Lição 11
05 a 11 de setembro
Compartilhando a história de Jesus
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ez 27-29
Verso para memorizar: “Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1Jo 5:13)
Leituras da semana: Ef 2:1-10; 1Jo 4:7-11; Mc 5:1-20; Hb 10:19-22; Gl 2:20; 1Co 1:30

Como afirmamos em uma lição anterior, nada comprova com mais eloquência o poder do evangelho que uma vida transformada. As pessoas podem discutir nossa teologia e doutrinas; podem até pôr em dúvida nossa compreensão das Escrituras, mas raramente questionam nosso testemunho do que Jesus significa para nós e fez em nossa vida.

Testemunhar é compartilhar o que sabemos sobre Jesus. É permitir que os outros conheçam o que Ele significa para nós e o que Ele fez por nós. Se nosso testemunho consiste apenas em tentar provar que o que cremos está certo e o que os outros creem está errado, encontraremos forte oposição. Porém, se nosso testemunho sobre Jesus vier de um coração transformado por Sua graça, cativado por Seu amor e maravilhado com Sua verdade, outros ficarão impressionados com a maneira pela qual a verdade em que cremos tem impactado nossa vida. A verdade apresentada no contexto de uma vida transformada faz toda a diferença.

Quando Cristo é o centro de toda doutrina e cada ensinamento bíblico reflete Seu caráter, aqueles com quem compartilhamos as Escrituras têm muito mais probabilidade de aceitar Sua palavra.



Domingo, 06 de setembro
Ano Bíblico: Ez 30-32
Jesus: o fundamento de nosso testemunho

Como cristãos, todos temos uma história pessoal para contar, um relato do que Jesus mudou em nossa vida e sobre o que Ele fez por nós.

1. Leia Efésios 2:1-10. Como éramos antes de conhecer a Cristo? O que é nosso desde que O aceitamos?

A. Antes de conhecer a Cristo (Ef 2:1-3): _______________________________________

B. Depois de conhecer a Cristo (Ef 2:4-10): _____________________________________

Que mudança incrível! Antes de conhecermos a Cristo, estávamos “mortos em [nossos] delitos e pecados”, andando “segundo o curso deste mundo”, “fazendo a vontade da carne”; “e éramos, por natureza, filhos da ira”. Simplificando, antes de conhecer a Cristo, vagávamos sem rumo pela vida em uma condição perdida.

Podemos ter vivenciado o que parecia ser felicidade, mas havia uma angústia do coração e um propósito não realizado em nossa vida. Ir a Cristo e experimentar Seu amor fizeram toda a diferença. Agora, Nele, estamos verdadeiramente “vivos”. Mediante “a suprema riqueza da Sua graça” e Sua rica misericórdia para conosco, recebemos o dom da salvação. Ele nos ressuscitou para nos fazer “assentar nos lugares celestiais em Cristo
Jesus; para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da Sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus”. No Salvador, a vida assumiu
um novo significado e tem um novo propósito. Como João declarou: “A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens” (Jo 1:4).

2. Leia Efésios 2:10. Por que as boas obras são tão essenciais para a fé do cristão? Como entender essa ideia no contexto da salvação pela fé “independentemente das obras da lei” (Rm 3:28)?

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O que mudou em sua vida por causa de Cristo? Essa mudança poderia ajudar alguém a conhecer Jesus? O que você pode fazer para compartilhar essa experiência?


Segunda-feira, 07 de setembro
Ano Bíblico: Ez 33-35
Transformados pelo amor de Cristo

João e Tiago, filhos de Zebedeu, eram conhecidos como os “Filhos do Trovão” (Mc 3:17). Na verdade, Jesus lhes deu esse apelido. Um fato que ilustra o temperamento impetuoso de João ocorreu quando Jesus e Seus discípulos estavam viajando por Samaria. Quando tentaram encontrar um aposento para passar a noite, enfrentaram oposição devido ao preconceito dos samaritanos contra os judeus. Eles não foram aceitos nem mesmo na mais humilde das acomodações.

Tiago e João pensaram ter a solução para o problema. “Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do Céu para os consumir?” (Lc 9:54). Jesus repreendeu os irmãos, e todos deixaram o vilarejo em silêncio. O caminho de Jesus é o do amor, não da força combativa.

Na presença do amor de Jesus, a impetuosidade e a ira de João foram transformadas em bondade amorosa e espírito gentil e compassivo. Na primeira epístola de João, a palavra “amor” aparece quase 40 vezes; e em suas várias formas, aparece 50 vezes.

3. Leia 1 João 1:1-4; 3:1; 4:7-11; 5:1-5. O que essas passagens revelam sobre o testemunho de João e as mudanças que ocorreram em sua vida por causa de sua interação com Jesus? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) João se tornou um discípulo amoroso, que recomendava a todos o amor.
B.(  ) João passou a controlar sua ira pelo medo de passar vergonha.

Existe uma verdade eterna que é uma lei do Universo. Ellen G. White apresentou esse princípio com estas sábias palavras: “O uso da força é contrário aos princípios do governo de Deus. Ele deseja apenas o serviço de amor. E o amor não pode ser imposto, não pode ser conquistado pela força ou autoridade. Só o amor desperta amor” (O Desejado de Todas as Nações, p. 22).

Quando estamos comprometidos com Cristo, Seu amor brilhará de nós para os outros. O maior testemunho do cristianismo é uma vida transformada. Isso não significa que jamais cometeremos erros nem que seremos, em todos os momentos, os condutos de amor e graça que devemos ser. Mas significa que, nas condições ideais, o amor de Cristo fluirá de nossa vida e seremos uma bênção às pessoas ao nosso redor.

Você reflete bem o amor de Cristo para os outros? Pense nas implicações de sua resposta.


Terça-feira, 08 de setembro
Ano Bíblico: Ez 36-38
Contando a história de Jesus

Quais foram os primeiros missionários enviados por Jesus? Não foram os discípulos nem os seguidores de longa data, mas homens loucos e endemoninhados, que haviam aterrorizado os habitantes de uma região campestre e infligido medo no coração dos vizinhos.

Com poder sobrenatural, um desses endemoninhados tinha quebrado as correntes que o prendiam. Ele gritava em tons horríveis e mutilava seu corpo com pedras afiadas. A agonia em sua voz refletia uma angústia profunda em seu coração (Mt 8:28, 29; Mc 5:1-5).

Porém, eles se encontraram com Jesus e foram transformados. Os demônios foram expulsos e lançados nos porcos, que se precipitaram no mar (Mt 8:32-34; Mc 5:13, 14).

4. Leia Marcos 5:1-17. O que ocorreu com aqueles homens e o que as pessoas da cidade encontraram quando saíram para ver o que havia acontecido?

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Os endemoninhados foram transformados. As pessoas os encontraram assentados aos pés de Jesus, ouvindo cada palavra da boca do Mestre.
Mateus declara que havia dois endemoninhados libertos, enquanto Marcos destaca a história de apenas um dos dois. A questão é que Jesus os restaurou física, mental, emocional e espiritualmente.

5. Leia Marcos 5:18-20. Os endemoniados convertidos desejavam ficar com Jesus. Porém, o que Cristo os enviou a fazer? Assinale a alternativa correta:

A.( ) Ele os enviou para anunciar aos seus familiares o que Cristo tinha feito por eles.
B.( ) Ele os enviou à Grécia para que pregassem aos gregos.

“Apenas por poucos momentos esses homens tiveram o privilégio de ouvir os ensinos de Cristo. Nem um dos sermões de Seus lábios jamais tinha sido ouvido por eles. Não podiam instruir o povo como os discípulos, que haviam estado diariamente com Cristo. No entanto, levavam em si mesmos as evidências de que Jesus era o Messias. Podiam dizer o que sabiam; o que eles próprios tinham visto e ouvido e experimentado do poder de Cristo. Isso é o que pode fazer todo aquele cujo coração foi tocado pela graça de Deus” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 340). O testemunho deles preparou Decápolis, dez cidades às margens do mar da Galileia, para receber os ensinamentos de Jesus. Esse é o poder do testemunho pessoal.



Quarta-feira, 09 de setembro
Ano Bíblico: Ez 39-41
Testemunhando com segurança

6. Leia 1 João 5:11-13, Hebreus 10:19-22 e 1 Coríntios 15:1, 2. Que certeza de vida eterna as Escrituras nos dão que nos permitem testemunhar com segurança de nossa salvação em Cristo?

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Se não temos a certeza pessoal da salvação em Jesus, não é possível compartilhá-la. Não podemos oferecer o que não temos. Há cristãos conscienciosos que vivem em um estado de incerteza perpétua, imaginando se algum dia serão bons o suficiente para serem salvos. É como um velho e sábio pregador disse uma vez: “Quando olho para mim mesmo, não vejo como posso me salvar. Mas quando olho para Jesus, não vejo como posso me perder”. As palavras do Senhor ressoam com certeza através dos tempos: “Olhai para Mim e sede salvos, vós, todos os limites da Terra; porque Eu Sou Deus, e não há outro” (Is 45:22).

Nosso Senhor deseja que cada um de nós se alegre na salvação que Ele oferece tão generosamente. Ele quer que experimentemos o que significa ser justificado por Sua graça e estar livre da condenação que a culpa do pecado traz. Como Paulo disse: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5:1). O apóstolo acrescentou que podemos ter a certeza de que “agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1). O apóstolo João confirmou que “aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida” (1Jo 5:12).

Se, pela fé, aceitamos Jesus e Ele vive em nosso coração por meio de Seu Espírito Santo, o dom da vida eterna é nosso hoje. Isso não quer dizer que, uma vez que experimentamos a graça de Deus e a salvação em Cristo, seria impossível perdê-la (2Pe 2:18-22; Hb 3:6; Ap 3:5). Sempre temos a livre escolha de nos afastar Dele, mas, uma vez que experimentamos Seu amor e entendemos a profundidade de Seu sacrifício, nunca devemos optar por nos afastar Daquele que nos ama tanto. Dia após dia, precisamos buscar oportunidades de compartilhar a graça que recebemos em Jesus.

Você está seguro da salvação em Jesus? Se sim, qual é o fundamento da sua segurança e por que você tem essa certeza? Por outro lado, se não tem certeza, quais práticas podem ajudá-lo a ter essa convicção?


Quinta-feira, 10 de setembro
Ano Bíblico: Ez 42-44
Vale a pena testemunhar sobre Cristo!

"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a Si mesmo Se entregou por mim” (Gl 2:19, 20).

Há sacrifícios quando aceitamos a Cristo. Há coisas que Ele nos pede que abandonemos. Jesus deixou claro o compromisso que seria necessário para segui-Lo: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, dia a dia tome a sua cruz e siga-Me” (Lc 9:23). A morte de cruz é dolorosa. Quando rendemos a vida às reivindicações de Cristo e o “velho homem” do pecado é crucificado (Rm 6:6), dói. Às vezes, é doloroso desistir de desejos acariciados e hábitos duradouros, mas as recompensas superam em muito a dor.

Testemunhos poderosos que têm um impacto transformador na vida das pessoas se concentram no que Cristo fez por nós, não no que temos abandonado por Ele. Eles focalizam Seu sacrifício, não nossos alegados “sacrifícios”. Pois Cristo nunca pede que abandonemos algo que seria para o nosso bem reter.

No entanto, a história do cristianismo está repleta de episódios de pessoas que tiveram que fazer tremendos sacrifícios pela causa de Cristo. Não que essas pessoas estivessem ganhando salvação, nem que seus atos, não importa o quanto fossem abnegados e sacrificais, dessem-lhes mérito diante de Deus. Em vez disso, na maioria dos casos, ao perceberem o que Cristo fizera por eles, esses homens e mulheres se dispuseram a colocar tudo no altar do sacrifício, de acordo com o chamado de Deus para sua vida.

7. Leia João 1:12; 10:10; 14:27 e 1 Coríntios 1:30. Nosso testemunho sempre se fundamenta no que Cristo fez por nós. Liste os dons de Sua graça mencionados nos textos:

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À luz dos textos acima, pense no que Cristo fez por você. Você pode ter sido um cristão dedicado ao longo de toda a sua vida, ou é possível que tenha tido uma conversão mais dramática. Medite sobre quanto Jesus tem sido bom para você e sobre o propósito, a paz e a felicidade que Ele tem lhe dado. Pense também nos momentos em que Ele lhe deu forças para passar por experiências difíceis.

Quais sacrifícios você foi chamado a fazer por causa de Cristo? O que aprendeu com sua experiência? Ela poderia se tornar uma bênção para os outros?


Sexta-feira, 11 de setembro
Ano Bíblico: Ez 45-48
Estudo adicional

Leia Marcos 5:25-34.

“A multidão admirada que se comprimia em torno de Jesus não havia sentido qualquer acréscimo de poder de vida. Entretanto, quando a sofredora mulher estendeu a mão para tocá-Lo, crendo que se restabeleceria, experimentou a vivificadora virtude. O mesmo ocorre nas coisas espirituais. Falar de religião de maneira casual, orar sem ter fome espiritual e sem uma fé viva não vale nada. Uma fé nominal em Cristo, que O aceita meramente como o Salvador do mundo, nunca trará cura ao coração. A fé que leva à salvação não é uma simples aceitação intelectual da verdade. [...] Não basta crer no que se diz a respeito de Cristo; devemos crer Nele. A única fé que nos beneficiará é aquela que O abraça como Salvador pessoal, que se apropria de Seus méritos. [...]

“Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Devemos reconhecer Sua graça como foi revelada aos santos do passado; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelar em nós mesmos a atuação de um poder que é divino. Cada indivíduo tem uma vida diferente da de todos os outros, uma experiência que difere essencialmente das demais. Deus deseja que nosso louvor suba a Ele com a marca da nossa própria individualidade. Esses preciosos reconhecimentos para louvor de Sua gloriosa graça, quando confirmados por uma vida semelhante à de Cristo, possuem irresistível poder, eficaz para a salvação de pessoas” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 347).

Perguntas para consideração

1. Quais são os elementos de um testemunho convincente? Leia o testemunho de Paulo diante de Agripa em Atos 26:1-23. Qual foi o fundamento de seu testemunho?

2. Por que o testemunho do que Cristo fez por nós é tão poderoso? No entanto, como você responderia à pergunta: “Tudo bem, isso aconteceu com você, mas se eu não tiver esse tipo de experiência, que razão eu terei para seguir Jesus?”

3. O que você gostaria de evitar ao dar seu testemunho a um não cristão?

4. Por que a certeza da salvação é importante na experiência cristã? Como ter segurança da salvação e, ao mesmo tempo, não ser presunçoso?

Respostas e atividades da semana: 1. Estávamos mortos em nossos delitos e pecados. Andávamos fazendo a vontade da nossa carne. Depois que aceitamos a Cristo, Deus nos deu vida juntamente com Ele, salvando-nos para as boas obras. 2. Não somos salvos pelas nossas boas obras. Porém, elas são essenciais, pois fomos criados para elas. 3. A. 4. Eles foram restaurados mental e fisicamente. As pessoas os encontraram em perfeito juízo. 5. A. 6. Jesus Cristo é a certeza da salvação. Seu sacrifício foi aceito; por isso, temos essa certeza. 7. O poder de sermos chamados Seus filhos, vida em abundância, sabedoria e justiça.



Resumo da Lição 11
Compartilhando a história de Jesus

Texto-Chave: 1Jo 5:11-13
Foco de Estudo: 1Jo 5:1-3; Ef 2:1-8; Mc 5:15-19; Hb 10:19-22

ESBOÇO

O poder do testemunho no Novo Testamento é o poder do testemunho pessoal. Os crentes do primeiro século compartilharam um Cristo que conheciam por experiência própria. Os cristãos de faz de conta, se é que existe esse tipo de cristãos, nunca mudarão o mundo. Quando Cristo habita no coração por meio do ministério do Espírito Santo, nossa vida muda.

Testemunhar será uma tarefa trabalhosa se for meramente um dever ou uma obrigação religiosa. Essa obra será um deleite se vier de um coração em que transborda o amor pelo Cristo que nos redimiu. Quando estamos apaixonados, gostamos de falar sobre quem amamos. O que vale para o amor humano também vale para o amor divino. O poder do testemunho no Novo Testamento era precisamente este: os crentes compartilhavam de forma espontânea o Jesus que amavam. Testemunhar não foi um requisito legalista, mas a resposta do coração ao sacrifício de Cristo na cruz.

Na lição desta semana, redescobriremos quão poderosos são nossos testemunhos pessoais em influenciar outras pessoas para o Senhor. O poder transformador de nosso testemunho pessoal não está em destacar quanto éramos maus ou quanto nos tornamos bons, mas devemos enfatizar o Cristo que veio a este mundo amaldiçoado pelo pecado em uma missão redentiva de amor. Podemos testemunhar com segurança, não pelo que somos, mas pelo que Ele é.

COMENTÁRIO

Em Efésios 2, o apóstolo Paulo descreve a mudança que ocorre quando alguém aceita Cristo. Ele declara: “Naquele tempo vocês seguiam o mau caminho deste mundo e faziam a vontade daquele que governa os poderes espirituais do espaço” (Ef 2:2, NTLH). “Nós também vivíamos entre eles, satisfazendo as vontades da nossa carne, seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros, éramos por natureza merecedores da ira” (Ef 2:3, NVI). A expressão “merecedores da ira” significa simplesmente que somos, por nossa própria natureza, pecadores e dignos do julgamento ou da ira divina. O profeta Jeremias declara que “enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). Isaías acrescenta que mesmo nossa justiça é “como trapo da imundícia” (Is 64:6). A razão pela qual nossa justiça é descrita assim é que ela vem de um coração poluído pelo pecado. Sem Cristo, estamos irremediavelmente perdidos, escravos de nossa natureza pecaminosa.

Paulo continua discorrendo sobre o plano da salvação, declarando que “Deus, sendo rico em misericórdia,” “nos deu vida juntamente com Cristo” e “nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus” (Ef 2:4-6). Ele nos salvou por Sua graça, não por causa de nossas obras justas (Ef 2:8). É tudo de graça. Pela graça, Ele nos perdoa da culpa e nos livra das garras do pecado. Por Sua graça, o Senhor nos salva da punição e nos livra do poder do pecado. A salvação pela graça nos liberta da condenação e da escravidão ou dominação do pecado. Nós, que estávamos mortos em delitos e pecados, agora estamos vivos em Cristo. A expressão “vivificou”, usada em Efésios 2:5 na versão Almeida Revista e Corrigida, significa renascimento. Em Cristo, é como se tivéssemos nascido de novo, começado de novo com uma nova identidade e um novo poder no Senhor. Com esta nova caminhada, “somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10). A palavra grega para “feitura” é poiema. A palavra "poema" deriva desse termo grego. Quando Cristo nos recria para a glória de Seu nome, Ele escreve um poema de nossa vida por meio das boas obras que Seu Espírito nos capacita a fazer diante de todo o Universo.

Graça para todos

Temos notícias incrivelmente boas: a graça de Deus não está disponível apenas para alguns poucos. O apóstolo Paulo deixa claro que a graça é dada a todos: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo. Porque Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um; e, tendo derribado a parede da separação que estava no meio, a inimizade” (Ef 2:13, 14). Observe a expressão “parede da separação”. Os judeus não permitiam que pessoas de outras nações entrassem no templo judaico. Havia uma barreira de pedra de um metro e meio de altura, com treze grandes lajes de pedra escritas em grego e latim, alertando os gentios ou estrangeiros que, se passassem além do recinto externo do templo, estariam arriscando a vida.

O historiador judeu Flávio Josefo fala sobre esse aviso: “Havia uma divisória feita de pedra. [...] Sua construção era muito elegante; sobre ela havia pilares, a distâncias iguais entre si, declarando a lei da pureza, um pouco em grego e também em letras romanas, dizendo que ‘nenhum estrangeiro deveria entrar naquele santuário’” (Archeological Bible, Grand Rapids, MI: Zondervan Publishers, 2005, p. 1917; citado em Josefo, Wars [Guerras], 5.5.2). Os gentios não tinham acesso à presença de Deus no santuário judaico. Cristo mudou isso. Sua graça dá acesso direto ao Pai. Todos os que, pela fé, recebem a salvação que Ele oferece terão entrada em Seu reino eterno.

O evangelho é para todos. A salvação é para todos. Bondade, misericórdia, perdão e graça são para todos. Os crentes do Novo Testamento compreenderam a maravilha de Sua graça e não puderam ficar calados. Entenderam a garantia da vida eterna em Cristo e viveram para contar a história de Sua abundante graça. Ao compreendermos o significado de Sua graça, também viveremos para contar Sua história.

A graça nos transforma

Tiago e João, conhecidos como “filhos do trovão”, foram transformados pela graça. Ninguém chama alguém de “filho do trovão” porque a pessoa tem uma disposição suave, 

passiva e descontraída. Tiago e João podiam facilmente ficar irritados ou impacientes. Eles eram bastante competitivos e buscavam posições no novo reino de Cristo. O amor sacrifical de Cristo os transformou no âmago do ser. Tiago acabou sendo martirizado, e João, que viveu até os 90 anos, nunca se cansou de contar a história do amor que mudou sua vida. Um escritor disse: “João escreveu com a caneta mergulhada no amor”. João foi transformado pelo amor e teve que contar a história. O apóstolo Paulo acrescenta: “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14). Em outras palavras, o amor de Cristo nos estimula, motiva-nos e nos impele a contar a história da salvação.

Ellen G. White afirma o seguinte: “O amor é um atributo celestial. O coração natural não pode originá-lo. Essa planta celestial floresce apenas onde Cristo reina supremo. Onde o amor existe, há poder e verdade. O amor faz o bem, e nada além do bem. Os que amam dão frutos à santidade e, por fim, à vida eterna” (The Youth’s Instructor, 13 de janeiro de 1898).

Contar a história de Jesus é contar a história de como Sua graça operou em nossa vida. Testemunhar não é um dom espiritual dado apenas a poucos, mas é o papel de todo cristão. Simplesmente conte o que Cristo fez por você, compartilhe a paz que encontrou em Jesus, diga como Cristo lhe deu um propósito na vida. Ore por oportunidades para contar às pessoas a alegria de seguir a Jesus. Diga a elas como você agarrou Suas promessas pela fé e as confirmou como verdadeiras. Compartilhe respostas às suas orações ou promessas bíblicas significativas para você. Ficará surpreso ao ver como os outros reagirão a uma fé genuína.

Em uma lição anterior, mencionamos os endemoninhados. Imagine o poder de seu testemunho ao compartilhar o que Cristo havia feito por eles. Quem poderia argumentar contra um testemunho tão real! Vidas transformadas são o testemunho mais poderoso. Existem aqueles que argumentam contra aquilo em que você acredita, debaterão sua teologia, mas poucas pessoas contestarão o testemunho de uma vida mudada. Como declara Ellen G. White: “O mais forte argumento em favor do evangelho é um cristão que sabe amar e é amável” (Ciência do Bom Viver, p. 470). Os críticos ficaram em silêncio diante das mudanças surpreendentes na vida dos endemoninhados. À medida que o amor do Senhor flui em sua vida, outros serão movidos a buscar o Cristo que mudou você e lhe deu tanta paz e alegria.

A certeza cristã

Se alguém lhe perguntasse: “Você tem a vida eterna?”, como você reagiria? Sua resposta seria vaga ou certa? Você diria: “Eu espero que sim”, ou “Eu gostaria de saber”, ou “Não tenho certeza”? Jesus deseja que você tenha a certeza da vida eterna. O apóstolo João declara que “Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho” (1Jo 5:11). Ele então acrescenta palavras claras demais para serem mal compreendidas: “Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho de Deus não tem a vida. Estas coisas vos escrevi, a fim de saberdes que tendes a vida eterna, a vós outros que credes em o nome do Filho de Deus” (1Jo 5:12, 13). Enquanto tivermos Jesus Cristo vivendo em nós, o presente da vida eterna será nosso. Ele é vida, e Nele temos vida. É essa certeza que dá poder ao nosso testemunho. Nossa garantia não se baseia em nossas boas obras nem em nossa justiça superior, mas apenas em Cristo, que vive em nós pelo Espírito Santo, produzindo boas obras por meio de nós.

Aplicação para a vida

É possível ser uma eficiente testemunha de Cristo sem a certeza da salvação? Alguns cristãos adventistas estão receosos em aceitar o ensino bíblico da certeza da salvação devido à declaração de Ellen G. White que indica que nunca devemos dizer que somos salvos. (Ver Parábolas de Jesus, p. 155.) Uma análise cuidadosa dessa afirmação revela que ela estava falando no contexto da ideia de que “uma vez salvos, somos salvos para sempre”. Ela estava falando sobre a falsa garantia da autoconfiança, da ideia errônea de que quando eu venho a Cristo, nunca posso cair e me perder. Essa doutrina pode facilmente levar à complacência cristã e à justificativa para nosso próprio comportamento pecaminoso. A graça de Deus não é “barata”. Ela transforma a vida. A respeito da garantia da salvação em Jesus, Ellen G. White foi clara: “Cada um deve saber por si mesmo que tem um Salvador vivo, que é seu ajudador e seu Deus. Você não precisa se posicionar dessa forma: ‘Não sei se estou salvo’. Você crê em Cristo como seu Salvador pessoal? Se sim, alegre-se” (Boletim da Associação Geral, 10 de abril de 1901).

Incentive os alunos da sua classe a contar por que acreditam que a garantia da salvação é a base de todo testemunho eficaz. Peça a um aluno que leia 1 João 5:11-13 e comente esses versos com a classe. Onde está a segurança da vida eterna?

Leia e discuta a seguinte declaração:

“Quando o olhar se fixa Nele, a vida encontra seu centro. O entusiasmo, a dedicação total e o apaixonado ardor da juventude encontram então seu verdadeiro objetivo. O dever torna-se uma satisfação, e o sacrifício, um prazer. Honrar a Cristo, tornar-se semelhante a Ele e trabalhar por Ele será a mais elevada ambição da vida e sua máxima alegria” (Ellen G White, Educação, p. 297).


A analfabeta que conseguiu ler

Maria não era cristã, mas continuou sonhando com Jesus. Ela sacrificou uma vaca na esperança que os sonhos acabassem, mas, durante uma semana, os sonhos a perturbaram todas as noites. Então uma desconhecida a dirigiu ao escritório de Jacob Gbale, presidente da Igreja Adventista em Guiné. Ele trabalhava na mesma rua de classe alta que ela em Conacri, capital do país. Enquanto Maria descrevia seus sonhos, o pastor Jacob esboçou um sorriso.

“Glória a Deus!”, ele exclamou. Maria ficou chocada. Ela não conseguia entender o motivo de tanta alegria. “Você não precisa de mais sacrifícios”, o pastor Jacob disse, pegando uma Bíblia em sua escrivaninha. “Deus está lhe chamando!” Entretanto, Maria respondeu: “Acredito que seu Deus está cometendo um erro. Eu sempre pertenci à religião da minha família.” Jacob segurava a Bíblia. “Esta é a sua Bíblia,” disse.

“O que vou fazer com esta Bíblia?”, Maria perguntou. “Eu não sei ler!” O pastor Jacob perguntou se alguém da família era alfabetizado. Ela admitiu que havia um primo que sabia ler. Jacob escreveu o nome de Maria na Bíblia. “Pegue a Bíblia e vá”, ele disse. Maria ficou aborrecida com o pastor Jacob e saiu sem se despedir. “Quem estas pessoas pensam que são?”, pensou enquanto caminhava para casa. “Eles me falaram para ler a Bíblia como se eu não conhecesse Deus.”

Ao chegar em casa, Maria guardou a Bíblia em uma gaveta e trancou. Ela queria relaxar. Então, decidiu ligar a televisão em seu canal favorito e assistiu a um programa sobre Jesus. Click! Ela mudou o canal. O canal seguinte também estava passando um programa religioso. Click! Outro programa cristão. Maria entrou em contato com a transmissora de televisão por satélite. “O que está acontecendo com os canais?”, ela reclamou. “Todos eles só falam sobre Jesus!”

Uma voz masculina pareceu confusa. “Tudo está funcionando corretamente”, ele disse. “Não, não está!”, Maria gritou. “Venha e conserte minha TV!” Pouco tempo depois, um homem chegou e zapeou pelos canais. Tudo funcionava normalmente. Maria ficou sem palavras. Naquela noite, na cama, não conseguia deixar de pensar em Jesus. Então, lembrou-se da Bíblia. A única maneira de afastar os pensamentos seria conseguir ler o livro.

Na manhã seguinte, ela chamou o primo. “O que é isto?”, perguntou segurando a Bíblia. “Responda!” O primo, Hamadou, havia estudado em uma escola cristã em Serra Leoa e reconheceu a Bíblia. “Quem lhe deu esta Bíblia?”, ele perguntou. “Ganhei de um pastor”, foi a resposta. “O que você quer fazer com ela?” Você não sabe ler”, o primo comentou.

“Olhe, você foi à escola”, ela disse. “Quero que me ajude a ler esta Bíblia e me ensine.” Hamadou abriu a Bíblia. “Pai nosso que está no Céu, santificado seja Teu nome”, ele leu. “Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade assim na Terra como no Céu.” Ele leu toda a oração do Pai Nosso. “Você está feliz?”, ele perguntou, e Maria pediu para sublinhar os versos. Hamadou deu uma gargalhada. Ele riu tanto que lacrimejou. “Você nunca foi à escola! Como vai conseguir ler?”, tornou a questionar. Mesmo assim, sublinhou a passagem. Então, ele fez Maria repetir dezenas de vezes até que ela conseguiu decorar.

Naquela noite, Maria pegou a Bíblia e encontrou a Oração do Senhor. Embora nunca houvesse aprendido ler, descobriu que conseguia ler esse trecho da Bíblia. Ela ficou na mesma página e percebeu que também conseguia ler os outros versos. No dia seguinte, mal podia esperar para contar para Hamadou. “Ontem, você zombou de mim, deixe-me mostrar que eu consigo ler”, disse. “Não acredito”, o primo contestou. “Nem nos meus sonhos você consegue ler!” Maria abriu em uma pagina aleatória e leu. Hamadou ficou espantado e, em seguida, sentiu medo.

“Como você fez isto?”, perguntou.

“Meu primo, isto é a inteligência humana”, Maria respondeu com um sorriso. “Se você acreditar que pode fazer algo, faça.” Desde daquele momento, Maria lê a Bíblia diariamente. Finalmente, percebeu que Jesus lhe dera habilidade para ler a Bíblia e entregou o coração a Ele. Na próxima semana conheceremos a maior provação da vida de de Maria.

Guiné é um lugar desafiador para a proclamação do evangelho. Apenas 7% da população professa o cristianismo em meio a hostilidades dos adeptos de outras religiões. Parte da oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre contribuirá para a construção da Kobaya Academy, uma escola de ensino fundamental e médio em Conacry, Guiné. Essa escola será um centro, onde o amor de Jesus pode ser ensinado a muitas crianças não-cristãs.

Dicas da história

  • O Informativo Mundial não identificou Maria com seu nome verdadeiro a fim de proteger sua identidade. A foto mostra suas mãos. Hamadou também é um pseudônimo.
  • Pronúncia de Hamadou
  • Pronúncia de Gbale
  • Leia mais sobre Maria nas histórias da semana passada e da próxima.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2020
Tema Geral: Fazendo amigos para Jesus
Lição 11 – 5 a 11 de setembro de 2020

Compartilhando a história de Jesus

Autor: César Luís Pagani
Editor: André Oliveira Santos
Revisor (a): Josiéli Nóbrega

Qual foi a tônica maior do evangelho de Paulo? “Proclamamos a Cristo crucificado...” (1Co 1:23). “Porquanto decidi nada saber entre vós, a não ser Jesus Cristo, e Este, crucificado.” Contudo, achamos nós que essa linha teológica de evangelismo seria mais que suficiente para impactar os ouvintes desse ex-fariseu e terrorista perseguidor da igreja?

Por trás do testemunho de Paulo havia uma vida incrivelmente transformada pelo Salvador a quem ele pregava. O apóstolo não precisava se valer do testemunho de outros. Tinha sua própria história do poder transformador da cruz de Cristo.

No poder do Espírito, Paulo relatou a história de sua própria miraculosa conversão e de sua confiança nas Escrituras do Antigo Testamento, que tão completamente se haviam cumprido em Jesus de Nazaré. Suas palavras foram faladas com solene fervor, e seus ouvintes não podiam deixar de compreender que ele amava com todo o coração o Salvador crucificado e ressurreto. Viam que sua mente estava centralizada em Cristo, que toda a sua vida estava unida a seu Senhor. Tão impressivas foram suas palavras que somente os que estavam cheios do mais amargo ódio contra a religião cristã não se deixaram mover por elas” (Atos dos Apóstolos, p. 137).

A teologia de nossa pregação é importantíssima, mas de nada adiantará se ela não for acompanhada de efeitos de caráter. “Faça o que eu digo e não faça o que eu faço” não passa de uma atitude cínica, hipócrita e desdenhosa.

Em verdade, a história de Cristo começou muito antes da História. Nos confins da eternidade, muito antes da introdução do maldito pecado no Universo, o Verbo divino disse diante do trono de Seu Pai: “Então, Eu disse: eis aqui estou, no rolo do livro está escrito a Meu respeito” (Sl 40:7; comparar com Hb 10:7-9).

Não poucas vezes somos inclinados a apresentar prioritariamente às pessoas nossa magnífica teologia doutrinária como: o sábado como dia legítimo de descanso, o santuário, a mensagem de saúde, a segunda vinda de Cristo, a Lei de Deus, a obediência da fé... E isso é legítimo, válido. Porém, o que mais enternece um coração sequioso de esperança é a história do Deus que veio, encarnou e morreu por ele, quando ainda era inimigo de Deus. “Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do Seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela Sua vida” (Rm 5:10).

Hoje muitas denominações pregam prosperidade, realização de milagres, emocionalismo espiritual, sucesso pessoal, etc. Cristo é mencionado apenas como algo acessório, complementar. Colocam algum elemento bíblico para emoldurar sua tese secularizada, procurando dar foros de autenticidade à sua pregação.

O evangelho é a cruz de Cristo, a base de toda educação cristã, o núcleo de todo ensino e conhecimento.

A exposição do custo infinito que foi pago pela nossa redenção, a humilhação e castigos que sofreu a partir de Sua prisão pela guarda sacerdotal, a violação vergonhosa de Seus direitos, a flagelação impiedosa com o “gato-de-nove-caudas”, chicote romano feito com tiras de couro cru que tinham presos em si pedaços de chumbo e ossos pontiagudos, que retalharam Suas costas e a expuseram em carne viva; os socos, as bordoadas com um caniço que lhe haviam posto nas mãos como cetro, os sofrimentos inenarráveis de Cristo na cruz, o madeiro que Lhe puseram às costas quando caminhava rumo ao Calvário, o patibulum (haste horizontal que depois era pregada no stauros, haste vertical) que pesava cerca de 50 kg, os pregos de 11 cm fincados em Suas mãos e pés, a fronte lacerada e sanguinolenta, tudo fala do amor incomparável que nos devotou.

Essa é a história que precisa ser contada.

Disse Ralph Waldo Emerson, escritor, filósofo e poeta norte-americano: “O que você é fala tão alto que não posso ouvir o que está dizendo.”

Consideremos o testemunho de João, filho de Zebedeu, um dos Boanerges (filhos do trovão) referidos por Cristo. Antes de conhecer a Cristo – e mesmo durante algum tempo já no ministério – ele se mostrava cheio de si, combativo, iracundo, vingativo, crítico mordaz. Porém, convivendo com Cristo e contemplando-Lhe diariamente o caráter, a postura, o comportamento, assimilou o mesmo sentimento que havia no Mestre (Ler Filipenses 2:5-8). Seu coração deixou-se influenciar por aquela vida imaculada, pura, santíssima. Seu ego imergiu em Cristo.

Com muita propriedade ele pôde dizer: “Aquele que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram a Palavra da vida. [...] A vida foi manifestada e nós a vimos e testificamos dela. [...]” (1Jo 1:1, 2). Ele era testemunha ocular, factual, da vida de Cristo e podia com autoridade dar seu testemunho.

As pessoas a quem você dá testemunho podem perceber se ele é fruto de sua convicção pessoal ou simplesmente uma formatação das tradições e costumes de sua igreja.

“Vós sois as Minhas testemunhas”. Deus testemunha de nós como “Suas testemunhas” (Is 43:10,12; 44:8; At 1:8).

Na conceituação jurídica, testemunha é uma pessoa chamada a depor em relação ao que presenciou.

Se somos, e de fato somos, testemunhas de Deus, o que presenciamos sobre Ele e o que podemos falar a Seu respeito?

1. Que Ele é amor; que ama toda a humanidade e quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade.

2. Que Ele é o Salvador.

3. Que Ele é o Pai.

4. Que Ele é misericordioso, benigno, tardio em iras e grande em beneficência e verdade.

5. Que Ele amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Unigênito para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

6. Que Sua graça é infinita.

7. Que salvará todos os que se achegam a Ele, sem acepção de pessoas, por meio de Cristo.

8. Que Ele transformou nossa vida.

9. Que Ele virá, juntamente com Seu Filho amado para pôr fim ao império do pecado e dar a paz eterna a todos os que O aceitarem.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: César Luís Pagani é jornalista, escritor e tradutor de inglês, francês, italiano e espanhol. Casado há 51 anos com Neusa Albamonte Pagani, é pai de três rapazes, César Augusto, Marcel e André, e avô de duas lindas netinhas: Bellinha e Bia. Trabalhou na Casa Publicadora Brasileira por 11 anos, primeiramente como designer gráfico no Departamento de Artes e depois como editor-associado das revistas Vida e Saúde, Nosso Amiguinho e do caderno de Notícias da Revista Adventista. Traduziu vários livros do Espírito de Profecia. Também trabalhou como tradutor para a revista Diálogo Universitário. Hoje é membro ativo na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central Paulistana, onde atua como professor da Escola Sabatina e cantor do Coro Masculino Edificanto.