Nunca participei de uma maratona. Se eu tentasse competir em alguma, hoje, tenho certeza de que jamais conseguiria terminar os 42 km. Minhas pernas e meus músculos iriam gritar: “Não fomos treinados para isso!”, “Quanto tempo mais isso vai durar?” Mas, acredito que, com treino e preparo, eu poderia correr uma maratona. Os maratonistas sabem da importância do treinamento e preparo necessários para essa modalidade esportiva. Assim como os corredores precisam se preparar física e mentalmente para as maratonas, os cristãos precisam estar preparados para completar a carreira da fé.

Os corredores podem sofrer desidratação, dores, exaustão e mudanças na temperatura corporal, particularmente, próximo ao fim da corrida. Da mesma forma, nós também podemos experimentar períodos de dor e exaustão em nossa jornada espiritual, mas, é possível renovar as forças quando nos lembramos de que a corrida cristã em breve terminará. Jesus disse que seríamos odiados e, talvez, mortos por Sua causa (Mt 24:9, 10). Como nas maratonas, ao nos aproximarmos do fim, nossa corrida espiritual pode se tornar mais assustadora, difícil e dolorosa. Entretanto, a Palavra de Deus nos fortalece: “Cantem de alegria, ó nações, com o povo Dele, pois Ele vingará o sangue dos Seus servos; retribuirá com vingança aos Seus adversários e fará propiciação por Sua terra e por Seu povo” (Dt 32:43).

À medida que a história do mundo vai chegando ao fim, apeguemo-nos a Cristo. Ele é o vencedor de todas as batalhas, nosso exemplo, redentor e amigo. Enquanto aguardamos, “corramos com perseverança a corrida que nos é proposta, tendo os olhos fitos em Jesus, Autor e Consumador da nossa fé” (Hb 12:1, 2). Como diz a música:

“Seus sinais estão em todo lugar;

Há um clima de esperança pelo ar.

Levantemos nossos olhos para o céu,

Pois se aproxima a nossa redenção.”^*

* Bill e Glória Gaither, Redemption Draweth Nigh, versão de Tarcibeli Tonholo (https://www.youtube.com/watch?v=I6odfezVTmU).

Michelle Gordon › Glenside, PA, EUA

Jesus é Rei (Ap 5:1-10). Pode nos surpreender o fato de Jesus somente obter autoridade para novamente Se tornar o Rei deste mundo, após Seu sacrifício ter sido aceito pelo Pai. No entanto, pouco antes de Sua crucifixão, Ele disse: “Agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12:31), e após ressuscitar, ele exclamou: “Foi-Me dada toda a autoridade no Céu e na Terra” (Mt 28:18). Quando Deus criou a Terra, Ele concedeu a Adão autoridade sobre ela, mas quando Adão pecou, essa autoridade foi transferida para Satanás que tem mantido o mundo sob seu governo usurpador. Por meio de Sua morte na cruz, Cristo pagou o preço da desobediência de Adão e Eva, venceu Satanás e recuperou a autoridade que Adão havia perdido.

Graças ao Apocalipse e a outros textos do Novo Testamento, podemos saber o que aconteceu após a ascensão de Jesus, quando Ele subiu para ficar à direita do Pai no trono celestial. Apocalipse 5 descreve os eventos fantásticos que ocorreram no Céu quando Jesus recebeu aprovação pelo Seu sacrifício. O Salvador, que foi tentado e provado em todas as coisas, pode compreender perfeitamente a necessidade de Seus filhos na Terra. Ele é o Único que foi achado digno de “receber o livro e de abrir os seus selos” (Ap 5:9).

Jesus, Homem de ação (1Rs 16:11; Atos 1, 2). O que é esse livro misterioso que Jesus abriu? Ele Se tornou digno de abrir o livro após Sua ressurreição, quando Se assentou no trono como Rei. No Antigo Testamento, quando um rei assumia o trono, ele também recebia autoridade para dar ordens, agir, julgar e decidir. Exemplo disso, podemos ver em 1 Reis 16:11: “Assim que começou a reinar, logo que se assentou no trono, [Zinri] eliminou toda a família de Baasa” (grifo acrescentado). Exemplos semelhantes se repetem ao longo de toda a história dos reis de Israel e de Judá. Portanto, não deve nos surpreender o fato de o Salvador começar a agir após assumir novamente como Rei deste mundo.

Bênção ou maldição (Lv 26:21-26; Is 10:5, 6; Ap 6:1-8). O julgamento, ou juízo investigativo, começou pela casa de Deus (1Pe 4:17). Na abertura dos quatro primeiros (Ap 6:1-8), encontramos uma linguagem de juízo proferida contra o povo de Deus se ele fosse infiel à aliança divina. O cavalo branco do primeiro selo representa o sucesso do evangelho durante a era apostólica, mas observamos um declínio progressivo dela nos selos subsequentes.

As bênçãos e as maldições da aliança são apresentadas em Levítico 26:21-26. Quando o povo de Israel era infiel à aliança divina, sobrevinha a ele fome, pragas, destruição e morte. Esses juízos divinos são semelhantes aos que ocorreram na Terra quando Jesus abriu os primeiros quatro selos. Deus coloca uma cerca de proteção ao redor dos Seus filhos, mas quando nos desviamos da Sua lei, Ele remove essa proteção e permite que as provações nos atinjam a fim de nos arrependermos e volvermos a Ele com fé (1Co 10:13).

Jesus como juiz (Zc 1:15; Ap 6:9-11). Um cenário também comum no Antigo Testamento é o fato de o Senhor permitir que outras nações trouxessem juízo sobre Seu povo quando ele ultrapassava os limites da misericórdia divina. “E estou muito irado com as nações que vivem sossegadas. Pois, quando Eu estava um pouco irado com o Meu povo, elas fizeram com que ele sofresse muito” (Zc 1:15, NTLH). Na abertura do quinto selo, Apocalipse 6:10 registra o clamor dos mártires: “Até quando, ó Soberano santo e verdadeiro, esperarás para julgar os habitantes da Terra e vingar nosso sangue?” Os mártires de Deus clamam por justiça pelo fato de terem sido tratados cruelmente, assim como o sangue de Abel clamava da Terra. Chega a hora de Deus vindicar Seu povo por meio do julgamento. Por fim, o sexto selo registra o juízo de Deus sobre as nações e o sétimo, a segunda vinda de Cristo.

Jesus é o Salvador (Rm 8:37; Gl 3:13). Jesus Cristo está totalmente qualificado para ser juiz porque assumiu sobre Si todas as maldições que Deus disse que sobreviriam àqueles que transgredissem Sua lei. Jesus não somente assumiu a maldição que recaiu sobre a humanidade, mas também foi tentado em todas as coisas. No entanto, Ele venceu, além de também ter vencido a morte. Por isso, Ele pode não somente entender nossas dores, mas nos dar poder para vencer. Jesus prometeu que, aqueles que vencerem como Ele venceu se assentarão em Seu trono com Ele. Portanto, podemos encarar toda provação como uma oportunidade para que Deus nos torne vencedores e nos prepare para reinar com Ele!

Lee Givhan › Middletown, DE, EUA

Imagine que você estivesse tendo uma visão de paz e, de repente, ela tomasse rumo contrário, qual seria sua reação? João reagiu chorando muito quando percebeu que não havia ninguém digno de ler e abrir o livro. Imagine quão diferente seria nossa perspectiva de vida se o livro não tivesse sido aberto para revelar as profecias sobre o tempo do fim. Então um dos anciãos foi até João e disse: “Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos” (Ap 5:5).

O Cordeiro representa Jesus, que veio para tirar nossos pecados (Jo 1:29). “Observei quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos. Então ouvi um dos seres viventes dizer com voz de trovão: ‘Venha!’ Olhei, e diante de mim estava um cavalo branco! Seu cavaleiro empunhava um arco, e foi-lhe dada uma coroa; ele cavalgava como vencedor determinado a vencer” (Ap 6:1, 2). A brancura do cavalo demonstra a pureza da fé durante o primeiro século da existência da igreja. A coroa dada ao cavaleiro que saiu vencedor representa o que os primeiros apóstolos experimentaram. A igreja espalhou o evangelho de maneira triunfante no mundo.

Jesus predisse que haveria guerras e rumores de guerras, terremotos em vários lugares, e que isso era o princípio das dores. O mundo todo será alcançado pelo evangelho, e então virá o fim (Mt 24:14). “Nesta época, que antecede a segunda vinda de Cristo nas nuvens do céu, deve ser feita uma obra como a de João Batista. Deus nos chama com o objetivo de preparar um povo para o grande dia do Senhor. A mensagem procedente do ministério público de Cristo era: ‘Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos Céus’ (Mt 3:2). Temos uma mensagem a dar: ‘Prepara-te, [...] para te encontrares com o teu Deus’ (Am 4:12). Nossa mensagem precisa ser direta como foi a mensagem de João. Ele censurava os reis por sua iniquidade. Embora sua vida estivesse em perigo, não hesitava em declarar a Palavra de Deus.

“Para pregarmos tal mensagem como João o fez, necessitamos ter uma experiência espiritual semelhante à dele. A mesma obra tem de ser realizada em nós. Precisamos contemplar Deus, e ao contemplá-Lo, perder de vista nosso eu.”^*

* Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 8, p. 332, 333.

Rochelle Amos › Willow Grove, PA, EUA

Quando João escreveu o Apocalipse, a igreja estava vivendo uma época tumultuada. Roma estava exigindo adoração ao imperador. A desobediência levou João a ser exilado na ilha de Patmos. Lá, ele recebeu as visões do Apocalipse (Ap 1:9). Suas revelações para alguns que a lessem na época poderiam parecer ficção. Hoje, são produzidos filmes, programas de TV e livros sobre o Apocalipse, todos enfatizando destruição, morte e caos. Mas esse não é o tema central do Apocalipse.

Popularmente, a palavra “apocalipse” se tornou sinônimo de destruição final do mundo. Contudo, apocalipse é um termo grego e significa manifestação ou revelação. A mensagem do livro do Apocalipse nos dá um vislumbre do caráter de Deus para nos ajudar a conservar a fé à medida que o fim se aproxima.

Apocalipse 6 apresenta a mensagem de seis dos sete selos, e fala dos acontecimentos proféticos ao longo da trajetória do cristianismo. “Observei quando o Cordeiro abriu o primeiro dos sete selos” (Ap 6:1). Antes de descrever os cavaleiros, os enganos e as ações que o inimigo traria sobre a Terra e sobre os filhos de Deus, João destacou a figura do Cordeiro de Deus.

Quando lemos o livro do Apocalipse, precisamos sempre nos lembrar de que ele nos revela antecipadamente como a história deste mundo irá terminar. Esses eventos finais fazem parte do plano da salvação e do grande conflito entre o bem e o mal. Apesar de todo caos que ainda nos aguarda, o Apocalipse nos mostra que Deus ainda está no controle.

Saber a respeito das coisas que ainda ocorrerão pode nos deixar perplexos. No entanto, não devemos ficar atemorizados. Cristo nos concede o Espírito Santo para nos encorajar e fortalecer na fé. O Salvador em breve voltará! Há uma luta espiritual contínua que não podemos ver (Ef 6:12), mas podemos seguir confiantes porque a batalha final já foi ganha pelo nosso General.

Krissy Wint › Doylestown, PA, EUA

Você já leu algum livro que depois de transformado em filme deixou fora a parte que você mais gostava? E, pior, no filme distorceram algumas partes do livro com significado completamente diferente? Hollywood é conhecida por usar de suas “liberdades artísticas” para contar histórias bíblicas. Os diretores cinematográficos não levam em conta o contexto real, o que desejam é sensacionalismo. Por exemplo, as produções sobre os quatro cavaleiros do Apocalipse: eles causam destruição e ruína sobre as nações para que uma figura sombria possa assumir o domínio do mundo. São interpretações à revelia com interesse comercial. O que a Palavra de Deus, realmente, deseja nos mostrar?

Paz. Em vez de cúmplices malvados, os quatro cavaleiros de Apocalipse 6:1-8 representam as boas-novas da salvação sendo proclamadas, trazendo esperança aos pecadores. Cada selo que é aberto é um convite para aceitar o sacrifício feito pelo Cordeiro de Deus. Podemos sentir paz no coração ao saber que fomos redimidos e, agora, fazemos parte do corpo de Cristo.

Coragem: Os cavaleiros também representam as condições adversas que o inimigo criou para impedir o progresso do evangelho. No entanto, mesmo durante tempos de perseguição, sofrimento, ameaça e morte a igreja saiu vitoriosa. Podemos confiar crendo que Deus sempre estará com aqueles que fielmente pregam o evangelho sejam quais forem as circunstâncias.

Esperança: Talvez, você esteja pensando: “Quanto tempo ainda vai demorar para Deus intervir?” Mas, não podemos perder a esperança. O Salvador retarda Sua vinda porque em alguma parte deste mundo ainda existem pessoas para dizer “sim” à salvação que Ele oferece. Ao nos aproximarmos dos acontecimentos finais da história deste mundo, precisamos nos apegar à fé em Jesus.

Andrew Carroll › Allentown, PA, EUA

Muitas vezes, concentramo-nos somente no fato de que Jesus venceu a sepultura e ressuscitou. Logicamente, isso nos traz esperança, pois nossa fé não é vã. Somente Aquele que tem vida em Si mesmo é que pode vencer a morte. Contudo, há um detalhe na história da ressurreição do qual não atentamos o suficiente: as cicatrizes de Cristo e suas implicações.

Em Apocalipse 5, João relatou que ficou angustiado porque ninguém podia abrir o livro selado com sete selos. Enquanto ele estava chorando, um dos anciãos veio e o consolou, informando-lhe que havia Alguém digno de abrir o livro.

Nesse capítulo, Jesus é descrito como o Leão da tribo de Judá e como o Cordeiro que foi morto. A princípio, pode parecer que o apóstolo estivesse atribuindo a vitória e a credibilidade de Jesus ao fato de Ele ser o Leão de Judá. Contudo, ao lermos os versos 9 e 10, notamos que Sua autoridade para abrir o livro decorreu do fato de Ele ser o Cordeiro que havia sido morto.

Jesus é digno de abrir o livro porque foi morto e com o [Seu] sangue [comprou] para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação” (Ap 5:10, ARA). A credibilidade de Jesus é resultado de Suas cicatrizes. Somos atraídos a Cristo porque Ele Se dispôs a sofrer e morrer pelos nossos pecados. Em Sua morte Ele deu provas daquilo que ensinou a Seus discípulos: “Vocês sabem que os governantes das nações as dominam, e as pessoas importantes exercem poder sobre elas. Não será assim entre vocês. Ao contrário, quem quiser tornar-se importante entre vocês deverá ser servo” (Mt 20:25, 26).

Somos atraídos a Cristo porque Ele foi crucificado e deu Sua vida em nosso lugar. Ninguém deseja ser amigo de alguém que somente se doa parcialmente. O Cordeiro que foi morto, ressuscitou. Suas cicatrizes fazem parte de Sua vitória. Nosso melhor testemunho é o que nós mesmos experimentamos.

Manushka Gracia-Desgage › Baton Rouge, LA, EUA