Lição 2
07 a 13 de janeiro
As alianças de Deus conosco
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Cr 21
Verso para memorizar: “Se vocês ouvirem atentamente a voz do Senhor, seu Deus, tendo o cuidado de guardar todos os Seus mandamentos que hoje lhes ordeno, o Senhor, seu Deus, exaltará vocês sobre todas as nações da Terra. Se ouvirem a voz do Senhor, seu Deus, sobre vocês virão e os alcançarão todas estas bênçãos” (Dt 28:1, 2).
Leituras da semana: Mt 10:22; Jo 6:29; Dt 28:1-14; Pv 3:1-10; Ml 3:7-11; Mt 6:25-33

É surpreendente que Deus tenha feito alianças (ou pactos) conosco. A maior parte delas é bilateral, o que significa que ambas as partes (Deus e os seres humanos) têm uma obrigação a desempenhar. Um exemplo de aliança bilateral é: “Se você fizer isso, eu farei aquilo”.

Um tipo mais incomum de aliança é a unilateral. “Farei isso, quer você faça algo ou não”. Algumas das alianças de Deus com a humanidade são unilaterais. Por exemplo, “Ele faz o Seu sol nascer sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos” (Mt 5:45). Não importa o que façamos ou deixemos de fazer, podemos contar com Deus para ter o sol e a chuva. Após o dilúvio, Deus prometeu à humanidade e a “todos os animais da Terra” que nunca haveria outro dilúvio (Gn 9:9-16), independentemente de nossas ações. Ele também prometeu: “Enquanto durar a Terra, não deixará de haver semeadura e colheita, frio e calor, verão e inverno, dia e noite” (Gn 8:22). As estações vêm e vão, independentemente do que fazemos.

Nesta semana estudaremos algumas alianças bilaterais muito significativas entre Deus e Seus filhos. Vamos orar para que, pela graça de Deus, possamos honrar nossa parte no acordo.

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Domingo, 08 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 22
A aliança da salvação

A morte de Cristo no Calvário tornou a salvação possível para todos que já viveram ou que viverão. Diferentemente da promessa das estações, a salvação não é unilateral – não é dada a todos, independentemente do que se faça. A crença de que todos serão salvos é chamada de “universalismo”.

Em vez disso, Jesus ensinou claramente que, embora tenha morrido por toda a humanidade, muitos percorrem o caminho espaçoso para a perdição e morte eterna (Mt 7:13, 14).

1. O que os textos a seguir têm a dizer de como as pessoas recebem o dom da salvação em Jesus?

1 João 5:13

Mateus 10:22

João 6:29

2 Pedro 1:10, 11

Paulo compreendia a natureza bilateral da aliança da salvação. Sabendo que seria executado em breve, e apesar de muitos de seus companheiros o terem abandonado, Paulo confiantemente disse a seu caro amigo Timóteo que havia cumprido sua parte no acordo. “Quanto a mim, já estou sendo oferecido por libação, e o tempo da minha partida chegou. Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Desde agora me está guardada a coroa da justiça, que o Senhor, reto Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a Sua vinda” (2Tm 4:6-8).

O apóstolo disse: “[Estou pronto porque] combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé”. Contudo, Paulo sempre foi muito claro ao afirmar que a salvação é somente pela graça mediante a fé, não pelas obras da lei, e então ele não estava de alguma forma olhando para suas obras ou realizações como algo que lhe rendesse mérito diante de Deus. A “coroa da justiça” que o esperava é a justiça de Jesus, que, pela fé, reivindicou para si e à qual se apegou até o fim de sua vida.

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Embora a salvação seja uma dádiva não merecida, qual é a diferença entre os que a aceitam e os que a rejeitam? O que a aceitação desse presente exige que façamos?
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Segunda-feira, 09 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 23
Ouvir com atenção

O livro de Deuteronômio é a versão impressa das mensagens de despedida de Moisés para a segunda geração de israelitas após os quarenta anos de peregrinação no deserto. Essas mensagens foram transmitidas nas planícies de Moabe, a leste de Jericó. Deuteronômio foi apropriadamente chamado de “O livro da memória”.

Nele, Moisés revisou a forma fiel com que Deus lidou com Israel. O patriarca narrou as viagens desde o Monte Sinai a Cades Barneia, no limiar da terra prometida, bem como a rebelião e os 40 anos de peregrinação no deserto. Ele reafirmou os Dez Mandamentos, o requisito do dízimo e a previsão da futura Casa do Tesouro, o santuário de Deus. Mas o foco de Deuteronômio é o conselho para obedecer a Deus e receber Suas bênçãos. Moisés retratou Deus como Aquele que pode e quer cuidar de Seu povo.

2. Leia Deuteronômio 28:1–14. Que grandes bênçãos foram prometidas a Israel? O que o povo devia fazer para recebê-las?

Moisés estava ávido para que os israelitas entendessem que Deus tinha em mente para eles bênçãos maravilhosas, até mesmo milagrosas. Suas palavras: “Se vocês ouvirem atentamente”, os deixaram cientes de que o destino eterno do povo estava em jogo ali. Que manifestação poderosa da realidade do livre-arbítrio! Eles eram Sua nação escolhida, recebedores de grandes bênçãos e de grandes promessas, mas essas bênçãos e promessas não eram incondicionais. Elas precisavam ser aceitas, recebidas e, além disso, o povo devia agir com base nelas.

Nada do que Deus havia pedido era demasiadamente difícil. “Porque este mandamento que hoje lhes ordeno não é demasiadamente difícil, nem está longe de vocês. Não está no Céu, para que tenham de dizer: Quem subirá até o Céu por nós, para nos trazer o mandamento e anunciá-lo a nós, para que o cumpramos? [...] Pois esta palavra está bem perto de vocês, na sua boca e no seu coração, para que vocês a cumpram” (Dt 30:11-14).

Além das bênçãos, havia as advertências das maldições que lhes sobreviriam caso desobedecessem (Dt 28:15-68), isto é, as consequências de seu pecado e rebelião.

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O que significa para nós “ouvir atentamente” o que Deus nos diz que façamos?
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Terça-feira, 10 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 24
Honre o Senhor

O tema do livro de Provérbios tem mais que ver com sabedoria e tolice do que com certo e errado. Nesse livro, vemos os benefícios da sabedoria e as armadilhas da insensatez.

3. Leia Provérbios 3:1-10. Que promessas maravilhosas se encontram ali? Além disso, o que significa a expressão “primícias de toda a sua renda”?

Deus nos pede que, ao gerenciarmos nossas posses, O coloquemos em primeiro lugar em reconhecimento de que Ele é Dono de tudo e como demonstração de nossa fé Nele para prover o que necessitamos. Mais do que isso, Ele diz que, se O colocarmos em primeiro lugar, Ele acrescentará o que falta. Colocá-Lo em primeiro lugar é um ato de fé, uma demonstração de que confiamos no Senhor de todo o coração e não nos apoiamos em nosso entendimento (o que é especialmente importante, pois muitas vezes acontecem coisas que não entendemos e de cujo propósito não temos ideia).

Nada, porém, deve nos encorajar a confiar em Deus e em Seu amor mais do que a cruz. Quando percebemos o que recebemos em Jesus, não apenas como Criador (Jo 1:1-4) e Sustentador (Hb 1:3), mas também como Redentor (Ap 5:9), devolver a Deus as primícias de tudo o que temos é, de fato, o mínimo que podemos fazer.

“O Senhor não somente requer o dízimo como sendo Seu, mas também nos explica como deve ser reservado para Ele. Diz: ‘Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda’ (Pv 3:9). Isso não significa que devemos gastar nosso dinheiro com nós mesmos, levando ao Senhor o restante, muito embora esse também seja um dízimo honesto. A parte de Deus deve ser separada em primeiro lugar” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 58).

Deus diz que, se O colocarmos em primeiro lugar, nossos “celeiros ficarão completamente cheios” (Pv 3:10). No entanto, você não vai acordar um dia e ver que seus celeiros e tonéis de repente ficaram cheios. A Bíblia está repleta de princípios sobre boa administração, planejamento cuidadoso e responsabilidade financeira, dos quais a fidelidade ao que Deus nos chama a fazer é nosso principal dever.

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Como confiar em Deus e em Suas promessas em tempos de dificuldades financeiras, quando, mesmo procurando ser fiéis, “os celeiros e tonéis” não estão cheios?
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Quarta-feira, 11 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 25
O pacto do dízimo

Há uma estreita conexão espiritual entre a prática do dízimo e nosso relacionamento com Deus. Os israelitas prosperavam quando obedeciam a Deus e eram fiéis no dízimo. Porém, passavam por dificuldades quando não o faziam. Pareciam seguir um ciclo de obediência e prosperidade, e depois desobediência e problemas. Foi durante um desses períodos de infidelidade que Deus, por meio do profeta Malaquias, propôs um contrato bilateral ao Seu povo.

4. Leia Malaquias 3:7–11. Quais são as promessas e os deveres encontrados nesses versos?

Deus prometeu que, se o povo voltasse para Ele, Ele Se voltaria para o povo. Quando perguntaram o que o Senhor queria dizer com essas palavras, o Senhor disse: “Pare de Me roubar nos dízimos e nas ofertas”. O roubo era a razão pela qual eles estavam sendo amaldiçoados. Deus mostrou a solução: “Tragam todos os dízimos à casa do Tesouro” (Ml 3:10). Se fizerem isso, “abrirei as janelas do Céu e farei cair sobre vocês as mais ricas bênçãos” (NTLH). Se não tivermos espaço suficiente para recebê-las, teremos um excedente para ajudar os outros e promover a causa de Deus.

“Aquele que deu Seu Filho unigênito para morrer por nós fez um pacto conosco. Ele nos dá Sua bênção e, em troca, espera que Lhe devolvamos nossos dízimos e ofertas. Ninguém jamais ousará dizer que não havia um meio pelo qual pudesse compreender essa questão. O plano de Deus quanto aos dízimos e ofertas é declarado de modo inequívoco no terceiro capítulo de Malaquias. Deus pede para Seus agentes humanos serem fiéis ao pacto que fez com eles” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 53).

Um dos ciclos positivos de obediência ocorreu no reinado de Ezequias. Houve um avivamento em Judá, e o povo devolveu fielmente seus dízimos e ofertas à casa do Tesouro. Os recursos foram estocados em montões no templo. “Os filhos de Israel trouxeram em abundância as primícias do cereal, do vinho, do azeite, do mel e de todo produto do campo; trouxeram também em abundância os dízimos de tudo” (2Cr 31:5).

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O que o dízimo (ou a falta dele) diz sobre sua espiritualidade e conexão com Deus?
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Quinta-feira, 12 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 26
Busquem primeiro o Reino de Deus

Foi dito de Jesus que “a grande multidão O ouvia com prazer” (Mc 12:37). A maioria das pessoas nas grandes multidões que seguiam e ouviam Jesus eram pessoas comuns. Foram elas que se alimentaram na encosta da montanha e ouviram o Sermão do Monte. Jesus basicamente lhes disse: Eu sei que vocês estão preocupados em sustentar sua família. Vocês se preocupam com o alimento e a bebida de que necessitarão no dia a dia e com as roupas de que precisarão para se aquecer e se proteger. Mas Eu proponho o seguinte....

5. Leia Mateus 6:25-33. O que foi prometido, e o que as pessoas deveriam fazer para receber essas promessas?

Muitas das promessas de Deus têm elementos de uma aliança bilateral. Ou seja, para receber a bênção, precisamos também cumprir nossa parte.

6. Leia Isaías 26:3. O que devemos fazer para ter a paz de Deus?

7. Leia 1 João 1:9. O que Jesus faz se confessarmos nossos pecados?

8. Leia 2 Crônicas 7:14. Quais são os “se” e “então” da proposta de Deus nessa passagem?

Todos esses versos e muitos outros tratam do importante fato de que, embora Deus seja soberano, embora seja nosso Criador e Sustentador, e ainda que a salvação seja um dom da graça e imerecido de nossa parte, temos um papel a desempenhar no drama do grande conflito. Usando o dom sagrado do livre-arbítrio, da livre escolha, devemos escolher seguir a orientação do Espírito Santo e obedecer ao que Deus nos chama a fazer. Embora o Senhor nos ofereça bênçãos e vida, podemos escolher a maldição e a morte. Não é de admirar que Deus diga: “Escolham, pois, a vida, para que vivam, vocês e os seus descendentes” (Dt 30:19).

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Sexta-feira, 13 de janeiro
Ano Bíblico: 1Cr 27
Estudo adicional

“Sempre que o povo de Deus, em qualquer época, seguiu de forma voluntária e alegre o plano Dele quanto à doação sistemática e às dádivas e ofertas, verificou Sua permanente promessa de que todos os seus esforços seriam seguidos de prosperidade proporcional à obediência que dispensou ao que dele requeria. Quando reconhecia os direitos de Deus e Lhe satisfazia às reivindicações, honrando-O com seus recursos, seus celeiros enchiam-se com fartura. Porém, quando o povo roubava a Deus em dízimos e ofertas, era-lhe feito compreender que não O estava roubando a Ele simplesmente, mas a si mesmo, pois Ele lhe limitava as bênçãos exatamente em proporção ao que ele limitava as ofertas que Lhe fazia” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 3, p. 326, 327).

Somos salvos pela fé, um dom da graça. A obediência aos mandamentos é uma resposta à graça, não é algo que se obtém. Do contrário, não seria graça (Rm 4:1-4).

Na aliança bilateral de Deus conosco, recebemos bênçãos e temos responsabilidades. Em resposta ao que Ele nos oferece, assumimos o relacionamento com o Senhor e determinamos nosso destino. A obediência por amor é o sinal do discipulado. Em vez de nos dispensar da obediência, é a fé que nos torna participantes da graça, que nos capacita a prestar a obediência que Deus pede.

Perguntas para consideração

  1. Se todos fossem fiéis nos dízimos e nas ofertas, a igreja teria dinheiro suficiente para difundir a mensagem. Você tem contribuído para o cumprimento dessa missão?
  2. Nossas escolhas e nossas obras são importantes em nosso relacionamento com Deus. Como manter diante de nós as questões das obras e da obediência, incluindo a devolução do dízimo e a mordomia cristã, sem cair no legalismo?
  3. Os tempos difíceis podem chegar, mesmo quando somos fiéis. Como lidar com essas situações e como evitar o desânimo diante delas?

Respostas e atividades da semana: 1. Crendo no nome de Jesus e permanecendo fiel até o fim. 2. Israel seria exalta- do sobre as nações da Terra; seria bendito o fruto do ventre e as colheitas; os inimigos estariam aos seus pés; Haveria abundância de bens; as obras de suas mãos seriam abençoadas; seria a cabeça e não a cauda. O povo devia andar nos caminhos do Senhor, cumprir Seus mandamentos e não se desviar das Suas palavras seguindo outros deuses; devia ouvir a voz do Senhor atentamente e guardar Seus mandamentos. 3. Vida longa; tempo de paz; celeiros fartos; a parte de Deus devia ser separada em primeiro lugar. 4. Deveres: devolver os dízimo e as ofertas. Promessas: bênçãos sem medida. 5. Deus suprirá todas as necessidades dos que O buscarem, bem como a Seu Reino, em primeiro lugar. 6. Ter firmeza de propósito e confiar em Deus. 7. Perdoa os pecados e purifica de toda a injustiça. 8. Se orar, buscar a Deus e se converter dos seus maus caminhos, Deus ouvirá dos Céus, perdoará os pecados e sarará a sua terra.

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Resumo da Lição 2
As alianças de Deus conosco

PARTE I – VISÃO GERAL

O plano da salvação é uma aliança que Deus propõe aos seres humanos. Acordos fazem parte das relações humanas, mas a aliança de Deus conosco, em Jesus, foi planejada desde a eternidade (1Pe 1:18-20) e oferece a vida eterna aos que são fiéis até a morte (Ap 2:10).

A aliança contém a lei, seja escrita em pedra ou em nosso coração (Dt 9:11; Hb 8:10). Tal aliança divino-humana envolve, da nossa parte, obediência diligente à lei e à aliança, prestada em amor (1Jo 5:3). Algumas cláusulas dessa aliança são mais extensas, como o mandamento de adorar somente a Deus e amá-Lo acima de todas as coisas (Dt 6:5; Mt 22:36, 37). Mas também há ordens específicas na aliança, a saber, (1) afastar-se da idolatria (Dt 31:20), (2) guardar o sábado (Is 56:6) e (3) observar certas leis alimentares (Lv 11; Is 65:1-5; Is 66:15-18).

Uma cláusula importante da aliança é reconhecer que Deus dá bens materiais e, em troca, exige fidelidade nos dízimos e ofertas. Além de ser importante para o desenvolvimento do relacionamento entre o adorador e o Adorado, a fiel devolução dos dízimos e ofertas também serve para a manutenção da obra de Deus (2Cr 31:11, 12, 20, 21; Ml 3:8-10). Ao fazê-lo, reconhecemos a necessidade de honrar o Senhor com nossas posses, colocando Deus em primeiro lugar (Pv 3:9). Quando quebramos essa cláusula específica, violamos a aliança. Tal violação constitui uma recusa em reconhecer a Deus como Aquele que concede os dons. Assim, em nossa recusa, nos separamos do nosso Senhor e Salvador (Ml 3:7, 8).

A fidelidade de Deus à Sua aliança é inabalável (Dt 4:31), mas nem sempre lhe respondemos com fidelidade (Jr 11:10). Aquele que provê riquezas também oferece graça para a obediência, assegurando tanto nosso chamado quanto nossa eleição para o reino de Cristo (2Pe 1:10, 11; Ap 2:10).

PARTE II – COMENTÁRIO

O que é a aliança ou pacto?

Leia, no livro Patriarcas e Profetas, de Ellen G. White, o capítulo 32 (“A aliança da graça”) [CPB, 2021], p. 309-319.

A palavra “aliança” (hebraico berith) ocorre cerca de 285 vezes no Antigo Testamento. No Novo Testamento grego, o termo é diatheke. A palavra foi aplicada à aliança entre Deus e Seu povo (veja T. K. Cheyene e J. Shuterland Black, Encyclopaedia Biblica, p. 928, 929). Modernamente, a palavra corresponde a um contrato, mas é usada também no sentido de aliança, pacto ou testamento.

Uma aliança não é, necessariamente, a lei, embora tenha a força de lei para as partes envolvidas nos termos do contrato. Por isso, às vezes, uma lei pode ser considerada um acordo, visto que a aliança é fundamentada na lei. No entanto, lei e aliança são coisas conceitualmente diferentes.

Assim, para existir um contrato é preciso que haja uma lei que regule esse contrato. Embora sendo posteriormente proclamada no Sinai, a lei de Deus já existia, pois está ligada ao Seu próprio nome (Sl 119:55) e, portanto, é eterna. Da mesma forma, o plano de Deus de salvar a humanidade pelo sangue de Cristo é conhecido desde a fundação do mundo (1Pe 1:19, 20).

De tal modo, como a salvação é pela graça, alguns podem entender que o ser humano nada tem a desempenhar sob essa aliança. Mas obrigações mútuas são essenciais para que um documento seja reconhecido como um contrato, aliança ou pacto. Entre as obrigações estão as boas obras de fé, conforme a lei escrita no coração (Ef 2:8-10; Jr 31:31-34).

Leis, promessa e aliança

  1. Leis: são decisões unilaterais do Legislador e não dependem de aceitação da outra parte. São promulgadas pelo Legislador e devem ser obedecidas. Nós não participamos do processo de criação das leis de Deus que fazem parte da aliança divina. Não faria sentido ter, em um contrato, uma lei que não devesse ser obedecida. Para isso, tanto a antiga quanto a nova aliança contêm os elementos da lei e da obediência (Hb 8:8-13).
  2. Promessa: semelhante a um decreto, a promessa é unilateral. Deus pode fazer uma promessa sozinho. A confiança na promessa depende da credibilidade e capacidade de quem promete. Deus prometeu e vai cumprir porque Ele não mente e nunca falha. A promessa divina de salvação pela graça aos que aceitam a Sua aliança é uma garantia para os redimidos (Hb 6:13-20; 1Jo 2:25).
  3. Aliança: uma aliança precisa de pelo menos duas pessoas (acordo bilateral) para ser válida. Ela difere do decreto e da promessa porque não há aliança ou pacto sem as partes contratantes. Nesse sentido, o ser humano decide se quer ou não fazer parte da aliança de Deus. O Senhor convida todos a entrar na Sua aliança, pela fé em Cristo, para obter a vida eterna (Jo 3:16).

Características da aliança

Tudo na aliança aponta para a fé, seguida pela obediência. A aliança é:

  1. Mútua: as partes têm deveres e direitos mútuos nos termos do contrato. Portanto, ser obediente é nossa parte na aliança (Hb 8:10, Ap 14:12).

  2. Realizável: os termos da aliança podem ser cumpridos por ambas as partes. Não faz sentido ter um contrato com regras que uma das partes não consegue cumprir. Sendo assim, honrar os termos da aliança é simplesmente fazer o que Deus requer por Sua graça, porque a graça produz boas obras (Ef 2:8-10). Se Deus ordena que guardemos o sábado ou devolvamos dízimos e ofertas, tal ordem é uma cláusula divina no contrato, indicando que os seres humanos podem fazer o que é exigido. Deus nunca pediria nada que fosse impossível, e Sua graça habilitadora faz parte da aliança.
  3. Condicional: o contrato só é válido se houver adesão prática. Todo que crer e for fiel terá a coroa da vida eterna (Ap 2:10) e será abençoado (Ml 3:10-12), porque isso faz parte do contrato. Existem bênçãos complementares e básicas. O pecado pode dificultar o recebimento de algumas bênçãos complementares neste mundo, mas não muda as bênçãos básicas da salvação se permanecermos na fé, conforme o contrato.
  4. Pode ser cancelada: as condições de cancelamento referem-se ao fato de que todos os contratos preveem o cancelamento em determinadas situações especiais. Esse também é o caso da aliança de Deus. As partes da aliança que permanecem em pecado podem criar as condições de cancelamento ao transgredir cláusulas específicas.

A aliança de Deus inclui dízimos e ofertas

Todos os aspectos da vida fazem parte da aliança de Deus. Nessa aliança, Deus promete dar forças aos seres humanos para obter bens materiais. Em troca, Ele exige fidelidade à aliança, pelas três seguintes razões:

1. Os bens materiais devem nos lembrar de que Deus está cumprindo Sua parte na aliança. O Senhor declara que Seu povo se lembrará Dele, porque Ele é Aquele que lhes dá força para alcançar riquezas e porque essas bênçãos fazem parte da aliança.

O objetivo de Deus ao conceder riquezas ao Seu povo é confirmar a aliança entre Ele e Seu povo. Assim, o Senhor demonstra que a aliança inclui aspectos materiais e espirituais (Dt 8:18). Dessa forma, dízimos e ofertas mostram a lealdade mútua entre Deus (Aquele que abençoa) e Seus filhos (que O reconhecem, creem Nele e O obedecem).

O uso fiel de nossas posses, por sua vez, nos lembra de nossa missão na aliança de salvação em Cristo, pois Deus deseja que nós, por meio das bênçãos a nós concedidas, tornemos Seu nome conhecido a todas as nações (Ml 3:12).

2. A devolução, ou retenção, de dízimos e ofertas é um indicativo da condição espiritual da pessoa. Os bens materiais fazem parte da aliança de Deus com Seu povo. Esse fato fica claro na infidelidade do antigo Israel durante os tempos de apostasia. Por outro lado, durante os reavivamentos espirituais, a fiel devolução dos dízimos e as ofertas generosas indicavam uma renovação do pacto com Deus (2Cr 31:5-10; Ne 10:37, 38; Ne 12:44; 13:5, 12; Ml 1:9, 14; 3:7-10).

3. Ser fiel nos bens materiais é uma forma de honrar a Deus, de acordo com Provérbios 3:1-10. Ao analisarmos esse texto mais detalhadamente, observamos o seguinte:

a. O verbo “honrar” (hebraico kabad) significa glorificar e ser rico para com Deus.

b. A palavra hebraica para “renda” (hown; Pv 3:9) significa “prosperidade”, “riquezas”.

Esse verso transmite uma mensagem clara que ainda é válida: ser fiel com nossas posses traz honra e glória a Deus. Esse conselho geral está bem detalhado nas Escrituras, nas leis relativas aos dízimos e ofertas.

c. “Primícias” (Pv 3:9) em hebraico é reshyith, que significa “primeiro, começo, melhor”. Deus não pode ser devidamente honrado quando O colocamos em segundo lugar ou Lhe damos as sobras. O Senhor da aliança exige prioridade máxima no que diz respeito ao nosso tempo e à qualidade do que Lhe oferecemos. Essa exigência faz parte da aliança de Deus conosco.

d. A palavra hebraica kol significa “todo, a totalidade, qualquer, cada um, tudo”. “Renda” é a tradução da palavra hebraica tevuah. Significa “produzir, produto, renda, receita, ganho”. Ambas as palavras juntas (kol e tevuah) indicam que nenhuma renda será isenta de honrar o Senhor, porque Ele é o Senhor de toda a nossa renda. Por outro lado, nenhuma redução será aceita como desculpa para não honrá-Lo com “toda a renda”. Assim, Deus requer a fidelidade em relação a “todos” (kol) os bens materiais que temos (nenhuma desculpa será válida para negar-Lhe qualquer aspecto da nossa vida, que é nosso privilégio consagrar totalmente a Ele.)

“Todos” os nossos bens e aumento de renda deve ser uma lembrança de que o Senhor é o Deus da aliança. É Ele que dá tudo o que temos. A Bíblia mostra claramente que um modo importante de lembrar da aliança de Deus é devolver regularmente os dízimos e as ofertas.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

1. Pergunte aos alunos: como sua fidelidade ou infidelidade à aliança com Deus, em termos de bens materiais, afeta sua vida espiritual?

2. Peça a um ou dois alunos que leiam as duas seguintes passagens de Ellen White enquanto o restante da classe reflete sobre elas. Em seguida, faça as perguntas que se seguem.

“Lembrem-se, os que se tornam descuidados e indiferentes e que estão retendo os dízimos e ofertas, que estão bloqueando o caminho de modo que a verdade não possa ir às regiões distantes. Foi ordenado que eu apelasse ao povo de Deus para que recupere sua honra dando a Deus um dízimo fiel” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 69).

a. Somos “descuidados e indiferentes” em nossa fidelidade a Deus com os dízimos e ofertas? Comente com a classe.

b. Discuta com os alunos a expressão “bloqueando o caminho” e suas implicações para a vida espiritual deles. Eles podem estar “bloqueando o caminho” do evangelho ao não devolver fielmente os dízimos e as ofertas? Como essa falha afeta as pessoas que precisam ouvir essa mensagem? Se nos sentimos indiferentes nesse aspecto, como podemos mudar?

O que a expressão “recupere Sua honra” significa quando aplicada à fiel devolução dos dízimos ao Senhor?

“Toda pessoa deve trazer livre, voluntária e alegremente os dízimos e ofertas à casa do tesouro do Senhor, pois, em fazê-lo, há uma bênção. Nenhuma segurança há em reter de Deus a parte que Lhe pertence” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 47).

Peça que os alunos testemunhem sobre como a devolução dos dízimos e das ofertas tem sido uma ocasião de alegria e de bênção em sua vida.

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A Enfermeira Relutante

Christine

Uganda | 7 de janeiro

A família da Christine era tão pobre que eles a enviaram para um colégio interno para ser criada por padres em Uganda. Um padre se tornou como um pai para ela. Ele teve um interesse especial em seu bem-estar e ofereceu a ela orientação depois que ela saiu do colégio e depois que ela se formou na escola de enfermagem. Christine precisava de um emprego de enfermagem, e o padre aconselhou- a a não permanecer na cidade para trabalhar.

“Você pode ser atraída pelas iscas da vida na cidade”, disse ele.

Christine sempre confiou no padre. Mas ela não tinha certeza de que queria viver no interior. Ela achava que a vida seria muito mais confortável na cidade.

À medida que procurava por trabalho, ela viu um anúncio para enfermeiras em um centro médico adventista do sétimo dia. Ela hesitou em se candidatar a um emprego trabalho porque sabia que o centro médico pertencia à Igreja Adventista. Além disso, ela viu que o centro médico era no interior e não queria deixar a cidade. Ela tirou da cabeça a oportunidade de trabalho.

Então o padre ligou para ela.

“Arrume-se”, disse ele. “Estou enviando um carro para levá-la ao seu novo local de trabalho.”

“Onde eu vou trabalhar?” perguntou ela.

“Apresse-se e fique pronta”, disse o padre. “A vaga de emprego será fechada em breve.”

Christine pensou que o padre havia encontrado uma oportunidade de trabalho extraordinária porque ele estava fazendo muito alvoroço. Após entrar no carro, ela se surpreendeu quando o carro entrou no complexo do centro médico adventista.

Ela não queria trabalhar no interior, mas não via outra escolha. Com relutância, ela aceitou o trabalho de enfermeira no centro médico e se mudou para o alojamento local.

Christine experimentou uma série de choques em seu novo trabalho. Primeiro, morar no interior parecia uma prisão para ela. Segundo, ela ficou surpresa ao ver as pessoas adorando aos sábados. Ela não conseguia imaginar que Deus estava presente em tal comunidade. E descobriu que a igreja de sua denominação mais era muito longe para ir adorar aos domingos.

“O que eu posso fazer além de ficar aqui isolada?” pensou ela.

Um fluxo constante de adventistas ia à casa de Christine para visitá-la e orar com ela. Todos os sábados, eles cantavam, oravam e estudavam a Bíblia com ela. O coração de Christine foi tocado pela bondade deles. Ela amava cantar com eles. Seu coração lentamente foi se abrindo para o estilo pouco familiar de adoração dos adventistas, mas ela ficou preocupada com o que o padre diria se soubesse.

Os membros continuaram a visitá-la, e ela ignorou persistentemente seus convites de fazer parte da Igreja Adventista. Após três anos, eles pararam de perguntar.

Durante esse tempo, Christine refletiu sobre os apelos e sobre o que ela havia aprendido durante os estudos bíblicos. Ela até convenceu sua própria irmã a se filiar à Igreja Adventista.

“Eles ensinam a verdade”, dizia ela à irmã.

Christine parou de ir à sua igreja, mas ainda não estava disposta a ir para a Igreja Adventista porque ela não conseguia se ver adorando aos sábados.

Num sábado de manhã, um membro da igreja a convidou para ir a um acampamento. O convite foi como música para seus ouvidos.

“Este é meu dia!” Christine pensou.

Ela secretamente levou uma muda de roupas consigo. Ela já havia visto muitos batismos ao longo dos três anos e sabia o que fazer.

Quando o pastor fez o apelo, ela caminhou até a frente para o batismo. Todos que a conheciam ficaram surpresos. Ela não havia contado a ninguém sobre seu desejo.

Christine saiu das águas do batismo cheia de alegria.

Hoje, Christine dá o crédito a Deus por levá-la ao centro médico, cujo nome completo é Nchwanga Seventh-day Adventist Dispensary (Clínica Médica Adventista do Sétimo Dia de Nchwanga).

“Eu fui relutantemente para Nchwanga, mas Deus tem sido bondoso e gracioso comigo neste lugar”, disse ela. “Minha experiência em Nchwanga é o divisor de águas na minha vida.”

Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a abrir um centro de treinamento agrícola para jovens em Nchwanga, Uganda.

“Querido ouvinte”, diz Christine, “por favor, apoie o estabelecimento desse centro de treinamento de discipulado que também ajudará a mudar muitas vidas em Uganda”.

Por Stephen Ssenyonga

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023

Tema geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre

Lição 2 – 7 a 14 de janeiro

As alianças de Deus conosco

 

Autor: Wellington Almeida

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

O termo “aliança” (heb. Berith; gr. diatheke) significa “concerto”, “pacto”, “convênio”, “acordo”. De modo geral é estabelecida entre Deus e o ser humano. Pode ocorrer entre iguais (Gn 21:32; 26:28, etc.), ou entre senhor e vassalo (2Sm 3:21; 5:3, etc.). O Dicionário Bíblico Adventista (Casa Publicadora Brasileira, 2016) informa que a palavra descreve “mais comumente a relação formal que existe entre Deus, por um lado, e Israel como povo escolhido, por outro. Essa não seria uma relação entre iguais, mas entre o Deus infinito e o homem finito” (Dicionário Bíblico Adventista, p. 40, 41). Esse é o tipo de aliança que o autor da lição denomina de “bilateral” e que envolve a maior de todas as condições, na menor de todas as palavras: “se”.

“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo,

está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança

em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).

 

  1. O Verso Para Memorizar

Se vocês ouvirem atentamente a voz do Senhor, seu Deus, tendo o cuidado de guardar todos os Seus mandamentos que hoje lhes ordeno, o Senhor, seu Deus, exaltará vocês sobre todas as nações da Terra. Se ouvirem a voz do Senhor, seu Deus, sobre vocês virão e os alcançarão todas estas bênçãos” (Dt 28:1, 2, grifos acrescentados).

Fica claro que estamos lendo sobre um acordo condicional, mas sobre uma base incondicional. Consegue perceber isso? Leia novamente o texto. Vamos lá, leia novamente! Onde está a base incondicional da aliança? A quem devemos ouvir e quem nos exaltará? É evidente que a aliança está sendo feita com pessoas que aceitam ou reconhecem Deus como Senhor. A declaração “seu Deus” é afirmativa, mais que as duas vezes da condicional “se”. Essa não é uma aliança feita com incrédulos, mas com crentes. Não é entre “donos”, mas entre “Senhor e servo”.

 

  1. Esboço para esta semana

Apresentamos aqui uma proposta de abordagem. Não seguiremos a sequência dos dias da semana de forma sistêmica, mas com um arranjo temático que levará o aluno a um crescente na compreensão dessa aliança que envolve “prioridade” e “eternidade”. Tente reestudar a lição seguindo esta proposta de abordagem:

  1. Busquem primeiro o Reino de Deus (quinta-feira)
  2. Ouça com atenção (segunda-feira)
  3. Honre com o coração (terça-feira)
  4. Pratique a fidelização (quarta-feira)
  5. Desfrute da salvação (domingo)

 

  1. Abordagem sugestiva

Lembre-se de falar a sua Unidade de Ação que o propósito do estudo semanal é compartilhar o aprendizado e não apenas “estudar a lição”. O melhor de cada sábado é a oportunidade de, na classe de professores ou mesmo na classe regular da Escola Sabatina, poder sintetizar o aprendizado e o conhecimento. Este, se adquire no estudo; o outro, exercita-se no compartilhamento.

3.1. O Reino em primeiro lugar. Esta parece ser uma condição básica e primária para o estabelecimento de uma aliança. É um bom ponto de partida para o início de uma conversa que poderá terminar bem ou mal. Quem está no trono? Quem, afinal, é o “Rei”? Quem é a autoridade?

O texto de Mateus 6:33 é um clássico da literatura e uma das declarações mais conhecidas no famoso “Sermão do Monte”, onde o “Rei”, embora não estivesse no “trono”, estava com a “palavra”. Em tempo: “Ele era a Palavra”. Ali falava uma Autoridade. Vamos ao texto?

“Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (versão adaptada combinando o texto da ARA com a NAA).

A palavra “buscai” envolve um interesse de alguém que busca e só para quando acha. O “Reino” não está perdido, mas não está exposto. É que antes do Reino, vem o interesse por ele. O “Reino” sempre existiu e existirá, cabe a nós encontrá-Lo. Vamos lá, responda-me: Você tem interesse nesse Reino?

- Não? (se não tiver, siga “o seu caminho.”)

- Sim? (então siga “O Caminho”.)

Há uma promessa (aliança condicional) que garante o “achado do Reino”: “Vocês Me buscarão e Me acharão quando Me buscarem de todo o coração” (Jr 29:13, grifo acrescentado). Percebe? Precisa haver um interesse pelo Reino. É que você já entra comprometido com a busca. Você quer encontrar? Você entende?

Encontrou? – Sim? Então deixe que ele exerça a justiça! Deixe que Ele exerça o comando e seja submisso à Sua vontade. Quem busca o Reino está pronto para obedecer ao que o Rei “mandar”. A figura é de um súdito, não de um senhor. É de um mordomo, não de um dono.

Creio que agora você compreende poque a minha sugestão de começar a lição a partir desse referencial de submissão, sem a qual não há governança, mas resistência. Agora que encontrou o “Reino”, que tal “ouvir com atenção?

3.2. Ouça com atenção. O livro de Deuteronômio vem do título hebraico “Haddebharim”, “As Palavras”. É interessante que estejamos dispostos e prontos para ouvi-las. Nesse livro “da memória” (entenda como um diário da peregrinação), segundo Bruce Wilkinson e Kenneth Boa (Descobrindo a Bíblia, Editora Candeia, 2000), Moisés realça a “fidelidade de Deus a Israel, que ‘nos tirou [do Egito] para uma nova terra’”. Seria próprio também entender esse fato como a tipologia da nossa redenção, o que implica em nos tirar do pecado para nos levar a uma Nova Terra, onde habita justiça, a mesma justiça que fundamenta o Seu Reino.

Quem encontra o Reino? Quem O busca de todo coração.

E quando encontra, o que faz? Submete-se à Sua Justiça. Obedece. Quem busca o Reino, encontra o Rei. Quem encontra o Rei, se submete. E para se submeter tem que prestar atenção ao que Ele fala, ao que Ele pede, a justiça que Ele estabelece. E, entenda, a justiça está fundamentada em leis. Como diz o Salmo 119:142, “a Tua justiça é justiça eterna, e a Tua lei é a própria verdade. Tu estás perto, Senhor, e todos os teus mandamentos são verdade.” A aliança que Deus estabelece é que ouçamos a(s) Sua(s) lei(s). E quer saber mais? “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos” (Sl 19:7-11). Assim, quem atenta para a lei, honra o Senhor!

3.3. Honre com o coração. Deus é dono de tudo (Sl 24:1; 1Co 10:26). Honre com o coração quem avaliou o seu valor pelo prelo pago na redenção. Na cruz ficou exposto o meu e o seu valor (Ap 5:9). Como devo manifestar minha gratidão diante de tão grandiosa oferta? Busque na sabedoria uma resposta. Proverbio 3:9 diz: “Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda”. Isso me ensina que ofertar é adoração honrosa. E a aliança de Deus conosco envolve uma promessa: “e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares” (Pv 3:10). Você está disposto a fazer um pacto de fidelidade nos dízimos? Sim? Então você encontrou o Reino e se submeteu ao Rei.

3.4. O pacto do dízimo. Pratique a fidelidade. Há uma estreita conexão espiritual entre a prática do dízimo e nosso relacionamento com Deus. “Cada homem tem o seu lugar no plano eterno do Céu. Ocuparmos esse lugar, depende de nossa fidelidade em cooperar com Deus.” (A Ciência do Bom Viver, p. 476). Na história de Israel parece haver uma correspondência entre fidelidade e prosperidade, a bênção decorrente da obediência e a maldição como resultado da ausência dela. Quando retenho os dízimos e as ofertas (Ml 3:10), isso demonstra que meu relacionamento não está “de boa” com Deus, que eu “virei as costas” para o Reino e que somente fiz a minha vontade. E o perigo da infidelidade reside na dramática possiblidade de eu ter assumido o trono. Sou um usurpador. Tomei (leia-se “roubei”) o lugar de Deus. Já não é “primeiro o Reino”, mas primeiro o “eu”. Há, porém, uma promessa, uma aliança condicionada ao meu arrependimento: “Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar, orar, Me buscar e se converter dos seus maus caminhos, Eu ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra” (2Cr 7:14). Essa é uma aliança de cura, de restauração. Uma aliança que envolve a salvação.

3.5. A aliança da salvação. A aliança não envolve o conceito universalista, mas o “individualista”. Deus que fazer uma aliança com cada um. Sua marca é a cruz. Paulo as levava consigo (Gl 6:17). Não é uma experiência unilateral, mas individual. Nesse ponto da revisão do tema da lição, entendo ser próprio considerar na Unidade de Ação os principais pontos da verdade nos textos a seguir (fazem parte da pergunta 1 da lição de domingo). O que está implícito na oferta de Deus para a humanidade?

1 João 5:13 e João 6:29 – a vida eterna. Eu a recebo quando creio que Jesus é o enviado de Deus;

Mateus 10:22 – a perseverança. Entenda-se por fidelidade (aquela que nos dará a coroa da vida – Apocalipse 2:10).

2 Pedro 1:10, 11 – a eleição. A certeza dela implica uma vida de diligência na prática da piedade. Fidelidade não é apenas uma “rima da palavra”, mas um fruto dela.

Conclusão

Os acordos fazem parte das relações humanas e são temporais. Deus fez uma aliança escrita em tábuas de pedras e em nosso coração. Tem cunho eterno (1Pe 1:18-20) e é inabalável (Dt 4:31). É mútua, plenamente realizável, é condicional e pode ser cancelada, se de nossa parte houver transgressão.

Lembre-se: (1) busque o Reino; (2) deixe que Ele reine; (3) ouça com atenção; (4) honre com o coração; (5) pratique a fidelidade; e (5) receba a salvação.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.