Lição 9
24 de fevereiro a 01 de março
Bendito o que vem em nome do Senhor
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Jr 27
Verso para memorizar: “A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a pedra angular. Isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos” (Sl 118:22, 23).
Leituras da semana: Sl 23; Jo 10:11-15; Sl 22; 89:27-32; Cl 1:16; Sl 2; Hb 7:20-28

Os salmos testificam da Pessoa e do ministério de Cristo. Quase todos os aspectos de Sua obra de salvação são vistos no Livro dos Salmos. De diferentes maneiras, a vida e a obra de Cristo são prefiguradas e preditas nele, muitas vezes com notável precisão.Os tópicos revelados em Salmos incluem a divindade de Cristo, Sua filiação, Sua obediência, Seu zelo pelo templo de Deus, Sua identidade como o Bom Pastor, Sua traição, Seu sofrimento, a profecia de que Seus ossos não seriam quebrados, Sua morte, ressurreição, ascensão, sacerdócio e realeza. Está tudo ali, como predito muitos séculos antes que Jesus viesse em carne.

Não é de admirar que, no caminho para Emaús, Cristo tenha apontado para Salmos (Lc 24:44) ao falar sobre as profecias a respeito de Seu ministério. Ele queria que os discípulos encontrassem em Salmos evidências de quem Ele era.

Alguns salmos têm um cumprimento tipológico em Cristo: Salmo 24, 45, 72 e 101 (o Rei e Juiz ideal), 88 e 102 (orações do Servo Sofredor).

Por meio de lamentos, ações de graças, louvores e clamores dos salmistas por justiça e libertação, ouvimos os ecos da oração de Cristo pela salvação do mundo.

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Domingo, 25 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 28
Divino Pastor abnegado

1. Leia os Salmos 23; 28:9; 80:1; 78:52, 53; 79:13; 100:3. Como o relacionamento entre o Senhor e Seu povo é retratado nesses textos? 

A imagem do Senhor como Pastor e do povo como ovelhas de Seu pasto destaca a orientação divina e o cuidado para com o povo, bem como a dependência que o povo tem de Deus. A imagem transmite a ideia de proximidade entre o Senhor e o povo, pois os pastores viviam com seus rebanhos e cuidavam de cada ovelha. A metáfora pastoral também destaca que Deus é o proprietário do rebanho; propriedade garantida por dois fortes vínculos: a criação (Sl 95:6, 7; 100:3) e a aliança (Sl 28:9; Hb 13:20). 

A imagem do Pastor que conduz José como rebanho (Sl 80:1) talvez se refira à bênção de Jacó a José, que retrata Deus como o Pastor de Israel, e apela a essa grande promessa e bênção (Gn 49:24). 

Os reis eram considerados pastores de seu povo (2Sm 5:2). Contudo, somente Deus merece esse título porque a maioria dos reis humanos não viveu de acordo com tal chamado. Somente Jesus o fez, e é por isso que Ele é chamado de Bom Pastor. 

2. O que Jesus diz sobre Si mesmo como o Bom Pastor? Jo 10:11-15 

O estreito vínculo entre o Pastor e Seu rebanho é visto no fato de a voz do Pastor ser inconfundível para Suas ovelhas (Jo 10:4, 27). Até o presente, os pastores do Oriente Médio conseguem dividir seus rebanhos que se misturam simplesmente chamando suas ovelhas, que reconhecem e seguem a sua voz. 

Às vezes, as aflições do rebanho são entendidas como o sinal do descontentamento e do abandono divinos. No entanto, o Bom Pastor não abandona Suas ovelhas perdidas, mas procura salvá-las. Essa é uma imagem do relacionamento de Deus com o povo. Ele Se dispôs a morrer pelas ovelhas (Jo 10:11, 15) e, paradoxalmente, tornar-se um cordeiro sacrifical (Jo 1:29). Além disso, Jesus disse que chamaria Suas ovelhas de outros apriscos e as uniria em um só rebanho (Jo 10:16). 

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Na prática, de que forma você pode se beneficiar de Jesus, o nosso Bom Pastor?


Segunda-feira, 26 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 29
O Messias sofredor

3. Leia os Salmos 22; 118:22. Como o Messias foi tratado por aqueles a quem veio salvar? 

Os salmos expressam a agonia do abandono do Messias sofredor (Sl 42; 88; 102). O Salmo 22 é uma profecia messiânica direta, pois muitos detalhes ali não podem ser historicamente ligados ao rei Davi, mas se encaixam perfeitamente nas circunstâncias da morte de Cristo. Na cruz, Jesus orou com as palavras do Salmo 22:1 (Mt 27:46). Cristo sofreu o tormento da separação do Pai, pois carregou os pecados do mundo inteiro. Só podemos medir Sua aflição pela extensão de Sua proximidade e unidade com o Pai (Jo 1:1, 2; 10:30). No entanto, as profundezas do sofrimento não poderiam quebrar a unidade entre o Pai e o Filho. Em Seu total abandono, Cristo confiou a Si mesmo ao Pai de forma incondicional, apesar do desespero enfrentado. 

“A iniquidade de todos nós foi posta sobre Cristo como nosso substituto e fiador. Ele foi contado como transgressor para nos livrar da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava sobre Ele. A ira de Deus contra o pecado [...] [encheu] de profunda tristeza o coração de Seu Filho” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 605). 

A imagem de touros, leões rugindo e cães destaca a crueldade e a animosidade do povo que Cristo, comparado a um verme indefeso, encontrou nas horas finais. Com incrível precisão, o Salmo 22 narra os comentários venenosos dos que zombavam de Jesus com as próprias palavras Dele (Sl 22:1, 8; Mt 27:43) e os soldados dividindo Suas vestes (Sl 22:18; Mt 27:35). Mal entendia o povo que o “verme” que procuravam esmagar Se tornaria a “pedra angular” do templo e garantiria sua fundação (Sl 118:22). 

No entanto, o Messias rejeitado tornou-Se, após Sua ressurreição, a Fonte de salvação para o povo de Deus (Mt 21:42; At 4:10-12). Cristo sofreu a rejeição da humanidade, mas Deus glorificou Seu Filho ao torná-Lo a “pedra angular” viva do templo de Deus (Ef 2:20-22; 1Pe 2:4-8). Para aqueles que rejeitam essa Pedra, a saber, o meio divino de salvação, ela se tornará o agente do juízo (Is 8:14; Mt 21:44). 

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Na cruz, Jesus pagou a penalidade dos pecados que cometemos. Ele sofreu em nosso favor. Isso afeta sua maneira de viver? Você deve considerar o pecado abominável?


Terça-feira, 27 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 30
Para sempre fiel à Sua aliança

4. Leia os Salmos 89:27-32, 38-46; 132:10-12. O que está incluído na aliança davídica? O que parece tê-la colocado em perigo? 

A aliança davídica contém a promessa divina de apoio eterno à linhagem de Davi e prosperidade do povo de Deus (2Sm 7:5-16; Sl 89:1-4; 19-37; 132:12-18). A permanência da aliança foi estabelecida no juramento divino solene e na fidelidade do rei a Deus. No entanto, mesmo os reis devotos, como Davi, nem sempre foram fiéis ao Senhor. O Salmo 89 lamenta a dura realidade que parecia indicar que as gloriosas promessas da aliança davídica tinham se perdido. Israel estava irremediavelmente abandonado por Deus? A resposta, claro, é: não! A ira de Deus é uma expressão do juízo divino (Sl 38:1; 74:1). No entanto, não dura para sempre, pois o amor divino perdoa os pecados das pessoas quando elas se arrependem. Porém, enquanto dura, o descontentamento de Deus com Seu povo errante é sério. As pessoas sentem as consequências da desobediência e percebem a gravidade de seus pecados (Sl 89:38-46). Contudo, perguntam: “Até quando?”, apelando para o caráter passageiro da ira divina (Sl 89:46). A esperança renovada vem da convicção da fidelidade de Deus para “lembrar-Se” de Sua graça (Sl 89:47, 50). 

Embora o componente humano da aliança tenha falhado, o povo poderia descansar na promessa dos propósitos divinos imutáveis por meio do Messias, que encarna a justiça e a salvação de Israel e do mundo. No fim, Deus prevalecerá, e Seu reino será estabelecido – mas apenas por causa de Jesus, não por méritos do povo. 

Jesus Cristo é o Filho de Davi e o Messias (Mt 1:1; Hb 1:8). Ele é chamado de “o primogênito de toda a criação” (Cl 1:15), aludindo ao Salmo 89:27, que chama Davi, que era o tipo de Cristo, primogênito de Deus. 

Claramente, o título “primogênito” não expressa o status biológico de Davi, visto que ele foi o oitavo filho de seus pais (1Sm 16:10, 11). Isso também ocorre com Jesus. Esse título significa Sua honra e autoridade especiais (Cl 1:16, 20-22). Deus fez de Jesus o Rei supremo sobre o mundo inteiro quando O ressuscitou dentre os mortos (At 2:30, 31). 

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Quem é Jesus e o que Ele fez por nós? Que promessa temos Nele? (Cl 1:16, 20-22)


Quarta-feira, 28 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 31
Rei eterno de poder inigualável

5. O que os salmos ensinam sobre Cristo como Rei? Sl 2; 110:1-3; 89:4, 13-17; 110:1, 2, 5, 6 

O retrato de Deus como o Pai do Messias aponta para a coroação do Rei quando Ele é adotado na aliança divina (Sl 2:7; 89:26-28). O Salmo 2:7 prevê a ressurreição e exaltação de Cristo como o alvorecer da nova aliança eterna e do sacerdócio real de Cristo (At 13:33-39; Hb 1:5; 5:5). O Messias senta-Se à direita de Deus com honra e autoridade sem precedentes (Sl 110:1; At 7:55, 56). “Além disso, a interação entre o Senhor e o ‘Ungido’ (Messias) sugere a intenção de identificar esse Messias davídico com o Senhor. […] Se Aquele que Se senta à direita é o Senhor, então, o Senhor é o Messias, uma vez que este último também é visto à direita [Sl 110:1, 5]” (Jacques Doukhan, On the Way to Emmaus [Clarksville, MD: Lederer Books, 2012], p. 26, 27). No fim, Cristo terá vitória absoluta sobre Seus inimigos. Fazer deles um “estrado dos Seus pés” é uma imagem que reflete o costume dos antigos reis do Oriente Próximo de colocar os pés no pescoço de seus inimigos derrotados para demonstrar total domínio sobre eles. No entanto, a vara de Cristo não é uma ferramenta de terror (Sl 2:9; 110:2). 

A vara (“cajado”) era originalmente usada por líderes tribais como símbolo da tribo (Nm 17:2-10). A vara de Cristo vem de Sião porque Ele representa o povo de Sião. Sua vara é um símbolo do juízo divino, que encerra o governo do mal e retrata o reinado inigualável de Cristo (Ap 2:27; 12:5). Até mesmo os reis ímpios têm a chance de se arrepender e de se submeter ao Messias (Sl 2:10-12). 

Uma ilustração da vitória final de Cristo encontra-se na cena pré-advento em Daniel 7, a qual mostra que, depois do juízo feito em favor dos “santos do Altíssimo” (Dn 7:22), Seu “reino eterno” é estabelecido (Dn 7:27). Por causa da cruz, a promessa do reino está assegurada. 

É prometida uma bênção a todos os que confiam no Rei, e o povo se alegra com o reinado soberano e justo do Messias (Sl 2:12; 89:15-17). 

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É bom saber que no fim o bem triunfará sobre o mal, a justiça será feita e a dor e o sofrimento serão vencidos. Essa verdade nos consola quando o mal parece prosperar?


Quinta-feira, 29 de fevereiro
Ano Bíblico: RPSP: Jr 32
Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque

6. Leia Salmo 110:4-7. Em que aspecto o sacerdócio de Cristo é único e que grande esperança encontramos no Seu sacerdócio celestial? 

Deus dotou o Messias de uma realeza eterna (Sl 110:1-3) e de um sacerdócio superior, a ordem de Melquisedeque (Sl 110:4-7). O Senhor sela Sua palavra com uma promessa solene (Hb 6:18). O juramento de Deus de não voltar atrás em nos dar um Sacerdote perfeito é sinal de Sua graça. Os pecados e as rebeliões do povo provocam o Senhor a abandonar Seu povo, mas o juramento divino é imutável e garante a graça em revogar Seu juízo sobre o povo arrependido (Êx 32:14; Sl 106:45). 

O juramento divino introduz um elemento novo à aliança davídica ao declarar que o Rei-Messias também é Sacerdote (Sl 110:4). Os reis não atuavam como sacerdotes (Nm 8:19; 2Cr 26:16-21). Reis e pessoas traziam sacrifícios aos sacerdotes, os quais os ofereciam. O Salmo 110 diferencia o Rei-Messias de outros reis e sacerdotes. O sacerdócio de Cristo deriva de Melquisedeque, que era ao mesmo tempo rei de Salém (Jerusalém) e sacerdote de Deus (Gn 14:18-20). O AT não fala de Davi ou de outro rei exercendo o sacerdócio na ordem de Melquisedeque, exceto no Salmo 110, que fala sobre um Rei-Sacerdote distinto na história de Israel. 

7. Quais são as implicações do sacerdócio superior de Cristo? Hb 7:20-28 

Cristo, Rei e Sacerdote, é superior aos sacerdotes e reis humanos. Ele defende uma aliança superior com base no juramento divino, não em promessas humanas. Ele serve no santuário celestial. Seu sacerdócio não é afetado pelo pecado ou pela morte. Assim, Ele pode interceder e salvar Seu povo para sempre. A obra reconciliadora do Sacerdote perfeito e compassivo dá ao Seu povo a certeza de permanecer na presença de Deus (Hb 6:19, 20). O sacerdócio de Cristo abolirá o governo do mal no coração das pessoas e no mundo. Ele cumprirá a promessa do Salmo 2 de que toda nação e governante estarão sujeitos ao juízo real de Cristo (Sl 2:6-9; 110:1, 2, 5, 6). O sacerdócio real de Jesus faz uma reivindicação absoluta sobre nossa obediência e confiança.

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Sexta-feira, 01 de março
Ano Bíblico: RPSP: Jr 33
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 9-15 (“Deus conosco”).

Salmos contêm orações de Cristo e orações sobre Ele, numa revelação singular da Pessoa de Cristo e do ministério redentor do “Deus conosco” (Mt 1:23). Jesus é “Deus conosco” nas orações de batalha do abandono e do sofrimento; nos clamores por justiça e libertação, pois não nos abandona à perdição e desespero, mas nos mostra o caminho da fé vitoriosa. Ele Se tornou para nós o eterno Sacerdote e Rei para nos salvar da condenação eterna do pecado. Em Cristo, o perfeito Rei davídico, todas as divinas promessas solenes de salvação encontram seu cumprimento (2Co 1:20). 

Ellen G. White descreve a unidade de Cristo com a humanidade: “Por meio de Sua humanidade, Cristo esteve em contato com os seres humanos; por Sua divindade, Ele Se firma no trono de Deus. Como Filho do Homem, deu-nos exemplo de obediência; como Filho de Deus, dá-nos poder para obedecer. Foi Cristo que, da sarça no monte Horebe, falou a Moisés [...]: ‘Eu Sou o que Sou. [...] Assim dirás aos filhos de Israel: Eu Sou me enviou a vós outros’ (Êx 3:14). Foi essa a garantia da libertação de Israel. Assim, quando Ele veio ‘em semelhança de homens’ (Fp 2:7), declarou ser o Eu Sou. A Criança de Belém, o manso e humilde Salvador, é Deus ‘manifestado na carne’ (1Tm 3:16). A nós, Ele diz: ‘Eu Sou o Bom Pastor’ (Jo 10:11); ‘Eu Sou o Pão vivo’ (Jo 6:51); ‘Eu Sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida’ (Jo 14:6). ‘É-Me dado todo o poder no Céu e na Terra’ (Mt 28:18, ARC). Eu Sou a certeza da promessa. Eu Sou, não tenham medo” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 13). 

Perguntas para consideração

1. A fidelidade de Deus à aliança, apesar da infidelidade do povo, nos traz segurança?

2. O sacerdócio único e superior de Cristo dá certeza de salvação ao povo de Deus?

3. As promessas messiânicas cumpridas em Cristo demonstram a veracidade da Palavra de Deus? É importante continuar confiando na Palavra de Deus?

4. Que conforto obtemos do texto de Mateus 28:18? Como aplicá-lo em nossa vida? 

Respostas e atividades da semana: 1. Deus é o Pastor, e Seu povo, as ovelhas. 2. O Bom Pastor dá a vida pelas ovelhas. 3. Zombaram Dele e O rejeitaram. 4. A aliança davídica contém a promessa divina da linhagem de Davi no trono. A desobediência e os graves pecados dos líderes e do povo. 5. Deus O colocou à Sua direita e entregará a Ele Seus inimigos. Ele julgará as nações. O Seu reino será eterno. 6. Cristo é Rei e Sacerdote. Seu sacerdócio garante a graça divina em revogar Seu juízo sobre o povo arrependido. 7. Ele intercede por Seu povo e o salva para sempre. Dá-nos certeza de permanecermos na presença de Deus.

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Resumo da Lição 9
Bendito o que vem em nome do Senhor

ESBOÇO 

Introdução: Nesta semana, estudaremos o assunto mais sublime de toda a Escritura Sagrada: nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A centralidade de Jesus em toda a Bíblia é de suma importância para nossa compreensão das Escrituras e, a esse respeito, o Saltério não é exceção. Entre seus inúmeros cânticos de louvor, perdão, justiça e retribuição, Jesus é retratado como Pastor, Messias sofredor, Filho de Davi, Rei eterno e Sacerdote celestial. Essas representações nos ajudam a compreender melhor Sua posição preeminente no plano da redenção e Seu amor por todos nós. 

O Livro dos Salmos nos oferece uma perspectiva mais ampla do ministério de Cristo no Céu e de Sua segunda vinda. Nesta semana, vamos considerar, a partir do Saltério, algumas dessas perspectivas sobre Jesus e Sua obra. 

COMENTÁRIO 

Os escritores do Novo Testamento consideravam o Livro dos Salmos uma fonte essencial para a compreensão da vida e da obra de Cristo. O Novo Testamento faz referência a muitas passagens do Saltério para mostrar como Jesus cumpre as profecias do Antigo Testamento. Algumas dessas referências são “citações” (ou seja, copiam palavra por palavra), enquanto outras são “alusões” (mencionam as ideias que estão presentes em um texto específico do Antigo Testamento, mas sem citar palavra por palavra). 

Muitos textos do Saltério falam sobre a divindade de Cristo e Seu ministério na Terra. Essas referências revelam que os salmistas, por orientação do Espírito Santo, tiveram a intenção de destacar e anunciar a obra de Jesus. Com essa visão geral em mente, voltemos nossa atenção para os principais textos do Saltério que os escritores do Novo Testamento aplicaram a Jesus. 

Jesus é o Yahweh do Antigo Testamento – Ele é Deus! 

PREDIÇÃO 

SALMO 

APLICAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO 

Jesus deve ser adorado 

Sl 97:7 

Hb 1:6 

Jesus, como Deus, recebe honras 

Sl 45:6, 7 

Hb 1:8, 9 

Jesus é o Criador e é eterno 

Sl 102:25-27 

Hb 1:10-12 

Jesus é o Filho de Deus 

Sl 2:7 

At 13:33; Hb 1:5; 5:5 

A divindade de Jesus era um assunto extremamente importante para os escritores do Novo Testamento, assim como deve ser para nós. Na tabela acima, podemos ver as passagens dos Salmos referentes à divindade de Yahweh que Paulo e Lucas aplicam a Jesus. 

A divindade de Jesus torna Seu sacrifício singular e poderoso: Aquele que morreu na cruz para nos redimir foi o próprio Criador. Que pensamento profundo! Jamais conseguiremos compreender plenamente essa profunda verdade em todas as suas dimensões, quer nesta vida ou ao longo dos séculos sem fim da eternidade; mas, obviamente, buscar entender melhor e aceitar essa sublime verdade será capaz de transformar nosso coração. 

A vida e o ministério de Jesus 

PREDIÇÃO 

SALMO 

APLICAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO 

A encarnação de Jesus e Sua oferta perfeita 

Sl 40:6-10 

Hb 10:5-7 

O zelo pela casa de Deus consumiria Jesus 

Sl 69:9 

Jo 2:17 

Jesus abriria a boca em parábolas 

Sl 78:2 

Mt 13:35 

Jesus alimentaria o povo com o pão do Céu 

Sl 78:24 

Jo 6:31 

Jesus é a pedra angular 

Sl 118:22 

Mt 21:42; Mc 12:10, 11; Lc 20:17 

As crianças engrandeceriam as obras de Jesus no templo 

Sl 8:2 

Mt 21:16 

Os escritores dos evangelhos e do Novo Testamento como um todo entenderam que determinadas passagens do Antigo Testamento, como certos salmos, anunciavam o ministério de Jesus. Por causa das inúmeras citações do Saltério no Novo Testamento, podemos dizer que os Salmos eram o livro favorito dos autores do Novo Testamento. Eles usaram os Salmos para defender que os profetas haviam predito os eventos mais importantes do ministério de Jesus na Terra, conforme vemos na tabela acima. 

O sofrimento e a paixão de Jesus 

PREDIÇÃO 

SALMO 

APLICAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO 

Jesus seria traído por um amigo próximo 

Sl 41:9 

Jo 13:18 

Seus inimigos Lhe dariam fel e vinagre para beber quando tivesse sede 

Sl 69:21 

Mt 27:34, 48 

Seria abandonado pelo Pai 

Sl 22:1 

Mt 27:46; Mc 15:34 

Jesus seria escarnecido 

Sl 22:7 

Mt 27:39; Lc 23:35 

Seus inimigos balançariam a cabeça em desprezo a Ele 

Sl 109:25 

Mt 27:39 

Jesus teria a fé desafiada 

Sl 22:8 

Mt 27:43 

Suas vestes seriam divididas 

Sl 22:18 

Mt 27:35; Mc 15:24 

Jesus Se tornaria repugnante para Seus amigos 

Sl 88:8 

Lc 23:49 

Ao morrer, Jesus entregaria o Seu espírito. 

Sl 31:5 

Lc 23:46 

Seus ossos não seriam quebrados 

Sl 34:20 

Jo 19:36 

Seu corpo não iria se decompor na sepultura 

Sl 16:8-11 

At 2:25-28; 13:35 

Os apóstolos procuraram apresentar evidências bíblicas para apoiar a verdade de que o sofrimento e morte de Jesus havia sido um evento predito em detalhes no Antigo Testamento. 

(Lembre-se de que estamos estudando evidências bíblicas retiradas apenas do Saltério. É claro que encontramos no Antigo Testamento inúmeras outras predições do sofrimento de Cristo, especialmente no livro de Isaías.) 

O grande conjunto de evidências bíblicas do Livro dos Salmos comprova a veracidade da agonia, morte e ressurreição de Jesus. A crucifixão e ressurreição de Cristo são o ápice da história da salvação entre a queda no Éden e a segunda vinda de Cristo, bem como o ponto central do plano da redenção. 

A exaltação de Jesus após Sua ressurreição 

PREDIÇÃO 

SALMO 

APLICAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO 

O Messias Se sentaria à direita de Yahweh 

Sl 110:1 

Mt 22:44; Mc 12:36; Lc 20:42; At 2:34 

Um descendente de Davi Se assentaria no trono dele 

Sl 132:11 

At 2:30 

Jesus governaria as nações 

Sl 2:1, 2 

At 4:25, 26 

Jesus seria um Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque 

Sl 110:4 

Hb 5:6, 10; 6:20; 7:17, 21 

Jesus levaria uma multidão de cativos 

Sl 68:18 

Ef 4:7, 8 

O ministério expiatório de Jesus no Céu não é menos importante do que o sacrifício expiatório que Ele realizou no Calvário. Por isso, não é coincidência que o Salmo 110 seja o texto do Antigo Testamento do qual o Novo Testamento faz mais citações e alusões. O Salmo 110:1, por exemplo, é usado muitas vezes no Novo Testamento: Mateus 22:44; 26:64; Marcos 12:36; 16:19; Lucas 20:42, 43; 22:69; Atos 2:34, 35; 1 Coríntios 15:25; Efésios 1:20; Colossenses 3:1; Hebreus 1:3, 13; 8:1; 10:12, 13; 12:2. Já o Salmo 110:4 é citado um total de quatro vezes: Hebreus 5:6; 6:20; 7:17, 21. 

O ministério celestial de Jesus e nossa compreensão de Sua obra em nosso favor são fundamentais para desenvolvermos diariamente uma experiência espiritual mais profunda. A Carta aos Hebreus declara, de maneira confiante: “Temos essa esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-Se Sumo Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6:19, 20, NVI, citando Sl 110:4). 

Atributos do caráter de Deus nos salmos aplicados a Jesus no Novo Testamento 

Para compreendermos melhor como os salmos estão intimamente relacionados com Jesus, vamos examinar os seguintes exemplos do Saltério e suas aplicações no Novo Testamento: 

(1) A bondade do Senhor pode ser “provada” ou experimentada pessoalmente (Sl 34:8; veja 1Pe 2:3, 4); (2) Jesus perdoa pecados (Sl 103:2, 3; veja Lc 5:21, 24). (3) Ele é a vida (Sl 36:9; veja Jo 1:4); (4) Ele é a Rocha (Sl 18:2; 95:1; veja 1Pe 2:6; 1Co 10:4); (5) Ele é justo (Sl 129:4; 145:17; veja 1Jo 1:9; 2:1); (6) Ele é onipresente (Sl 139:8; veja Ef 1:23; Mt 18:20); (7) Seu reino é eterno (Sl 145:13; veja Dn 7:14, sobre o Reino do Filho do Homem); (8) Sua Palavra habita nos crentes (Sl 119:11; veja Cl 3:16). 

Esses exemplos mostram que o Deus dos Salmos é o Messias revelado no Novo Testamento. Assim, o Deus do Antigo Testamento não é diferente do Deus revelado no Novo Testamento. 

O tom messiânico do Salmo 24 

Alguns salmos se referem a certos eventos da vida do Messias ou a imagens messiânicas. O Salmo 24 é um deles. Os primeiros versos (Sl 24:1-6) remetem ao Salmo 15, dada a sua semelhança temática. O Salmo 24 também apresenta informações sobre a identidade daqueles que têm permissão para entrar no santuário, ou o monte santo de Deus. 

Nos versos 7 a 10, o Salmo 24 assume um forte tom messiânico e descreve Yahweh entrando na cidade santa. Muitos comentaristas, entre os quais Ellen G. White, aplicam esse texto à ascensão de Jesus ao Céu (veja Primeiros Escritos [CPB, 2022], p. 180, 181). Esses versículos são uma alegre descrição da entrada de Jesus no reino celestial, em meio ao canto dos anjos, que proclamam que Ele é “o Rei da glória” e “o Senhor, forte e poderoso, o Senhor, poderoso nas batalhas” (Sl 24:8). Essa cena é uma representação em miniatura do grande evento futuro em que todos os remidos entrarão pelos portões da cidade santa. 

APLICAÇÃO PARA A VIDA 

Considere a importância do estudo desta semana. Em primeiro lugar, nosso estudo é uma confirmação de que a Palavra profética tem origem divina. De que outra maneira poderíamos explicar a grande quantidade de textos bíblicos, escritos entre o 10o e o 5o século a.C., que predisseram com precisão infalível os eventos mais importantes da vida do Messias? De que outra forma Jesus, por Sua vez, poderia cumprir todos os detalhes dessas profecias, senão pela orientação do Espírito Santo, sob cuja inspiração os profetas predisseram a vinda do Salvador? Muitos zombam das Escrituras. Nossa esperança é que o estudo desta semana fortaleça a fé de seus alunos no Ungido e em Sua Palavra. 

Além disso, nosso estudo revela a unidade da Bíblia, que é um todo coeso. Os conceitos e temas da Bíblia estão minuciosamente interligados, revelando o Espírito que inspirou a mente dos profetas e dos apóstolos que a escreveram. Ela é a maior obra-prima já produzida. Nossa fé e ações devem estar alicerçadas nessa rocha. 

Por último, nosso estudo comparando o Saltério com o Novo Testamento nos deu vislumbres sobre a Pessoa e o caráter de Jesus. As Escrituras são como um baú no qual descobrimos constantemente mais pedras preciosas da verdade sobre Deus.

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Tocada por Jesus

Nepal | Rupamava

A vida era difícil para Rupamaya. Quando ela pensou que não poderia ficar mais difícil, ficou. Rupamaya nasceu em uma família de casta inferior, os “intocáveis” no Nepal. A mancha de sua hereditariedade significava que ela seria considerada impura por toda a vida e que morreria a morte dos impuros. Quaisquer filhos que ela gerasse também seriam impuros. Nada poderia remover o estigma de intocabilidade ligado a ela, e ela sempre seria considerada menos que humana. Como intocável, Rupamaya não pôde ir à escola e nunca aprendeu a ler ou escrever.

Ela se casou aos 14 anos. No Nepal, o casamento infantil era e é comum. Mas a vida não melhorou depois do casamento. O marido de Rupamaya não possuía nenhuma terra, e os dois trabalhavam na roça de outras pessoas para sobreviver. Rupamaya deu à luz sete filhos. Ela não podia sustentá-los. Então, quando cada um cresceu o suficiente, ela os mandou trabalhar e morar na casa de parentes e de outras pessoas.

Então, seu filho de dois anos morreu com febre alta. Depois disso, dois de seus filhos desapareceram quando ela os mandou visitar a irmã mais velha em outra cidade. A irmã trabalhava num hotel e escrevera para casa dizendo que havia economizado algum dinheiro para a família. Rupamaya pediu aos dois meninos, de onze e treze anos, que buscassem o dinheiro. Os meninos encontraram a irmã e se despediram dela no ônibus enquanto voltavam para casa. Mas eles nunca chegaram em casa. Alguém disse que o ônibus sofreu um acidente. Rupamaya procurou por seus filhos, mas não conseguiu encontrá-los.

Infelizmente, a tragédia aconteceu novamente. Seu marido não se sentia bem, mas a família não tinha dinheiro para um médico. Pouco depois, ele morreu. Ser um intocável era difícil. Ser uma viúva intocável era ainda pior. Até mesmo outros intocáveis a desprezavam.

Com o passar dos anos, Rupamaya ficou muito triste. Finalmente, ela parou de trabalhar. Porque ela não trabalhava, não tinha comida. Ela não queria comer de qualquer maneira. Em vez disso, ela ficava deitada na cama, pensando no marido e nos três filhos perdidos. Ela se entristeceu por sua vida e pensou em suicídio.

“Por que minha mãe me deu à luz?”, imaginou ela. “Por que todas essas coisas aconteceram comigo?”

Foi então que uma estranha apareceu em sua casa. Tirtha trabalhava como voluntária para a Igreja Adventista do Sétimo Dia e tinha ouvido falar de Rupamaya pelos vizinhos. Ela trouxe comida e remédios para a mulher. Tirtha orou por Rupamaya. “Por que você não vem à minha igreja?”, disse ela. “Vamos orar por você.”

Tirtha começou a visitá-la regularmente. Rupamaya ansiava pelas visitas. Ela gostou da comida, remédios e orações. A esperança foi acesa em seu coração pela primeira vez em anos. Ela começou a frequentar a Igreja Adventista.

Oito anos depois, Rupamaya é uma fiel adventista do sétimo dia. Ela tem 65 anos e mora com um dos filhos e a esposa dele. Por influência dela, sua nora recentemente se uniu à Igreja Adventista.

Rupamaya disse que perdeu tudo, mas está feliz porque tem Jesus. Ela pode ser considerada intocável por alguns, mas está feliz porque seu coração foi tocado por Jesus.

“Meu marido morreu, um filho morreu, e dois filhos desapareceram, e não sei o que aconteceu com eles mesmo 30 anos depois”, disse ela. “Perdi tudo, mas tenho Jesus em minha vida. Tenho a grande esperança de que um dia, quando Jesus vier, poderei ver os entes queridos que perdi.”

Parte das ofertas deste trimestre ajudará a estabelecer uma escola onde as crianças possam aprender a ler e escrever no Nepal. Obrigado por suas ofertas generosas.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

Pronuncie Rupamaya como: RUPA-maya.

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Faça o download das Postagens da Missão e Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática: bit.ly/sud-2024.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2024

Tema geral: O Livro dos Salmos

Lição 9 – 24 de fevereiro a 2 de março

Bendito o que vem em nome do Senhor

Autor: Ezinaldo Ubirajara Pereira

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

Há, no Antigo Testamento, três classes de profecias: 1) a profecia clássica, cujo cumprimento é condicional e se refere ao tempo e ao contexto do profeta; 2) a profecia apocalíptica, cujo cumprimento não é condicional e tem o seu cumprimento no “tempo do fim”, e 3) a profecia messiânica, cujo cumprimento se destina à Pessoa e ao ministério do Senhor Jesus Cristo.

Em Salmos, encontramos uma quantidade de textos referentes ao Messias. Parte desses textos têm natureza tipológica ou profética. Os textos tipológicos não são proféticos, mas apresentam características representativas/metafóricas. Por exemplo, o Salmo 23. Essencialmente, o capítulo não é uma profecia messiânica, mas o seu uso é metafórico/comparativo. Deus é comparado a um pastor de ovelhas, e essa imagem é usada no Novo Testamento em relação a Cristo (Jo 10:1-18).

Os capítulos de natureza profético-messiânica já apontam diretamente para um elemento futuro concernente a algum aspecto do ministério de Jesus Cristo. Por exemplo, o Salmo 132:11. O texto previu que o reino de Davi jamais teria fim, porque um Descendente de Davi Se sentaria em Seu trono para governar. Certamente essa profecia se refere a Jesus, o qual seria visto como Rei pelo Novo Testamento e chamado de “Filho de Davi” (Mt 1:1-17).

Certamente que, para ambos os contextos (metafóricos ou proféticos), a compreensão e aplicação dos textos depende totalmente de como os escritores do Novo Testamento leram, consideraram, entenderam e usaram esses textos dentro do contexto do evento Cristo.

Para o estudo desta semana, foram escolhidos alguns salmos, tanto de teor metafórico quanto profético-messiânicos. Atentemos e consideremos seus conteúdos.

 

O pastoreio do Messias

Dos textos do Antigo Testamento que usam a ilustração do pastor relacionada a Deus, o Salmo 23 é o mais conhecido. A imagem é de alguém que se sente cuidado, protegido, guiado e amparado pelo Senhor, assim como uma ovelha em relação ao seu pastor. A mensagem central do capítulo é que a presença do Pastor é mais importante do que todas as coisas, e essa ideia já é introduzida no primeiro versículo: “O Senhor é o meu Pastor; nada me faltará” (Sl 23:1). A versão da Bíblia Hebraica Stuttgartensia (BHS), diz assim: “O Senhor é o meu Pastor, não faltará”. O texto deixa implícito que a presença do Pastor não vai faltar, e é justamente isso que se encontra no centro do capítulo: quando o salmista está passando pelo momento mais desafiador de sua vida, o “vale da sombra e da morte” (v. 4), justamente o que não vai faltar é a presença do Pastor, pois ele diz: “Tu estás comigo”. Essa imagem do pastor presente, que cuida, sustenta e protege seu rebanho se reflete no cenário de João 10, em que Jesus Se apresenta como “o bom pastor” que “dá a vida pelas ovelhas” (Jo 10:11).

 

O sofrimento do Messias

O Salmo 22 é uma profecia messiânica sobre os sofrimentos que o Messias passaria. O capítulo já inicia com as mesmas palavras que Jesus usou quando estava pendurado na cruz do Calvário (Sl 22:1; comparar com Mt 27:46). Os versículos 7 e 8 se cumpriram literalmente no Calvário (Mt 27:39; Mc 15:29; Lc 23:35), assim como os versículos 16 a 18 (Mt 27:35; Mc 15:24; Lc 23:54 e Jo 19:24).

Certamente, nem todos os detalhes do capítulo se cumpriram em Jesus, pois alguns elementos diziam respeito à experiência que o salmista estava vivendo; no entanto, as palavras registradas nesses textos encontraram seu cumprimento no sofrimento que Jesus passou no Calvário. Os evangelistas reconheceram isso quando usaram os textos.

 

A aliança do Messias

A aliança é um tema que percorre a Bíblia desde Gênesis até o Apocalipse. Deus fez uma aliança, e deseja que os súditos de Seu reino correspondam a essa Aliança. Em cada fase da história de Seu povo, Deus renovou a mesma aliança que havia estabelecido desde o Éden com Adão e Eva. No contexto da monarquia, Deus renovou a Sua aliança com o rei Davi, sendo esta conhecida como “aliança davídica”. Nessa aliança, uma das promessas feitas por Deus é que surgiria algum descendente da tribo de Judá para dar continuidade ao reinado davídico, no entanto, de forma plena e vitoriosa (Sl 89:3, 4, 19-29).

No Salmo 89, a aliança é lembrada quando se usa, nos versículos 3, 28, 34 e 39, a mesma palavra usada na aliança com Israel no Sinai, a palavra berith (Êx 19:15; 24:7, 8). Quando Jesus esteve na Terra, já finalizando Seu ministério, Ele declarou que veio cumprir a “aliança”, que foi renovada “em favor de muitos, para remissão de pecados” (Mt 26:28). Essas mesmas palavras que Jesus usou na Santa Ceia para Se referir à aliança, são os termos usados na profecia messiânica das setenta semanas de Daniel 9:24-27. A profecia apontou que o Messias viria para fazer “firme aliança com muitos” (Dn 9:27). O termo “aliança” e “muitos” fazem a correspondência entre a profecia e o cumprimento.

 

O reinado do Messias

O Salmo 2 é a continuação do Salmo 1. Assim, esses dois salmos são vistos como uma unidade. Isso é percebível porque, da mesma forma que começa o Salmo 1, com a palavra “Bem-aventurado” (Sl 1:1), assim também termina o Salmo 2 (Sl 2:12). Enquanto no Salmo 1 se tratou do Messias e de Sua lei (Sl 1:2), o Salmo 2 tratou do Messias e de Seu reino (Sl 2:6). O reino do Messias é apresentado no capítulo em uma divisão quádrupla:

 

a) v. 1-3

Conspiração dos reis hostis contra o Messias.

b) v. 4-6

O estabelecimento do reino do Messias sobre o Monte Sião.

c) v. 7-9

Proclamação do decreto concedendo domínio ao Messias.

d) v. 10-12

Advertência contra os reis hostis para que se submetam ao Messias.

 

As linhas “a” e “d” formam o primeiro paralelo, tratando da rebelião dos reis humanos contra o Messias (v. 1-3; linha a) e da advertência de juízo sobre eles, caso não se submetam ao Messias (v. 10-12; linha d). Já as linhas “b” e “c”, servem como linhas centrais da estrutura, nas quais o estabelecimento do reino do Messias é proclamado (v. 6, 7; os versos centrais da estrutura). Assim, o reino do Messias é central e é contrastado com os reinos rebeldes e passageiros dos “reis da Terra” (v. 2, 10).

 

O sacerdócio do Messias

O Salmo 110 é uma profecia dupla, pois os primeiros três versículos tratam do Messias como Rei ao lado do Senhor. No entanto, este mesmo Rei é também declarado “Sacerdote para sempre” (v. 4). Essas duas funções fazem do Messias uma figura única, capaz de fazer Nele “perfeita união entre ambos os ofícios” (Zc 6:13).

Melquisedeque é usado como um tipo de Jesus, pois, segundo a narrativa bíblica, ele aparece sem menção de sua ancestralidade (Gn 14:18-20), sendo, por isso, usado pelo salmista como figura tipológica para o sacerdócio de Cristo no santuário celestial (Hb 7:1-3).

Jesus, no Livro dos Salmos, foi profetizado como o Messias Salvador, Aquele que morreria e sofreria pelos pecados da humanidade. A profecia se cumpriu; entretanto, Ele ressuscitou e ascendeu ao Céu para exercer Sua obra sacerdotal pelos Seus filhos. Após terminar essa obra, Ele voltará à Terra como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Ap 19:16).

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Ezinaldo Ubirajara Pereira nasceu na capital de São Paulo. É graduado em Teologia pelo Centro Universitário Adventista de São Paulo – campus, Engenheiro Coelho, e Administração de Empresas pela Escola Superior da Amazônia (ESAMAZ), campus Belém, Pará. Tem pós-graduação em Interpretação Bíblica pelo UNASP-EC. Possui Mestrado em Teologia com ênfase em Antigo Testamento pela Universidad Peruana Unión (UPeU – campus Lima, Peru). Atualmente cursa o programa de Doutorado em Teologia do Antigo Testamento pela UAP (Universidad Adventista del Plata – Libertador San Martin – Argentina). Atuou como capelão e pastor distrital. Hoje é professor na Faculdade Adventista de Teologia do UNASP-EC. É casado com Teresa Ramos Pereira, nascida em Taboão da Serra, SP, mestre em Liderança pela Andrews University. O casal tem dois filhos: Benjamim Dérek, de 6 anos, e Richard Dérek, de 2 anos.

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