Lição 11
09 a 15 de março
Anseio por Deus em Sião
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Jr 41
Verso para memorizar: “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (Sl 84:2).
Leituras da semana: Sl 84; Ap 21:3; Sl 122; 87; Gl 3:28, 29; Mt 28:18-20; Sl 46; 125

Os cânticos de Sião são hinos alegres que engrandecem a beleza de Sião e a soberania do Senhor, que reina de Seu santo monte. Esses salmos frequentemente louvam os méritos da casa do Senhor e expressam um amor pelo santuário que também pode ser encontrado em outros salmos. Muitos deles foram escritos pelos filhos de Corá, que tiveram experiência em primeira mão da bênção de estar na casa do Senhor como músicos do templo (1Cr 6:31-38) e guardas de suas portas (1Cr 9:19). O que faz de Sião a fonte de esperança e alegria? Sião representava a presença viva de Deus entre Seu povo. Assim como o povo de Israel é o povo escolhido de Deus (Dt 7:6), Sião é o monte escolhido de Deus (Sl 78:68; 87:2). Deus reina de Sião (Sl 99:1, 2) e fundou Seu templo também em Sião (Sl 87:1). Portanto, Sião é um lugar de bênçãos divinas e refúgio. Muitas vezes, menciona-se Sião paralelamente ou mesmo de forma intercambiável com Jerusalém e o santuário, o centro da obra divina de salvação para o mundo antigo. 

As bênçãos de Sião transbordam até os confins da Terra, pois o Senhor e Sua graça excedem os limites de qualquer lugar santo. Sião é a alegria de toda a Terra (Sl 48:2), confirmando que toda a Terra pertence a Deus 

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Domingo, 10 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 42
Um dia nos Teus átrios vale mais que mil

1. Leia Salmo 84:1-4. Por que o salmista anseia por habitar no santuário? 

O salmista “suspira” e “desfalece” para fazer do santuário sua morada permanente, para que ele possa estar perto de Deus para sempre (Sl 84:1, 2). A presença viva de Deus (Sl 84:2) faz do santuário um lugar único. Ali, os adoradores podem “contemplar a beleza do Senhor” (Sl 27:4; ver também Sl 63:2) e estar “satisfeitos com a bondade de [Sua] casa” (Sl 65:4). No Salmo 84, a felicidade incomparável é alcançada no relacionamento com Deus, que consiste em louvá-Lo (Sl 84:4), encontrar força Nele (Sl 84:5) e confiar na Sua proteção (Sl 84:12). O santuário é o lugar em que tal relacionamento é nutrido através da adoração e comunhão com outros crentes. A presença divina viva no santuário dá aos adoradores um vislumbre do reino glorioso de Deus e um sabor da vida eterna.

2. Leia Salmo 84:5-12. Quem mais pode ser abençoado pelo santuário? 

As bênçãos de Deus são descritas irradiando do santuário, concedidas primeiramente àqueles que servem ali (Sl 84:4), depois aos peregrinos a caminho do santuário (Sl 84:5-10) e, finalmente, chegam até os confins da Terra. A expectativa de encontrar Deus no santuário fortalece a fé dos peregrinos (Sl 84:7). Enquanto a força do viajante comum enfraquece sob o fardo da jornada cansativa, a força dos peregrinos ao santuário aumenta quanto mais se aproximam dali. 

Mesmo quando fisicamente distantes do santuário, os filhos de Deus continuam a ter um selo do santuário de Deus andando retamente (Sl 84:11), o que caracteriza os justos que entram no santuário do Senhor (Sl 15:1, 2). O Senhor é chamado de “sol”, mostrando que as bênçãos do santuário, como os raios solares, se estendem até os confins da Terra (Sl 84:11). Assim, aqueles que permanecem com Deus por meio da fé recebem Sua graça, independentemente de onde estejam. 

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Leia Apocalipse 21:3. Que esperança refletida no santuário terrestre nos é revelada nesse texto? Como, mesmo agora, podemos imaginar como será essa experiência?


Segunda-feira, 11 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 43
Ore pela paz de Jerusalém

3. Leia Salmo 122:1-5. Quais eram os sentimentos dos adoradores ao chegarem a Jerusalém? O que esperavam encontrar ali? 

O Salmo 122 expressa a emoção dos peregrinos ao chegar a Jerusalém. Com alegria, os fiéis se juntavam três vezes durante o ano para comemorar a bondade de Deus para com eles no passado e no presente (Dt 16:16). Jerusalém era o centro da vida da nação, pois ali estavam o “testemunho de Israel” (Sl 122:4, ACF) e os tronos de justiça (Sl 122:5). “O testemunho de Israel” refere-se ao santuário, chamado de “o tabernáculo do testemunho” (Nm 1:50) e continha a “arca do testemunho” (Êx 25:22). Os tronos estabelecidos para justiça retratam o sistema judicial em Jerusalém (2Sm 8:15). A peregrinação era, portanto, o tempo em que se podia buscar e obter justiça. A fidelidade a Deus e a administração da justiça às pessoas deviam sempre andar juntas.

4. Leia Salmo 122:6-9. Qual é a principal oração do povo de Deus? 

Orar pela paz de Jerusalém invocava as bênçãos divinas sobre a cidade e seus habitantes e unia os adoradores, fazendo com que a paz se espalhasse entre eles (Sl 122:8). Jerusalém só poderia ser a cidade da paz se existisse paz entre Deus e Seu povo, e entre os próprios filhos de Deus. Assim, a oração pela paz de Jerusalém transmitia um apelo ao povo para que vivesse em paz com Deus e uns com os outros. Na paz de Jerusalém, o povo prosperaria (Sl 147:12-14). 

O salmo nos ensina que a oração pelo bem-estar da comunidade de fé deve ser o assunto principal das orações dos filhos de Deus, pois somente o povo forte e unido pode proclamar as boas-novas da paz e salvação de Deus ao mundo (Jo 13:34, 35). 

Orar pela paz de Jerusalém ainda é um privilégio e uma responsabilidade dos crentes, pois mantém viva a esperança da vinda do reino de paz de Deus no fim dos tempos, que abrangerá não apenas a cidade de Jerusalém, mas o mundo inteiro (Is 52:7; 66:12, 13; Ap 21–22). 

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Na prática, como podemos promover a harmonia entre nós como povo de Deus?


Terça-feira, 12 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 44
Sião – lar de todas as nações

5. Leia Salmo 87:1, 2. O que faz de Sião um lugar tão estimado? 

O Salmo 87 é um hino que celebra Sião como a cidade especialmente escolhida e amada por Deus. O fundamento do templo de Deus está no monte Sião (Sl 2:6; 15:1). No fim dos tempos, Sião se elevará acima de todos os montes, indicando a supremacia do Senhor sobre o mundo (Sl 99:2; Is 2:2; Mq 4:1). O Salmo 87 refere-se a Sião como “montes” para destacar sua majestade (Sl 133:3). Deus ama as portas de Sião “mais do que todas as habitações de Jacó” (Sl 87:2), expressando a superioridade de Sião sobre todos os outros lugares em Israel que foram locais especiais de reunião do povo de Deus no passado, como Siló e Betel. Portanto, o salmo afirma que a verdadeira adoração a Deus está em Seu lugar escolhido e no modo prescrito por Ele.

6. Leia Salmo 87:3-7. Que coisas gloriosas se diz sobre Sião? 

A glória de Sião atrai todas as nações para Deus, e assim as fronteiras do Seu reino se estendem para incluir o mundo inteiro. Observe que Deus não trata as outras nações como cidadãos de segundo nível, mesmo que Sião seja retratada como o local de nascimento espiritual de todos os povos que aceitam o Senhor como Salvador. 

O registro dos indivíduos era feito de acordo com seu local de nascimento (Ne 7:5; Lc 2:1-3). Três vezes o salmo afirma que as nações nascem em Sião, o que significa que o Senhor lhes dá uma nova identidade e lhes concede todos os privilégios dos legítimos filhos de Sião (Sl 87:4-6). 

O salmo 87 aponta para a salvação de judeus e gentios e para a união deles na igreja por meio da redenção em Cristo (Rm 3:22; 10:12; Gl 3:28, 29; Cl 3:11). O retrato da prosperidade de Sião é reminiscência da visão do reino de Deus, que se torna uma montanha que enche a Terra (Dn 2:34, 35, 44, 45), e da parábola de Jesus sobre o reino que cresce e se torna uma enorme árvore que abriga as aves do céu (Mt 13:32). 

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A prontidão de Sião em adotar todos os povos se cumpre na Grande Comissão da igreja para pregar o evangelho e as três mensagens angélicas às nações (Mt 28:18-20)?


Quarta-feira, 13 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 45
Segurança e paz de Sião

7. Como o mundo é poeticamente retratado no Salmo 46:1-7? 

O salmo faz uma descrição vívida do mundo em confusão, retratado com as imagens de desastres naturais de intensidade sem precedentes (Sl 46:2, 3). A imagem das águas perturbadas muitas vezes retrata as nações rebeldes e vários problemas que os ímpios causam no mundo (Sl 93:3, 4; 124:2-5). Da mesma forma, no Salmo 46, as imagens de calamidades naturais retratam o mundo controlado por nações que guerreiam (Sl 46:6). Evidentemente o mundo não conhece a Deus, pois o Senhor está no meio de Seu povo, e onde Ele habita há paz (Sl 46:4, 5). No entanto, embora o mundo O rejeite, Deus não abandona o mundo. Ele está presente no mundo, pois está entre o Seu povo. Em outras palavras, ainda que tudo pareça ruim, a presença divina está aqui, e, conhecendo essa verdade fundamental, encontramos esperança e encorajamento. 

O Senhor, que é o refúgio perfeito, é a Fonte da paz e da segurança duradouras de Sião. As palavras que destacam a segurança de Sião no Salmo 46:3 são “ainda que”. Embora o mundo esteja em confusão, o povo de Deus está seguro. Isso mostra que a paz não é o resultado da total ausência de provações, mas um dom de Deus a Seus filhos confiantes. Confiança irrestrita em Deus pode dar ao Seu filho paz e segurança em meio à tempestade (Mt 8:23-27). A questão é: Deus deixará o mundo às suas escolhas e ações destrutivas para sempre? 

8. Como Deus responde à violência e destruição no mundo? Sl 46:6-11 

Deus responde com tamanho desagrado que Sua palavra, que criou a Terra, agora faz com que ela se dissolva (Sl 46:6). No entanto, a dissolução não termina em destruição, mas em renovação. Observe que Deus estende Sua paz de Sião até os confins da Terra. Ele fará cessar as guerras e extinguirá as ferramentas de destruição, que as nações perversas usaram para trazer opressão ao mundo (Sl 46:9). Essa é a grande esperança dos cristãos, que se cumprirá na segunda vinda de Jesus. 

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Como podemos ter paz e confiar em Deus em meio a um mundo turbulento?


Quinta-feira, 14 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 46
Inabalável como o monte Sião

9. Como os que confiam em Deus são retratados no Salmo 125:1, 2? 

Os que confiam no Senhor são comparados ao monte Sião, símbolo de firmeza e força. A vista magnífica das montanhas que cercavam Jerusalém inspirou o salmista a reconhecer a certeza da proteção divina (Sl 5:12; 32:7, 10). Ao contrário dos montes governados pelos ímpios, que são lançados ao mar (Sl 46:2), a impressionante durabilidade do monte sobre o qual Jerusalém foi construída inspira confiança. A certeza da proteção divina se torna mais ousada diante da realidade de que o mal parece prevalecer às vezes. No entanto, mesmo em meio a esse mal, temos esperança.

10. Como os justos são tentados? Qual é a lição para nós? Sl 125:3-5 

Os fiéis podem ser desencorajados pelo sucesso dos ímpios e, talvez, tentados a seguir seus caminhos (Sl 73:2-13; 94:3). A grandiosa estabilidade do monte Sião não pode firmar os que se afastam do Senhor. O povo ainda tem liberdade para “praticar a iniquidade” (Sl 125:3) e desviar-se “para caminhos tortuosos” (Sl 125:5). O Senhor é justo e julgará os que permanecem em rebelião e não se arrependem dos pecados. 

Eis o chamado para que o povo de Deus permaneça com fé e confiança inabaláveis no Senhor, assim como o monte Sião é seu refúgio inabalável. Ou seja, mesmo quando não entendemos as provações, ainda podemos confiar na bondade de Deus. 

“A entrada do pecado no mundo, a encarnação de Cristo, a regeneração, a ressurreição e muitos outros assuntos apresentados na Bíblia são mistérios por demais profundos para a mente humana explicar ou mesmo entender plenamente. Não temos, porém, razões para duvidar da Palavra de Deus pelo fato de não entendermos os mistérios de Sua providência. [...] Por toda parte há maravilhas que estão além da nossa compreensão. [...] A dificuldade está na debilidade e na pequenez da mente humana. Deus nos deu, nas Escrituras, provas suficientes do seu caráter divino, e não devemos duvidar da Sua Palavra pelo fato de não podermos compreender todos os mistérios de Sua providência” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 106, 107).

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Sexta-feira, 15 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 47
Estudo adicional

Analise Isaías 40 e 51:1-16. Os cânticos de Sião apresentam o compromisso de permanecermos atentos a Sião e à esperança no reino de Deus representado por ela. Embora bênçãos do santuário sejam experimentadas nesta vida, a esperança da plenitude da vida em Sião está no futuro. Muitos anseiam pela Sião celestial com lágrimas (Sl 137:1). Lembrar-se de Sião implica não apenas um pensamento ocasional, mas uma deliberada decisão de viver de acordo com essa lembrança (Êx 13:3; 20:8).

Cantar os cânticos de Sião expressa a determinação de manter viva a esperança do reino de Deus na nova Terra (Ap 21:1-5). “Ali, mentes imortais contemplarão, com prazer que jamais acabará, as maravilhas do poder criador, os mistérios do amor que redime. Não haverá nenhum adversário cruel, enganador, para nos tentar a esquecer de Deus. Todas as habilidades se desenvolverão, e todas as capacidades serão ampliadas. [...] E surgirão ainda novas alturas a atingir, novas maravilhas a admirar, novas verdades a compreender e novos objetivos para aguçar as aptidões físicas, mentais e espirituais” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 559, 560). 

O compromisso de não esquecer Sião é uma promessa dos peregrinos de nunca aceitarem este mundo como sua pátria, mas aguardar os novos céus e a nova Terra. 

Os salmos de Sião podem ser cantados por todos que desejam viver na nova Jerusalém (Ap 3:12). Os cânticos de Sião nos encorajam a aguardar o mundo futuro com esperança, mas também nos levam a ser agentes da graça de Deus. Perguntas para consideração 1. Como aplicar à igreja os princípios espirituais e teológicos da Sião literal? 2. Como os crentes permanecem no santuário de Deus? (Jo 1:14-18; Hb 12:22-24). 3. Como Sião se tornará a cidade de todas as nações, conforme previsto no Salmo 87? (Rm 5:10; Ef. 2:11-16; Cl 1:19-23). 4. Como responder à pessoa que aponta para a prosperidade dos ímpios, enquanto pessoas “boas” sofrem? É importante reconhecer que não temos respostas para tudo? 

Respostas e atividades da semana: 1. Porque ele deseja estar na presença de Deus para sempre. 2. Os que servem no santuário, os peregrinos e todos até os confins da Terra. 3. Alegria, emoção e justiça. 4. A paz de Jerusalém; o bem-estar da comunidade de fé e a união entre os crentes. 5. Sião é a cidade escolhida e amada por Deus. 6. Que as nações nasceram em Sião. 7. Como uma confusão, fúria, tumulto e guerra. 8. Ele faz cessar as guerras, destrói as armas e renova a Terra. 9. Eles são firmes e inabaláveis como o monte Sião. 10. São tentados a praticar a iniquidade e andar por caminhos tortuosos. Confiemos em Deus, mesmo quando não entendemos as circunstâncias da vida.

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Resumo da Lição 11
Anseio por Deus em Sião

Introdução: Nesta semana vamos nos concentrar na metáfora de “Sião”, conforme expressa no Livro dos Salmos (veja Sl 46; 84; 87; 122; 125). Os salmos manifestam com frequência a esperança e expectativa dos justos de visitar e habitar com segurança no santuário de Deus, que é um refúgio de segurança e paz. 

O próprio conceito de “Sião” nas Escrituras é uma mistura de geografia, política e teologia. Vamos considerar esses diferentes aspectos para compreender o significado espiritual de Sião para o povo de Deus no passado, bem como para nós mesmos, que precisamos urgentemente, hoje, da esperança que Sião oferece. 

COMENTÁRIO 

A geografia de Sião 

A localização do monte Sião em Jerusalém em relação ao monte Moriá tem importante significado teológico. Davi conquistou o monte Sião (2Sm 5:6, 7; 1Cr 11:5-7), ocupando uma área relativamente pequena da colina que veio a ser chamada de Cidade de Davi. Ao norte, a cerca de 600 metros, ou dois mil pés de distância, ficava o monte Moriá, onde Isaque havia sido “oferecido” em sacrifício (Gn 22:1-12). Lá também o Anjo do Senhor parou na eira de Araúna, o jebuseu, e foi detido por Deus no meio da destruição de Israel (2Sm 24:16), resultado do pecado de Davi, que tentou realizar um censo contrário à vontade divina. Posteriormente, Davi comprou a eira e ali ergueu um altar ao Senhor e, em expiação por sua presunção, ofereceu holocaustos e ofertas pacíficas ao Senhor (2Sm 24:25; compare com 1Cr 21:15-30). 

O templo de Salomão e suas dependências também foram construídos nesse mesmo local (2Cr 3:1). A cidade de Jerusalém estendia-se para o norte e abrangia o monte santo; posteriormente, o nome Sião passou a incluir o monte do templo. Como vemos nos Salmos, o termo Sião frequentemente se refere à cidade de Jerusalém como um todo (Sl 48:1-3; 69:35; 74:2; 87:2-5; 125:1, 2). 

Sião, o monte santo 

Muito antes de Salomão construir um templo para Deus, o Senhor Se manifestou no monte Sinai e ordenou a Israel que construísse um tabernáculo para que Ele pudesse habitar no meio do povo (Êx 25:8, 9). Quando o santuário foi concluído e erguido, a presença de Deus desceu em uma nuvem e permaneceu sobre a tenda do encontro (Êx 40:34, 35), tornando-a o centro da manifestação divina e da adoração de Israel. Assim, Deus transferiu a manifestação física de Sua presença do Sinai para o meio do acampamento israelita. A teofania do Sinai continuou a permanecer acima da tenda do encontro durante a travessia pelo deserto. 

O tabernáculo perpetua, intensifica e completa a obra de Deus no monte Sinai. O tabernáculo, como morada divina, é fundamental para a compreensão posterior da importância do “monte santo”. Deus inicialmente habitou no santuário, e quando Seu templo foi posteriormente construído por Salomão, a localização dele no monte Moriá conferiu-lhe honra. Quando o rei Salomão dedicou o templo e orou para que Deus o abençoasse, o Senhor expressou Sua aprovação enviando fogo do céu (2Cr 7:1-3). Assim, o monte Moriá no tempo dos reis israelitas era considerado o “monte santo”, porque Deus habitava ali em meio a Seu povo. 

Lembre-se de que Yahweh nunca esteve confinado a um monte específico. Ele também não estava limitado a um local terrestre específico no Antigo Testamento, porque nenhum local é, por si só, santo. Embora Deus seja frequentemente ligado ao Sinai e a Sião, Ele Se revela em conexão com uma grande variedade de montes. Afinal, Ele manifesta Sua presença onde quer que deseje. Até mesmo Sião não merece nenhuma distinção especial como a residência terrena do Senhor. Em vez disso, Sião é simplesmente o estrado de uma majestade que nem mesmo os Céus podem conter (1Rs 8:27; 2Cr 6:18). 

Sião e sua perspectiva escatológica 

De que maneira Sião é retratado nas Escrituras? O monte Sião, que é um símbolo do povo de Deus (Is 29:8), é também o lugar de onde Yahweh luta contra as nações inimigas que guerreiam contra Israel (Is 31:4). Um remanescente de Israel sairá de Sião, será preservado (2Rs 19:31) e retornará para Sião (Is 51:11). A salvação é encontrada em Sião (Is 37:32; Jl 2:32). Além disso, esse monte é relacionado com sinais cósmicos (Is 24:23). Por fim, o Senhor reinará sobre Seu povo no monte Sião na Terra renovada (Mq 4:7). 

Joel 3:1-17 fala sobre a reunião das nações no vale de Josafá, onde Deus contenderá com elas em juízo e pleiteará a libertação de Seu povo. O vale de Josafá é o nome simbólico dado ao local do juízo final. Geograficamente, era um barranco profundo que separava Jerusalém do monte das Oliveiras, por onde corria o vale do Cedrom. Devido à sua localização, o vale de Josafá desempenhou papel significativo nas tradições e nos rituais religiosos de Israel (1Rs 1:9, 33); nas reformas religiosas de Asa (1Rs 15:13; 2Cr 15:16); nos reinados de Josafá (2Rs 23:4, 6, 12) e Ezequias (2Cr 29:16; 30:14); e terá papel importante na futura purificação de Jerusalém (Jr 31:40). Foi lá que Salomão foi ungido como monarca. Portanto, há uma estreita relação entre o “monte santo”, ou Sião, com o juízo e a coroação do rei. 

No clímax da confrontação entre Deus e as nações, “o Senhor rugirá de Sião e de Jerusalém fará ouvir a Sua voz” (Jl 3:16), e o povo de Deus reconhecerá a verdade das palavras divinas inspiradas a Joel: “Eu sou o Senhor, o Deus de vocês, que habito em Sião, o Meu santo monte” (Jl 3:17). 

Os justos (Sl 15:2-5) são descritos como aqueles que habitarão no monte santo de Deus (v. 1), de onde Ele responde às orações (Sl 3:4). Em contraste, aqueles que abandonam Yahweh se esquecem de Seu santo monte (Is 65:11). O Senhor escolheu fazer da Sião terrena Seu centro de ação, não porque ela fosse especial ou valiosa em si mesma, mas porque Ele assim o quis. 

Salmos notáveis acerca de Sião 

Salmo 2 

O Salmo 2 é reconhecido como um hino real, ou messiânico, que exalta o Ungido de Yahweh. Ele contém os três seguintes aspectos ou temas: histórico, messiânico e cúltico (ou devocional). O poema está estruturado em quatro estrofes. Na segunda estrofe (Sl 2:4-6), Deus mostra Seu desdém pela arrogância das nações (v. 1-3); a estrofe conclui indicando que Deus estabeleceu Seu Rei em Sião, Seu santo monte (v. 6). 

Esse hino ensina o conceito de que Yahweh reina, com Seu Ungido, em Sião. Mais uma vez, afirma-se a ideia de que o monte é santo por causa da presença da Divindade do Céu no meio dele. 

Assim, Sião, o monte santo, consagrado pela presença teofânica de Yahweh em Seu templo, é a sede do domínio terreno de Deus, a residência do rei ungido de Israel e a capital do mundo, diante da qual todas as nações e reis são atados ou por laços de amor ou por laços de ferro (compare com Is 2:2-4; Mq 4:1-4, em que a montanha da Casa de Yahweh é o refúgio e recurso de todas as nações para obterem instrução, governo e paz universal). 

O Salmo 2:6 e 7 revela que o Senhor reivindica como Seus o Ungido e a jurisdição sobre o monte. O Ungido e o monte são de importância central para a teologia do reino de Deus contida nos Salmos. Na eleição do rei como “Seu Ungido” (Sl 2:2), Seu Rei (v. 6) e Seu Filho (v. 7), que é colocado no Seu “santo monte”, vemos que a eleição é determinada por decreto divino e que os seres humanos não têm influência nessa seleção. Hans LaRondelle explica que “enquanto o Senhor permaneceu no lugar santíssimo daquele santuário, aquele monte era ‘santo’ porque a glória da Shekiná de Deus habitava ali” (Deliverance in the Psalms [Bradenton, FL: First Impressions, 2006], p. 55). 

Salmo 48:1-3 

Esse salmo expande o conceito messiânico de Sião, tanto como a morada de Deus quanto como a capital de Seu reino. O salmista cantou acerca do cuidado de Yahweh por Jerusalém e do livramento de Seu povo das mãos do inimigo. O tema central do cântico é o louvor à grandeza de Deus, simbolizado por Sião, “Seu santo monte” (Sl 48:1). 

Nos versos 1-3, o salmista usou diferentes expressões para se referir ao local da manifestação divina, como “a cidade do nosso Deus”, “monte Sião”, “os lados do Norte” e “a cidade do grande Rei”. O salmista também se referiu a Sião como “Seu santo monte”, o que poderia ser traduzido como “o monte consagrado a Ele” (ver Sl 2:6; 87:2; 121:1; Zc 8:3). 

Salmo 99 

No Salmo 99, vemos novamente a conexão entre o monte Sião e as experiências de Israel tanto no deserto quanto no monte Sinai. O salmo é composto de três estrofes, cada uma das quais termina com a frase “é santo” (Sl 99:3, 5, 9). Depois de exaltar Yahweh como Rei (v. 1), como Aquele que habita em Sião (v. 2) e declará-Lo “grande”, “tremendo” e “santo” (v. 3) e Aquele que “ama a justiça” (v. 4), o salmista convidou o povo a adorá-Lo (v. 5). 

O Salmo 99:6-8 descreve as experiências de Moisés, Arão e Samuel. A coluna de nuvem sem dúvida remete à experiência do deserto, uma referência direta a Moisés e Arão, com quem Deus falou. Samuel também ouviu Yahweh falar no templo de Siló (1Sm 3:1-14). 

O salmo conclui com um chamado para que o povo exalte o Senhor e O adore “no Seu santo monte” (Sl 99:9), por causa do perdão que Deus manifestou para com eles ali (v. 8). Como vemos em nosso estudo, a santidade que o monte Sinai outrora manteve como a morada de Deus foi transferida para Sião depois que o templo foi construído lá. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Nosso Deus criador é um excelente Professor. Ele usa lugares físicos e objetos materiais para expressar importantes conceitos espirituais, como no caso do monte Sião literal e as colinas que ficavam ao redor dele. Por meio dessa lição prática, os israelitas puderam compreender melhor o divino plano da redenção. 

Sião é um símbolo da presença de Deus, o lugar em que o Senhor está cuidando de Seu povo e o protegendo. Assim como os israelitas no passado, devemos manter em nosso coração um desejo ardente de estar na presença do Todo-Poderoso. A comunhão no sábado é inegavelmente essencial; mas devemos procurar também, ao longo da semana, comungar com a presença de Deus em Seu santuário celestial. “Aproximemo-nos com um coração sincero, em plena certeza de fé” (Hb 10:22). 

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Uma voz surpreendente

Índia | Rex

Uma voz acordou o pai de um cochilo à tarde na Índia do início dos anos 1980. “Se você morresse hoje, o que faria?”, a voz perguntou.

O pai levou um susto, pois não achava que alguém estava na casa. Ele olhou por todos os cantos tentando encontrar a pessoa que havia falado, mas não encontrou ninguém na casa.

O pai ficou preocupado. “Quem está falando comigo?”, gritou. Ninguém respondeu. Suas preocupações aumentaram, e ele orou: “Deus, quero saber quem estava falando comigo”. Mas a casa permaneceu em silêncio. O pai se perguntou o que fazer.

Cerca de uma hora e meia se passou. Ele ouviu uma batida na porta, e do lado de fora estava um colportor evangelista adventista do sétimo dia.

O pai ficou surpreso ao vê-lo. O mesmo homem havia batido em sua porta várias horas antes, pouco antes de o pai tirar sua soneca. Ele ouviu o homem falar sobre a Bíblia por alguns minutos. Mas então ele fechou a porta com firmeza. O pai se considerava um cristão, embora nunca tivesse lido a Bíblia ou mesmo possuído uma. Mas ele não tinha interesse em ouvir o colportor. Porém, depois de ouvir a voz, o pai ficou feliz em ver o colportor-evangelista. Ele queria saber mais sobre a Bíblia e estava pronto para ouvir.

O colportor-evangelista falou sobre coisas que eram novas para o pai. Depois que o colportor foi embora, o pai decidiu descobrir a verdade por si mesmo. Ele queria uma Bíblia! O pai foi até o padre e comprou uma Bíblia que lhe custou uma grande quantia de dinheiro.

Ele começou a ler a Bíblia diligentemente. Enquanto lia, três perguntas o incomodaram e ele as levou ao padre. “Por que nos curvamos às imagens?”, ele perguntou. “E por que guardamos o domingo?” O padre não gostou. “É por isso que não damos Bíblias às pessoas”, disse ele.

O pai não gostou. A resposta do padre não o satisfez, e ele parou de ir à igreja do padre. Em vez disso, ele levou sua esposa e dois filhos, de 16 e 10 anos, para outra igreja aos domingos.

Pouco tempo depois, os adventistas organizaram reuniões evangelísticas na cidade, e o pai levou a família para ouvir. Fez, então, suas três perguntas ao pregador e o questionou sobre a adoração de imagens e a adoração dominical.

O pregador deu as respostas conforme a Bíblia, e o pai, a mãe e o filho de 16 anos se uniram à Igreja Adventista.

Parentes e vizinhos não gostaram. O pai tinha cinco irmãos e duas irmãs, e eles se recusavam a falar com a família. Todos os vizinhos pertenciam à antiga igreja do pai e se recusavam a falar com a família. O pai foi forçado a largar o emprego porque não conseguia folgar no sábado.

Por vários anos, a vida foi desafiadora para a família. Naquela época, o casal decidiu tirar o filho mais novo, Rex, da escola pública e mandá-lo para um internato adventista.

Rex entrou na Escola de Ensino Médio Memorial E. D. Thomas quando tinha 12 anos. Ele estudou lá pelos seis anos seguintes e entregou seu coração a Jesus. Ao se formar, ele foi para a Faculdade Memorial Spicer, agora Universidade Adventista Spicer, e tornou-se pastor. Hoje, ele é um líder da Igreja Adventista na Índia, servindo como diretor da Escola Sabatina para a União dos Adventistas do Sétimo Dia do Sudeste da Índia.

Seu pai, que já faleceu, viveu para Jesus. Ele abriu a primeira Igreja Adventista em sua cidade natal e mais tarde trabalhou como obreiro bíblico, plantando outras igrejas e levando muitas pessoas a Cristo.

Rex agradece que a soneca da tarde de seu pai tenha sido interrompida por uma voz há mais de 40 anos e está feliz porque seus pais o enviaram para o internato adventista. Ele acredita que as duas experiências mudaram sua vida para a eternidade. “Tenho orgulho de dizer que me formei na escola”, disse ele. “A escola me ensinou a verdade e hoje sou um servo de Deus.”

Parte da oferta deste trimestre ajudará a reconstruir o dormitório feminino em ruínas na escola de Rex, Escola de Ensino Médio Memorial E. D. Thomas, em Thanjavur, Índia. Obrigado por sua generosa oferta.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Saiba que o nome completo de Rex é Rex Sahayaraj.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2024

Tema geral: O Livro dos Salmos

Lição 11 – 9 a 16 de março

Anseio por Deus em Sião

 

Autor: Ezinaldo Ubirajara Pereira

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

Dentro do ser humano, há um anseio pelo eterno. Fomos criados por Deus. Por isso, nossa natureza contém o desejo de experimentar a alegria, a paz e o amor que só advém de quem realmente é a fonte de tudo isso: Deus. Em Eclesiastes 3:11, Salomão escreveu: “Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem”. Nesse texto, a palavra “eternidade” vem do hebraico ?????? (‘?l?m, lê-se olam), que pode expressar um tempo sem fim, tanto para o passado (Mq 5:2) quanto para o futuro (Sl 90:2). Eternidade apontando para o passado requer entender um tempo em que nunca houve um início, e eternidade apontando para a frente significa um tempo que nunca terá fim. Segundo Salomão, em Eclesiastes, esse é o tamanho do espaço que Deus colocou dentro do ser humano, e somente Alguém que seja desse tamanho poderá preencher. Esse alguém é o próprio Deus, que é apresentado no Salmo 90:2 como sendo Deus de “eternidade a eternidade”.

O anseio por Deus faz com que o ser humano deseje buscar a presença de Deus. Sua presença está em todos os lugares (Sl 139:7-12). No entanto, o Senhor separou lugares para Se encontrar com toda a Sua congregação reunida. Nas Escrituras, esse lugar foi chamado de santuário (Êx 25:8), e depois veio a ser chamado de templo (Dt 12:1-14; 1Rs 8), que na geografia de Israel se localizava no “monte Sião” (Sl 78:68, 69). O anseio para estar na casa de Deus expressa o desejo humano de estar na presença Dele, junto com a congregação dos filhos de Deus. Nesta semana, cinco salmos foram reservados para essa temática (84, 122, 87, 46 e 125).

Salmo 84 – Um dia nos Teus átrios vale mais que mil (lição de domingo)

Nos israelitas, havia um sentimento de anseio por estar no templo, o qual é chamado de “Teus tabernáculos” (Sl 84:1) ou “átrios do Senhor” (v. 2). O salmista expressa esse anseio usando linguagem figurada, comparando as aves dos céus quando encontram suas habitações (v. 3). Observe a alegria do salmista por estar no templo: “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo!” (v. 2).

O templo do Senhor é mencionado 4 vezes no capítulo (v. 2, 3, 4, 10). O que suscitava no salmista o desejo de estar sempre no templo? Certamente era a certeza da presença do Senhor! Deus Se encontrava com Seu povo no templo. Embora Deus, pela Sua onipresença, possa estar em todos os lugares (Sl 139:7-12), Ele escolheu e consagrou o templo para Se encontrar com Seu povo e receber a adoração e louvor devidos ao Seu nome.

 

Salmos 122, 87, 46 e 125 – A teologia do monte Sião (lição de segunda a quinta)

A lição separa três dias para tratar sobre o monte Sião (terça a quinta). No entanto, a lição de segunda-feira também trata do monte Sião, porque esse monte está nos limites da cidade de Jerusalém. Por isso, quando o salmista ora pela paz de Jerusalém (Sl 122:6), certamente ele está orando pelo monte Sião, porque até mesmo em alguns textos, o monte Sião se torna sinônimo da cidade de Jerusalém (2Rs 19:21).

O salmo 122 destaca dois sentimentos que podem ser obtidos somente pela presença de Deus: a alegria (v. 1) e a paz (v. 6). No início do salmo, o primeiro sentimento já aparece em destaque: “Alegrei-me quando me disseram: Vamos à Casa do SENHOR”. Nota-se que a fonte da alegria do salmista era estar na Casa do SENHOR. A verdadeira alegria só pode ser obtida pela presença do Senhor (Fp 4:4), pois Ele é quem comunica a Sua salvação para nós (Sl 51:12). Somente aqueles que experimentaram a presença e a salvação de Deus é que podem desfrutar da plena “alegria da salvação”!

Não é diferente em relação a outro sentimento, a paz (v. 6). O texto destaca que Deus é a única fonte da verdadeira paz! O único caminho para a paz encontra-se em Deus, pois a paz provém Dele (Is 26:3; Jo 14:27). É por isso que o salmista pede orações “pela paz de Jerusalém”. O povo de Deus precisa ser conhecido como um povo de paz e que promove a paz (Mt 5:9; Jo 13:34, 35). Por isso, tudo o que for contrário à paz deve ser colocado de lado (Rm 16:17; 1Co 1:10; Ef 4:3). Faz parte do calendário cristão orar pela paz do povo de Deus, porque essa paz nos qualificará para a proclamação do “evangelho da paz” (Ef 6:15).

Na região de Jerusalém, o monte Sião ganhou destaque por dois motivos: primeiro, foi nessa região que Davi estabeleceu sua fortaleza, logo após ter conquistado a terra das mãos dos jebuseus (2Sm 5:6-10). Ali, o rei mais ilustre de Israel estabeleceu seu trono. É por isso que no Salmo 2:6 essa imagem é usada de forma tipológica para o futuro Rei messiânico que teria Seu reino estabelecido sobre o “monte Sião”. O segundo motivo foi a construção e estabelecimento do templo do Senhor, que foi edificado por Salomão, nesse mesmo monte (Sl 2:6; 15:1). Assim, tendo o templo do Senhor sobre o monte Sião, esse lugar acabou sendo o centro de comando do Senhor para toda a nação de Israel (Sl 99:2; 133:3).

Os que forem salvos estarão “no monte Sião” (Jl 2:32). Haverá “livramento” e santidade no monte Sião, e o julgamento será feito pelo “Monte Sião” (Ob 17, 21). Os que tiverem seus registros de nascimento no monte Sião serão estabelecidos pelo Senhor (Sl 87:5, 6). Contendo o monte essa centralidade, identifica-se uma teologia a respeito do monte Sião. Tanto os escritores do Antigo quanto do Novo Testamento aplicaram essa teologia em torno da congregação dos filhos de Deus, uma referência simbólica à Nova Jerusalém, o real monte de Deus de onde Ele governará (Ap 14:1; Hb 12:22).

O monte Sião também se tornou símbolo de uma proteção inabalável para o povo de Deus. No salmo 125, o monte é usado como símbolo de todos aqueles que “confiam no Senhor”, pois esses são “como o monte Sião, que não se abala, firme para sempre” (Sl 125:1). Ao visitar Israel e andar pelas terras bíblicas, o que mais o turista vê são montes. A própria cidade de Jerusalém fica localizada em uma região montanhosa. Então, ao compor o salmo 125, é possível que o salmista estivesse olhando para as montanhas ao redor da cidade e escrito: “Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o Senhor, em derredor do Seu povo, desde agora e para sempre” (Sl 125:2). Há dois tópicos nesse versículo: 1º) Deus é simbolizado pelos montes ao redor, sugerindo que Ele cerca Seu povo com Sua presença; 2º) Deus dá ao Seu povo a certeza de proteção (2Rs 6:16, 17).

Diante de qualquer ameaça à nossa fé, é possível que tenhamos algum comportamento de incredulidade ou medo. Diante disso, a fala de Deus para nós é “aquietem-se e saibam que Eu sou Deus ” (Sl 46:10). O salmo 46 enfatiza a presença de Deus com Seu povo para proteger e dar a segurança necessária: “Deus é o nosso refúgio” (v. 1, 7, 11), e o “Senhor dos exércitos está conosco” (v. 7, 11).

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Ezinaldo Ubirajara Pereira nasceu na capital de São Paulo. É graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – campus, Engenheiro Coelho, e Administração de Empresas pela Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ), campus Belém, Pará. Tem pós-graduação em Interpretação Bíblica pelo UNASP-EC. Possui Mestrado em Teologia com ênfase em Antigo Testamento pela Universidad Peruana Unión (UPeU – campus Lima, Peru). Atualmente cursa o programa de Doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela UAP (Universidad Adventista del Plata – Libertador San Martin – Argentina). Atuou como capelão e pastor distrital. Hoje é professor na Faculdade Adventista de Teologia do UNASP-EC. É casado com Teresa Ramos Pereira, nascida em Taboão da Serra, SP, mestre em Liderança pela Andrews University. O casal tem dois filhos: Benjamim Dérek, de 6 anos, e Richard Dérek, de 2 anos.