Lição 5
28 de abril a 04 de maio
Cristo no santuário celestial
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 2Rs 20, 21
Verso para memorizar: “Pelo que também Deus O exaltou sobremaneira e Lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos Céus, na Terra e debaixo da Terra” (Fp 2:9, 10).
Leituras da semana: Rm 8:3; Jo 1:29; Ap 5:12; Hb 7:1-28; 9:11-15; Lv 16:13; Hb 9:20-23

Ao falar sobre Cristo no santuário celestial, o livro de Hebreus declara que ali “Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-Se tornado Sumo Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6:20).

As Escrituras, especialmente o Novo Testamento, são muito claras quanto à função de Cristo como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial – uma função que Ele passou a desempenhar depois de concluir Sua obra como nosso sacrifício aqui na Terra (veja Hb 10:12).

Nesta semana examinaremos o ministério de Cristo no santuário celestial. Sua obra de intercessão é fundamental para que Seu povo esteja preparado para o tempo do fim. Portanto, recebemos esta exortação crucial: “O assunto do santuário e do juízo de investigação deve ser claramente compreendido pelo povo de Deus. Todos necessitam de conhecimento sobre a posição e obra de seu grande Sumo Sacerdote. Caso contrário, será impossível a eles exercerem a fé essencial a este tempo, ou ocupar a posição que Deus deseja lhes confiar” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 488).

O que Cristo está fazendo por nós no santuário celestial? Por que é tão importante que compreendamos essa obra, especialmente nos últimos dias?


Chegou o momento de começar a classe bíblica. Seja um semeador da Palavra que não volta vazia! Para semear, basta orar por um amigo, convidá-lo e levá-lo para a classe.

Domingo, 29 de abril
Ano Bíblico: 2Rs 22, 23
Sacrifício supremo

Estudar o supremo sacrifício de Cristo contribui muito para a preparação dos cristãos para o tempo do fim. Muitas vezes, o ser humano olha para o alvo à sua frente, e isso faz sentido. Mas também é bom perceber que o alvo, nesse caso o Calvário, ficou para trás. O alvo que Jesus alcançou por nós é irrevogável, definitivo e nos dá a certeza também quanto ao alvo adiante de nós.

1. De acordo com Romanos 8:3; 1 Timóteo 1:17; 6:16 e 1 Coríntios 15:53, por que Deus enviou Seu Filho ao mundo?

Deus enviou Cristo para ser uma oferta pelo pecado, a fim de condenar o pecado na carne. O que isso significa? Como um Ser imortal, Jesus não podia morrer. Portanto, o Senhor Se tornou um ser humano, levando sobre Si nossa mortalidade, para que, de fato, pudesse morrer como nosso substituto.

Embora fosse divino e Deus por natureza, Jesus assumiu a “semelhança de homens” e Se humilhou, “tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:6-8). De uma forma conhecida apenas por Deus, a divindade de Cristo não morreu quando Jesus morreu na cruz. De um modo além da compreensão humana, a divindade de Jesus ficou inativa durante os nove meses no útero de Sua mãe e também nos dias em que passou no túmulo. Além disso, Jesus nunca a usou como auxílio à Sua humanidade durante Sua vida e ministério na Terra.

2. O que Lucas 9:22 revela sobre a intencionalidade da morte de Cristo? Complete as lacunas:

“É necessário que o Filho do Homem _________________ muitas coisas, seja __________________ pelos anciãos, pelos principais ______________ e pelos escribas; seja _____________ e, no terceiro dia, _____________” (Lc 9:22).

Cristo nasceu para morrer. Podemos imaginar que nunca houve sequer um momento na eternidade em que Ele não pensasse na zombaria, nos açoites, nas surras e na desoladora crucifixão que enfrentaria na Terra. Esse amor é incomparável; jamais foi testemunhado antes e não é compreendido totalmente.


O que podemos fazer diante desse amor, senão cair de joelhos e adorar o Senhor em fé e obediência? O que a cruz revela sobre a indignidade do mérito humano?

Segunda-feira, 30 de abril
Ano Bíblico: 2Rs 24, 25
O Cordeiro de Deus

3. Leia João 1:29; Apocalipse 5:12 e 13:8. Que imagem esses textos têm em comum? Reflita sobre a importância dela na compreensão do plano da salvação e assinale a alternativa correta:

A.( ) A imagem de Jesus como o Criador.

B.( ) A imagem de Jesus como o Cordeiro de Deus.

Ao chamar Jesus de “Cordeiro de Deus”, João Batista estava fazendo uma referência inconfundível ao santuário. Ainda mais diretamente, ele estava se referindo à morte de Cristo pelo pecado como o único cumprimento do sacrifício de todos os cordeiros (e todos os outros animais sacrificados no ritual do santuário hebraico) que já haviam sido mortos como sacrifício pelo pecado. Sejam quais forem os outros ensinamentos dos evangelhos, em última análise eles contam a história do que Jesus fez em Sua função como Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.

Mas a história de Cristo e Sua obra em favor da nossa salvação não terminam nos evangelhos, nem mesmo com Sua morte e ressurreição.

Desde seu início, o livro de Hebreus aborda o tema de Cristo como Sumo Sacerdote no santuário celestial após a conclusão de Sua obra como o Cordeiro sacrifical. Desde a primeira menção a Cristo no exercício dessa função depois da cruz (Hb 1:3), os capítulos seguintes do livro fazem referência a Jesus como Sumo Sacerdote. A descrição de Sua obra no santuário celestial é plenamente detalhada em Hebreus 7:1-28.

4. Leia Hebreus 7:1 a 28. O que o autor disse sobre Jesus?

Embora esses versos sejam muito profundos e ricos, a essência de sua mensagem é que o sacerdócio de Jesus Cristo é superior ao dos sacerdotes da linhagem de Arão no serviço do santuário terrestre. Mas agora, em vez de um sacerdócio terrestre em um santuário terrestre, temos um Sumo Sacerdote celestial que ministra em nosso favor no santuário do Céu. Portanto, ao olharmos para Jesus, podemos vê-Lo como nosso Sumo Sacerdote no santuário celestial.


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Terça-feira, 01 de maio
Ano Bíblico: 1Cr 1–3
Nosso Sumo Sacerdote

5. De acordo com Hebreus 7:24 a 27 e 8:6, qual é nossa grande esperança? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) A salvação completa mediante o sacrifício perfeito de Jesus. Não mais precisamos de nenhum intercessor humano.

B.( ) A libertação que encontramos por meio da fé nos mediadores humanos e em Jesus.

Cristo é capaz de nos salvar completamente devido às Suas diversas qualidades que nenhum outro sacerdote jamais poderia ter. Ele é Deus, tendo então autoridade para perdoar pecados. Seu sacerdócio é permanente. Hoje, durante a era cristã, Ele intercede por Seu povo o tempo todo, com a mesma amorosa compaixão de quando curava os doentes e confortava os desolados. Ele também é humano, mas nasceu sem pecado e assim permaneceu. E, como homem sem pecado, Ele morreu sob o peso esmagador da soma de todos os pecados da humanidade. Portanto, somente Ele, o Deus-Homem, pode interceder pelos pecadores no santuário celestial.

Esses textos também revelam que Cristo Se sacrificou de uma vez por todas. Seu sacrifício precisava acontecer apenas uma vez, e ele foi suficiente para trazer salvação a todo ser humano.

Afinal, considerando quem morreu na cruz, como essa oferta poderia não ser suficiente?

6. De acordo com Hebreus 9:11 a 15, o que Cristo obteve para nós mediante Sua morte e Seu ministério atual no Céu? Assinale a alternativa correta:

A. (   ) Condenação.

B. (   ) Eterna redenção.

Hebreus 9:12 declara que Cristo obteve “eterna redenção”. A palavra grega traduzida como “redenção” também significa “resgate”, “livramento” e “libertação”. É a mesma palavra usada em Lucas 1:68, quando Zacarias declarou que Deus “visitou e redimiu o Seu povo.” A referência ao sangue de Cristo – o sangue do único sacrifício suficiente – significa que Jesus, o Cordeiro sacrifical, obteve essa redenção, essa libertação. A maravilhosa notícia do evangelho é que Cristo não a obteve para Si mesmo, mas para nós, e ela se torna eficaz a todos os que aceitam Seu sacrifício.

Reflita sobre essa ideia de que Cristo “obteve” a “eterna redenção” para nós. Somente depois disso Ele entrou no santuário celestial para fazer Sua obra em nosso favor. Isso nos traz esperança sobre o que Cristo está fazendo por nós no santuário celestial?


Quarta-feira, 02 de maio
Ano Bíblico: 1Cr 4–6
Nosso Intercessor

Embora o pecado tenha trazido uma terrível separação entre Deus e a humanidade, mediante a morte sacrifical de Cristo, nós, seres humanos, somos conduzidos de volta a Deus e podemos continuar a ter acesso a Ele, como podemos ver em Efésios 2:18 e 1 Pedro 3:18.

7. “Temos esta esperança como âncora da alma, firme e segura, a qual adentra o santuário interior, por trás do véu, onde Jesus, que nos precedeu, entrou em nosso lugar, tornando-Se Sumo Sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 6:19, 20, NVI). De acordo com esses versos, o que Jesus fez por nós?

8. De acordo com Hebreus 9:24, o que a obra de Cristo inclui? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. ( ) Predestinação de quem será salvo ou não.

B. ( ) Intercessão no santuário celestial em favor de quem aceita a salvação.

Jesus é o precursor, tendo adentrado o santuário celestial como nosso Representante na própria presença de Deus. Isto é, Jesus está diante do Pai, ministrando os méritos de Sua expiação, a “eterna redenção” que Ele “obteve” em nosso favor.

Quando aceitamos Cristo, nossos pecados são perdoados e permanecemos diante de Deus, perdoados e purificados. Mas o fato é que, mesmo depois que nos tornamos cristãos, às vezes ainda pecamos, apesar de todas as maravilhosas promessas de vitória. Nessas ocasiões, Jesus intercede como nosso Sumo Sacerdote no Céu. Ele representa o pecador arrependido e apresenta diante do Pai não os nossos méritos (porque não temos nenhum), mas Seus próprios méritos em nosso favor. “Por isso, também pode salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25).

Apesar da nova vida que temos em Jesus e das mudanças maravilhosas em nossa existência, percebemos nossa necessidade constante de perdão. Por que, então, o conhecimento de Cristo como nosso Sumo Sacerdote é tão precioso para nós?


Quinta-feira, 03 de maio
Ano Bíblico: 1Cr 7–9
O Dia da Expiação

O livro de Hebreus ensina que o serviço do santuário terrestre era um modelo do santuário celestial, onde Cristo adentrou e começou a oficiar como nosso Sumo Sacerdote. O serviço do santuário terrestre, com seus dois compartimentos e rituais sacrificais e de purificação, era a “figura e sombra das coisas celestes, assim como foi Moisés divinamente instruído, quando estava para construir o tabernáculo” (Hb 8:5).

Assim como o ritual do santuário terrestre compreendia um ministério nos dois compartimentos, o lugar santo e o lugar santíssimo, assim também compreende o ministério de Cristo no santuário celestial. No santuário terrestre, o conceito de juízo era representado no Dia da Expiação, que resultava na purificação do santuário, descrita em Levítico 16. Essa era a única vez no ano em que o Sumo Sacerdote entrava no segundo compartimento, o lugar santíssimo (Lv 16:12-14), para fazer uma obra de purificação e expiação em favor das pessoas.

9. Leia Hebreus 9:20 a 23. O que precisa ser purificado e limpo? Por que isso é uma referência clara ao Dia da Expiação do ministério de Cristo?

Os estudiosos têm ficado surpresos com a afirmação de que o próprio santuário celestial precisava ser “purificado”. No entanto, uma vez que isso é entendido como uma referência ao Dia da Expiação, o problema desaparece. Hebreus 9:23 revela que a obra de Cristo no santuário celestial é a verdadeira expressão do que o sumo sacerdote terrestre fazia no serviço anual do Dia da Expiação no santuário israelita. O ministério do sumo sacerdote na purificação do santuário terrestre prefigurava a obra que Cristo um dia faria no santuário celestial. O texto não declara que essa purificação celestial ocorreria imediatamente após a ascensão de Cristo. Mediante o estudo do livro de Daniel, vemos que essa fase de Seu ministério começou em 1844. Portanto, nestes últimos dias, precisamos entender a solenidade do tempo em que vivemos, mas descansar na certeza do que Cristo fez por nós no passado e está fazendo agora no lugar santíssimo do santuário celestial.

A primeira mensagem angélica declara: “Temei a Deus e dai-Lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo” (Ap 14:7). A realidade do juízo aponta para a proximidade do fim. Como essa rea­lidade deve impactar nossa maneira de viver?


Sexta-feira, 04 de maio
Ano Bíblico: 1Cr 10–12
Estudo adicional

livro de Hebreus apresenta o santuário terrestre como tipo do que Cristo faria por nós na Terra, como nosso sacrifício, e no Céu, como nosso Sumo Sacerdote. O santuário israelita foi uma lição objetiva do evangelho. Por meio dele os judeus deveriam aprender o plano da salvação, que incluía sacrifício, intercessão, juízo e o fim do pecado. Daniel, entretanto, acrescenta mais luz ajudando os leitores a entender a dimensão apocalíptica (relacionada ao tempo do fim) da obra final de Cristo no santuário celestial. “Com ênfase na purificação, juízo e vindicação, as visões apocalípticas de Daniel projetam a imagem do Dia da Expiação para o próprio fim da história terrestre. A purificação se acha diretamente relacionada ao santuário celestial e à obra do Messias como rei e sacerdote. As visões introduzem o elemento de tempo, possibilitando ao leitor identificar o momento específico dentro da história da salvação em que o Messias devia começar Sua última obra de purificação, juízo e vindicação na habitação celestial de Deus” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, p. 442).

Perguntas para discussão

1. Ellen G. White escreveu: “Como antigamente eram os pecados do povo colocados, pela fé, sobre a oferta pelo pecado, e, mediante o sangue desta, transferidos simbolicamente para o santuário terrestre, assim, na nova aliança, os pecados dos que se arrependem são, pela fé, colocados sobre Cristo e transferidos, de fato, para o santuário celestial. E como a purificação típica do santuário terrestre se efetuava mediante a remoção dos pecados pelos quais ele havia sido poluído, igualmente a purificação efetiva do santuário celestial deve ser efetuada pela remoção, ou apagamento dos pecados que ali estão registrados. Mas antes que isso possa se cumprir, deve haver um exame dos livros de registro para determinar quem, pelo arrependimento dos pecados e fé em Cristo, tem direito aos benefícios de Sua expiação” (O Grande Conflito, p. 421, 422). Quais duas coisas revelam os que têm direito aos “benefícios de Sua expiação”? Por que é importante entender essas coisas, especialmente nas provações dos últimos dias?

2. Leia Levítico 16:15 e 16. Qual é a importância do sangue? O que ele representa? Por que o sangue era tão crucial para o ritual do Dia da Expi­ação naquela época? O que ele significa para nós hoje?

Respostas e atividades da semana: 1. Peça a um aluno que leia sua resposta. Discuta com a classe as possibilidades de interpretação para a expressão “condenar o pecado na carne”. 2. Sofra – rejeitado – sacerdotes – morto – ressuscite. 3. B. 4. Com o auxílio da classe, trace um paralelo entre o sacerdócio de Cristo e o sacerdócio terrestre, representado por Melquisedeque e pelos levitas. Quais são as semelhanças e diferenças? 5. V; F. 6. B. 7. Jesus morreu na cruz e foi para o santíssimo oferecer Seu sacrifício para garantir a nossa esperança. Comente a questão com a classe. 8. F; V. 9. Descreva para os alunos o Dia da Expiação do santuário terrestre. Pergunte aos alunos como esse evento ocorre no santuário celestial.



Resumo da Lição 5
Cristo no santuário celestial

TEXTO-CHAVE: Hebreus 9:12

O ALUNO DEVERÁ

Conhecer: A função e o significado do ministério de Cristo no santuário celestial.
Sentir: A proximidade de Cristo como seu Intercessor e apreciar a estreita relação entre o Céu e a Terra.
Fazer: Avaliar por que e como o ministério celestial de Cristo tem relevância para nós, especialmente nos últimos dias.

ESBOÇO

I. Conhecer: O Sacerdote no Céu

A. Qual é o papel de Jesus no santuário celestial?
B. Qual é o significado de Sua intercessão?
C. Por que o ministério sacerdotal de Cristo no Céu é necessário para a salvação do mundo?

II. Sentir: O Sacerdote em meu coração

A. Por que o ministério celestial de Cristo é importante?
B. O que o ministério sacerdotal de Jesus ensina sobre o cuidado de Deus para conosco?
C. O que essa verdade ensina sobre a presença de Deus no meu coração?

III. Fazer: O Sacerdote em minha vida

A. Por que devo ter uma vida santa?
B. Qual é a relevância do ministério celestial de Cristo para minha vida hoje?
C. Como o ministério celestial de Cristo me ajuda a lutar contra o pecado?

RESUMO

Cristo ainda trabalha no processo do juízo e na preparação do nosso coração para o reino de Deus.

Ciclo do aprendizado

1 Motivação

Focalizando as Escrituras: Hebreus 9:11-14

Conceito-chave para o crescimento espiritual: O grande exemplo de Cristo, que ora pela salvação do mundo, impulsiona os cristãos a se unirem a Ele na súplica pela vinda do reino de Deus.

Para o professor: A contemplação do ministério de Cristo no santuário celestial aumentará nossa consciência da atrocidade do pecado e despertará nosso senso de responsabilidade pelo próximo. A salvação é um processo que diz respeito ao mundo; a redenção do indivíduo está relacionada à redenção do mundo.

Discussão e atividade inicial:  O ministério de intercessão de Cristo em favor dos pecadores é uma das nossas doutrinas mais desafiadoras, não apenas porque está relacionada ao domínio celestial, mas também porque nossa compreensão dela nos torna quase únicos entre os cristãos. Não basta repetir que esse tema é importante. Devemos aprender a pensar sobre o significado e importância desse processo que ocorre no Céu e afeta nosso destino pessoal e o futuro do mundo. Envolva sua classe numa discussão franca sobre a obra de Cristo como Sumo Sacerdote, buscando formas de tornar esse assunto claro, convincente e relevante.

Perguntas para discussão

1. Por que o ministério de Jesus no Céu é importante? Encontre histórias ou passagens bíblicas que ressaltem a ligação entre o Céu e a Terra (por exemplo, a escada de Betel, em Gênesis 28:12).

2. De acordo com Daniel, qual é a diferença entre o Deus de Israel e os deuses dos caldeus? (Ver Dn 2:10, 11, 28).

3. Por que o ministério de intercessão de Cristo no Céu é tão crucial, não apenas para nós como cristãos, mas também para o destino do mundo? Por que a maioria das pessoas não presta atenção a esse aspecto do ministério de Cristo? Como podemos traduzir e comunicar essa mensagem a mentes pós-modernas?

2 Compreensão

Para o professor: Esta lição abrangerá as três fases principais do ministério de Cristo: (1) Seu sacrifício como o Cordeiro pascal, (2) Seu ministério como Sumo Sacerdote no Céu, e (3) o escatológico Dia da Expiação. Evite apenas expor esse ponto doutrinário; em vez disso, aborde-o com criatividade e com a urgente percepção de sua relevância existencial e histórica. Relacione sua apresentação e discussão às crises de nossa igreja a respeito da doutrina do santuário (o grande desapontamento de nossos pioneiros, falsos mestres e os estragos causados por suas teorias nas nossas fileiras, etc.). Mencione os erros deles e discuta com a classe sobre o assunto. Embora nossos pontos de vista não sejam aceitos por muitos cristãos, mostre que os adventistas não estão sós na defesa dessa leitura apocalíptica; outras tradições religiosas (judaica e muçulmana) atestam a mesma ênfase.

Comentário bíblico

I. O Cordeiro de Deus

(Recapitule com a classe Jo 1:29.)

O sacrifício do cordeiro na páscoa era um “tipo” que apontava para o sacrifício de Cristo. Foi graças ao sangue desse cordeiro que o anjo da morte passou sobre as portas das casas dos israelitas que se preparavam para o êxodo (Êx 12:13, 14). Seguindo o mesmo raciocínio, Isaías comparou o “cordeiro” sacrificado ao Servo sofredor que salvaria a humanidade levando sobre Si os pecados de todos (Is 53:7, compare com At 8:32).

No Novo Testamento, encontramos esse mesmo conceito. Lucas usou a palavra partida, ou exodus, em grego, para se referir à morte de Jesus (Lc 9:31), fazendo alusão ao efeito espiritualmente libertador e redentivo de Sua morte. Contudo, quando João Batista identificou Jesus como “o Cordeiro de Deus” acrescentou ao cordeiro pascal outra dimensão surpreendente: a divindade, pois esse cordeiro tinha caráter divino. Na gramática hebraica, a expressão “Cordeiro de Deus” significa “o Cordeiro divino”. Para João, Deus tinha Se tornado esse Cordeiro que foi sacrificado na páscoa. Não é à toa que o “cordeiro” é o símbolo mais importante e frequente do livro do Apocalipse, em que esse termo aparece do início ao fim (Ap 5:6; 22:3; etc.). Para salvar a humanidade, o grande Deus do Universo Se identificou com a vítima mais vulnerável.

Pense nisto: À luz da afirmação de Jesus em Lucas 9:22, discuta as seguintes perguntas:

1. Por que foi necessário que Deus morresse por nossos pecados?

2. Deus não poderia ter perdoado nossos pecados sem ter que morrer na cruz? Explique.

3. Qual é a explicação lógica para o sacrifício de Cristo?

II. Sacerdote para sempre

(Recapitule com a classe Sl 110; Hb 7:20-28.)

De modo paradoxal, Jesus é identificado não apenas como o “Cordeiro” sacrificado, mas também como o Sacerdote que abate o Cordeiro. O autor da epístola aos Hebreus, em alusão ao Salmo 110, comparou Jesus a Melquisedeque, “sacerdote para sempre” (Hb 7:21; compare com Sl 110:4), uma forma de afirmar a abrangência eterna e universal do sacerdócio de Cristo (Hb 7:24). O autor de Hebreus se refere à função sacerdotal de Cristo no Céu. Segundo a nova aliança, salvação e perdão não mais se limitam ao tempo e ao espaço, mas estão disponíveis a todos e têm efeito permanente.

O sacerdócio divino, realizado no Céu, está nas mãos do Filho de Deus. Esse fato tem implicações tremendas; significa que temos acesso direto a Deus e não precisamos oferecer sacrifícios. Porém, ainda mais importante que isso, significa que o sacerdócio de Jesus no Céu desempenha um papel na história do mundo: tem a ver com a preparação para o reino celestial. Na cruz, o sacrifício de Jesus substituiu os antigos sacrifícios levíticos e assim transportou para o Céu o processo de perdão e salvação. A partir disso, o novo horizonte é cósmico e aponta para o futuro reino de Deus, no Céu.

Pense nisto: Por que a intercessão sacerdotal foi transferida da Terra para o Céu? Por que o evento da cruz não concluiu o processo de salvação? Por que Estêvão viu Jesus “à destra de Deus” no Céu (At 7:56; compare com Sl 110:1)? O que significa essa visão com relação à nova aliança (Dn 9:27)?

III. O Dia da Expiação no Céu

(Recapitule com a classe Hb 9:26-28; Dn 8:14.)

A última fase do processo de salvação é representada pelo autor de Hebreus e pela profecia bíblica como um dia de juízo/expiação (em hebraico kippur). Após se referir ao sacrifício de Cristo, cuja função foi aniquilar o pecado (Hb 9:26; compare com Dn 9:24), o autor de Hebreus claramente se referiu ao “juízo”, o qual compara à segunda vinda de Cristo: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-Se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9:27, 28).

Para o autor de Hebreus, assim como a morte humana se compara à morte de Cristo, o juízo se compara à segunda vinda de Jesus. O livro de Daniel projeta a mesma trajetória histórica. Assim como a profecia das 70 semanas culmina no sacrifício de Cristo (Dn 9:26), a profecia das 2.300 tardes e manhãs leva ao dia do juízo ou Dia da Expiação no fim dos tempos, pouco antes da vinda do Filho do Homem (Dn 8:14, compare com Dn 7:9-14). O plano divino da salvação não foi interrompido na cruz. A profecia também se refere ao Dia da Expiação/juízo no Céu que marcaria o tempo do fim, pouco antes da segunda vinda de Jesus.

O evento adicional do juízo pré-advento pode ser uma surpresa para muitos cristãos. No entanto, é um passo muito importante e crucial no processo de salvação, pois é ele que finalmente inaugura o reino de Deus, a manifestação histórica suprema da salvação. É particularmente significativo que a profecia bíblica descreva esse momento especial relacionando-o ao Dia da Expiação. Assim como o Dia da Expiação levítico era para “todo o povo” (Lv 16:33, compare com o v. 17), a fim de que seus pecados fossem expiados (Lv 16:34), esse Dia da Expiação final é necessário para a salvação do mundo. A mensagem do Dia da Expiação é que a salvação é, em sua essência, um evento cósmico. Não pode haver salvação, a menos que haja “novo céu e nova Terra” (Ap 21:1; compare com Is 65:17).

Pergunta para discussão:

Por que a cruz e o juízo se complementam?

3 Aplicação

Para o professor: Por que muitos têm dificuldade de entender e ensinar a verdade bíblica do juízo? Compare-a com outras verdades importantes, tais como verdades científicas (física, medicina, etc.). Por que é inevitável que algumas dessas verdades sejam difíceis de compreender?

Pergunta para reflexão:

Como podemos comunicar a verdade importante e profunda do juízo às pessoas desta geração?

4 Criatividade

Para o professor: Uma lição importante que aprendemos nesta semana é sobre o requinte e a beleza da obra divina na salvação do mundo. A complexidade deste tema sugere a seriedade da obra divina a esse respeito.

Atividades: Exponha diferentes ideologias que têm sido apresentadas para salvar o mundo (socialismo, liberalismo, absolutismo, anarquismo, etc.). Por que todas elas falharam? Por que a criação de um novo mundo é a única solução para o problema da humanidade? Por que e como a verdade bíblica do escatológico Dia da Expiação responde a essa pergunta?

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?

 


5º Sábado

Desenho para o professor

O novo capelão, Daniel Guiboshe, sentiu-se um estranho quando chegou um mês depois do início do ano letivo na Escola Mamawi Atosketan, em Alberta, Canadá. Estudantes e professores já se conheciam e estavam devidamente instalados. Mas uma garota de onze anos, Jojo Wolfe, saiu de onde estava para recepcioná-lo. “Nos intervalos, ela sempre estava ao meu redor”, Daniel conta. “Ela se apegou a mim. Não podia imaginar o motivo, mas dava para notar”.

Em momentos de recreio, o capelão e a garotinha iniciaram uma conversa sobre tarefa de casa e amigos. Na sala de aula, Daniel ensinou a Jojo e seus colegas sobre Jesus e sobre o Plano da Redenção. A Escola Missionária Adventista era o primeiro local onde muitos alunos ouviam sobre Jesus.

Certo dia, Jojo surpreendeu Daniel com um desenho de uma linda joaninha roxa. “Você é o pastor mais legal do mundo!", escreveu ao junto ao desenho feito à mão. “Você é muito bom para mim”, acrescentou, com alguns erros gramaticais. Várias semanas depois, Daniel recebeu um telefonema do diretor da escola. Jojo havia morrido durante o fim de semana. Havia engolido gás hélio em uma festa de aniversário, fazendo vozes engraçadas. Reclamando de tontura, foi para a cama e não mais acordou.

“Fiquei chocado”, disse Daniel. “Simplesmente não podia acreditar nisso. Pensei no tempo que havia passado com ela e me perguntei: Por quê? Por que agora? Por que ela teve que falecer tão jovem?’ Ainda não tenho respostas. Essa é uma das coisas que saberemos somente na vinda de Jesus.”

Os professores e alunos viveram o luto da perda e a escola fechou por um dia. A família de Jojo organizou um velório tradicional de três dias em uma sala na reserva das First Nations. As pessoas foram de todas as partes para comer, fazer discursos, confortar-se e velar o caixão de Jojo. Professores e alunos participaram da vigília. Os professores prepararam comida na cozinha da escola e levaram para o salão todos os dias.

“Apenas a presença significava muito para uma família”, disse Daniel. “Não precisamos dizer nada. Para eles, a presença representa que você se preocupa com eles e Jojo.” Ele falou que professores e alunos se uniram à refletindo o nome da escola, Mamawi Atosketan, que significa “Trabalhar juntos”, na língua dos Cree.

Hoje, o desenho feito à mão por Jojo fica no escritório de Daniel. Foi o primeiro desenho que ele já recebeu de um aluno. “Ela me fez sentir em casa quando cheguei aqui”, disse Daniel. “Quero me lembrar dela e do que ela fez por mim. Ela me mostrou que não é sobre mim. É sobre o que podemos fazer pelos outros."

Quando Daniel fala com as crianças, enfatiza o que Jesus fez em favor delas, e o que elas podem fazer pelos outros. Fala de sua própria experiência com Jesus. Seu principal objetivo é exaltar Jesus e deixar o Espírito Santo fazer o restante. “É como Jesus disse: ‘e quando Eu for levado da Terra, atrairei todos a Mim mesmo’”, explica Daniel. “Exalto Jesus, então as crianças serão atraídas a Ele.”

Parte da oferta deste trimestre ajudará a Escola Nativa Mamawi Atosketan a expandir seu programa de educação, para que mais crianças conheçam Jesus. Ficamos agradecidos por sua oferta.

*Assista ao vídeo sobre Daniel no link bit.ly/Daniel-Guiboshe

 

Resumo missionário

  1. O Canadá é o segundo maior país do mundo, depois da Rússia. O país tem o maior litoral do mundo, com um comprimento de 202.080 quilômetros. Se você andasse pela costa do Canadá percorrendo em média 20 quilômetros por dia, levaria 33 anos para completar o trajeto.
  2. A fronteira norte-americana, oficialmente conhecida como fronteira internacional, é a mais longa do mundo entre dois países.
  3. O Canadá diz ser uma forma latinizada de uma palavra para “aldeia” em uma língua iroquiana do vale do St. Lawrence que foi extinta até 1600. A maioria das línguas iroquianas ainda faladas tem uma palavra semelhante (como Mohawk kana: ta ou "cidade").

 


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2018

Tema Geral: Preparação para o tempo do fim

Lição 5: 28 de abril a 5 de maio

Cristo no santuário celestial

Autor: Flávio da Silva de Souza

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Nesta semana estudaremos o ministério de Cristo no santuário celestial.

1. Sacrifício supremo

Muitos sacrifícios foram realizados desde o primeiro sacrifício feito após a queda de Adão e Eva (Gn 3:21). “As ofertas sacrificais foram ordenadas por Deus a fim de serem para o homem uma perpétua lembrança de seu pecado, e um reconhecimento de arrependimento do mesmo, bem como seriam uma confissão de sua fé no Redentor prometido” (White, Patriarcas e Profetas, p. 68). Mas, apesar de sua importância, esses sacrifícios não eram a solução para o pecado. Em Hebreus, é afirmado que a própria repetição desses sacrifícios demonstra que eles não poderiam resolver o problema do pecado (Hb 10:1-4). A solução para o problema do pecado não estava naqueles sacrifícios, mas naquilo para que eles apontavam, o sacrifício supremo de Cristo na cruz para nos salvar, que foi feito de uma vez por todas (Hb 7:27). Você tem sido grato a Deus pelo sacrifício de Cristo?

2. O Cordeiro de Deus

Jesus é chamado por Paulo de Cordeiro pascal (1Co 5:7). No Evangelho de João, Jesus é o Cordeiro de Deus (Jo 1:29, 36). Porém, o livro que mais apresenta Jesus como o Cordeiro é, sem dúvida, o Apocalipse, onde o principal título de Jesus é “Cordeiro”. Esse título aparece 32 vezes no Apocalipse para se referir a Jesus (Ap 5:6, 8, 12, 13; 6:1, 7, 12, 16; 7:9, 10, 14, 17; 8:1; 12:11; 13:8; 14:1, 4 (2x), 10; 15:3; 17:14 (2x); 19:7, 9; 21:9, 14, 22, 23, 27; 22:1, 3, 14). O herói do Apocalipse é o Cordeiro, pois Ele morre para nos salvar (Ap 5:6, 12, 7:10), e é através do Seu sangue que os fiéis têm suas vestes lavadas, uma imagem dos seus pecados perdoados (Ap 7:14; 22:14) e de que eles alcançam a vitória (Ap 12:11). Muitas pessoas estão em busca de heróis: pode ser um atleta, um artista, um líder político ou até mesmo um líder religioso. Não importa quem são os “heróis”, o fato é que depositar a confiança neles vai gerar decepção e frustração. Como já vimos, a boa notícia é que temos um verdadeiro herói, o Cordeiro, pois o Cordeiro vencerá no Grande Conflito (Ap 17:14) e nos dará direito à árvore da vida e a entrar na nova Jerusalém pelas portas (Ap 22:14). Quem você tem escolhido como seu herói?

3. Nosso Sumo Sacerdote

Cristo não é apenas o Cordeiro. A carta aos Hebreus apresenta Jesus como nosso Sumo Sacerdote (Hb 2:17; 3:1; 4:14, 15; 5:5, 6, 10; 6:20; 7:26; 8:1; 9:11), tendo um sacerdócio superior ao dos descendentes de Arão (Hb 7:1-28). Os sacerdotes e os sumo sacerdotes não podiam ter um sacerdócio eterno, pois a morte os alcançava (Hb 7:23). Contudo, Cristo tem um sacerdócio perpétuo (Hb 7:24), no qual Ele salva perfeitamente e vive sempre para interceder por nós (Hb 7:25). Os sacerdotes do Antigo Israel eram apenas sombra de Cristo, eram imperfeitos e pecadores (Hb 7:28). Jesus é “santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto que os Céus” (Hb 7:26-28). Os sacerdotes ofereciam os sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados, depois pelos do povo (Hb 7:27). Com Cristo é diferente. Ele não precisa de um sacrifício em favor Dele. Na verdade, Ele é o sacrifício por todos nós. Cristo é o verdadeiro sacrifício e também é o verdadeiro Sumo Sacerdote, e exerce Seu ministério no “verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem” (Hb 8:2), onde obteve para nós “eterna redenção” (Hb 9:12). Observe que Cristo é tudo e faz tudo por você. E o que você tem sido e feito por Ele?

4. Nosso Intercessor

O Cordeiro de Deus pagou o preço de nossos pecados, e isso é maravilhoso. Mas além de pagar o preço, Cristo faz mais: Ele intercede por nós. É interessante que, ao descrever Cristo como o Servo sofredor, Isaías afirma que, além de levar sobre Si o pecado de muitos, Cristo também intercedeu pelos transgressores (Is 53:12). João nos aconselha a não pecar, mas “se, todavia alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo (1Jo 2:1). Paulo afirma que Cristo está à direita de Deus e também intercede por nós (Rm 8:34). A carta aos Hebreus afirma que Cristo pode “salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25). Apesar de sermos salvos por Cristo, ainda lutamos contra o pecado, ainda caímos, ainda sofremos. Mas, ao pecador arrependido e sincero é dito: Quem os condenará? Cristo morreu e intercede por nós (Rm 8:34).

5. O Dia da Expiação

Hebreus 9:23 fala da necessidade de que “as próprias coisas celestiais” fossem purificadas. Parece estranho falar de purificação de coisas celestiais. Para entender essa questão, precisamos olhar para o serviço do santuário terrestre. Havia um dia reservado para a purificação do santuário e do povo. Era o décimo dia do sétimo mês (Lv 16:19, 20, 29, 30). O que podemos entender é que o texto de Hebreus está falando do dia da Expiação do Santuário Celestial. O Dia da Expiação era uma das festas do Antigo Testamento como a Páscoa e o Pentecostes, por exemplo. A Páscoa se cumpriu na morte de Cristo (Jo 18:28, 39), o Pentecostes se cumpriu no derramamento do Espírito Santo (At 2:1).

Daniel 8 é escrito no contexto do santuário. Observe a repetição do termo santuário (Dn 8:11, 13, 14). Aparece a expressão tarde e manhã, lembrando os sacrifícios diários (Dn 8:14; cf Nm 28:4). Além de apontar para o santuário, essa profecia aponta para um dia específico, o Dia da Expiação. Note as imagens do bode e do carneiro utilizadas nessa profecia (Dn 8:3-8; cf Lv 16:5). Além disso, como afirma William Shea (Daniel & Revelation Committee Series, v. 2, p. 197; 1986), em Daniel 8:13 os dois santos (dois anjos), relembram os dois querubins do propiciatório no lugar santíssimo (Êx 25:19, 20). Ao estudarmos a profecia das 2.300 tardes e manhãs, chegamos ao ano de 1844, quando começou a purificação do santuário celestial.   

O fato é que “vivemos hoje no grande Dia da Expiação. No cerimonial típico, enquanto o sumo sacerdote fazia expiação por Israel, exigia-se de todos que afligissem a alma pelo arrependimento do pecado e pela humilhação, perante o Senhor, para que não acontecesse de serem eliminados dentre o povo. De igual modo, todos quantos desejem que seu nome seja conservado no livro da vida, devem, agora, nos poucos dias de graça que restam, afligir a alma diante de Deus, em tristeza pelo pecado e em arrependimento verdadeiro. Deve haver um exame de coração, profundo e fiel (WHITE, Cristo em Seu Santuário, p. 118, 119). Como o conhecimento de que vivemos no grande Dia da Expiação impacta sua vida?