Lição 5
25 de abril a 01 de maio
Profissão e chamado
Prévia da semana: Soli Deo Gloria No estudo da semana passada, vimos que a identidade direciona a missão. A Bíblia revela que fomos criados à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). Ele nos criou para Sua glória (Ec 12:13). Portanto, o mais elevado propósito na vida de cada ser humano deveria ser o de dar glórias ao Criador. Os 24 anciãos que se encontram ao redor do trono do Altíssimo, no Céu, fazem isso continuamente: “Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por Tua vontade elas existem e foram criadas” (Ap 4:11). A pergunta é: “Tenho honrado e glorificado ao Senhor em minha vida?” As três parábolas contadas por Cristo sobre a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho pródigo (Lc 15:4-32) revelam algo que traz alegria ao coração de Deus: a salvação dos perdidos. Como cristãos, nossa missão deve contribuir para a salvação de pessoas (ver Mt 28:18-20). Cada um de nós pode encontrar seu chamado específico. Qualquer coisa que prejudique o cumprimento da missão deve ser evitada. A fim de reconhecer e entender o chamado divino é necessário ter percepção de alguns elementos: das habilidades pessoais, do desejo de realizar determinada missão, e da providência divina. Depois, devemos pedir que o Senhor nos revele a maneira pela qual Ele deseja que cumpramos nosso chamado específico. A vocação está relacionada com o chamado. Embora, na maioria dos casos, a profissão que lhe traz realização não seja idêntica ao seu chamado, ela irá contribuir para a realização da sua missão. Nesta semana iremos examinar a relação que existe entre vocação e chamado.
Leitura adicional: Neemias 1:11 a 2:9
Domingo, 26 de abril

Copie Neemias 1:11-2:9 na versão bíblica de sua preferência. Se estiver com pouco tempo, copie somente Neemias 2:1-5. Você também pode reescrever as passagens com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.

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Mãos à Bíblia

1. Em 1 Coríntios 4:1-6, especialmente o verso 6, Paulo disse que não devemos “ultrapassar o que está escrito”. Por que esse ponto é crucial para nossa fé?

Não ultrapassar o que está escrito não exclui ideias de outros campos de estudo, como a arqueologia bíblica ou a história. Outros campos podem lançar luz sobre alguns aspectos bíblicos e sobre o contexto das passagens bíblicas, e assim podem nos ajudar a compreender mais o texto bíblico. Também não exclui o auxílio de outros recursos na tarefa da interpretação, como léxicos, dicionários, concordâncias e outros livros e comentários. No entanto, na interpretação correta da Bíblia, o texto das Escrituras tem prioridade sobre todos os outros aspectos, ciências e auxílios secundários. Outros pontos de vista devem ser avaliados cuidadosamente da perspectiva das Escrituras como um todo.

Segunda-feira, 27 de abril
O que sou e o que faço

Neemias trabalhava como copeiro servindo ao mais poderoso monarca de sua época. Ele era a última linha de defesa contra qualquer atentado à vida do rei por envenenamento. Era uma grande responsabilidade. Enquanto o rei tinha a vida de todos os seus súditos em suas mãos, o copeiro tinha a vida do rei em seu copo. Neemias era um dos poucos a quem havia sido confiada a vida do rei.

Geralmente, o copeiro era o responsável para provar o vinho ou a comida do rei a fim de garantir que não estivessem envenenados. Se o copeiro não descobrisse alguma trama contra a vida do monarca antes que ela chegasse à panela ou ao copo, isso poderia custar a vida do copeiro. Para se assegurar de sua estabilidade no emprego, Neemias precisava monitorar a logística dos alimentos e bebidas que entravam na cozinha do palácio, supervisionar o rigoroso cumprimento das normas de preparo deles, administrar as pessoas que trabalhavam, entre outras coisas.

Imagino que a função requeria que ele planejasse as necessidades logísticas, praticasse a discrição e a diplomacia, e administrasse de maneira eficiente os recursos humanos. Suas habilidades foram importantes e necessárias quando Deus o chamou para a realizar a missão de reconstruir os muros de Jerusalém. O caráter e as habilidades de Neemias contribuíram para seu sucesso. Sua vocação, seu chamado e sua missão não foram idênticos, mas ele foi usado pelo Senhor.

É possível ficar tão preocupado ao tentar descobrir o que devemos realizar para Deus, que, às vezes, podemos prejudicar o plano do que o Senhor deseja fazer por meio de nós. Por isso, a atuação do Espírito Santo é imprescindível no desenvolvimento de habilidades que serão úteis em várias situações a fim de obter sucesso na realização da missão e no cumprimento do chamado divino.

Mãos à Bíblia

2. Leia Tito 1:9 e 2 Timóteo 1:13. Por que a unidade da Bíblia é importante para a nossa crença?

Somente com base em sua unidade interna, derivada de sua inspiração divina, as Escrituras podem funcionar como seu próprio intérprete. Sem a unidade da Bíblia, a igreja não teria meios para distinguir a verdade do erro e repudiar a heresia. Os escritores da Bíblia consideravam as Escrituras um todo coerente, inseparável, no qual os principais temas são desenvolvidos.

Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes - Desenhe flechas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas - Escolha um verso favorito dos textos-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.
Terça-feira, 28 de abril
Fatores influentes na vocação

As circunstâncias. Há circunstâncias que ajudam ou atrapalham no exercício da vocação para o cumprimento da missão. Se Neemias tivesse retornado a Jerusalém mais cedo, no tempo do edito de Ciro, ele não estaria na Pérsia como copeiro do rei para conseguir tudo de que precisou. Foi sua atividade e as circunstâncias que a envolviam que tornaram possível sua missão.

Em certos casos, existe a possibilidade de agir para mudar as circunstâncias. Por exemplo, se em sua cidade não existe a faculdade que você gostaria de cursar, procure em outra região. Talvez você tenha que esperar um pouco mais para conseguir entrar em outro lugar, mas vai compensar. Você sente que está sendo prejudicado em seu crescimento profissional? Procure se candidatar num emprego em uma empresa diferente ou faça cursos que lhe abram novas possibilidades.

A providência divina. Há momentos em que parece que as portas e janelas estão todas fechadas. No entanto, nunca se esqueça de que o Senhor, em Sua providência, talvez esteja conduzindo você em outra direção que não é a que você imaginou. Em determinado momento, você irá descobrir que a missão que você desejava realizar não era compatível com seu chamado. Paulo tinha o desejo de pregar em Roma, entretanto Deus o chamou e enviou antes para pregar em toda parte, menos em Roma. Somente no fim de sua vida o apóstolo testemunhou de Cristo naquela cidade (Rm 1:10-13). Porém, enquanto ele não pôde trabalhar em Roma, a cidade que tinha o desejo de alcançar, Deus o usou em outros lugares a fim de prepará-lo melhor para tal missão.

O desejo de realizar a missão. Embora já tenha sido declarado que nem sempre o desejo de realizar determinada missão coincide com o chamado que recebemos, ainda assim é prudente examinar o coração para ver se está de acordo com o plano divino. Por exemplo, uma mãe talvez sinta o desejo de levar Jesus a um grupo de crianças; um jovem talvez sinta o desejo de influenciar outros jovens que não conhecem Jesus; um intelectual pode sentir o desejo de levar o evangelho ao público acadêmico.

O desejo identificado no coração pode nos motivar a empreender determinada linha de trabalho. O fator decisivo para cumprir a missão será impulsionado pelos nossos dons e habilidades.

Talentos. O desejo de empreender determinada linha de trabalho é motivado pelas habilidades que tenho para atender a essa necessidade. Os talentos inatos ou adquiridos podem nos colocar diante de oportunidades para as quais esses talentos são necessários. A chave é se dispor a trabalhar com seus dons e talentos, de forma que eles sejam reconhecidos pelos que estão em posição de lhe conceder as oportunidades. Em outras palavras, tome a iniciativa.

Quarta-feira, 29 de abril

Descubra a relação das passagens abaixo com os textos bíblicos-chave da lição desta semana:

  • Daniel 1:19-21; 2:24-28, 47-49; 5:11, 12; 6:1-28
  • 1 Coríntios 10:31
  • Eclesiastes 9:10, 11

Quais outras passagens lhe vêm à mente em conexão com Neemias 1:11 a 2:9?

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Quais perguntas surgem em sua mente? - Quais fatores têm influenciado o desempenho de sua vocação? Você está satisfeito com o rumo que sua vida está tomando nessa área?
Quinta-feira, 30 de abril
Rotina diária

Até os 30 anos de idade Jesus morou e trabalhou em Nazaré. Mais tarde, quando Ele voltou para pregar ali, seus habitantes não conseguiram vê-Lo como alguém diferente do que Ele foi quando ali residiu. Para eles, Jesus era simplesmente o filho de Maria e do carpinteiro José (Mc 6:1-3).

Muito cedo, com a idade de 12 anos, o Salvador já possuía plena convicção de Sua missão especial. Foi durante Sua primeira visita ao templo, em Jerusalém, que Ele deu provas disso (Lc 2:49). No entanto, Ele voltou para Nazaré com Seus pais para viver em aparente insignificância (Lc 2:51). Todas as manhãs, o menino Jesus acordava para cumprir Suas tarefas. Ele comia o que as pessoas comuns comiam, e não dormia numa cama especial. Quando chegou o tempo determinado, Ele assumiu Sua missão.

Jesus, “como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado” (Hb 4:15). As Escrituras relatam que Cristo foi diligente e disciplinado durante Sua vida neste mundo. Na obscuridade da pequena Nazaré e no anonimato de um nascimento humilde, Ele sempre fez o que agradava a Deus (Jo 8:29). Quando as luzes se apagavam, o caráter de Jesus brilhava. Ele não passou nenhum dia Se revirando na cama porque estava com preguiça. Não foi intemperante. Seu foco foi cumprir a missão a Ele designada.

“Durante Seus trinta anos de retiro em Nazaré, Jesus trabalhou e descansou, comeu e dormiu, semana após semana e ano após ano, da mesma forma que Seus humildes contemporâneos. Não chamou a atenção para Si mesmo como personalidade notável. No entanto, Ele era o Redentor do mundo, o adorado dos anjos, fazendo o tempo todo o trabalho de Seu Pai, deixando uma lição que deveria permanecer para que a humanidade seguisse o exemplo até ao fim dos tempos.

“Essa lição essencial de alegre ocupação nos deveres necessários da vida, embora humildes, ainda deve ser aprendida pela maior parte dos seguidores de Cristo. Mesmo que não haja um olhar humano para criticar nosso trabalho, nem voz humana para elogiá-lo ou censurá-lo, deve ser feito tão bem como se o próprio Ser infinito o estivesse inspecionando pessoalmente” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 359).

Mãos à Bíblia

4. Leia Lucas 24:27, 44, 45. Como Jesus Se referiu às Escrituras para explicar quem Ele é? Como podemos usar as Escrituras?

Além do contexto imediato antes e após uma passagem sob investigação, devemos levar em consideração o contexto do livro no qual a passagem se encontra. Devemos estudar tudo o que as Escrituras declaram sobre determinado assunto.

A Bíblia se autoexplica. Textos devem ser comparados com textos.

Sexta-feira, 01 de maio
Qualquer que seja sua vocação

"A todos quantos se tornam participantes de Sua graça, o Senhor indica uma obra em benefício de outros. Cumpre-nos estar individualmente em nosso posto, dizendo: ‘Eis-me aqui, envia-me a mim’ (Is 6:8, ARC). […] É nosso dever revelar aos homens o evangelho da salvação. Toda atividade em que nos empenhemos deve ser um meio para esse fim” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 148).

“Exige muito mais graça e severa disciplina de caráter trabalhar para Deus com a habilidade de mecânico, comerciante, advogado ou agricultor, aplicando os preceitos do cristianismo nos negócios comuns da vida, do que atuar como reconhecido missionário no campo de trabalho, onde a posição da pessoa é compreendida e metade de suas dificuldades são evitadas por esse mesmo fato. Exige músculos e nervos espirituais fortes para aplicar a religião na oficina e no escritório, santificando os detalhes na vida cotidiana e subordinando cada transação mundana à norma de um cristão bíblico” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 358, 359).

“Todo aquele que toma em seus lábios o nome de Cristo proceda de tal modo que os homens, vendo suas boas obras, sejam levados a glorificar seu Criador e Redentor” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 27).

“Muitos estão insatisfeitos com sua profissão. Encontram-se talvez num meio incompatível. Seu tempo é ocupado em trabalho vulgar, quando seriam, pensam eles, competentes para responsabilidades mais elevadas. Às vezes, seus esforços parecem não apreciados ou estéreis, e o futuro se apresenta incerto.

“Lembremo-nos de que nosso trabalho, ainda que o não tenhamos escolhido, deve ser aceito como tendo sido escolhido por Deus para nós. Seja ele agradável ou não, temos obrigações de cumprir o dever que se nos apresenta. ‘Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma’ (Ec 9:10, ARC). […]

“Nossos planos nem sempre são os planos de Deus. Ele pode ver que vale mais para nós e para a Sua causa recusar nossas melhores intenções, como fez no caso de Davi. Mas de uma coisa podemos estar certos: Ele abençoará e empregará no avanço da Sua causa aqueles que sinceramente se consagram à Sua glória, com tudo o que possuem.

“Em Sua amorosa solicitude e interesse para conosco, Ele que nos compreende melhor do que nós mesmos, permite-nos, por vezes, que procuremos de maneira egoísta satisfazer nossa ambição. Não tolera que omitamos os deveres domésticos, porém sagrados, que junto de nós nos aguardam. Muitas vezes, estes deveres proporcionam a educação essencial à nossa preparação para uma obra mais elevada. Nossos planos são com frequência frustrados, a fim de que sejam cumpridos os planos de Deus a nosso respeito” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 472, 473). 

 

DISCUSSÃO

Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.

Perguntas sugestivas para ser discutidas:

  • Que missão você tem o desejo de realizar?
  • Seu desejo de realizar determinada missão coincide com seu chamado?
  • Você tem feito seu melhor em relação ao uso dos seus dons e habilidades?
  • Qual tem sido sua maior dificuldade para ser fiel a Deus em sua rotina diária?
  • É melhor escolher uma vocação lucrativa pela qual você não tem entusiasmo ou ter uma renda modesta mas se sentir realizado?
Mãos à Bíblia

5. Leia Isaías 8:20. Por que é importante voltar à “Lei” e ao “Testemunho” bíblicos como as normas para nosso ensino e doutrina? O que isso significa para o ministério dos profetas que não se tornaram parte do cânon bíblico? Assinale a alternativa correta:

A. (   ) Porque sem eles, não há garantia de unidade na doutrina.

B. (   ) Porque o conhecimento da Lei nos salva do pecado.

Quando falamos da sola Scriptura (somente as Escrituras), os Adventistas do Sétimo Dia são inevitavelmente confrontados com a questão do que fazer com Ellen G. White, que também foi inspirada por Deus e serviu como mensageira do Senhor para Seu povo remanescente. Qual é a relação de seus escritos com as Escrituras?

Mesmo uma leitura superficial dos escritos de Ellen White mostra claramente que, para ela, a Bíblia era fundamental e central em todo o seu pensamento e teologia. Na verdade, ela repetidamente confirmou que a Bíblia é a autoridade superior, norma e padrão supremos para toda doutrina, fé e prática (veja O Grande Conflito, p. 595). Além disso, ela claramente apoiou e defendeu o grande princípio protestante da sola Scriptura (veja O Grande Conflito, p. 9).

Pense Nisto
- Quais semelhanças você vê na maneira exemplar da vida de Jesus e o modo de vida de Neemias? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma? - Depois do estudo de Neemias 1:11-2:9, nesta semana, quais aplicações você pode fazer em sua vida? - Quais práticas você pensa adotar em sua escola, família, trabalho e igreja?