Copie Lucas 10:25-37 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Lucas 10:33-37. Você também pode reescrever as passagens com suas próprias palavras ou fazer um esboço do texto.
1. Leia Lucas 10:30-37. Qual foi a mensagem apresentada por Jesus com essa história? O que deve fazer parte de toda verdadeira educação cristã?
Fomos abençoados com uma abundância de luz e verdades doutrinárias. No entanto, por mais cruciais que sejam essas verdades, para que elas servem se não somos gentis com as pessoas, se demonstramos preconceito com os outros e se permitimos que as tendências culturais e sociais de nosso ambiente nos façam tratar os outros como inferiores?
A verdadeira educação cristã deve nos levar também a superar essas fraquezas e males humanos, e a ver os outros como Cristo os vê, como seres por quem Ele morreu, seres cujos pecados Ele suportou na cruz, seres pelos quais Ele pagou um preço infinito.
Um intérprete da lei perguntou a Jesus: “Quem é o meu próximo?” (Lc 10:29). O Salvador respondeu contando a parábola do bom samaritano. Nela encontramos o homem assaltado e ferido, o sacerdote e o levita que não pararam para ajudar, e o samaritano que o socorreu. Jesus perguntou ao intérprete: “Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?” (v. 36), e ele respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele” (v. 37). Mas a questão implícita que Cristo deseja levantar era: “Quem o sacerdote e o levita deveriam considerar próximo?”
Jesus contou essa parábola porque Ele sabia que os judeus repudiavam os samaritanos e estrangeiros. Contudo, a grande questão era como distinguir o próximo no meio de seu próprio povo (Israel). “Entre os judeus, essa questão provocava infindáveis discussões. Não tinham dúvidas quanto aos pagãos e samaritanos; esses eram estrangeiros e inimigos. Mas como fazer a distinção entre o povo de sua própria nação e entre as diferentes classes sociais? A quem deveriam os sacerdotes, os rabinos e os anciãos considerar seu próximo? Eles passavam a vida em uma série de cerimônias para se purificarem. Ensinavam que o contato com a multidão ignorante e descuidada causava contaminação, e que removê-la exigia tedioso esforço. Deveriam considerar os ‘imundos’ como seu próximo?” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 498).
Essa questão ainda permanece hoje, mesmo entre os que se consideram seguidores de Cristo. Quem é digno de participar das dádivas confiadas aos cristãos pela graça de Deus? Os personagens da parábola nos ensinam que nossa resposta à pergunta: “Quem é o meu próximo?”, revela se nossa religião é prática ou consiste somente em palavras hipócritas.
O objetivo da parábola contada por Jesus é mostrar a Seus seguidores as intenções e ações negativas de um coração egocêntrico, contrastando-o com o amor altruísta representado nas ações do bom samaritano. “O meio de desfazer as trevas é deixar que a luz entre. A melhor maneira de tratar com o erro é apresentar a verdade. É a manifestação do amor de Deus que torna evidente a deformidade e o pecado do coração centralizado em si mesmo” (ibid., p. 498). O sacerdote e o levita afirmavam ser seguidores do Senhor. No entanto, quando surgiu a oportunidade de colocar em prática a religião eles consideraram sua própria segurança e conveniência, em vez da condição crítica de um homem ferido por inimigos. Ao fazê-lo, as ações deles mostraram que amavam mais a si mesmos do que o próximo.
O egoísmo é a raiz de todos os males. É uma atitude completamente antagônica a tudo o que o Reino de Deus representa. Na verdadeira educação ensinada por Cristo essa atitude não pode existir. O objetivo da religião e da verdadeira educação é erradicar essa característica do cristão e substituí-la por um amor que “não procura seus interesses” (1Co 13:5).
2. Leia Mateus 5:14-16. De acordo com esse texto, como devemos viver? Sendo cristãos, o que fazemos afeta a maneira pela qual os outros veem a Deus?
Assentados na beira do Mar da Galiléia naquele dia, sob o sol quente, como o auditório de Jesus entendeu Suas palavras? Os que ouviram Suas palavras conheciam muito bem a luz e as trevas. Eles viviam sob ocupação romana, em uma sociedade militarizada que, apesar da falta de telefones, computadores e de internet, em muitos aspectos era tão eficiente quanto a nossa e, de certa forma, ainda mais aterrorizante. No entanto, ali estava Jesus, chamando-os a viver como luz; a ser misericordiosos, puros de coração, pacificadores.
"Na história do bom samaritano, Cristo ilustrou o que é a verdadeira religião. Mostrou que ela consiste não em teorias, credos ou ritos, mas na realização de atos de amor, em proporcionar aos outros o maior bem, por meio de genuína bondade” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as
Nações, p. 497). Por meio dessa parábola, Cristo nos ensina duas coisas: quem é nosso próximo e o que significa amá-lo como a nós mesmos.
Vários fatores tornaram aquele samaritano bom aos olhos de Jesus.
Ele viu, se aproximou e socorreu – Uma das distinções entre o samaritano, o sacerdote e o levita foi a maneira como agiram em relação ao homem ferido. A respeito do sacerdote, a Bíblia diz: “Quando viu o homem, passou pelo outro lado” (Lc 10:31). O levita igualmente viu, mas continuou seu caminho. A diferença é que o samaritano não apenas viu, mas parou para ver o que havia acontecido.
A atitude do samaritano está em contraste com a do sacerdote e do levita, que evitaram tomar conhecimento da necessidade do homem, deixando de ajudar alguém digno de compaixão. Um dos elementos-chave que distingue o samaritano é que ele viu o indivíduo ferido e não se afastou com repulsa. Da mesma forma, os verdadeiros seguidores de Cristo olham para as necessidades das pessoas feridas neste mundo de pecado, vão até elas e as tratam como filhos e filhas de Deus.
Compaixão desinteressada – A narrativa da parábola diz que quando o samaritano viu o homem que havia sido assaltado por ladrões, teve compaixão dele, cuidou de suas feridas, colocou-o sobre seu animal e o levou a uma hospedaria. É interessante observar o que o bom samaritano não fez. Ele não questionou se esse homem era judeu ou gentio. Não pensou o que aconteceria se os papéis fossem invertidos. Nem sequer considerou o fato de que, ao permanecer lá para ajudar o homem ferido, ele estava se colocando em situação de perigo.
Tudo o que ele considerou foi a necessidade e o sofrimento. Isso foi suficiente para prender sua atenção e ajudar uma pessoa necessitada. A religião que não se manifesta no amor altruísta pelos outros, mesmo à custa de inconvenientes pessoais ou prejuízos, não é a religião de Cristo.
“Com isso, a pergunta: ‘Quem é o meu próximo?’ (v. 29) ficou para sempre respondida. Cristo mostrou que nosso próximo não é simplesmente alguém de nossa igreja ou da mesma fé. Não tem que ver com distinção de etnia, cor de pele ou classe social. Nosso próximo é todo aquele que necessita de nosso auxílio; todo aquele que está ferido e machucado pelo adversário; todo aquele que é propriedade de Deus” (ibid., p. 503).
3. Leia Lucas 4:18-23. Qual é a mensagem de Cristo para todos nós, como Seus seguidores? Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Devemos realizar as obras de Cristo: evangelismo, ação social e cura.
B. ( ) Devemos aguardar que o Espírito Santo conclua a obra neste mundo.
Por três anos, os discípulos observaram Jesus praticando os ideais do reino, anunciados em Seu primeiro sermão na sinagoga de Nazaré. O perdão, a graça e o amor andavam de mãos dadas com a solidão, o comprometimento e as dificuldades. Se havia uma lição a ser aprendida, essa era a de que o discipulado não é algo que se leva de maneira leviana. Somos discípulos para toda a vida – não apenas por um dia. A educação cristã inclui o senso de missão, de propósito, não apenas para ganhar o sustento, mas para fazer, em nossa esfera, o que Jesus nos chama a fazer: imitá-Lo ao ministrar aos necessitados e compartilhar com eles as boas-novas do evangelho.
Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Lc 10:25-37) da lição desta semana:
- 1 Coríntios 13
- Colossenses 3:12-15
- Efésios 5:25-30
Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com altruísmo e abnegação?
Deus Se revela em cada aspecto da criação, do menor átomo até a maior das galáxias. Tudo testemunha Seu grande poder, sabedoria e amor. Mas foi Cristo quem estendeu os céus e estabeleceu os fundamentos da Terra: “No princípio era Aquele que é a Palavra. Ele estava com Deus, e era Deus. Ele estava com Deus no princípio. Todas as coisas foram feitas por intermédio Dele; sem Ele, nada do que existe teria sido feito” (Jo 1:1-3).
Mesmo após o pecado ter desfigurado a imagem de Deus em Suas criaturas, o amor divino não mudou. A natureza ainda revela o amor altruísta do Seu Criador. A chuva que cai sobre as montanhas não é retida, mas passa pelos vales como vibrantes correntezas de água que abençoam plantas e animais. As flores exalam seu perfume; as árvores oferecem alimento e abrigo; os pássaros entoam canções para os ouvintes desfrutarem. Contudo, as pessoas que não têm Deus em sua vida continuam com um coração egoísta.
Ainda assim, de maneira amorosa, Deus continua enviando Seus anjos para cuidar da humanidade caída. Com zelo e paciência eles nos ajudam a confiar na proteção divina e a manter comunhão com o Criador. Contudo, a maior expressão do amor divino foi a encarnação de Jesus, o Emanuel, Deus conosco. “Por Sua vida e morte, Cristo realizou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. O objetivo de Satanás era causar uma eterna separação entre a humanidade e Deus. Entretanto, em Cristo ficamos em união mais íntima com Ele do que se nunca tivéssemos pecado. Ao assumir nossa natureza, o Salvador Se ligou à humanidade por um laço que jamais se romperá. Ele estará ligado a nós por toda a eternidade. […] Deus deu Seu Filho unigênito para que Se tornasse membro da família humana, mantendo para sempre Sua natureza humana (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 25).
Falando a respeito do amor de Deus por nós, João nos convida a entendê-lo e contemplá-lo: “Vejam como é grande o amor que o Pai nos concedeu: que fôssemos chamados filhos de Deus, o que de fato somos” (1Jo 3:1). É impossível compreender como Deus pode estar disposto a adotar um povo que é tão diferente Dele. “O Eu Sou é o Mediador entre Deus e a humanidade, colocando a mão sobre ambos. Aquele que é ‘santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores’ (Hb 7:26) ‘não Se envergonha de lhes chamar irmãos’ (Hb 2:11). Em Cristo, estão ligadas a família da Terra e a do Céu. Cristo glorificado é nosso Irmão. O Céu está abrigado na humanidade, e ela, envolvida no coração do Amor infinito” (ibid., p. 25, 26).
Deus Se dispôs a nos dar Seu Filho a fim de que, pelo sacrifício Dele, a humanidade caída pudesse ser adotada pelo Céu. Para isso, uma das três Pessoas da Divindade precisou ser tornar humana. Isso é amor altruísta!
5. Leia 1 Tessalonicenses 2:6-8. Segundo Paulo, como podemos e devemos refletir essa mensagem em nossas escolas e igrejas?
Confrontados com o colapso da comunidade na sociedade, vivemos em uma época em que o entendimento bíblico de igreja nunca foi tão significativo. A visão do Novo Testamento acerca do que é igreja e comunidade se formou principalmente nos lares dos cristãos. Ali, a comunidade se reunia em pequenos grupos, orando, cantando, celebrando a Ceia do Senhor, aprendendo e compartilhando as palavras de Jesus. Esses grupos de adoração também se tornaram as primeiras escolas da igreja, uma vez que nesses lugares os novos membros eram apresentados à Bíblia e a essa nova vida em Cristo.
"Por meio de Sua humanidade, Cristo esteve em contato com os seres humanos; por Sua divindade, Ele Se firma no trono de Deus. Como Filho do Homem, deu-nos exemplo de obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer. Foi Cristo que, da sarça no monte Horebe, falou a Moisés, dizendo: ‘Eu Sou o que Sou. […] Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros’ (Êx 3:14). Foi essa a garantia da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio ‘em semelhança de homens’ (Fp 2:7), declarou ser o Eu Sou. A Criança de Belém, o manso e humilde Salvador, é Deus ‘manifestado na carne’ (1Tm 3:16). [Cristo] é a certeza de nossa libertação do pecado, a segurança de nosso poder para obedecer à lei do Céu.
“Ao Se rebaixar para assumir a condição humana, Cristo revelou um caráter oposto ao de Satanás. Contudo, desceu ainda mais baixo na escala de humilhação. ‘Reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz’ (Fp 2:7, 8). Como o sumo sacerdote deixava suas suntuosas vestes e oficiava com o vestuário de linho branco do sacerdote comum, assim Cristo tomou a forma de servo e ofereceu sacrifício, sendo Ele mesmo o sacerdote e a vítima.
“Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que era nossa, para que recebêssemos a vida que era Dele.
“Por Sua vida e morte, Cristo realizou ainda mais do que a restauração da ruína produzida pelo pecado. Para assegurar Seu imutável conselho de paz, Deus deu Seu Filho unigênito para que Se tornasse membro da família humana, mantendo para sempre Sua natureza humana. Essa é a garantia de que Deus cumprirá Sua palavra.
“‘Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu; o governo está sobre os Seus ombros’ (Is 9:6). Deus assumiu a natureza humana na pessoa de Seu Filho e a levou ao mais alto Céu. É o ‘Filho do Homem’ que partilha do trono do Universo. É o ‘Filho do Homem’, cujo nome será ‘Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz’ (Is 9:6). O Eu Sou é o Mediador entre Deus e a humanidade, colocando a mão sobre ambos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 24-26).
DISCUSSÃO
Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.
Perguntas sugestivas para ser discutidas:
- Quais são as coisas às quais geralmente as pessoas se apegam de maneira egoísta?
- Algumas formas de egoísmo, muitas vezes, se manifestam como se fosse altruísmo, mas não são. Cite alguns exemplos.
- O amor altruísta deve fazer parte do desenvolvimento do caráter e da espiritualidade do cristão?
- Existe alguém que você precisa servir e amar como seu próximo?
- Como podemos motivar mais pessoas a se tornarem “bons samaritanos”?
- Por que a encarnação de Cristo está ligada a uma educação cujo objetivo é o serviço?