Lição 6
31 de julho a 06 de agosto
Encontrando descanso nos laços familiares
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Is 30-33
Verso para memorizar: “Portanto, vocês, meus amados, visto que já sabem disso, tenham cuidado para que não sejam arrastados pelo erro desses insubordinados e caiam da posição segura em que se encontram. Pelo contrário, cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, tanto agora como no dia eterno” (2Pe 3:17, 18).
Leituras da semana: Gn 34; Hb 11:17-22; Dt 4:29; 1Jo 3:1, 2; Gn 39; Ef 6:1-13

O jovem examinava o horizonte. Então, os avistou. Ele estava procurando seus irmãos havia vários dias. Ao se aproximar, acenando e chamando o grupo de carrancudos, obteve tudo, menos uma recepção calorosa. Seus próprios irmãos queriam matá-lo! Se não fosse por Rúben, possivelmente não teria havido história para contar. Rúben convenceu o restante dos irmãos a apenas maltratá-lo um pouco e jogá-lo em um poço seco. Mais tarde, Judá tramou um esquema para se livrar do irmão e ganhar dinheiro, vendendo-o a alguns traficantes de escravos que passavam por ali.

Que exemplo de disfunção familiar!

Podemos escolher muitas coisas na vida, mas não nossa família. Ninguém é perfeito. Nenhuma família tem relacionamentos perfeitos. Alguns são abençoados por terem familiares que refletem o amor de Deus, mas muitos têm que se contentar com menos do que o ideal. Os relacionamentos costumam ser complicados e dolorosos, deixando-nos inquietos, magoados e com um peso emocional que, consequentemente, descarregamos sobre os outros.

Como encontrar descanso nessa área da vida? Na história de José e seus laços familiares veremos que Deus traz cura e descanso emocional, apesar dos relacionamentos disfuncionais.



Domingo, 01 de agosto
Ano Bíblico: Is 34-37
Disfunção no lar

José fazia parte de uma família disfuncional. Era bisneto de Abraão e Sara. Quando Sara percebeu que era estéril, ela convenceu Abraão a procurar Agar, sua serva. Quando Agar ficou grávida, a rivalidade começou. Ao crescerem nessa atmosfera, Ismael e Isaque levaram a tensão para a família. Isaque fez questão de favorecer Esaú, e Jacó passou a vida tentando ganhar o amor e o respeito de seu pai. Depois, Jacó foi enganado, casando-se com duas irmãs que competiam entre si para procriar, até mesmo recrutando suas criadas para gerar filhos.

1. Reveja o incidente detalhado em Gênesis 34. Que impacto emocional e relacional esse incidente teria causado na família como um todo e também em José?

A rivalidade entre as mães se espalhou para os filhos, que cresceram prontos para brigar. No início da fase adulta, os irmãos mais velhos de José massacraram os homens da cidade de Siquém. O irmão mais velho, Rúben, afrontou seu idoso pai ao dormir com Bila, a serva de Raquel e mãe de vários filhos de Jacó (Gn 35:22). Judá, outro irmão de José, confundiu sua nora viúva com uma prostituta e acabou tendo gêmeos com ela (Gn 38).

Jacó piorou a tensão familiar por seu favoritismo para com José, ao lhe dar uma custosa túnica colorida (Gn 37:3). Essa realmente foi uma família disfuncional!

2. Por que Abraão, Isaque e Jacó foram listados como heróis da fé em Hebreus 11:17-22, considerando seus complicados relacionamentos familiares?

Os heróis da fé muitas vezes ficaram aquém de suas próprias expectativas e das expectativas de Deus. Esses homens não estão listados em Hebreus 11 por causa de seus relacionamentos familiares complicados, mas apesar deles. Eles aprenderam – geralmente da maneira mais difícil – sobre fé, amor e confiança em Deus enquanto lutavam com esses problemas familiares.

Você herdou alguma disfunção familiar? Sua entrega ao Senhor e à Sua vontade pode quebrar esse padrão e produzir um milagre em sua vida?


Segunda-feira, 02 de agosto
Ano Bíblico: Is 38-40
Escolhendo uma nova direção

José levou consigo a dor, os relacionamentos complicados e a ansiedade ao viajar para o Egito, para onde foi vendido. A viagem não foi tranquila, e ao longo do trajeto era difícil conter as lágrimas. “José estava a caminho do Egito, levado pelos donos da caravana que o haviam comprado. Tendo a caravana se dirigido ao sul, em direção às fronteiras de Canaã, o jovem conseguiu ver à distância as colinas entre as quais estavam as tendas de seu pai. Chorou amargamente ao pensar naquele pai amoroso, em sua solidão e aflição. Novamente se lembrou do que havia acontecido em Dotã. Viu seus irmãos irados e sentiu os olhares furiosos que lhe dirigiram. Ainda soavam em seus ouvidos as palavras dolorosas e os insultos dirigidos a ele diante de suas súplicas desesperadas. Com o coração tremente, olhou para o futuro. Que mudança! De filho querido e amado a escravo desprezado e desamparado! Sozinho e sem amigos, qual seria seu destino naquela terra estranha para onde estava indo? Por algum tempo, José se entregou a uma tristeza e terror incontroláveis. [...]”

“Então seus pensamentos se voltaram para o Deus de seu pai. Na infância foi ensinado a amá-Lo e reverenciá-Lo. Muitas vezes, na tenda do pai, tinha ouvido a história da visão de Jacó quando saiu de sua casa como exilado e fugitivo [...]. Entregou-se completamente ao Senhor ali mesmo e orou para que o Guarda de Israel estivesse com ele em seu exílio” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 213, 214, ênfase acrescentada).

Algumas culturas enfatizam a função da comunidade acima da do indivíduo, enquanto outras destacam a função do indivíduo. Embora encontremos equilíbrio entre essas duas funções nas Escrituras, há um chamado ao compromisso pessoal e coletivo com Deus. José encontrou descanso em seus relacionamentos ao tomar a decisão pessoal de seguir a Deus.

3. O que a Bíblia ensina sobre o compromisso pessoal? Dt 4:29; Js 24:15; 1Cr 16:11; Sl 14:2; Pv 8:10; Is 55:6

A fim de encontrar descanso, devemos tomar a decisão de seguir a Deus. Mesmo que nossos pais tenham sido gigantes espirituais, sua fé não é transmitida geneticamente. Lembre-se: Deus tem somente filhos, não netos.

É importante assumir a cada dia o compromisso com Deus? O que ocorre se não fazemos isso?


Terça-feira, 03 de agosto
Ano Bíblico: Is 41-44
Encontrando o verdadeiro valor próprio

Se José tinha nutrido esperanças de escapar e voltar para casa, elas foram frustradas na chegada ao Egito, onde ele foi revendido para uma família importante. Gênesis 39:1 declara que “Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda, egípcio, comprou-o dos ismaelitas que o tinham levado para lá”. Ele foi introduzido em uma nova língua e cultura estrangeira. Nossa família e relacionamentos são essenciais para nossa autoestima. José cresceu acreditando que era especial – o filho mais velho da esposa mais amada (Gn 29:18). Ele era o favorito do pai e o único que tinha uma bela túnica colorida (Gn 37:3, 4).

Mas quem era ele naquele momento? Um escravo que poderia ser comprado ou vendido à vontade. Observe como sua situação mudou. A vida parecia ter se voltado contra ele.

José aprendeu a lição que todos temos que aprender. Se dependermos de outras pessoas para nos dizer o nosso valor, enfrentaremos uma difícil jornada e ficaremos terrivelmente confusos, porque nem todo mundo vai apreciar quem somos ou nossa maneira de ser. Em vez disso, precisamos encontrar nosso valor próprio no que Deus pensa de nós – como Ele nos vê – e não nas funções que desempenhamos atualmente.

4. Como Deus vê cada um de nós? Is 43:1; Ml 3:17; Jo 1:2; Jo 15:15; Rm 8:14; 1Jo 3:1, 2

Deus vê cada um de nós com olhos de graça. Ele vê potencial, beleza e talento que nem podemos imaginar. No fim das contas, Ele estava preparado para morrer por nós para que pudéssemos ter a oportunidade de nos tornar tudo o que fomos criados para ser. Embora nos mostre nossa pecaminosidade e o grande preço da nossa redenção, a cruz também nos mostra nosso imenso valor para Deus. Independentemente do que os outros pensam de nós ou mesmo do que pensamos de nós mesmos, Deus nos ama e busca nos redimir não apenas do poder do pecado hoje, mas da morte eterna que o pecado acarreta.

Portanto, a pergunta essencial é sempre a mesma: como reagimos à realidade do amor de Deus, conforme revelado em Jesus Cristo?

Muitos grupos e indivíduos afirmam que devemos nos amar como somos e nos aceitar indiscriminadamente. Por que isso é um autoengano? Por que é importante que nosso valor venha de fora de nós mesmos e Daquele que nos criou e conhece nosso verdadeiro potencial?


Quarta-feira, 04 de agosto
Ano Bíblico: Is 45-48
Relacionamentos aprovados por Deus

Inicialmente, a história de José no Egito dá uma guinada positiva. Ele tinha se entregado a Deus e o Senhor abençoou José, que ascendeu a alturas inimagináveis na casa de Potifar.

5. Na prática, de que modo as bênçãos de Deus podiam ser vistas na vida de José? Como eram suas relações interpessoais? Gn 39:1-6

Parecia que José estava se dando bem com Potifar, e seu relacionamento com os servos era tranquilo, mas a confusão estava se formando. Uma pessoa da casa estava inquieta.

6. Qual problema José enfrentou? Como ele escolheu administrá-lo? Gn 39:7-10

José teve um problema com a esposa de Potifar. Talvez devêssemos reformular: a esposa de Potifar tinha um problema. Ela via os outros como “coisas” que podiam ser manipuladas e usadas. Ela queria “usar” José, alguém que tinha “um belo porte e boa aparência” (Gn 39:6). A Bíblia raramente menciona as características físicas das pessoas, “porque o Senhor não vê como o ser humano vê. O ser humano vê o exterior, porém o Senhor vê o coração” (1Sm 16:7). Nesse caso, a boa aparência de José parece ter sido mais um obstáculo do que um auxílio em sua busca pela pureza e fidelidade aos princípios de Deus.

Apesar da insistência da mulher, José fez algo aparentemente contraproducente. Ele aplicou os princípios bíblicos ao problema com a esposa de Potifar. Os preceitos divinos não são antiquados, como pode atestar qualquer pessoa que sofreu as consequências do pecado.

A narrativa bíblica indica que aquela não foi uma tentação isolada. A esposa de Potifar o perseguia repetidamente (Gn 39:10). José tentou explicar sua motivação para sua decisão (Gn 39:8, 9), mas pareceu não funcionar.

José não podia controlar as escolhas dos outros, mas honrou a Deus na sua maneira de tratar as pessoas. Ele aprendeu a andar com o Senhor. Isso o ajudou a resistir à tentação.

Você já aplicou os princípios bíblicos aos seus relacionamentos, mesmo quando as outras pessoas não estavam “jogando limpo”? Deu certo? (Mt 5:43-48). É importante viver assim?


Quinta-feira, 05 de agosto
Ano Bíblico: Is 49-51
O grande conflito, próximo e pessoal

José sofreu por causa de sua decisão fundamentada em princípios (Gn 39:11-20) e foi preso. Como propriedade de Potifar, José poderia ter sido morto. Potifar evidentemente não acreditou em sua esposa, mas tomou uma atitude para proteger sua reputação. Apesar das circunstâncias horríveis, as Escrituras dizem: “O Senhor, porém, estava com José” (Gn 39:21). A vida na Terra não é justa. O bem nem sempre é recompensado, e o mal nem sempre é punido. Mas há uma boa notícia: José encontrou descanso, mesmo na prisão, porque Deus estava com ele. José não se concentrou na injustiça da situação, não se retraiu nem desistiu de Deus.

7. O que José fez na prisão? Como ele se relacionou com as pessoas? Gn 39:21– 40:22

Na prisão, José trabalhou com a realidade, não com o ideal. Fez contatos e ajudou os outros, embora a situação ali estivesse longe do ideal. Além disso, José não deixou de pedir ajuda e se tornar vulnerável. Ele pediu ajuda do copeiro, de quem tinha interpretado o sonho.

8. Qual é a perspectiva geral dos relacionamentos apresentada por Paulo? Ef 6:1-13

Nossos relacionamentos são reflexos em miniatura do grande conflito entre Deus e Satanás, que tem assolado o mundo ao longo dos tempos. Isso significa que não existem relacionamentos perfeitos e que as relações humanas devem ter uma dinâmica de desenvolvimento. Satanás tem interesse em usar nossos vínculos sociais – especialmente os mais próximos de nós – em seu proveito, a fim de nos ferir e frustrar a vontade de Deus para nossa vida. Podemos ser gratos porque não fomos deixados sozinhos para lutar essas batalhas. A Palavra de Deus estabelece princípios para nossa convivência. Sua promessa de nos dar sabedoria (Tg 1:5) se estende aos relacionamentos. Como Ele esteve com José, promete estar conosco quando enfrentarmos dificuldades nas nossas relações sociais.

Pense na promessa de Deus em Tiago 1:5 e reserve um momento para pedir por sabedoria em seus relacionamentos. Como você pode se abrir à influência do Espírito Santo ao se relacionar com as pessoas?


Sexta-feira, 06 de agosto
Ano Bíblico: Is 52-55
Estudo adicional

Eis um exemplo a todas as gerações que vivem na Terra [...]. Deus será um auxílio presente e Seu Espírito, um escudo. Embora cercados pelas mais severas tentações, existe uma fonte de força à qual podemos recorrer e por meio da qual podemos resistir a essas tentações. Quão feroz foi o ataque à moralidade de José! Esse ataque veio de alguém influente, do tipo que provavelmente poderia extraviá-lo. No entanto, com que rapidez e firmeza foi resistido [...]. José havia colocado sua reputação e interesses nas mãos de Deus. E embora ele tivesse sofrido aflição por um tempo, a fim de que fosse preparado para ocupar uma posição importante, Deus guardou com segurança aquela reputação que tinha sido manchada por uma perversa acusadora. Depois, no momento certo, Ele fez com que José resplandecesse. Deus fez até mesmo da prisão o caminho para a exaltação de José. A virtude, com o tempo, trará sua recompensa. O escudo que cobria o coração de José era o temor de Deus, que o fazia ser fiel e justo ao seu senhor, e fiel a Deus. José desprezou a ingratidão que poderia levá-lo a abusar da confiança de seu senhor, embora seu senhor talvez jamais soubesse disso” (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 1, p. 132).

Perguntas para consideração 1. Ser cristão nominal não nos trará descanso em nossos relacionamentos. Quais são as diferenças entre adventistas guiados pela cultura e os verdadeiros crentes?

2. Imagine uma irmã recém-batizada na igreja cujo marido não gosta das mudanças que vê nela. Com base na Bíblia, qual seria seu conselho para essa irmã?

3. Leon Tolstói escreveu: “Todas as famílias felizes são iguais; cada família infeliz é infeliz à sua maneira”. Como podemos seguir os princípios do amor, do perdão, de levar as cargas uns dos outros, para trazer cura aos nossos relacionamentos?

4. Diante das tragédias, por que a fé e as promessas de Deus são cruciais? É importante estar preparado para os tempos ruins, especialmente quando vivemos bons momentos?

Respostas e atividades da semana: 1. O incidente trouxe um conflito entre Jacó e os seus filhos. José deve ter sido abalado pela situação. 2. Comente com a classe. 3. Precisamos tomar a decisão de servir a Deus, como Josué fez. 4. Como Seus filhos. 5. Deus o abençoou na casa de Potifar, que tornou José encarregado de tudo na casa. 6. Ele foi assediado pela mulher de Potifar, mas foi fiel a Deus e ao seu senhor. 7. Tornou-se responsável por todos os presos, pois o carcereiro confiou nele. José tratava todos com respeito, auxiliando-os quando precisavam de algo. 8. Deve haver respeito, honra, mansidão e sinceridade.



Resumo da Lição 6
Encontrando descanso nos laços familiares

ESBOÇO

Para muitas pessoas, o título da lição desta semana pode parecer um pouco estranho. Como você poderá encontrar descanso nos laços familiares se sua família for disfuncional? E se você tiver um pai opressor e autoritário? Talvez você tenha pouco ou nenhum relacionamento com sua mãe. E se houver rivalidades intensas entre irmãos? Claro, existem muitas famílias em que se manifestam estreitos laços de afeto; o lar, nesse caso, é um lugar de apoio onde o amor pode ser expresso abertamente. Contudo, nem sempre é assim.

Podemos obter encorajamento com a experiência de José. Rejeitado por seus irmãos ciumentos, vendido como escravo, separado de sua família, injustamente condenado e preso, José ainda manteve sua fé. As provações que experimentou não o tornaram amargo; antes, levaram-no a confiar mais plenamente em Deus. Por meio das provações, o Senhor estava moldando seu caráter e preparando-o para uma posição de honra no reino egípcio. Um dia, como conselheiro de confiança e supervisor de vastos recursos, ele se sentaria com faraó no trono do Egito.

A lição desta semana se concentra em duas verdades eternas. A primeira é a seguinte: Não é porque passamos por provações e enfrentamos dificuldades que, de alguma forma, Deus nos abandonou ou nos ama menos. O amor divino nos alcança onde estamos, não importa o que estejamos enfrentando na vida. A segunda é: Os desafios com que nos deparamos frequentemente nos preparam para algo muito maior do que aquilo que podemos imaginar. Deus tem um plano para tudo que acontece e está trabalhando para cumprir Seu propósito final em nossa vida. A história de José é a história de um jovem que foi fiel a Deus em meio a laços familiares disfuncionais, mas o Senhor fez dele um instrumento para salvar sua família e restaurar os relacionamentos que haviam sido perdidos.

COMENTÁRIO

O estudo revolucionário intitulado Cradles of Eminence [Berços da Eminência] analisa as experiências infantis de mais de 400 indivíduos considerados “eminentes” pelos autores Victor e Mildred George Goertzel, psicólogos. Define-se como eminente quem é superior ou alcançou a excelência em sua área, em oposição aos que têm apenas talentos naturais. Esses são cientistas, políticos, estrelas de cinema, empresários, autores, dramaturgos e heróis do esporte. A questão que os Goertzels levantaram foi: que experiências da primeira infância moldaram a vida futura desses indivíduos notáveis?

O que descobriram os surpreendeu. Muitas dessas pessoas sofreram traumas na infância. Algumas tinham sido doentes, outras foram criadas em famílias disfuncionais, e outras ainda sofreram danos significativos na infância. Por outro lado, várias crianças que alcançaram a excelência foram criadas em famílias que lhes davam apoio e amor. A chocante constatação de Cradles of Eminence é que nossas escolhas fundamentais e a descoberta de nosso verdadeiro propósito na vida são mais importantes do que a genética. O meio em que fomos criados não pode determinar aonde chegaremos e as contribuições que faremos à sociedade.

Isso certamente aconteceu no caso de José. Pense em seu histórico genético por um momento. Ele veio da linhagem manchada de pecado de Abraão, Isaque e Jacó. Havia mentirosos e ladrões em sua árvore genealógica. Sua casa paterna estava marcada por disfunções. O favoritismo de seu pai em relação a ele irritou seus irmãos, que expressavam ciúme, ganância e amargura. A solução deles foi livrar-se de José. Pense na jornada de José e lembre-se de sua genética e de seu ambiente familiar disfuncional.

Desafios de José

José foi vendido como escravo quando tinha 17 anos (Gn 37:2). No Egito, depois de servir fielmente à casa de Potifar, ele foi condenado e preso injustamente. Mesmo depois de interpretar com sucesso os sonhos do padeiro e do copeiro (depois de três dias, como José previu, o copeiro foi libertado e reassumiu sua posição no serviço ao faraó), José foi deixado a sofrer na prisão por mais dois anos. Quando o faraó teve seus sonhos com as sete vacas gordas e as sete vacas magras, e as sete espigas cheias e as sete espigas magras, o copeiro se lembrou de José. De acordo com Gênesis 41:46, José estava então com 30 anos. Passaram-se treze anos difíceis. Durante todo esse tempo, ele permaneceu fiel a Deus. A fé inabalável, a excelente integridade e a divina sabedoria de José colocaram-no em uma posição de favor junto ao faraó, e José se tornou o segundo no comando do império egípcio.

Fidelidade de José e bênçãos de Deus

As experiências dos últimos 13 anos prepararam José para aquele momento. Treze anos antes, “Potifar viu que o Senhor estava com José e que tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos” (Gn 39:3). O passado de José não determinou seu presente. Ele foi fiel a Deus e recebeu o favor divino, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras. Quando a esposa de Potifar fez tentativas indesejadas em direção a José continuamente, ele fugiu. Suas palavras para ela são clássicas: “Como, pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?” (Gn 39:9). Quando foi preso injustamente, sua capacidade de liderança e reputação imaculada impressionaram o carcereiro. Mais uma vez, José subiu para uma posição de liderança. Deus o favoreceu. A narrativa afirma: “O Senhor, porém, estava com José, foi bondoso com ele e fez com que encontrasse favor aos olhos do carcereiro” (Gn 39:21). Depois de interpretar os sonhos do copeiro e do padeiro, José não ficou muito ansioso com sua condição de prisioneiro. Decidiu confiar em Deus e fazer o melhor. Quando finalmente foi chamado para interpretar o sonho do faraó, não assumiu nenhum crédito para si mesmo. Ele simplesmente disse: “Isso não está em mim; mas Deus dará resposta favorável a Faraó” (Gn 41:16). Quando o faraó entendeu o sonho e seu significado, escolheu José para construir os depósitos para preservar os grãos durante os sete anos de fartura, porque o “Espírito de Deus” estava nele, e José era “ajuizado e sábio” (Gn 41:38, 39).

Nem a genética nem o meio em que foi criado determinou o futuro de José, mas sua escolha de confiar em Deus. Sua fé transcendeu as circunstâncias. A seguinte citação de Aristóteles fala sobre o valor das escolhas positivas, não importa qual seja nossa situação ou ambiente: “Excelência nunca é um acidente. É sempre o resultado de elevada aspiração, esforço sincero e execução inteligente; representa a escolha sábia dentre muitas alternativas. Não é o acaso que determina seu destino” (bit.ly/3pOrn0S, acessado em 6 de fevereiro de 2020).

As provações de José o prepararam para o sucesso

O fator mais importante na fidelidade de José a Deus foi reconhecer que as circunstâncias da vida não determinavam seu relacionamento com o Senhor. Deus cuidou dele, amou-o e fortaleceu-o em todas as ocasiões. Os momentos difíceis não eram indicações de que o Criador tinha pouco interesse por ele, mas o contrário. Como Ellen G. White afirma de maneira tão assertiva: “As provas e obstáculos são os métodos de disciplina escolhidos pelo Senhor e as condições de bom êxito que nos apresenta. Ele, que lê o coração dos homens, conhece melhor do que eles mesmos o seu caráter. O fato de sermos chamados a suportar a prova mostra que o Senhor Jesus vê em nós alguma coisa de precioso que deseja desenvolver. Se nada visse em nós que pudesse glorificar Seu nome, não desperdiçaria tempo a depurar-nos. Não lança pedras sem valor na Sua fornalha. É o minério precioso que Ele depura. O ferreiro põe o ferro e o aço no fogo a fim de provar que qualidade de metais são. O Senhor permite que Seus eleitos sejam postos na fornalha da aflição para lhes provar a têmpera e ver se podem ser formados para a Sua obra” (A Ciência do Bom Viver, p. 471).

Foram treze anos muito desafiadores, mas Deus estava preparando José para algo muito maior. José não tinha ideia de quais eram os planos divinos. Ele mal podia imaginar que iria da cisterna para a prisão, e então para o palácio. Em Sua sabedoria, Deus estava trabalhando para o bem de José. Por meio desse homem, o Senhor salvaria uma nação. A estada de José no Egito não apenas preservou esse país em uma época de fome, mas também salvou Israel.

José nunca se esqueceu de que Deus tinha um plano eterno para sua vida. Como o profeta Isaías escreveria séculos mais tarde: “Mas agora, assim diz o Senhor, que o criou, ó Jacó, e que o formou, ó Israel: Não tenha medo, porque Eu o remi; Eu o chamei pelo seu nome; você é Meu. Quando você passar pelas águas, Eu estarei com você; quando passar pelos rios, eles não o submergirão; quando passar pelo fogo, você não se queimará; as chamas não o atingirão” (Is 43:1, 2). A promessa eterna de Deus para José e para cada um de seus seguidores é que somos preciosos, dignos de honra, amados (Is 43:4). Ele nunca nos deixará ou abandonará (Hb 13:5). Seja qual for a nossa formação, o nosso ambiente, a nossa situação familiar, Ele está lá para nos encorajar e apoiar. Ele está lá para elevar nossa visão do que é para o que virá a ser por Sua graça. Ele está lá para nos inspirar com Seus planos maiores para nossa vida.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Alguns de nós em nossa classe da Escola Sabatina viemos de lares maravilhosos e cheios de apoio. Outros vieram de lares desfeitos ou de famílias em que as condições não eram ideais. Não importa como é (ou era) nossa vida familiar, cada um de nós passará (assim como José) por algumas experiências difíceis. A lição da Escola Sabatina desta semana apresenta um pensamento central: Deus não nos abandona quando enfrentamos desafios. Se, como José, escolhermos ser fiéis ao Pai nas horas difíceis, Ele nos preparará para algo muito maior do que podemos imaginar.

• Leia o Salmo 139:17, 18. Essa passagem pode fazer diferença em nossa vida quando estivermos passando por momentos difíceis?

• Efésios 2:19, 20 descreve uma família receptiva da qual fazemos parte em Cristo. Passe um momento em classe lendo esses versos e medite no que significam para você pessoalmente. Reflita sobre a ideia de que, por meio de Cristo, você é membro da “família de Deus”. O que isso significa para você em termos práticos?

Ao longo desta semana, lembre-se da experiência de José. Ele foi fiel a Deus mesmo em treze longos e difíceis anos. Durante todo esse tempo, a bênção divina se manteve sobre sua vida. A fidelidade e a confiança em Deus no presente irão prepará-lo para os desafios à sua frente e abrirão as portas para um futuro além de sua imaginação.


Praia ou deserto?

Nota: Peça que uma irmã apresente esta história na primeira pessoa.

Meu esposo, Loren, e eu (Diana Fish, 56 anos) tínhamos o emprego dos sonhos. Ele era bem-sucedido no trabalho em aconselhamento, e eu trabalhava em desenvolvimento no Hospital Advent Health. Nós amávamos a vida praiana da Flórida. Mas, parecia que algo estava faltando. Então, começamos a orar para que Deus nos conduzisse a um ministério em tempo integral. Entretanto, na verdade não estávamos abertos a ser conduzidos a qualquer lugar, exceto Tennessee, onde nossas filhos e netos moravam.

Por impulso, participei de um congresso organizado pelo Ministério da Mulher da Divisão Norte-americana. Foi um momento poderoso de oração e entrega completa a Deus. Durante o congresso, casualmente passei pelo estande da Escola Adventista Indígena de Holbrook no salão de exposições, e notei as belas cerâmicas feitas pelos alunos. Comprei três esculturas de cavalo.

Enquanto fazia minha compra, uma mulher perguntou sobre meu trabalho. Quando disse que trabalhava em desenvolvimento, apontou entusiasmada para outra mulher do estande. “Ela é nossa diretora de desenvolvimento e está se aposentando!”, disse. Então, me disse que Holbrook estava localizada no Arizona. “Não há chance de mudarmos para lá”, pensei. Meu esposo e eu gostávamos de água. O deserto do Arizona não estava na nossa lista de lugares onde queríamos morar.

Seis meses se passaram. Loren e eu continuamos orando. Um amigo informou a Loren sobre uma vaga aberta para professor de serviço social na Southern Adventist University no Tennessee, e começamos a sonhar com nossa mudança. Loren decidiu de última hora assistir à Conferencia da Associação Geral de 2015 em San Antonio, Texas. Durante aquele evento, viu, à distância, um cavalo de cerâmica no espaço de exposições, e se viu procurando a Escola Adventista Indígena de Holbrook. Uma mulher no estande notou seu crachá com as letras “ASCL”. “Isso significa ‘clinico licenciado’ alguma coisa?”, ela perguntou. Loren concordou com a cabeça. “Assistente Social Clinico Licenciado”, disse. “Nós precisamos de um profissional desta categoria!”, a mulher exclamou com entusiasmo. Loren sorriu nervosamente, procurando uma forma de fugir da conversa, mas a mulher perguntou sobre o emprego da esposa. Ele respondeu que ela trabalhava em desenvolvimento no Hospital da Flórida. “Nós também precisamos de alguém para esse cargo!”, a senhora disse, acenando para o esposo, que era o diretor de Holbrook. Loren me contou o que aconteceu. “Nossa!”, respondi.

Algumas semanas depois, decidimos visitar Holbrook no fim das férias. Antes de chegar, Loren recebeu uma ligação da Southern Adventist University. Ele não havia conseguido o emprego. Ficamos preocupados. Percebi que Deus estava testando minha disposição para a ir onde Ele dirigisse. Loren e eu passamos mais de nove horas conversando com os funcionários de Holbrook sobre a escola missionária para crianças e jovens nativas americanas. Soubemos que eles sonhavam em ter um aconselhamento cristão disponível 24 horas por dia para os alunos que lidavam com transtorno de estresse pós-traumático e outras enfermidades mentais. Naquela noite, lutei para dormir. Mas, na manhã seguinte, antes de abrir os olhos, pensamentos sobre como seria maravilhoso trabalhar em Holbrook começaram a passar na minha mente. Pulei da cama e notei um livro na estante. Peguei minha mochila e tirei o mesmo livro que Loren havia recebido na Conferência da Associação Geral. Eu havia colocado o livro no último momento. O livro tinha o seguinte título: “Follow: Anytime, Anywhere, at Any Cost” (Siga: a qualquer hora, lugar e a qualquer custo), de Don Maclafferty. Naquele momento, percebi que Deus me chamava para trabalhar na Escola Adventista Indígena de Holbrook. Pedi que Ele colocasse o mesmo sentimento no coração de Loren. Orei e esperei.

Alguns dias depois, enquanto entrávamos em nossa casa na Flórida, Loren anunciou que estava convicto que Deus desejava que mudássemos para Holbrook. Naquela tarde enviamos o nosso currículo e começamos a empacotar nossas coisas. Após duas semanas fomos contratados. Somos gratos por seguir a Deus em Holbrook.

A Escola Adventista Indígena de Holbrook necessita finalizar a segunda fase do ginásio e centro de saúde “Center New Life” (Centro Nova Vida). Por meio desse Centro, a escola atuará no tratamento contra obesidade, doenças coronárias, diabete, depressão e suicídio entre crianças e jovens nativos. Há três anos, ofertas generosas permitiram iniciar o projeto. Neste trimestre, agradecemos a liberalidade de todos na entrega de ofertas que ajudarão a concluir a segunda fase do Centro Nova Vida.

Informações adicionais

• Faça o download das fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Para outras notícias e informações sobre a Divisão Norte-americana, acesse: bit.ly/NAD-2021.

Esta história ilustra os componentes seguintes do plano estratégico do “I Will Go” da Igreja Adventista: Objetivo de crescimento espiritual nº 1 – “reavivar o conceito de missão mundial e sacrifício pela missão como um modo de vida envolvendo não apenas pastores, mas todos os membros da igreja, jovens e idosos, na alegria de testemunhar por Cristo e fazer discípulos”, através do “aumento do número de membros da igreja que participam em iniciativas evangelísticas pessoais e públicas com o objetivo de Envolvimento Total dos Membros” (KPI 1.1). Objetivo de Crescimento Espiritual No. 5 – “aumento significativo dos membros da igreja na oração diária, estudo da Bíblia e lição da Escola Sabatina, leitura dos escritos de Ellen White e engajamento em outras formas de devoção pessoal” (KPI 5.1). Objetivo de Crescimento Espiritual No. 6 – “aumentar a adesão, retenção, recuperação e participação de crianças, jovens e adultos” através do KPI 6.6, que diz: “Os membros da Igreja exibem compreensão intercultural e respeito por todas as pessoas”. Conheça mais sobre o plano estratégico em IWillGo2020.org.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2021

Tema Geral: Descanso em Cristo

Lição 6 – 31 de julho a 7 de agosto

Encontrando descanso nos laços familiares

Autor: Weverton Castro

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução

Um vídeo muito interessante traz um alerta sobre o perigo do abuso e negligência de crianças. Intitulado “Children See, Children Do” [Crianças veem, crianças fazem] e produzido pela NAPCAN, o vídeo mostra diversas cenas nas quais os pais agem de forma errada e logo em seguida são imitados por seus filhos. A lição principal é clara e aponta para o risco que os filhos correm ao reproduzir a educação que receberam dos pais.

A Bíblia é um livro imparcial, razão pela qual ela não esconde os fracassos de seus heróis. Na área da família, encontramos diversos erros dos pais que foram copiados pelos filhos. No caso dos patriarcas do povo de Israel, encontramos uma sucessão de problemas passados de geração em geração nas famílias de Abraão, Isaque e Jacó.

1. Abraão: tratamentos diferenciados

Abraão recebeu de Deus a promessa de que seria pai de uma grande nação. Porém, parecia que era impossível realizar seu projeto por causa do problema de esterilidade da sua esposa Sara. Na tentativa de contornar a situação, usando estratégias humanas, o casal decidiu incluir uma terceira pessoa no relacionamento, e Abraão se deitou com Agar, serva de Sara, com quem teve seu primeiro filho, Ismael (Gênesis 16). Mas o projeto original de Deus não incluía o adultério.

Finalmente, conforme a promessa de Deus, e contrariando as leis da biologia, Sara engravidou e deu à luz Isaque, o filho da promessa (Gênesis 21).

Embora Ismael fosse o primogênito, ele não era o filho preferido de Abraão. Gênesis 21 confirma isso ao descrever que, após um desentendimento entre os dois meninos, Abraão expulsou Ismael e sua mãe Agar para o deserto.

Diante desse cenário é possível ver como Abraão tratou um filho de modo diferente do outro. Dessa forma, a educação que Isaque havia recebido mostrava claramente que ele era tratado com superioridade em relação ao seu outro irmão.

2. Isaque: repetindo a educação recebida

Isaque se casou com Rebeca e se tornou pai de dois filhos: Esaú e Jacó (Gênesis 25:19-26). Porém, ao analisar sua família, percebe-se que a forma com que ele tratou seus filhos era um reflexo da criação que ele havia recebido de seu pai, Abraão. A Bíblia declara: “Cresceram os meninos. Esaú tornou-se perito caçador, homem do campo; Jacó, porém, era homem pacato e morava em tendas. Isaque amava Esaú, porque se saboreava de sua caça; Rebeca, porém, amava Jacó” (Gênesis 25:27-28).

Por causa do tratamento diferenciado que Isaque dava a seus filhos, privilegiando um em detrimento do outro, sua família passou por diversos problemas, envolvendo mentira, roubo, traição, briga e a separação entre eles. Depois de ter roubado a benção de seu irmão mais velho, Jacó fugiu de casa e nunca mais viu seus pais em vida.

3. Jacó: o oprimido se tornou opressor

Um princípio defendido pelo educador Paulo Freire é que todo oprimido corre o risco de se tornar opressor. No caso de Jacó, sendo vítima de uma educação que privilegiava um filho em detrimento do outro, ao se tornar pai, ele também repetiu a criação que havia recebido em casa.

No caso, Jacó teve treze filhos, doze homens e uma mulher. Porém, ele tratava um de forma diferenciada. Sobre esse estilo de paternidade, a Bíblia declara: “Esta é a história de Jacó. Tendo José dezessete anos, apascentava os rebanhos com seus irmãos; sendo ainda jovem, acompanhava os filhos de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e trazia más notícias deles a seu pai. Ora, Israel amava mais a José que a todos os seus filhos, porque era filho da sua velhice; e fez-lhe uma túnica talar de mangas compridas” (Gn 37:2, 3, ARA).

No desenrolar da história, a Bíblia revela todo o prejuízo que a família de Jacó sofreu por causa do tipo de educação que ele deu a seus filhos. Por privilegiar um filho acima dos outros, uma série de consequências negativas se desencadearam.

4. De geração em geração

Analisando a história dos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, percebemos claramente a influência que os pais têm sobre os filhos. Os mesmos erros familiares cometidos por um, foram repetidos pelos outros.

Outro exemplo é a tendência ao engano e mentira. Abraão, por medo do rei filisteu Abimeleque, mentiu sobre ser marido de sua esposa Sara (Gênesis 20). Alguns anos depois, Isaque, diante do mesmo rei, também mentiu sobre ser esposo de Rebeca. Jacó, conhecido como enganador, mentiu para seu pai, se fazendo passar por seu irmão, Esaú. Ou seja, os filhos imitam os pais.

Por isso, logo no segundo dos Dez Mandamentos, Deus nos faz lembrar por meio das palavras: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me aborrecem, e faço misericórdia até mil gerações daqueles que Me amam e guardam os Meus mandamentos” (Êx 20.5, 6, ARA).

Sobre essa solene verdade, Ellen White declarou: “Em regra, os filhos herdam as disposições e tendências dos pais, e imitam-lhes o exemplo, de modo que os pecados dos pais são praticados pelos filhos de geração em geração” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, 118).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Weverton de Paula Castro é pastor e professor de Teologia no Seminário Adventista da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA). É casado com a enfermeira Jozy Anne e é pai do pequeno André, nascido no início de 2021. Graduado em Teologia e Filosofia, tem mestrado intracorpus em Interpretação Bíblica (FADBA) e em Ciências da Religião (UEPA). Atualmente é doutorando em Educação Religiosa (Andrews University).