Lição 6
29 de julho a 04 de agosto
A superioridade da promessa
“Se a herança depende da lei, já não depende de promessa. Deus, porém, concedeu-a gratuitamente a Abraão mediante promessa” (Gl 3:18).
Prévia da semana: Nossa salvação é fundamentada na nossa aceitação, pela fé, da justiça e redenção oferecidas por Cristo. A lei serve para ilustrar o caráter de Deus e refletir nossas próprias deficiências, levando-nos à única fonte de justiça.
Leitura adicional: Tiago 5:12; 1 João 2:5; Deuteronômio 23:23. Ellen G. White, Fé e Obras, p. 47; Patriarcas e Profetas, capítulo 11, “A Vocação de Abraão”
Domingo, 30 de julho
Promessas cumpridas

Em 1942, em meio à guerra, as coisas não estavam marchando como desejava o general Douglas MacArthur, comandante das Forças Armadas dos Estados Unidos no Oriente. Os japoneses haviam invadido as Filipinas em dezembro de 1941. As tropas americanas e filipinas, com um número reduzido de soldados e armamentos, foram forçadas a se retirar para Bataan e se viram cercadas.

MacArthur recebeu ordens para abandonar a ilha em que se encontrava e voar com a família para a Austrália. Porém, ele tinha esperança de reunir as tropas e retomar as Filipinas. Ficou profundamente desapontado ao encontrar bem menos aliados do que esperava. Isso frustrou seu plano. Então, ele fez um comunicado à imprensa: “Eu voltarei.”

MacArthur teve que repetir essa promessa por mais de dois anos enquanto a guerra prosseguia. Os soldados que haviam permanecido nas Filipinas foram capturados e aproximadamente 7 mil deles morreram.

Finalmente, em 20 de outubro de 1944, MacArthur retornou com suas forças invasoras. Logo ao chegar, fez um anúncio no rádio: “Povo das Filipinas, voltei!”*

Nem todas as promessas se cumprem. Na verdade, muitas promessas já foram quebradas. Então, como os homens de MacArthur podiam ter certeza do retorno de seu comandante? A maioria daqueles homens sabia que o general MacArthur cumpriria sua promessa porque o conheciam.

Deus fez uma promessa a Abraão: “Farei com que os seus descendentes sejam tão numerosos como as estrelas do céu ou os grãos de areia da praia do mar. […] Por meio dos seus descendentes Eu abençoarei todas as nações do mundo, pois você fez o que Eu mandei” (Gn 22:17, 18, NTLH). Em Gálatas 3, Paulo declarou que a promessa feita a Abraão foi cumprida em Cristo, e que os que creem nEle são filhos de Abraão.

Se conhecemos Deus intimamente, jamais duvidaremos de que Suas promessas se cumprirão. Confiamos em Sua fidelidade no passado, e podemos confiar em Sua fidelidade no futuro. Acima de tudo, podemos crer que a promessa que Ele fez a Abraão continua válida. Nossa herança como filhos de Abraão está assegurada em Cristo porque foi Deus quem nos prometeu.

* http://www.history.com/this-day-in-history/macarthur-leaves-corregidor, acessado em 17 de abril de 2016.

Jolene Sharp | Nashville, Tennessee, EUA

Mãos à Bíblia

1. De acordo com Gálatas 3:15-18, qual é o objetivo da analogia de Paulo entre o testamento de uma pessoa e a aliança de Deus com Abraão?

Uma aliança e um testamento geralmente são diferentes. A tradução grega do Antigo Testamento, a Septuaginta, nunca traduz a aliança de Deus com Abraão com a palavra grega usada para os acordos mútuos ou contratos (syntheke). Em vez disso, ela traz a palavra para testamento ou vontade final (diatheke). Por quê? Provavelmente, porque os tradutores reconhecessem que a aliança de Deus com Abraão não era um tratado entre dois indivíduos, em que são feitas promessas mutuamente obrigatórias. Nenhum “se”, “e” ou “mas” foi acrescentado. Abraão devia simplesmente confiar na Palavra de Deus.

Segunda-feira, 31 de julho
Ratificada, selada e prometida

A palavra hebraica para “aliança” é berit, que significa “tratado” ou “pacto”. Animais eram mortos e usados para selar o acordo entre as partes. Assim, berit era sinônimo de derramamento de sangue.1

Na Bíblia, há dois tipos de aliança: condicional e incondicional. Se ambas as partes tivessem que fazer algo relacionado à aliança, ela era considerada condicional. Se apenas uma das partes tivesse que cumprir o acordo, era uma aliança incondicional.2 Quando Deus chamou Abraão para sair de sua terra natal (Gn 12), aquela foi uma promessa condicional. Se Abraão obedecesse, Deus o abençoaria. Já a promessa divina de enviar o Messias através da linhagem de Davi foi uma aliança incondicional. Deus cumpriria Sua promessa independentemente de Davi.

Os dez mandamentos são identificados como “as tábuas da aliança”.3 A lei de Deus está relacionada com a aliança feita com o povo de Israel. As duas coisas não são opostas. Essa aliança incondicional que Deus fez com Seu povo precisava ser selada com derramamento de sangue. Por Sua morte, Cristo selou a aliança e cumpriu a parte divina do acordo.

“E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3:29). Portanto, temos direito às bênçãos da aliança divina. A fé que nos liga a Cristo e nos torna justos diante de Deus, também nos torna herdeiros da aliança eterna.

1. “Brit–Covenant”, http://www.hebrew4christians.com/Glossary/Word_of_the_Week/Archived/Brit/brit.html, acessado em 12 de maio de 2016.

2. “What Are the Different Covenants in the Bible?” http://www.compellingtruth.org/covenants-in-the-Bible.html, acessado em 12 de maio de 2016.

3. “Brit–Covenant,” http://www.hebrew4christians.com/Glossary/Word_of_the_Week/Archived/Brit/brit.html.

Kristi Rich | Wenatchee, Washington, EUA

Mãos à Bíblia

2. Visto que a salvação é pela fé, e não pelas obras da lei, Paulo quis dizer que a fé anula a lei? Compare Rm 3:31 com Rm 7:7, 12; 8:3; e Mt 5:17-20.

O raciocínio de Paulo em Romanos 3 se assemelha à sua argumentação sobre fé e lei em Gálatas. Sentindo que seus comentários poderiam levar alguns a concluir que ele estivesse exaltando a fé em detrimento da lei, Paulo fez a pergunta retórica: “Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei”. A palavra traduzida como “anulamos” em Romanos 3:31 é katargeo. Paulo a usou com frequência; ela pode ser traduzida como “anular” (Rm 3:3), “abolir” (Ef 2:15), “desfazer” (Rm 6:6, ARC), ou mesmo destruir (1Co 6:13). Claramente, se Paulo quisesse apoiar a ideia de que a lei foi de alguma forma abolida na cruz, como algumas pessoas hoje afirmam que ele ensinou, essa teria sido a oportunidade. Mas Paulo não apenas negou essa opinião com um enfático “não”, mas afirmou que seu evangelho “confirma” a lei!

Terça-feira, 01 de agosto
Pela fé, não pelas obras

O propósito da lei (Rm 3:20; 4:15; 5:20). Quando não compreendemos o propósito da lei de Deus, não temos consciência do que significa transgredi-la. Deus escreveu Sua lei para nos proteger. Ela funciona como um sistema de advertência que nos acusa quando pecamos, e o Espírito Santo desperta em nós o desejo por um Salvador que possa nos perdoar. Paulo explicou isso em Romanos 3:20: “Pela lei vem o pleno conhecimento do pecado” (ARA). Paulo não disse que a lei, de alguma forma, provê salvação para nós. Em Romanos 4:15, ele declarou que a consequência da transgressão da lei é a ira de Deus, confirmando novamente que “onde não há lei, também não há transgressão” (ARA).

Se a lei fosse a única coisa que Deus tivesse feito para nós, estaríamos perdidos, mas felizmente ela faz parte de um sistema duplo, a segunda parte do qual tem a ver com a fé e com a graça salvadora de Cristo. Paulo enfatizou que o propósito da lei é revelar o pecado e que a graça divina, por meio do sacrifício de Cristo, é a única coisa que pode redimir o pecador: “A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça” (Rm 5:20). A graça e a fé exercem papel fundamental em nossa vida quando decidimos seguir a Cristo.

Salvação prometida (Gn 15:6; 22:17, 18). A Bíblia declara que Deus deseja que todos se salvem, que recebam a vida eterna e não sejam condenados à segunda morte. Em Gênesis 22, Deus prometeu a Abraão: “Sua descendência conquistará as cidades dos que lhe forem inimigos e, por meio dela, todos povos da Terra serão abençoados, porque você Me obedeceu” (Gn 22:17, 18). Aqueles que aceitam essa promessa receberão, um dia, a vitória sobre seus inimigos e desfrutarão a eternidade ao lado de Jesus Cristo, Aquele que lhes concedeu o livramento. A promessa não é alcançada mediante a guarda da lei nem por qualquer outro meio. O Senhor nos apresenta essa promessa e espera que a reivindiquemos, não por um ato meritório, nem pela guarda da lei, mas simplesmente pela fé nos méritos de Jesus. “Levando-o para fora da tenda, disse-lhe: ‘Olhe para o céu e conte as estrelas, se é que pode contá-las’. E prosseguiu: ‘Assim será a sua descendência’. Abrão creu no Senhor, e isso lhe foi creditado como justiça” (Gn 15:5, 6). Crer em Jesus parece algo simples, mas requer fé e confiança no que Ele fez e pode fazer pela humanidade perdida.

Fé em Jesus (Gl 2:16). Crer na promessa divina de salvação faz toda a diferença entre a vida e a morte. Porém, o fato de que a redenção não exige o cumprimento de uma lista de itens, como a guarda da lei, torna esse conceito mais difícil de compreender. Procurando desfazer o mal-entendido a respeito do assunto, Paulo escreveu: “Sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e sim mediante a fé em Cristo Jesus, também temos crido em Cristo Jesus, para que fôssemos justificados pela fé em Cristo e não por obras da lei, pois, por obras da lei, ninguém será justificado” (Gl 2:16, ARA). Nossos esforços empregados para cumprir a lei divina não têm valor algum para a salvação, porque, como já dissemos, o propósito da lei é somente revelar o pecado. Quando deixamos de buscar a salvação pelos nossos próprios méritos e permitimos que o Espírito nos guie, entramos num relacionamento eterno com Jesus Cristo e somos salvos pelos Seus méritos.

Confiança em nosso imutável Senhor (Gn 9:11-17; Mt 5:17, 18). Deus muda Sua palavra? Muda Sua lei? Paulo afirmou claramente que não. O que muda, muitas vezes, de maneira imprevisível, são nossas expectativas. No livro de Mateus, encontramos algumas passagens que desfazem o errôneo conceito de que Jesus veio para abolir ou mudar a lei de Deus: “Não pensem que vim abolir a lei ou os profetas; não vim abolir, mas cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e Terra, de forma alguma desaparecerá da lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra” (Mt 5:17, 18).

A promessa feita a Abraão também se aplica a nós, e o mesmo é verdade em relação à promessa de Gênesis 9: “Vou colocar o Meu arco nas nuvens. O arco-íris será o sinal da aliança que estou fazendo com o mundo. […] Não haverá outro dilúvio para destruir todos os seres vivos. Quando o arco-íris aparecer nas nuvens […] lembrarei da aliança que fiz para sempre com todos os seres vivos que há no mundo” (Gn 9:13, 15, 16, NTLH). Quando Deus fez essa promessa a Noé, Ele a selou com um sinal visível, o arco-íris, para testemunhar a todas as gerações que Ele é imutável. O arco-íris é uma representação da segura Palavra de Deus. Deus pede que tenhamos fé nEle, que creiamos nEle e reivindiquemos Suas promessas.

Jeremy Vetter | Moscow, Idaho, EUA

Mãos à Bíblia

3. Em Gálatas 3:19-29 Paulo fez várias referências à “lei”. A qual lei ele se referiu principalmente? Assinale a alternativa correta:

A.( ) À lei cerimonial.

B.( ) Às leis de saúde.

C.( ) À lei moral, ou os Dez Mandamentos.

4. Por que a lei foi acrescentada? A que ela foi acrescentada, e por quê? Compare Gálatas 3:19 com Romanos 5:13, 20. Assinale a alternativa correta:

A.( ) Porque a lei livraria Israel dos seus muitos pecados.

B.( ) Porque Deus não ficou satisfeito em criar o ser humano sem lei.

C.( ) Porque Deus queria que Seu povo visse claramente seus pecados e retornasse aos Seus caminhos.

Paulo não disse que a lei foi acrescentada à aliança de Deus com Abraão, como se fosse uma espécie de adendo que alterasse as cláusulas originais de um testamento. A lei já existia muito tempo antes do Sinai (veja a lição de amanhã). Paulo quis dizer, ao contrário, que a lei foi dada a Israel para um propósito totalmente diferente. Ela devia dirigir o povo de volta a Deus e à graça que Ele oferece a todos os que vão a Ele pela fé. A lei revela nossa condição pecaminosa e nossa necessidade da graça de Deus. A lei não foi destinada a ser uma espécie de programa para “conseguir” a salvação. Ao contrário, ela foi dada, diz Paulo, “para que a transgressão fosse ressaltada” (Rm 5:20), ou seja, para nos mostrar mais claramente o pecado em nossa vida (Rm 7:13).

Pense Nisto
Conhecendo a natureza humana, o que é mais difícil: obedecer a lei divina ou depositar fé na graça de Cristo? Se a lei tem o objetivo de mostrar o pecado, e Deus nunca muda, é possível então que as definições de pecado mudem?
Quarta-feira, 02 de agosto
A lei e o caráter de Deus

“Embora essa aliança tivesse sido feita com Adão e renovada a Abraão, não poderia ser ratificada antes da morte de Cristo. Havia existido pela promessa de Deus desde que se fez a primeira declaração de redenção. Foi aceita pela fé; contudo, ao ser ratificada por Cristo, é chamada de “nova aliança”. A lei de Deus foi a base dessa aliança, que era simplesmente uma medida para levar os seres humanos de novo à harmonia com a vontade divina, colocando-os onde poderiam obedecer à lei de Deus.

“Outra aliança, chamada nas Escrituras de “antiga” aliança, foi firmado entre Deus e Israel no Sinai, e foi ratificada pelo sangue de um sacrifício. A aliança abraâmica foi ratificada pelo sangue de Cristo e é chamada de “segunda” ou “nova” aliança, porque o sangue pelo qual ela foi selada foi derramado depois do sangue da primeira aliança. […]

“Mas, se a aliança abraâmica trazia a promessa da redenção, por que foi feita outra aliança no Sinai? Durante o cativeiro, os israelitas tinham perdido, em grande parte, o conhecimento de Deus e dos princípios da aliança feita com Abraão. Libertando-os do Egito, Deus procurou revelar-lhes Seu poder e misericórdia, a fim de que fossem levados a amá-Lo e confiar nEle. […]

“[Eles] não tinham uma concepção verdadeira da santidade de Deus, da excessiva pecaminosidade de seu próprio coração, de sua completa incapacidade para, por si mesmos, prestar obediência à lei de Deus, e de sua necessidade de um Salvador.”1

“A lei de Deus é uma transcrição de Seu caráter. […]

“Cristo veio para vindicar os sagrados reclamos da lei. Veio para viver em obediência a seus requisitos, provando assim a falsidade das acusações feitas por Satanás, de que era impossível ao homem guardar a lei de Deus. […] Sua vida testifica de que também a nós é possível obedecer à lei de Deus.”2

1. Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 370, 371.

2. ____________ , Testemunhos Para a Igreja, v. 8, p. 207, 208.

Laura Vetter | Moscow, Idaho, EUA

Mãos à Bíblia

5. A declaração de que a lei foi adicionada no Monte Sinai significa que ela não existia antes? Se já existia, qual era a diferença entre os períodos anterior e posterior ao Sinai? Gn 9:5, 6; 18:19; 26:5; 39:7-10; Êx 16:22-26

6. O que Paulo quis dizer quando afirmou que a lei foi adicionada “até que viesse o Descendente a quem se fez a promessa”? Gl 3:16-19

Muitos têm entendido que esse texto queria dizer que a lei dada no Monte Sinai era temporária, então, teria sido anulada quando Cristo veio. Essa interpretação, porém, contradiz o que Paulo disse sobre a lei em Romanos, bem como em outras passagens da Bíblia, como Mateus 5:17-19.

O que Paulo disse foi que Cristo pôde fazer o que a lei jamais poderia ter feito: prover o verdadeiro remédio para o pecado, ou seja, justificar os pecadores e, pelo Seu Espírito, cumprir Sua lei neles (Rm 8:3, 4).

Quinta-feira, 03 de agosto
A promessa divina ainda é válida

Promessas e leis parecem dois conceitos contraditórios. Como essas duas coisas poderiam se relacionar? Muitas vezes, pela dificuldade que temos em distinguir promessas humanas das promessas divinas, enfatizamos mais a lei – regras do cristianismo sobre o que devemos e o que não devemos fazer. A lei é confiável, segura; as promessas, não.

No entanto, o fato de que o povo de Israel passou 430 anos no cativeiro egípcio até que recebeu as tábuas da lei no Sinai, mostra que as promessas de Deus são confiáveis.

Na verdade, Paulo escreveu: “Deus fez uma aliança com Abraão e prometeu cumpri-la. A lei, que foi dada quatrocentos e trinta anos depois, não pode quebrar aquela aliança, nem anular a promessa de Deus” (Gl 3:17, NTLH).

Então, como explicar aos outros que a promessa divina nos leva à lei e a lei nos remete de volta à promessa? Por meio de duas coisas:

Relembrando que o arco-íris é uma prova confiável das promessas divinas. “Deus não é homem, pois não mente. […] Ele faz o que promete” (Nm 23:19, A Bíblia Viva). Podemos crer que Deus cumprirá o que prometeu, e nada pode mudar isso – nem mesmo a lei.

Usando o teste de fé aplicado a Abraão como exemplo da relação entre a promessa e a lei (Gn 22). “A promessa de Deus a Abraão prevaleceu sobre a tarefa que Ele ordenou que Abraão realizasse, o que ilustra o poder que a promessa tinha e ainda tem. A lei não pode dar vida, mas a promessa pode (Gl 3:21, 22). Qualquer coisa que Deus nos peça para fazer – qualquer coisa que Sua lei proclame – não significará nada se Suas promessas não estiverem na frente.

“A lei parece incompatível com a aliança. Pode até dar a impressão de ter substituído a promessa da salvação pela fé por um plano de salvação pelas obras […].” Porém, “Se fosse possível alcançar a justiça pelas ‘obras da lei’, a promessa da aliança seria inútil.”*

* Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1062.

Mindi Vetter | Newman Lake, Washington, EUA

Mãos à Bíblia

7. Qual era a natureza dos encontros diretos de Abraão com Deus? Qual era o benefício dessa proximidade com Deus? Gn 15:1-6; 18:1-33; 22:1-18

Embora os detalhes dos comentários de Paulo em Gálatas 3:19, 20 sejam difíceis, seu raciocínio básico é claro: a lei é subordinada à promessa, porque ela foi dada por intermédio de anjos e de Moisés. A  promessa de Deus foi feita diretamente a Abraão (e, portanto, a todos os crentes), pois não havia necessidade de um mediador. Por mais importante que seja a lei, ela não substitui a promessa da salvação pela graça mediante a fé. Ao contrário, a lei nos ajuda a entender melhor quanto essa promessa é realmente maravilhosa!

Sexta-feira, 04 de agosto
Relacionamento ou gerenciamento de riscos?

Um contrato é algo estabelecido entre duas ou mais partes interessadas. As letras miúdas detalham as consequências de qualquer quebra de contrato. Um contrato é a mesma coisa que uma promessa? Não precisamos de um contrato escrito para as promessas feitas pelas pessoas que têm um relacionamento pessoal conosco. Confiamos nelas com base na convivência. Por isso, é tão doloroso quando alguém nos trai a confiança, pois o que torna o relacionamento singular é a confiança construída ao longo do tempo.

Paulo dirigiu sua indignação contra os que estavam tentando prender o coração livre dos novos cristãos com as correntes pesadas de um contrato rígido. Eles acreditavam que, se a pessoa obedecesse rigidamente à lei, obteria a vida eterna. O apóstolo lembrou-lhes de que a promessa divina feita a Abraão teve por base o relacionamento. A parte de Deus foi cumprir a promessa e guiar Abraão ao longo do caminho.

Qual foi a parte de Abraão? Acreditar em Deus sem necessitar de evidências materiais. Pela fé, o patriarca iniciou uma jornada que se estenderia por toda sua vida, ser ter nenhum conhecimento do lugar para onde estava indo (Hb 11:8). O fundamento de sua experiência foi seu relacionamento pessoal e íntimo com Deus.

O jovem rico que se aproximou de Jesus perguntou o que precisava fazer para obter a vida eterna. Ele mencionou corajosamente suas credenciais: havia guardado todos os mandamentos desde a sua juventude. Qual foi a resposta de Jesus? Pediu-lhe que renunciasse a todas as suas posses para se tornar um discípulo, e que exercesse fé em seguir o Filho de Deus. “Ele, porém, […] retirou-se triste, porque era dono de muitas propriedades” (Mc 10:22, ARA). Preferiu seguir um contrato tangível a correr o risco de dar um salto de fé.

Infelizmente, para ele os negócios e os contratos da vida eram mais importantes do que o relacionamento com Deus e a fé em Suas promessas.

Laura Gang | Nashville, Tennessee, EUA

Pense Nisto
Você se sente mais motivado pelas coisas que Deus pode lhe proporcionar (um novo emprego, um carro, etc.), do que pelo relacionamento com Ele e por Suas promessas de vida eterna?
Mãos à obra
Escreva um pequeno texto sobre como as pessoas são estimuladas a quebrar suas promessas. Compare essa tendência com as instruções dadas por Deus sobre o dever de cumprirmos nossas promessas e nossa palavra. De que modo podemos relacionar o hino “Firme nas Promessas” (HASD, 274) com a lição desta semana? Discuta com sua classe sobre a importância de cumprir o que prometemos. Reflita sobre ocasiões em que seus pais, ou pessoas de seu círculo íntimo lhe fizeram promessas e não cumpriram. Como você se sentiu? E quando cumpriram suas promessas, como você reagiu? Observe os aspectos da natureza que testificam que as promessas de Deus são confiáveis.