Lição 3
11 a 17 de abril
Revelações da vontade divina (parte 2)
Prévia da semana: Decisão ao volante Um estudante universitário, recém-graduado, dirigia seu carro de volta para casa. Seus poucos pertences preenchiam o banco traseiro. Enquanto dirigia, ele ponderava como seria a fase seguinte de sua vida. Pela janela do carro ele olhava a paisagem absorto em seus pensamentos e cheio de ansiedade. Ao imaginar as decisões que o aguardavam, ele se sentia apreensivo e pressionado. Semanas antes da formatura, ele havia se candidatado para algumas vagas de estágio e emprego. Havia algumas oportunidades, no entanto, em sua lógica, ele achava que devia pensar com calma e avaliar os prós e contras de cada uma. Enquanto dirigia o carro, a monotonia fez com que ele conversasse sozinho e até gritasse pedindo ajuda. Ele começou a orar em voz alta no carro pedindo um sinal do Céu. Pediu a Deus que o ajudasse a decidir o que fosse melhor. De repente, um carro cruzou a estrada fechando seu caminho e quase provocou um acidente. O jovem ficou irado com o motorista irresponsável. Ele olhou rapidamente a placa do carro para anotá-la, mas percebeu que a placa era de um determinado estado. Imediatamente ele se lembrou de que havia se candidatado para algum estágio ou emprego naquele estado. Na realidade, uma empresa havia respondido a ele e oferecido uma vaga como profissional iniciante. Naquele mesmo instante, ele reconheceu que Deus havia respondido sua oração, e tomou sua decisão.
Leitura adicional: Salmo 23
Domingo, 12 de abril

Copie o Salmo 23 na versão bíblica de sua preferência. Você também pode reescrever os versículos com suas palavras ou fazer um esboço do capítulo.

Mãos à Bíblia

1. Leia Mateus 4:1-11. Como Jesus Se defendeu contra as tentações de Satanás no deserto? O que aprendemos sobre a Bíblia nesse relato? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Ele citou as Escrituras. A Palavra de Deus é nossa armadura contra a tentação.

B.(  ) Ele amaldiçoou Satanás. A Bíblia não teve importância nesse relato.

Nas três tentações, Jesus respondeu com as palavras “está escrito”. Isto é, Ele foi diretamente à Palavra de Deus e nada mais para lidar com os ataques e enganos de Satanás. Essa é uma lição poderosa para todos nós: a Bíblia, e a Bíblia somente, é o padrão supremo e fundamento de nossa crença. Não foi opinião; não foi um argumento elaborado e complicado; nem foi com palavras de animosidade pessoal. Somente a Bíblia e unicamente a Bíblia, foi o método de defesa de Jesus contra os ataques do adversário. Cristo é Deus, mas em Sua defesa contra Satanás, Ele Se submeteu unicamente à Palavra de Deus.

Segunda-feira, 13 de abril
Em harmonia com as Escrituras

A lição da semana passada enfatizou a importância de ter a Palavra de Deus como fonte principal, aquela pela qual todas as outras fontes devem ser julgadas.

Uma grande contribuição dada pela Igreja Adventista é o dom de profecia manifestado na vida e obra de Ellen G. White. Muitas aplicações práticas dos princípios bíblicos são reveladas por meio dos seus numerosos escritos. Inspirada pelo Espírito Santo, ela escreveu sobre vários assuntos, inclusive saúde, educação, casamento, família, mordomia e finanças, profecia, ministério, evangelismo e nutrição. Uma área sobre a qual ela escreveu extensivamente e com muito conhecimento foi a espiritualidade. A respeito de como saber a vontade de Deus, ela escreveu o seguinte:

“Há três modos pelos quais o Senhor revela Sua vontade a nós, para guiar-nos e capacitar-nos a conduzir outros. […] Deus manifesta Sua vontade por meio das Santas Escrituras. Sua voz revela-se também em Suas providenciais atuações; e nós a distinguiremos, se Dele não nos separarmos, andando em nossos próprios caminhos, agindo segundo nossa vontade, e seguindo os impulsos de um coração não santificado, até que a percepção se torna tão confusa que as coisas eternas deixam de ser discernidas, e a voz de Satanás é tão distinta que se aceita como a voz de Deus.

“Outro modo pelo qual se ouve a voz do Senhor é mediante os apelos de Seu Santo Espírito, produzindo no coração impressões que se desenvolverão no caráter. Se você estiver em dúvida quanto a qualquer ponto, consulte primeiro as Escrituras. Se começou verdadeiramente a vida de fé, você se entregou ao Senhor para ser inteiramente Seu, e Ele o aceitou para moldá-lo e afeiçoá-lo segundo Seu desígnio, para que seja um vaso de honra. Você deve sentir desejo sincero de ser maleável em Suas mãos, seguindo aonde quer que Ele o dirigir. Estará então confiando Nele para que efetue Seus desígnios, ao mesmo tempo que com Ele coopera, desenvolvendo sua salvação ‘com temor e tremor’” (Fp 2:12; Ellen G. White, Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 512).

Portanto, as três maneiras pelas quais Deus revela Sua vontade são: a Bíblia, Suas atuações providenciais e as impressões do Espírito Santo. As atuações providenciais podem ser casuais (coincidências), experimentais, históricas e/ou sobrenaturais. Devemos notar que nem toda porta que se abre significa necessariamente a vontade de Deus, nem toda porta que se fecha significa que não seja Sua vontade. Devemos examinar nosso coração com oração e com o auxílio do Espírito Santo para determinar se esses acontecimentos são, de fato, providenciais.

As impressões do Espírito Santo se aplicam, não às grandes decisões da vida, mas às impressões que nos afetam, o Espírito Santo nos convence. Da mesma forma que as atuações providenciais, essas impressões devem ser submetidas ao escrutínio das Escrituras.

Mãos à Bíblia

2. Leia Mateus 5:17-20; 22:29; 23:2, 3. O que Jesus disse? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(  ) Que Ele não veio para revogar a Lei, mas para cumpri-la.

B.(  ) Que Ele veio ao mundo para anular a Lei.

Jesus ensinou aos Seus discípulos a obediência à Palavra de Deus e à Lei. Não há de Sua parte sequer um indício de dúvida acerca da autoridade ou relevância das Escrituras. Ao contrário, Ele constantemente Se referiu a elas como a fonte da autoridade divina. 

3. O que Mateus 22:37-40 relata sobre a visão de Jesus acerca da Lei de Moisés?

Ele resumiu os Dez Mandamentos, cujos quatro primeiros se concentram no relacionamento divino-humano, e os seis últimos focalizam os relacionamentos interpessoais humanos.

Mãos à obra
- Volte ao texto que você copiou e estude as passagens. - Faça um círculo em torno das palavras/frases/ideias repetidas - Sublinhe palavras/frases que você achou importantes - Desenhe flechas ligando palavras/frases a outras palavras/frases que estão associadas ou relacionadas - Escolha um verso favorito do texto-chave desta semana. Escreva-o para ajudar na memorização.
Terça-feira, 14 de abril
Sabedoria e razão

Além das três fontes mencionadas por Ellen White, a Bíblia menciona outras duas fontes reveladoras da vontade divina. Provérbios 15:22 menciona que na multidão de conselheiros há sabedoria. A direção divina pode ser obtida por meio dos que já foram guiados pela vontade divina, daqueles que aprenderam a ser sábios. A Bíblia contém diversos relatos em que profetas, líderes e outras pessoas foram consultadas para saber qual era a vontade de Deus.

Antes de tomar uma grande decisão, é prudente consultar pessoas tementes e fiéis ao Senhor. Pessoas cristãs, que praticam os princípios bíblicos e dos escritos do Espírito de Profecia. Por serem praticantes das Escrituras, essas pessoas podem oferecer conselhos e orientações segundo a vontade divina.

Elas devem saber quem você é e desejar seu bem. Devem conhecer seus valores, sua visão de mundo, seus objetivos de vida, sua história, seu caráter e sua experiência. Em resumo, elas devem amar você. Elas também precisam ter experiência de vida. As pessoas mais sábias, geralmente, são mais idosas, pois já passaram por erros, fracassos, sucessos, e outras experiências. Assim, podem orientar de maneira mais segura àqueles que buscam seus conselhos.

Além do conselho dos sábios, a Bíblia também dá importância à razão. “‘Venham, vamos refletir juntos’, diz o Senhor” (Is 1:18). Nossas decisões precisam ser analisadas racionalmente. Sim, Deus, às vezes, faz coisas sobrenaturais e extraordinárias, mas, de certa forma, elas ainda devem ser analisadas pela razão. O Senhor pode estar tentando transmitir algo por meio do nosso raciocínio. Deus nunca faz nada que seja totalmente sem sentido, nem absurdo e sem propósito. A razão e o discernimento podem ser úteis para aplicar os princípios bíblicos no contexto de cada caso ou decisão a ser tomada.

Por exemplo, devemos guardar o sábado, mas Deus não nos dá um programa minuto a minuto especificando como devemos guardá-lo. Para estabelecer isso, precisamos usar a razão.

Mãos à Bíblia

4. Leia Lucas 24:13-35, 44, 45. Como Jesus usou as Escrituras para ensinar aos discípulos a mensagem do evangelho?

Em Lucas 24:44, 45, Cristo disse: “São estas as palavras que Eu vos falei, […]: importava se cumprisse tudo o que de Mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos.” Jesus “então, lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”. Isso estabelece claramente que Jesus, o Verbo encarnado (Jo 1:1-3, 14), confiava na autoridade das Escrituras para explicar como essas coisas foram preditas centenas de anos antes. Ao Se referir à totalidade das Escrituras, Jesus estava ensinando os discípulos pelo exemplo. À medida que fossem espalhar a mensagem do evangelho, eles também deveriam expor todas as Escrituras.

Pense Nisto
Você já usou alguma vez esses métodos para descobrir a vontade de Deus?
Quarta-feira, 15 de abril

Descubra a relação das passagens abaixo com o texto bíblico-chave (Salmo 23) da lição desta semana:

  • Lucas 14:28-32
  • Atos 8:29-39
  • 2 Timóteo 3:1-5
  • Hebreus 1:1, 2

Quais outras passagens mencionam essas e outras fontes que nos revelam a vontade divina?

Mãos à Bíblia

5. Como Jesus compreendia as pessoas e eventos históricos da Bíblia? Mt 12:3, 4; Mc 10:6-8; Lc 4:25-27; Lc 11:51; Mt 24:38

Jesus tratava constantemente pessoas, lugares e eventos do Antigo Testamento como verdade histórica. Ele Se referiu a Gênesis 1 e 2, a Abel em Gênesis 4, a Davi comendo os pães da proposição e a Eliseu, entre outras figuras históricas.

Pense Nisto
- Observando o texto bíblico que você copiou e marcou, que ideia principal você destacaria? - Quais perguntas surgem em sua mente? - Você chegou a alguma conclusão?
Quinta-feira, 16 de abril
Quando Deus não responde

Há ocasiões em que, após termos orado, parece que Deus simplesmente não responde. Isso não significa que Ele seja indiferente. Por alguma razão, Ele não deu uma resposta imediata ao nosso pedido. Nesse caso, o melhor que temos a fazer é continuar confiando na soberania divina. Além disso, devemos ficar atentos a outros meios que Deus utiliza para comunicar Sua vontade a nós. Por exemplo, impressões, pessoas, um texto da Bíblia, a letra de uma música, uma citação do Espírito de Profecia, etc. Mas, mesmo com toda essa diligência, estudo e oração, isso também pode acontecer devido a alguns fatores.

Para revelar, não a indiferença de Deus, mas o dom do livre-arbítrio. No final, após esgotarmos todas as alternativas bíblicas e não bíblicas, ainda temos a oportunidade de escolher.

Para revelar que Deus não é um sistema nem uma força impessoal. O Espírito Santo é uma Pessoa, tanto quanto o Pai e o Filho. Tendo como características a vida (2Co 3:3), a inteligência (Is 40:13), a liberdade (1Co 12:11), o conhecimento e a emoção. Ele interage conosco como uma pessoa real interage com outra pessoa. Se seguirmos determinada fórmula, executarmos certo ritual ou apertarmos alguns botões de uma máquina, não devemos esperar que caia um pacote de doces do Céu. Há momentos em que claramente existe somente uma opção, mas pode haver outros em que seja preciso escolher entre mais de uma.

Para revelar que o Espírito Santo inspirou as Escrituras e fala por meio delas (2Pe 1:20, 21; 2Sm 23:1, 2; Jo 14:16, 17, 26; 16:13, 26, 27). Após as opções serem submetidas ao filtro bíblico ou outro, se não existir nenhuma outra informação, a decisão ou escolha deve ser tomada tendo por base o “assim diz o Senhor”. Embora possamos nos sentir inseguros, com receio de escolher a opção certa, é preciso confiar na Bíblia, crendo que ela permitirá que sucedam os melhores resultados de qualquer escolha que fizermos com oração, humildade e espírito de obediência.

Quando diligentemente pesquisamos as Escrituras e aplicamos os princípios da vontade divina em nossas decisões, estamos reconhecendo o Espírito Santo como Aquele que nos convence e nos ajuda a decidir.

Para revelar que Cristo é nosso Senhor e Rei. Jesus foi guiado pelo Espírito (Mt 4:1; Mc 1:12; Lc 4:1). Isso significa que Ele viveu em obediência segundo a vontade de Seu Pai. Quando atendemos e nos submetemos aos anseios do Espírito, reconhecemos Aquele que em tudo foi orientado por Ele e Se tornou nosso Senhor e Rei.

Mãos à Bíblia

6. Como os apóstolos entendiam a autoridade da Palavra de Deus? At 4:24-26; 13:32-36; Rm 9:17; Gl 3:8

Nessas passagens, observe como as Escrituras estão intimamente relacionadas à voz do próprio Deus. Em Atos 4, pouco antes de receberem a plenitude do Espírito Santo, os discípulos louvaram a Deus pelo livramento de Pedro e João. Em seu louvor, eles levantaram a voz, reconhecendo Deus como o Criador e admitindo que Ele havia falado por meio de Davi, Seu servo. Isto é, as palavras de Davi são as palavras de Deus. Em Atos 13:32-36, Davi foi citado novamente por Paulo, mas suas palavras são atribuídas a Deus, pois o versículo 32 diz: “o que Deus prometeu a nossos antepassados” (NVI).

Na verdade, os escritores do Novo Testamento confiavam uniformemente no Antigo Testamento como a Palavra de Deus. No Novo Testamento existem centenas de citações do Antigo Testamento.

Pense Nisto
- Jesus é o Senhor nas decisões que você toma? - O que Ele está lhe dizendo por meio desta lição? - Você passou a ver Jesus sob nova perspectiva depois desta lição? - Como você reage ao ver Cristo dessa forma?
Sexta-feira, 17 de abril

"Você se esforça para tomar decisões corretas quanto aos deveres religiosos, e para decidir quanto aos seus empreendimentos comerciais, lançando uma moeda para cima e deixando que a posição em que ela cai decida o rumo que vai seguir. Estou instruída a dizer que não devemos nos valer de métodos desse tipo. Eles são demasiadamente vulgares, semelhantes a truques feitos com as mãos. Não vêm do Senhor, e os que dependem deles para orientação vão encontrar fracasso e desapontamento. Por serem apenas uma questão de acaso, a influência de adotá-los tem o objetivo de levar a mente a depender do acaso e da adivinhação, quando todo o nosso trabalho e planos de trabalho deviam estar firmados no seguro alicerce da Palavra de Deus.

“O povo de Deus pode chegar a uma correta compreensão de seu dever somente por meio de sincera oração e de fervorosa busca pela santificação do Espírito Santo. Quando buscarem corretamente instruções quanto ao que devem fazer, esses métodos estranhos e não confiáveis não serão aceitos por eles. […]

“Ao nosso povo, digo: Ninguém se deixe desviar dos seguros e sensatos princípios que Deus estabeleceu para a orientação de Seu povo e passe a buscar orientação em artifícios como jogar uma moeda para o alto. Esse tipo de procedimento agrada muito o inimigo das pessoas, pois ele atua para controlar a moeda, e, por meio dela, executar seus planos. Ninguém se deixe enganar tão facilmente que deposite confiança em testes desse tipo. […]

“O Senhor não trabalha com base no acaso. Busquem-No mais fervorosamente em oração. Ele impressionará a mente, e dará palavras e voz. O povo de Deus deve ser educado para não confiar em ideias humanas, nem em testes incertos como meio de conhecer a vontade de Deus para eles. […] Pessoas que são guiadas e ensinadas por Deus não darão lugar a ideias para as quais não há um ‘Assim diz o Senhor’.

“Que todos os que afirmam estar se preparando para a vinda do Senhor busquem humildemente o conhecimento de Sua vontade, e um espírito que esteja disposto a andar em toda a luz que Ele enviar. Como um povo, temos tido muitas instruções quanto ao nosso dever de depender de Deus para receber sabedoria e conselho. Vamos à Palavra de Deus para receber instruções. […]

“Estudem essa Palavra, para que vocês possam conhecer o caráter e a vontade de Deus. É essencial que todo cristão faça das verdades da Bíblia seu guia e salvaguarda. A todo rapaz e moça, bem como aos de idade avançada, testifico que o estudo da Palavra é a única salvaguarda para quem desejar permanecer firme até o fim” (Ellen G. White, Special Testimonies, Série B, 17a, p. 25-29).

 

Discussão

Compartilhe com sua classe o que você extraiu desta lição, por exemplo: descobertas, observações, dúvidas e pontos principais.

Perguntas sugestivas para ser discutidas:

  • Quais são alguns métodos equivocados de se saber a vontade de Deus?
  • De que maneira os interesses egoístas dificultam o processo da tomada de decisões?
  • Você tem tido pessoas que são boas mentoras em sua vida? Elas têm orientado e dado conselhos de acordo com a vontade de Deus?
  • Há outras fontes que revelam a vontade de Deus e que não foram discutidas nesta lição?
  • Por que antes de decidir seguir a vontade divina é importante estabelecer as fontes que a revelam?
Pense Nisto
- Depois do estudo do Salmo 23, nesta semana, quais aplicações você pode fazer em sua vida? - Quais práticas você pensa adotar?