Deus significam a mesma coisa. A primeira vez que o termo aparece é em Gênesis 3:8, quando Adão e Eva se escondem da presença de Deus entre as árvores do jardim. E, curiosamente, a última vez que ele ocorre é em Apocalipse 20:11, quando “a terra e o céu” fogem da presença de Deus.

Estar na presença de Deus é algo tremendo. Se a presença de uma pessoa radiante ilumina o ambiente, a presença do Criador transforma tudo. Na Bíblia, o que conta e faz diferença não é o talento, a habilidade, o recurso, o poder ou a aparência, mas é a presença de Deus. Por isso, Moisés protestou diante da possibilidade de seguir sem Deus, embora com um anjo (Êx 33:2, 14-16). Contar com a companhia de um anjo é algo maravilhoso. Quem não gostaria de ter um anjo ao lado? Porém, por mais sensacional que seja, isso não pode ser comparado à presença de Deus. Não se contente com um anjo se você pode ter a presença de Deus.

Moisés sabia que o grande diferencial de Israel era a presença divina. Deus era a certeza da escolha, a legitimação da liderança, a garantia de proteção, a promessa de segurança, o segredo do sucesso, a vitória na crise. E, segundo alguns comentaristas, o alvo do êxodo era a habitação de Deus com o povo. Para Edmond Jacob, “quando os israelitas pronunciam o nome Yahweh, a ideia primária não é a de eternidade, mas a de presença”. A promessa central de Deus é: “Eu estarei com vocês.”

Hoje, de igual modo, precisamos da presença divina. Não perca o senso da presença de Deus devido às suas atitudes negativas, pois isso o fará perder seu diferencial. Sem a presença de Deus, nada faz sentido; com ela, até as coisas sem sentido ganham propósito.

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[cv_toggle title=”A gênese do poder – Domingo, 17 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-17″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 17 de janeiro de 2016″]

E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra. Gênesis 10:8 (ARC)

Desde o início da história, os poderosos da Terra têm assombrado as mentes mais esclarecidas com sua arrogância. Eles contemplam o esplendor de seus feitos, levantam o olhar altivo para o céu, batem no peito e dizem: “Eu sou Deus!”

O primeiro foi Ninrode, o fundador de Babel, Acade, Nínive e várias outras cidades (Gn 10:8-12). Rei de vasto território, imperador antes dos imperadores, Ninrode pode ter sido o idealizador da torre de Babel. Segundo os escritos rabínicos, seu nome vem de um verbo hebraico que significa “rebelar”. O Talmude Babilônico diz que ele foi chamado de Ninrode porque “incitou o mundo a se rebelar contra a soberania de Deus”.

Segundo o orientalista Ernest Rosenmüller, que confirma esse significado do nome de Ninrode, “os orientais têm o costume de se referir às pessoas de destaque por outro nome dado após a sua morte, e por isso às vezes há uma notável harmonia entre o nome e os atos da pessoa”. Josefo escreveu que, pouco a pouco, Ninrode “transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor de Deus era fazê–los continuamente dependentes do seu próprio poder”.

Na sequência, muitos poderosos de diversas linhagens caminharam pela mesma trilha de Ninrode, reclamando o status divino. Alguns até exigiram adoração. Entre eles estão os faraós do Egito, considerados deuses pela cultura local; os reis assírios; os monarcas da Babilônia, com destaque para Nabucodonosor; os soberanos persas; os líderes do império greco-macedônio, em especial Alexandre Magno; os imperadores romanos, começando com Júlio César, deificado formalmente em 42 a.C. como “o divino Julius”; os imperadores incas, vistos como deidades; os imperadores chineses a partir da Dinastia Qin, chamados de “filhos do céu”; e os imperadores japoneses, considerados descendentes da deusa Amaterasu, até que Hiroíto, em 1945, repudiou a “falsa concepção” de sua divindade. Alguns poderosos, como Buda, considerado um avatar de Vishnu, o Deus supremo do hinduísmo, foram deificados e adorados por grupos e seitas, enquanto outros, como Antíoco IV Epifânio, o “Deus Manifesto”, promoveram a autodeificação.

A todos os poderosos que se dizem deuses, antigos e atuais, nos palácios imperiais ou nas igrejas, todos inspirados naquele que sonhava no coração subir aos céus, erguer o trono acima das estrelas, subir mais alto do que as nuvens, ser como o Altíssimo (Is 14:13-15), o Senhor diz: “Você irá às profundezas do abismo!”

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[cv_toggle title=”A arte de culpar os outros – Segunda, 18 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-18″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 18 de janeiro de 2016″]

Disse o homem: “Foi a mulher que me deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi”. O Senhor Deus perguntou então à mulher: “Que foi que você fez?” Respondeu a mulher: “A serpente me enganou, e eu comi”. Gênesis 3:12, 13

Era uma vez uma empresa chamada Paradise Garden. Um dia, um erro fatal foi detectado. O presidente internacional convocou o presidente da empresa para ver o que havia acontecido. O presidente colocou a culpa do fracasso na diretora-geral. A diretora logo também arrumou um culpado. O clima na empresa se deteriorou. A criatividade diminuiu. A desconfiança predominou. Para resumir uma longa história, o presidente e a diretora perderam o emprego. Você já viu essa história?

Desde o jardim do Éden, os seres humanos têm aperfeiçoado a arte de culpar os outros, menos eles mesmos. Adão culpou Deus e Eva. A mulher culpou a serpente. Esta só não culpou a Deus porque não mais podia falar. Em vez de assumir o erro, Adão e Eva buscaram explicações externas para seu comportamento.

As coisas não melhoraram depois disso. Os cristãos culpam os ateus. Os ateus culpam os cristãos. O time culpa o técnico. O técnico culpa o clube. Os banqueiros culpam o governo. O governo culpa os empresários. O atendente culpa o sistema. O sistema não pode culpar ninguém. No fim, quase ninguém escapa de colocar a culpa nos outros. Errar é humano e culpar os outros é ainda mais humano. Robert Bloch talvez estivesse certo ao dizer: “A pessoa que sorri quando as coisas dão errado é porque se lembrou de alguém em quem pôr a culpa.”

Nas empresas, a tendência é um superior culpar um subordinado, que também culpa outro abaixo dele, e, quando não existe mais ninguém para culpar, o funcionário vai para casa e chuta o gato ou o cachorro. O pior é que, segundo um estudo da Universidade de Stanford, o mau costume de culpar os outros pode ser contagioso e se espalhar pelo ambiente de trabalho.

Culpar é assumir uma postura defensiva para proteger o eu e preservar a imagem. Culpamos na tentativa de esconder nossos erros, fugir das consequências, reduzir os efeitos negativos de nossas ações, racionalizar comportamentos censuráveis, desviar o foco do problema, diminuir a vergonha, negar a responsabilidade pelo fracasso, rebaixar os outros.

No entanto, além de ser um ato desonesto, culpar os outros faz com que a pessoa não aprenda com os próprios erros. Boa parte do fracasso não está na falha, mas na tentativa de transferir a culpa. Por isso, quando errar, assuma a responsabilidade. Se você mesmo assumir a culpa por seus erros, ninguém precisará culpá-lo.

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[cv_toggle title=”Escada de anjos – Terça, 19 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-19″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 19 de janeiro de 2016″]

Quando Jacó acordou do sono, disse: “Sem dúvida o Senhor está neste lugar, mas eu não sabia!” Gênesis 28:16

Você já colocou os pés na estrada para fugir de algum problema? Ou pelo menos teve vontade de fazer isso, mas faltou coragem? Jacó não teve escolha. Se ficasse em casa, seu irmão o mataria. A ameaça era séria. Então ele enfiou algumas roupas apressadamente na mochila e iniciou a longa viagem.

A ideia de ir para Harã, onde moravam alguns parentes, foi de Rebeca, que idealizara todos os detalhes do golpe da primogenitura. Porém, agora a mamãe não estava ali para dizer o que fazer. Sem celular, sem internet, sem bússola, sozinho e solitário, Jacó fazia o caminho inverso do avô Abraão. Depois de dois dias de viagem, com todo o tempo do mundo para refletir e avaliar suas decisões, ele chegou a uma cidade no meio do nada chamada Luz, que estava no escuro. Quebrado, ele precisava descansar. Porém, ficou com medo de procurar uma pousada. Resolveu dormir nos arredores. Relacionamentos destruídos, laços familiares rompidos, futuro incerto, a noite tornava sua situação ainda mais assustadora.

Deitado no solo árido, paisagem lunar, cabeça na pedra, ele olhava para as estrelas. O sonho de ser o líder espiritual da família e cumprir as promessas de Deus para o avô virara pesadelo. Por fim, vencido pelo cansaço, adormeceu. De repente, ele viu algo extraordinário: uma escada que ligava a Terra ao Céu, por onde os anjos desciam e subiam. Era um sonho dentro da realidade, ou a realidade dentro de um sonho? Não sabia. Então Deus falou-lhe e mostrou-lhe que sonho e realidade se misturavam. O Senhor havia falado várias vezes com seu avô e até com seu pai, mas nunca com ele. Jacó apenas o conhecia de segunda mão. Agora Deus falava com ele e lhe garantia que os povos da Terra seriam abençoados por meio de sua descendência.

Além de prometer estar com ele, Deus afastou a cortina da realidade para que Jacó visse os anjos em atividade. A escada era um símbolo de seu grande descendente, Jesus. Não era algo, mas alguém. Não era um meio para Jacó subir ao Céu, mas uma evidência de que o Céu descera até ele. Trêmulo, Jacó reconheceu que Deus estava ali: “Temível é este lugar! Não é outro, senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus” (Gn 28:17). Na manhã seguinte, mudou o nome do lugar para Betel, “casa de Deus”. Jacó havia tentado conseguir a bênção porque achava que Deus estava longe e não agia. Agora, descobriu que Deus estava com ele o tempo todo, bem perto de seu coração, dentro de seus sonhos.

Você está fugindo porque Deus parece distante de sua realidade? Pois saiba que Deus está a seu lado, perceba você ou não, sinta ou não, veja ou não.

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[cv_toggle title=”Acordando com Raquel – Quarta, 20 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-20″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 20 de janeiro de 2016″]

Então Jacó trabalhou sete anos por Raquel, mas lhe pareceram poucos dias, pelo tanto que a amava. Gênesis 29:20

Desde que viu e beijou Raquel junto ao poço, Jacó se apaixonou perdidamente pela jovem pastora. Primeiro amor, amor à primeira vista. O fato de sua prima ser bela o encantou ainda mais. Um mês depois, quando o tio perguntou quanto ele queria de salário, Jacó propôs trabalhar sete anos para se casar com a filha mais nova. Labão aceitou a proposta, pois seria melhor entregar a filha a um rapaz do próprio clã do que a um aventureiro. Era uma situação em que os dois lados sairiam ganhando.

Contrato assinado, Jacó foi à luta. Sete anos tosquiando ovelhas, podando parreiras e colhendo trigo lhe pareceram sete dias. Sol no rosto, poeira na sandália, sujeira de ovelha na calça, nada disso importava para ele. O preço que estava pagando parecia pequeno demais perto do que receberia. O amor minimiza as dificuldades e maximiza a recompensa. Enfim, a espera terminou. Chegara o grande dia. Nem parecia verdade. Sem luz elétrica, Jacó dormiu com Raquel e acordou com Lia. Sua ilusão noturna não resistiu à realidade da luz do sol. O narrador capta a dramaticidade da situação com uma pequena frase: “Quando chegou a manhã, lá estava Lia” (Gn 29:25). Ducha fria na euforia. Jacó fora enganado pelo sogro. O trabalho ideal, feito por amor, recebera um pagamento injusto. Ou seria a vingança da primogênita pelo que ele fizera ao irmão primogênito?

Em seu excelente devocional de 2014, o Dr. Amin Rodor usa essa história como um símbolo das desilusões humanas. Brilhante aplicação. Porém, há outra dimensão que pode ser considerada: Jacó lutou e realizou o sonho de ter a amada nos braços. Um dia, ele acordou e tinha Raquel a seu lado. Dessa vez, era real. A felicidade havia sido adiada, mas não para sempre. Na verdade, ao fim da semana de núpcias, ele pôde beijar Raquel como esposa. Teria que suar muito mais agora para sustentar Lia, Raquel e as agregadas, além de “camelar” outros sete anos para quitar o dote de Raquel, mas estava feliz.

O romance de Jacó e Raquel mostra que podemos lutar pelo sonho da beleza amada. Apesar da decepção, o prêmio vem. Se tivermos um coração apaixonado, brilho nos olhos, conseguiremos transcender os desencantos do mundo. Labões e lambões, motivados por dinheiro, sempre vão tentar nos enganar, mas, com esforço dobrado, o amor vence. Ninguém pode negar que Jacó teve uma lua de mel inesquecível com Raquel. Se não fosse a interferência de Labão, talvez teria ficado apenas com ela.

Nesta vida, você pode trabalhar por Raquel e receber Lia, mas pode também trabalhar um pouco mais e conseguir Raquel.

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[cv_toggle title=”A melhor luta da noite – Quinta, 21 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-21″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 21 de janeiro de 2016″]

Então o homem disse: “Deixe-me ir, pois o dia já desponta.” Mas Jacó lhe respondeu: “Não te deixarei ir, a não ser que me abençoes.” Gênesis 32:26

Pessoas que gostam de boxe ou artes marciais mistas às vezes ficam acordadas até tarde para ver o que consideram a melhor luta da noite. Porém, um dos maiores combates de todos os tempos não foi transmitido por nenhuma TV e só teve a Deus por testemunha; não aconteceu num ringue em Las Vegas, mas às margens do riacho Jaboque, que em hebraico significa “luta”.

Naquela noite, Jacó estava aterrorizado por um medo intensificado ao longo de 20 anos. Em Gênesis 31:3, Deus lhe diz: “Volte para a terra de seus pais e de seus parentes, e eu estarei com você”. Depois, no início do capítulo 32, o narrador informa que “anjos de Deus” foram a seu encontro e que, ao avistá-los, ele disse: “Este é o exército de Deus!” (v. 2). Mesmo assim, quando ficou sabendo que seu irmão Esaú ia ao seu encontro com 400 homens, “Jacó encheu-se de medo e foi tomado de angústia” (32:7). De onde vinha esse medo? Estaria no DNA? Abraão ficou com medo, Jacó chama Deus de “o Temor de Isaque” (31:42, 53) e ele próprio expressa temor várias vezes.

Jacó tentou acalmar seu medo dividindo o grupo, ensaiando discursos e preparando um presente de 580 animais para o irmão (32:13-15). Porém, estratégias diplomáticas não transformam o coração de um homem. O medo continuava. Jacó resolve ficar sozinho para orar, clamar e se angustiar. No sonho em Betel, Deus havia garantido que não o abandonaria (28:15). Agora, Jacó relembra a promessa (32:12) e se agarra a ela.

Então, o relato dá uma guinada. O anjo do Senhor aparece e começa a lutar com Jacó. O que ele deveria fazer? E se fosse Esaú? Você lutaria ou fugiria? Como diz o poeta Gonçalves Dias, “a vida é luta renhida”. “Viver é lutar” é uma verdade para você, era verdade para o índio tamoio da poesia e era ainda mais verdade para o herói de nossa história. Dessa vez, Jacó resolveu lutar. Percebendo que seu oponente era divino, agarrou-se à bênção, ainda que isso lhe custasse alguns golpes a mais. Queria a bênção do perdão, da presença divina, da promessa.

O sol estava avermelhando o horizonte quando o anjo tocou a coxa de Jacó, o abençoou e mudou seu nome para Israel. Mancando, mas vitorioso, o patriarca agora era um homem transformado porque vira “a Deus face a face” (v. 30). Abandonando seu plano estratégico, passou à frente dos grupos. Não mais tinha medo de Esaú nem de ninguém. Quem é tocado por Deus não teme.

Se Deus prometeu uma bênção para você, agarre-se a ele e lute a noite inteira. Quando amanhecer, você poderá sair com escoriações, mas será uma pessoa transformada. A melhor luta da noite está reservada para você.

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[cv_toggle title=”Vendedores de livros e doadores de amor – Sexta, 22 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-22″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 22 de janeiro de 2016″]

O que vocês fizeram a algum dos meus menores irmãos, a mim o fizeram. Mateus 25:40

Há muitos anos, liderei uma equipe de colportores estudantes numa cidade do interior de São Paulo. Era um tempo difícil, mas também divertido. Coisas incríveis aconteciam quase todos os dias.

Certa tarde, apareceu na igreja onde estávamos hospedados um rapaz que não tivera a oportunidade de lavar as roupas nos últimos 36 meses, para descrevê-lo com a melhor diplomacia. Demos uns trocados para ele, na esperança de que saísse logo, pois não tínhamos máscaras para aguentar o “perfume”. Todavia, ele não se impressionou com o dinheiro.

Então, três ou quatro colegas se olharam e tiveram uma ideia brilhante. Levaram o rapaz para o chuveiro e o submeteram a um banho de sabonete e bucha, rasparam–lhe a barba, deram-lhe roupas novas e lhe puseram sapatos nos pés. Depois, serviram–lhe comida (nesse dia, excepcionalmente, não era aveia com banana) e, como não podia deixar de ser, entregaram-lhe literatura da Casa Publicadora Brasileira. Se ele tivesse uma pastinha na mão, alguém diria que era um colportor! Dessa vez, o rapaz não conseguiu impedir que as lágrimas corressem por sua face. Suponho que, pela primeira vez em muito tempo, ele experimentava aquilo que chamamos de amor. O que o dinheiro não tinha conseguido fazer, o amor fizera. Ele não se emocionou com as moedas, mas com o banho, a roupa, a comida, a literatura, o aperto de mão.

Naquela tarde, meus colegas obedeceram a um dos maiores mandamentos divinos. Eles não apenas falaram do amor, mas o praticaram. Naquelas férias, por meio da literatura, discursamos sobre o amor para a cidade inteira, o que era muito importante; mas, por meio da ajuda prática, amamos uma pessoa desprezada, o que era fundamental. Afinal, o amor tem que ser prático, e não apenas retórico.

Esse episódio me fez pensar em Mateus 25, em que Jesus diz que o critério de aprovação ou reprovação pelo Rei, quando se assentar no trono na glória celestial, será o amor real ou a falta dele. Os que alimentaram os famintos, ofereceram água ao sedento, acolheram o estrangeiro, vestiram o nu, cuidaram do enfermo e visitaram o preso fizeram isso para o próprio Jesus. Eles se identificaram com o amor, que é a essência de Jesus, e, por isso, podem morar com ele. Os que viram os necessitados e os desprezaram serão jogados no fogo, pois não reconheceram na face deles a face de Jesus.

Meus colegas não eram apenas vendedores de livros, mas doadores de amor. Naquela tarde, em certo sentido, ainda que sem saber, deram de vestir e de comer para o próprio Jesus. Pois o amor transcende a esfera terrena.

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[cv_toggle title=”Deus te abençoe! – Sábado, 23 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-23″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 23 de janeiro de 2016″]

O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça; o Senhor volte para ti o seu rosto e te dê paz. Números 6:24-26

Antigamente, na região em que cresci, as crianças costumavam pedir “bênção” para os pais, os avós, os tios e as pessoas respeitáveis da comunidade. Por exemplo, toda a criançada da vizinhança pedia “bênção” para meus pais. A resposta era sempre: “Deus te abençoe!” Hoje, essa tradição está desaparecendo.

O costume de abençoar vem de longe. As primeiras bênçãos foram proferidas por Deus no contexto da criação. Mais tarde, Deus prometeu abençoar Abraão, e abençoar o mundo por meio de seu maior descendente, Jesus (Gn 12:2, 3). Os patriarcas proferiam bênçãos formais aos filhos.

Em português, às vezes, “bênção” pode ter um sentido abstrato. Porém, no hebraico, em que cada palavra evoca uma ação, algo que pode ser notado pelos cinco sentidos, “bênção” (berakah) tem um significado bem concreto. Deus abençoava com fertilidade, posteridade, riqueza, terra, saúde, proteção, vitória. A bênção de Deus é a explosão da vida, com todos os recursos para que ela floresça.

Abençoar significa santificar, honrar, exaltar, louvar, desejar o bem, expressar votos de felicidade e sucesso. Tudo isso, no fundo, depende de Deus. Por esse motivo, as pessoas que respondem a um pedido de bênção dizendo “Deus te abençoe!” estão fazendo uma declaração teológica, ainda que automática e inconsciente.

Na bênção araônica mencionada no verso de hoje, o nome “Senhor” (Yahweh) é repetido três vezes. Essa tríplice repetição é uma maneira de enfatizar que a bênção, para a comunidade ou para o indivíduo, vem somente de Yahweh. Em Números 6:27, Deus indica que ele é a fonte da bênção: “Assim eles invocarão o meu nome […], e eu os abençoarei.”

Nesta oração, a primeira parte do verso é o movimento de Deus em direção ao povo, enquanto a segunda parte expressa sua ação específica em favor dele: “O Senhor te abençoe [movimento] e te guarde [ação específica]; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti [movimento] e te conceda graça [ação específica]; o Senhor volte para ti o seu rosto [movimento] e te dê paz [ação específica].”

A bênção é a potencialização da vida. Nas palavras do erudito bíblico Claus Westermann, ela é “o avanço silencioso do poder da vida em todos os domínios”, uma manifestação divina contínua, atravessando as gerações e conectando a promessa com seu cumprimento. Por meio de Cristo, as bênçãos celestiais chegam até nós e se projetam sobre os outros. O mundo é um lugar abençoado pelas pessoas abençoadas.

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[cv_toggle title=”O faquir misterioso – Domingo, 24 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-24″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 24 de janeiro de 2016″]

Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus. Mateus 4:4

Pele tostada pelo sol, barba e cabelos brancos, argola no nariz, ossos salientes, o iogue indiano Prahlad Jani foi notícia nos jornais do mundo inteiro em 2010 ao alegar que não havia ingerido sequer uma caloria de alimento nem bebido uma gota de água nos últimos 70 anos. Para provar que estava com o estômago vazio desde a época da II Guerra Mundial, ele se submeteu a um teste de 15 dias num ambiente monitorado por câmeras.

O estudo foi acompanhado por médicos militares, interessados na possível façanha, que poderia ter utilidade para soldados, vítimas de calamidades e astronautas. Depois de duas semanas sem comer nem beber, tampouco ir ao banheiro, o faquir impressionou os pesquisadores. De acordo com eles, a saúde do iogue faminto estava misteriosamente boa.

No entanto, vários céticos questionaram o resultado do estudo. O presidente da Associação Racionalista Indiana disse que foi negado seu pedido para observar independentemente o experimento. Além disso, o iogue teria tido contato com água ao gargarejar e tomar banho.

Viver sem comer ou beber é simplesmente impossível. As pessoas podem sobreviver cinco a oito dias sem água, se as condições climáticas forem excepcionais; e até dois ou três meses sem alimento, dependendo do estado corporal e com a ajuda de líquidos fortificados com vitaminas e eletrólitos. Contudo, não é possível fazer um jejum contínuo.

Sem alimento, a química corporal muda, e o corpo começa a queimar seus próprios recursos. Em termos simples, a desidratação e a desnutrição matam. Se até os vegetais, que convertem energia luminosa em química, por meio da fotossíntese, precisam de substratos nutritivos, quanto mais os seres humanos!

Se não podemos ficar sem o alimento físico durante um longo período, muito menos sem o pão espiritual. “Nem só de pão viverá o homem”, disse Jesus, citando Deuteronômio 8:3. Com essa frase, ele não quis minimizar a necessidade de pão, mas ressaltar a indispensabilidade da Palavra de Deus.

A Palavra é essencial. Ela sustenta a alma e nutre o espírito. Sem ela, não existe vida espiritual. Você pode sobreviver por um curto período sem “comer” a Palavra divina, mas então morrerá de desnutrição. Jamais tente fazer jejum de Deus. Você precisa do alimento celestial todos os dias. Afinal, você não é um faquir indiano, ou é?

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[cv_toggle title=”Seja um sonhador – Segunda, 25 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-25″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 25 de janeiro de 2016″]

Depois teve outro sonho e o contou aos seus irmãos: “Tive outro sonho, e desta vez o sol, a lua e onze estrelas se curvavam diante de mim.” Gênesis 37:9

José. Nome comum, história incomum. Ele tinha linhagem. Era bisneto de Abraão e Sara, neto de Isaque e Rebeca, filho preferido de Jacó. Paparicado, ganhava presentes especiais. Aí veio a crise, pois crises acontecem mesmo nas boas famílias.

Com o tempo, ele se tornou muito importante. Tanto é que Gênesis 37:2 anuncia a história de Jacó, mas começa a falar de José: “Esta é a história da família de Jacó: Quando José tinha dezessete anos…” Se era a história do grande Jacó/Israel, por que começar com o filho dele? Porque o destino de toda a família de Jacó, inclusive sua mudança para o Egito, seguida pelo êxodo, passou pelo destino de José.

O que podemos aprender com os altos e baixos da vida de José? Aqui estão sete sugestões:

1. Adote a discrição. Não brilhe tanto. Se você foi honrado com uma capa de muitas cores, não a coloque para ir ao campo, onde seus irmãos trabalham com roupas cheirando a estrume de ovelhas.

2. Seja um sonhador. Sonhe alto, pense grande, veja longe. Cultive uma perspectiva otimista do futuro. Não precisa anunciar que o Sol e Lua vão se inclinar diante de você, mas acredite que esse é o sonho de Deus para sua vida.

3. Prepare-se para o pior. Saiba que você pode parar no fundo do poço – jogado por quem você menos espera. Contudo, mesmo no fundo do poço, Deus está com você e pode tirá-lo de lá. O poço ou a prisão pode ser apenas um meio usado por Deus para pôr você em contato com quem vai levá-lo ao palácio.

4. Confie na providência divina. Acredite que Deus não pode ser limitado pela geografia ou as circunstâncias. Ao olhar para trás e ver a vida anterior desaparecer no horizonte, tome a decisão de obedecer a Deus em qualquer lugar. Aposte na vitória do bem.

5. Fuja do perigo. Se a tentação o agarrar, deixe a capa para trás. Faça a coisa  certa, mesmo que os sentidos desejem a coisa errada. Tenha consciência da presença divina.

6. Faça um seguro para os tempos de crise. Use os recursos de hoje para garantir o amanhã. Os tempos de vacas magras podem chegar.

7. Aceite as bênçãos. Se algum faraó convidar você para administrar o Egito e você entender que isso faz parte do plano de Deus, coloque a faixa e suba a rampa.

José soube transformar os fatos negativos em experiências positivas porque sonhava os sonhos de Deus. Seja você também um sonhador. No fim, os sonhos de Deus sempre dão certo.

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[cv_toggle title=”25 graus negativos – Terça, 26 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-26″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 26 de janeiro de 2016″]

Eu vim do Pai e entrei no mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai. João 16:28

O início de 1999 foi gelado no estado de Michigan. Neve acumulada, neve caindo, a temperatura atingiu 25 graus negativos. Estávamos chegando ali e, para alguém acostumado ao verão tropical, dava para notar uma “pequena” diferença. Os amigos brasileiros foram incrivelmente solidários. Entre outras coisas, saíram comigo para comprar um carro. Porém, chegou o dia de nossos filhos irem para a escola, e eu ainda não havia conseguido o automóvel. A Larissa, nossa garotinha de oito anos, estava assustada. Afinal, seria seu primeiro dia de aula em um país estrangeiro. “Filha, você não pode deixar de estudar, mas eu estarei ao seu lado”, prometi.

De manhã, o característico ônibus amarelo chegou, minha esposa a colocou na condução, e eu não estava lá. Mas havia um motivo: estava transpondo a neve, rumo à escola, que ficava a uns três quilômetros de distância. Como eu não podia ir no ônibus e não queria aborrecer os amigos pedindo carro emprestado, fui a pé. Quando o ônibus chegou, dei um beijo na minha filha e a levei para a sala de aula. Fiquei ali até ela se tranquilizar.

Enfrentar 25 graus negativos para acalmar minha menina foi mais do que natural. Não fiz isso porque gostasse de andar na neve ou porque imaginasse que um dia poderia contar esta pequena história num devocional. Enfrentei a neve porque a amo.

Fico pensando na jornada que Deus fez para nos tranquilizar. Em Cristo, ele cruzou o espaço gelado e hostil a fim de estar conosco. O texto de hoje diz que o Filho veio do Pai e entrou no mundo, a grande escola da vida. Isso pode dar a impressão de que o Pai ficou no Céu apenas observando nossos temores. A realidade é outra: Deus estava em Cristo, que veio estar conosco.

O próprio Jesus enfrentou seu dia de ir para a “escola”, a cruz, e sentiu-se solitário. No mesmo contexto, depois de dizer que os discípulos o deixariam sozinho, Jesus completa: “Eu não estou sozinho, pois meu Pai está comigo” (v. 32). Deus não nos deixa sozinhos nem quando todos nos abandonam.

Ao tomarmos o ônibus rumo ao desconhecido, Deus nos tranquiliza. Ele não nos libera da escola, pois sabe que precisamos estudar e aprender, mas promete estar ao nosso lado. Jesus acrescenta: “Eu lhes disse essas coisas para que em mim vocês tenham paz” (v. 33). Só a presença de Deus conosco pode pacificar nosso coração.

Hoje, se você precisar tomar um ônibus amarelo, vermelho ou sem cor para a “escola”, não tenha medo. O Pai estará lá esperando para dar-lhe um beijo, ainda que ele tenha que enfrentar 25 graus negativos ou cruzar toda a neve do universo.

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[cv_toggle title=”Antilei de Murphy – Quarta, 27 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-27″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 27 de janeiro de 2015″]

Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor. Romanos 6:23

O Brasil acordou no dia 27 de janeiro de 2013 de luto pela tragédia de Santa Maria (RS), em que 242 pessoas, a maioria jovens universitários, perderam a vida no incêndio da boate Kiss. Isso sem falar nos 680 feridos. Uma sequência de erros e irresponsabilidades causou o segundo maior incêndio da história do Brasil, em número de vítimas. Coisas aparentemente banais contribuíram para essa tragédia: havia mais gente no ambiente do que a capacidade do local; a casa noturna tinha apenas uma saída de emergência e estava com o alvará vencido; as fagulhas do sinalizador, que era barato e próprio para ambiente externo, encontraram o material inflamável do isolamento acústico; o extintor falhou; os seguranças, inicialmente, tentaram impedir a saída dos jovens, na hora do pânico. Tudo que poderia dar errado deu errado.

É certo que a tragédia ocorreu por culpa de alguém. Mas, deixando de lado os aspectos humanos, emocionais e legais, podemos dizer que a lei de Murphy esteve em ação. Essa “lei”, atribuída a um capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy, diz: “Se alguma coisa pode dar errado, dará.” E olha que, segundo o comentário de alguém, “Murphy era muito otimista”. A partir da lei de Murphy, que ganhou o prêmio IgNobel e parece ser bem anterior ao próprio Murphy, foram criadas centenas de outras leis, juntamente com seus corolários. Exemplos: “A probabilidade de o pão cair com o lado da geleia virado para baixo é proporcional ao valor do carpete”; “O suco da fruta, ao espirrar, tende a acertar nosso olho na proporção direta de sua acidez”; “Nada é tão ruim que não possa piorar”; “Quem ronca mais alto dorme primeiro”; “Quanto melhor é o seu trabalho, maior é a chance de aparecer alguém para receber o crédito por ele”; “Ninguém ouve o que você diz, até você falar uma besteira”; “O vírus que invade seu computador ataca primeiro os arquivos que não têm cópia”; “A estrada para o sucesso está sempre em construção e o caminho para o Céu é o mais estreito”; “Se várias coisas que deviam ter dado errado deram certo, é porque deu tudo errado”.

Antes de Deus criar a vida na Terra, reinava o caos, a lei total de Murphy. Ao criar o cosmos, Deus reverteu essa lei. Então veio o pecado e complicou tudo, pois o pecado é a maior e mais fundamental de todas as leis de Murphy. Para reverter essa superlei, Deus enviou seu Filho ao mundo. Jesus é a antilei de Murphy.

Hoje, a boa notícia não é que a própria lei de Murphy tem um caráter paradoxal: “Se a lei de Murphy pode dar errado, dará.” A boa notícia é que temos alguém para quebrar a lógica da lei de Murphy. Com Jesus, você não precisa temer a caótica lei de Murphy.

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[cv_toggle title=”A Torah é sua – Quinta, 28 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-28″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 28 de janeiro de 2016″]

Não faço esta aliança, sob juramento, somente com vocês que estão aqui conosco na presença do Senhor nosso Deus, mas também com aqueles que não estão aqui hoje. Deuteronômio 29:14, 15

Pamela Tamarkin Reis é, digamos, uma estudiosa “amadora” da Bíblia. De origem judaica, ela estudou hebraico para entender melhor a Bíblia. Adotando caminhos não convencionais e usando analogias do dia a dia, ela tem escrito ensaios que foram elogiados pelos eruditos e publicados em importantes revistas especializadas. Para alguém que não seguiu a rota normal da formação acadêmica, isso é uma façanha.

Um de seus princípios é tomar o texto como uma unidade e analisar a narrativa do ponto de vista literário. Enquanto os eruditos costumam atribuir a autoria dos livros do Pentateuco a vários autores e à editoração de redatores, ela assume que esses cinco livros da Bíblia foram escritos por apenas um brilhante autor.

Por exemplo, para explicar as aparentes discrepâncias dos relatos da criação em Gênesis, ela argumenta que a mesma história é apresentada a partir de perspectivas diferentes (Gênesis 1, diz ela, é o ponto de vista de Deus, e Gênesis 2 a 4 é a perspectiva do homem). Se um filme pode mostrar um fato por vários ângulos e ser considerado obra de um artista, por que o relato do Gênesis tem que ser considerado obra de vários autores?

Sem avaliar a interpretação de Pamela, o que a levou a acreditar que podia se aventurar pelo estudo sério da Bíblia? Um dia, ela estava na sinagoga e o rabino leu Deuteronômio 29:13 e 14 (em nossa Bíblia, 29:14 e 15). O texto dizia que a aliança de Deus era com os hebreus e com os que “não estavam” lá naquele dia. Após a reunião, ela perguntou ao rabino quem eram os que não estavam lá. “Você”, ele respondeu. “Você quer dizer que eu recebi a Torah no mesmo dia em que os demais a receberam?”, ela perguntou. “Sim”, disse o rabino. A euforia tomou conta de Pamela. “A Bíblia é minha também.” A partir daí, ela passou a estudar a Bíblia com profundidade e a defender suas ideias no mesmo nível dos eruditos.

A Bíblia é sua também, leitor! Não importa se você não estava lá no dia da aliança, se você não sabe hebraico, acadiano, ugarítico ou grego, a Torah foi dada para você no mesmo dia em que foi dada para Moisés, os eruditos e Pamela. Comece a estudá-la hoje e descubra os mistérios do livro que Deus escreveu para você. A Bíblia se torna sua quando você acredita que ela foi escrita para você. A mensagem do livro sagrado não se limita ao passado, pois seu autor transcende as barreiras da história.

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[cv_toggle title=”Estava escrito? – Sexta, 29 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-29″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 29 de janeiro de 2015″]

Hoje ponho diante de vocês vida e prosperidade, ou morte e destruição. […] Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam. Deuteronômio 30:15, 19

Em pé na estação de trem, o jovem Jamal Malik olha para a linda Latika e diz: “Este é o nosso destino.” Ela apenas responde: “Beije-me!”

Esse é o último diálogo do filme Quem Quer Ser um Milionário?, que teve dez indicações ao Oscar em 2009 e ganhou oito estatuetas. Para um filme retratando a história de um jovem que veio das favelas de Mumbai, Índia, ganhou um prêmio milionário num show de TV e ainda conseguiu reencontrar seu amor perdido, a ideia do destino não poderia estar ausente.

Na abertura do filme, aparece a pergunta: “O que um rapaz sem interesse no dinheiro faz num concurso televisivo? E como é que ele sabe todas as respostas? A. Ele trapaceou; B. Ele sabia as respostas; C. Ele é um gênio; D. Estava escrito.” O filme termina com a resposta: “D. Estava escrito”.

Destino. No Oriente, a tradição de atribuir tudo ao destino é antiga. No Ocidente, o determinismo não é menor. Apostando nesse conceito, Agostinho e Calvino construíram um imenso edifício teológico sobre a ideia da predestinação e conseguiram inúmeros adeptos. Para eles, Deus determina tudo que fazemos.

Muitos pensadores defendem que nada ocorre por acaso. Por exemplo, para o filósofo grego Crisipo de Solis, que viveu no 3º século a.C., a lei da fatalidade predomina no mundo. Se ocorresse alguma coisa sem ter uma causa ligada a ela, isso destruiria o universo como um sistema unificado. Por sua vez, o matemático e astrônomo francês Pierre-Simon Laplace dizia que, se conhecêssemos a localização e o momentum de cada átomo do universo, poderíamos prever seu estado no futuro. Albert Einstein disse que “Deus não joga dados”, e outros grandes cientistas pensam do mesmo modo. Entretanto, o “princípio da incerteza”, um conceito da física quântica, veio para complicar a vida deles.

Por mais atraente e até romântica que seja a ideia do destino, a verdade é que Deus criou o ser humano com livre-arbítrio. A liberdade de escolha não é uma ilusão. Não somos parte de um dominó cósmico, em que o movimento de uma peça inexoravelmente vai derrubar a seguinte. Naturalmente, o ser humano é influenciado (e, às vezes, condicionado) pelos genes e pelo ambiente. Contudo, ele tem livre-arbítrio e pode decidir. Por isso, há muitas condicionais (“se”) na Bíblia. E, por isso também, conforme diz o texto acima, Deus propõe a vida e a felicidade para nós, instando para que façamos as escolhas corretas. Quanto mais próximo de Deus você estiver, mais liberdade de escolha você terá.

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[cv_toggle title=”Terapia da justificação – Sábado, 30 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-30″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 30 de janeiro de 2016″]

Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua graça, por meio da redenção que há em Cristo Jesus. Romanos 3:23, 24

O evangelho tem o poder de curar nossas feridas emocionais e possibilitar a recuperação da alegria de viver. Na verdade, ele pode fazer o que muitas terapias não conseguem. A autora e conselheira Jennifer Jill Schwirzer comenta que hoje existem mais de 300 teorias psicológicas, as quais são conhecidas através de siglas como TC (terapia cognitiva) e TCD (Terapia Comportamental Dialética); porém, a mais efetiva de todas as que ela conhece é a TJPF (Terapia da Justificação Pela Fé).

Para mostrar como a experiência da justificação pode transformar nosso mundo interior, Jennifer conta a história de Brian. Alto, forte, bonito, voz grave, sorriso brilhante, o homem entrou em seu consultório, na época em que ela era estagiária numa clínica, e começou a chorar feito uma criança. Ex-policial, aposentado precocemente devido a um problema de saúde, ele havia enfrentado o divórcio e tinha ficado com duas crianças para criar. Mas seu problema não era esse. Era depressão profunda e contínua. Motivo? Uma ferida emocional antiga. Ele havia traído sua namorada, tendo um relacionamento com a moça que viria a ser sua esposa e a mãe de seus filhos, e agora sentia-se “imperdoável”.

“Eu oro todas as noites, mas não consigo merecer o perdão de Deus”, ele suspirou. “Então você está querendo conquistar o perdão de Deus?”, Jennifer questionou. “Sim, mas não consigo!”

A terapeuta perguntou se ele gostaria de saber o que a Bíblia diz sobre o perdão, e, diante da resposta afirmativa, explicou-lhe que o perdão não pode ser conquistado. Ninguém pode ganhar o perdão divino, pois a graça é um favor imerecido. Ela ressaltou que o perdão é oferecido gratuitamente para nos liberar do débito.

Foi um “sermão” no nível do jardim da infância, ela reconhece, mas que produziu resultado rápido. Brian recebeu o perdão divino, e a depressão desapareceu como a neblina da manhã. Depois de apenas oito sessões de aconselhamento, ele achou que poderia encerrar a terapia.

“Venho a esta clínica há 15 anos, e nenhum dos conselheiros que me trataram conseguiu curar minha depressão”, ele disse. “Comecei a me tratar com você, uma simples estagiária, e, em dois meses, me sinto mais feliz do que tenho me sentido em anos!”

De fato, a justificação pela fé pode ser a melhor terapia para nossa vida. O evangelho cura. E o melhor de tudo é que é de graça! Se Jesus for o seu terapeuta, você será o paciente mais feliz do mundo.

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[cv_toggle title=”Facebook de Deus – Domingo, 31 de janeiro” tags=””]

[disponivel em=”2016-01-31″ ate=”2016-12-31″ mensagem=”Disponível a partir de 31 de janeiro de 2016″]

O Senhor falava com Moisés face a face, como quem fala com seu amigo. Êxodo 33:11

Tempos atrás, abri uma conta no Facebook. Dias depois, mesmo eu não sendo nenhuma celebridade, havia 200 pedidos de amigos para que eu os adicionasse. Ocorre que eu tinha me cadastrado apenas para baixar um arquivo. Não pretendia investir tempo na rede social. Ao contrário deste hesitante facebooker, milhões são adeptos entusiasmados dessa ferramenta, lançada em 4 de fevereiro de 2004 e que atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos em 4 de outubro de 2012, ou seja, em pouco mais de oito anos!

Milênios antes de Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin criarem o Facebook, Deus havia criado o seu Facebook. Todos os usuários da rede social divina tinham acesso a ele. Porém, Moisés foi adicionado como amigo especial e podia falar com o Senhor face a face (em hebraico, panim el panim). Deus falava com os demais profetas por meio de sonhos e visões, mas com Moisés era diferente (Nm 12:6-8).

A palavra panim, traduzida como “face”, também significa “presença”, e Moisés tinha acesso direto à presença de Deus sem intermediários. Seu conhecimento era de primeira mão. O relato diz: “Assim que Moisés entrava [na tenda do encontro], a coluna de nuvem descia e ficava à entrada da tenda, enquanto o Senhor falava com Moisés […] face a face, como quem fala com seu amigo” (Êx 33:9-11). Imagine participar de um contato do tipo panim el panim Adonai, face a face com o Senhor!

Falar face a face é sinônimo de proximidade, amizade e transparência máxima. O encontro de Moisés com Deus era real, pessoal, em 3D, e não apenas um encontro indireto, virtual, bidimensional, como em uma comunicação por e-mail ou telefone. Certamente, Moisés e o Senhor aguardavam aqueles encontros com ansiedade. Note que, tão logo Moisés entrava na tenda, o símbolo da presença divina se manifestava. Isso mostra o interesse de Deus em falar com ele.

Se você tivesse a oportunidade de estar face a face com o Senhor, como reagiria? Em que isso mudaria sua vida? Saiba que Deus não quer um relacionamento a longa distância, mas um contato íntimo com você. Não quer apenas ser o Deus do santuário no Céu, mas o Senhor da tenda do encontro. Ainda que você não seja um Moisés, “a quem o Senhor conheceu face a face” (Dt 34:10), pode ter certeza de que, se buscar a face de Deus, ele o ouvirá e marcará um encontro com você. Diferentemente de mim, Deus adiciona como amigos aqueles que o buscam. Ele muda na hora o status dos usuários do seu Theobook.

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