Lição 10
29 de maio a 04 de junho
A nova aliança
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Et 1-4
Verso para memorizar: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31:31).
Leituras da semana: Jr 31:31-34; Mt 5:17-28; Os 2:18-20; Is 56:6, 7; Hb 8:7, 8; 10:4; Mt 27:51

Uma caricatura em uma revista de anos atrás mostrava um homem de negócios em um escritório diante de um grupo de executivos. Ele segurava uma caixa de detergente, mostrando-a àqueles homens e mulheres. Orgulhosamente, ele apontou para a palavra “novo”, em grandes letras vermelhas na caixa, dando a entender que o produto era novo. O executivo então disse: “É o ‘novo’ na caixa que é novo”. Em outras palavras, o que havia mudado, o que era novo, era simplesmente a palavra “novo” na caixa. Todo o restante era o mesmo.

Em certo sentido, pode-se dizer que a nova aliança é assim. O fundamento da aliança, a esperança fundamental que ela tem para nós, as condições fundamentais dessa nova aliança são as mesmas encontradas na antiga. Sempre foi uma aliança de graça e misericórdia de Deus, com base em um amor que transcende as fraquezas e derrotas humanas.

Resumo da semana: Quais semelhanças e paralelos existem entre a antiga aliança e a nova? Qual é a função da lei na aliança? Com quem foram feitas as alianças? O que o livro de Hebreus quer dizer com a expressão “superior aliança”? (Hb 8:6). Que relação existe entre a aliança e o santuário celestial?



Domingo, 30 de maio
Ano Bíblico: Et 5-7
Eis aí vêm dias

1. Leia Jeremias 31:31-34 e responda às seguintes perguntas: Quem dá início à aliança? De qual lei o texto trata? Quais versos enfatizam o aspecto relacional que Deus deseja ter com Seu povo? Qual ato de Deus em favor de Seu povo forma a base dessa relação de aliança?

 

Uma coisa é clara: a nova aliança não é muito diferente da antiga, feita com Israel no Monte Sinai. Na verdade, o problema com a aliança do Sinai não era que fosse velha ou obsoleta. Em vez disso, o problema foi que ela havia sido quebrada (veja Jr 31:32).

As respostas às perguntas acima, encontradas nesses quatro versos, provam que muitos aspectos da “antiga aliança” permanecem na nova. A “nova aliança” é, em certo sentido, uma “aliança renovada”. É a conclusão, ou o cumprimento, da primeira.

2. Concentre-se na última parte de Jeremias 31:34, em que o Senhor declarou que perdoaria a iniquidade e o pecado de Seu povo. Embora Ele tivesse dito que escreveria a lei em nosso coração e a colocaria dentro de nós, Ele ainda enfatizou que perdoaria nossos pecados e iniquidades, que são transgressões da lei escrita em nosso coração. Existe alguma contradição entre essas ideias? O que significa, como Romanos 2:15 apresenta, ter a lei escrita no coração? Mt 5:17-28

 

 

Ao analisar os versos de hoje, como você poderia usá-los para responder ao argumento de que, de alguma forma, os Dez Mandamentos (ou, especificamente, o sábado) foram então anulados sob a nova aliança? Existe algo nesses textos que enfatiza isso? Como poderíamos usá-los para provar a perpetuidade da lei?



Segunda-feira, 31 de maio
Ano Bíblico: Et 8-10
Obra no coração

Quando o reino do sul, Judá, estava próximo do fim e o povo estava sendo levado para o cativeiro babilônico, Deus anunciou por meio de Jeremias a “nova aliança”. É a primeira vez que essa noção aparece na sequência do texto bíblico. No entanto, quando o reino das dez tribos do norte, Israel, estava prestes a ser destruído (cerca de 150 anos antes do tempo de Jeremias), a ideia de outra aliança foi mencionada também, e dessa vez por Oseias (Os 2:18-20).

3. Leia Oseias 2:18-20. Observe a semelhança entre o que o Senhor disse ali a Seu povo e o que Ele disse em Jeremias 31:31-34. Que imagem comum é usada? O que essa imagem revela a respeito do significado e da natureza fundamental da aliança?

 

Em momentos da história em que os planos de Deus para o povo da aliança foram prejudicados por sua rebelião e descrença, Ele enviou profetas para anunciar que a história de aliança com Seu povo fiel não havia chegado ao fim. Não importava quanto o povo tivesse sido infiel, nem sua apostasia, rebelião e desobediência, o Senhor ainda anunciou Sua vontade de entrar em aliança com todos os que estivessem dispostos a se arrepender, obedecer e reivindicar Suas promessas.

4. Leia Ezequiel 11:19; 18:31; 36:26. Embora esses textos não mencionem especificamente uma nova aliança, quais elementos encontrados neles refletem os princípios de uma nova aliança? 

 

O Senhor dará “um coração para que” O “conheçam, para que saibam que” Ele é “o Senhor” (Jr 24:7). Ele tirará “deles o coração de pedra e lhes” dará “coração de carne” (Ez 11:19), e dará “um coração novo e [...] um espírito novo” (Ez 36:26). Ele também disse: “Porei dentro de vocês o Meu Espírito” (Ez 36:27). Essa obra de Deus é o fundamento da nova aliança.

Se alguém lhe dissesse: “Quero um novo coração, quero que a lei seja escrita em mim, quero um coração que conheça o Senhor, mas não sei como obtê-lo”, o que você diria a essa pessoa?


Terça-feira, 01 de junho
Ano Bíblico: Jó 1, 2
A antiga e a nova aliança

Aos estrangeiros que se chegam ao Senhor, para o servirem e para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos Seus, sim, todos os que guardam o sábado, não o profanando, e abraçam a minha aliança, também os levarei ao meu santo monte e os alegrarei na minha Casa de Oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar, porque a minha casa será chamada Casa de Oração para todos os povos” (Is 56:6,7).

Jeremias afirmou que a nova aliança devia ser feita com “a casa de Israel” (Jr 31:33). Isso significa, então, que somente a descendência literal de Abraão, os judeus de sangue e nascimento, deviam receber as promessas da aliança?

Não! Não acontecia assim nem mesmo nos tempos do Antigo Testamento. A nação hebraica, como um todo, tinha recebido as promessas da aliança. No entanto, os outros povos não estavam excluídos. Ao contrário, judeus e gentios foram convidados a participar das promessas, mas eles tinham que concordar em entrar naquela aliança. Hoje não é diferente.

5. Leia Isaías 56:6, 7. Quais condições eram colocadas aos que desejavam servir ao Senhor? Existe diferença entre o que Deus pediu a eles e o que Ele pede de nós hoje?

Embora a nova aliança seja chamada de “superior”, não há diferença nos fundamentos da antiga e da nova aliança. É o mesmo Deus que oferece salvação do mesmo modo, pela graça (Êx 34:6; Rm 3:24); é o mesmo que busca um povo que, pela fé, reivindique Suas promessas de perdão (Jr 31:34, Hb 8:12); o mesmo que busca escrever a lei no coração dos que Lhe obedecem em uma relação de fé (Jr 31:33, Hb 8:10), sejam judeus ou gentios.

No Novo Testamento, quando os judeus aceitavam a eleição da graça, recebiam Jesus Cristo e Seu evangelho. Por algum tempo eles foram o coração da igreja, “um remanescente segundo a eleição da graça” (Rm 11:5) em contraste com os que “foram endurecidos” (Rm 11:7). Ao mesmo tempo, os gentios, que anteriormente não criam, aceitaram o evangelho e foram enxertados no verdadeiro povo de Deus, não importando o povo nem a etnia a que pertenciam (Rm 11:13-24). Portanto, os gentios, que “naquele tempo [...] estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa” (Ef 2:12), foram aproximados no sangue de Cristo. Jesus está mediando a “nova aliança” (Hb 9:15) para todos os que creem, independentemente da nacionalidade ou etnia.



Quarta-feira, 02 de junho
Ano Bíblico: Jó 3-5
Aliança superior (Hb 8:6)

Vimos que, em relação aos elementos fundamentais, a antiga e a nova aliança são iguais. O ponto principal é a salvação pela fé em um Deus que perdoa nossos pecados, não pelos nossos méritos, mas somente por causa de Sua graça. Como resultado desse perdão, entramos em um relacionamento com Ele no qual nos rendemos em fé e obediência.

No entanto, o livro de Hebreus chama a nova aliança de “superior aliança”. Mas o que isso significa? Em que sentido uma aliança é superior à outra?

6. Qual era o problema com a antiga aliança? Hb 8:7, 8

O problema da antiga aliança não era a aliança em si, mas o fracasso do povo em aceitá-la pela fé (Hb 4:2). A superioridade da nova aliança sobre a antiga é que Jesus, que havia sido revelado por meio dos sacrifícios de animais na antiga aliança, foi apresentado na nova aliança por meio da realidade de Sua morte e ministério sacerdotal. Em outras palavras, a salvação oferecida na antiga aliança é a mesma oferecida na nova. Contudo, na nova, há uma revelação maior e mais completa do Deus da aliança e do amor que Ele tem pela humanidade caída. É superior no sentido de que tudo o que havia sido ensinado por meio de símbolos e tipos no Antigo Testamento teve cumprimento em Jesus, cuja vida sem pecado, morte e ministério sumo sacerdotal foram simbolizados no serviço do santuário terrestre (Hb 9:8-14).

Agora, em vez de símbolos, tipos e exemplos, temos o próprio Jesus, não apenas como o Cordeiro imolado que derramou Seu sangue pelos nossos pecados (Hb 9:12), mas que permanece como Sumo Sacerdote no Céu, ministrando em nosso favor (Hb 7:25). Embora a salvação oferecida seja a mesma, essa revelação mais completa de Si mesmo e da salvação encontrada Nele, conforme revelada na nova aliança, torna a nova aliança superior à antiga.

7. Leia Hebreus 8:5; 10:1. Que palavra o autor usou para descrever os rituais do santuário na antiga aliança? Como o uso dessa palavra mostra a superioridade da nova aliança?

O conhecimento da vida, da morte e do ministério sumo sacerdotal de Cristo em nosso favor nos dá uma melhor compreensão de Deus do que obteríamos com o ritual de sacrifícios de animais?


Quinta-feira, 03 de junho
Ano Bíblico: Jó 6, 7
O Sacerdote da nova aliança

O livro de Hebreus enfatiza Jesus como Sumo Sacerdote no santuário celestial e apresenta a exposição mais clara do Novo Testamento sobre a nova aliança. Isso não é coincidência. O ministério celestial de Cristo está intrinsecamente ligado às promessas da nova aliança.

O serviço do santuário do Antigo Testamento era o meio pelo qual eram ensinadas as verdades da antiga aliança. A ênfase desse serviço eram os sacrifícios e a mediação. Os animais eram mortos, e seu sangue era usado pelos sacerdotes para fazer expiação. Todos esses eram símbolos da salvação encontrada em Jesus. Não havia salvação neles nem por meio deles.

8. Leia Hebreus 10:4. Por que não havia salvação na morte desses animais? Por que a morte de um animal não é suficiente para trazer salvação?

Todos esses sacrifícios, e a mediação sacerdotal que os acompanhava, se cumpriram em Cristo. Jesus Se tornou o Sacrifício do qual provém o sangue da nova aliança. O sangue do Salvador confirmou a nova aliança, tornando “antiga” ou nula a aliança sinaítica e seus sacrifícios. O verdadeiro sacrifício havia sido feito, de uma vez por todas (Hb 9:26). Depois que Cristo morreu, não havia mais a necessidade de que animais fossem mortos. Os serviços do santuário terrestre haviam cumprido sua função.

9. Mateus 27:51 conta que o véu do santuário terrestre se rasgou quando Jesus morreu. Esse evento nos ajuda a compreender por que o santuário terrestre foi revogado?

O ministério sacerdotal – realizado pelos levitas que ofereciam e mediavam os sacrifícios no santuário terrestre em favor do povo – estava ligado aos sacrifícios de animais. Uma vez que os sacrifícios terminaram, seu ministério não mais era necessário. Tudo se cumpriu em Jesus, que ministra Seu próprio sangue no santuário celestial (Hb 8:1-5). O livro de Hebreus mostra que Cristo entrou no santuário celestial após derramar Seu sangue (Hb 9:12) e intercede por nós. Esse é o fundamento da esperança e da promessa da nova aliança.

Como você se sente ao entender que Jesus está ministrando Seu sangue no Céu em seu favor? Quanta confiança e segurança isso lhe dá a respeito da salvação?


Sexta-feira, 04 de junho
Ano Bíblico: Jó 8-10
Estudo adicional

Participando com os discípulos do pão e do vinho, Cristo Se comprometeu com eles, como seu Redentor. Entregou-lhes a nova aliança, pela qual todos os que O recebem se tornam filhos de Deus e coerdeiros com Cristo. Por essa aliança, pertencia-lhes toda bênção que o Céu podia conceder para esta vida e a futura. Esse ato de aliança seria confirmado com o sangue de Cristo. E a ministração da Ceia conservaria diante de cada discípulo o infinito sacrifício feito por eles individualmente, como parte do grande todo da humanidade caída” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 659).

“O aspecto mais significativo desta aliança de paz é a abundante riqueza da misericórdia perdoadora expressa ao pecador se ele se arrepender e se desviar de seus pecados. O Espírito Santo descreve o evangelho como salvação por meio da terna misericórdia de nosso Deus. ‘Para com as suas iniquidades, usarei de misericórdia’, o Senhor declara a respeito dos que se arrependem, ‘e dos seus pecados jamais Me lembrarei’ (Hb 8:12). Não Se afasta Deus da justiça ao mostrar misericórdia para com o pecador? Não; Deus não pode desonrar Sua lei tolerando que ela seja transgredida impunemente. Sob a nova aliança, perfeita obediência é a condição de vida. Se o pecador se arrepende e confessa seus pecados, achará perdão. Pelo sacrifício de Cristo em seu favor, é-lhe assegurado perdão. Cristo satisfaz as reivindicações da lei para cada pecador arrependido e crente” (Ellen G. White, A Maravilhosa Graça de Deus, p. 138 [10 de maio]).

Perguntas para consideração

1. Qual é a vantagem de ter a lei escrita no coração, e não apenas em tábuas de pedra? É mais fácil esquecer a lei escrita na pedra ou no coração?

2. Temos salvação somente por meio de Jesus, embora a revelação dessa verdade tenha variado na história. As alianças funcionam de igual modo?

3. O que Ellen G. White quis dizer com “perfeita obediência” como requisito da aliança? Quem é o Único que prestou “perfeita obediência”? Essa obediência é atribuída a nós?

Resumo: A nova aliança é uma revelação maior, mais completa e superior do plano da redenção. Participamos dela pela fé que se expressa em obediência à lei escrita no coração.

Respostas e atividades da semana: 1. Deus inicia a aliança; a lei moral; versos 32, 33 e 34; o Senhor busca o povo, oferecendo-lhe perdão e uma nova aliança. 2. Não. O fato de Deus oferecer o perdão enfatiza que a lei no coração é a mesma do Sinai, e que ela poderia ser quebrada também. Ter a lei escrita no coração é ter os Dez Mandamentos na mente e não apenas em tábuas de pedra. 3. A. 4. B. 5. Abraçar a Sua aliança; guardar o sábado e os outros mandamentos. 6. Ela não deu certo porque o povo foi infiel. 7. Os rituais do santuário terrestre eram “figura e sombra” das coisas celestiais. Isso mostra que a nova aliança era “mais excelente”. 8. Porque é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados. 9. Na morte de Cristo, o véu foi rasgado para mostrar que o serviço do santuário terrestre estava consumado. O sacrifício verdadeiro havia sido feito para sempre.



Resumo da Lição 10
A nova aliança

 

Foco do estudo: Jeremias 31:31

ESBOÇO

A premissa original da “aliança” não mudou com o tempo. Contudo, cada vez que a aliança foi oferecida, a humanidade, com sua natureza corrompida e pecaminosa, quebrou o acordo. Mas Deus não desistiu de nós. Ele ainda nos oferece salvação se decidirmos aceitá-la.

COMENTÁRIO

Não havia nada de errado com a antiga aliança; seu propósito foi frustrado porque o antigo Israel falhou vez após vez em obedecer às suas condições. Infelizmente, uma forma insensível de adoração chamada ritualismo obstruiu o coração de Israel. O problema sempre foi do lado humano, não de Deus. Sempre foi assim e ainda é agora.

Eis aí vêm dias

Foi a partir do contexto da aliança quebrada que Jeremias, o profeta das lamentações, foi conduzido pelo Espírito a estabelecer as bases das disposições e funcionalidade da nova aliança. A lei divina deveria ser gravada na catedral do coração. Um novo Sacerdote da aliança iniciaria Seu ministério no Céu e atuaria no lugar do sacerdócio levítico. Os serviços do santuário terrestre seriam absorvidos pela atividade messiânica e redentiva de uma aliança mais elevada.

Obra no coração

Com o respaldo da nova aliança, Cristo, a Rocha dos Séculos, desejou desesperadamente remover do povo de Israel a religião da boca para fora e seu coração de pedra: “Eu lhes darei um só coração, e porei um espírito novo dentro deles; tirarei deles o coração de pedra e lhes darei coração de carne, para que andem nos Meus estatutos e guardem os Meus juízos, e os executem. Eles serão o Meu povo, e Eu serei o seu Deus” (Harry M. Orlinsky, H. L. Ginsberg, Ephraim A. Speiser, editores, Tanakh, the Holy Scriptures. The New JPS Translation According to the Traditional Hebrew Text [Tanakh, as Escrituras Sagradas. A Nova Tradução JPS segundo o Texto Hebraico Tradicional]. Philadelphia: The Jewish Publication Society, 1985, p. 906; ver Ez 11:19, 20).

O Messias havia traçado um nítido contraste entre a religião de boca e a religião do coração. Poderia ser essa, talvez, a razão pela qual Jesus Cristo repreendeu uma liderança eclesiástica desafiadora envolta em formalismo insensível? “Hipócritas! Bem profetizou Isaías a respeito de vocês, dizendo: Este povo Me honra com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos humanos.

E, convocando a multidão, Jesus disse: Escutem e entendam” (The Interlinear Hebrew-Greek-English Bible [A Bíblia Interlinear Hebraico-Grego-Inglês], v. 4, p. 44, grifo acrescentado; ver Mt 15:7-10).

A antiga e a nova aliança

A aliança do Sinai não se alicerçava em obras. Em Êxodo 5:22, 23, a pergunta de Moisés tinha a forma de uma investigação cósmica única, que buscava conhecer o poder, as qualidades e o caráter de Yahweh. A resposta de Deus revelou o significado de Seu nome, em vez de um título ou designação (Êx 6:1-8). O nome de Yahweh aponta para um relacionamento. Saber o significado do nome do Senhor é saber o que Ele pode fazer por Israel. Eles tinham ouvido o nome Yahweh, mas mostraram fé no que Ele poderia fazer por eles como seu Deus.

Em Êxodo, o povo de Israel poderia fundamentar sua participação na aliança em duas motivações possíveis: a primeira seria tentar fazer, por sua própria força, o que Deus havia ordenado; a segunda seria obedecer às obrigações da aliança pela fé, por meio da graça capacitadora oferecida misericordiosamente pelo supremo EU SOU.

O dispensacionalismo também limita o tempo da aliança da graça. Ele divide a história bíblica em sete períodos, o que ensina que Deus trabalha de maneira diferente em cada um deles. Uma dispensação é um período de tempo durante o qual a humanidade é testada em relação a alguma revelação específica da vontade divina. Cada dispensação termina com juízo divino. Assim, há a dispensação da lei e a dispensação da graça entre as dispensações. Por isso, aqueles que defendem tenazmente essa visão tentam em vão dividir a harmonia bíblica entre a lei e o evangelho.

Uma aliança superior

“A nova aliança funciona melhor do que a antiga para o povo de Deus. [...]

“Em contraste com a antiga aliança israelita, [...] Cristo executa três promessas básicas de Deus: (1) Internaliza a divina lei moral no coração de Seu povo [...]; (2) Individualiza o conhecimento salvífico de Deus, de maneira que cada israelita, sem exceção, tenha um relacionamento pessoal e imediato com Deus (Hb 8:11); e (3) Perdoa os pecados do povo de Deus e de seus pecados jamais Se lembrará (Hb 8:12). De acordo com Hebreus 8–12, a igreja de Jesus representa o verdadeiro cumprimento da nova aliança predita por Jeremias. Longe de ser uma anulação da nova aliança de Israel, é, em vez disso, um tipo e uma garantia da consumação final da nova aliança, quando os verdadeiros israelitas de todas as eras se ajuntarão às bodas do Cordeiro na nova Jerusalém” (Mt 8:11, 12; 25:34; Ap 19:9; 21:1-5; Hans K. LaRondelle, O Israel de Deus na Profecia: Princípios de Interpretação Profética. Engenheiro Coelho, SP: Imprensa Universitária Adventista, 2002, p. 143-151).

O Sacerdote da nova aliança

Assim como Arão se dedicou ao sacerdócio, Cristo Se apresentou ao Pai. Assim como Moisés ungiu Arão, Deus ungiu Cristo (Lv 8:30; Sl 45:7).

“Ainda assumindo a humanidade, Ele ascendeu aos Céus, triunfante e vitorioso. Ele levou o sangue de Sua expiação ao lugar santíssimo, aspergiu-o sobre o propiciatório e sobre Suas vestes e abençoou o povo” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor [Instrutor da Juventude], 25 de julho de 1901).

Quando Jesus iniciou Seu sacerdócio, o Pai deu-Lhe o título de Sumo Sacerdote. Paulo observou que “Deus O nomeou Sumo Sacerdote” (Hb 5:10; Hb 5:4 indica que Ele foi “chamado por Deus”), assim como o reitor de uma instituição de ensino superior chama o graduado de “Doutor” na sua formatura!

“Seu ouvido marcado de sangue escutou a voz de Seu Pai e, despertado pelo Espírito, respondeu ao clamor de Suas ovelhas desamparadas. Suas mãos, ensanguentadas pelos pregos, trabalharam pelo reino de Seu Pai, dirigidas pelo Espírito. Seus pés rasgados deixaram pegadas carmesim para que possamos traçar nosso caminho para a glória, guiados pelo Espírito” (Leslie Hardinge, With Jesus in His Sanctuary: A Walk Through the Tabernacle Along His Way [Com Jesus em Seu Santuário: Uma Caminhada pelo Tabernáculo ao Longo do Seu Caminho]. Harrisburg, PA: American Cassette Ministries, Book Division, 1991, p. 343).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Para reflexão: Por mais que o antigo Israel, particularmente na época de Cristo, tenha caído no legalismo, a religião dada por Yahweh nunca foi legalista. Desde o Éden ela sempre foi apresentada como a graça de Deus, oferecida aos que a aceitam e aos seus termos. Ao escolher aceitar a graça divina e se render a ela, o povo entrou em um relacionamento de aliança com o Senhor.

1. Por causa da tendência humana, Israel estava continuamente quebrando seu relacionamento com Deus. Então, como a cruz reformulou a antiga aliança para ser uma aliança “melhor”? Quais foram as vantagens da nova aliança sobre a antiga? Explique como pode haver o perigo de considerar a graça como algo natural na nova aliança.

2. Considerando a tendência das pessoas de quebrar sua parte no trato continuamente, por que você acha que a história mostra Deus Se aproximando da humanidade vez após vez na tentativa de entrar em um relacionamento de aliança conosco? O que essa persistência nos diz sobre o amor de Deus por nós?

3. Por que devemos, hoje, com o conhecimento de Cristo e de Seu sacrifício, ser mais fiéis a Deus do que as pessoas dos tempos bíblicos? Ou seja, por termos a incrível revelação do caráter divino em Jesus, o que eles não tinham (pelo menos tão claramente quanto nós), devemos ser ainda mais fiéis do que eles. Comente essa ideia com a classe.

4. Algumas pessoas podem perguntar: “Como você sabe que o acesso a Deus não depende de conquistas ou obediência, mas simplesmente de aceitar o dom da graça divina e de Seu favor amoroso”? Que exemplos você poderia usar em sua própria vida para responder a essa pergunta? Qual é a importância de nossas histórias de vida na efetivação da nova aliança?

5. Por que as pessoas tiveram tanta dificuldade de aceitar a nova aliança quando Jesus a apresentou originalmente? É mais fácil ou mais difícil para as pessoas a aceitarem atualmente? Explique.


Oração por um marido

Quando Esther estava com doze anos, começou a orar de maneira especial todas as noites em seu quarto, na cidade de Villahermosa, México. “Por favor, Senhor, ajude-me a encontrar um bom marido.” O pai de Esther bebia muito e batia na esposa constantemente. Ele sempre ameaçava a filha e a esposa com uma faca de cozinha e, às vezes, tentava atingi-las, mas sempre errava. Na verdade, Esther não sabia como orar, mas acreditava que Deus poderia ajudar. Ela falava com Ele como se fosse um amigo. “Por favor, me dê um bom marido, uma familia feliz e um bebê”, ela orava.

Depois da formatura da universidade, ela conheceu Luis quando trabalhava numa farmácia. Ele era seu chefe. Os dois começaram a sair e, em um sábado, Luis a convidou para um programa especial na igreja adventista. Imediatamente, ela gostou da igreja. As pessoas eram amistosas, e ela sentiu uma paz que nunca havia experimentado antes.

Certo dia, durante um sermão sobre Daniel, repentinamente ela ouviu uma voz masculina lhe falar: “Este é seu lugar. Você pertence aqui.” Esther olhou para Luis e perguntou: “Você falou algo?” Ele respondeu: “Não falei com você. Estou sentado, quieto.” Esther se perguntou se estava perdendo a razão. Ao sair da igreja após o sermão, a voz continuou falando a sua mente. “Este é seu lugar. Você é daqui.” Esther não entendia quem estava falando. Porém, sentiu paz. No sábado seguinte, ela disse a Luis que queria estudar a Bíblia. No dia seguinte, a irmã dele e o esposo foram alegremente à casa de Esther estudar a Bíblia. Enquanto aprendia sobre a Criação e sobre os Dez mandamentos, um desejo de conhecer mais cresceu no coração. Ela começou a estudar a Bíblia sozinha.

Em uma tarde de domingo, o pai chegou em casa totalmente embriagado. Esther estava no meio de um estudo bíblico. Ele viu o casal adventista na sala de estar e dirigiu-se para a cozinha. Esther ouviu um barulho de batidas na cozinha e o pai a chamou. Na cozinha, o pai segurava uma faca ameaçadoramente. “Saia da minha casa com seus amigos”, ele rosnava. “Se você não sair, vou matá-la.” Os olhos de Esther arregalaram. A voz não parecia a do pai. Seu rosto tinha uma expressão que nunca vira antes. Ele parecia outra pessoa e ela tentou argumentar com ele. “Por favor, acalme-se. Eu não uso drogas nem bebo álcool. Tento estudar a Bíblia que é bom para minha vida.”

O pai recusou ouvir e resmungava: “Vou matar estas pessoas e vou matar você.” Esther pediu que os amigos fossem embora. Depois de orar com ela, o casal voltou para casa. Esther entrou no quarto e chorou copiosamente. “Por favor, Deus, me ajude!”, ela dizia. “Não quero viver desta maneira.” E sentiu paz. Saiu do quarto e encontrou o pai na sala de estar. Quando a viu, ele começou a dar gargalhadas muito altas. Esther percebeu que aquela não era a gargalhada do pai, voltou para o quarto e orou novamente.

“Deus, o que você quer de mim?”, ela questionou. Imediatamente, naquele momento, ela entendeu a resposta divina, decidiu entregar o coração a Deus e ser batizada. Hoje, oito anos depois, Esther é secretária da igreja e diretora de jovens na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Amatitan em Villahermosa, México. Ela também se casou com Luis e estão esperando o primeiro bebê. “Eu orei por um bom marido, uma familia feliz e uma bebê. Deus respondeu minhas orações”, ela diz.

Muito obrigado por que sua oferta, no primeiro trimestre de 2018. ajudou a construir uma nova ala no Hospital do Sudeste, na cidade natal de Esther, Villahermosa, México.

Informações adicionais

• Assista ao vídeo sobre Esther no YouTube: bit.ly/Esther-Garcia.

• Faça o download das fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Para mais notícias missionárias e outras informações sobre a Divisão Interamericana acesse: bit.ly/IAD-Facts.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2021

Tema Geral: A promessa: a aliança eterna de Deus

Lição 10 – 29 de maio a 5 de junho 2021

A nova aliança

 

Autor: Gilberto Theiss

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução

Ao final de cada ano as famílias se reúnem. Elas se vestem da melhor maneira que podem, fazem todos os preparativos, enfeitam suas casas e preparam uma bela ceia, tudo com o objetivo de receber o novo ano. A atenção se volta para o momento mais especial: a passagem do ano velho para o ano novo. Promessas são feitas e discursos apresentados. Qual é o problema nisso? Nada, a não ser o fato de nada mudar. O novo continua sendo velho. Tudo permanece como antes. O que muitos não pensam é que o sentido será de fato novo somente quando o velho for renunciado. Não há nada de errado em desejar “Feliz Ano Novo” para alguém ou idealizá-lo para si mesmo, mas é importante considerar que o novo se concretizará se as pessoas realmente mudarem a trajetória para uma nova rota de vida. Da mesma forma, a nova aliança provida por Deus terá efeito de “nova” se a cruz do Calvário for erguida no coração. Ou seja, se aceitarmos a graça salvadora e vivermos “na fé do Filho de Deus, que [nos] amou e Se entregou por [nós]” (Gl 2:20).

A lei de Deus na aliança

A expressão “na mente imprimirei as Minhas leis, também no coração lhas escreverei” (Jr 31:33) é comumente entendida como uma ação que parte de Deus para implantar Sua lei no centro da vida cotidiana do povo, de modo que a obediência se torne natural. Escrita ou limitada apenas em pedras, a lei estaria destituída de seu poder pedagógico. Por isso, Deus desejava que Sua lei, base identitária de Seu caráter, também fosse a base identitária da cultura e do caráter do Seu povo. É interessante observar que em Jeremias 17:1, o “coração” é usado em paralelo com “altares”, onde o pecado de Judá está gravado nas tábuas do “coração” e nos chifres de seus altares, sugerindo, dessa forma, a necessidade de uma renovação ou modificação da cultura de adoração pagã que persistia na vida de Judá. Portanto, a renovação da adoração no Templo era imprescindível e naturalmente ocorreria se houvesse uma renovação da adoração no coração. É importante destacar que as palavras “coração”, assim como “interior”, foram pronunciadas no singular, o que sugere um apelo que parte do individual para o coletivo.

Nesse grande drama apresentado por Jeremias, há o conflito entre os pecados e os mandamentos de Deus, os quais lutam pela supremacia no interior de cada pessoa. Porém, por meio de Cristo, o coração se renovará (2Co 5:17) para dar lugar à lei do amor escrita no Sinai e ratificada no Calvário (Hb 10:16, 17). Agora, na perfeita obediência de Cristo, Sua justiça encobre os trapos imundos da justiça humana (Is 64:6; Rm 4:5; 5:18, 19).

Nova aliança

A dificuldade com a velha aliança é que sua aplicabilidade não avançou para além da escrita externa. Na nova aliança, em uma nova oportunidade concedida, a ação graciosa de Deus materializaria uma nova situação em que o povo obedeceria livremente e com alegria. Outro fator a considerar é a origem do problema. A lei escrita em pedras, que não produz efeitos internos, deixa de atingir o centro de toda a rebelião – o coração. Se a lei não tem o poder de ferir a consciência ao mostrar a triste realidade do mal existente no interior do ser humano, de que outra maneira o pecador sentiria ou perceberia a dependência da graça amorosa de Deus? Embora a lei pareça possuir importância primária no Antigo Testamento, sua função na aliança também era enfatizar a nossa necessidade do Cordeiro, como ocorreu, por exemplo, no Monte Sinai, quando, no altar, o sangue do animal sacrificado foi derramado imediatamente após a entrega da lei (Êx 20:24, 25). Paulo fez esse destaque em Gálatas 3:24 ao afirmar que “a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo”. A lei nos conduz a Cristo porque através dela vislumbramos:

a) Nossa terrível pecaminosidade (Rm 3:20, 23);

b) O mal que reina no coração em detrimento do bem (Rm 3:12);

c) A imundície de nossa justiça (Is 64:6);

d) A ira divina que é sobre nós (Rm 4:15);

e) Que não é possível adquirir mérito diante de Deus (Rm 4:1-5);

f) Que somos escravos do pecado (Rm 6:6; Jo 8:34);

g) Que precisamos de um Salvador (Gl 3:24);

Dessa forma, as verdades expostas na lei mostram nossa condição de perdição, viabilizando a contrição e o desejo por um poder superior, capaz de desviar de nós os efeitos da transgressão, a ira divina. Por isso, afirmamos que o fim da lei, ou a finalidade da lei, é nos conduzir a Cristo (Rm 10:4), para sermos, por Ele, salvos da ira (Rm 5:9), sendo confiada a nós a Palavra da reconciliação (2Co 5:18-21).

Portanto, a nova aliança é nova por se tornar uma nova oportunidade de contrição, arrependimento e perdão que se sustentariam no Messias prometido. A palavra hebraica para “novo”, chadash, significa novo como algo recente, novo em folha (Êx 1:8; Dt 32:17; 1Sm 6:7), entretanto, também é empregada no sentido de renovar (Lm 3:22, 23), reparar ou fazer de novo o que falhou em outra ocasião. Tanto o “novo” como novidade quanto o “novo” como renovado estão conectados com o “novo” em seu pleno sentido de garantia redentiva em Cristo (Lc 22:20). É verdade que a aliança havia sido feita anteriormente com Adão, Noé, Abraão e Jacó, mas a garantia e ratificação não poderia se concretizar antes da cruz do Calvário. É a graça de Cristo que torna a aliança renovada sempre que há arrependimento sincero, desejo por compaixão e busca ardente pelo perdão divino em Jesus.

Conclusão

Desde o Éden, Deus fez uma aliança com as pessoas que se achegaram a Ele com fé. Embora chamadas de antiga ou nova aliança, todas eram pautadas pelos mesmos princípios: lei e graça. A lei para despertar na humanidade a sua culpa diante de Deus. A graça para dar esperança de ser aceito por Ele, apesar da condição plenamente desfavorável. A lei, para nos conduzir à verdadeira cidade de refúgio – a graça de Cristo. Resta-nos, então, agora, o apelo de Paulo: “Exortamos a que vocês não recebam em vão a graça de Deus” (2Co 6:1).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Gilberto Theiss é pastor, casado com Patrícia Vilela. Tem atuado por 9 anos como pastor distrital. Atualmente pastoreia o distrito Central de Fortaleza-CE. É graduado em Teologia e Filosofia. Pós-Graduado (especialista) em Ensino de Filosofia, Ciências da Religião, História e Antropologia, e Revisão Prática de Texto. Mestrando em Interpretação Bíblica e Pós-Graduando em História e Arqueologia do Oriente Próximo. Nas horas vagas, aprecia levar conteúdo bíblico para as redes sociais como o instagram @gilbertotheiss, o blog www.feoufideismo.com e o canal www.youtube.com/feoufideismo.