Copie Filipenses 2:1-11 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Filipenses 2:5-11. Você também pode reescrever as passagens com suas próprias palavras ou fazer um esboço do texto.
1. Leia Filipenses 2:5-11. Como esses versos revelam a essência do pensamento de Cristo e o padrão que governava Sua vida?
A essência do pensamento de Jesus era o amor abnegado. Segui-Lo significa amar como Ele amou e servir como Ele serviu. Permitir que Cristo, por meio de Seu Espírito Santo, nos esvazie de ambições egoístas, nos custará algo. Custou tudo para Ele.
Hebreus 4:15 declara: “[...] pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecerse das nossas fraquezas, mas sim Alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado”. Algumas pessoas acreditam que Jesus foi literalmente tentado em todas as coisas que cada ser humano é tentado.
Bem, Cristo foi tentado em áreas e coisas semelhantes a nós, mas não “totalmente iguais” às que temos hoje. Por sua vez, outras pessoas afirmam que Jesus foi tentado à Sua maneira particular, e, apesar de ter obtido vitória, isso não traz nenhuma vantagem para nós.
A primeira ideia transforma Jesus em um ser humano anacrônico, enquanto a segunda empurra-O para um mundo etéreo como um personagem histórico sem nenhum benefício para os pecadores.
Filipenses 2 apresenta a resposta para essa tensão. Quando Paulo escreveu sobre a abnegação e humildade de Cristo, ele estava tratando de um problema interno da igreja de Filipos. Ele disse: “Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (v. 5). Jesus era plenamente divino, mas Se humilhou tornando-Se também humano, e sofrendo a mais degradante morte em favor da humanidade caída. Paulo enfatizou que Cristo sofreu a “morte de cruz” (v. 8), o pior tipo de execução para os criminosos condenados.
Cristo, como nós, passou por todo tipo de tentação, mas de modo diferente porque Ele é um Ser divino-humano. Quando somos tentados a ser intemperantes, temos que decidir se vamos ou não comer “além do limite” tudo que está à nossa frente. Quando Jesus foi tentado, Ele teve que decidir se usaria ou não Seu poder divino para vencer. Essa é apenas uma maneira linear de pensar sobre o assunto. Talvez Ele tenha sido tentado a eliminar os hormônios da fome em Seu corpo, ou quem sabe reorientar o planeta para que o desejo de consumo fosse superado. Quem pode compreender toda a dimensão do que está envolvido numa tentação experimentada pela Divindade?
Cristo foi tentado a usar Seu poder divino em favor de Si mesmo. Mas Ele venceu! Por isso, “Deus O exaltou à mais alta posição e Lhe deu o nome que está acima de todo nome” (v. 9). Como discípulos de Cristo precisamos seguir Seu exemplo de humildade e abnegação.
2. Leia Mateus 4:18 a 20. Por que Pedro e João estavam dispostos a assumir um compromisso tão radical de seguir a Cristo? O que indica que Jesus os estava chamando para um propósito maior do que apenas pescar peixes?
3. Leia Mateus 9:9. Considere o chamado de Mateus, cobrador de impostos. Por que esse texto é digno de nota?
Os cobradores de impostos no mundo romano, muitas vezes, extorquiam e usavam seu poder para oprimir as pessoas. Eles eram algumas das personalidades mais odiadas e desprezadas em Israel. O convite de Cristo, “Segue-Me”, pressupõe que Mateus tivesse ouvido falar de Jesus e desejava segui-Lo
O estudo deste trimestre tem analisado diversos ângulos do discipulado. Vários elementos estão envolvidos em seguir a Cristo, desde as práticas dos discípulos até o Ciclo de Crescimento do discipulado. Mas a atitude mais importante que torna o discipulado real e autêntico é encontrada no exemplo de vida humilde e abnegada de Cristo. O papel da abnegação no discipulado é enfatizado em Lucas 14. A expressão “não pode ser Meu discípulo” aparece três vezes. Apesar de Jesus chamar cada um de nós para ser Seu discípulo, esse capítulo parece dizer justamente o contrário, mostrando como não ser um seguidor de Cristo.
A primeira ocorrência é encontrada no verso 26, em que Cristo disse: “Se alguém vem a Mim e ama seu pai, sua mãe, sua mulher, seus filhos, seus irmãos e irmãs, e até sua própria vida mais do que a Mim, não pode ser Meu discípulo”. À primeira vista, isso parece duro e radical. Na maioria das culturas, o relacionamento com pais, cônjuge, irmãos e familiares é fundamental. Mas seguir a Jesus não é apenas um anexo à vida, é uma completa reavaliação e transformação dela. Os relacionamentos são reorganizados de tal maneira que Cristo passa a ocupar o centro, e todos os demais relacionamentos se originam Nele e se sustentam por meio Dele.
É preciso entregar e subjugar todo o nosso ser a Cristo como nosso Mestre. Ele disse: “Aquele que não carrega sua cruz e não Me segue não pode ser Meu discípulo” (v. 27). Em Lucas 9:23, Jesus declarou:
“Se alguém quiser acompanhar-Me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-Me.” Ele estava conclamando Seus discípulos para se disporem a morrer, não apenas fisicamente, mas também morrer para si mesmos e viver por Cristo. Isso não pode ser feito pela força humana. Jesus mencionou a necessidade de calcular o custo antes de aceitar o chamado (v. 28-32).
“Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser Meu discípulo (v. 33). O chamado de Cristo ao discipulado é radical: Ele pede nossos relacionamentos, a dedicação total de nossa vida e o que possuímos. Isso inclui tudo o que faz parte da identidade humana: quem conhecemos, quem somos e o que temos. Deus deseja que tudo seja ajustado para Ele com o objetivo de desenvolvermos o discipulado completamente.
4. Leia Atos 9:3-6, 10-20. O que esses versos revelam sobre o propósito de Jesus para a vida de Paulo? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Jesus lhe apareceu no caminho para Damasco e o conduziu para a missão.
B. ( ) Cristo ordenou que Paulo matasse os perseguidores de cristãos.
5. Compare Atos 28:28-31 e 2 Timóteo 4:5-8. Quais são os indícios de que Paulo nunca hesitou em dar a vida a Cristo no ministério de ganhar pessoas?
Enquanto estava em prisão domiciliar em Roma, Paulo afirmou que a “salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão!” (At 28:28). Ele recebia todos os que o visitavam e pregava a Palavra a eles (At 28:30, 31).
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto-chave (Fp 2:1-11) da lição desta semana:
- Gálatas 2:20
- Lucas 9:23, 24
- Lucas 17:33
- 2 Timóteo 3:1-5
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Filipenses 2:1-11?
6. Leia João 21:15-19. Que pergunta Jesus fez a Pedro três vezes e qual foi a resposta dele? Por que Jesus lhe fez essa pergunta específica três vezes?
7. Leia João 21:15-19. O que Jesus mandou Pedro fazer? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Apascentar Suas ovelhas.
B. ( ) Cuidar de sua sogra.
O amor divino é ativo, não passivo. É mais do que um sentimento caloroso, mais do que uma boa ideia. Envolve compromisso e nos instiga a agir. Leva-nos a evangelizar perdidos em desespero. Quando Jesus disse a Pedro: “Apascenta Minhas ovelhas”, deu uma ordem e uma garantia reconfortante. O Mestre exigiu uma resposta ao amor e encorajou Pedro ao dizer que ainda tinha uma obra para ele realizar, apesar de sua ação vergonhosa quando Jesus havia sido preso.
Em Lucas 22, estão registrados os acontecimentos da noite que antecedeu a crucifixão de Cristo. No jardim do Getsêmani, Jesus orou: “Pai, se queres, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja feita a Minha vontade, mas a Tua” (v. 42). Lucas, que era médico, foi o único escritor dos evangelhos a relatar que Jesus derramou suor como gotas de sangue durante aqueles momentos de agonia (v. 44). Qual foi o motivo desse nível de estresse?
Não era o medo da morte física, mas a angústia de Se ver separado do Pai. Por isso, Jesus orou novamente: “Meu Pai, se não for possível afastar de Mim este cálice sem que Eu o beba, faça-se a Tua vontade” (Mt 26:42). Havia também outra questão: se Ele iria ou não dar exemplo de abnegação doando Sua vida em favor da humanidade. Mas Cristo orou: “Não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres” e “faça-se a tua vontade”.
A tentação foi usar Seu poder divino para satisfazer um desejo egoísta. A resposta foi o silêncio do Céu. Esse é o desafio que temos diante de nós. Quando se trata de discipulado, há elementos dos quais o coração egoísta naturalmente se repelirá. Isso se deve a dificuldades de abnegação. Não somos chamados a morrer pela humanidade como Cristo, mas a negar a nós mesmos, a fim de participar da proclamação das boas-novas da salvação e levar muitos outros a colaborar na mesma missão.
8. Leia João 21:18, 19. O que Jesus disse a Pedro sobre o custo do discipulado? Por que Ele revelou algo tão assustador? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Que ele precisaria se esforçar para merecer o perdão e uma nova chance.
B. ( ) Que ele seria martirizado por amor de Cristo.
9. Leia 1 João 3:16-18. Qual foi a alternativa de João ao amor apenas como uma vaga abstração? Como João definiu o sacrifício supremo do amor?
Na eternidade, nada do que fazemos parecerá sacrifício. O investimento de tempo e esforço será recompensado. Que alegria é transformar o amor em ação!
"As igrejas estão definhando porque os seus talentos não foram empregados para difundir a luz” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 431).
“A fim de relacionar-Se com os desapontamentos, provas e sofrimentos dos seres humanos, Cristo desceu aos mais baixos abismos da dor e humilhação. Ele andou pelos caminhos que ordena aos Seus seguidores que trilhem. [...] Cristãos professos nem sempre desejam praticar a abnegação que o Salvador pede. Não se dispõem a sujeitar suas vontades e desejos para que possam ter mais para dar ao Senhor. [...]
“A todos vem a tentação de satisfazer desejos egoístas e extravagantes, mas lembremos que o Senhor da vida e da glória veio a este mundo para ensinar à humanidade lições de abnegação” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 381, 382).
“A Majestade do Céu, o Rei da glória, deixou Suas riquezas, esplendor, honra e glória, condescendendo em viver uma vida de humildade, pobreza e descrédito. Ele, ‘em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, sem Se importar com a vergonha’ (Hb 12:2, NAA). [...] A linguagem do meu coração é: ‘Permita-me participar dos sofrimentos de Cristo, para que possa finalmente participar de Sua glória’ [veja Rm 8:17].
“A verdade divina nunca foi popular no mundo. O coração natural é sempre avesso a ela. Graças a Deus por precisarmos renunciar ao amor do mundo, ao orgulho e a tudo o que tende à idolatria, a fim de sermos seguidores do Homem do Calvário. Aqueles que obedecem à verdade nunca serão honrados e amados pelo mundo. Dos lábios do divino Mestre, enquanto andava humildemente entre os homens, foram ouvidas as palavras: ‘Se alguém quer ser meu seguidor [discípulo], negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me’ (Mc 8:34, NVT). Sim, seguir Aquele que é nosso Exemplo. Procurava Ele pelo louvor e a honra dos homens? Não, nunca! Deveremos nós buscar honra e louvor dos mundanos?” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 490, 491).
“Aqui está uma importantíssima lição para o povo de Deus nestes dias – lição que muitos são lentos em aprender. Predomina no mundo o espírito de cobiça, de buscar a posição mais elevada e o salário mais alto. O antigo espírito de abnegação e sacrifício próprio raramente é encontrado. Mas esse é o único espírito que pode atuar em um verdadeiro seguidor de Jesus. Nosso divino Mestre nos deu o exemplo da maneira pela qual devemos trabalhar” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 176).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição. Por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.
Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- O que lhe vem à mente quando ouve a palavra “abnegação”?
- Qual é a diferença entre humildade e abnegação?
- Como o discipulado “pop” é diferente do discipulado bíblico?
- Quais seriam os resultados para o Universo se Deus usasse Seu poder divino por razões egoístas?
- Dos três chamados ao discipulado que discutimos, com qual você mais se identifica?