Lição 2
05 a 11 de janeiro
Entre os candelabros
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 16–19
Verso para memorizar: “ Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3:21).
Leituras da semana: Ap 1:9-18; 1:20; 2:1-7; At 7:54-60; Mt 12:8; Êx 20:11; Dn 10:5, 6

O Salmo 73 descreve a perplexidade do salmista enquanto ele observava o orgulho jactancioso dos ímpios. Eles tinham uma vida próspera e tranquila, em contraste com o sofrimento dos justos. Essa injustiça perturbava muito o salmista (Sl 73:2-16), que, em sua perplexidade, foi ao santuário (Sl 73:16, 17). Ali, na presença de Deus, ele recebeu uma compreensão mais profunda do assunto.

Séculos mais tarde, um idoso apóstolo se encontrava em uma rochosa ilha penitenciária por causa de seu testemunho fiel. Ele recebeu a notícia de que as igrejas que estavam sob seus cuidados estavam sofrendo. No entanto, nesse momento crítico, ele recebeu uma visão do Cristo ressuscitado no santuário celestial. Ali, a exemplo do que ocorreu com o salmista, o Senhor revelou a João alguns mistérios da vida e as lutas que ela traz. Essa cena do santuário lhe deu a certeza da presença e do cuidado de Cristo; uma certeza que ele devia transmitir a essas igrejas e às sucessivas gerações de cristãos.

Além da apresentação do ministério de Cristo no santuário celestial, nesta semana examinaremos a primeira das sete mensagens especiais à Sua igreja, dirigidas coletivamente às sete igrejas na Ásia, mas que também têm significado para nós hoje.



Domingo, 06 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 20–22
Em Patmos

1. De acordo com Apocalipse 1:9, o que João revelou sobre as circunstâncias em que ele recebeu as visões do Apocalipse?

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Patmos é uma ilha improdutiva e rochosa no Mar Egeu; tem 16 quilômetros de extensão e aproximadamente dez quilômetros de largura em sua parte mais ampla. Juntamente com outras ilhas vizinhas, os romanos a utilizavam como uma colônia penal para criminosos políticos banidos. Os primeiros autores cristãos, vivendo relativamente perto da época em que o livro do Apocalipse foi escrito, declararam, unânimes, que as autoridades romanas tinham banido João para Patmos por causa da fidelidade dele ao evangelho. O idoso apóstolo certamente suportou em Patmos todas as privações e sofrimentos da prisão romana. Ele provavelmente tenha sido tratado como um criminoso, tendo sido preso a correntes, recebido alimentação insuficiente e forçado a trabalhar pesadamente sob o açoite de implacáveis guardas romanos.

“Patmos, uma ilha árida e rochosa no mar Egeu, havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos. Mas para o servo de Deus sua solitária habitação tornou-se a porta do Céu. Ali, afastado das cansativas cenas da vida, e dos ativos labores dos primeiros anos, ele teve a companhia de Deus, de Cristo, dos anjos celestiais, e deles recebeu instrução para a igreja no futuro” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 570, 571).

2. Quais outros personagens da Bíblia sofreram privações, apesar de sua fidelidade a Deus, ou por causa dela? (Veja Dn 3:16-23; At 7:54-60).
Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Salomão, Ananias e Safira.

B. (  ) Sadraque, Mesaque, Abede-Nego e Estêvão.

Os seguidores de Cristo nunca devem se esquecer de que, sempre que se encontrarem em circunstâncias semelhantes às de João, eles não serão abandonados. O mesmo Jesus que veio até João com palavras de esperança e encorajamento em meio às suas privações em Patmos, ainda está presente com Seu povo para sustentá-lo e apoiá-lo em suas dificuldades.

Qual é a diferença entre sofrer por amor a Cristo e sofrer por outros motivos, inclusive pelas nossas escolhas erradas? O que dizer do sofrimento que existe por razões que não compreendemos? Como confiar no Senhor em todas as situações?

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Segunda-feira, 07 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 23–25
No dia do Senhor

3. De acordo com Apocalipse 1:10, Êxodo 31:13, Isaías 58:13 e Mateus 12:8, qual dia é claramente especificado como o dia do Senhor? Esse dia foi importante para João em meio às suas dificuldades?

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Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judeia. Considerava como sua propriedade as preciosas promessas feitas em referência a esse dia” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 581).

Em Apocalipse 1:10, sugere-se claramente que o apóstolo João recebeu a visão no sétimo dia, o sábado. Embora aguardasse com ansiedade os eventos futuros, até a segunda vinda de Cristo (compare com Ap 1:7), chamada de “o Dia do Senhor” (Is 13:6-13; 2Pe 3:10), João estava falando sobre o dia em que ele teve a visão desses eventos futuros, e esse dia foi sábado, o “Dia do Senhor”.

Evidentemente, em meio aos sofrimentos do apóstolo, esse sábado repleto de visões deve ter se tornado para ele uma amostra da vida livre de sofrimento que ele e os fiéis de todos os séculos experimentarão após a segunda vinda de Cristo. De fato, no pensamento judaico, o sábado é considerado um prenúncio do olam haba, “o mundo vindouro”.

“O sábado, que Deus instituiu no Éden, era […] precioso para João na solitária ilha […] Que sábado foi aquele para o solitário exilado, sempre precioso aos olhos de Cristo, mas agora exaltado mais do que nunca! Ele jamais havia aprendido tanto sobre Jesus; nunca havia ouvido verdades tão sublimes” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1066).


Compare as duas versões do quarto mandamento do Decálogo, em Êxodo 20:11 e Deuteronômio 5:15. Esses textos apontam para o sétimo dia, o sábado, como um memorial da criação e também da redenção, lembrando-nos de que Deus nos criou e nos redimiu. A cada sábado, como podemos manter diante de nós a realidade de Deus como Criador e Redentor? De que adiantaria se Ele fosse nosso Criador mas não fosse nosso Redentor?

Terça-feira, 08 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 26, 27
A visão que João teve de Cristo em Patmos

4. Leia Apocalipse 1:12-18. Compare a descrição de João sobre Cristo com o Ser divino em Daniel 10:5, 6. Como Jesus apareceu na visão de João?
O que Ele estava fazendo?

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João viu Jesus vestido como Sumo Sacerdote, caminhando entre os candelabros. A imagem de Jesus andando entre os candelabros aponta para a promessa de Deus ao antigo Israel de que andaria entre o povo como seu Deus (Lv 26:12). No livro do Apocalipse, os candelabros representam as sete igrejas na Ásia a quem essa revelação foi originalmente enviada (Ap 1:20).
E, como veremos no estudo de quarta-feira, os candelabros também simbolizam Sua igreja ao longo da História. Mediante o Espírito Santo, Cristo continua cuidando de Sua igreja na Terra. Ele estará continuamente com Seu povo até levá-lo a seu lar eterno.

Além disso, a imagem de Jesus como Sumo Sacerdote entre os candelabros vem da prática ritual no templo de Jerusalém. A tarefa diária de um sacerdote era manter acesas e brilhando as lamparinas do lugar santo. Ele preparava e reabastecia as lamparinas que estavam se apagando, substituía os pavios das lamparinas que haviam se apagado, as reabastecia com óleo fresco e depois tornava a acendê-las. Dessa maneira, o sacerdote conhecia individualmente a situação de cada lamparina. De igual forma, Jesus conhece as necessidades e circunstâncias de Seu povo, e intercede por ele pessoalmente.

5. Leia Apocalipse 2:2, 9, 13, 19; 3:1, 8, 15. Em todos esses textos, há a ocorrência da palavra “conheço”. O que isso revela sobre o conhecimento de Jesus a respeito das situações e necessidades do povo de Deus?

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Jesus Se apresentou com os seguintes títulos de Deus: “o primeiro e o último” (veja Is 44:6; 48:12). A palavra grega para “último” é eschatos, da qual vem a palavra escatologia (estudo dos eventos do tempo do fim). Isso mostra que o foco da escatologia está em Jesus Cristo, que tem a última palavra sobre os eventos finais. Ele é “Aquele que vive” e tem “as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18). Por Sua morte e ressurreição, Jesus recebeu autoridade para abrir as portas da morte (Jó 17:16; Sl 9:13). Todos os que Nele confiam ressurgirão da sepultura para a vida eterna (1Co 15:21-23). Os seguidores fiéis de Jesus não precisam temer, pois até os mortos estão sob Sua vigilância. E se é assim com os mortos, muito mais com os vivos! (Veja 1Ts 4:16, 17).



Quarta-feira, 09 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 28–30
Mensagens de Cristo para aquela época e para hoje

6. Leia Apocalipse 1:11, 19, 20. Jesus também deu sete diferentes mensagens para as igrejas na Ásia, mas havia mais de sete igrejas nessa província. O que isso sugere sobre o significado simbólico dessas mensagens para os cristãos em geral?

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As mensagens que Jesus instruiu João a enviar às sete igrejas estão registradas em Apocalipse 2 e 3. O significado delas se aplica em três níveis:

Aplicação histórica. Essas mensagens foram originalmente enviadas a sete igrejas localizadas em cidades prósperas da Ásia do primeiro século. Os cristãos dessas cidades enfrentavam sérios desafios. Várias cidades haviam estabelecido em seus templos adoração ao imperador como símbolo de sua lealdade a Roma. O culto ao imperador se tornou obrigatório. Os cidadãos também deveriam participar de eventos públicos e cerimônias religiosas pagãs. Em virtude de muitos cristãos se recusarem a participar dessas práticas, eles enfrentavam o julgamento, e às vezes até o martírio. Comissionado por Cristo, João escreveu as sete mensagens para ajudá-los nesses desafios.

Aplicação profética. O Apocalipse é um livro profético, mas apenas sete igrejas foram escolhidas para receber essas mensagens. Esse fato também indica o caráter profético das mensagens. As condições espirituais nas sete igrejas coincidem com as condições espirituais da igreja de Deus em diferentes períodos históricos. As sete mensagens pretendem apresentar, do ponto de vista celestial, uma visão geral do estado espiritual do cristianismo desde o primeiro século até o fim do mundo.

Aplicação universal. Assim como todo o livro de Apocalipse foi enviado como uma carta única, que deveria ser lida em todas as igrejas (Ap 1:11; 22:16), assim as sete mensagens também contêm lições que podem ser aplicadas aos cristãos de todas as eras. Dessa maneira, elas representam diferentes tipos de cristãos em lugares e épocas diferentes. Por exemplo, embora a característica geral do cristianismo hoje seja retratada pela igreja de Laodiceia, alguns cristãos podem se identificar com as características de algumas das outras igrejas. A boa notícia é que, seja qual for nossa condição espiritual, Deus “vai ao encontro dos caídos seres humanos onde eles se acham” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 22).


Imagine que o Senhor tivesse que escrever uma carta para sua igreja, utilizando a mesma forma das mensagens às sete igrejas, ou seja, falando sobre os desafios que vocês estão enfrentando, e acerca da condição espiritual dos membros da igreja. O que essa carta diria?

Quinta-feira, 10 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 31–33
Mensagem para a igreja em Éfeso

Éfeso era a capital e a maior cidade da província romana da Ásia. Como principal porto marítimo da Ásia e estrategicamente localizada, era um centro comercial e religioso muito importante. A cidade era repleta de edifícios públicos como templos, teatros, ginásios, casas de banho e de prostituição. Era também conhecida por sua arte e práticas de magia. A cidade também era famosa por sua imoralidade e superstição. No entanto, a igreja cristã mais influente da Ásia menor estava em Éfeso.

7. De acordo com Apocalipse 2:1-4, como Jesus Se apresentou a essa igreja? Por quais qualidades Ele a elogiou? Que preocupação Ele também expressou?

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Em seus primórdios, os efésios foram conhecidos por sua fidelidade e amor (Ef 1:15). Embora estivessem sofrendo pressão tanto de fora como de dentro da igreja, os cristãos em Éfeso permaneceram firmes e fiéis. Eles eram diligentes e fiéis até o fim. De fato, não podiam tolerar falsos apóstolos em seu meio. No entanto, seu amor por Cristo e seus irmãos começou a esfriar. Embora as pessoas permanecessem firmes e fiéis, sem o amor de Cristo, até mesmo seu candelabro corria o perigo de se apagar.

8. Segundo Apocalipse 2:5-7, Jesus recomendou que a igreja fizesse três coisas para reavivar seu primeiro amor e devoção a Cristo e aos seus irmãos. Quais são elas? Reflita sobre como elas estão relacionadas e assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (  ) Arrepender-se, mostrar generosidade para com os pobres e cuidar do corpo.

B. (  ) Lembrar-se de onde haviam caído, arrepender-se e voltar às primeiras obras.

Profeticamente, a situação da igreja de Éfeso corresponde à situação geral e à condição espiritual da igreja do ano 31 d.C. até o ano 100 d.C. A igreja apostólica foi caracterizada por seu amor e fidelidade ao evangelho. Mas, no final do primeiro século, ela começou a perder o “fogo” do primeiro amor, afastando-se da simplicidade e da pureza do evangelho.


Imagine-se participando de uma congregação cujo amor está enfraquecendo. Os membros não estão praticando pecados conhecidos e abertos. Eles fazem o que é certo; no entanto, sofrem de formalismo e indiferença. O conselho de Jesus pode libertar a igreja dessa situação?

Sexta-feira, 11 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 34–36
Estudo adicional

Leia o capítulo “Patmos”, do livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G White, p. 568-577.

“A perseguição sofrida por João se tornou um instrumento da graça. Patmos resplandeceu com a glória de um Salvador ressurreto. João tinha visto Cristo em forma humana, com as marcas dos cravos, que sempre serão Sua glória, em Suas mãos e pés. Agora lhe foi permitido novamente contemplar seu Senhor ressurreto, revestido da máxima glória que um ser humano poderia contemplar e continuar vivo” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 1.066).

“A aparição de Cristo a João deve ser para todos, cristãos e incrédulos, evidência de que temos um Cristo ressuscitado. Ela deve dar poder vivificante à igreja. Às vezes, nuvens escuras cercam o povo de Deus. Parece que a opressão e a perseguição os destruirão. Mas, nessas ocasiões, são dadas as lições mais instrutivas. Cristo frequentemente adentra as prisões e Se revela aos Seus escolhidos. Ele está na fogueira com eles. Assim como na noite mais sombria as estrelas brilham com maior esplendor, também os raios mais brilhantes da glória de Deus são revelados na mais profunda escuridão. Quanto mais escuro é o Céu, mais claros e impressionantes são os raios do Sol da Justiça, o Salvador ressuscitado” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor, 5 de abril de 1900).

Perguntas para discussão

1. João compartilhou o que viu e ouviu em Patmos. Ao ler Apocalipse 1:12 a 20, o que você vê e ouve? Quais palavras de conforto são reveladas ali?

2. Em Apocalipse 14:7, o primeiro anjo exortou os habitantes da Terra no tempo do fim a adorar “Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas”. Essa linguagem é tirada de Êxodo 20:11. O que a primeira mensagem angélica revela sobre a importância do sábado no tempo do fim, conforme revelada no Apocalipse?

3. Muitos cristãos se deparam com uma estranha ironia. Quanto mais tempo eles estão na igreja, mais fácil é para a fé enfraquecer ou até mesmo desaparecer. No entanto, deve acontecer o contrário. Afinal, quanto mais tempo caminhamos com Jesus, mais devemos aprender sobre Ele e Seu amor por nós. Como manter a chama da fé não apenas acesa, mas cada vez mais brilhante?

Respostas e atividades da semana:

1. Comente com a classe.

2. B.

3. O sábado. João pôde descansar de suas tribulações no sábado.

4. As vestes de Cristo vão até os pés. Ele usa um cinturão de ouro ao redor do peito. Seus cabelos são brancos e os olhos de fogo. Seus pés são como o bronze que reluz. Jesus passeia entre os candelabros de ouro e tem em Sua mão direita sete estrelas.

5. Os olhos do Senhor estavam sobre os cristãos das sete igrejas. Ele conhecia individualmente a luta de cada igreja e de cada fiel.

6. O número sete reflete a plenitude das coisas. As mensagens das cartas às sete igrejas da Ásia eram também para todas as igrejas.

7. Comente com a classe.

8. F; V.



Resumo da Lição 2
Entre os candelabros

RESUMO DA LIÇÃO 2 – Entre os candelabros

PARTE I: ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Apocalipse 2:7

FOCO DE ESTUDO: A ênfase desta lição está na introdução às mensagens para as sete igrejas (Ap 1:9–2:7).

INTRODUÇÃO: Apocalipse 1:9-20 apresenta o pano de fundo das mensagens às sete igrejas nos capítulos 2 e 3. Aspectos da gloriosa visão de Cristo apresentam o cenário singular para cada uma das sete mensagens. Jesus conhece todas essas igrejas, e as alcança e supre de acordo com sua necessidade. A lição conclui com um olhar mais detalhado para a mensagem à igreja de Éfeso (Ap 2:1-7).

TEMAS DA LIÇÃO: A passagem em questão (Ap 1:9–2:7) introduz os seguintes temas:

I. A identidade do dia do Senhor em Apocalipse 1:10

O sábado é a opção mais provável para a compreensão de João quanto ao dia do Senhor.

II. Jesus alcança e supre as igrejas conforme sua necessidade

Jesus aborda as sete igrejas com diferentes características de Si mesmo tiradas da visão introdutória (Ap 1:9-20).

III. Esboço básico do Apocalipse na perspectiva de João (com base em Ap 1:19)

Em Apocalipse 1:19 João sintetiza a visão das coisas que são e das coisas que irão acontecer no futuro. Apocalipse 4:1 mostra que grande parte da revelação é acerca do futuro, que começa na época de João e se estende até o tempo do fim.

IV. Interpretando as sete mensagens às sete igrejas

As mensagens às sete igrejas contêm informações para igrejas reais na Ásia Menor, mas também apresentam paralelos da condição espiritual do cristianismo em diferentes períodos históricos.

APLICAÇÃO PARA A VIDA: Os alunos são convidados a considerar as implicações da surpreendente imagem de Jesus em Apocalipse 1:12-16, a reação de João a essa imagem (Ap 1:17) e a resposta graciosa e reconfortante de Jesus a João (Ap 1:17, 18).

PARTE II: COMENTÁRIO

A visão introdutória do Apocalipse (Ap 1:12-18) concentra-se em uma imagem gloriosa de Jesus. Ele é “semelhante a Filho de Homem” (Ap 1:13), Aquele que morreu e vive para sempre (Ap 1:18). Com base em Daniel 10:5, 6 e vários textos do Antigo Testamento, essa visão retrata a glória de Jesus vista somente na transfiguração durante Seu ministério terrestre. As características de Jesus na visão se repetem em todas as mensagens nos capítulos 2 e 3. A cena é como o cenário do primeiro ato de uma peça.

Além da visão que o apóstolo teve de Jesus (Ap 1:12-18), a lição aborda o local e o tempo em que ele recebeu a visão (Ap 1:9-11), uma interpretação básica da visão (Ap 1:19, 20) e uma análise da mensagem à igreja de Éfeso (Ap 2:1-7).

EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 2:

I. A identidade do dia do Senhor em Apocalipse 1:10

Entre comentaristas, o ponto de vista mais popular é que o “dia do Senhor” mencionado nessa passagem é o domingo, o primeiro dia da semana. A força dessa opinião é que mais tarde pais da igreja usaram a expressão com referência ao domingo, e o equivalente latino, dominus dies, tornou-se um dos nomes do domingo na igreja latina. Mas todas as referências claras ao domingo como “o dia do Senhor” são bem posteriores ao Apocalipse, e, portanto, não podem servir como evidência para o significado da época em que João o escreveu.

A melhor explicação para dia do Senhor em Apocalipse 1:10 é que João estava se referindo ao sábado, o sétimo dia. Embora a expressão “dia do Senhor” (kuriakê hemêra) jamais tenha sido usada em outra passagem do Novo Testamento ou na tradução grega do Antigo Testamento, muitos equivalentes fortes se referem ao sábado do sétimo dia. O sétimo dia é “o sábado do Senhor [kuriô] teu Deus” (Êx 20:10, Dt 5:14). “O Senhor” (kurios) com frequência Se refere ao sétimo dia como “Meu sábado” (ta sabbata mou – Êx 31:12, 13; Lv 19:3, 30; 26:2; Is 56:4-6; Ez 20:12, 13, 16, 20-21, 24; 22:3-8; 23:36-38; 44:12-24). No hebraico de Isaías 58:13 Yahweh chama o sábado de “santo dia do Senhor”. E, finalmente, os três evangelhos sinóticos (Mt 12:8; Mc 2:27, 28; Lc 6:5) citam Jesus dizendo: “O Filho do Homem é Senhor do sábado [kurios tou sabbatou].” Portanto, seria estranho se João usasse a expressão “o dia do Senhor” para qualquer outro dia da semana que não fosse o que chamamos de sábado.

II. Jesus atende cada igreja conforme sua necessidade

Jesus aparece na cena do Apocalipse de forma espetacular (Ap 1:12-20). Além disso, Ele mantém uma relação estreita com as sete igrejas (Ap 1:20), conhece cada uma de forma profunda (Ap 2:2, 9, 13, 19; 3:1, 8, 15) e se apresenta às igrejas com uma, duas ou três características da visão anterior.

A mensagem para Éfeso (Ap 2:1-7), por exemplo, descreve Jesus como Aquele que tem na mão sete estrelas (Ap 1:20) e caminha entre os sete candeeiros de ouro (Ap 1:12, 13). Na mensagem a Esmirna (Ap 2:8), Jesus é o primeiro e o último, Aquele que morreu e reviveu (Ap 1:17, 18). Na carta a Pérgamo, Ele Se apresenta com uma espada afiada de dois gumes (Ap 1:16; 2:12), e assim por diante.

Aqui está algo interessante: Jesus Se apresenta de forma diferente a cada uma das igrejas. Ele é capaz de Se adaptar a cada necessidade e circunstância particular de cada uma. Em outras palavras, Ele supre cada igreja. E se nenhuma igreja ou nenhum cristão tem a imagem plena de Jesus, então todos temos motivos para ser humildes. Todos somos aprendizes, mesmo com tudo o que nos foi dado.

III. O esboço básico do Apocalipse na perspectiva de João (com base em Ap 1:19)

O autor do Apocalipse com frequência incorpora, nos textos de transição, pistas sobre a organização e ideias-chave do livro. Um deles é Apocalipse 1:19, em que João apresenta o plano de todo o livro. O texto começa dizendo: “Escreve, pois, as coisas que viste”. Essa frase é paralela à do versículo 11: “O que vês escreve”, que está no tempo verbal do presente. O versículo 19 está no tempo verbal passado (grego aoristo indicativo). Isso significa que toda a visão do Apocalipse foi dada entre a ordem no versículo 11 e a ordem no versículo 19. Então ele foi instruído a escrever.

O que João viu? Duas coisas: “as que são” e “as que hão de acontecer depois destas” (Ap 1:19). Portanto, o livro do Apocalipse inclui tanto fatos da época das sete igrejas quanto fatos que ainda aconteceriam.

Em Apocalipse 4:1 Jesus diz a João: “Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”. Essa frase é semelhante à de Apocalipse 1:19. A partir de Apocalipse 4:1, o restante do livro enfatiza principalmente o futuro após os dias de João. Embora haja flashbacks da cruz (Ap 5:6, 12:11) e até de eventos anteriores à criação (Ap 12:4, 7, 9), o foco principal da maior parte do livro está nos acontecimentos futuros à época de João.

O que, então, quer dizer as coisas que são “e as que hão de acontecer depois destas” em Apocalipse 1:19? A resposta é: tudo que está entre Apocalipse 1:19 e 4:1, ou seja, as mensagens às sete igrejas. Como aponta a lição, essas sete mensagens também contêm um significado profético para toda a era cristã, além de tratarem da situação dessas sete igrejas e das palavras que Jesus lhes dirigiu. Um olhar atento a Apocalipse 1:19 revela como textos-chave do livro podem ajudar os leitores a distinguir a estrutura na mente de João e na mente Daquele que lhe deu a visão.

IV. Interpretando as sete mensagens às sete igrejas.

As mensagens às sete igrejas são “cartas proféticas”. Elas são mais parecidas com Mateus 24 do que com o estilo de Daniel 7 ou Apocalipse 13. Portanto, sua mensagem se destinava às sete igrejas reais na Ásia Menor, as que originalmente as receberam (Ap 1:4, 11), e, por extensão, a todos os seus leitores (Ap 1:3; 2:7, 11, 17, 29, e assim por diante).

Contudo, havia mais do que sete igrejas na Ásia Menor, e a condição espiritual daquelas igrejas se compara à condição espiritual do cristianismo em diferentes períodos históricos, da época de João até hoje. Assim, inserida nessas mensagens às sete igrejas históricas está uma visão geral dos principais desdobramentos da história cristã. Esses períodos são brevemente discutidos nos comentários específicos sobre cada igreja nas lições 2 e 3.

V. A mensagem à igreja em Éfeso

A igreja em Éfeso é a primeira congregação abordada por Jesus, que descreveu a Si mesmo como Aquele que anda no meio dos sete candeeiros de ouro e conserva as sete estrelas em Sua mão direita (Ap 2:1). Os verbos “andar” e “conservar” retratam o cuidado pessoal e a atenção de Jesus. Apesar do cuidado de Jesus pela igreja, ela acaba perdendo seu amor inicial por Ele, distraindo-se com outras coisas. Por isso, ela precisa se arrepender. Essa primeira mensagem se aplica não apenas à igreja de Éfeso do primeiro século, mas reflete, em geral, a avaliação de Jesus da igreja cristã no primeiro século. Pouco a pouco, a experiência do primeiro amor dos cristãos primitivos foi abandonada e se tornou evidente a necessidade de voltar ao fervor anterior (veja 1Jo 4:7–11).

PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Por que o Jesus misericordioso e perdoador, que lavou os pés de Seus discípulos é retratado de maneira tão espetacular e surpreendente em Apocalipse 1:12-16? Embora a aparência de Jesus tenha atemorizado João, temor não era a reação que o Senhor esperava (Ap 1:17, 18). Assim como uma professora das séries iniciais na sala de aula, Deus às vezes tem que ganhar nosso respeito para podermos considerar com seriedade a Sua bondade. Mas conhecer a Deus de fato é amá-Lo. O Pai é como Jesus (Jo 14:9).

2. O que a descrição de Jesus em Apocalipse 1 nos diz sobre Seu apelo a toda a humanidade? Na visão que João teve de Jesus em Apocalipse 1, Ele é cuidadosamente descrito como “um semelhante a Filho de homem” com cabelos brancos e olhos como chamas de fogo. Seu semblante é como o sol na sua força, e tem na mão direita sete estrelas. Ele é o “primeiro e o último” e tem as chaves da morte e do inferno. Essa descrição certamente relembra a de Daniel 7:13, sobre “um como o Filho do Homem”. Judeus tementes a Deus que aguardavam o Messias certamente perceberiam a correspondência. No entanto, comentaristas mencionaram que a descrição de Jesus apelaria também aos gentios devido a alguns de seus conceitos de divindade. Com certeza, Jesus é apresentado como Aquele que pode preencher os verdadeiros anseios da humanidade. Ele nos alcança e nos supre de acordo com as nossas necessidades e nos eleva. Ele é como nós, contudo possui as chaves da morte e do inferno. Ele é todo-poderoso e ao mesmo tempo sábio e afetuoso. Ele é o real desejo da humanidade.


“Mãe, por favor, vá” 

Grandes transformações surgiram em uma família botsuana quando a mãe enviou o filho de oito anos à Escola Adventista de Franscistown. O garoto, Lethabo, agora insiste para que os pais orem antes das refeições, ao acordar e antes de dormir. Também pede que a mãe o leve à igreja no sábado. 

Inicialmente, os pedidos chocaram a mãe, Gomolemo, que não foi criada em um lar cristão. Mas, ela não poderia estar mais feliz. “Eu só quero agradecer a Deus por haver conduzido a mim e aos meus filhos até aqui”, disse ela depois de um culto de sábado na escola onde seu filho estuda no terceiro ano. 

Sua filha mais nova frequenta a pré-escola Place of Love [Lugar de amor] da igreja localizada no início da rua. 

Conhecendo a igreja 

Lethabo completou os três primeiros anos em uma escola particular com mais dez estudantes em Francistown, a segunda maior cidade de Botsuana, com uma população de cerca de 90 mil habitantes. Depois de três anos, no entanto, sentiu dificuldade na leitura e em matemática. Preocupada, sua mãe decidiu matriculá-lo na escola adventista. Ela ouvira falar dessa escola, através de uma mãe que planejava enviar a filha. Além disso, ela queria que seu filho aprendesse sobre Deus. 

“Não fui criada em uma família cristã, mas queria criar meus filhos segundo os princípios cristãos”, ela disse. “Muitas coisas estão acontecendo no mundo. Precisamos conhecer Deus.” Por causa das dificuldades nas matérias já mencionadas, Lethabo precisou repetir o terceiro ano na escola adventista. Em poucos meses, a mãe percebeu acentuada melhora: “Agora meu filho consegue fazer tudo sozinho. Consegue ler e é ótimo em matemática. Matemática e Ensino Religioso são suas matérias preferidas.” 

Lethabo gosta muito da Bíblia, e até se emociona quando ouve sobre Jesus. “Esse garoto é muito íntimo de Deus”, a mãe diz. “Todas as manhãs e tardes, em todas as refeições, nós oramos incentivados por ele. Aos sábados, ele e a irmã vão à igreja. Algumas vezes eu só os deixo na igreja e ele diz: ‘Mãe, sabe de uma coisa? Você precisa ir à igreja.’” 

A mãe não ia à igreja, então Lethabo decidiu orar em favor disso. Durante quatro meses, sua mãe sofreu grave enjoo matinal. Todos os dias, ele dizia à professora: “Minha mamãe não está bem. Ela está vomitando todo dia. Podemos orar por ela?” Em casa, ele dizia à mãe: “Mamãe, você precisa ir à igreja para que o pastor também ore em seu favor.” “Aquelas palavras me comoveram”, a mãe diz. 

Decisão e gratidão 

Finalmente, ela aceitou ir à igreja. Como não estava bem de saúde na manhã de sábado, alguém da igreja foi à casa dela buscar as crianças. Antes de sair, Lethabo aproximou-se da mãe e disse: “Mãe, por favor venha conosco! Por que você vai ficar aqui?. Se você for, o pastor orará por você e será curada.” As palavras enterneceram o coração dela, fazendo-a prometer que iria no sábado seguinte E assim fez. “Meu filho ama a Deus. Isso é muito bom”, diz. “Acredito que Deus nos conduziu à Sua luz.” 

Aquele sábado foi o primeiro dia em quatro meses que ela não teve enjoo, algo testemunhado pelo filho, que ficou ao seu lado enquanto contava a bênção. “Orar é muito bom! Você não tem mais vômitos!”, ele dizia, enquanto a mãe, sorridente, prometia: “Obrigada meu filho! Continuarei frequentando a igreja.” 

Em 2015, parte da oferta do trimestre ajudou na construção da primeira escola adventista em Botsuana. Agradecemos pelas ofertas que ajudaram a construí-la e atrair para a igreja a mãe de um aluno. 

“Agradeço a Deus por esta escola. Desejo que Deus providencie tudo que precisarem”, diz a mãe de Lethabo.. 


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2019

Tema Geral: O livro do Apocalipse

Lição 2: 5 a 12 de janeiro

Entre os candelabros

Autor: Érico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

1. A visão que João teve de Cristo em Patmos – Apocalipse 1:9-20

Os sofrimentos de João em Patmos (Ap 1:9). João sofreu por sua fé. Na última década do primeiro século d.C., João, o discípulo amado, pastoreou as igrejas da Ásia Menor, e sua sede ficava em Éfeso. Posteriormente, ele foi preso, levado a Roma, julgado pelo Imperador Domiciano e lançado num caldeirão de azeite fervente. Foi tirado ileso de lá e levado ao exílio na ilha de Patmos.

Escrevendo aproximadamente cem anos mais tarde, Tertuliano, presbítero de Cartago, afirmou o seguinte: "Já que, além disso, está perto da Itália, você tem Roma, da qual nos chega às mãos a própria autoridade [dos apóstolos] ..., onde o apóstolo João foi primeiro lançado, ileso, em azeite fervente, e enviado de lá ao seu exílio na ilha" ("Prescrição Contra Hereges", XXXVI; Ante-Nicene Fathers, III, 260. [Comparar com Atos dos Apóstolos, p. 569, 570, e Uma História Ilustrada do Cristianismo, v. 1 – A era dos mártires, p. 41]). Os sofrimentos de João já tinham sido preditos por Jesus (Ver Marcos 10:38, 39).

A voz e a mensagem no dia do Senhor (Ap 1:10, 11). “Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judeia. Considerava sua propriedade as preciosas promessas feitas em referência a esse dia” (Atos dos Apóstolos, p. 581).

O primeiro dia da semana só foi chamado “dia do Senhor” bem mais tarde. O adjetivo grego kuriake, que significa “pertencente ao Senhor” ou “do Senhor”, em tempos posteriores começou a aparecer na literatura cristã sem a palavra "dia", e finalmente passou a designar o primeiro dia da semana, o dia da ressurreição de Cristo.

"Embora ela ocorra com frequência nos escritos dos pais da Igreja com o sentido de domingo, a primeira evidência conclusiva desse tipo de uso só ocorre na metade do 2º século, no livro apócrifo Evangelho Segundo Pedro (9, 12; ANF, v. 9, p. 8), no qual o dia da ressureição de Cristo é chamado ‘o dia do Senhor’. Uma vez que esse documento foi elaborado no mínimo 75 anos depois de João ter escrito o Apocalipse, não pode ser apresentado como prova de que ‘dia do Senhor’, na época de João, se referisse ao domingo" (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 811).

A visão do Sumo Sacerdote celestial (Ap 1:12-20). Utilizando expressões figuradas do Antigo Testamento, João retratou a natureza sumo sacerdotal da obra de Cristo no santuário celestial. Sua visão de Cristo tem notáveis semelhanças com as visões de Cristo em Daniel 7 e 10.

Os candelabros representam o povo de Deus, enquanto o azeite simboliza o Espírito Santo, que flui do coração de Cristo para os corações de Seu povo. (Ver Zacarias 4:6 e Efésios 6:17.) A luz de Seu amor e verdade brilha para o mundo por meio de Seu povo. (Ver João 8:12 e Mateus 5:14.)

O manto. A expressão "vestes talares" constitui a tradução de uma palavra grega que designa o longo manto azul usado pelo sumo sacerdote israelita em seu ministério diário no lugar santo. (Ver Êxodo 28:4, 31; 29:5; 39:22.) Flávio Josefo, historiador judeu do primeiro século d.C., declarou o seguinte sobre esse mesmo manto sumo sacerdotal: “O sumo sacerdote é realmente coberto com as mesmas vestes que acabamos de descrever, sem tirar uma só. E sobre isso ele põe uma vestimenta de cor azul. Esta é um longo manto que lhe chega até os pés." (Antiquities of the Jews, iii.7.4; traduzido por William Whiston [Grand Rapids, Mich: Kregel, 1960], p. 74).

O cinto de ouro. O peito do sumo sacerdote israelita era coberto pela estola sacerdotal, pelo cinto de ouro dessa estola e pelo peitoral. Cada um desses artigos do vestuário estava entretecido de fios de ouro. (Ver Êxodo 28:6-8, 15.)

João viu a Cristo, nosso Sumo Sacerdote. Utilizando expressões figuradas do Antigo Testamento, João retrata a natureza sumo-sacerdotal da obra de Cristo no santuário celestial. Sua visão de Cristo tem notáveis semelhanças com as visões de Cristo em Daniel 7 e 10.

O poder do Cristo ressurreto. Os mesmos característicos divinos do Pai são compartilhados pelo Filho. João foi confortado pela certeza de que o Ser que lhe apareceu não era outro senão o eterno Filho de Deus, o qual, como o “EU SOU” do Antigo Testamento, tinha guiado e instruído Seu povo. (Ver Êxodo 3:14.)

“Anjo” às vezes significa mensageiro humano. “As sete estrelas são anjos das sete igrejas.” No Novo Testamento, a palavra grega para “anjo” pode se referir também a mensageiros humanos. Em Mateus 11:10 e Tiago 2:25 ela foi traduzida dessa maneira.

2. As mensagens de Cristo as suas aplicações

A profecia das sete igrejas pode ser aplicada de três maneiras:

A aplicação histórica/local considera as mensagens como sendo dirigidas às igrejas literais na Ásia Menor.

Na aplicação histórica/profética "os nomes das sete igrejas são símbolos da igreja em diferentes períodos da era cristã. O número sete indica plenitude, e simboliza o fato de que as mensagens se estendem até o fim do tempo, enquanto os símbolos usados revelam o estado da igreja nos diversos períodos da história do mundo" (Atos dos Apóstolos, p. 585).

A aplicação espiritual/universal considera as sete mensagens como enviadas a nós hoje em dia.

3. Mensagem para a igreja de Éfeso – Apocalipse 2:1-7

A igreja em Éfeso simbolizava a igreja apostólica. Alguns definem o nome Éfeso como ‘desejável’. No tempo de João, Éfeso era a principal cidade da província romana da Ásia, e mais tarde foi sua capital.

“Estou instruída a dizer que estas palavras [Ap 2:4, 5] se aplicam às igrejas adventistas do sétimo dia em sua condição atual. O amor de Deus desapareceu, e isso significa a ausência de amor de uns pelos outros. E acalentado o próprio eu, o próprio eu, o próprio eu, o qual está lutando pela supremacia. Até quando isso irá continuar?” (Review and Herald, 25 de fevereiro de 1902).

Conclusão – “Nosso dever é conhecer nossos defeitos e pecados especiais, que causam trevas e debilidade espiritual e extinguem nosso primeiro amor. É o mundanismo? É o egoísmo? É o amor ao próprio “eu”? É a luta pela supremacia? É o pecado da sensualidade que está intensamente ativo? É o pecado dos nicolaítas, transformando a graça de Deus em lascívia? É o mau uso e o abuso de grande luz e oportunidades e privilégios, fazendo afirmações jactanciosas de sabedoria e conhecimento religioso, ao passo que a vida e o caráter são incoerentes e imorais?" (Ellen G. White, Review and Herald, 7 de junho de 1887).

Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier é graduado em Teologia Pastoral (1991), tem mestrado (2000) pelo Seminario Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011); Pós-doutorado (2014) na área de teologia sistemática pela FAJE – Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta, de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, na FADBA. Atualmente é professor de teologia sistemática no SALT – IAP. Autor de 11 livros, é casado com a psicopedagoga e mestre em educação Noemi, com que tem dois filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.