Lição 7
10 a 17 de fevereiro
Honestidade para com Deus
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Lv 26, 27
Verso para memorizar: A semente “que caiu na boa terra são os que, tendo ouvido de bom e reto coração, retêm a palavra; estes frutificam com perseverança” (Lc 8:15).
Leituras da semana: Lc 16:10; Lv 27:30; Gn 22:1-12; Hb 12:2; Lc 11:42; Hb 7:2-10; Ne 13

O que é ter um coração honesto, e como ele é revelado? A cultura contemporânea muitas vezes vê a honestidade como uma ética vaga e relativista. Em sua maioria, as pessoas são ocasionalmente desonestas, mas consideram isso aceitável, desde que a infração não seja muito grande. Além disso, alegam que circunstâncias específicas podem justificar certa desonestidade.

A verdade e a honestidade estão sempre juntas. No entanto, não nascemos com tendência para ser honestos; a honestidade é uma virtude moral aprendida e está na essência do caráter moral de um mordomo.

Quando praticamos a honestidade, coisas boas vêm como resultado disso. Por exemplo, jamais nos preocupamos em ser apanhados em uma mentira ou em ter que “encobri-la”. Por essa e outras razões, a honestidade é um valioso traço de caráter, especialmente em situações difíceis, quando a tentação pode facilmente nos levar à desonestidade.

Na lição desta semana, estudaremos o conceito espiritual de honestidade por meio da prática da devolução dos dízimos, e veremos por que o dízimo é de vital importância para o mordomo e a mordomia.


No dia 3 de março encerraremos os Dez Dias de Oração com dez horas de oração e jejum. Haverá também o lançamento da jornada de 30 dias do programa Primeiro Deus.

Domingo, 11 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 1-3
Uma questão de honestidade

Muitas pessoas têm algo em comum: não gostam de desonestidade, especialmente quando a veem sendo manifestada em outros. Não é fácil, porém, enxergá-la na própria vida, e quando a enxergam, têm a tendência de racionalizar suas ações, de justificá-las e minimizar sua importância: “Ah, não é tão ruim assim; é apenas uma coisa pequena, não é realmente importante.” Podemos nos enganar a maior parte do tempo; mas nunca enganamos a Deus.

“Por toda parte, em nossas fileiras, é praticada a desonestidade, e essa é a causa da mornidão de muitos que professam crer na verdade. Não se acham ligados a Cristo e iludem a si mesmos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 310).

1. Leia Lucas 16:10. Qual princípio Jesus expressou nesse verso sobre a importância de ser honesto, mesmo no “pouco”? Assinale a alternativa correta:

A.(   ) Quem é fiel no pouco, é fiel no muito.

B.(   ) A honestidade está condicionada às circunstâncias.

Deus pede que sejamos honestos. Porém, Ele sabe como é fácil ser desonestos, especialmente em relação às coisas que possuímos. Por isso, o Senhor nos deu um poderoso antídoto contra a desonestidade e o egoísmo, pelo menos quando se trata de bens materiais.

2. Leia Levítico 27:30 e Malaquias 3:8. O que esses textos ensinam? Como o dízimo ajuda a manter a nossa honestidade?

“Não se apela para a gratidão ou generosidade. É uma questão de simples honestidade. O dízimo é do Senhor; e Ele nos ordena que Lhe devolvamos aquilo que é Seu […]. Se a honestidade é um princípio essencial nos negócios da vida, não deveríamos reconhecer nossa obrigação para com Deus, obrigação esta que se acha na base de todas as outras?” (Ellen G. White, Educação, p. 138, 139).

A devolução do dízimo o ajuda a lembrar quem, em última instância, é o dono de tudo? Por que é importante nunca se esquecer disso?

Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Segunda-feira, 12 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 4-6
Vida de fé

3. Leia Gênesis 22:1-12. O que essa história nos revela sobre a realidade da fé de Abraão?

Uma vida de fé não é um acontecimento único. Não expressamos fé de maneira poderosa apenas uma vez, provando assim que somos cristãos leais e fiéis que vivem pela graça, cobertos pelo sangue de Cristo. Não é assim que funciona.

Por exemplo, depois de milhares de anos, o mundo religioso ainda permanece atônito com o ato de fé demonstrado por Abraão em relação a Isaque no monte Moriá (Gn 22). No entanto, esse ato de fé não foi algo que Abraão simplesmente produziu de modo mágico quando precisou. Sua vida de fidelidade e obediência lhe permitiu fazer o que fez. Se ele tivesse sido frequentemente infiel antes desse acontecimento, jamais teria passado no teste. Não há nenhuma dúvida, tampouco, de que um homem com esse tipo de fé certamente a tenha vivido também após esse evento.

A questão é que a fé de um mordomo não implica uma única ação. Com o passar do tempo, ela crescerá e se tornará mais forte ou ficará mais fraca e superficial, dependendo de como a fé declarada é exercida.

4. De acordo com Hebreus 12:2, qual é a fonte da nossa fé? Como podemos ter fé? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(   ) Nossas obras produzem fé, por meio de uma vida santa.

B.(   ) Jesus é o Autor e consumador da fé. Precisamos olhar para Ele.

Como fiéis mordomos, nosso único recurso é olhar “firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual, em troca da alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra do trono de Deus” (Hb 12:2). A palavra “consumador” foi usada somente nesse caso no Novo Testamento, e também pode ser traduzida como “aperfeiçoador”. Isso significa que a intenção de Jesus é fazer com que nossa fé atinja a maturidade e a plenitude (Hb 6:1, 2). Portanto, a fé é uma experiência dinâmica: ela cresce, amadurece e aumenta.

 

Você tem visto sua fé crescer e amadurecer ao longo do tempo?


Terça-feira, 13 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 7, 8
Uma declaração de fé

Como vimos ontem, a fé é um processo, uma experiência dinâmica que, de maneira ideal, cresce e amadurece. Uma forma pela qual Deus está “consumando” nossa fé e a tornando plena é o ato de dizimar. Entendida corretamente, a devolução do dízimo a Deus não é legalismo. Quando devolvemos o dízimo não estamos procurando obter o Céu. Em vez disso, o dízimo é uma declaração de fé. É uma expressão exterior, visível e pessoal da realidade da nossa fé.

Afinal, qualquer um pode afirmar que tem fé em Deus e em Jesus. Porém, como sabemos, “até os demônios creem” em Deus (Tg 2:19). Mas separar 10% da sua renda e devolvê-la a Deus? Isso é um ato de fé.

5. Leia Lucas 11:42. Jesus disse que o dízimo não deve ser deixado de lado. O que isso significa? Como o dízimo se relaciona com os assuntos mais importantes da lei?

O dízimo é uma expressão de dependência de Deus e de confiança em Cristo como Redentor. É o reconhecimento de que fomos abençoados “com toda sorte de bênção espiritual […] em Cristo” (Ef 1:3) e uma expressão de confiança na promessa de que seremos ainda mais abençoados.

6. Leia Gênesis 28:14-22. O que Jacó fez em resposta à promessa de Deus? Assinale a alternativa correta:

A.(   ) Erigiu uma coluna a Deus e prometeu dar o dízimo de tudo quanto o Senhor lhe concedesse.

B.(   ) Rasgou suas roupas em sinal de tristeza.

“O plano divino do sistema do dízimo é belo em sua simplicidade e equidade. Todos podem lançar mão dele com fé e ânimo, pois é divino em sua origem. Nele se aliam a simplicidade e a utilidade, e não exige profundidade de saber compreendê-lo e executá-lo. Todos podem sentir que lhes é possível ter parte em promover a preciosa obra de salvação. Todo homem, mulher e jovem pode se tornar tesoureiro do Senhor, e agente em atender às exigências sobre o tesouro” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 73).

Você já descobriu as verdadeiras bênçãos espirituais que vêm da devolução do dízimo? A fidelidade na devolução do dízimo ajudou a aumentar sua fé?


Quarta-feira, 14 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 9-11
Dízimo honesto: santo ao Senhor

7. Leia Levítico 27:30. Quais são os dois pontos importantes em relação ao dízimo nesse verso?

O dízimo pertence ao Senhor e, portanto, é santo. Ele não se torna santo por meio de um voto ou um ato de consagração. Simplesmente é santo por sua própria natureza: pertence ao Senhor. Ninguém, a não ser Deus, tem direito a ele. Ninguém pode consagrá-lo ao Senhor, pois o dízimo nunca foi parte da propriedade de uma pessoa” (Ángel Manuel Rodríguez, Stewardship Roots [Origens da Mordomia]; Silver Spring, MD: Stewardship Ministries Department, 1994, p. 52).

Não tornamos o dízimo santo; Deus o santifica por designação. O dízimo é dedicado para a realização de uma tarefa específica. Retê-lo para outro propósito é desonestidade. Não devemos deixar de devolver o dízimo.

8. Leia Hebreus 7:2-10. Paulo falou sobre o dízimo que Abraão deu a Melquisedeque. Qual é o significado mais profundo do ato de devolver o dízimo? A quem Abraão estava realmente devolvendo o dízimo?

Assim como o sábado é santo, o dízimo é santo. A palavra “santo” significa “separado para uso sagrado”. O sábado e o dízimo estão relacionados dessa maneira. Separamos o sétimo dia como dia sagrado e santo. Separamos o dízimo como posse sagrada e santa de Deus.

“Deus santificou o sétimo dia. Essa porção específica de tempo, separada pelo próprio Deus para culto religioso, continua hoje sendo tão sagrada como quando pela primeira vez foi santificada pelo nosso Criador. De igual maneira, o dízimo de nossas rendas “é santo ao Senhor”. O Novo Testamento não dá novamente a lei do dízimo, como também não dá a do sábado; pois pressupõe a validade de ambos, e explica sua profunda importância espiritual. […] Enquanto nós como povo estamos procurando dar fielmente a Deus o tempo que Ele conservou como Seu, não Lhe daremos também nós aquela parte de nossos meios que Ele exige?” (Ellen G. White, Conselhos Sobre a Mordomia, p. 66).

O que podemos fazer para manter a convicção de que o dízimo é “santo”?


Quinta-feira, 15 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 12-14
Reavivamento, reforma e dízimo

O longo reinado de Ezequias é considerado a melhor fase para a tribo de Judá. Desde o reinado de Davi e Salomão, Israel não desfrutava a bênção de Deus de maneira tão abundante. Em 2 Crônicas 29–31 está o registro do reavivamento e da reforma promovidos por Ezequias: “Fez ele o que era reto perante o Senhor” (2Cr 29: 2). “Assim, se estabeleceu o ministério da Casa do Senhor” (2Cr 29:35). A celebração da Páscoa foi mantida (2Cr 30:5). “Houve grande alegria em Jerusalém” (2Cr 30:26). Imagens pagãs, altares e lugares altos foram destruídos (2Cr 31:1). Houve um inesperado reavivamento de coração e reforma de práticas, o que resultou na abundância de dízimos e ofertas (2Cr 31:4, 5, 12).

9. Neemias deu outro exemplo de reavivamento, reforma e dízimo. Leia Neemias 9:2, 3. O que significou o reavivamento do coração? Leia Neemias 13. Depois que Neemias reformou a casa de Deus (Ne 13:4), o que o povo de Judá levou à casa (Ne 13:12)?

“Reavivamento e reforma são duas coisas diferentes. Reavivamento significa renovação da vida espiritual, uma vivificação das faculdades do espírito e do coração, um ressurgimento da morte espiritual. Reforma significa reorganização, mudança de ideias e teorias, hábitos e práticas” (Ellen G. White, Serviço Cristão, p. 42).

A relação entre reavivamento, reforma e dízimo é automática. Sem a devolução do dízimo, o reavivamento e a reforma são mornos, se é que há de fato um reavivamento. Muitas vezes, como cristãos, permanecemos ociosos quando devíamos estar ativamente envolvidos no lado do Senhor. O reavivamento e a reforma exigem um compromisso, e o dízimo faz parte desse compromisso. Se retemos de Deus o que Ele nos pede, não podemos esperar que Ele responda ao que Lhe pedimos.

O reavivamento e a reforma ocorrem na igreja, não fora dela (Sl 85:6). Devemos buscar a Deus para que sejamos reavivados (Sl 80:19) e reformados para que voltemos à “prática das primeiras obras” (Ap 2:5). Deve ocorrer uma reforma em relação ao que retemos e ao que devolvemos a Deus.

Não é o ato que faz a diferença, mas a decisão da mente e as emoções que revelam a motivação e o compromisso. Os resultados serão o crescimento da fé, uma visão espiritual aguçada e honestidade renovada.



Sexta-feira, 16 de fevereiro
Ano Bíblico: Nm 15, 16
Estudo adicional

Deus iniciou todas as alianças mencionadas na Bíblia e tomou a iniciativa de atrair Seu povo para essas alianças (Hb 8:10). As promessas da aliança refletem Sua graça, amor e desejo de nos salvar.

Uma aliança com o Senhor inclui muitas partes: Deus, os beneficiários, as condições da aliança, o compromisso para com as condições de ambas as partes, a punição declarada pela transgressão da aliança e os resultados pretendidos ou a consequência desejada. O conceito de dízimo reflete esses componentes em
Malaquias 3:9, 10. Esse texto reitera a aliança especial do dízimo entre Deus e Seus mordomos. Quando fazemos essa aliança, estamos dando um sinal visível de que nos opomos aos princípios materialistas do consumismo, e provamos que um coração convertido pode dar bons frutos.

“Um espírito mesquinho e egoísta impede os homens de dar a Deus o que Lhe pertence. O Senhor fez uma aliança especial com os seres humanos, de que se eles separassem regularmente a parte destinada ao avanço do reino de Cristo, Ele os abençoaria abundantemente, de tal modo que não haveria mais espaço para receber Suas dádivas. Mas se os homens retiverem o que pertence a Deus, o Senhor declara abertamente: ‘Com maldição sois amaldiçoados’” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 77).

Viver em um relacionamento de aliança com Deus envolve responsabilidades. Desfrutamos das promessas da aliança, mas muitas vezes não gostamos dos deveres. No entanto, uma aliança é, nesse contexto, um acordo entre duas partes, e o dízimo é nossa parte na aliança.

Perguntas para discussão

1. Por que devolver o dízimo é um ato de fé importante da nossa parte?

2. O que você diria a alguém que diz: “Eu simplesmente não posso me dar ao luxo de devolver o dízimo”? Como ajudaria uma pessoa que se vê nessa situação? Além de palavras, o que mais poderia ser feito para ajudar?

3. O dízimo é santo. Esse fato influencia sua fidelidade nessa questão?

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. Com a ajuda dos alunos, faça uma lista das razões bíblicas para a fidelidade no dízimo. Pergunte: Qual é a relação entre fidelidade e honestidade? 3. Solicite que um dos alunos leia o texto em voz alta. Depois, discuta a resposta com a classe. 4. F; V. 5. Pergunte: Como a devolução do dízimo está relacionada à obediência à lei? É possível ser dizimista e não ser um bom cristão? 6. A. 7. O dízimo pertence a Deus; o dízimo é santo. Por isso, devemos devolver a Ele o dízimo de toda a nossa renda. Ore com a classe sobre esse assunto. 8. Peça que um aluno leia o texto em voz alta. Analise a questão com a classe. Abraão entregou o dízimo a Deus, representado na pessoa de Melquisedeque. 9. Apresente um resumo dos fatos relatados nos dois textos e discuta as respostas com os alunos.



Resumo da Lição 7
Honestidade para com Deus

TEXTO-CHAVE: Levítico 27:30

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Que a honestidade para com Deus produz grande senso de integridade pessoal e desenvolve uma vida repleta de fé.

Sentir: A liberdade emocional produzida pela honestidade e experimentar a aventura que a confiança em Deus oferece.

Fazer: Decidir devolver o dízimo por todos os motivos sugeridos acima.

ESBOÇO

I. Saber: Ter fé para ser honesto em todas as coisas

A. Por que é importante ser honesto mesmo nas pequenas coisas da vida?

B. De que maneira a honestidade está relacionada a uma vida edificada sobre a confiança (fé)?

C. Como a devolução do dízimo está relacionada aos conceitos de honestidade e confiança (fé)?

II. Sentir: Liberdade mediante a honestidade e a confiança

A. Como a honestidade nos faz ter uma consciência limpa?

B. De que maneira a prática da devolução do dízimo pode nutrir uma atmosfera de fé e dependência de Deus?

III. Fazer: Devolver o dízimo – a perfeição vem com a prática

A. Quais são as recompensas espirituais e práticas de devolver o dízimo honestamente?

B. Por que os cristãos devem resistir à tentação de devolver o dízimo somente quando for “conveniente”?

C. De que maneira a prática da devolução do dízimo está relacionada ao reavivamento e à reforma?

RESUMO:
A antiga prática da devolução honesta do dízimo remonta à época dos patriarcas e foi defendida pelo próprio Jesus Cristo. Ela oferece aos homens e mulheres contemporâneos o privilégio de viver em parceria com Deus.

Ciclo do aprendizado

Motivação

Focalizando as Escrituras: Levítico 27:30

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Ser honesto para com Deus mediante a prática da devolução dos dízimos revela confiança Nele e oferece aos cristãos a oportunidade ilimitada de crescer na comunhão com Cristo.

Para o professor: Utilize a seguinte história bíblica para demonstrar como Deus abençoa Seus filhos por devolverem fielmente o dízimo, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

Os tempos eram difíceis. Ela havia consumido quase todos os seus recursos. Assim como para outras viúvas daquele tempo, a vida era, na melhor das hipóteses, precária. A seca havia devastado a terra de maneira que até maridos e esposas consideravam um desafio quase inatingível sustentar a família até o fim do mês. Os armários dessa viúva estavam praticamente vazios, e havia apenas o suficiente para preparar uma última refeição para ela e seu filho. O futuro era realmente sombrio. 

Então o profeta Elias entrou em cena. Ele pediu à viúva um favor: um copo de água. Mas o que ele fez em seguida pareceu estranhamente insensível. “Elias, porém, lhe disse: ‘Não tenha medo. Vá para casa e faça o que disse. Mas primeiro faça um pequeno bolo com o que você tem e traga para mim, e depois faça algo para você e para o seu filho’” (1Rs 17:13, NVI). O pedido, no entanto, veio com uma promessa: “Pois assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘A farinha na vasilha não se acabará e o azeite na botija não se secará até o dia em que o Senhor fizer chover sobre a terra’” (1Rs 17:14, NVI). A viúva de Sarepta agiu com fé e fez como Elias havia instruído. Deus, por Sua vez, honrou sua fé, cumprindo a promessa de sustentá-la e ao seu filho. Jesus disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o Seu reino” (Mt 6:33). Nosso estudo desta semana, da mesma forma, convidanos a buscar o reino de Deus em primeiro lugar, devolvendo o dízimo honestamente; mas une esse chamado à promessa divina que edifica nossa fé.

Discussão inicial: Peça que um ou dois alunos compartilhem uma edificante história contemporânea de pessoas que pensavam que não podiam devolver o dízimo honestamente, mas, agindo com fé, entregaram o dízimo e foram recompensadas por causa da fidelidade de Deus.

Compreensão

Para o professor: A fidelidade de Deus é certa, mas é sempre posta em dúvida. Isso não é contraditório? Para aqueles que escolheram uma vida de fé, a fidelidade de Deus tem resistido à prova do tempo. Geração após geração, os dedicados seguidores de Deus têm constatado que Ele é fiel. Para eles, a fidelidade divina nunca é posta em dúvida. Mesmo em meio a uma calamidade inimaginável, Jó exclamou: “Embora Ele me mate, ainda assim esperarei Nele” (Jó 13:15, NVI).

As pessoas, no entanto, sempre duvidam de Deus, pois a cada geração que surge, alguns acham que Ele precisa provar novamente a Si mesmo. Mas Ele está disposto a fazê-lo. Ele até parece entusiasmado com a perspectiva, pois Malaquias escreveu: “Provai-Me nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se Eu não vos abrir as janelas do Céu e não derramar sobre vós bênção sem medida” (Ml 3:10). E o salmista proclamou: “Oh! Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que Nele se refugia” (Sl 34:8). Deus Se alegra em demonstrar Sua fidelidade a cada geração. Ele convida cada uma a corresponder à Sua fidelidade devolvendo honestamente o dízimo.

Comentário bíblico

I. Uma questão de honestidade

(Recapitule com a classe Lv 27:30; Ml 3:8-12; Lc 16:10; Hb 7:2-10.)

A Bíblia diz que o dízimo é santo ao Senhor (Lv 27:30). O conceito de santidade está enraizado na palavra hebraica kadosh, que significa “separar”. Em outras palavras, certas coisas são separadas do uso comum diário para fins especiais ou sagrados. A parte da renda chamada de “dízimo” não pertence ao cristão. Por designação divina, os dez por cento são de Deus desde o início. Não tornamos o dízimo “santo” ao dá-lo. Ele já é santo, separado para os propósitos de Deus, quer o devolvamos ou não.

Suponha que um pedestre tenha encontrado um envelope fechado na rua, contendo 7 mil reais. Segundo os bons costumes da ética e da moral, o envelope pertence a outra pessoa e o dinheiro deve ser devolvido ao seu legítimo proprietário. É simplesmente uma questão de honestidade. Não poderíamos dizer que o homem que achou o dinheiro estivesse dando alguma coisa ao proprietário, pois, em primeiro lugar, o envelope não era seu por direito. Em relação ao dízimo, não estamos dando nada a Deus, pois o dízimo já pertence ao Senhor. Estamos, na verdade, devolvendo o que Lhe pertence por uma questão de integridade.

Malaquias declarou: “Roubará o homem a Deus? Todavia, vós Me roubais e dizeis: Em que Te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas” (Ml 3:8). Quando retemos o que pertence a Deus O estamos roubando. Mas também estamos roubando pelo menos duas coisas de nós: (1) uma oportunidade de desenvolver fé, à medida que confiamos em Deus para que Ele abençoe os 90% que retemos e (2) uma oportunidade de investimento celestial. Jesus disse: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a Terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no Céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mt 6:19-21).

Pense nisto: De acordo com Malaquias, o que significa roubar a Deus? Em quais outras áreas os cristãos roubam de Deus o que é legitimamente Dele?

II. Uma questão de fé

(Recapitule com a classe Gn 22:1-12; 28:14-22; Lc 11:42; Hb 12:2.)

No Novo Testamento, a palavra “fé” é comumente traduzida do termo grego pistis, que às vezes é visto da perspectiva da fidelidade ou do ponto de vista da crença. A forma verbal, pisteuein, geralmente é traduzida como “crer”. Na prática, tanto a crença (fé) quanto a fidelidade estão envolvidas no relacionamento entre Deus e o homem. Às vezes, “crença” é entendida como aceitação de um testemunho, enquanto “fé” é definida como admissão de um testemunho unida à confiança.

A seguinte história ilustra a diferença entre fé e confiança. Charles Blondin, famoso equilibrista, esticou uma corda sobre as cataratas do Niágara. Uma grande multidão se reuniu para assistir a essa façanha sem precedentes. O intrépido homem perguntou à multidão quantas pessoas acreditavam que ele pudesse atravessar sem cair. Muitos levantaram as mãos. Ali estava a crença: admissão de um testemunho. Ele então perguntou quem estava disposto a deixar que ele o carregasse. Isso teria sido fé: admitir e também confiar! Essa última ilustração de confiança é a única que nos interessa, já que admitir, por si só, não tem implicações redentivas. As Escrituras dizem que até os demônios creem e tremem (Tg 2:19). Portanto, a fé, como crença em Deus, e a fidelidade, como demonstração dessa crença, podem ser vistas como dois lados da mesma moeda.

Como foi dito anteriormente, os relacionamentos são avenidas de mão-dupla. Podemos confiar em Deus? Ele pode confiar em nós? Em relação à devolução do dízimo, o Senhor inicia o relacionamento, arriscando e dando uma chance para nós. Ele nos dá cem por cento, e fica Se perguntando se pode confiar em nós quanto à devolução da décima parte (dízimo). Ao devolvermos o dízimo, confiamos que podemos viver tão bem ou melhor com os 90% sob os cuidados de Deus do que com 100%, lutando sozinhos.

Considere isso: O que a fé exercida na devolução do dízimo nos ensina sobre a fé envolvida na salvação?

Aplicação 

Para o professor: Até que ponto a cruz alcançou nossos recursos? Os cristãos afirmam que a salvação vem somente pela fé. Declaram que seus esforços não podem beneficiar nem contribuir em nada para essa salvação. Devemos confiar apenas em Deus. Essa é a mensagem da cruz. No que diz respeito às finanças, entretanto, a mensagem parece mudar. Ela se torna: “Deus cuida daqueles que cuidam de si mesmos.” Muitos agem como se devessem confiar um pouco em Deus, porém mais em seus recursos.

Perguntas para reflexão e aplicação

A. Qual é a relação entre o hábito de devolver o dízimo e a nossa verdadeira experiência de salvação?

B. Como os cristãos podem assegurar que sua expressão de fé seja aliada às ações de sacrifício?

C. A devolução do dízimo pode realmente contribuir para o progresso espiritual?

D. De que maneira a devolução do dízimo pode influenciar os não cristãos a investigar a história de Jesus?

E. A devolução do dízimo está relacionada ao chamado de Cristo para buscar, “em primeiro lugar, o Seu reino” (Mt 6:33)?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Devolver o dízimo é uma decisão espiritual que envolve honestidade e fé. Hebreus 11 diz que sem fé é impossível agradar a Deus. Também seria difícil dizer que é possível agradar a Deus sem honestidade. Incentive os alunos a experimentar essas duas virtudes.

Atividade

Para os atuais dizimistas: o dízimo pode se tornar um mero ritual. Estamos pedindo a Deus que multiplique nossas bênçãos e realmente esperando que Ele abra as janelas do Céu? Seja ousado! Peça a Deus algo especial que traga honra a Seu nome.

Para os não dizimistas: Tente devolver o dízimo. Mantenha um caderno de anotações das bênçãos recebidas e compartilhe-as com outras pessoas.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


O marido exigente

Sadie [pronuncia-se Seidi] estava preocupada com o que Marcus, seu esposo, diria quando descobrisse que ela desejava ser batizada na campanha evangelística adventista em Belize. Ela havia frequentado as reuniões todas as noites, porém Marcos não quis acompanhá-la. Sadie tinha certeza de que ele não apreciaria sua decisão porque isso significava que ela não poderia mais dançar, beber nem acompanhá-lo às festas.

Assim, ela esperou até a noite de quinta, dois dias antes do batismo, para contar a novidade ao esposo, sabendo exatamente quando fazer o anúncio. Marcus sempre esticava o braço depois de se deitarem para dormir, e Sadie se deitava sobre ele. Por isso, ela esperou acomodar a cabeça confortavelmente no braço do esposo antes de contar sobre o batismo. Então, disse em voz baixa: “Vou ser batizada no sábado.”

Imediatamente Marcus tirou o braço e seu rosto escureceu de raiva. “Se você for batizada, vai precisar morar com os adventistas, porque eu a abandonarei”, ele disse. Marcus estava furioso, e Sadie o ouviu até que ele fez uma pausa. Então, ela respondeu: “Se você me abandonar, Deus me ajudará a ser feliz sem você.” Marcus nada respondeu, virou-se e dormiu.

No dia seguinte, Marcus resmungou o que achava que enfrentaria com uma esposa adventista. “Não quero comer comida requentada aos sábados”, disse ele. “Não quero comida preparada na sexta-feira.” Sadie respondeu: “Se você não quiser comida requentada, prepararei um prato que você goste.” Mas, a resposta não o agradou. “Se quiser ir adiante, vou bater em você na próxima vez que nos encontrarmos”, disse. Sadie ficou aterrorizada, pediu oração durante uma das reuniões evangelísticas e também pediu proteção divina.

“Uma nova mulher!”

No dia do batismo, ao voltar para casa, Sadie não encontrou Marcus. O coração dela começou a acelerar ao ouvir que ele se aproximava da porta. Tinha certeza de que ele a espancaria. Em vez disso, Marcus a abraçou e disse: “Quer dizer que agora você é uma nova mulher!” Contudo, acrescentou: “Nunca irei à igreja adventista.” “Seja como você quiser”, Sadie respondeu. “Deus oferece liberdade de escolha a todos. Mas quando chegar ao fim da linha, não me culpe. Eu mostrei o caminho.”

A vida continuou normalmente após o batismo, exceto pelas reclamações de Marcus sobre as refeições no sábado. Ele queria que Sadie cozinhasse nesse dia e a acusou de desobediência a ele. Recusou-se a comer o alimento preparado no dia anterior e, em vez disso, ia a um bar perto da igreja adventista para comer. Ali, ele também bebia e, bêbado, abraçava a esposa quando ela voltava para casa.

Sadie orou para que Deus tocasse o coração do marido. Ela começou a passar suas melhores roupas todas as sexta-feiras para que ele pudesse usar na igreja. Em uma sexta-feira, Marcus aceitou acompanhá-la à igreja no dia seguinte. Mas naquela noite ele foi ao cinema e depois a um bar.

Pouco depois de retornar para casa, um poderoso terremoto sacudiu a casa. Marcus ficou aterrorizado e caiu no chão. “Deus!”, ele gritou, “poupe minha vida e me dê uma segunda chance!”

A difícil rendição

“Assim como o terremoto vem e ninguém sabe que está chegando, Jesus também virá sem que as pessoas saibam”, disse ela. “Você não estará preparado.” A casa tremeu por muito tempo e Marcus chorou. Quando o terremoto parou, Marcus começou a pensar sobre a igreja. “Eu não vou à igreja porque as pessoas vão dizer que fui por causa do terremoto”, disse ele. “Não se preocupe com o que as pessoas pensam”, disse Sadie. “Muitas pessoas não estarão no Céu porque se preocuparam com o que as pessoas pensavam.”

Marcus foi à igreja.

Pouco tempo depois, uma campanha evangelística foi realizada na aldeia e Sadie convidou o marido. Mas, na primeira noite, chegou em casa e o encontrou bêbado. Na segunda noite, ele ficou bêbado de novo. Na terceira noite, ela disse: “Se você sair com seus amigos em vez de me acompanhar, isso significa que você os ama mais do que a mim. Se essa é sua decisão, você pode ficar com eles.”

Marcus participou das reuniões e respondeu ao apelo. Sadie só conseguiu acreditar realmente ao vê-lo sair das águas batismais. “Chorei”, disse ela. “Eu não podia acreditar!”

Sadie e Marcus tornaram-se fiéis líderes da igreja em Belize. Sadie, que agora tem 63 anos, liderou seis campanhas evangelísticas que resultaram em mais de 50 batismos. Outras centenas de pessoas conheceram a igreja através dela e da influência de Marcus.

Parte da oferta da Escola Sabatina de 2015 foi destinada à construção de um acampamento onde a Igreja Adventista pode realizar reuniões evangelísticas regulares em Belize. Ficamos muito agradecidos por sua oferta missionária.

Leia mais sobre a história de Sadie na página 24 do Informativo dos Menores, no link bit.ly/childrensmission - Assista a um pequeno vídeo de Sadie no link: bit.ly/sadie-mckenzie

Resumo missionário

  • O Parque Nacional de Guanacaste tem 20 hectares e está localizado no centro de Belize. Recebeu esse nome em homenagem à arvore Guanacaste, que tem seu tronco dividido em três bases, reduzindo o valor da madeira, facilitando o comércio. Por isso, faz parte da lista de preservação.
  • O jaguar é a terceira maior espécie de felinos, depois do tigre e do leão, e a maior das Américas.
  • Mais da metade da população de Belize é bilíngue, e uma grande proporção é multilíngue.
  • A economia de Belize depende da exportação de petróleo e produtos agrícolas, como açúcar e bananas, embora o turismo esteja se expandindo rapidamente.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º trimestre de 2018

Tema geral: Mordomia cristã: motivos do coração

Lição 7: 10 a 17 de fevereiro

Honestidade para com Deus

Autor: Heber Toth Armí

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Os empresários esperam honestidade de seus funcionários. Proprietários não toleram quando seus gerentes são desonestos. Patrões agem com impaciência quando os trabalhadores são negligentes nas suas tarefas. Muitos compradores ficam irados quando vendedores não são honestos quanto aos produtos oferecidos. Cônjuges não suportam a infidelidade no casamento. Professores não toleram a desonestidade de seus alunos. A lista poderia continuar, mas, pergunto:

  • Os intolerantes à desonestidade são honestos para com Deus?
  • Os que odeiam ser vítimas do engano dos outros honram a Deus até mesmo quando ser desleal parece ser mais lucrativo?
  • Os que sofrem a injustiça por causa da astúcia alheia entendem que somos injustos para com Deus quando não somos honestos em relação aos princípios revelados na Bíblia?

Tudo o que temos e somos pertence a Deus: a vida, a saúde, o corpo, a família, o tempo, os bens e até mesmo o salário que recebemos. “Cada centavo que possuímos é do Senhor. Em vez de gastar os meios com coisas desnecessárias, devemos empregá-los em atender aos apelos do trabalho missionário” (Ellen G. White. Conselhos Sobre Mordomia, p. 290). Contudo, “poucos, apenas, são possuídos de remorso por roubarem diariamente a Deus” (Ibid., p. 318).

O representante de Deus na Terra deve ser um mordomo fiel. Seu relacionamento com Deus é tão íntimo que o caráter divino passa a ser o seu caráter. A fidelidade de Deus se torna a sua fidelidade. Assim, o cristão honra a Deus sendo honesto para com Ele em todos os momentos, independentemente da situação.

Dos 100% que recebemos 10% é santo. O dízimo pertence a Deus. Essa décima parte que Deus nos permite receber é inegociável, deve ser devolvida a Ele, nem mais nem menos. Uma sociedade normalmente entre duas pessoas divide o lucro ao meio, 50% para cada um. Quando um dos sócios entra com mais recursos, certamente ficará com mais do lucro em relação ao que investiu menos. Deus, porém, investe muito mais: Ele nos dá forças, habilidade, inteligência, saúde, alimentos, o ar, o sol, os nutrientes, o tempo e até mesmo a oportunidade de trabalhar; contudo, apesar de investir mais, Ele requer só 10% do salário que recebemos. Se retivermos esse valor, estaremos roubando do nosso Criador e Mantenedor. Isso é ser desonesto para com Deus.

Não é apenas o dízimo que é de Deus. Ele não requer somente 10% de nossos rendimentos, pois tudo é Dele. Os outros 90% devem ser usados no avanço da obra evangelística. Os 90% que sobram após a separação do dízimo devem ser usados para a glória de Deus. Destes, devemos utilizar para 1) ofertar para a obra missionária; 2) investir no bem-estar físico, mental e espiritual de nossa família a fim de que seja uma bênção para a igreja e a sociedade; e 3) também para auxiliar os necessitados. “Cristo tem sido ofendido e ferido pelo nosso acentuado amor egoísta e indiferença para com os ais e as necessidades alheias” (Ibid., p. 129); porém, Sua alegria com mordomos honestos é notória: “Deus proporcionará recursos de maneira que o fiel mordomo de Seus meios seja suprido com suficiência em todas as coisas, e seja capacitado para ser abundante em toda boa obra” (Ibid., p. 129, 130).

Embora os 90% sejam importantes, na sequência enfatizaremos os 10%. A palavra dízimo significa 10%, ou a décima parte, a qual “aparece 35 vezes no Antigo Testamento e 10 no texto grego do Novo Testamento, distribuídas em passagens que ocorrem em 12 diferentes livros da Bíblia” (Demóstenes Neves da Silva, Dízimos e Ofertas, p. 11).

Já nas primeiras páginas sagradas, Abraão, o pai da fé, tendo conhecimento da importância do dízimo, após reconhecer o favor de Deus, “de tudo” deu “o dízimo” (Gn 14:20). Seu neto Jacó também se prontificou a entregar o dízimo a Deus ao receber bênçãos Dele (Gn 28:22). Isso se deu bem antes de Moisés e da entrega da lei cerimonial levítica, recebida vários séculos depois (Lv 27:30-32). Em Levítico, sobre o princípio do dízimo “é reafirmado que, apesar de ser direcionado para manter os sacerdotes, em última instância, o dízimo pertence ao Senhor” (Ibid., p. 12).

A doutrina do dízimo, que é de origem divina, nem sempre tem sido aplicada como deveria. Satanás não quer que os seres humanos sejam honestos para com Deus. Ele deturpa o assunto. Portanto, quando se tornou necessário um reavivamento espiritual entre o povo de Deus, o assunto do dízimo esteve na pauta; por exemplo:

  • Ao promover reavivamento e reforma em Judá, o rei Ezequias abordou o tema do dízimo para “o ministério da Casa do Senhor”. E o povo, reavivado, respondeu com alegria e prontidão (2Cr 29-31).
  • Quando os judeus voltaram do exílio babilônico, Neemias promulgou um movimento de reavivamento e reforma, inclusive quanto à prática do dízimo (Ne 9:2, 3; 10:37, 38; 13:5-12).
  • Logo após Neemias veio Malaquias, o último profeta do Antigo Testamento, 400 anos antes de Cristo, chamando o povo a reavivar a chama da fidelidade a Deus nos dízimos e ofertas (Ml 3:9, 10).

As fortes palavras de Malaquias surtiram efeito até mesmo 400 anos após terem sido proclamadas. Os fariseus levaram a sério as exortações e devolviam o dízimo até mesmo dos temperos do quintal. Contudo, certo desvio fez com que Jesus alertasse quanto à prática do dízimo, para que não se tornasse mero formalismo religioso, sem o devido espírito de um coração verdadeiramente convertido (Mt 23:23; Lc 11:42; 18:9-14). Alguns anos depois, Paulo precisou falar novamente do assunto na igreja primitiva (Hb 7:2-10).

Com a apostasia da igreja cristã, a doutrina do dízimo foi desvirtuada. Os adventistas, ainda não organizados como igreja, através de estudos bíblicos dirigidos por J. N Andrews, em 1858, começaram um plano chamado Benevolência Sistemática, o qual foi adotado pela igreja de Battle Creek um ano depois, com base no princípio divino do dízimo (Arthur L. White, Como começou o sistema do dízimo na IASD, in Rodrigo Follis (org), Santo ao Senhor, p. 71-95).

Após aprofundar-se no conceito bíblico, a igreja consolidou a doutrina, a qual é pregada até os dias atuais. Contudo, é possível que haja necessidade de um reavivamento do dízimo em nossa vida particular, e talvez na igreja local. Precisamos melhorar em nossa honestidade para com Deus! Dizimar é um ato de fé pelas graciosas bênçãos divinas em nossa vida! A fé nos faz ser fiéis nesse quesito!

“Defraudar o Senhor é o maior crime de que um homem pode ser culpado; e ainda assim esse pecado é profunda e amplamente difundido” (Ellen G. White. Idem, p. 86). Devemos aprender a ser honestos para com Deus devolvendo os dízimos Dele.

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pastor Heber Toth Armí graduou-se em Teologia pelo UNASP-EC, em 2005. Concluiu Mestrado em Teologia pelo UNASP-EC, em 2016. Atua como distrital em Fraiburgo, SC. É casado com Ketlin Mara Hasse Armí.