Se há uma coisa sobre a qual a Bíblia sempre foi clara é o fato de que Deus é um Deus de juízo, e mais cedo ou mais tarde, de uma forma ou de outra, a justiça – tão deficiente neste mundo – será feita pelo próprio Deus, “o Juiz de toda a Terra” (Gn 18:25; veja também Sl 58:11; 94:2; 98:9). Como Paulo escreveu: “Assim, pois, cada um de nós prestará contas de si mesmo diante de Deus” (Rm 14:12).
Pensamento assustador, não é? Ter que prestar contas de si mesmo diante de Deus, que sabe as coisas mais profundas, o Deus que vai “trazer a juízo todas as obras, até as que estão escondidas, quer sejam boas, quer sejam más” (Ec 12:14)?
Contudo, no fim, o juízo revela a bondade e a graça de Deus e que Ele é justo e misericordioso no modo como lida com os salvos, e mesmo com os perdidos.
Nesta semana vamos explorar os temas mais profundos do juízo em relação ao grande conflito que assola o Universo, e examinaremos especialmente o que acontece quando o povo fiel de Deus enfrenta o inevitável “Juízo vindouro” (At 24:25).
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O Apocalipse se concentra no clímax da antiga controvérsia entre o bem e o mal. Lúcifer, um anjo rebelde, desafiou a justiça, a legitimidade e a sabedoria divina. Alegou que Deus era injusto e parcial na forma como governava o Universo. O juízo final do Apocalipse está no centro desse conflito sobre o caráter de Deus.
1. Apocalipse 14:7 diz: “Temam a Deus e deem glória a Ele, pois é chegada a hora em que Ele vai julgar. E adorem Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes das águas”. Por que, logo após a boa-nova sobre o “evangelho eterno”, a mensagem do primeiro anjo fala sobre o juízo de Deus? O que o “evangelho eterno” tem a ver com o juízo?
O evangelho e o juízo, ambos partes da mensagem do primeiro anjo, estão inseparavelmente entrelaçados. Se não fosse pelo “evangelho eterno”, não teríamos esperança no juízo. O “evangelho eterno” é, de fato, nossa única esperança no juízo. Não há dúvida de que parte do conteúdo do evangelho é a proclamação do juízo.
Durante esse juízo, os mundos não caídos verão que Deus fez tudo o que pôde para salvar cada ser humano. O julgamento revela a justiça e a misericórdia de Deus, diz sobre Seu amor e Sua lei, fala de Sua graça para salvar e Seu poder para libertar.
O juízo é parte da solução divina definitiva para o problema do pecado. No grande conflito entre o bem e o mal no Universo, Deus respondeu às acusações de Satanás com a cruz, ao passo que, no juízo, Ele revelará que fez tudo o que era possível para nos salvar e nos conduzir para a cruz.
Os registros infinitos, minuciosos, exatos e detalhados do Céu serão abertos (ver Dn 7:10). Somos tão preciosos para Deus que todo o Universo faz uma pausa para considerar as escolhas que fizemos à luz dos apelos do Espírito Santo e da redenção tão livremente oferecida por Cristo na cruz do Calvário.
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A cruz e o juízo revelam que Deus é justo e misericordioso. A transgressão da lei requer a morte do pecador. A justiça declara: “O salário do pecado é a morte”. A misericórdia responde: “O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Se a lei pudesse ser alterada ou abolida, seria desnecessário que Jesus morresse. A morte de Cristo confirma que a lei é eterna, e a lei é a base do juízo.
2. Como somos julgados? Que relação há entre obras e salvação? Ap 20:12
Nossas obras revelam nossas escolhas e nossa lealdade a Deus. De acordo com Efésios 2:8 e 9, somos salvos pela graça mediante a fé. Mas, quando Cristo nos salva, Ele nos transforma (Ef 2:10).
As boas obras, realizadas pelo poder do Espírito Santo, não nos salvam, mas testemunham que nossa fé é genuína. O juízo final arranca toda pretensão e hipocrisia e examina o nosso ser. Ao retratar nossa posição no juízo, Ellen G. White apresenta uma poderosa visão de como o evangelho e o juízo andam lado a lado:
“O fato de que os reconhecidos filhos de Deus são representados como estando na presença do Senhor com vestes sujas, deve levar à humildade e profundo exame do coração, por parte de todos os que Lhe professam o nome. Os que estão de fato purificando o caráter mediante a obediência à verdade terão de si mesmos uma opinião muito humilde. Quanto mais de perto virem o imaculado caráter de Cristo, tanto mais forte será o seu desejo de serem conformados à Sua imagem, e tanto menos pureza ou santidade verão eles em si mesmos. Mas, embora devamos reconhecer nosso estado pecaminoso, temos de confiar em Cristo como nossa justiça, nossa santificação e redenção. Não podemos contestar as acusações de Satanás contra nós. Cristo, unicamente, pode pleitear eficazmente em nosso favor. Ele é capaz de silenciar o acusador com argumentos baseados não em nossos méritos, mas nos Seus” (Conselhos Para a Igreja, p. 361).
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Os livros de Daniel e Apocalipse são complementares e nos apontam para os acontecimentos dos últimos dias da história da Terra. O Apocalipse proclama que chegou a hora do juízo de Deus, enquanto Daniel revela quando o juízo começou.
Em Daniel 7, Deus revelou a história do mundo ao profeta. Nações surgem e caem. Poderes perseguidores oprimem o povo de Deus. Depois de descrever Babilônia, Média-Pérsia, Grécia, Roma, a desintegração do Império Romano e a perseguição da igreja por 1.260 anos (Dn 7:25; Ap 12:6, 14), Deus dirigiu a mente de Daniel para um glorioso evento celestial que endireitará tudo. Deus desvia a atenção do profeta da ascensão e queda das nações e dos poderes opressores da Terra para a sala do trono do Universo e para o juízo final de Deus, quando Ele corrigirá todos os erros e estabelecerá Seu reino eterno de justiça.
Deus levou Daniel em visão profética do caos e conflito da Terra para as glórias do santuário do Céu e para a sessão da Suprema Corte do Universo, onde Cristo, o legítimo Governante deste mundo, receberá de Seu Pai o reino que é Seu por direito.
3. Leia Daniel 7:9, 10, 13 e descreva o que o profeta viu. Qual é o resultado desse juízo? Dn 7:14, 26, 27
O destino de toda a humanidade é decidido no tribunal do Céu. O certo prevalece. A verdade triunfa. A justiça reina. Essa é uma das cenas mais incríveis, maravilhosas e espetaculares das Escrituras. E a boa notícia é que termina muito bem para os fiéis revestidos da justiça de Cristo.
Jesus Se aproxima de Seu Pai celestial na presença dos representantes do Universo. Seres celestiais se aglomeram ao redor do trono de Deus. Todo o Universo de seres não caídos se admira com essa cena de juízo. O longo conflito travado por milênios está prestes a acabar. A batalha pelo trono do Universo está totalmente decidida.
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Em Apocalipse 4, João contemplou uma porta aberta no Céu e recebeu um convite: “Suba até aqui, e Eu lhe mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas” (Ap 4:1). Jesus convidou o apóstolo a olhar pela porta aberta no santuário do Céu para ver cenas do grande conflito entre o bem e o mal. Nós também podemos olhar através dessa porta aberta e ter um vislumbre do plano eterno da salvação. Somos testemunhas de questões que estão sendo decididas na corte celestial. Questões fundamentais no grande conflito entre o bem e o mal se desenvolvem diante de nossos olhos.
4. Leia Apocalipse 4:2-4. Que semelhanças há com a cena do juízo em Daniel 7?
Obviamente, Apocalipse 4 apresenta uma cena na sala do trono. Deus, o Pai, assenta-Se no trono cercado por seres celestiais. Há trovões e relâmpagos simbolizando os juízos divinos. Notamos que há 24 anciãos ao redor do trono de Deus.
Quem são esses 24 anciãos? No Israel antigo havia 24 divisões no sacerdócio levítico. Esses sacerdotes representavam o povo diante de Deus. Em 1 Pedro 2:9, o apóstolo declarou que os crentes do NT são “geração eleita”, “sacerdócio real”. Talvez, esses 24 anciãos representem todos os redimidos que um dia se alegrarão em torno do trono de Deus; ou, talvez, representem as pessoas ressuscitadas na ressurreição de Cristo e que ascenderam ao Céu com Ele (Mt 27:52; Ef 4:7, 8).
De qualquer forma, isso é uma boa notícia. Há alguns dos redimidos da Terra ao redor do trono de Deus. Eles enfrentaram tentações assim como nós enfrentamos. Pelo poder do Espírito, venceram. Eles estão “vestidos de branco”, simbolizando a justiça de Cristo, que cobre e purifica os pecados, têm coroas de ouro na cabeça indicando que venceram o mal e fazem parte da linha real de crentes cheios de fé.
Vemos um trono no Céu e Deus assentado sobre ele. Há seres celestiais ao redor do trono, e logo todo o Céu começa a cantar, e a intensidade do louvor fica cada vez mais forte: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas e por Tua vontade elas vieram a existir e foram criadas” (Ap 4:11).
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Em Apocalipse 5:1-5, mais uma vez vemos um trono. Há um livro em forma de rolo escrito por dentro e por fora e selado com o selo divino, e ninguém no Céu ou na Terra podia abrir o livro. Seres celestiais tremem. O problema é sério. Nenhum ser angelical pode representar a humanidade no juízo final da Terra. João chora porque ninguém pode abrir o livro. Então um dos anciãos, um dos seres humanos resgatados da Terra, fala palavras de encorajamento ao coração de João. Jesus, o Cordeiro de Deus, é digno de abrir o livro.
João contempla a resposta final para o problema do pecado em Apocalipse 5:5. O idoso profeta contempla a única maneira de absolver pecadores no juízo final.
“Então um dos anciãos me disse: – Não chore! Eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para quebrar os sete selos e abrir o livro. Então vi [...] um Cordeiro que parecia que tinha sido morto” (Ap 5:5, 6).
5. Leia Apocalipse 5:8-12. Como todo o Céu reage ao anúncio de que Jesus é digno de abrir o livro do juízo e nos redimir?
Jesus, o Cordeiro de Deus, que sacrificou a vida pela salvação de toda a humanidade, pega o livro do juízo e o abre. Todo o Céu irrompe em louvor arrebatador. Sua vitória sobre as tentações de Satanás, Sua morte na cruz do Calvário, Sua ressurreição, Seu ministério sumo sacerdotal proveem salvação para todos os que escolhem responder à Sua graça pela fé. O juízo é uma notícia incrivelmente boa para o povo de Deus, pois fala do fim do reinado do pecado e da libertação deles.
Algo pode ser mais encorajador? Jesus nos defende no juízo. Sua vida perfeita e justa nos cobre. Sua justiça atua dentro de nós para nos transformar. Sua graça nos perdoa, nos transforma e nos dá poder para viver de forma piedosa.
Não precisamos temer. Jesus nos defende no juízo, e os poderes do mal são derrotados. O juízo é proferido em favor do povo de Deus (Dn 7:22). O objetivo do juízo não é revelar o quanto somos maus, mas revelar o quanto Deus é bom.
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Observe as fortes revelações sobre a condição do povo de Deus nos últimos dias:
“Sua única esperança está na misericórdia de Deus, sua única defesa será a oração. Como Josué pleiteou diante do Anjo, assim a igreja remanescente, com coração quebrantado e fervorosa fé, pleiteará perdão e livramento por meio de Jesus, seu Advogado. Está plenamente consciente da pecaminosidade de sua vida, vê sua fraqueza e indignidade e, ao olhar para si mesma, fica a ponto de desesperar. O tentador está ao seu lado para a acusar, como esteve ao lado de Josué, para lhe resistir. Aponta para suas vestes imundas, seu caráter defeituoso. Apresenta sua fraqueza e descaminhos, seus pecados de ingratidão, sua dessemelhança de Cristo, a qual desonrou seu Redentor. [...]
“Satanás possui um exato conhecimento dos pecados que ele o tentou a cometer e apresenta esses pecados como exageradamente graves, declarando: ‘Será que Deus vai banir a mim e os meus anjos de Sua presença, e contudo recompensar os que são culpados dos mesmos pecados? Não podes, ó Senhor, isso fazer com justiça. Teu trono não se achará fundamentado em justiça e juízo. A justiça requer que seja pronunciada sentença contra esse povo’. [...]
“Embora os seguidores de Cristo tenham cometido pecado, não se entregaram ao domínio do mal. Abandonaram os pecados e buscaram o Senhor com humildade e contrição, e o divino Advogado pleiteia em seu favor” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 404, 405).
Perguntas para consideração
- Saber que “é chegada a hora em que Ele vai julgar” impacta nosso dia a dia? A maioria provavelmente diria que não, certo? Como podemos mudar isso?
- O juízo é uma boa notícia? A atuação de Jesus por nós no juízo nos motiva a ser fiéis, sabendo que somente por causa do que Ele fez temos salvação?
- O juízo revela o caráter de Deus. Isso se encaixa no cenário do grande conflito?
Respostas e atividades da semana: 1. Sem o “evangelho eterno” não teríamos esperança no juízo. 2. Nossas obras não nos salvam, mas revelam nossas escolhas, nossa lealdade a Deus e testemunham que nossa fé é genuína. Somos salvos pela graça, mediante a fé. 3. Daniel viu a sala do trono e Deus assentado para julgar. Milhões de seres celestiais estavam diante Dele. Alguém como um filho do homem Se dirigiu ao Ancião de Dias. Como resultado do juízo, o reino foi tirado dos inimigos de Deus e dado ao Filho do Homem e ao povo dos santos do Altíssimo. 4. Deus, o Pai, assenta-Se no trono cercado por seres celestiais. 5. Prostram-se diante do Cordeiro e entoam um cântico de louvor.
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PARTE I – VISÃO GERAL
Quando muitos cristãos pensam sobre o juízo, tendem a ficar cheios de medo. Eles visualizam Deus em Seu tribunal celestial, sentado como o Supremo Juiz do Universo, pesando suas boas ações contra as más. Eles possuem essa obscura noção de que, se suas boas ações superarem as más, serão salvos. Se, por acaso, suas más ações superarem as boas, estarão perdidos.
Na lição desta semana, descobriremos que esse conceito sobre o juízo não é apenas falso, mas também um dos enganos do diabo para distorcer o caráter de Deus. Satanás deseja retratar Deus como um Juiz vingativo, algum tipo de tirano irado, que deseja punir Suas criaturas por todos os pecados que tenham cometido.
O estudo desta semana revela um Deus de amor infinito que está fazendo tudo o que pode para nos salvar. Ele quer nos ver no Céu ainda mais do que queremos estar lá. O juízo confirma a realidade divina de que o Céu fez tudo o que podia para salvar toda a humanidade. Se nos perdermos, será porque resistimos continuamente às reivindicações do amor divino. No juízo, nossas boas ações são importantes porque revelam nossa resposta ao amor incondicional e inesgotável de Deus, conforme revelado em Cristo na cruz. Nossas boas ações testemunham do fato de que nossa fé em Jesus é verdadeira. Nosso reconhecimento do que Jesus fez, faz e continuará fazendo nos leva a desejar servi-Lo para sempre.
PARTE II – COMENTÁRIO
O livro do Apocalipse anuncia que “é chegada a hora do Seu juízo” (Ap 14:7, ARA). O Apocalipse não revela nem a natureza do juízo nem a hora exata em que ele começa, mas Daniel, sim. Os capítulos 7 a 9 de Daniel estão interligados e mostram claramente a natureza e o momento do juízo. Os livros proféticos de Daniel e Apocalipse estão conectados. Entender Daniel nos ajuda a entender o Apocalipse. Quando o capítulo 7 de Daniel descreve a natureza do juízo, a descrição é feita no contexto da vitória de Cristo sobre os poderes despóticos deste mundo. No início de Daniel 7, são apresentadas quatro bestas que oprimem o povo de Deus. De acordo com Daniel 7:17 e 23, esses animais representam reis ou reinos. As palavras-chaves em Daniel 7 são “reino” e “domínio”.
Há uma batalha pelo controle do mundo. Por fim, surge o “chifre pequeno” como um poder político-religioso que muda a lei de Deus e quer governar a Terra. Nossa atenção se volta, então, da Terra para o Céu. O Ancião de Dias, nosso Pai celestial, convoca a hora do juízo no Céu. O Filho do Homem, Jesus, Se une ao Pai. No juízo, é revelado que Cristo é o legítimo Governante do Universo. Daniel declara: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu Um como o Filho do Homem; e dirigiu-Se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele. E foi-Lhe dado o domínio, e a honra, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas O servissem; o Seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o Seu reino, o único que não será destruído” (Dn 7:13, 14, ARC; ênfases acrescentadas).
Cristo é revelado no juízo, diante de todo o Universo, como seu governante legítimo. O reino de Satanás é totalmente exposto como maligno, enganoso, egoísta e destrutivo. O Céu revela que a Divindade fez todo o possível para salvar toda a humanidade na cruz. O poder do chifre pequeno (Roma Papal) e todos os poderes terrenos são condenados no juízo. O julgamento é em favor do povo de Deus. Como consequência, a obra do juízo também é confiada a eles durante o reinado milenar com Cristo no Céu após a Sua segunda vinda. Para os cristãos comprometidos, leais a Cristo, confiantes em Sua graça e revestidos de Sua justiça, o juízo é uma notícia boa, não má.
O capítulo 7 de Daniel foi escrito durante o primeiro ano do reinado de Belsazar, rei de Babilônia. De acordo com Siegfried Horn, PhD, arqueólogo e ex-professor da Universidade Andrews, “os babilônios tinham uma visão muito pessimista sobre o futuro. Seu submundo, o reino dos mortos, era uma terra escura, cheia de poeira, onde o pão era amargo, a água salobra e os mortos usavam roupas de penas para protegê-los do frio. Eles acreditavam que, durante a noite, suas necessidades de luz, comida e bebida eram supridas pelo deus Sol” (Ministry, dezembro de 1981, v. 54, nº 12, p. 25).
Horn continua afirmando: “Há uma diferença marcante entre os egípcios e os babilônios em relação ao juízo no futuro. Embora saibamos pouco sobre o que os babilônios pensavam sobre seu destino no futuro, os egípcios deixaram numerosos registros de suas crenças. Esses textos mortuários variam desde os Textos das Pirâmides do Império Antigo via Textos dos Sarcófagos do Império Médio até os Livros dos Mortos do Novo Império. No decorrer de quase 3.000 anos, suas crenças mudaram em alguns aspectos, conforme ilustrado por esses vários textos. [...] Eles descrevem em detalhes, tanto em palavras quanto em imagens, o que uma pessoa esperava experimentar após a morte e como poderia garantir um resultado favorável de seu julgamento perante seus juízes divinos” (p. 27).
O Livro dos Mortos do Antigo Egito retrata em gravuras o conceito egípcio do juízo durante o período do Novo Império. Essa ideia é mais amplamente desenvolvida na seção sobre a Sala do Julgamento, onde os destinos dos mortos são determinados. “Osíris senta-se na Sala do Julgamento, tendo a balança da justiça diante dele, e espera para julgar quem morreu. Aqueles que falharem nesse teste serão destruídos. [...] Esse texto complexo e extenso contém a Confissão Negativa, na qual o morto declara (primeiro a Osíris e depois a outros 42 juízes) que é digno, ao listar os crimes e as ofensas que não cometeu. Então, o coração do falecido era pesado contra a pena de Maat” (Ancient Egypt Online, “The Judgment of the Dead”, disponível em https://ancientegyptonline.co.uk/ judgementofthedead/).
Se as más ações do indivíduo superassem as boas, a balança penderia a favor das trevas eternas, e o coração seria lançado a uma figura monstruosa que aguardava a chance de devorá-lo. Os textos egípcios também revelam que quase ninguém jamais poderia ganhar uma discussão contra os deuses. Eles parecem ser insensíveis, sem amor e ávidos para devorar.
É importante notar o contraste entre os antigos conceitos pagãos de juízo e o conceito bíblico, conforme descritos nos livros proféticos de Daniel e Apocalipse. Apocalipse 14:7 afirma: “É chegada a hora do Seu juízo” (ARA). Essa não é apenas a hora de Deus julgar o mundo, mas também de revelar Seu amor e Sua graça diante do Universo. Quando Cristo morreu na cruz, todo o Universo contemplou o amor de Deus. Não pode haver maior revelação do amor de Deus do que o Calvário. A cruz define: Deus é amor.
No entanto, ainda há questões a ser respondidas no conflito cósmico entre o bem e o mal. Como o amor de Deus se aplica a cada pessoa? Todas as pessoas no planeta Terra tiveram evidências suficientes para tomar uma decisão eterna? Deus fez todo o possível para salvar cada ser humano? Há algo mais que Deus poderia ter feito? A fim de proteger para sempre o Universo e gravar, sem sombra de dúvida, o amor divino no coração dos seres dos mundos não caídos e dos redimidos de todas as eras, essas perguntas devem ser respondidas, e elas serão.
No final do juízo, todo o Universo cantará com alegria: “E entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: ‘Grandes e admiráveis são as Tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os Teus caminhos, ó Rei das nações! Quem não temerá e não glorificará o Teu nome, ó Senhor? Pois só Tu és santo. Por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de Ti, porque os Teus atos de justiça se fizeram manifestos” (Ap 15:3, 4). Tanto os salvos quanto os perdidos, os redimidos e os ímpios, reconhecerão que Deus é justo, reto e amoroso em Suas ações para conosco. O Universo estará seguro para sempre porque Seu amor foi revelado tanto na cruz quanto no juízo final da Terra.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Para reflexão pessoal: A lição desta semana contém ricas lições espirituais para o nosso dia a dia. O primeiro princípio importante a ser extraído do nosso estudo desta semana é que estamos vivendo em um momento único da história da Terra: a hora do juízo de Deus chegou. Os destinos de todos os seres humanos serão decididos. Assim como o Dia da Expiação no calendário religioso judaico também era um dia de juízo, em que todo o povo de Deus se reunia no antigo santuário, confessando seus pecados e examinando seu coração, hoje o apelo da hora do juízo é um apelo à confissão, arrependimento e abandono do pecado. O apelo da hora do juízo é um convite de Deus ao ser humano para que se comprometa totalmente com Cristo no clímax da história da Terra.
A segunda verdade vital no estudo desta semana é que, em Cristo, não precisamos temer o juízo. Podemos ter a certeza de que o nosso amoroso Senhor nos ajudará. Jesus não é apenas o nosso Juiz, mas também o nosso Advogado de defesa (Jo 5:22; 1Jo 2:1). Nos tribunais terrenos, se o juiz de uma pessoa fosse também seu advogado de defesa, haveria um sério conflito de interesses. Contudo, no tribunal do Céu, a balança pende a nosso favor. Se houver algum modo de Jesus nos salvar, Ele o fará.
A terceira verdade bíblica do nosso estudo desta semana é que, no fim de tudo, Cristo será honrado, Satanás será exposto e os justos serão redimidos. Compreender o juízo do Apocalipse nos dá a confiança de que um dia todo o Universo se curvará em adoração diante do nosso Criador, Redentor e Rei triunfante.
Discuta:
-
Você se sente confortado em saber que o seu Juiz também é o seu Advogado de defesa?
-
O que significa estar totalmente comprometido com Cristo durante a hora do juízo no clímax da história da Terra?
Semeando na Espanha
Iván e Delia
Espanha | 22 de abril
No primeiro sábado, apenas Iván e Delia adoravam a Deus em sua casa em uma cidade da Espanha sem presença adventista do sétimo dia. Mas o casal missionário estava determinado a mudar isso.
Iván era do México, e Delia era de Cuba. Eles haviam chegado à Espanha um ano antes, juntamente com a chegada da Covid-19, para apoiar pastores adventistas em Barcelona. Quando o país começou a reabrir após os lockdowns da Covid-19, Iván e Delia foram convidados a plantar uma igreja na cidade de Segovia, localizada a 90 minutos de carro da capital espanhola, Madri.
Naquele primeiro sábado, eles leram a Bíblia em casa. Iván tocou violão, e eles cantaram. Embora fossem apenas dois, eles tinham esperança. Eles tinham o nome de uma avó que havia manifestado interesse em estudos bíblicos.
Alguns dias depois, Delia fez contato com a avó, e as duas começaram os estudos bíblicos.
No sábado seguinte, não eram apenas Iván e Delia adorando a Deus em sua casa. Eles estavam acompanhados pela avó e seu neto de 4 anos. Os estudos bíblicos continuaram por um mês.
Então, o número de pessoas adorando juntas no sábado cresceu para cinco. A avó levou sua nora, a mãe de seu neto de 4 anos, para a igreja- -casa. A avó expressou desapontamento com o fato de o pai do garoto, Lucas, ter se recusado a ir.
Iván pediu o número do celular dele para a avó e enviou uma mensagem de texto para ele.
“Gostaríamos de convidar você e sua esposa para almoçar”, escreveu ele.
Alguns dias depois, os dois casais aproveitaram o almoço juntos e foram caminhar no parque. Durante a caminhada, Lucas mencionou que logo completaria 22 anos.
Iván e Delia decidiram fazer uma surpresa para Lucas e sua família com uma festa de aniversário. Delia assou um tradicional bolo três leites e cobriu-o com uma cobertura verde-clara decorada com flores vermelhas e folhas verdes.
Lucas ficou muito surpreso!
Ele nunca havia comemorado seu aniversário com um bolo ou uma festa. Então, foi Delia que ficou surpresa ao saber que aquela era sua primeira festa de aniversário.
Lucas amou o bolo e a festa. Ele não parava de sorrir. Ele estava muito feliz. Sua esposa também estava feliz. Seu filho de 4 anos e a avó também desfrutaram da festa.
Depois disso, Lucas pediu para se juntar ao grupo de estudos bíblicos. Então, ele começou a ir à igreja-casa aos sábados. O número de pessoas adorando a Deus aos sábados cresceu para seis: Iván, Delia, a avó, o neto de 4 anos, a nora e Lucas. Iván tocava violão, e todos cantavam com alegria.
A avó, Lucas e os outros convidaram seus amigos para vir e desfrutar da música – e eles vieram. Então, o avô começou a ir para ouvir a música. Em um ano e meio, a cidade passou de nenhuma presença adventista para um lugar onde 30 pessoas se reúnem regularmente na igreja-casa aos sábados. Dezoito pessoas estão fazendo estudos bíblicos, e seis foram batizadas. Há planos em andamento para alugar um edifício para a igreja.
“Nós estamos procurando um edifício porque o número de pessoas está crescendo”, diz Iván.
“Queremos uma igreja para o culto de sábado e um centro de influência onde possamos alcançar a comunidade durante a semana”, Delia acrescenta.
A Espanha tem muitas cidades e vilas sem presença adventista. Obrigado por sua oferta do décimo terceiro sábado de três anos atrás, que foi para o Colégio Adventista de Sagunto, para ajudar a treinar as pessoas a espalhar as boas-novas da breve volta de Jesus no país e além.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Saiba que Lucas é um pseudônimo.
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Baixe as publicações e os principais fatos rápidos da missão da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
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