Lição 9
23 a 29 de novembro
A Fonte da vida
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: At 27
Verso para memorizar: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim” (Jo 14:6).
Leituras da semana: Jo 1:4; 10:10; 1:12, 13; 6:61-68; Nm 13:23-33; Mt 4:1-4

No Evangelho de João, quando questionado sobre quem era, Jesus muitas vezes respondia usando um termo que designa a Divindade: “Eu Sou”. Essa era uma referência inconfundível ao próprio Senhor, que apareceu a Moisés na sarça ardente, dizendo: “Eu Sou o Que Sou” (Êx 3:14). E esse mesmo Deus, o “Eu Sou”, então “Se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a Sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14). 

O tema do “Eu Sou” permeia o Evangelho de João. O versículo para memorizar desta semana reflete esse tema: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). O “Eu Sou” é o pão da vida, a luz do mundo, a porta das ovelhas, o bom Pastor, a ressurreição e a vida, e a videira verdadeira. 

Nesta semana vamos continuar estudando a revelação de Deus conforme nos foi dada em João. Também vamos explorar de maneira mais detalhada o outro lado da realidade: apesar das poderosas evidências de que Jesus é o Messias, muitas pessoas O rejeitaram. Estudaremos essa questão por duas razões: para evitar o mesmo erro, mas também para descobrir como podemos alcançar aqueles que correm o mesmo risco.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Domingo, 24 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: At 28
A vida estava Nele

Em João 1:1, o apóstolo afirma claramente que Jesus é Deus, o Filho divino. Consequentemente, em João 1:4 a referência à vida deve ser necessariamente à vida divina, à autoexistência eterna, que não deriva de coisa alguma. Pelo fato de que Cristo possui vida em Si mesmo, Ele pode dar a Sua vida e retomá-la (Jo 10:17). E, pelo fato de ter vida em Si, pode dar vida a quem quiser (Jo 5:21; compare com Jo 14:19). 

O termo “vida” (em grego, zo?) ocorre 36 vezes no Evangelho de João, cerca de 25% dos usos do NT. Em João 1:4 e 5, além de se referir à fonte da vida em nosso planeta, a palavra também está ligada à salvação. No restante do Evangelho de João, a ideia de vida (zo?) é expressa com mais frequência como “vida eterna”, a promessa de salvação (Jo 3:15, 16, 36; 4:14, 36; 6:27, 40, 47, 54, 68; 10:27, 28). Assim, Aquele que concedeu vida na criação é o mesmo que traz salvação e vida eterna ao mundo perdido. 

1. Por que Jesus veio a este mundo? Jo 1:29; 3:16; 6:40; 10:10; 12:27 

“E assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que Nele crê tenha a vida eterna” (Jo 3:14, 15). 

Da mesma forma como a serpente de bronze ocupou o lugar dos israelitas picados pelas serpentes, assim Jesus tomou o nosso lugar, pois fomos atingidos pelo pecado. Ele assumiu a penalidade que era nossa para que pudéssemos ter a vida que era Dele. 

Cristo também deseja que tenhamos vida em abundância (Jo 10:10). Assim, “a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (Jo 1:12, 13). 

Cristo veio para nos revelar o Pai. Afinal, “ninguém jamais viu Deus; o Deus unigênito, que está junto do Pai, é quem O revelou” (Jo 1:18). Ao ver o caráter de Jesus, podemos ver o caráter do Pai. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

O que aprendemos sobre o caráter do Pai com a vida de Jesus? Por que essa revelação é uma notícia tão boa?


Segunda-feira, 25 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Rm 1
As palavras da vida eterna

2. Leia João 6:61-68. Quando Jesus perguntou aos discípulos se O abandonariam, o que Pedro respondeu? O que essa resposta significa? 

As palavras de Pedro sobre a “vida eterna” tratam de um tema que permeia o Evangelho de João. A ideia de vida eterna é mencionada várias vezes no contexto da alimentação dos 5 mil (Jo 6:27, 40, 47, 54, 68). Jesus diz que é o pão da vida (Jo 6:35), o que significa que Sua vida, morte e ressurreição é a fonte da salvação eterna. 

A expressão “vida eterna” ou palavras semelhantes ocorrem pelo menos 17 vezes em João. Essa expressão não se refere simplesmente à existência futura do espírito, a tornar-se parte de uma entidade eterna ou a algum conceito vago, mas refere-se ao poder vivificante que traz salvação e sentido à existência presente, bem como à vida que não terá fim, que receberemos na volta do Senhor. Assim como Jesus Se tornou carne, a ressurreição que Ele prometeu ocorrerá no tempo e no espaço, dando vida ao corpo físico. Trata-se da ressurreição, uma renovação da vida do Éden. 

3. Como podemos receber a vida eterna? Jo 3:15, 16; 5:24; 6:40, 47; 8:31; 12:46; 20:31 

Somente pela fé cremos que Jesus Cristo veio ao mundo para viver e morrer em nosso favor. Recebemos essa fé como um dom divino, mas precisamos escolher, de maneira consciente, nos entregar a Jesus, nos arrepender e reivindicar Seu sangue para obter o perdão e a purificação dos pecados. 

Quando Jesus perguntou a Pedro se ele também O abandonaria, o discípulo respondeu: “Senhor, para quem iremos? O senhor tem as palavras da vida eterna” (Jo 6:68). Essa frase resume a essência da salvação e a maneira pela qual podemos alcançá-la. A salvação não vem da Filosofia, da História ou da Ciência, nem de qualquer outra disciplina humana. Ela vem de Jesus, que, possuindo a vida eterna em Si mesmo, a oferece gratuitamente a todos aqueles que, respondendo ao Espírito Santo, a aceitam. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Como a promessa da vida eterna deve impactar nossa maneira de ver nossa vida?


Terça-feira, 26 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Rm 2
Crer e nascer de novo

4. Segundo João 1:12 e 13, quais são os passos para se tornar cristão? 

João escreveu seu evangelho para que crêssemos em Jesus e para que, crendo Nele, tivéssemos vida eterna em Seu nome (Jo 20:31). Em João 1:12 e 13, esse processo é descrito em duas etapas: (1) Recebemos a Jesus, isto é, cremos Nele; (2) Ele nos dá o poder (ou autoridade) de nos tornarmos filhos de Deus, ou de nascer de Deus. Assim, há um aspecto humano e um aspecto divino em se tornar cristão. Devemos agir com fé, receber a Cristo, estar abertos à luz, mas é Deus quem regenera o coração. 

A própria fé é um dom de Deus, que vem por ouvir a Sua Palavra (Rm 10:17). “Para ter verdadeira e inabalável fé em Cristo, precisamos conhecê-Lo assim como é representado na Palavra” (Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 433). “O Espírito, operando na mente e iluminando-a, desperta a fé em Deus” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1047). 

Os que creem em Jesus como Messias, isto é, O aceitam como tal, obtém vida eterna. João também enfatiza a importância de aceitar a Palavra de Jesus, ou seja, crer nela (Jo 5:24, 38, 47). É papel do Espírito trazer convicção (Jo 16:7, 8; Rm 8:16). 

5. Que princípio vemos em Romanos 8:16 sobre a salvação em Jesus? 

A fé bíblica, que se baseia na obra do Espírito Santo em nosso coração, é o fundamento de nossa fé. “A fé é [...] a grande bênção – os olhos que veem, o ouvido que ouve” (Comentários de Ellen G. White, Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 6, p. 1194). Segundo o entendimento humanista da fé, devemos encontrar fundamentos e critérios para a fé, e depois crer. O entendimento bíblico, por outro lado, afirma que a própria fé é o fundamento, um dom de Deus (Ef 2:8; 1Co 1:17-24; 2:1-6). Começamos com o fundamento da fé e, a partir daí, crescemos em compreensão e graça. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Se alguém lhe perguntasse em que se baseia a sua fé, como você responderia?


Quarta-feira, 27 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Rm 3
Rejeitando a Fonte da vida

Algumas das narrativas mais tristes da Bíblia estão no Evangelho de João (Jo 1:5, 10, 11). O “Eu Sou” foi rejeitado por muitos do Seu próprio povo. 

Não é de admirar que Paulo tenha advertido: “Portanto, não percam a confiança de vocês” (Hb 10:35). Cristo foi rejeitado porque não aceitaram a Sua Palavra. 

“O modo de pensar humanista contemporâneo começa com a dúvida. As pessoas questionam tudo para, então, determinar o que é a verdade. Aquilo que sobrevive ao fogo do interrogatório é aceito como conhecimento sólido, semelhante a uma rocha, algo em que se possa depositar a fé. Algumas pessoas aplicam esse mesmo método ao estudo da Bíblia, questionando tudo do ponto de vista científico, histórico, psicológico, filosófico, arqueológico ou geológico, a fim de determinar o que é verdade na Bíblia. O próprio método começa e se baseia na dúvida sobre a veracidade das Escrituras. Cristo perguntou: ‘Quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé sobre a Terra?’” (Lc 18:8; E. Edward Zinke e Roland Hegstad, The Certainty of the Second Coming [Hagerstown: Review and Herald, 2000], p. 96). 

6. Leia Números 13:23-33. O que fez a diferença entre os dois relatórios que os espias trouxeram sobre Canaã? 

O pecado dos hebreus que estavam em Cades-Barneia foi duvidar da Palavra de Deus. O Senhor havia pedido que eles subissem e tomassem a terra. Doze espias foram enviados a Canaã para examinar a terra. Eles voltaram com dois relatórios diferentes. A maioria deu um relatório negativo. Disseram que havia gigantes na terra, cidades muradas, armas que nunca tinham visto antes e exércitos bem treinados. Acrescentaram que, em contrapartida, tinham sido escravos no Egito, com pouca experiência militar. Com base em evidências humanas esmagadoras, dez espias concluíram que os israelitas não deveriam conquistar a terra. Por outro lado, com base na fé no poder da Palavra, dois espias concluíram que deveriam seguir em frente. 

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Como evitar o erro dos israelitas? Ao mesmo tempo, como evitar a presunção, isto é, fazer tolices achando que estamos fazendo a vontade de Deus, e que, assim, não falharemos?


Quinta-feira, 28 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Rm 4
Condenação

Quem Nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus. [...] Pois todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz” (Jo 3:18-21; compare com Jo 1:10). 

7. Por que as pessoas entram em juízo? Jo 3:18, 36; 5:24, 38; 8:24; 12:47 

Rejeitar Jesus Cristo, que é a luz do mundo, nos deixa abertos à dúvida e às tentações de Satanás. Fazer isso significa se voltar da luz para as trevas. 

Deus transmitiu a Eva luz a respeito da árvore que estava no meio do jardim. Satanás a tentou a questionar essa luz. Ela duvidou da Palavra, raciocinando que um Deus de amor não destruiria as criaturas que havia criado. Eva também dependeu do que os seus sentidos lhe diziam, pensando: “A serpente comeu do fruto e agora tem o poder de falar. Talvez ela esteja certa: se eu comer do fruto, poderei me tornar igual a Deus!” Enganada, ela se afastou da luz. E o seu marido seguiu o mesmo caminho. 

8. Leia Mateus 4:1-4. Que princípios Cristo usou no deserto da tentação para combater os enganos de Satanás? 

Cristo tinha à Sua disposição a mesma ferramenta de pensamento humanista usada por Adão e Eva, pelos antediluvianos e por Israel em Cades-Barneia. Ele poderia ter questionado por que um Deus de amor deixaria Seu Filho no deserto durante 40 dias sem alimento e proteção. Ele também poderia ter determinado provar que era o Filho de Deus: “Vou transformar essas pedras em pães!” Em vez disso, Jesus respondeu com a Palavra de Deus. Ele agiu com base nas coisas celestiais, e não segundo os padrões de pensamento deste mundo. Facilmente Cristo poderia ter racionalizado e decidido tomar uma decisão errada, o que tantas pessoas, mesmo cristãs, muitas vezes fazem.



Sexta-feira, 29 de novembro
Ano Bíblico: RPSP: Rm 5
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 9-15 (“‘Deus Conosco’”); p. 479-486 (“Fogo Cruzado”). 

“Ao Se rebaixar para assumir a condição humana, Cristo revelou um caráter oposto ao de Satanás. Contudo, desceu ainda mais baixo na escala da humilhação. ‘Reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz’ (Fp 2:8). Como o sumo sacerdote deixava suas suntuosas vestes e oficiava com o vestuário de linho branco do sacerdote comum, assim Cristo tomou a forma de servo e ofereceu sacrifício, sendo Ele mesmo o Sacerdote e a Vítima. ‘Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele’ (Is 53:5). 

“Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que era nossa, para que recebêssemos a vida que era Dele” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 13, 14). 

Perguntas para consideração 

1. Jesus deu tudo para salvar o mundo. Quais são as melhores maneiras de ajudar as pessoas a ver essa verdade surpreendente e a se aproximarem de Cristo com fé? 

2. Quais são as principais diferenças entre tomar decisões seguindo padrões humanos e mundanos e, por outro lado, tomar decisões com base na revelação divina? 

3. Elementos como a lógica e a razão estão em harmonia com a compreensão da Palavra de Deus? Temos razões lógicas e racionais para crer? Fatores como o cumprimento das profecias e a beleza e complexidade do mundo criado nos apontam para a existência de Deus e para a verdade do plano da salvação? 

4. Por que você crê em Jesus e no evangelho? Quais são seus argumentos em defesa da verdade bíblica? 

Respostas às perguntas da semana: 1. Para dar vida eterna e salvação àqueles que creem e tirar o pecado do mundo. 2. Pedro respondeu que só Jesus tem as palavras da vida eterna. Somente Ele pode dar salvação e sentido à nossa vida atual, além da vida que não terá fim. 3. Crendo em Jesus e em Seu sacrifício e permanecendo Nele. 4. Primeiro, cremos em Cristo; segundo, Ele nos dá o poder de nos tornarmos filhos de Deus. 5. O Espírito Santo, atuando em nosso coração, produz a fé e a certeza da salvação. 6. Um grupo de espias confiou nas promessas de Deus; o outro duvidou da Palavra de Deus e ficou com medo, tendo como base apenas o que tinha visto em Canaã. 7. Porque não creem em Jesus, O rejeitam e as Suas palavras não permanecem neles. 8. Cristo decidiu confiar nas palavras do Pai, respondendo com base nelas, em vez de seguir os padrões de pensamento humano.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Resumo da Lição 9
A Fonte da vida

FOCO DO ESTUDO: João 3:18-21 

ESBOÇO 

Introdução: Cristo é a única Fonte de vida. Se desejamos a vida, devemos nos apegar somente a Ele e a nenhuma outra criatura. Mesmo os anjos, santos ou caídos, não podem nos dar vida, pois a vida deles deriva de Deus. Eles não apenas são incapazes de conceder vida, mas o mais preeminente entre os anjos caídos, Satanás, representa o extremo oposto do Doador da vida. Satanás é o ardiloso negociante da morte, cujo objetivo é privar-nos da vida que Jesus oferece. Jesus expõe a agenda destrutiva de Satanás, em contraste com a Sua própria missão salvífica, quando declara: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10). 

O diabo, o grande enganador, instiga a humanidade a optar pelo pecado em lugar da justiça em Cristo; então ele exige insensivelmente seu salário, que nada mais é do que a morte eterna. Paulo confirma esse fato quando escreve em Romanos 6:23: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”. Todas as boas dádivas procedem de Deus, e a vida eterna, juntamente com a vida abundante, vem Dele. É uma parte insondável do mistério do mal que as pessoas, as quais Jesus criou e por quem Ele morreu, a fim de salvá-las, escolham o castigo eterno da morte e rejeitem o dom da vida de Deus. Veremos que, no Evangelho de João, as dádivas da vida eterna e da salvação são temas predominantes, mais do que em qualquer outro livro das Escrituras. 

Mais do que qualquer outro escritor dos evangelhos, João se distingue como aquele que se refere ao Filho de Deus encarnado como o grande “Eu Sou”. Esse título, como aprendemos em uma lição anterior, é uma referência divina a Deus. No Evangelho de João, Jesus proclama, por exemplo: “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14:6). Quando caminhamos no Caminho, que é Jesus, Ele nos ensina a Sua verdade que conduz à vida eterna. Jesus é o nosso único caminho para o Deus eterno. O Pai nunca lançará fora alguém que sinceramente se achegue a Ele em arrependimento. 

COMENTÁRIO 

Como acabamos de dizer, Deus é o único que possui vida. Assim, Ele é o único que pode prover vida. Nenhum anjo ou ser criado pode fazer isso – apenas a Fonte da vida. Essa noção remonta a Deuteronômio 30:19 e 20, em que Deus, por meio de Moisés, admoesta Seu povo: “Escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes, amando o Senhor, seu Deus, dando ouvidos à Sua voz e apegando-se a Ele; pois disto depende a vida e a longevidade de vocês”. Aqui, Deus nos exorta, nos termos mais fortes, a nos apegarmos a Ele por toda a vida, pois fora desse relacionamento divino-humano, só há miséria e morte. Essa ideia nos ajuda a entender outra dimensão de João 10:10, que acabamos de citar acima, mas neste contexto, vale a pena citar novamente: “O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”. Aqui vemos que a única alternativa à vida em abundância e eterna de Cristo é a miséria e a morte de Satanás. 

Alguns, porém, argumentam falaciosamente que não havia necessidade real de Cristo vir a este mundo. Mas quem mais poderia ter tirado os nossos pecados e nos vestir com o manto da justiça de Deus? Quem mais poderia ter nos dado vida no lugar da morte? Ninguém, senão o próprio Cristo, completamente justo e doador da vida. Ele enfrentou de forma corajosa nossos dois inimigos mais letais, o pecado e a morte, emergindo vitorioso sobre ambos. Sua vitória se torna nossa quando realmente acreditamos Nele. Assim, podemos confiar em Jesus quando Ele promete: “De fato, a vontade de Meu Pai é que todo aquele que vir o Filho e Nele crer tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:40). 

As palavras da vida eterna 

No glorioso milagre da multiplicação dos pães e peixes para alimentar mais de 5 mil pessoas, Jesus direcionou todos os que comeram o pão para Ele mesmo, o pão da vida (Jo 6:35). Ele desejava que eles fossem além da fome de pão físico, que lhes dava sustento temporário, e compreendessem a necessidade de se alimentarem Dele para obter a vida eterna. Estava ao Seu alcance alimentar uma multidão de pessoas famintas, mas a missão divina de Jesus era oferecer vida eterna e cidadania no glorioso reino de Deus àqueles que cressem Nele. Nosso maior objetivo é buscar primeiro o Seu reino, e tudo o mais que precisamos será provido (Mt 6:33), pois, se possuímos todas as coisas, mas não temos Jesus, estamos perdidos. Por outro lado, se nos alimentarmos das palavras vivificantes de Cristo, ainda que não possuamos tudo o que desejamos nesta vida, seremos verdadeiros vencedores. 

O salmista nos assegura: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará” (Sl 23:1). Em outras palavras, quando temos o Senhor como prioridade, Ele supre as nossas necessidades. O Senhor sabe bem o que realmente precisamos na vida e fica feliz em fazer o que é certo por nós. Mas o mais importante para Deus é que tenhamos um relacionamento salvífico com Ele. 

Ellen G. White faz esta declaração profunda sobre a necessidade espiritual de se alimentar do Pão da vida: “Comer a carne e beber o sangue de Cristo é recebê-Lo como Salvador pessoal. [...] O que a comida é para o corpo, Cristo deve ser para a alma. O alimento não nos aproveita se não o ingerimos, a menos que se torne parte de nosso corpo. Assim também Cristo fica sem valor para nós se não O conhecemos como Salvador pessoal. [...] Precisamos nos alimentar Dele e recebê-Lo no coração, de modo que Sua vida se torne nossa vida. Seu amor e Sua graça devem ser assimilados” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 305). 

Além disso, as palavras de Cristo têm Sua vida inerente a elas. Elas representam Sua pessoa e Seu caráter. Ao receber hoje as palavras de Jesus e assimilá-las no coração, recebemos o próprio Jesus. É verdade que não podemos ver Jesus em carne e osso no dia a dia, como faziam os discípulos, mas realmente O vemos por meio das Suas palavras, transmitidas a nós pelas Escrituras. A resposta de Pedro à pergunta de Cristo implica não apenas que o próprio Salvador tem a vida eterna, mas que Suas palavras também a têm (Jo 6:68). Sob a inspiração do Espírito Santo, Pedro procurou comunicar a verdade divina de que nenhuma pessoa, lugar ou declaração pode nos conduzir à vida eterna, exceto a própria Fonte da vida. 

Crer e o novo nascimento 

A fé não é uma mercadoria a ser acumulada por uns poucos selecionados, excluindo outros. É claro que a fé é um dom universal de Deus para todos os que nascem neste mundo. A existência humana começa com a fé que está intrinsecamente incorporada em nosso coração pelo nosso Criador e deve ser fortalecida ao aceitar aquele que a concedeu e acreditar Nele. Essa convicção é então reforçada quando pedimos a Deus que assuma o controle total da nossa vida. João afirma esse fato dizendo: “Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no Seu nome” (Jo 1:12). 

Pondo em termos mais simples, a fé é um dom puro de Deus (Rm 4:1-8). O dom da fé divina é o elo que nos conecta a Ele. Esse vínculo de fé nos recorda que pertencemos a Ele e confere significado a toda a nossa existência. 

Até o arrependimento é uma dádiva de Deus, pois é uma resposta aos sussurros do Espírito Santo para nos submetermos a Ele. Muitos cometem o equívoco de aguardar primeiro para ter fé e arrependimento a fim de então se voltarem para Deus; no entanto, esses dons gêmeos já estão disponíveis, aguardando nossa recepção e aplicação deles. Não é necessário esperar para recebê-los. Pedro e os apóstolos afirmaram essa realidade em Atos 5:31: “Deus, porém, com a Sua mão direita, O exaltou a Príncipe e Salvador, a fim de conceder a Israel o arrependimento e a remissão de pecados”. Então, por que o pecador precisa esperar mais? Venha a Cristo com a fé que Ele lhe deu e receba Seu dom de arrependimento para viver Sua vida hoje! 

Rejeição e condenação (Jo 3:18-21) 

Infelizmente, a luz e as trevas estão se tornando cada vez mais confusas hoje. Há mais ambivalência sobre o que é a verdade. Por que as pessoas estão mais interessadas nas trevas do que na luz da verdade? Jesus responde a essa questão crucial quando diz: “A condenação é esta: a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más” (Jo 3:19). 

Aqueles que decidem contra a luz em favor da escuridão, que a verdade de Deus dissipa, são condenados por suas próprias más ações. Em sua obstinação e orgulho, se recusam a se humilhar e a se arrepender, rejeitando a única luz que oferece esperança. No entanto, não há cura a menos que se abram para a luz do poder restaurador de Cristo. Por que não abandonar nossas más ações enquanto ainda há muitas oportunidades? Por que esperar até que seja tarde demais? A porta da arca ainda está aberta, e a luz da verdade ainda brilha. Então, por que não convidar a luz para que dissipe as trevas e, sem hesitação, entrar em segurança antes que seja tarde demais? 

No contexto desta discussão sobre a escolha entre a luz e as trevas, voltemos nossa atenção para João 3:16. Esse versículo é crucial, pois é o evangelho encapsulado. O foco não está apenas na salvação, mas também nas consequências negativas de perecer ao deixar de crer. A condenação resulta da escolha equivocada. Jesus continua esse pensamento em João 3:18, afirmando: “Quem Nele crê não é condenado; mas o que não crê já está condenado, porque não crê no nome do unigênito Filho de Deus”. 

Nosso destino eterno depende de nossa confiança em Cristo e em Suas palavras de vida. Ao duvidar da sabedoria de Deus, Adão e Eva experimentaram as consequências amargas, como evidenciado em inúmeros exemplos nas Escrituras de pessoas que sofreram devido à descrença. No entanto, Jesus, o segundo Adão, venceu ao confiar nas palavras de afirmação de Seu Pai sobre o relacionamento Pai-Filho entre Eles. Foi exatamente esse relacionamento que Satanás desafiou quando tentou Jesus no deserto, dizendo: “Se Você é o Filho de Deus, mande que estas pedras se transformem em pães” (Mt 4:3). A resposta imediata de Jesus, registrada no versículo seguinte, foi simplesmente: “Está escrito: ‘O ser humano não viverá só de pão, mas de toda palavra que procede da boca de Deus’” (Mt 4:4), dando a nós um modelo da confiança que também devemos ter na Palavra de Deus. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Considere as seguintes questões e comente com a classe: 

1. Qual é a ligação entre ler a Palavra de Deus e realmente compreendê-la? Reflita sobre a seguinte afirmação e dê sua resposta: “A Bíblia é a voz de Deus a nos falar, exatamente como se pudéssemos ouvi-Lo com nossos ouvidos. A Palavra do Deus vivo não é meramente escrita, mas falada. [...] A leitura e contemplação das Escrituras seria considerada uma audiência com o Altíssimo” (Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais, 7 de maio). 

2. Em João 14:3, Jesus diz aos Seus discípulos: “voltarei e os receberei para Mim mesmo, para que, onde Eu estou, vocês estejam também”. Como a confiança nas palavras de Cristo em relação ao futuro impacta sua vida hoje? 

3. Ellen G. White escreveu: “Que Sua vida se torne nossa vida” (O Desejado de Todas as Nações, p. 305). Que promessa incrível! Como você pessoalmente incorpora isso em sua vida? Quais são as dinâmicas que tornam essa realidade possível no dia a dia?

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Um encontro maligno

Alasca | Adiv

Uma estranha aflição tomou conta da casa enquanto o pai repreendia sua filha grávida de 15 anos, Lusa.

“Você poderia ter machucado o bebê”, disse ele.

Lusa, que fumava ervas tradicionais, reagiu ao pai de forma desafiadora na sala de estar de sua casa no Alasca.

Assistindo à cena na sala de estar estava Adiv, um nativo de Michigan que estava trabalhando em um lar de crianças. Ele havia passado na casa de Lusa para uma visita. Ele e todos os outros moradores da casa eram adventistas do sétimo dia.

Repentinamente, Lusa e os pais foram para um quarto, e a mãe da garota se juntou a eles.

Eles fecharam a porta.

Na sala de estar, Adiv sentiu a estranha sensação ficar cada vez mais opressiva. Ele não sabia o que estava acontecendo, mas decidiu que seria um bom momento para orar. Enquanto ele orava, altas blasfêmias irromperam por trás da porta do quarto.

A mãe saiu. “A garota está possuída”, disse ela. “Você precisa orar.”

Adiv orou mais fervorosamente. Ele pediu a Deus sabedoria. Pegou sua Bíblia, ajoelhou-se do lado de fora da porta fechada do quarto.

“Senhor, guie-me neste processo”, ele orou. “Perdoe todos os meus pecados. Certifique-Se de que todos os meus pecados tenham desaparecido.”

Então, sua oração foi direcionada à garota e aos seus pais.

Gritos ressoaram do lado de dentro da porta.

O pai saiu.

“Você me chamou?”, disse ele.

“Não”, disse Adiv. “Eu nunca chamei você.”

“Ok, você quer entrar?”, perguntou o pai.

Adiv não queria, mas respondeu: “Claro”.

Dentro do quarto, ele viu Lusa deitada de costas perto de uma parede e gritando.

O pai e a mãe ficaram em pé próximos à garota.

Adiv se ajoelhou com sua Bíblia perto da porta. Ele queria estar o mais perto da porta

possível caso precisasse fugir.

Os pais abriram suas bocas e começaram a cantar uma música infantil: “Sim, Cristo me ama.”

Da porta, Adiv se juntou a eles.

Enquanto eles cantavam sobre o amor de Jesus pelas crianças, Lusa parou de gritar. Ela começou a chorar.

“Papai, eu preciso da sua ajuda”, disse ela.

Adiv viu uma angústia instantaneamente no rosto do pai.

“Eu não posso ajudar você”, disse o pai. “Você precisa invocar a Jesus.”

Então, Lusa gritou. “Ela não é mais sua filha”, disse uma voz grossa através da boca dela.

Adiv olhou para a Bíblia em sua mão. Ele não sabia o que fazer em seguida, mas tinha a certeza de que a Palavra de Deus continha poder. Ao abrir o livro de Salmos, ele começou a ler alto.

Um momento depois, ele olhou para frente. A garota havia parado de gritar e estava engatinhando pelo chão em direção a ele.

Adiv orou pedindo fé e continuou lendo.

Quando Lusa o alcançou, levantou a mão e bateu na Bíblia, jogando-a no chão.

“Eu odeio esse livro”, rosnou ela. “Eu odeio esse livro.”

Adiv pegou a Bíblia e continuou lendo os Salmos.

Lusa arrancou-lhe mais duas vezes a Bíblia da mão.

A luta entre Cristo e Satanás durou mais 90 minutos. Adiv e os pais cantaram, oraram e leram a Bíblia até que aquele peso saísse da casa. O espírito do mal havia partido.

Adiv achou difícil ajoelhar-se por 90 minutos, mas quando se levantou, ele se sentiu energizado e revigorado. Em contraste, Lusa estava exausta. Ela estava fraca e mal conseguia falar.

Adiv aprendeu naquele dia que o grande conflito entre Deus e Satanás é real. “Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Efésios 6:12, NAA).

A situação de Lusa não é exclusiva entre os nativos do Alasca, e até entre alguns que são adventistas. Adiv, que trabalha em um lar de crianças e acampamentos adventista de verão, não conhecia um nativo do Alasca que não havia tido um encontro com espíritos ou que conheça alguém que tenha tido.

Adiv ora de todo o coração para que o evangelho eterno seja proclamado pelo Alasca.

“Eu quero ficar aqui o maior tempo possível”, disse ele. “Há um trabalho que precisa ser feito. As pessoas precisam conhecer a Cristo.”

Resta um enorme trabalho para proclamar o evangelho eterno no Alasca, onde há mais de 200 comunidades nativas, mas a Igreja Adventista do Sétimo Dia está presente em apenas 11 delas. Parte das ofertas deste trimestre ajudará a compartilhar o amor de Jesus em Bethel, Alasca. Obrigado por suas ofertas deste trimestre.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • No mapa, mostre o local de Bethel, Alasca, onde parte das ofertas deste trimestre ajudará a abrir um centro de influência.
  • Lusa é um pseudônimo para proteger a privacidade de uma menor de idade.

  • Baixe as fotos desta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.

  • Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Norte-Americana: bit.ly/nad-2024.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2024

Tema geral: Temas do Evangelho de João

Lição 9 – 23 a 30 de novembro

A Fonte da vida

 

Autor: Manolo Damasio

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Vida

De cada quatro ocorrências do termo “vida” no Novo Testamento, uma ocorre no Evangelho de João. A expressão não apenas se refere à existência, mas também à salvação. O Verbo que é desde sempre, na perspectiva joanina, não é apenas a Fonte da existência mas também da salvação.

João destaca que Jesus veio para nos libertar do pecado, nos dar vida eterna e nos garantir uma vida abundante e significativa, cumprindo o plano divino da salvação.

No registro de João, fica evidente que Jesus não perdeu de vista em nenhum momento o propósito de Sua encarnação. Ele veio (1) para tirar “o pecado do mundo” (Jo 1:29); (2) para que tivéssemos “a vida eterna" (Jo 3:16); (3) para que tivéssemos “vida […] em abundância" (Jo 10:10).

Quando já vergado ao peso de Sua missão, quando a angústia parecia já invadir Sua alma, note que bela declaração Ele fez: “Agora a Minha alma está perturbada, e que direi Eu? Pai, salva-Me desta hora; mas para isso vim a esta hora” (Jo 12:27). Mesmo com o sofrimento à frente, Jesus reconheceu que tinha vindo ao mundo com um propósito específico: cumprir a vontade do Pai, que culminaria em Sua morte redentiva para a nossa salvação.

Isaías 45:22 e João 6:40 mostram a ideia de “olhar” para Deus como um ato de confiança e dependência para a salvação. Em Isaías, Deus convida: “Olhai para Mim e sede salvos, vós, todos os limites da Terra; porque Eu sou Deus, e não há outro” (ARA). Esse chamado é universal, estendendo a salvação a todos os que se voltam para Ele com fé. Olhar para Deus representa confiar Nele como a única fonte de salvação e reconhecer que não há outra esperança fora Dele.

Da mesma forma, o Evangelho de João revela Jesus afirmando: “A vontade de Meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e Nele crer tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia.”

O ato de “olhar” para o Filho é mais do que um simples ato físico; é um olhar de fé que leva à vida eterna. Assim como em Isaías, olhar para Jesus significa depositar total confiança Nele como Aquele que nos garante a salvação e a ressurreição.

Isaías e João estão falando da mesma coisa. Eles mostram que salvação exige uma fé ativa e concentrada, na qual “olhar” é símbolo de uma entrega completa e exclusiva Àquele que é capaz de salvar.

Reações reveladoras

Quando João registra a reação das pessoas no dia seguinte à multiplicação dos pães, a famosa declaração de Pedro é uma evidência de que Seus mais íntimos discípulos reconheciam em Jesus a Fonte da salvação. “Para quem iremos? Só Tu tens as palavras da vida eterna” (Jo 6:68).

A declaração de Pedro reflete a essência de uma fé que reconhece e aceita Jesus como a única Fonte de salvação e vida eterna. Nesse momento, Pedro expressou uma confiança plena e consciente em Jesus, reconhecendo que não há alternativa verdadeira fora Dele.

Essa entrega demonstra um entendimento de que seguir a Jesus exige mais do que apenas conhecimento; é necessária uma fé ativa, que reconhece Jesus como o Messias e nos conduz ao arrependimento e à transformação. Assim, ainda que a fé seja um dom divino, como descrito em Efésios 2:8, a resposta a esse dom envolve nossa escolha consciente de nos render a Jesus, reconhecendo nossa necessidade de Seu sacrifício para sermos perdoados e purificados.

A afirmação de Pedro se harmoniza com a ideia de que a fé em Jesus é um passo ativo. Ele afirma que “não há outro lugar para ir,” indicando uma decisão e uma confiança completa, que envolve entregar-se de coração e mente a Cristo, aceitar Seu sangue para o perdão, e reivindicar Sua justiça.

Requisito básico

A crença e o novo nascimento descritos no Evangelho de João mostram a interação entre nossa resposta e a obra divina. Primeiramente, somos chamados a crer em Jesus, abrindo-nos à Sua verdade e aceitando-O como Messias. Esse ato de fé, embora seja uma resposta humana, é despertado e sustentado pelo Espírito Santo, que ilumina nosso coração e mente, trazendo convicção. A partir dessa fé, Deus nos concede o novo nascimento, transformando-nos e nos tornando Seus filhos, sob a ação do Espírito Santo em nosso coração.

Indisposição a crer

Assim como os hebreus do passado, que presenciaram inúmeros sinais durante a saída do Egito e em cada intervenção divina ao longo dos séculos, os judeus, diante de tantas provas do poder de Jesus, rejeitaram o dom da fé e se entregaram à incredulidade. Em grande parte, essa resistência em crer vinha de expectativas frustradas. Aqueles que se apegam a conceitos e ideias próprias, sem disposição para abandoná-los, correm o risco de rejeitar a verdade divina. Essa rigidez e indisposição podem se tornar tão profundas e perigosas que cegam a pessoa para a realidade dos fatos e para a revelação de Deus.

“Aquele que pratica o mal detesta a luz” (Jo 3:20). O próprio Jesus destaca a divisão espiritual entre aqueles que creem Nele e aqueles que rejeitam Sua luz. Quem crê em Cristo não enfrenta condenação, pois aceita a graça e a salvação oferecidas por Deus. No entanto, quem escolhe a incredulidade permanece em condenação, pois rejeita a única fonte de vida e salvação.

João enfatiza que aqueles que praticam o mal evitam a luz, pois não desejam que suas ações sejam expostas e reprovadas. Em contraste, quem vive segundo a verdade se aproxima da luz, buscando transparência e transformação em sua vida. A mesma luz que expõe também purifica, e isso diferencia os que são atraídos para Cristo daqueles que resistem à Sua presença. Esse trecho reflete a escolha humana de aceitar ou rejeitar a luz de Cristo e as consequências espirituais dessa decisão.

A luz também simboliza a própria Palavra de Deus, e Jesus, em Sua vida, demonstrou plena conformidade com os preceitos divinos. Ele nunca Se afastou da vontade do Pai e, fundamentado exclusivamente na Palavra, guiou Sua vida, ensinou Sua igreja e enfrentou o inimigo. Diferentemente da lógica humana, que prevaleceu no Éden e no caminho dos hebreus, nada foi capaz de afastar Jesus da obediência firme ao “Assim diz o Senhor”.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Manolo Damasio é pastor adventista. Formou-se bacharel em Teologia pelo Unasp-EC, em 2004. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Em 2008, foi chamado para o Distrito Federal, onde desempenhou diferentes funções. É mestre em Liderança pela Universidade Andrews e pós-graduado pelo Unasp, com MBA em Liderança. Atualmente mora no Texas, servindo como pastor da Igreja Adventista Brasileira de Dallas desde 2017. É casado com Jeanne, jornalista e escritora. O casal tem dois filhos, Noah e Otto.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!