Lição 7
07 a 13 de novembro
Adoração no contexto da educação
Sábado à tarde
Ano Bíblico: At 4-6
Verso para memorizar: “Tributai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; trazei oferendas e entrai nos Seus átrios; adorai o Senhor na beleza da Sua santidade” (1Cr 16:29).
Leituras da semana: Dn 3; Ap 14:6-12; Sl 78:1-17; Jo 4:7-26; 1Cr 16:1-36; Mc 7:1-13

A adoração faz parte da natureza humana, até mesmo da natureza humana caída. Evidentemente, fomos criados como seres que, pela liberdade que Deus nos concedeu, adoram o Senhor porque O amam e sabem que Ele é digno de adoração. Essa adoração deve ter sido bastante fácil no mundo antes da queda, em que o homem tinha acesso direto a Deus em uma criação não arruinada pelo pecado, morte e destruição – uma criação que mal podemos imaginar, visto que só conhecemos este mundo caído.

Embora a necessidade inata de adorar ainda exista em nós, ela foi distorcida pelo pecado, assim como tudo neste mundo, o que significa que, entre outras coisas, nós, como seres adoradores, podemos acabar adorando coisas erradas ou até mesmo não adorando a Deus como Ele deveria ser adorado (veja, por exemplo, Mc 7:1-13; Jr 7:4).

Portanto, visto que a adoração é tão central na experiência cristã, a educação cristã deve tratar dessa questão. Esse é o assunto que estudaremos na lição desta semana.



Domingo, 08 de novembro
Ano Bíblico: At 7-9
Todos adoramos alguma coisa

Há algo em nós que gera o desejo de adorar. Sem dúvida, esse anseio foi originalmente formado em nós por Deus, mas, como ocorreu com tudo o mais, esse desejo foi distorcido pelo pecado. Evidentemente, no princípio, devíamos adorar o único Ser digno de adoração, nosso Senhor e ­Criador. Mas, desde a queda, tudo isso mudou muito.

Todos adoramos algo, alguém, qualquer coisa. Isso explica por que, ao longo da história humana, e até hoje, o ser humano pratica a adoração. No Egito antigo, algumas pessoas adoravam o faraó; em outras ocasiões, em outros países, as pessoas adoravam estátuas de peixes, deuses de várias cabeças e outras supostas divindades. Algumas pessoas adoravam o sol, a lua, as estrelas.

Hoje, a maioria das pessoas é sofisticada demais para se curvar diante da estátua de uma rã (mas, aparentemente, não de uma estátua de ­Maria). Porém, isso não significa que o ser humano, mesmo o homem secular, não adore algo: dinheiro, poder, sexo, a si mesmo, estrelas do rock, atores, políticos. O que mais amamos, aquilo em que mais concentramos nossa atenção e pelo que vivemos é o que adoramos. Além disso, advertiu o autor secular David Foster Wallace, se você adorar a coisa errada, ela “o comerá vivo”.

1. O que a história de Daniel 3 nos ensina sobre a importância da verdadeira adoração? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Vale a pena adorar Aquele que é digno de adoração.
B. ( ) Se houver riscos, a adoração deve ser oferecida parcialmente.

Os três jovens judeus levaram o segundo mandamento (Êx 20:4-6) muito a sério, conforme Deus queria que fizessem. Afinal, ele faz parte dos Dez Mandamentos, juntamente com a proibição do assassinato, furto e assim por diante. A adoração apropriada é tão importante que se torna central às questões dos últimos dias, antes da segunda vinda de Cristo. Portanto, a educação cristã precisa incluir a questão da adoração: o que ela é, como adoramos, por que ela é importante e a quem adoramos.

Leia Apocalipse 14:6-12. Por que a questão da adoração será tão central na crise final antes do retorno de Cristo?


Segunda-feira, 09 de novembro
Ano Bíblico: At 10-12
Que os transmitissem a seus filhos

Os salmos do Antigo Testamento acabaram por desempenhar uma função na vida religiosa do antigo Israel. Eles eram recitados, cantados, muitas vezes com o auxílio de instrumentos musicais, durante os momentos de adoração, especialmente a adoração pública. No Antigo Testamento, isso era essencial para o modo pelo qual as pessoas adoravam em geral. Israel funcionava como uma comunidade e, por isso, o povo adorava em conjunto.

Os salmos são basicamente poemas, letras para músicas. A palavra hebraica para salmos, Tehillîm, significa “cânticos de louvor”. E quando cantamos louvores a Deus estamos adorando o Senhor.

2. Qual é a mensagem essencial do Salmo 78:1-17? Como ela se encaixa em toda a questão da educação e da adoração?

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Há certa determinação no que diz respeito à mensagem do Salmo 78. No verso 2, Asafe mencionou que seriam publicados os “enigmas dos tempos antigos”. A palavra “enigmas” não significa coisas “sinistras”, mas coisas obscuras ou apagadas, como a História pode se tornar, quando seus eventos cruciais ficam cada vez mais distantes no passado. Em outras traduções, a palavra “enigmas” é apresentada como “segredos” (NTLH) ou “doces e antigas verdades” (A Mensagem). A questão nesse texto é que a educação de Israel incluía ensinar aos filhos as histórias sobre o trato do Senhor para com a nação eleita.

3. Examine o Salmo 78:6-17. Quais lições específicas os pais deviam ensinar aos filhos? Qual era o objetivo final dessa educação?

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Um dos objetivos da educação, visto nos textos, era que os filhos aprendessem a confiar em Deus e a guardar Seus mandamentos. Como Apocalipse 14:12 reflete essa mesma ideia para nós hoje?


Terça-feira, 10 de novembro
Ano Bíblico: At 13-15
Em espírito e em verdade

Um dos relatos mais maravilhosos do Novo Testamento sobre como Cristo ministrou a pessoas arruinadas é o encontro de Jesus com a mulher no poço.

4. Leia João 4:7-26. O que Jesus disse à mulher acerca da adoração? Como eles entraram nesse assunto?

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Embora a mulher tivesse tentado mudar de assunto ao falar sobre adoração, Jesus usou a estratégia dela para apresentar algumas verdades profundas sobre adoração e o que esta envolve. Talvez, o mais importante para nossos propósitos imediatos seja o que Ele disse em João 4:24: “Deus é espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e em verdade”.

A verdadeira adoração ao Senhor deve ser “em espírito”, isto é, deve vir do amor a Deus, da experiência de conhecê-Lo pessoalmente. “A religião que vem de Deus é a única que leva a Ele. Para O servirmos devidamente, é necessário nascermos do Espírito divino. Isso purificará o coração e renovará a mente, dando-nos nova capacidade para conhecer e amar a Deus. Também nos comunicará obediência voluntária a todas as Suas ordens. Esse é o verdadeiro culto. É o fruto da atuação do Espírito Santo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 189).

Ao mesmo tempo, a adoração deve ser “em verdade”. Precisamos ter um conhecimento correto de Deus, de quem Ele é e o que Ele exige de nós. Em outras palavras, a doutrina também está envolvida. (É muito significativo, por exemplo, saber que adoramos um Deus que não deixa as pessoas queimando no inferno por toda a eternidade.)

Portanto, vemos aqui dois elementos na adoração: a experiência advinda do conhecimento de Deus e obediência a Ele e as verdades objetivas que nos são reveladas sobre Ele. O espírito sem a verdade pode levar a um sentimentalismo superficial que se baseia mais em emoções inconstantes do que em qualquer outra coisa. Por outro lado, a verdade sem o espírito pode levar a um formalismo morto. Por isso, precisamos de ambos.

Como podemos ensinar outras pessoas a adorar “em espírito e em verdade”? Em quais casos alguém pode precisar de uma ênfase maior em um aspecto do que em outro?


Quarta-feira, 11 de novembro
Ano Bíblico: At 16-18
A beleza da santidade

5. Leia 1 Crônicas 16:1-36. Tente imaginar a cena descrita. Você a imagina solene e temível ou festiva e alegre? De que maneira ela pode ser uma combinação de ambos? O que aprendemos com essa cena sobre adoração e como devemos ensinar e vivenciar a adoração?

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O local de adoração era o tabernáculo, onde Deus havia habitado com o antigo Israel e onde o plano da salvação lhes havia sido revelado. Portanto, Jesus e o plano da salvação, prefigurados no serviço do tabernáculo, deviam ser centrais à adoração e à educação. Tudo o mais que Deus fez por nós e que merece louvor e adoração não significa nada sem a esperança de vida eterna oferecida a nós por Sua morte sacrifical e substitutiva na cruz.

Observe também o enfoque “evangelístico” da passagem: todo o mundo deveria conhecer o Deus de Israel.

6. Observe 1 Crônicas 16:29: “Tributai ao Senhor a glória devida ao Seu nome; trazei oferendas e entrai nos Seus átrios; adorai o Senhor na beleza da Sua santidade”. O que significa a “beleza da Sua santidade”? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Apenas que Deus tem uma aparência bela e majestosa.
B.( ) Significa que a santidade de Deus e adoração proposta por Ele são belas.

Para começar, pense em como o pecado é feio, prejudicial e degradante. Além disso, é difícil para nós hoje imaginarmos como as práticas de adoração das nações vizinhas de Israel eram más, terríveis e degradantes – práticas que incluíam sacrifícios de crianças. Evidentemente, essas coisas refletiam como eram as pessoas que as praticavam.

Em contraste com isso, o antigo Israel deveria ser uma nação santa, separada dos maus costumes ao seu redor. Eles deveriam ser santos em seu coração e em sua mente; isso conferia significado e beleza à sua adoração diante de Deus. Repetidas vezes, os profetas do Antigo Testamento protestaram contra pessoas que adoravam o Senhor enquanto estavam envolvidas em corrupção e, em seu coração, estavam longe Dele.



Quinta-feira, 12 de novembro
Ano Bíblico: At 19-21
Idolatria na educação

O Israel antigo estava cercado por povos muito religiosos, pessoas tão dedicadas a adorar e aplacar seus deuses que sacrificavam até seus próprios filhos! Eram muito dedicados, mas totalmente equivocados.

Portanto, a verdadeira adoração ao Deus verdadeiro era uma parte importante da proteção aos hebreus diante do perigo de serem apanhados na idolatria e na adoração falsa que os cercava. No entanto, apesar de todas as advertências, eles ainda caíram nas práticas idólatras contra as quais haviam sido especificamente advertidos.

E nós hoje? Por que a adoração ao Deus verdadeiro, relatando tudo o que Ele fez por nós, é também tão importante – especialmente diante dos perigos da idolatria moderna?

7. Leia Marcos 7:1-13. Qual princípio encontrado nos versos 7-9 poderia ser aplicado hoje no contexto da educação cristã e do perigo dos falsos ensinos tirados do mundo e que poderiam impactar negativamente a prática da nossa fé?

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Muitas ideias importantes e intelectuais do mundo de hoje estão fundamentadas em uma visão naturalista da realidade. Muitas disciplinas na escola são estudadas hoje a partir dessa perspectiva, o que geralmente significa que o que é ensinado será contraditório às Escrituras. Podemos ficar tentados a adorar ideias postuladas, teorizadas e colocadas em prática. Também podemos idolatrar as mentes brilhantes dos filósofos, cientistas e matemáticos que registraram essas ideias. O problema é que muitas vezes essas ideias podem entrar em conflito com as Escrituras; no entanto, como atualmente são ensinadas e consideradas verdadeiras, as pessoas tentam incorporá-las à educação cristã. Contudo, a única maneira de fazer isso é transigir com a fé, o que geralmente significa distorcer as Escrituras, a fim de tentar ajustá-las às ideias atuais.

Quais crenças populares atuais entram em conflito com as Escrituras? Como igreja, de que modo podemos impedir que elas sejam incorporadas ao nosso sistema educacional?


Sexta-feira, 13 de novembro
Ano Bíblico: At 22, 23
Estudo adicional

“‘Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto’ (Jr 17:9). Os professores de religião* não estão dispostos a se examinarem intimamente para ver se estão na fé, e é um fato temeroso que muitos estejam se apoiando em uma falsa esperança. Alguns se apoiam em uma experiência antiga que tiveram anos atrás; mas quando são levados a esse momento de examinar o coração, quando todos deveriam ter uma experiência diária, não têm nada a relatar. Eles pensam que uma profissão da verdade os salvará. Quando os pecados que Deus detesta forem subjugados, Jesus entrará e ceará com vocês e vocês com Ele. Portanto, vocês se fortalecerão com a força divina de Jesus e crescerão Nele, e poderão, com santo triunfo, dizer: Bendito seja Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. Seria mais agradável ao Senhor se professores de religião* mornos nunca tivessem mencionado Seu nome. Eles são um peso contínuo àqueles que seriam fiéis seguidores de Jesus. São uma pedra de tropeço para os incrédulos, e anjos maus exultam a seu respeito e insultam os anjos de Deus com seu procedimento tortuoso. Eles são uma maldição para a causa. Aproximam-se de Deus com os lábios, enquanto seu coração está longe Dele” (Ellen G. White, Spiritual Gifts ["Dons Espirituais"], v. 2, p. 227). *As palavras dessa citação podem ser aplicadas aos professores de todas as disciplinas.

Perguntas para consideração

1. Em Marcos 7:1-13, a causa da adoração falsa está no coração. Deus não aceita a adoração se ela não brotar do coração. Por que a cruz abre o coração para que amemos a Deus?

2. Adorar “em espírito e em verdade”. É possível que a adoração envolva um aspecto e não o outro, ou a verdadeira adoração exige ambos? Por quê?

3. Nosso coração precisa estar justificado para adorar a Deus. O que isso significa? Precisamos esperar até que estejamos com a vida em perfeita ordem, antes de poder adorar? Por outro lado, como a verdadeira
adoração nos justifica diante de Deus?

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. Os feitos de Deus e um apelo à geração futura para que ela adorasse e servisse fielmente ao Senhor. A geração atual deveria ensinar a verdade aos filhos e descendentes. 3. A obediência a Deus; lembrar que Deus os havia tirado do Egito, abrindo o Mar Vermelho, e os tinha levado a uma terra que manava leite e mel. O propósito dessa educação era fazer com que os filhos temessem ao Senhor. 4. Disse que os verdadeiros adoradores O adorarão em espírito e em verdade. O assunto veio à tona depois que ela percebeu que Cristo era Profeta, ao falar sobre os ex-maridos dela. 5. É uma cena alegre, de adoração e celebração ao Senhor; porém, também de respeito profundo e solenidade. A verdadeira adoração deve ser uma combinação dos dois aspectos e assim também devemos ensinar aos outros. 6. B. 7. O princípio de colocar as tradições e ensinos humanos acima da verdade bíblica. Isso inclui as supostas “descobertas científicas”, as teorias da seleção natural, do big bang, etc.



Resumo da Lição 7
Adoração no contexto da educação

ESBOÇO

Adoração é um tópico fundamental, e a lição mostra um ponto instigante: fomos criados ou projetados para adorar. Mas, como o pecado distorceu nossa estrutura, nossas expressões de adoração agora podem ser mal direcionadas ou equivocadas. É possível adorar a coisa errada, ou adorar a coisa certa da maneira errada. Adorar objetos no lugar de Deus é um problema, mas não tão sutil quanto dirigir a adoração a Deus de modo que Ele a rejeite (Mc 7:1-13; Jr 7:4).

O tema adoração torna-se bastante interessante quando transcende a questão da bateria e das projeções de vídeo e envolve vida ou morte. Apocalipse 14, junto com seu paralelo no Antigo Testamento em Daniel 3, mostra o alto risco que pode envolver a adoração. Esse ângulo é relevante não apenas para o estudo e a preparação no tempo do fim, mas também pode inspirar cristãos que estão sofrendo perseguição. Saber que temos a necessidade fundamental de adorar, que essa dimensão do espírito humano foi afetada pelo pecado e que a adoração pode ser uma questão de vida ou morte deve nos convencer de que o tema precisa ser incluído na educação adventista. Embora a adoração possa (e deva) ser extremamente pessoal, ela não é imune à crítica. Jesus afirmou que Deus deve ser adorado em espírito e em verdade (Jo 4:24). Esta lição se dedica a esse fim.

COMENTÁRIO

Escrituras

Todos os cristãos acreditam que Deus deve ser adorado; e aí o consenso termina. Como adorar, quando, onde, com que frequência, e assim por diante, são algumas questões para reflexão e estudo. Os dois extremos a ser evitados seria concluir que existe um modo único e uniforme de adorar a Deus que abranja todos os detalhes. Cultura, circunstâncias, disponibilidade (por exemplo, todo crente tem acesso a uma igreja?) e, até certo ponto, o caráter e a personalidade do adorador afetarão a aparência da adoração. Outro extremo é pensar que a adoração é simplesmente uma questão de preferência pessoal e que Deus aceitará todas as formas. A pergunta que devemos fazer é: O que a Bíblia nos diz sobre formas aceitáveis de adoração? Como sabemos que Deus tem preferências em relação à adoração? Simples: Ele nos disse.

Uma mulher levanta a questão da adoração

Quando Jesus falou com a mulher junto ao poço, a conversa avançou para o assunto desconfortável dos relacionamentos fracassados no passado e dos atuais ilícitos (Jo 4:18). Como qualquer um de nós faria, ela contornou essa questão delicada e redirecionou o foco, nesse caso, para preocupações nacionais controversas. Jesus mostrou gentil sabedoria e tato ao não seguir as linhas originais, mas permitiu que a mulher redirecionasse o assunto. Jesus estava interessado em convencer, não em envergonhar. Retomando a conversa, a mulher aproveitou a oportunidade de ouro para que um profeta resolvesse um conflito sobre locais de adoração adequados (Jo 4:20). Depois de apresentadas as opções, a resposta clássica de Jesus de que o Pai não seria adorado em nenhum dos dois lugares desapontou e esclareceu ao mesmo tempo (Jo 4:21; em João 9:3 aparece uma resposta semelhante em que Jesus negou duas opções apresentadas). Ele deu continuidade com uma advertência muito relevante: “Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para Seus adoradores. Deus é espírito; e importa que os Seus adoradores O adorem em espírito e em verdade” (Jo 4:23, 24). Três frases desses versos nos dizem que Deus tem preferências na adoração:

1. A expressão “verdadeiros adoradores”.

2. O fato de o Pai buscar uma classe específica de adoradores para adorá-Lo.

3. A frase enfática de que aqueles que adoram devem fazê-lo de uma forma específica.

Esses pontos devem nos tirar do subjetivismo e da tendência de confiar na sinceridade como o único teste de adoração aceitável. Ter intenções sinceras é uma condição necessária para a adoração verdadeira, mas não deve ser considerada a única. Em retrospecto, agradecemos à mulher samaritana por ter abordado o tema da adoração, pois isso fez com que tivéssemos o registro dos pensamentos de Jesus sobre o assunto. São pensamentos importantes para absorvermos, pois a adoração é uma questão decisiva, talvez a questão crucial nos eventos finais da história da Terra.

Em apoio à ideia de que Deus pode ser específico a respeito da adoração que devemos apresentar a Ele, estão os regulamentos do santuário nos livros de Êxodo e Levítico. Essas partes das Escrituras também dão diretrizes sobre o tema da adoração. O grande volume de instruções, a especificidade de como deviam ser executadas e a penalidade severa, se executadas indevidamente, apoiam a noção de que Deus realmente Se importa com a maneira pela qual Ele deve ser adorado.

Outra mulher levanta a questão da adoração

Por outro lado, há pelo menos um exemplo em que um homem adorava diante de Deus de forma espontânea em um momento de livre expressão. Isso, por sua vez, ofendeu sua esposa, que acreditou que ele estivesse fazendo papel de bobo. Está escrito que Davi dançou diante do Senhor com todas as suas forças quando a arca estava sendo trazida a Jerusalém (2Sm 6:14). Esse momento foi preenchido com sacrifícios e com júbilos, ao som de trombetas (2Sm 6:13-15). Sua única defesa contra Mical, a esposa ofendida, foi que suas ações foram “perante o Senhor” que o havia escolhido em lugar de Saul, pai de Mical (2Sm 6:21). Seu objetivo era celebrar e adorar na presença de Deus. Ele acrescentou: “Ainda mais desprezível me farei e me humilharei aos meus olhos” (2Sm 6:22). Isso equilibra uma imagem potencialmente distorcida de Deus que alguns podem ter a partir dos inúmeros regulamentos relacionados ao santuário e nos relembra de que existe um lado espontâneo e subjetivo da adoração que também é agradável ao Senhor.

A lição traz a preocupação com o equilíbrio, usando a ênfase de Jesus de que o Pai deve ser adorado “em espírito e em verdade” (Jo 4:24). Precisamos ter a verdade do que Deus exige junto com corações e mentes totalmente engajados, receptivos ao Espírito Santo. Mas há a possibilidade de o que chamamos de Deus do cristianismo não seja o Deus da Bíblia, mas um deus criado por nós? Talvez adorar ao Senhor em verdade significa ter certeza de que temos uma imagem verdadeira Dele em nossa mente.

Lições da sociologia

Como as sociedades costumam apresentam seus conceitos sobre Deus? Uma teoria que se baseia fortemente na filosofia do pai da sociologia moderna, Emile Durkeim, propõe que, primeiro, as sociedades desenvolvem um conjunto de características e valores os quais acreditam que garantirão sua sobrevivência. Segundo, elas usam um animal para simbolizar suas características e valores. Tal animal é referido como um totem, ou seja, a representação dos traços e valores de uma tribo. Todos nós usamos a linguagem totêmica até certo ponto. No Ocidente, temos expressões como “forte como um touro”, “sábio como uma coruja” ou “astuto como uma raposa”. O estágio três ocorre quando, pouco a pouco, a tribo começa a adorar o animal que é uma representação simbólica de seus próprios traços e valores. Agora o ponto fica claro. Se as sociedades acabam adorando uma divindade que é simplesmente uma manifestação coletiva de seus próprios traços e valores, a religião nada mais é do que uma tribo de pessoas que se adoram.

As pessoas podem pensar que esse processo se aplica apenas a alguma tribo primitiva fora da cultura ocidental, mas não devem ser tão precipitadas em suas conclusões. Pode haver muita verdade no ditado “Deus pode ter nos criado à Sua imagem, mas decidimos retribuir o favor” (George Bernard Shaw). Lúcifer no jardim pintou um retrato de Deus como uma divindade restritiva, mentirosa (“É certo que não morrereis”) e insegura, ameaçada pela perspectiva de elevação do homem (Gn 3:1-6). Mas diríamos que Lúcifer estava pintando uma imagem bastante precisa de si mesmo.

Educar adventistas, jovens e idosos, para evitar a tendência de atribuir a Deus características que não são Dele deve ser uma prioridade. A proibição de fazer qualquer imagem esculpida (Êx 20:4, 5) deve incluir imagens mentais falsas que podem ser esculpidas no coração e na mente dos jovens e depois adoradas. Deus sabiamente nos lembrou de que Seus caminhos não são como os nossos (Is 55:8, 9) e que Ele é Deus, não homem (Os 11:9).

Aplicação para a vida

Seguem alguns exemplos e esquemas de adoração que devem gerar discussões a respeito de adoração diariamente:

1. Foi dito que “adorar é submeter toda a nossa natureza a Deus; é estimular a consciência com Sua santidade; alimentar a mente com Sua verdade; purificar a imaginação por Sua beleza; abrir o coração ao Seu amor; entregar nossa vontade ao Seu propósito, tudo isso reunido em adoração” (William Temple). Como podemos viver cada um desses pontos no dia a dia?

2. “Saíra Isaque a meditar no campo” (Gn 24:63). Você meditaria também, se seu cônjuge, uma pessoa que você nunca viu antes, estivesse chegando num camelo? Como a palavra “meditar” é um hápax (uma palavra que ocorre apenas uma vez na Bíblia), não temos certeza de seu significado. No entanto, estar em meio à natureza sozinho com Deus na iminência de um acontecimento que mudaria sua vida, adorar e meditar em Deus parece apropriado. Que lugares, horários e maneiras os alunos de sua classe consideram propícios para a adoração?

3. Curiosamente, a primeira vez que a palavra adoração ocorre na Bíblia está no relato em que Abraão disse a seus servos que ele e seu filho iriam adiante para adorar (Gn 22:5). A história da salvação é retratada na experiência de Abraão e Isaque no topo do monte Moriá. Como o plano da salvação pode enriquecer e direcionar nossa adoração pessoal?


A voz mansa

Wilbur Pereira viajava de carro com um primo que não via há 30 anos. Durante a viagem, para um casamento na região centro-sul da Índia, a esposa telefonou procurando saber se estava tudo bem. “Estamos muito bem, graças a Deus!”, Wilbur respondeu. O primo, Walter, olhou surpreso. Havia poucos cristãos na Índia. “Qual a sua religião?”, ele perguntou. Wilbur explicou que frequentava uma igreja cristã todos os domingos desde a infância, mas havia deixado de crer em muitas doutrinas. “A Bíblia diz: ‘Sou o Senhor seu Deus, não há outro deus diante de Mim.’ Mas a igreja adorava a Maria, santos e outros ídolos. Procuro a verdade.”

“Não se preocupe”, Walter disse. “Você está perto da verdade. Um dia Deus o conduzirá à igreja verdadeira.”

No casamento, o buffet consistia somente em alimento vegetariano e não havia carne de porco. Ao voltar para casa, ele reiniciou sua busca pela verdade. Visitou alguns lugares não-cristãos para cultos em sua cidade, Bengaluru, sabia que Deus estava em algum lugar e desejava encontrá-Lo. Wilbur ficou cada vez mais convencido de que a igreja de sua infância havia se desviado da Bíblia. Num sábado, ele disse à esposa, Nancy, que não queria mais frequentar a igreja com ela. “Não lhe acompanharei mais à igreja. É uma igreja falsa com crenças pagãs.”

Naquela noite, Nancy chamou os membros da familia para persuadi-lo a ir à igreja com ela, mas ele permaneceu firme. Ao mesmo tempo, perguntava a si mesmo que igreja deveria frequentar. Na manhã seguinte, enquanto caminhava até à mercenária para comprar ingredientes para o almoço, ele continuava considerando qual igreja frequentaria. De repente ouviu uma voz masculina, dizendo:

“Telefone para seu primo.”

Wilbur ignorou a voz e continuou caminhando.

“Chame seu primo”, a voz insistiu. Wilbur parou. “Telefone para o primo”, ouviu novamente. Ele pegou o telefone e chamou Walter. Depois de contar o desentendimento com a esposa, perguntou que igreja o primo frequentava. “Frequento a igreja adventista”, Walter respondeu. Wilbur já havia visto placas da igreja adventista, mas não conhecia essa denominação. Então, Walter agendou estudos bíblicos por três vezes por semana. No sábado seguinte, ele foi à igreja adventista de língua inglesa de High Street. Ele gostou, principalmente dos grupos da Escola Sabatina.

Nancy se opôs à nova fé de Wilbur e discutia com ele diariamente. Porém, observou com surpresa como seu estilo de vida mudou lentamente. Gostou de que ele não mais usasse tabaco nem bebesse álcool. Ficou surpresa ao ver que ele preparava comida para o sábado um dia antes. Sem conseguir entender por que ele havia deixado de comer ovos e laticínios, dando ao filho mais novo. Wilbur explicou que desejava honrar a Deus em todas suas ações, inclusive observando o sábado e tratando o corpo como templo de Deus. Ela precisava admitir que a saúde dele estava melhor que a dela. Ela sofria de enxaqueca.

Quando a igreja adventista organizou uma clínica de saúde gratuita, Wilbur convidou Nancy para acompanhá-lo e aprender sobre vida saudável. Ela se sentiu tocada ao ouvir um médico descrever a ligação entre bem-estar físico e espiritual. Aquilo era uma nova ideia. Ao voltar para casa, contou para os amigos sobre a clínica.

No sábado seguinte, ela não aceitou o convite de ir à igreja, mas, pela primeira vez, permitiu que Wilbur levasse o filho. O garoto gostou da Escola Sabatina, o momento infantil do culto e a refeição oferecida depois. Naquela noite, contou para a mãe, com muito entusiasmo, tudo o que aconteceu na igreja. A curiosidade de Nancy cresceu e ela pediu estudo bíblico. Alguns dias depois, ao aprender sobre o sábado, imediatamente se posicionou: “Eu não trabalharei mais aos sábados. Mesmo que perca meu emprego, não trabalharei.”

Hoje, Wilbur e Nancy são obreiros médicos em período integral, educando as pessoas sobre saúde na Índia. “Alcançamos pessoas carentes, ensinamos princípios de saúde a elas e as conectamos ao Grande Médico”, disse Wilbur.

A oferta desse trimestre ajudará a construir duas igrejas em Bengaluru, a cidade grande mais próxima de onde Wilbor vive com a família atualmente. Muito agradecemos pelas generosas ofertas.

 

Dicas da história


• Assista ao vídeo sobre Wilbur no YouTube: bit.ly/Wilbur-Pereira.
• Faça um download das fotos no Facebook (bit.ly/fb-mq).


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2020
Tema Geral: Educação e redenção
Lição 7 – 7 a 14 de novembro de 2020

Adoração no contexto da educação

Autor: Pr. Diego Almeida
Supervisor: Adolfo Suárez
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução

Há uma linha teórica da psicologia que fala de cinco necessidades fundamentais de todo ser humano. Essa teoria foi catalogada na década de 1950 por Abraham Maslow, de onde se originou o que conhecemos como a “Pirâmide de Maslow. Segundo Maslow, essas necessidades viabilizariam as satisfações em nível pessoal e profissional. A pirâmide possui cinco níveis: fisiologia, segurança, amor e relacionamentos, estima e realização pessoal. Dentre elas, destaco a necessidade que o ser humano tem de segurança. Segundo essa teoria, cada indivíduo precisa sentir-se seguro nas diversas áreas de sua vida.

Segurança

Lembro-me de minha infância e de como como meu pai era minha grande figura de refúgio e proteção. É interessante notar que, com o passar do tempo, ao me ver mais forte e capaz, minha percepção sobre quem me protegia começou a mudar. Claro que ainda amo e respeito muito meu pai, pois foi ele que me deu um referencial adequado sobre o que realmente significava “me sentir seguro”.

É fácil compreender que algo que gere essa sensação de segurança e proteção seja maior e mais poderoso que o próprio indivíduo. Seria ilógico imaginar alguém correndo para os braços de outro alguém mais fraco para buscar refúgio.

No entanto, ao longo da história os seres humanos têm buscado saciar essa necessidade de segurança com coisas, pessoas, conceitos, lugares, deuses, etc. E nessa busca, quase que inerente à consciência humana, temos visto o endeusamento de coisas animadas e inanimadas, coisas frágeis que assumem o lugar importante da contemplação e adoração que pertence ao Deus verdadeiro.

Paulo, por exemplo, lidou com o desafio do endeusamento do próprio eu e suas paixões: “Eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador” (Rm 1:25).

Como poderíamos estar seguros quanto a esse risco de dedicarmos nossa adoração a alguém que não a merece?

Criados para adorar

Quando partimos dessa perspectiva de que fomos criados para prestar adoração, é possível entender o motivo pelo qual o indivíduo busca algo para adorar. Segundo o Dicionário Bíblico Unger, “Adorar é tão natural quanto o viver. O sentimento e a expressão de elevada adoração, reverência, confiança, amor, lealdade e dependência de um poder superior, humano ou divino, é uma necessidade humana. Esses sentimentos voltados para algo ou alguém, real ou imaginário, exercem uma atração, num grau maior ou menor, sobre todos os seres humanos. Esse algo determina sua adoração.”

O ser humano, de fato, é um adorador por natureza! Deus nos fez assim e podemos destacar pelo menos dois motivos para isso, dentre vários outros:

1. Ser adorador é importante para delimitar nossa posição diante do Criador. A percepção de quem eu sou, ou seja, minha finitude e pequenez, estabelecem a postura adequada diante do Senhor Deus. A única forma de reconhecer quão frágil eu sou é identificar quão grande o Senhor é. Portanto, contemplar constantemente o infinito poder do Deus do Universo, revelará a mim sua grandiosidade e consequentemente minha real posição diante dessa grandeza.

2. A Bíblia revela que Deus tem um profundo interesse em meu relacionamento com Ele. Na realidade, quando olhamos para a situação do pecado, percebemos que sua essência está na separação entre o ser criado e seu Criador (Is 59:2).

Holbrook comenta que “pecado é, essencialmente, a criatura querendo ser independente do Criador. É a recusa do pecador em se submeter à autoridade divina.” Por isso o Senhor Deus buscou a reconciliação através de Cristo (2Co 5:18, 19) para anular o efeito devastador do nosso afastamento Dele. Portanto, ser criado para adorar favorece a busca ao Criador e, assim, possibilita a aproximação entre nós e Deus.

Ser adoradores nos ajuda, dentre outras diversas coisas, a ter uma visão adequada sobre quem nós somos, quem Deus é, e nos ajuda a nos aproximarmos do nosso Criador, impedindo o engano dos falsos deuses que não podem saciar nossa necessidade de segurança e adoração.

No entanto, é importante lembrar que nossa realidade atual pode dificultar essa adoração. De acordo com Ellen G. White, “o pecado não somente nos exclui de Deus, mas também destrói na alma humana tanto o desejo como a capacidade de O conhecer.”

Qual é o método divino para solucionar esse desafio?

Educados para adorar

A verdadeira adoração não deve ser pautada somente nos sentimentos e emoções, mas no aspecto cognitivo da vontade de Deus. Quando não temos a orientação correta de como ou quem adorar, buscaremos nossos próprios meios, ouvindo quaisquer vozes sussurrando caminhos perigosos e ineficazes. Isso pode acabar em idolatria cega!

A educação cristã tem por objetivo nos blindar quanto a essas vozes perigosas. Ellen White declarou que “é obra da verdadeira educação [...] treinar os jovens para que sejam pensantes e não meros refletores do pensamento de outrem.”

Nessa premissa, vemos a importância de uma adoração orientada, ensinada. É aí que a educação ocupa um importante papel, pois o mesmo Deus que disse que Sua Palavra deveria ser inculcada na mente dos filhos pelos pais (Dt 6:7) não espera uma postura menos dedicada de nós hoje.

No entanto, no mesmo texto de Deuteronômio, a metodologia pedagógica não se restringe às meras palavras de ensino, mas ao dia a dia de uma vida de comportamentos, pensamentos e rotinas. “O viver cristão é a antítese da morte, um modo de vida dinâmico num ambiente hostil; demanda pensamento e ação constante para sua vitalidade e até para sua própria existência.”

Conclusão

A verdadeira adoração a Deus era essencial para a proteção dos hebreus diante do perigo da prática da idolatria e da adoração falsa que os cercava. Infelizmente, apesar de todas as advertências, eles ainda caíram nas práticas idólatras contra as quais haviam sido diversas vezes advertidos.

Quais são as lições para nós hoje? Devemos estar atentos diante dos perigos da idolatria moderna; não permitamos que nada, nenhuma atividade nem pessoa tome o lugar de nossa autêntica devoção. Um estilo de vida orientado e educado à verdadeira adoração ensinará de maneira completa a verdadeira reverência ao grande Deus do céu e da Terra.

Conheça o autor dos comentários para esta semana: Diego Almeida atua como pastor distrital na União Central Brasileira.

 

Adaptado do texto disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/psicologia/maslow-as-necessidades-humanas.htm.
UNGER, Merril F., Dicionário Bíblico Unger. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017, p. 33.
HOLBROOK, Frank B. O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2002. p. 78.
WHITE, Ellen G. Educação. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008. p. 29.
Ibid., p. 17.
KNIGHT, George. Mitos na Educação Adventista: Um estudo interpretativo da educação nos escritos de Ellen G. White. 1. ed. Engenheiro Coelho, SP: Unaspress, 2010. p. 8.