Lição 11
03 a 09 de dezembro
Enganos do tempo do fim
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ef 4-6
Verso para memorizar: “E não é de admirar, porque o próprio Satanás se disfarça de anjo de luz. Portanto, não deveria surpreender que os seus próprios ministros se disfarcem em ministros de justiça. O fim deles será conforme as suas obras” (2Co 11:14, 15).
Leituras da semana: Mt 7:21-27; Jo 11:40-44; 1Pe 3:18; 1Sm 28:3-25; Ef 6:10-18

Nosso mundo contemporâneo se tornou um caldeirão do sobrenatural e do místico, incrementado por Hollywood, que não tem problemas em fazer filmes com temas religiosos e místicos em uma miscelânea de erro e engano. A velha mentira: “É certo que vocês não morrerão” (Gn 3:4) inspirou alguns dos livros mais lidos e filmes mais assistidos das últimas décadas, bem como muitos videogames populares. Inegavelmente, somos expostos ao terreno encantado de Satanás e somos tentados por ele, que pode aparecer em inúmeras formas e até, em alguns casos, vir escondido no verniz da ciência.

Um dos fenômenos mais enganosos tem sido o que é chamado de “experiências de quase morte” (EQMs), em que aqueles que “morreram” voltaram à vida com histórias de uma experiencia pós-morte. Muitos consideram esses eventos a prova de uma alma imortal!

Nesta semana, estudaremos sobre alguns enganos do fim dos tempos, como o misticismo, experiências de quase morte, reencarnação, necromancia, culto aos ancestrais e outros. São assuntos perigosos aos quais devemos estar atentos, mas sem nos expormos às suas influências.

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Domingo, 04 de dezembro
Ano Bíblico: Filipenses
Misticismo

O mundo tem sido inundado pelo misticismo. A palavra “misticismo” é um termo complexo que engloba enorme variedade de ideias. Do ponto de vista religioso, a palavra sugere a união do indivíduo com o Divino ou Absoluto em algum tipo de experiência espiritual ou transe. Isso caracteriza a experiência de adoração até mesmo de certas igrejas. Os fenômenos variam em forma e intensidade, mas a tendência é substituir a autoridade da Palavra de Deus pelas experiências subjetivas. A Bíblia perde muito de sua função doutrinária, e o cristão fica vulnerável às suas próprias experiências. A religião subjetiva não protege contra os enganos do tempo do fim.

1. Leia Mateus 7:21-27. À luz das palavras de Jesus, o que significa construir nossa casa “sobre a rocha” e construí-la “sobre a areia”?

Há uma tendência no mundo cristão pós-moderno de minimizar a relevância das doutrinas bíblicas, considerando-as ecos entediantes de uma forma obsoleta de religião. Nesse processo, os ensinamentos de Cristo são artificialmente substituídos pela Pessoa de Cristo. O argumento é que uma ou outra história bíblica não pode ser verdadeira porque Jesus, conforme O veem, nunca teria permitido que acontecessem como está descrito. Sentimentos e gostos pessoais acabam sendo os critérios de interpretação das Escrituras ou até mesmo para rejeitar totalmente o que a Bíblia ensina de forma clara, muitas vezes sobre a obediência a Deus, que, como disse Jesus, é essencial para construir a casa sobre a rocha.

Os que pensam que não importa em que doutrina creem, desde que acreditem em Jesus, estão em terreno perigoso. Os inquisidores romanos que condenaram à morte incontáveis protestantes acreditavam em Jesus Cristo. Aqueles que expulsam demônios em nome de Cristo (Mt 7:22) creem Nele. “A teoria que diz que não importa o que as pessoas creiam é um dos enganos mais bem-sucedidos de Satanás. Ele sabe que a verdade, recebida por amor, santifica a alma de quem a recebe; portanto, está constantemente procurando substituí-la por falsas teorias e fábulas ou por outro evangelho” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 434, 435).

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Como podemos combater a tendência humana de deixar que nossas emoções e desejos nos levem a fazer coisas contrárias à Palavra de Deus? Como ajudar as outras pessoas nessa luta espiritual?


Segunda-feira, 05 de dezembro
Ano Bíblico: Colossenses
Experiências de quase morte

Alguns dos argumentos modernos mais populares para “provar” a teoria da imortalidade natural da alma são as experiências de quase morte. Em seu livro, Vida Depois da Vida: O que acontece quando uma pessoa morre? Uma pesquisa séria e impressionante do fenômeno da sobrevivência à morte física (Rio de Janeiro, RJ: Editorial Nórdica, 1979), Raymond A. Moody Jr. apresentou os resultados de seu estudo de cinco anos acerca de mais de cem pessoas que experimentaram “morte clínica” e foram reanimadas. Essas pessoas afirmaram ter visto um ser de luz amoroso e caloroso antes de voltarem à vida. Isso tem sido considerado “prova incontestável da sobrevivência do espírito humano depois da morte” (contracapa). Muitos outros livros promovem a mesma ideia (veja a lição 2).

2. Por que os relatos bíblicos de ressurreição não falam sobre uma existência consciente enquanto as pessoas ressuscitadas estiveram mortas? 1Rs 17:22-24; 2Rs 4:34-37; Mc 5:41-43; Lc 7:14-17; Jo 11:40-44

Todas as experiências de quase morte relatadas na literatura moderna são de pessoas consideradas clinicamente mortas, porém não mortas de fato, em contraste com Lázaro, que estava morto havia quatro dias e cujo cadáver estava apodrecendo (Jo 11:39). Os que ressuscitaram nos tempos bíblicos jamais mencionaram qualquer experiência de vida após a morte, seja no paraíso, no purgatório ou no inferno. Esse é um argumento do silêncio, mas está de pleno acordo com os ensinamentos bíblicos sobre o estado inconsciente dos mortos!

Mas e as experiências de quase morte? Se aceitarmos o ensino da inconsciência dos mortos (Jó 3:11-13; Sl 115:17; 146:4, Ec 9:10), restarão duas possibilidades principais: ou se trata de uma alucinação psicoquímica natural sob condições extremas, ou pode ser uma experiência enganosa sobrenatural satânica (2Co 11:14). O engano satânico poderia ser a explicação, porque, em alguns casos, as pessoas afirmam ter falado com parentes mortos! Contudo, pode ser uma combinação dos dois fatores.

Portanto, é crucial nos apegarmos à Bíblia, independentemente das experiências que contradizem a Palavra, sejam essas experiências nossas ou de outras pessoas.

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As EQMs muitas vezes vêm com o selo de aprovação científica. O que isso nos ensina sobre o cuidado que devemos ter até mesmo com o que a “ciência” supostamente “prove”?


Terça-feira, 06 de dezembro
Ano Bíblico: 1 Tesssalonicenses
Reencarnação

A noção pagã de uma alma imortal provê a base para a teoria não bíblica da reencarnação ou transmigração da alma. Essa teoria é adotada por algumas das principais religiões do mundo. Enquanto a maioria dos cristãos acredita na existência de uma alma imortal que fica em um Céu ou inferno permanente após a morte, aqueles que acreditam na reencarnação sustentam que essa alma imortal passa por muitos ciclos de morte e renascimento na Terra.

Para alguns, a reencarnação é considerada um processo de evolução espiritual que permite ao espírito atingir níveis cada vez mais elevados de conhecimento e moralidade em sua jornada para a perfeição. Os hindus acreditam que a alma eterna passe por uma progressão de consciência ou “samsara” em seis classes de vida: aquática, plantas, répteis e insetos, pássaros, animais e seres humanos, incluindo os residentes do Céu.

3. Leia Hebreus 9:25-28 e 1 Pedro 3:18. Se Jesus morreu apenas “uma vez” (Hb 9:28; 1Pe 3:18) e da mesma forma todos os seres humanos morrem apenas “uma vez” (Hb 9:27), por que até mesmo alguns supostos cristãos acreditam em alguma forma de reencarnação?

Muitas pessoas acreditam não no que deveriam, mas no que querem acreditar. Se uma teoria lhes traz paz e conforto existencial, isso é suficiente para resolver a discussão. Mas, para aqueles que levam a Bíblia a sério, não há como aceitar a teoria da reencarnação.

Primeiro, essa teoria contradiz os ensinos bíblicos da mortalidade da “alma” e da ressurreição do corpo (1Ts 4:13-18). Segundo, ela rejeita a doutrina da salvação pela graça através da fé na obra redentiva de Jesus Cristo (Ef 2:8-10) e a substitui por obras humanas. Terceiro, a teoria contradiz o ensino bíblico de que o destino eterno é decidido para sempre pelas decisões da pessoa nesta vida (Mt 22:1-14; 25:31-46). Quarto, essa teoria minimiza o significado e a relevância da segunda vinda de Cristo (Jo 14:1-3). E, quinto, a teoria propõe oportunidades após a morte para alguém ainda superar as dificuldades espirituais de sua própria vida, o que não é bíblico (Hb 9:27).

Em suma, não há lugar para a ideia de reencarnação na fé cristã.

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Quarta-feira, 07 de dezembro
Ano Bíblico: 2 Tessalonicenses
Necromancia e culto aos ancestrais

A palavra “necromancia” deriva dos termos gregos nekros (“morto”) e manteia (“adivinhação”). Praticada desde os tempos antigos, a necromancia é uma forma de convocar os supostos espíritos ativos dos mortos para obter conhecimento, muitas vezes sobre eventos futuros. O culto aos ancestrais, por sua vez, é o costume de venerar os ancestrais falecidos, visto que ainda são considerados familiares, e cujos espíritos podem, acredita- se, influenciar os assuntos dos vivos. Essas práticas pagãs podem ser muito atraentes para aqueles que acreditam em uma alma imortal e que também sentem falta de seus entes queridos falecidos.

4. Leia 1 Samuel 28:3-25. Quais lições espirituais contra qualquer suposta comunicação com os mortos podem ser extraídas da experiência de Saul com a médium em En-Dor?

A Bíblia afirma claramente que todos os espíritas, médiuns, feiticeiros e necromantes, na antiga teocracia israelita, eram abomináveis ao Senhor e deveriam ser mortos por apedrejamento (Lv 19:31; 20:6, 27; Dt 18:9-14). Saul havia destruído todos os médiuns e espíritas de Israel segundo essa lei (1Sm 28:3, 9).

Porém, depois de ter sido rejeitado por Deus, o próprio Saul foi à cidade cananeia de En-Dor para consultar uma médium (1Sm 28:6, 7, 15; compare com Js 17:11, Sl 83:10). Ele pediu a ela que trouxesse o falecido profeta Samuel, o qual supostamente tenha aparecido e falado com Saul. O espírito enganador, que fingiu ser Samuel, disse a Saul: “Amanhã, você e os seus filhos estarão comigo” (1Sm 28:13-19). Ao predizer a morte de Saul, o espírito enganador, assumindo a forma de Samuel, reafirmou a teoria da imortalidade da alma. Foi um engano poderoso, do qual Saul deveria estar ciente, em vez de se envolver com o que ele mesmo havia condenado antes.

Mais de dois séculos depois, o profeta Isaías escreveu: “Quando disserem a vocês: ‘Consultem os médiuns e os adivinhos, que sussurram e murmuram’, será que um povo não deveria consultar o seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, jamais verão a luz do alvorecer” (Is 8:19, 20; também Is 19:3).

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Com que frequência, sob estresse, fazemos coisas que sabemos ser erradas? Por que a fé, a oração e a obediência à Palavra são a única defesa segura contra nós mesmos?


Quinta-feira, 08 de dezembro
Ano Bíblico: 1 Timóteo
Personificações e outras aparições

As personificações demoníacas dos mortos e outras aparições demoníacas são semelhantes à necromancia. As personificações podem ocorrer na forma de um familiar falecido, amigo ou pessoa. A aparência física e a voz são semelhantes às do falecido. Esses artifícios serão usados para enganar os que não estão fundamentados na Bíblia. Ellen G. White adverte: “Esses espíritos mentirosos personificam os apóstolos e os representam como contradizendo o que escreveram sob a inspiração do Espírito Santo. [...] Como ato culminante no grande drama do engano, o próprio Satanás personificará Cristo” (O Grande Conflito, p. 463, 518).

5. Leia 2 Coríntios 11:14, 15 e Efésios 6:10-18. Quais devem ser nossas salvaguardas contra tais enganos demoníacos?

O apóstolo Paulo nos adverte que “a nossa luta não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Ef 6:12). Só podemos ser protegidos contra esses enganos estando vestidos com “toda a armadura de Deus” descrita em Efésios 6:13-18.

As personificações e aparições satânicas podem ser assustadoras e enganadoras, mas não podem enganar os que são protegidos por Deus e estão fundamentados na Sua Palavra. Do ponto de vista doutrinário, os que acreditam na doutrina bíblica da imortalidade condicional do ser humano sabem que qualquer aparição ou comunicação com os mortos é de origem satânica e precisa ser rejeitada pela graça de Deus. Não importa quão poderosa, convincente e aparentemente real seja a manifestação, devemos permanecer firmes no ensino de que os mortos estão dormindo na sepultura.

Imagine, porém, perder um ente querido e depois crer que ele apareceu para você. E se ele lhe expressar amor, dizer o quanto sente sua falta e falar coisas que só ele saberia? E se ele disser que agora está em um lugar melhor? Se uma pessoa não está fundamentada no que a Bíblia ensina sobre o estado dos mortos, imagine com que facilidade ela poderá cair nesse engano. Especialmente porque querem acreditar nisso.

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O que significa vestir “toda a armadura de Deus”? Como podemos fazer isso em todas as áreas da vida, não apenas ao lidar com os enganos do tempo do fim?


Sexta-feira, 09 de dezembro
Ano Bíblico: 2 Timóteo
Estudo adicional

Leia Ellen G. White, Evangelismo, p. 602-609 (“Lidar com a falsa ciência e com os falsos cultos, ismos e sociedades secretas”); No Deserto da Tentação, p. 86-93 (“Condescendência própria disfarçada de religião”).

Há uma fundação que afirma estar criando uma tecnologia que permitirá o contato com os mortos “por mensagens de texto, telefonemas e videoconferência”. O site da fundação chama os mortos de PPMs (pessoas pós-materiais) e afirma que, quando os humanos morrem, passam “para outra fase da eternidade”, mas “retêm a consciência, a identidade e os aspectos centrais de sua forma física anterior”. Mais importante ainda, o pessoal da fundação afirma estar desenvolvendo, em três fases, a tecnologia que permitirá a comunicação entre pessoas materiais e pós-materiais.

A primeira fase “permitirá enviar mensagens de texto e conversar de modo virtual com familiares, amigos e especialistas de todas as áreas em seu estado pós-material”. A fase dois vai “permitir conversar com entes queridos que vivem em outra parte da eternidade”. E a terceira fase abrirá o caminho para “ouvir e ver os que estão experimentando o campo de todas as possibilidades de um ponto de vista diferente”.

É assustador o modo pelo qual testam se os mortos que se comunicam são realmente quem afirmam ser. “Por exemplo”, diz o site, “um pai enlutado pode fazer a seguinte pergunta a uma filha que passou para o outro mundo: ‘Você tinha um cachorro chamado Snoopy? Nós lhe demos um canivete no seu décimo aniversário?’” Observe este aviso: “Algumas vezes, seres espirituais aparecem em forma de amigos falecidos, contam experiências pessoais de sua vida e fazem coisas que eles costumavam fazer enquanto estavam vivos” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 606).

Perguntas para consideração

  1. Como lidar com a mídia que promove esses enganos? (Sl 101:1-8; Pv 4:23; Fp 4:8)

  2. Podemos ajudar outros a vencer os enganos sem sermos expostos a esses enganos?

  3. A história de “Samuel” vindo da sepultura seria prova de que os mortos continuam vivos? Por que não podemos construir uma doutrina com base apenas em um texto?

Respostas e atividades da semana: 1. Construir nossa casa sobre a rocha é priorizar nossa obediência a Deus, ao passo que construir nossa casa sobre a areia é ter como base nossos sentimentos e gostos pessoais como os critérios de interpretação das Escrituras. 2. Porque não existe consciência na morte. 3. Porque essa teoria lhes traz conforto existencial. Essas pessoas creem no que querem acreditar, e não no que a Bíblia ensina. 4. O espírito enganador reafirmou a teoria antibíblica da imortalidade da alma. Não devemos crer naquilo que contradiz a Bíblia. 5. Deus e as verdades bíblicas.

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Resumo da Lição 11
Enganos do tempo do fim

TEXTO-CHAVE: Ef 6:11

ESBOÇO

Nosso mundo tem aceitado cada vez mais manifestações do mundo sobrenatural. Talvez todos conheçamos alguém que já se comunicou com um parente morto, participou de uma sessão espírita (invocando os mortos) ou brincou com um tabuleiro Ouija (tábua dos espíritos), mesmo quando criança. Em certas lojas de roupas nos Estados Unidos da América, pode-se encontrar livros com temas místicos ou cartas de tarô (cartas de baralho, usadas para obter informações sobre o passado, presente ou futuro de alguém), que aparentemente são tão comuns quanto livros sobre qualquer outro tema. Quando esses artigos são combinados com a mídia popular, que retrata “almas” ou a comunicação com os mortos em shows e filmes regularmente, não é de admirar que tais manifestações do espiritismo tenham se tornado “normais”.

Misticismo, relatos de experiências de quase morte, crença na reencarnação, necromancia, culto aos ancestrais e espiritismo contribuem para a normalização de tais coisas em nossa sociedade e para a confusão a respeito da vida após a morte. Mas Deus leva muito a sério qualquer coisa que tenha a ver com o espiritismo, e a Bíblia nos adverte em linguagem extremamente forte contra essas práticas, pois são um engano de Satanás. O livro do Apocalipse acrescenta às admoestações encontradas anteriormente que, no tempo do fim, a obra enganosa de Satanás só aumentará (ver em especial Ap 9:5, 6, 10, 11, 19; 12:9; 16:13, 14). Portanto, ter armas contra esse engano é extremamente importante. Devemos estar fundamentados na Palavra de Deus e cheios do Espírito Santo para nos apegarmos à verdade e não cairmos nos esquemas de Satanás.

COMENTÁRIO

Nesta lição, iremos nos concentrar no que podemos fazer para nos fortalecer contra os esquemas do diabo. Além disso, nos aprofundaremos em Efésios 6 e na ênfase de Paulo sobre a armadura de Deus.

A armadura de Deus (Ef 6:10-18)

Paulo usa várias metáforas para a igreja no livro de Efésios. Primeiro, ele chama a igreja de templo de Deus (Ef 2:19-22); a igreja é um edifício que é a habitação de Deus por meio da Pessoa do Espírito Santo. Segundo, a igreja é o corpo de Cristo (Ef 4:1-16), em que devemos trabalhar, juntos, cada um fazendo sua parte para que cresçamos Nele. Terceiro, a igreja é a noiva de Cristo (Ef 5:25-27), sendo Ele o Noivo que a prepara para Si mesmo (é Ele que trabalha em cada um de nós, transformando e convertendo). A metáfora final de Paulo compara a igreja a um exército (Ef 6:10-17), o qual está bem preparado para a batalha.

Paulo começa encorajando os crentes: “sejam fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder” (Ef 6:10). A primeira palavra para “forte” é endunamoo, que tem o significado básico de “ser capaz” de fazer algo, ou ter o poder para fazer algo. Assim, Paulo exorta os crentes a acreditar que eles têm o poder de que precisam para fazer o que deve ser feito na batalha espiritual travada em nosso mundo. Eles têm esse poder por causa da força do poder de Cristo.

Após essa exortação, o apóstolo disse aos crentes para se revestirem da armadura de Deus (Ef 6:11). Ele usou o estilo dos discursos de batalha do AT (Dt 20:2-4; 2Cr 20:13-19; 32:6-8) para inspirar e motivar os crentes a confiar no que Deus pode fazer. Contudo, especificou que o propósito de toda a armadura é permitir que eles fiquem “firmes contra as ciladas do diabo” (Ef 6:11). A palavra para ciladas é methodeia, que significa “astúcia”. É usada apenas mais uma vez no NT, em Efésios: “Para que não mais sejamos como crianças, arrastados pelas ondas e levados de um lado para outro por qualquer vento de doutrina, pela artimanha das pessoas, pela astúcia com que induzem ao erro [methodeia]” (Ef 4:14). Nessa passagem, Paulo comparou a nossa edificação como igreja na unidade da fé e do conhecimento de Deus com a condição de criancinhas arrastadas por qualquer coisa que pareça boa, mas que, na realidade, vem de Satanás. O apóstolo também advertiu os crentes a ser vigilantes, “para que Satanás não alcance vantagem sobre nós, pois não ignoramos quais são as intenções dele” (2Co 2:11).

O engano do diabo é real e perigoso e está presente em todas as épocas. Contudo, o livro do Apocalipse nos diz que a serpente está enfurecida e cheia de fúria, “sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12, 17). Portanto, é evidente que, quanto mais nos aproximamos do fim, mais furioso, agitado e mais ocupado está Satanás. Paulo usou com frequência a palavra “permanecer” em seus livros (Rm 14:4; 1Co 16:13; Fl 1:27; 4:1; 1Ts 3:7, 8) e chama os crentes a permanecer firmes e fiéis. Nessa passagem, ele usou a palavra stenai (permanecer, ficar firme) quatro vezes (Ef 6:11, 13, 14) e a repetia com frequência para enfatizar que eles deviam permanecer em Cristo. Para permanecerem firmes contra os esquemas do diabo, deveriam vestir a armadura de Deus.

Curiosamente, Paulo não disse que os crentes deviam lutar contra o diabo, mas permanecer firmes. Por quê? Porque Deus é Aquele que luta. De fato, Deus conquistou a vitória na cruz e por meio da ressurreição; portanto, a vitória final no Seu retorno está assegurada. Precisamos apenas permanecer com determinação e nos apegar a Deus e à Sua Palavra.

Em seguida, Paulo afirmou que não lutamos contra carne e sangue, mas contra os poderes das trevas (Ef 6:12). A palavra “luta” vem do grego pale, que significa “enfrentamento” ou “conflito”. É curioso que essa palavra ocorra apenas uma vez no NT, exatamente nessa passagem. Podemos nos enganar imaginando que nossa batalha é contra seres humanos, mas, na verdade, a nossa luta é contra os poderes satânicos. O conflito cósmico é contra todas as forças satânicas, que são descritas por diferentes termos, possivelmente para demonstrar que a ameaça é muito grande.

Como não vemos o mundo invisível, podemos facilmente ser levados a esquecer que o inimigo e sua oposição a Deus existem de fato. Entretanto, Paulo não era ingênuo em relação à batalha entre o bem e o mal. Ele a enfrentou muitas vezes ao longo de seu ministério; Satanás tentou destruí-lo por anos. Paulo naufragou, foi espancado, apedrejado e expulso das cidades, e muitas dessas coisas aconteceram várias vezes. Ele ressaltou que não eram apenas os seres humanos que estavam contra ele, mas havia um poder por trás da oposição. No entanto, Deus continuava lhe dando forças para prosseguir, e assim seu desejo de pregar a Palavra não diminuía.

Colocar a armadura é uma metáfora para se apegar a diferentes aspectos da Palavra de Deus e confiar Nele. A metáfora é construída sobre as imagens da armadura do soldado romano. O cinto da verdade (Ef 6:14) amarrado à cintura nos lembra de como é imperativo se agarrar à verdade e não a deixar ir, “para que nos tornemos cooperadores com eles na proclamação da verdade” (3Jo 8). A couraça da justiça (Ef 6:14) deve nos fazer pensar no que Cristo fez por nós; estamos cobertos por Sua justiça, pois não podemos fabricar a nossa. Cristo é Aquele que nos transforma por Sua presença. Precisamos usar como calçados a prontidão do evangelho da paz (Ef 6:15). Esse é o único texto na Bíblia em que o evangelho é chamado de evangelho da paz. O evangelho, as boas-novas sobre Jesus, traz paz para aqueles que O aceitam. Paulo pede que aceitemos o evangelho para nós mesmos e que também o levemos aonde quer que formos e assim ofereçamos sua esperança aos outros. O escudo da fé (Ef 6:16) serve para apagar as flechas do maligno.

O diabo sabe o que mirar em cada um de nossos traços de caráter para nos fazer tropeçar e cair: palavras indelicadas para alguns, álcool ou sexo para outros. Mas tomar o escudo significa dizer não à dúvida, ao pecado e à tentação porque cremos que Deus tem o poder de que precisamos. Nosso Pai prometeu que, quando somos fracos, Ele é forte (2Co 12:10). O capacete da salvação nos lembra da esperança da vida eterna por causa do sacrifício e da ressurreição de Cristo. A certeza da salvação mantém nossa mente em paz. Por último, a espada do Espírito (Ef 6:17), que é a Palavra de Deus, demonstra a necessidade de que as Escrituras sejam a arma utilizada contra os esquemas do diabo. É por isso que memorizar versos da Bíblia é crucial. Se seguramos o escudo da fé em uma mão e a Palavra de Deus (a espada) na outra, então não temos mãos livres para segurar a vingança, a malícia, uma resposta rude, a imoralidade, o comportamento antiético, a tentação, a luxúria, o ódio ou o engano. Se ao menos usássemos a fé e a Palavra como nossas armas, não cairíamos em desânimo e abatimento com tanta frequência.

Paulo encerra essa passagem nos dizendo para orar em todo tempo e orar no Espírito (Ef 6:18). Devemos orar para não cairmos nos esquemas de Satanás. Precisamos orar pelo Espírito Santo, orar para que o poder permaneça em nós. Necessitamos orar pedindo forças contra a tentação e suplicar por sabedoria para tomar decisões ao lado de Deus. Precisamos orar pedindo amor pelas pessoas, por mais fé, por ousadia para falar sobre Cristo. Satanás quer nos desencorajar de seguir a Deus ou nos atrair para longe Dele com promessas de diversão, emoção e liberdade, mas o Senhor quer nos capacitar a permanecer em Cristo, porque a verdadeira liberdade e felicidade vêm somente de Deus.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

  1. Você precisa de poder para lutar contra alguma coisa? Você precisa defender alguém ou algo, ou ser mais ousado na pregação de Cristo? Peça pela armadura de Deus, nomeando cada parte dela. Tente fazer essa oração todos os dias durante um mês e veja a diferença que fará na sua vida.
  2. Pense em alguém que você conhece e que esteja lutando contra as estratégias satânicas. Agora, reserve um tempo para pedir em oração que a armadura de Deus esteja sobre ela. Mais uma vez, peça que Deus cubra essa pessoa com cada parte da Sua armadura, de modo que a mente e o coração dela sejam transformados e protegidos dos ataques do inimigo.

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Asiata

Samoa | 3 de dezembro

Asiata, pai de três filhos adultos e avô de três netos, não sabia o significado da sigla ADRA quando chegou ao escritório da ADRA para uma entrevista de emprego em Apia, capital da nação de Samoa, no Pacífico Sul. Mas ele sabia que estava desempregado e precisando desesperadamente de dinheiro para sustentar sua família.

Durante a entrevista de emprego, a diretora nacional da ADRA explicou o significado da sigla: Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais. Ela explicou que a ADRA queria contratar alguém para ajudar a preparar a comunidade para ciclones e outros desastres naturais.

Asiata gostou da ideia de ajudar sua família e vizinhos a se prepararem melhor para os ciclones. Um ciclone feroz parecia atingir Samoa a cada poucos anos, destruindo casas, estradas, derrubando linhas de eletricidade e colocando vidas em risco. Ele era bem adequado para o trabalho de facilitador da comunidade. Embora Asiata tivesse retornado recentemente a Samoa depois de passar algum tempo na Austrália, ele tinha raízes profundas na comunidade local. Sua família havia fundado uma igreja na vila, e ele ocupou cargos em seu conselho e em sua denominação religiosa.

Asiata conseguiu o emprego na ADRA, mas, quando foi chamado para começar a trabalhar, enfrentou um dilema. O diretor da ADRA queria que ele começasse a trabalhar no mesmo dia em que deveria fazer um exame para se qualificar para pregar em sua denominação religiosa. Ele realmente queria trabalhar e realmente precisava do dinheiro, mas também queria muito fazer o exame. Ele amava a Deus. Ele explicou o problema ao diretor da ADRA.

“Tudo bem”, disse-lhe o diretor da ADRA. “Vá em frente e faça o exame. Você pode começar a trabalhar na segunda-feira da próxima semana.

Asiata sentiu-se muito aliviado. Ele apreciou a flexibilidade do diretor da ADRA e seu respeito por sua fé. Ele passou no exame de pregação e começou seu novo emprego na segunda-feira.

Vários meses se passaram, e ele soube que a Igreja Adventista do Sétimo Dia realizaria reuniões especiais em Samoa. Um evangelista estava vindo da Austrália para falar em um grande centro de convenções. As reuniões seriam transmitidas ao vivo em telões nas igrejas adventistas em Samoa. Asiata recebeu um convite para participar das principais reuniões no centro de convenções.

Ele convidou sua esposa, dois filhos adultos, uma nora e outras pessoas de sua aldeia para participar das reuniões, e eles concordaram. Sentou-se na primeira fila, quase em frente ao púlpito, em todas as reuniões das catorze noites. Ele se levantou em resposta a cada apelo. Quando o evangelista perguntou quem gostaria de ser batizado, ele se levantou novamente. Asiata juntou-se a sua esposa, seus dois filhos adultos e sua nora para serem batizados no último sábado das reuniões.

Três anos se passaram e, no final de 2020, outro programa de duas semanas foi organizado em Samoa. O orador foi o presidente da Igreja Adventista em Samoa. Ele pediu a Asiata para fazer uma apresentação de saúde de 15 minutos no início de cada reunião. Entre outras coisas, Asiata poderia ensinar aos ouvintes como um estilo de vida saudável poderia prevenir o diabetes. O diabetes é uma condição de saúde comum que resulta em muitos samoanos sofrendo amputações dos dedos dos pés.

Asiata convidou seus vizinhos para participar das reuniões. Todos os dias depois do trabalho, durante catorze noites, ele levava os vizinhos em sua van para as reuniões. Seis deles foram batizados.

Então, em 2021, a Igreja Adventista organizou outra série, e Asiata novamente convidou seus vizinhos. Dois foram batizados.

Asiata não poderia estar mais feliz. “Acredito que Deus me guiou para a ADRA”, disse ele. “Deus me deu esse trabalho e abriu uma janela para eu crescer espiritualmente.”

Asiata ama Isaías 6:8: “Depois disto, ouvi a voz do Senhor, que dizia:

— A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Eu respondi: — Eis-me aqui, envia-me a mim” (NAA).

Obrigado por sua oferta do décimo terceiro sábado três anos atrás, que apoiou o projeto “Salvando 10.000 Dedos dos Pés”, uma campanha para prevenir amputações de dedos dos pés, ensinando melhores práticas de saúde em Samoa e em outros países da Divisão do Pacífico Sul.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2022

Tema geral: Vida, morte e eternidade

Lição 11 – 3 a 10 de dezembro de 2022

Enganos do tempo do fim

Autor: Sérgio H. S. Monteiro

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Estamos nos aproximando dos últimos temas de nosso estudo sobre a morte e como o medo dessa desconhecida foi um dos fatores que facilitaram o surgimento de inúmeros pensamentos que destoavam da verdade bíblica em sua mais simples definição. Em lugar de apenas aceitar a explícita verdade de que na morte o ser humano cessa de existir, a humanidade enveredou na tentativa de estabelecer o falso ensino de que a vida se estende além da morte, sem o meio que o Criador da humanidade providenciou para isso. Assim, foi aceita a proposta artificial e falsa de que a imortalidade é um dom natural e que a morte nada mais é que um meio de libertação da alma superior das prisões inferiores da materialidade. Como vimos nas primeiras lições do nosso estudo, essa proposta não veio por intermédio de um pensamento rebelde ou questionador do próprio ser humano, mas surgiu como um meio engendrado pelo inimigo de Deus, Satanás, para atrair a humanidade a si mesmo, ao oferecer um meio de viver eternamente sem compromisso com Deus. Esse mesmo engano persiste ainda hoje e de maneira multiforme busca atingir as pessoas com mentalidade mais moderna e as pessoas com pensamento mais antigo, mas que buscam fora de Deus respostas para suas dores e aflições.

De forma mais ampla, entretanto, o inimigo oferece um cardápio cheio de opções enganosas, mas que possuem um elemento, um ingrediente em comum: “certamente não morrereis”. Ao cientista, ele oferece a utopia de prolongar indefinidamente a existência humana, ao ponto de se dizer que a imortalidade não mais será apenas da alma, mas do ser humano integral, sem recorrer à ressurreição. Outros cientistas, entretanto, com mentalidade mais espiritualista, asseveram que a ciência atestou a sobrevivência da alma, através das experiências de quase-morte. Recordo-me de quando, estudando parapsicologia com o falecido padre Quevedo (não é brincadeira), famoso parapsicólogo católico do século 20, fomos apresentados à refutação “científica” desse fenômeno. Segundo a parapsicologia, as “Experiências de Quase-Morte” [EQM], como são chamadas normalmente, tratam-se de um fenômeno parapsicológico, no qual a mente atravessa os limites impostos pelo corpo e se apresenta em toda a sua potência, o que permitiria que ela enxergasse o reino invisível e, inclusive, interagisse com ele. Contudo, essa suposição não é prova da imortalidade, mas de poderes imanentes e latentes à humanidade. Percebam a sutiliza do engano. Ambas as explicações afirmam um estado de consciência muito mais consciente, quando inconsciente, principalmente na morte. Ambos afirmam a dualidade de matéria e espírito, sendo o primeiro uma prisão ou um limitador do segundo, quando o testemunho bíblico, ao contrário, afirma a unicidade da criação divina, operando em conformidade com esse princípio integral, no qual o todo está corrompido e o TODO será salvo.

Noutro espectro dos enganos apresentados pelo inimigo estão aquelas ideias com menor apelo científico, mas com enorme apelo popular, como as experiências místicas, que permitiriam ao ser humano entrar em contato com poderes adormecidos, ou com entidades que, se bem manipuladas, podem ser manipuladas para o bem, ou não, a depender do desejo de quem as manipula. Essa ideia, já existente nos antigos rituais egípcios de feitiçaria, ou nos oráculos delfinos, também pode ser encontrada nas religiões de wicca, ou bruxaria celta, agora disfarçadas de empoderamento feminino, porque o poder advém do feminino e dele toda a vida se origina. Talvez muitas leitoras hoje não estejam dispostas a aceitar, mas as ideias do feminismo, de certa forma, remontam à mesma proposta da serpente edênica, não porque a igualdade seja um problema, mas porque a igualdade somente pode ser obtida verdadeiramente através do Cristo que iguala e não de elementos de divinação, ou de outro empoderamento que não de Deus e Seu poder.

Não é possível deixar de lembrar também do modelo de vida cristã que prioriza suas experiências pessoais em detrimento do conhecimento das Escrituras. Diz-se que a Bíblia é um livro de experiências e que, portanto, é subjetivo em suas apresentações e deve também ser subjetivo em seus significados, não existindo necessidade alguma de estudar o texto, seu contexto, sua língua, mas apenas confiar no seu guia interior, que ousam ainda chamar de Espírito Santo, mas que não passa de seus próprios desejos, vontades e ideologias impostas ao texto. No ápice do subjetivismo dessa abordagem, apontam para Jesus e dizem que apenas Ele é importante, e não o texto que O apresenta. Isso, entretanto, é, no mínimo, enganoso. Porque o Cristo objetivo que existe e deve ser apresentado não pode ser conhecido pela subjetividade da apresentação individualizada, mas pelo quadro objetivo que o Santo Espírito Dele pintou. Não pode ser despersonalizado em uma multitude de falsos cristos que nunca, jamais, nos levam ao claro testemunho do texto, mas nos afastam em caricaturas, que representam apenas, novamente, as projeções que dele fazem, mas que não refletem o texto, mas a si mesmos. Esse tipo de engano dos últimos dias talvez seja o mais perigoso de todos, porque ocorre com o uso do nome, da identidade e da missão de Jesus, dada a Sua Igreja, mas no fim, maculam esse nome, descaracterizam a identidade e mancham a missão.

Esse engano é extremamente perigoso, porque sem conhecer quem é o verdadeiro Cristo, é impossível distinguir os falsos ensinos dos falsos mestres. Não é possível, por exemplo, saber que ninguém pode ser a reencarnação de Jesus, porque, (1) não existe reencarnação, e (2) Jesus ressuscitou. E isso, para conhecer, demanda, não experiências místicas, ou revelações de mestres encarnados, que são em si mesmos, enganos do mesmo teor, mas vivência com um texto objetivo, a Bíblia. Não permitamos que qualquer pessoa, anjo de luz ou espírito disfarçado nos afastem do único caminho que conduz ao conhecimento que salva: a Bíblia.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: O Pr. Sérgio Monteiro é casado com Olga Bouchard de Monteiro. É pai de Natassjia Bouchard Monteiro e Marcos Bouchard Monteiro. É Bacharel em Teologia, Mestre em Teologia Bíblica, cursa doutorado em Bíblia Hebraica pela Theologische Universiteit Apeldoorn. Pastor da Brazilian Adventist Community Church na Associação do Norte da Nova Zelândia e membro da Adventist Theological Society, International Organization for the Study of the Old Testament, Society for Biblical Literature e Associação dos Biblistas Brasileiros.