Lição 1
27 de junho a 03 de julho
Os Instrumentos do Discipulado
Prévia da semana: O desafio Cada geração tem dado ênfase a diferentes aspectos do cristianismo. Em algumas épocas a doutrina foi mais destacada; em outras, a espiritualidade prática. Alguns cristãos definiram a igreja em termos de instituição hierárquica, outros reagiram a esse conceito e buscaram sistemas mais descentralizados. Houve quem expressasse a fé por meio de sofrimento e martírio, enquanto muitos têm a fé propagada e fortalecida em meio ao conforto da tecnologia atual. Em alguns períodos, os cristãos buscaram atuar como as mãos de Cristo, servindo aos pobres e necessitados; em outros, foram levados a se tornar os pés de Cristo, entrando em territórios nos quais a igreja não tinha ousado se aventurar antes. Seja usando uma camiseta que nos identifique como cristãos, ou nos manifestando através de slogans e da mídia, cada geração tem utilizado maneiras criativas de expressar a fé. Embora toda essa movimentação de tendências e ideias seja inevitável, encontrar a essência da fé é o maior desafio de cada cristão. Independentemente das tendências de cada época, seja enfatizando a lealdade institucional ou a espiritualidade individual, todo cristão precisa seguir Jesus pessoalmente, tornar-se Seu discípulo e descobrir o que o discipulado significa em sua vida. Essa interação é fundamental entre Cristo e o cristão, entre os cristãos como membros do corpo de Cristo e dentro da igreja como instituição. A ordem para fazer discípulos, transmitida ao longo de quase dois mil anos, tem mantido vivo o comissionamento de Cristo e possibilitado que o evangelho seja levado de uma geração à outra. É nesse contexto de discipulado que os ensinos de Jesus, a vivência da igreja, o estilo de vida cristão e a expansão missionária do evangelho estão situados e são fortalecidos.
Leitura adicional: Mateus 28:16-20
Domingo, 28 de junho

Copie Mateus 28:16-20 na versão bíblica de sua preferência. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do texto.

Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou (Mt 28:16-20) e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas. - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes. - Desenhe setas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas. - Escolha um verso favorito do texto-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.
Segunda-feira, 29 de junho
Inspiração “verbal”

No fim do Evangelho de Mateus, Jesus apresenta a Grande Comissão (Mt 28:18-20) reivindicando Sua autoridade no Céu e na Terra. O poder é prometido e a promessa é poderosa. Todos que se tornam Seus discípulos não são deixados sozinhos até o fim dos tempos.

O texto bíblico contém alguns verbos que têm inspirado os pregadores. Ações como ir, fazer discípulos, batizar e ensinar abrangem os elementos mais importantes do ministério cristão. Nesses quatro verbos, nosso Comandante, Jesus Cristo, que recebeu toda a autoridade no Céu e na Terra, apresenta as diretrizes fundamentais para Seu exército. 

À primeira vista, ir, fazer discípulos, batizar e ensinar são quatro ações distintas. Mas, na verdade, apenas um desses é o verbo principal da Grande Comissão e apresenta uma ordem direta. Os outros três auxiliam o verbo principal, descrevendo como ele deve ser realizado. Qual dos quatro verbos você acha que descreve a ação central?

Embora o verbo ir, “vão” (Mt 28:19), seja o primeiro da frase e pareça ser o mais ativo, no original ele é um particípio e não uma ordem imperativa. Ele significa “enquanto vocês estiverem indo”. O mesmo acontece com os verbos batizar, “enquanto vocês estiverem batizando”, e ensinar, “enquanto vocês estiverem ensinando”. Portanto, o verbo principal da Grande Comissão dada por Cristo não é nenhum desses três, mas sim discipular, “façam discípulos”. Esse é o único verbo que está no imperativo, a única ordem direta.

Em resumo, podemos traduzir Mateus 28:19 e 20 literalmente: “Portanto, indo, discipulem [ou façam discípulos de] todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar tudo o que lhes ordenei [...]” (ênfase acrescentada). Note que três verbos estão no gerúndio: “indo”, “batizando” e “ensinando”. Apenas um está no imperativo: “discipulem”. Mas o que isso significa em termos práticos?

Primeiramente, os discípulos de Cristo devem ir. O discipulado cristão é ativo e exige movimento, impulso, energia, crescimento, progresso, viagens e avanço. Em segundo lugar, os discípulos de Cristo devem batizar. Mais do que meramente uma cerimônia, essa ordenança bíblica marca o início oficial de uma caminhada de discipulado com Jesus Cristo. Em terceiro lugar, os discípulos de Cristo devem ensinar. Longe de ser uma sociedade esotérica, que transmite ensinamentos abstratos, o cristianismo é formado pelos ensinos de Cristo a respeito da vida, do mundo, do tempo, da salvação e do propósito divino. Essas verdades devem ser aprendidas, vivenciadas e transmitidas a outras pessoas. 

Ainda que essas três ações, ir, batizar e ensinar, não sejam a ordem principal da Grande Comissão, nem por isso devem ser minimizadas. Elas estão relacionadas ao verbo principal, discipular. E isso é realizado por meio das ações de ir, batizar e ensinar. Esses três verbos explicam a metodologia do discipulado, isto é, como o verbo principal deve ser executado. Fazer discípulos é o objetivo central da Grande Comissão.

Mãos à Bíblia

2. Leia Lucas 15:6, 7, 9, 10 e 22-24, 32. Como essas histórias terminam e o que esses finais revelam sobre Deus? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Com celebração e alegria, pois Deus Se alegra com um pecador arrependido.

B. ( ) Com indiferença, pois Deus Se alegra somente com as boas obras dos justos.

3. Leia Sofonias 3:17. Qual é a resposta de nosso Senhor quando aceitamos Sua graça salvadora?

Pense Nisto
Como essa explicação a respeito da Grande Comissão é semelhante ou diferente da compreensão que você tinha antes?
Terça-feira, 30 de junho
Igual gera igual

Jesus poderia ter escrito diversos livros, pregado muitos sermões poderosos e fundado inúmeros centros de treinamento, mas, em vez disso, decidiu fazer discípulos. Assim, os instrumentos essenciais do discipulado não são livros, programações, sermões ou aulas – são pessoas. Além de Seu principal objetivo neste mundo, a salvação da humanidade perdida, Sua encarnação possibilitou o fenômeno de um Ser divino-humano discipular seres humanos. Quando Ele estava prestes a partir e ascender ao Céu, confiou aos Seus discípulos a missão de fazer outros discípulos.

Embora essa explicação pareça um pouco simplista, ela é essencial. As implicações são profundas. Todo ser humano que afirma seguir a Cristo também deve estar envolvido na missão de fazer discípulos. Essa não foi uma tarefa especial relegada ao Salvador e ao Seu círculo imediato de líderes. O discipulado deve envolver cada seguidor de Cristo.

Antes de entrar nos elementos específicos do discipulado nas próximas semanas, existem alguns pressupostos que precisam ser estabelecidos:

O discipulado se baseia nas relações humanas. O método de Cristo era a interação com as pessoas. Existe algo no relacionamento pessoal que transcende a mera comunicação de informações. “É necessário aproximar-se das pessoas por meio do esforço pessoal. Se menos tempo fosse usado para pregar sermões e mais tempo fosse dedicado ao ministério pessoal, seriam vistos maiores resultados” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 117).

O discipulado não acontece por acaso. Exige tempo, esforço e alto nível de intencionalidade. O discipulado pressupõe dedicação e responsabilidade. Se Cristo empregou todas as Suas energias em favor de pessoas que estavam perecendo, não deveríamos fazer o mesmo como Seus discípulos?

“Muitas vezes o trabalho é deixado incompleto, e em muitos desses casos não produz resultado. Por vezes, depois que um grupo de pessoas aceita a verdade, o pastor pensa que deve seguir imediatamente para um novo campo; e às vezes, sem a devida apuração, recebe autorização para partir. Isso é um erro. Ele deve concluir o trabalho iniciado, pois, deixando-o incompleto, é feito mais mal do que bem. Nenhum campo é tão pouco promissor como aquele que foi cultivado o suficiente para dar ao joio um desenvolvimento mais exuberante. [...]

“A obra de Deus não deve ser malfeita ou realizada relaxadamente” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 322).

Mãos à Bíblia

O Mar Morto marca a altitude mais baixa da Terra. Com um teor de sal e minerais na casa dos 33,7%, pouca coisa sobrevive em suas águas. Na vida cristã, se a graça de Deus não fluir para os outros, ficaremos estagnados e quase sem vida como o Mar Morto. Não é assim que devemos viver.

4. Leia João 7:37, 38 e Lucas 6:38. Em contraste com o Mar Morto, qual é o resultado natural quando os cristãos recebem as correntes refrescantes da água viva de Cristo?

“Deus poderia ter realizado Seu plano de salvar pecadores sem o nosso auxílio; mas, para desenvolvermos caráter semelhante ao de Cristo, precisamos partilhar de Sua obra. Com o propósito de participar da alegria Dele, a alegria de ver pessoas redimidas por Seu sacrifício, devemos colaborar em Sua obra para redenção delas” (Ellen G. WhiteO Desejado de Todas as Nações, p. 142).

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Quais perguntas surgem em sua mente? - Quais são as áreas do discipulado que sua igreja mais precisa desenvolver?
Quarta-feira, 01 de julho

Descubra a relação das passagens abaixo com o texto-chave (Mt 28:16-20) da lição desta semana:

  • Romanos 6:3-10
  • 1 Tessalonicenses 1:4-7
  • Marcos 8:34-38
  • 1 Pedro 5:1-3

Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com discipulado e pessoas?

Mãos à Bíblia

5. Leia 1 Timóteo 2:3, 4 e 2 Pedro 3:9. O que essas passagens revelam sobre o coração de Deus? Qual é a sua prioridade?

6. Leia Atos 13:47 e compare com Isaías 49:6. A quem essa passagem se aplicava inicialmente? Como o apóstolo Paulo a usou?

Há ocasiões em que uma profecia do Antigo Testamento tem mais de uma aplicação. Aqui o apóstolo Paulo tomou uma profecia que se referia primeiramente a Israel e profeticamente ao Messias (veja Is 41:8; Is 49:6; Lc 2:32) e a aplicou à igreja do Novo Testamento.

Quinta-feira, 02 de julho
Aprendendo pelo exemplo

Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em Mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque Eu estou indo para o Pai” (Jo 14:12). Cristo foi o perfeito Modelo de mentor. Os discípulos aprenderam a orar ouvindo-O orar. Aprenderam a importância das Escrituras ao ver como Jesus dependia delas. Aprenderam a amar vendo o amor em ação em Seu ministério. Aprenderam a ensinar a verdade observando o Mestre dos mestres. “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz”, disse Jesus (Jo13:15).

O exemplo de Cristo foi transmitido de discípulo para discípulo, de mentor para mentoreado. Os instrumentos do discipulado são pessoas. E que melhor maneira de estimular o estilo de vida divino do que encarnar-Se como ser humano para ser um Exemplo vivo? 

Paulo expressou a mesma ideia ao dizer: “Tornem-se meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (1Co 11:1). “Que os mestres vão à frente no trabalho entre o povo, e outros, unindo-se a eles, aprenderão a partir do seu exemplo. Um exemplo vale mais do que muitos preceitos” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 149). A qualidade dos novos discípulos é determinada pela qualidade dos exemplos que estão seguindo. Os fariseus tornavam seus discípulos duas vezes mais hipócritas do que eles! Os discípulos raramente atingem um nível mais alto do que os mentores que os lideram.

No processo de seguir a Cristo, o primeiro passo para estabelecer um bom discipulado é encontrar, treinar e/ou ser um bom mentor. Essa dinâmica é encontrada em 2 Timóteo 2:2, em que Paulo disse: “E as palavras que me ouviu dizer na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também capazes de ensinar outros.” Você percebe a sequência? Começou por Paulo, que discipulou Timóteo, o qual discipulou “homens fiéis”, que, por sua vez, discipularam “outros”. Se apoiada e treinada, “uma pessoa, ganha para a verdade, será um instrumento para conquistar outras, e haverá um resultado sempre crescente em bênçãos e salvação” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 121).

Mãos à Bíblia

7. Leia 2 Coríntios 5:14, 15, 18-20. O que motivou Paulo a experimentar provações, tribulações e dificuldades por causa do evangelho? Essa mesma motivação nos inspira a servir a Cristo? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) O desejo de se tornar um famoso fariseu. Devemos buscar fama e sucesso.

B. ( ) O amor deve ser o motivo principal de nosso serviço a Cristo e aos outros.

Quando reconhecemos verdadeiramente o imenso sacrifício que Cristo fez por nós, somos dominados por Seu amor e compelidos a compartilhar o que Ele fez por nós.

Pense Nisto
- O que Mateus 28:16-20 revela sobre Jesus? - O que Cristo está impressionando você a fazer em seu discipulado com Ele? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma?
Sexta-feira, 03 de julho
Trabalho missionário

Devemos nos aproximar das pessoas individualmente, com simpatia semelhante à de Cristo, e buscar despertar o interesse delas pelas grandes coisas relacionadas à vida eterna. Os corações podem ser tão duros quanto uma estrada batida, e pode parecer uma tentativa inútil apresentar-lhes o Salvador. Mas embora a lógica possa falhar em modificá-los, e o argumento seja impotente para convencer, o amor de Cristo, revelado no ministério pessoal, pode abrandar o coração endurecido, de maneira que a semente da verdade possa se enraizar. [...]

“Os que estão ao seu redor devem ser atraídos mediante o trabalho pessoal. É necessário relacionar-se com eles. As pregações não farão o trabalho que precisa ser feito. Anjos de Deus o acompanharão às residências daqueles a quem você for visitar. [...] Visitando o povo, conversando, orando e simpatizando com ele, você estará conquistando corações. Esse é o mais elevado trabalho missionário que pode ser feito. [...]

DISCUSSÃO

Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição. Por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.

Perguntas sugestivas para ser discutidas:

  • Como diferenciar as questões essênciais e as questões secundárias do cristianismo?
  • Dentre as quatro ações apresentadas em Mateus 28:19 e 20 (ir, fazer discípulos, batizar e ensinar), qual é mais fácil de praticar? E qual é mais difícil?
  • Por que Deus usa pessoas como instrumentos do discipulado?
  • Mencione dois exemplos específicos do que você aprendeu com as ações de Jesus quanto à maneira como Ele praticava o discipulado.
  • Como Cristo foi seu Senhor e Mestre pessoal nesta semana?
Pense Nisto
- Releia Mateus 28:16-20. Como esse texto se aplica à sua vida nesta semana? - Quais são as aplicações práticas que você pode fazer em sua escola, família, local de trabalho e igreja?