Como vimos, a Bíblia é repleta de descrições veementes do interesse de Deus pelos pobres e oprimidos, bem como de apelos para que Seu povo trabalhe em favor deles. Apesar da atenção dada a essas questões, essa ordem bíblica tem sido cumprida apenas de maneira esporádica e parcial, e será concluída somente com a vinda de Cristo e com os eventos sobrenaturais que se seguirão.
Até então, o mal persistirá em muitas formas, sendo alimentado pelas influências espirituais obscuras do diabo e seus anjos. Muitas vezes, esse mal se torna mais visível na pobreza, violência, opressão, escravidão, exploração, egoísmo e ganância. Neste mundo, nossas comunidades, igrejas e famílias precisam lutar contra esses males, não importa quanto seja difícil fazê-lo. Em resposta ao amor e aos mandamentos de Deus, vivendo à luz do ministério e do sacrifício de Jesus, e sendo capacitados e guiados pela presença do Espírito Santo, devemos ser compassivos, criativos e corajosos ao buscarmos praticar a justiça, amar a misericórdia e andar humildemente com nosso Deus (Mq 6:8).
Conforme ficou claro nos ensinamentos de Jesus e dos escritores do Novo Testamento, os que escolhem viver como membros do reino de Deus vivem de acordo com um conjunto diferente de valores e prioridades em comparação com o mundo.
1. Leia Mateus 6:25-33. Que certeza recebemos nesses versos, e como essa convicção deve impactar nossas prioridades?
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Jesus ensinou que “a vida” é “mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes” (Mt 6:25). Evidentemente, essas coisas são importantes, mas devemos vê-las à luz do reino de Deus, o que significa que devemos reformular as prioridades da nossa vida de maneiras reais e práticas. Quando reconhecemos o chamado em toda a Bíblia para que elevemos as outras pessoas e cuidemos delas, essa missão também se torna uma de nossas prioridades à medida que buscamos seguir os passos de Jesus. Esse chamado deve nos ajudar a nos concentrarmos menos em nós e mais nos outros.
Esse conjunto diferente de prioridades também transforma nosso relacionamento com as autoridades. Embora a Bíblia instrua os cristãos a respeitar e obedecer a seus governantes (veja, por exemplo, Romanos 13:1-7), também chegamos a um ponto em que precisamos ecoar as palavras de Pedro: “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens” (At 5:29). Jesus conciliou esses dois princípios em Sua resposta aos que tentaram trapaceá-Lo nessa questão: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus” (Mt 22:21).
Os que têm poder, seja no governo ou em outra esfera, muitas vezes impõem e mantêm esse poder por meio de ameaças ou força. Como observamos na vida de Jesus, a vida fiel não requer passividade diante do mal em todas as situações. Por exemplo, tratando da escravidão na América, Ellen G. White escreveu: “Quando as leis dos homens se chocam com a Palavra e a lei de Deus, cumpre-nos obedecer a estas, sejam quais forem as consequências. À lei de nossa terra que exige entregarmos um escravo a seu senhor, não devemos obedecer; e cumpre-nos sofrer as consequências de transgredir essa lei. O escravo não é propriedade de homem algum. Deus é seu legítimo senhor, e o homem não tem nenhum direito de tomar a obra de Deus em suas mãos e pretender que seja propriedade sua” (Testemunhos Para a Igreja, v. 1, p. 201, 202).
Resistindo à possibilidade de deixar que as boas intenções sejam esmagadas por “todos os problemas do mundo”, muitos gostariam de contribuir mais para fazer a diferença na vida dos sofredores. Há uma série de atitudes e ações que podem nos levar a responder de maneira positiva ao sofrimento dos necessitados.
Compaixão: Como vimos, reconhecer e ter empatia pela dor dos que estão sofrendo são os primeiros passos para a ação. Precisamos manter nossa sensibilidade ao sofrimento e fazer com que ela aumente. Hoje, as pessoas falam em “fadiga da compaixão” – a ideia de que estamos tão expostos à tristeza e à tragédia que ficamos exaustos com as muitas causas que demandam nossa energia emocional e apoio financeiro. Jesus estava bem ciente do mal e da dor ao Seu redor; ainda assim, Ele permaneceu compassivo. Assim também devemos nos manter.
Educação: Visto que muitas situações de injustiça e pobreza são complicadas, é importante ouvir e descobrir o que pudermos sobre essas situações. Há muitos exemplos de pessoas bem-intencionadas que causaram danos à vida de outras ao tentarem ajudá-las. Embora isso não seja desculpa para a inatividade, devemos buscar nos envolver de maneira esclarecida e ponderada.
Oração: Quando vemos um problema, nosso primeiro pensamento é tomar uma atitude “prática”. Mas a Bíblia nos lembra de que a oração é prática. Podemos fazer a diferença na vida dos pobres e oprimidos ao orarmos por eles e pelos que exercem poder sobre eles (veja 1Tm 2:1, 2), e ao buscarmos a orientação divina sobre como podemos responder melhor e avançar mais no tocante ao oferecimento de ajuda (veja Pv 2:7, 8).
Expectativas: Outro elemento importante na obra de aliviar o sofrimento é ter expectativas adequadas, dada a complexidade das circunstâncias sociais, políticas e pessoais. Nossa esperança deve ser oferecer às pessoas escolhas e oportunidades que elas poderiam não ter tido de outra maneira. Às vezes, o que as pessoas fazem com essas oportunidades nos decepciona, mas devemos respeitar essas escolhas. Sempre que tentamos trabalhar em favor dos sofredores, nosso princípio orientador deve ser: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles” (Mt 7:12).
“Deus ama a quem dá com alegria” (2Co 9:7), e a doação generosa é um aspecto importante da vida cristã. Embora devamos permitir que a Bíblia desafie nossas prioridades quanto às finanças e doações, a generosidade é mais do que apenas investir dinheiro em uma causa, não importa quanto ela seja digna.
Em vez disso, a generosidade é uma das maiores atitudes da vida e uma qualidade essencial daqueles que temem ao Senhor, conforme observado diversas vezes no Salmo 112: “Feliz é o homem que empresta com generosidade e que com honestidade conduz os seus negócios” (Sl 112:5; NVI).
2. O que os seguintes textos ensinam sobre generosidade para com os necessitados? Lv 25:35-37; Sl 119:36; 2Co 8:12-15; 1Jo 3:16-18; 1Tm 6:17-19
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Em suas cartas no Novo Testamento, Paulo citou regularmente a generosidade de Deus, expressa mais plenamente em Jesus, ao dar Sua vida por nós, como a fonte da esperança cristã. Por sua vez, Sua morte por nós é também a motivação para vivermos com generosidade para com os outros: “Oro para que a comunhão que procede da sua fé seja eficaz no pleno conhecimento de todo o bem que temos em Cristo” (Fm 6, NVI).
A generosidade é uma atitude abundante, ousada e abrangente em relação à vida. Muitas coisas em nossa vida individual, na sociedade e na cultura nos levam a focalizar a nós mesmos, e a reter o máximo que podemos.
Porém, se nossa fé é real, ela nos levará a morrer para nós mesmos e viver mais para os outros. Nossa fé nos faz imaginar o mundo e seu povo como Deus os vê, em seus aspectos bons e ruins, e nos impele a ajudar os necessitados, seja qual for sua condição.
Como característica da vida, a generosidade é prontamente apreciada por angariadores de recursos e instituições de caridade. Essa qualidade é mensurável e diretamente prática. Mas grandes doações não indicam necessariamente uma vida generosa (veja Mc 12:41-44). Esta, sim, é maior e mais valiosa do que qualquer doação. Precisamos apreciar e cultivar mais um espírito generoso em tudo o que fazemos. Para a maioria das pessoas, a generosidade não vem naturalmente; é uma graça que precisamos cultivar e expressar em nossa vida de maneira proativa e intencional, independentemente da influência da nossa condição humana pecaminosa e egoísta.
3. Leia Mateus 5:9. No mundo em que vivemos, como praticar o que Jesus disse nesse texto? (Veja Mc 13:7). Assinale a alternativa correta:
A. ( ) Por meio da força e da ameaça.
B. ( ) Devemos viver em paz e promover a paz, embora saibamos que guerras e conflitos continuarão ocorrendo até a volta de Cristo.
Um conflito causa significativo sofrimento. Incluídos nos custos da guerra estão as vítimas diretas e as vidas destruídas, os recursos dedicados à maquinaria militar e o sofrimento contínuo de sobreviventes e veteranos de guerra, mesmo entre os “vencedores”. Há também conflitos menores que marcam inúmeras vidas em famílias e comunidades. Sendo assim, o desejo por justiça não pode ignorar a ordem de pacificar.
No centro do evangelho de Jesus está o gracioso e grandioso ato de pacificação de Deus, reconciliando o ser humano pecador com seu Criador (veja 2Co 5:18-21). E a reconciliação que recebemos se torna o padrão para que sejamos “embaixadores” dessa oferta de restauração de relacionamento para os outros também.
4. Isaías 52:7. Como podemos colocar esse texto em prática?
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O evangelho traz a motivação, o modelo e o recurso para trabalharmos pela paz em nosso mundo violento: “O coração que se encontra em harmonia com Deus compartilha a paz do Céu e difunde ao redor de si sua bendita influência. O espírito de paz repousará como orvalho sobre os corações desgostosos e perturbados pelos conflitos mundanos” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 28).
No Sermão da Montanha, Jesus disse: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mt 5:9). Aprofundando a questão, Ele não apenas confirmou o mandamento “não matarás”, mas também disse que não devemos ficar irados nem guardar rancor (Mt 5:21-26) e que devemos amar nossos inimigos e orar por aqueles que nos perseguem (Mt 5:43-48), o que significa que devemos tomar medidas ativas para o bem deles. Há muitas histórias inspiradoras de pessoas que dedicaram a vida à pacificação em lugares de conflito, trazendo vislumbres de reconciliação e cura, aliviando parte do sofrimento trazido por esses conflitos.
Salomão escreveu que há “tempo de estar calado e tempo de falar” (Ec 3:7). Ele estava certo. Encontrar o equilíbrio não é simples para ninguém. Mas, quando se trata de defender os oprimidos, de ser uma voz para os que não têm voz e vencer o mal com o bem é possível que tenhamos errado pelo demasiado silêncio quando nossa voz deveria ter sido ouvida.
Os cristãos muitas vezes falam sobre ser as mãos e os pés de Jesus, referindo-se ao chamado para o serviço prático em favor dos outros, como Jesus deseja que façamos. Mas na função profética demonstrada na Bíblia, o primeiro chamado de Deus é para que homens e mulheres sejam Sua voz e, ao falarem em Seu nome, que também falem em nome daqueles que Deus deseja defender (veja Sl 146:6-10).
5. Leia Isaías 58:1-10. O que essa mensagem, dada em seu tempo, lugar e contexto específicos, diz a nós hoje, em outra época, lugar e contexto? O que mudou desde a época em que Isaías a escreveu?
O apelo dos profetas por justiça nunca foi um caminho para a popularidade. Mas motivados pela ordem de Deus, compreendendo Seu desejo de justiça, compadecendo-se da condição dos pobres e oprimidos e buscando o melhor para a sociedade, os profetas ousaram ser a voz dos que não tinham voz, apesar da oposição, incômodo e perigo (1Pe 3:17).
Com base em nossa compreensão do evangelho e no chamado para refletir Jesus para o mundo, os adventistas do sétimo dia também têm muitas coisas boas a oferecer em relação ao tratamento do problema do mal no mundo.
Veja alguns exemplos: “Os adventistas [...] creem que as ações para reduzir a pobreza e suas resultantes injustiças sejam uma parte importante da responsabilidade social cristã. A Bíblia revela claramente o interesse especial de Deus pelos pobres e Suas expectativas quanto à maneira em que Seus seguidores devem auxiliar os incapazes de cuidar de si mesmos. Todo ser humano carrega a imagem de Deus e é destinatário de Sua bênção (Lc 6:20). Quando trabalhamos com os pobres, seguimos o exemplo e o ensino de Jesus (Mt 25:35, 36). Como comunidade espiritual, os adventistas do sétimo dia defendem a justiça para os pobres e abrem ‘a boca a favor do mudo’ (Pv 31:8) e contra os que privam ‘os pobres de seus direitos’ (Is 10:2; NVI). Agimos de acordo com Deus que mantém ‘o direito do necessitado’” (Sl 140:12; Declaração Oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia Sobre a Pobreza Mundial, 24 de junho de 2010).
Textos de Ellen G. White: A Ciência do Bom Viver, p. 503-516 (“Uma Experiência Mais Alta”); Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 511-526 (“Dever Para com os Desafortunados”) e (“O Dever do Homem Para com seus Semelhantes”); Testemunhos Para a Igreja, v. 2, p. 24-37 (“Trabalhando por Cristo”).
“Examinai o Céu e a Terra, e não existe aí, revelada, uma verdade mais poderosa do que aquela que se manifesta em obras de misericórdia aos que necessitam de nossa compaixão e auxílio. Esta é a verdade como se encontra em Jesus. Quando os que professam o nome de Cristo praticarem os princípios da regra áurea, o evangelho será secundado pelo mesmo poder que o acompanhava na era apostólica” (Ellen G. White, O Maior Discurso de Cristo, p. 137).
“Supremo amor por Deus e desinteressado amor mútuo: eis o melhor dom que nosso Pai celestial pode conceder. Esse amor não é um impulso, mas um princípio divino, um poder permanente. O coração não consagrado não o pode criar nem produzir. Ele é achado somente no coração em que Jesus reina. [...] Esse amor, acariciado no coração, ameniza a vida e derrama influência enobrecedora ao redor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 551).
Perguntas para discussão
1. Vimos que o evangelho continua a ser o modelo e a motivação para agir em favor dos outros, como Jesus agiu em nosso favor. Isso expandiu sua compreensão e apreciação das boas-novas do que Deus fez por nós e da maneira como Ele mostra Seu amor por nós?
2. Levantar a voz pelos que não têm voz, engajar-nos em atividades de pacificação e outras semelhantes pode nos atrair para esferas públicas e políticas. No entanto, nossa Igreja tem sido defensora da separação entre Igreja e Estado. Qual é a diferença entre o envolvimento político inadequado e a defesa e o trabalho público pela paz?
3. Qual ação discutida no estudo desta semana você gostaria de praticar em sua vida e comunidade? Como você pode fazer isso acontecer?
4. Contra que tipo de opressão em sua comunidade você decidiu orar?
Resumo: Seguir a Jesus muda nossa vida em muitos aspectos e traz o desejo de defendermos interesses dos pobres e oprimidos. Sendo uma tarefa difícil e impopular, ela muda nossas prioridades e nos motiva a aliviar a dor dos que nos rodeiam.
Respostas e atividades da semana:
1. Comente com a classe.
2. Não devemos emprestar com juros, visando ao lucro; devemos repartir o que temos com os necessitados e ser generosos com nosso próximo.
3. B.
4. Devemos abandonar todo espírito de guerra e disputa pessoal e promover a paz mediante nossas ações e palavras.
5. Pouco mudou da época de Isaías até hoje, pois as pessoas continuam oprimindo os pobres e necessitados e, ao mesmo tempo, julgando-se dignas diante de Deus.
Nós não geramos misericórdia – somente refletimos a misericórdia de Deus. A misericórdia faz parte da resposta de Deus à fragilidade humana. Além disso, Deus demonstra misericórdia por meio de Seus servos. A palavra hebraica para "misericórdia" é hesed, que significa "amor leal" ou "amorável bondade". A palavra grega é eleos, que significa ter profunda preocupação com o bem-estar dos outros. É uma qualidade de Deus vista tanto no Antigo quanto no Novo Testamentos. É significativo que, nas instruções dadas para a construção do santuário do Antigo Testamento, em Êxodo 25, Deus disse a Moisés para construir um “propiciatório”, ou “assento da misericórdia”, de ouro puro, como cobertura para a arca da aliança no lugar santíssimo (Êx 25:21), embora a expressão "assento de misericórdia" tenha um sentido diferente da palavra hesed.
Nesta lição, encontraremos a garantia bíblica de que aqueles que servem a Deus podem se ver livres de preocupações ao se concentrarem nas prioridades do reino. Examinaremos as atitudes e estratégias que orientam os misericordiosos e generosos ao lidar de modo eficiente com os desafios e oportunidades de servir. Observaremos o chamado e o papel das pessoas misericordiosas para facilitar a reconciliação e a promoção da paz, bem como falar por aqueles que não têm voz. Se você tiver acesso ao Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia, consulte o conselho da igreja sobre manter pacificamente uma firme defesa da justiça e do direito em questões cívicas (The Secretariat [Secretaria], General Conference of Seventh-day Adventists [Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia], Seventh-day Adventist Church Manual [Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia], 19ª edição, Review & Herald, 2016, p. 143, 144).
Examine com a classe o progresso de sua igreja ao responder aos clamores por misericórdia. Tente avaliar a eficiência dos cristãos de sua comunidade em amar a misericórdia e demonstrá-la.
Escritura
Nosso ministério ao mundo não se resume meramente ao âmbito das doutrinas e ideias. Deve ser demonstrado em atos de misericórdia, equidade, compaixão e justiça. “O serviço prático será muito mais eficiente do que meramente pregar sermões. Devemos alimentar o faminto, vestir o nu e asilar o desabrigado. E somos chamados para fazer mais do que isso. Só o amor de Cristo pode satisfazer as necessidades da pessoa” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 417).
O amor de Jesus e a priorização da manifestação de misericórdia foram claramente demonstrados em Suas parábolas e curas, tanto físicas quanto espirituais. Por exemplo, na parábola das ovelhas e bodes, que retrata o tempo do fim (Mt 25:31-40), Jesus ligou a salvação a uma ética misericordiosa. Esse elo surgiu novamente na história da cura espiritual de Zaqueu. A misericórdia e a graça de Cristo conquistaram o coração desse publicano. Zaqueu respondeu prometendo ser misericordioso, dando metade de seus bens para os pobres e restituindo quatro vezes mais a qualquer um a quem tivesse defraudado. Então, Jesus lhe disse: “Hoje, houve salvação nesta casa” (Lc 19:9). Mais uma vez, Jesus ligou a salvação à ética social misericordiosa – uma prioridade do reino.
Em Seu ministério, Jesus parecia dedicar mais tempo à cura do que ao ensino, e frequentemente demonstrava misericórdia ao curar endemoninhados, aleijados, cegos, surdos, mudos e quebrantados de espírito. “A tendência das religiões em todas as épocas tem sido se importar mais com a religião do que com a humanidade; Cristo Se importava mais com a humanidade do que com a religião – mais do que isso, Seu cuidado para com a humanidade era a principal expressão de Sua religião” (Henry Drummond, The Programme of Christianity [O Programa do Cristianismo], Nova York: Thomas Y. Crowell & Company, 1891, p. 9).
Convide os alunos para discutir as implicações da citação acima. Para introduzir a discussão, peça-lhes que leiam em voz alta os seguintes textos: Tiago 1:26, 27; 2:15-18.
Ilustração
Praticar a justiça e amar a misericórdia (Mq 6:8) podem parecer tarefas impossíveis à luz dos enormes e desafiadores problemas da sociedade.
Pergunta para discussão: Como a sua igreja pode lidar com a fadiga da compaixão, resistindo à tentação de não fazer nada porque você não pode fazer tudo?
Numa conhecida história, um menino caminhava por uma praia onde encontrou centenas de estrelas-do-mar que haviam sido lançadas na praia. O menino começou a jogar as estrelas-do-mar de volta ao oceano. Alguém o viu fazendo isso e lhe disse que ele não poderia ajudar todas aquelas estrelas-do-mar. Enquanto jogava outra estrela-do-mar no oceano, ele replicou que o pouco que podia fazer fez a diferença para aquela.
Mesmo que você fique cansado e sobrecarregado tentando ajudar toda pessoa necessitada e resolver cada situação que encontrar, comece em algum lugar. Você pode fazer a diferença na vida daqueles que precisam de auxílio.
Escritura
A demonstração de misericórdia requer educação porque muitas situações são confusas e complicadas. Com o tempo, a misericórdia encontrará uma força opositora: a injustiça. Contra essa força esmagadora, atos de misericórdia podem parecer terrivelmente inadequados. De que adianta um prato de sopa e um sanduíche quando uma pessoa é controlada por um grave vício?
Ter que, inevitavelmente, competir com a força esmagadora da injustiça pode ser a razão pela qual a Bíblia coloca ênfase semelhante tanto na justiça quanto na misericórdia. O principal desígnio de Deus ao mostrar misericórdia está resumido em Miqueias 6:8, onde Deus ordena Seu povo a “[praticar] a justiça, e [amar] a misericórdia”. Praticar a justiça significa tratar os outros com imparcialidade e de modo sensato. Significa tomar decisões justas e razoáveis. Amar a misericórdia significa ser compassivo, bondoso e perdoador para com uma pessoa sobre a qual se tem domínio. Colocar essas duas virtudes juntas, de acordo com a ordem em Miqueias, leva-nos a um envolvimento integral e inspirador com aqueles a quem servimos. Por exemplo, o viciado precisa tanto de comida quanto de tratamento. Os jovens de rua precisam de amizade e trabalho.
Quais são as implicações dos conceitos acima para a estratégia dos ministérios de sua igreja? Quais histórias bíblicas dos milagres de Jesus mostram pessoas cooperando com o grande Médico para a sua própria cura e melhoramento? Por exemplo, leia Lucas 17:11-14; João 5:1-9; João 8:2-11; João 9:1-7.
Ilustração
Para ilustrar a importância de ir além da assistência (dar o peixe) para o desenvolvimento individual (ensinar alguém a pescar), discuta a seguinte história. Quais orientações são dadas em favor da generosidade?
Certo defensor da reforma social coordenou um programa chamado "adote uma família" para ajudar famílias urbanas que não tinham condições de comprar presentes de Natal para seus filhos. No dia de Natal, os generosos doadores distribuiriam presentes para as famílias adotadas por eles. Certo dia de Natal, aconteceu que o coordenador do programa "adote uma família" estava na sala das famílias carentes quando os doadores chegaram. As crianças estavam muito animadas e felizes com os presentes perfeitamente embrulhados, mas as mães, ainda que fossem gentis, estavam reservadas. Se havia um pai nessa casa, ele desaparecia pela porta dos fundos quando via os doadores de presentes chegando. Esses pais estavam sofrendo pela perda de dignidade e pelo orgulho. Seu fracasso como provedores para seus filhos havia sido revelado dentro da sua própria casa.
Após essa experiência, a organização desse coordenador abriu uma loja da família. Em vez de entregar presentes embrulhados a uma família adotiva na cidade, os bondosos doadores eram convidados a trazer um presente desembrulhado para a loja da família, onde foi montada uma seção de brinquedos de Natal. Um pequeno preço seria colocado em cada item. Os pais e mães da comunidade eram convidados à loja para comprar os presentes de Natal. Aqueles que não tinham dinheiro podiam trabalhar na loja e ganhar o que seria necessário para comprar presentes para a família deles, pois havia um fluxo de caixa gerado com a venda dos presentes doados. No Natal, pais e mães podiam experimentar a alegria de ver seus filhos abrirem os presentes que foram entregues com suas próprias mãos. O nome do programa foi mudado de "Adote uma Família" para “Orgulho para Pais e Mães”. Devemos permitir que os pobres também possam doar!
Escritura
A pacificação é um ato de misericórdia. Por causa de Sua misericórdia, Jesus oferece paz aos atribulados de coração (Jo 14:27). Deus nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo. Ele deu ao Seu povo o "ministério da reconciliação" (2Co 5:18) para ajudar a viabilizar a paz entre as pessoas em cumprimento da seguinte ordem: “Esforcem-se para viver em paz com todos” (Hb 12:14, NVI). Deus deu até mesmo esta instrução aos israelitas: “Procurai a paz da cidade para onde vos desterrei” (Jr 29:7).
A pacificação está ligada ao fato de que fazemos parte da família de Deus (Mt 5:9). Aqueles que promovem a paz messiânica de Deus receberão a recompensa de serem Seus filhos e filhas, pois refletem Seu caráter. Essa paz fundamenta-se na palavra hebraica shalom, que significa completo bem-estar, nos aspectos pessoal e comunitário (The English Standard Version Study Bible, Wheaton, Illinois: Crossway Bibles, 2008, p. 1828). Deus deseja que o Seu povo traga essa shalom para as comunidades as quais servem.
Peça à classe que compartilhe maneiras pelas quais sua igreja tem sido pacificadora – dentro e fora dela.
Aplicação para a vida
Pessoas bem-intencionadas e misericordiosas podem transformar tentativas de mostrar misericórdia em "compaixão tóxica". A misericórdia não é um destino, mas apenas a porta, uma abertura para fazer a diferença. A misericórdia que não se move na direção da justiça, que inclui o desenvolvimento dos que recebem nossa misericórdia, fará mais mal do que bem tanto àquele que recebe quanto ao doador. Fazer algo para, em vez de algo com os necessitados, muito frequentemente produz compaixão tóxica. Devemos acreditar profundamente que cada pessoa, cada comunidade, não importa quão fragilizada esteja, tem algo de valor para compartilhar. Fazer por uma comunidade o que ela pode fazer por si mesma é prejudicial para a vida da coletividade, assim como para um indivíduo.
A solução é a seguinte: A intervenção misericordiosa deve ter seu foco na comunidade, não no voluntariado em si, e deve ser liderada em parceria com os membros da comunidade, em vez de ser liderada apenas por voluntários.
Se sua classe for grande o suficiente, divida em duplas e discuta ideias para a aplicação dos conceitos acima mencionados. Com os alunos, faça uma encenação de uma situação real, iniciando um projeto para atender a uma necessidade que descobriram na comunidade. Peça que eles avaliem uma intervenção comunitária existente com a qual estejam familiarizados. Discuta com eles as seguintes perguntas (escreva suas ideias nas linhas abaixo):
1. De que maneira a liderança da comunidade local está envolvida com o projeto?
2. O projeto mostra que tem como objetivo principal a autonomia da comunidade?
3. O projeto emana da igreja local em parceria com entidades da comunidade?
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4. O projeto promove a interdependência em vez da contínua dependência?
Finalmente, peça aos membros da classe que compartilharem com todo o grupo o que foi discutido.
Evangelismo no funeral
Ninguém queria ajudar Tito quando o pai dele morreu. “Você não tem uma igreja onde fazer o funeral”, alguém disse. “Simplesmente o enterre”, disse outra pessoa. Os moradores do distante vilarejo fijiano de Nakavika deram às costas ao pai de Tito, porque ele se havia convertido à igreja adventista. Os outros habitantes, incluindo Tito, pertenciam a outra denominação cristã. Entretanto, ele queria que o pai tivesse um funeral apropriado e apelou a seu primo, chefe do vilarejo. O chefe garantiu um funeral na igreja, sob a condição de que Tito construísse uma igreja adventista.
Então, ele construiu um pequeno galpão e com os parentes se aglomeram no local. Um pastor adventista fez um sermão sobre o estado dos mortos, e Tito ouviu em choque. Ele sempre acreditou que as pessoas vão ao céu quando morrem. Mas o pastor descreveu a morte como um sono e mostrou que Jesus também considerou a morte um sono, na história de Lázaro (João 11).
A irmã de Tito ofereceu a ele uma Bíblia para ler enquanto o pastor pregava. Ele viu que as palavras de João 11 combinavam com o que o pastor dizia. Então, o pastor leu I Tessalonicenses 4:16, onde é dito que os mortos acordarão de seus respectivos túmulos por ocasião da vinda de Jesus: “pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (NVI). Mais uma vez, Tito olhou a Bíblia e viu que combinava com as palavras do pastor. Não havia o costume de ler a Bíblia nos cultos de sua igreja.
Quando os enlutados se reuniram para a refeição após o funeral, Tito se aproximou de um convidado adventista e pediu: “Por favor, venha à minha casa. Quero saber mais sobre o que acontece quando as pessoas morrem.” O adventista prontamente o acompanhou até sua casa e deu um estudo bíblico sobre o estado dos mortos. Tito queria saber mais e convidou o homem para voltar e realizar mais estudos bíblicos.
Mas a esposa, Vika, não quis participar. Ela se trancava com os dois filhos em outro quarto quando o irmão adventista chegava. Passados dois meses, Tito chegou ao estudo sobre o batismo e expressou o desejo de ser batizado. Ao saber da decisão do marido, Vika chorou. “Eu escolhi você porque tínhamos as mesmas crenças”, ela disse. “Se você mudar de igreja, é melhor nos separarmos. Temos dois filhos. Você fica com um e eu ficarei com o outro.”
Tito ficou triste, mas não seria influenciado. “Vika, a partir de agora Deus será o número 1 na minha vida e você será minha segunda prioridade”, ele disse. “Mas prometo uma coisa: Se meu amor por você será muito maior do que antes.” Após o batismo, Tito disse a Vika que não a impediria de frequentar a igreja aos domingos. Mas pediu para não cozinhar ou lavar roupa aos sábados. Disse que ele mesmo faria isso aos domingos.
Um mês se passou e Vika notou que o marido realmente não era o homem com quem ela havia se casado. Quando, no fim do dia, terminava seu trabalho como professor, ele não saía mais com os amigos para beber, não os convidava para conversas regadas a cigarros e palavras chulas. Em vez disso, ele ia direto do trabalho para casa, ficar com ela e as crianças. Ele não bebia, não fumava nem alava xingamentos.
Certo dia, ela ligou para ele, dizendo o seguinte: “Tito, realmente vi algo diferente em você. Você não é o Tito que eu conheci. Nós costumávamos brigar, mas não discutimos mais. Já tivemos muitas diferenças, mas não agora. Temos muito tempo com a família juntos. Por favor, também quero conhecer esta verdade.”
Tito estava orando pela esposa e essas palavras alegraram o coração. O casal orou e ele providenciou estudos bíblicos. Em pouco tempo ela foi batizada. Hoje, Tito, 33, além do professorado exercido na escola tradicional, é também professor da Escola Sabatina. Vika é professora dos primários. Ele ministra estudos bíblicos para os moradores do vilarejo e duas pessoas foram batizadas.
É verdade que Tito também enfrentou problemas na escola por causa da fé. Certo dia, ele encontrou alguém urinando na escrivaninha dele. Outro dia, alguém escreveu obscenidades sobre ele na parede da escola. O diretor precisou ligar para a polícia quando um cidadão o ameaçou com uma faca. Mas ele está determinado em compartilhar o evangelho, e ora: “Deus, estou disposto a compartilhar Suas palavras para o restante desta comunidade. Por favor, usa-me.”
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2019
Tema Geral: “Meus pequeninos irmãos”: servindo aos necessitados
Lição 12: 14 a 21 de setembro
Amar a misericórdia
Chegamos à penúltima lição do trimestre! É muito útil e produtivo fazer, neste sábado, uma introdução de caráter retrospectivo com sua classe de Escola Sabatina, de modo a relembrar e destacar o contexto geral da temática estudada.
Lição 1 – Deus criou o mundo perfeito, mas o pecado desestruturou as relações e nos assedia com a ilusão de que somos isentos de responsabilidade pela miséria e sofrimento na criação, num prisma global, e isentos de culpa pela ruína dos nossos laços fraternos, num perspectiva mais individual. Deus deseja restaurar Sua imagem na humanidade.
Lição 2 – Deus tem um povo como instrumento para a execução do Seu plano de restauração. Como povo, indicamos o rumo da história. Somos a propaganda do poder transformador do evangelho.
Lição 3 – O sábado, como dia de liberdade, tem um papel crucial na restauração da dignidade humana. Ele potencializa a harmonia das nossas relações com Deus, com Sua criação e com o próximo. As horas sagradas do sábado podem ser usadas para amenizar o sofrimento humano.
Lição 4 – A poesia hebraica ou literatura sapiencial trata abundantemente do cuidado divino para com os pobres e relaciona essa postura com o temor do Senhor, como exemplificado por Jó.
Lição 5 – Os profetas, em sua missão de fazer o povo se voltar para Deus e para Seus estatutos, repetidamente condenaram a exploração dos órfãos, viúvas, pobres e estrangeiros, e advertiram contra uma religiosidade indiferente ao sofrimento das pessoas e ao estabelecimento da justiça.
Lição 6 – Adoração é muito mais do que um ritual que acontece dentro de quatro paredes em um determinado dia da semana. Ela envolve todas as áreas de nossa vida, incluindo nosso trato com os outros e a influência dos nossos relacionamentos na restauração das pessoas à imagem de Deus.
Lição 7 – Jesus é a personificação da mensagem dos profetas sobre a conexão entre adoração e prática da justiça. Ele é a demonstração viva do estilo de vida prescrito em Miqueias 6:8.
Lição 8 – Os ensinamentos de Jesus descrevem a ética, o tipo de comportamento requerido dos cidadãos do Reino de Deus: os súditos de Cristo devem ser sal e luz. Eles precisam praticar a regra de ouro apresentada no Sermão do Monte (Mt 7:12), seguir o exemplo da parábola do bom samaritano, e aproveitar as oportunidades para ser justos e misericordiosos com os mais vulneráveis, para evitar uma experiência de desespero semelhante ao que foi ilustrado na alegoria do rico e do mendigo Lázaro.
Lição 9 – A igreja, como corpo de Cristo, desenvolve um ministério de ajuda aos necessitados, como vimos nos exemplos de Dorcas, Paulo e Tiago, em conformidade com os ensinamentos dos profetas e de Jesus Cristo.
Lição 10 – A graça divina é o antídoto contra a hipocrisia e a incoerência; a graça nos leva a viver o evangelho.
Lição 11 – A crença no advento nos impulsiona a desejar a atmosfera da eternidade aqui e agora. Essa esperança norteia nossas ações, e nossas ações não nos permitem que nos cansemos de esperar.
Lição 12 – Amar a misericórdia!
Esse título é retirado da exortação de Miqueias 6:8, já estudada em comentários anteriores. Nessa declaração, aprendemos que a misericórdia é a motivação para a prática da justiça. A misericórdia não é o fim, mas a porta para a justiça. Esse entendimento é muito importante, pois a misericórida, sozinha, pode levar ao mero e contínuo assistencialismo, uma dependência sem transformação do contexto em que a pessoa necessitada está inserida. Amar a misericórida não é algo natural do coração pecaminoso. Por isso, devemos permitir que o Espírito Santo nos toque e nos aprimore em três aspectos:
Prioridades
Quando passamos a ser cidadãos do Reino, nossas prioridades são transformadas. Deixamos de pensar menos em nós e mais nos outros. Paramos de acumular para nossos desejos e conforto a fim de contribuir para o bem-estar do semelhante. Um exemplo claro das prioridades de quem não é regido pela ética do Reino está em Lucas 12:15-21, em que o personagem da parábola está totalmente centrado no próprio eu: “consigo mesmo”; “meus frutos”; “meus celeiros”; “meu produto”; “meus bens”. Com essa ênfase, raciocinava que precisava aumentar os celeiros para acumular mais, ao invés de compartilhar o que de muito já ultrapassava suas necessidades (Lc 12:18).
Necessidades
Aqueles que se lançam à obra de socorrer os aflitos devem atentar para algumas atitudes e ações necessárias para o êxito dessa missão: (1) cultivar a empatia que gera a sensibilidade para com o sofrimento do outro; (2) obter conhecimento do contexto social, econômico e cultural daqueles que serão ajudados de forma estratégica e sistemática. Isso inclui conhecer a história dos membros da comunidade e ouvi-los, para que participem na elaboração de planos e se tornem parte da solução; (3) controlar as expectativas, pois nem sempre as pessoas ajudadas aproveitarão da maneira como gostaríamos a oportunidade oferecida; (4) colocar tudo que se faz dentro da moldura da “oração e ação”, pois alguém já afirmou que “oração sem ação é fanatismo, mas ação sem oração é presunção”.
Qualidades
Há determinadas qualidades naqueles que foram adotados na família de Deus e que têm impacto direto nas relações com os desfavorecidos: (1) vida generosa: a generosidade não consiste simplesmente em dar dinheiro. Há outros elementos que têm mais valor, como o tempo, a atenção e o afeto; (2) pacificação: nossa época é marcada por conflitos de cunho político, ideológico, religioso, econômico e racial. A reconciliação com Deus, que recebemos por meio de Jesus (2Co 5:18-21), é o padrão para sermos embaixadores da paz que deve reinar sobre os relacionamentos humanos.
Tenho acompanhado um projeto que vem sendo desenvolvido por uma de minhas congregações por cerca de um ano e oito meses em uma comunidade carente em diversos aspectos. Essas pessoas, que têm se disposto a doar praticamente todas as tardes de sábado, para servir e amar, são verdadeiros embaixadores dessa bendita reconciliação. São intrumentos da paz de Deus, a qual vem trasnformando os relacionamentos familiares daquele bairro e oferecendo uma nova perspectiva de vida para crianças, adolescentes e adultos. Essas pessoas só conheciam um ciclo repetitivo de miséria e sofrimento. As pessoas envolvidas no projeto demonstram generosidade, ao oferecer algo que não tem preço: amor em ação. Elas vivem uma experiência que também é incalculável: promovem restauração e colhem gratidão.
E você, já está experimentando essa realidade ao colocar em prática os preciosos ensinamentos que estudamos ao longo do trimestre?
Conheça o autor do comentário: O pastor Geraldo L. Beulke Junior é natural de Porto Alegre, RS. Graduou-se em Teologia no ano de 2003 e já serviu à Igreja tanto na obra educacional quanto distrital, nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia e Espírito Santo. Atualmente, pastoreia o Distrito de Mangueiras, em Tatuí, São Paulo. Em 2014, concluiu o mestrado em Interpretação e Ensino da Bíblia, pelo SALT – FADBA, e está cursando o programa de doutorado em Teologia Pastoral pelo SALT – UNASP-EC. É casado com Elisama Gama Beulke, pedagoga, com quem tem três filhos: Lara, de 12 anos, Alícia, de 9, e Willian, de 1 ano.