Lição 13
21 a 27 de junho
Imagens do fim
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: EX 16
Verso para memorizar: “Jonas respondeu: – Eu sou hebreu e temo o Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra” (Jn 1:9).
Leituras da semana: Mt 12:38-42; Jn 3:5-10; Ap 18:4; Dn 5:1-31; Ap 16:12-19; 2Cr 36:22, 23

Nesta semana concluiremos nossos estudos sobre relatos bíblicos que ajudam a elucidar nossa compreensão dos eventos dos últimos dias. Desta vez, veremos a missão de Jonas em Nínive, a queda de Babilônia e a ascensão de Ciro, o rei persa que libertou o povo de Deus e lhe permitiu retornar à terra prometida.

Assim como nas outras histórias que examinamos, esses relatos históricos têm significado profundo para cada geração. Contudo, também têm relevância especial para as gerações que vivem antes do retorno de Cristo. Podemos extrair desses relatos elementos que nos ajudam a compreender o que chamamos de “verdade presente”.

Ao mesmo tempo, em relação a essas histórias que prenunciam os eventos dos últimos dias, ao estudar temas e alusões amplas, não podemos tentar analisar cada detalhe a ponto de criar especulações a respeito das profecias. Assim como nas parábolas de Jesus, devemos nos concentrar nas ideias centrais, em vez de analisar cada detalhe na esperança de encontrar verdades ocultas. Nossa ênfase deve estar nos princípios e nos contornos gerais, e a partir deles descobrimos elementos relevantes para os últimos dias.

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Domingo, 22 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 17
O profeta relutante

A história de Jonas (Jn 1–4), embora breve, é impactante. Muitos crentes veem em si reflexos desse profeta relutante. A história contém lições a respeito de eventos futuros.

1. Leia Mateus 12:38-42. A quais partes da história de Jonas Jesus Se referiu ao Se dirigir aos escribas e fariseus? Quais lições sobre o juízo final são encontradas em Sua declaração?

Jesus declarou que era maior que Jonas. Ele sabia que vir ao mundo envolveria a cruz, e, ainda assim, Ele “veio buscar e salvar o perdido” (Lc 19:10). Jonas passou três dias dentro do grande peixe por causa de seus pecados; Jesus passou três dias no túmulo por causa dos nossos pecados. Isso era necessário para salvar os perdidos.

Hoje, conhecemos Jonas como um profeta relutante, indisposto a ir a Nínive. Da perspectiva humana, é fácil entender a atitude dele: os assírios comandavam um governo violento. Os murais assírios estão repletos de cenas de crueldade incomum: povos conquistados eram mortos pelos métodos mais cruéis imagináveis. Quem gostaria de enfrentar a perspectiva de pregar arrependimento em uma capital assim?

Há um momento importante na história que pode apontar para o movimento remanescente dos últimos dias: ao ser questionado sobre quem era, Jonas respondeu: “Eu sou hebreu e temo o Senhor, o Deus do Céu, que fez o mar e a terra” (Jn 1:9) – uma declaração muito parecida com a mensagem do primeiro anjo (Ap 14:7). De fato, a ênfase de Jonas no Senhor como Aquele “que fez o mar e a terra” obviamente aponta para Ele como o Criador. Esse fato é fundamental para o motivo pelo qual devemos adorá-Lo, e a adoração é central para os eventos dos últimos dias.

Ao mesmo tempo, nós também somos acusados de pregar uma mensagem potencialmente impopular na Babilônia espiritual. Quando Deus diz: “Saiam dela, povo Meu” (Ap 18:4), Ele indica que essas pessoas devem se arrepender; uma mensagem que quase sempre provocou reações negativas de muitas pessoas, mesmo quando transmitida da maneira mais gentil possível. Quem de nós, ao testemunhar, não recebeu respostas negativas ou mesmo hostis? Precisamos entender que isso faz parte do trabalho.

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Quanto de Jonas você encontra em si mesmo? Como vencer essas atitudes erradas?
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Segunda-feira, 23 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 18
Obra de arrependimento

Jonas tinha uma mensagem bem distinta para o povo de Nínive. “Jonas começou a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: – Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída” (Jn 3:4). Parece claro que o lugar estava condenado. Afinal, essa não era uma palavra enviada diretamente de um profeta do Senhor?

No entanto, o que aconteceu com Nínive?

2. Leia Jonas 3:5-10. Por que essa profecia não se cumpriu?

Toda a cidade se arrependeu, e a condenação profetizada não se concretizou, pelo menos por um tempo. “Sua condenação foi evitada; o Deus de Israel fora exaltado e honrado em todo o mundo pagão, e Sua lei foi reverenciada. Apenas muitos anos mais tarde Nínive caiu presa das nações vizinhas por causa de seu esquecimento de Deus e vaidoso orgulho” (Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 160).

Podemos esperar algo assim nos últimos dias, com a mensagem final para o mundo caído? Sim e, ao mesmo tempo, não. Em todo o mundo, haverá muitas pessoas que atenderão ao chamado: “Saiam dela, povo Meu, para que vocês não sejam cúmplices em seus pecados e para que os seus flagelos não caiam sobre vocês” (Ap 18:4). Em todo o mundo, as pessoas tomarão posição e, desafiando a besta, guardarão “os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Essas pessoas, como as de Nínive, serão livradas do juízo que recairá sobre os perdidos.

Ao mesmo tempo, devemos lembrar de que algumas profecias, como o anúncio da destruição de Nínive, eram condicionais: ela seria destruída a menos que o povo se afastasse da maldade (Jr 18:7-10). No entanto, outras profecias não são condicionais, ou seja, elas serão cumpridas, não importa a resposta humana: as profecias messiânicas sobre a primeira e a segunda vinda de Cristo, a marca da besta, as últimas pragas e a perseguição do fim dos tempos; elas ocorrerão independentemente do que os seres humanos façam. As obras e as escolhas das pessoas determinarão apenas de que lado estarão quando se cumprirem os eventos finais, preditos pelos profetas.

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Que escolhas atuais ajudarão a fazer as escolhas certas diante da ameaça da besta?
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Terça-feira, 24 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 19
O banquete de Belsazar

Depois que Nínive foi conquistada (612 a.C.) por um exército de coalizão que incluía medos e babilônios (liderados pelo pai de Nabucodonosor), Babilônia experimentou um renascimento, como a cidade não via desde os dias de Hamurabi, seu grande legislador. Sob Nabucodonosor, que agora estava livre dos ataques assírios, Babilônia cresceu em riqueza e influência a ponto de as nações vizinhas terem pouca escolha a não ser reconhecer de má vontade seu domínio. Ela era a rainha do mundo, e as nações que desejavam prosperar declaravam sua lealdade a ela.

Entretanto, até onde sabemos, Nabucodonosor morreu confessando que o Deus de Daniel é, de fato, o governante legítimo de todas as nações (Dn 4:34-37). O próximo relato que Daniel apresenta é o de seu sucessor, o vice-regente Belsazar.

3. Que mensagens espirituais importantes tiramos de Daniel 5:1-31? O que, no fim das contas, levou Belsazar à destruição?

Talvez a parte mais triste do relato esteja em Daniel 5:22. Depois de relatar ao rei a queda e a restauração de Nabucodonosor, Daniel repreendeu Belsazar. Embora ele pudesse conhecer a verdade e até ter testemunhado em primeira mão o que aconteceu com Nabucodonosor, escolheu ignorar esses eventos e embarcar no mesmo curso que trouxe problemas ao seu antecessor.

Assim como Nabucodonosor fez ao erguer a estátua de ouro, Belsazar estava desafiando o que o Deus de Daniel havia previsto. Ao usar os utensílios do templo de modo profano, ele provavelmente estava ressaltando o fato de que Babilônia havia conquistado os judeus e agora possuía os artigos religiosos de seu Deus. Ou seja, eles ainda tinham supremacia sobre esse Deus que havia previsto a queda do império.

Foi um ato de desafio total, embora Belsazar tivesse evidências mais do que suficientes, e até provas da verdade. Ele tinha conhecimento suficiente para entender a verdade. O problema era seu coração. Nos últimos dias, quando a crise final irromper sobre o mundo, as pessoas também terão a oportunidade de conhecer a verdade. O que determinará sua escolha, assim como aconteceu com Belsazar, será o coração. 

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Quarta-feira, 25 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 20
O secamento do Eufrates

Um dos pontos fortes de Babilônia era a maneira como o rio Eufrates passava por baixo de suas muralhas, fornecendo à cidade um suprimento ilimitado de água. Isso também provou ser sua fraqueza. Nitócris, uma antiga rainha babilônica, havia criado obras de terra ao longo do rio para desenvolvê-lo como uma rota para a cidade e, no processo, desviou o rio para um pântano, permitindo que as equipes trabalhassem confortavelmente. Ciro percebeu que poderia fazer a mesma coisa, secando o Eufrates o suficiente para que pudesse marchar confortavelmente com suas tropas sob o muro. Uma vez dentro dos muros da cidade, ele encontrou os muros defensivos que seguiam o rio pela cidade desprotegidos, e a cidade foi tomada em uma única noite. O antigo historiador grego Heródoto relata que “aqueles que viviam no centro de Babilônia não tinham ideia de que os subúrbios haviam caído, pois era uma época de festival, e todos estavam dançando e se entregando aos prazeres” (The Histories [Penguin, 2015], p. 94). Pode haver alguma dúvida de que essa é a mesma festa descrita em Daniel 5?

4. Leia Daniel 5:18-31 e Apocalipse 16:12-19. Que paralelos você encontra entre as últimas pragas do Apocalipse e a história da queda de Babilônia?

Ao explicar como discernir os sinais dos tempos, Jesus advertiu Seus discípulos: “Portanto, vigiem, porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês. Porém, considerem isto: se o pai de família soubesse a que hora viria o ladrão, vigiaria e não deixaria que a sua casa fosse arrombada” (Mt 24:42, 43). Assim como na queda de Babilônia, o súbito aparecimento de Cristo tomará a Babilônia moderna de surpresa. No entanto, não precisa ser assim conosco: recebemos amplas evidências da breve volta de Jesus em inúmeras profecias detalhadas.

O mundo não será pego de surpresa apenas porque ignora o que Deus previu; ficará surpreso porque escolheu não acreditar no que Ele disse que aconteceria.

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Leia Apocalipse 16:15. Em meio a essas advertências sobre o fim dos tempos, que mensagem do evangelho é encontrada nesse texto? O que significa não andar “nu”?
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Quinta-feira, 26 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 21
Ciro, o ungido

Quando Ciro saqueou a cidade de Babilônia, o período de cativeiro do povo de Deus chegou ao fim, e os persas permitiram que os israelitas retornassem à terra prometida e reconstruíssem o templo. Sob o domínio de Ciro, o Império Persa se tornou o maior da história, naquilo que o historiador Tom Holland chama de “a maior aglomeração de territórios que o mundo já vira” (Domínio: O Cristianismo e a Criação da Mentalidade Ocidental [Record, 2022], p. 37).

Como era costume entre os persas, Ciro foi até chamado de “o grande rei” e “rei dos reis”. Ele prenuncia o que acontecerá quando Cristo retornar para Sua igreja: Ele é o Rei que vem do Oriente (compare com Mt 24:27), travando guerra contra Babilônia e libertando Seu povo para escapar de Babilônia e ir para a terra prometida (ver Ap 19:11-16). É por isso que Deus Se refere a Ciro como “Seu ungido” (Is 45:1). Esse famoso persa não apenas libertou o povo de Deus, mas sua campanha contra Babilônia também é um tipo (ou representação) da segunda vinda de Cristo.

5. Leia 2 Crônicas 36:22 e 23. Quais são as semelhanças e as diferenças entre a história de Ciro e a de Nabucodonosor? Qual é o significado desse decreto? Como ele impactou a primeira vinda de Jesus séculos depois?

Em nossas Bíblias, o AT termina em Malaquias, mas, na ordem hebraica, ele termina em 2 Crônicas, com o decreto de Ciro. Portanto, o próximo episódio no cânon das Escrituras é Mateus, que começa com o nascimento de Cristo, o Ciro antitípico. O rei Ciro ordenou a reconstrução do templo terrestre; Jesus inaugurou Seu ministério no santuário celestial – que terminará com Seu retorno e nossa libertação.

É claro, Ciro não era uma representação perfeita de Cristo. Nenhum tipo se encaixa perfeitamente com o antítipo, e devemos ter cuidado para não nos prendermos a cada detalhe. Porém, em termos amplos, Ciro atuou como um “salvador”.

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É fascinante que Deus tenha usado um rei pagão de maneira tão marcante para fazer Sua vontade. Apesar das aparências do mundo hoje, o que aprendemos com a verdade de que, em longo prazo, o Senhor realizará os eventos finais conforme profetizado?
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Sexta-feira, 27 de junho
Ano Bíblico: RPSP: ÊX 22
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, Profetas e Reis [CPB, 2021], p. 311-313 (“A queda de Babilônia”).

“A cada nação que entra em cena tem sido dada a oportunidade de ocupar seu lugar na Terra, para que se avalie se ela cumpriu ou não os objetivos do santo Vigia. A profecia traçou o surgimento e o progresso dos grandes impérios mundiais: Babilônia, Média-Pérsia, Grécia e Roma. Com cada uma delas, bem como com as nações de menor poder, a história tem se repetido. Todas têm tido seu período de prova. Cada uma tem falhado; sua glória tem desaparecido, e seu poder, passado. Embora as nações tenham rejeitado os princípios de Deus, e nessa rejeição tenham causado a própria ruína, um divino e soberano propósito tem atuado claramente ao longo dos séculos” (Profetas e Reis, p. 311).

Jeremias viu um oleiro moldando o barro. Deus usou essa imagem para explicar o princípio de que há profecias condicionais. E, para que entenda-mos, o Senhor explicou: “No momento em que Eu falar a respeito de uma nação ou de um reino para o arrancar, derrubar e destruir, se essa nação se converter da maldade contra a qual Eu falei, também Eu mudarei de ideia a respeito do mal que pensava fazer-lhe. E, no momento em que Eu falar a respeito de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar, se ele fizer o que é mau aos Meus olhos e não obedecer à Minha voz, então Eu mudarei de ideia quanto ao bem que havia prometido fazer” (Jr 18:7-10).

Perguntas para consideração

1. Jesus disse que o juízo será menos rigoroso para Nínive do que para o povo de Deus que se afastou da verdade (Mt 12:39-42). Que lição tiramos dessa advertência?

2. Ellen G. White disse que, com os impérios que se sucedem, “a história tem se repetido”. Quais elementos em comum há nos impérios listados na profecia? Em que aspecto eles seguiram o mesmo caminho? O mundo atual também segue essa trilha?  

3. Frequentemente não é a mente, o intelecto, que afasta as pessoas da fé, mas o coração. Esse fato impacta sua maneira de testemunhar aos outros?

Respostas às perguntas da semana: 1. Jesus passaria três dias morto, assim como Jonas ficou três dias no ventre do peixe. Ambos pregaram uma mensagem de juízo. 2. Ela não se cumpriu porque o povo se arrependeu de seus pecados. Deus deseja salvar as pessoas, e não condená-las. 3. Deus deu a Belsazar todas as oportunidades de se arrepender; ele sabia tudo o que havia acontecido com Nabucodonosor, mas pereceu por sua própria decisão de afrontar a Deus. 4. Cristo destruirá Babilônia para salvar Seu povo. A queda da Babilônia histórica é um tipo (ou representação) do que Cristo fará nas últimas pragas. 5. Semelhança: Ciro era um rei poderoso que libertou o povo de Deus e destruiu os inimigos dele. Diferença: Ciro era simplesmente um ser humano pecador, e seu livramento foi apenas temporário.

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Resumo da Lição 13
Imagens do fim

TEXTO-CHAVE: Jn 1:9

FOCO DO ESTUDO: Mt 12:38–42; Jn 3:5-10; Ap 18:4; Dn 5:1-31

ESBOÇO

Introdução: Como a Bíblia é essencialmente sobre o reino de Deus, sua mensagem central é orientada para o fim e o reino celestial de Deus. Essa visão escatológica é evidenciada e revelada nas profecias apocalípticas da Bíblia, que expõem de forma clara e explícita o cenário dos últimos dias. Essa revelação também aparece em outras partes das Escrituras, por meio de eventos específicos de julgamento e salvação que ocorrerão no fim dos tempos.

Na lição desta semana, foram selecionados três eventos que compartilham uma característica em comum: todos ocorrem no fim da história do Israel bíblico e envolvem os gentios, as “nações” (compare com Gn 12:3 e Gn 22:18). O primeiro evento foi dramático: o juízo e o arrependimento do povo de Nínive após a hesitante pregação do profeta Jonas. O segundo evento foi trágico: o juízo e a impenitência de Belsazar, que resultou na perda de seu reino. O terceiro evento foi glorioso: a salvação do povo de Deus, graças ao apoio do rei persa Ciro. É surpreendente que o fim dos tempos seja marcado pela salvação das nações, que finalmente se unirão a Israel, mas isso reflete o caráter cósmico do momento escatológico, conforme a previsão de Paulo: “Até que tenha entrado a plenitude dos gentios. E, assim, todo o Israel será salvo” (Rm 11:25, 26).

COMENTÁRIO

O juízo de Nínive. O profeta Jonas, enviado como missionário israelita ao povo de Nínive, narra a história de seu sucesso e fracasso. Deus o convocou a deixar Gate-Hefer (2Rs 14:25), uma pequena cidade no norte do antigo Israel durante o reinado de Jeroboão II, no 8o século a.C. (785 a.C.). Esse período é descrito no livro de Reis como um tempo difícil para Israel, cuja infidelidade provocou a ira de Deus contra eles (2Rs 13:3). Contudo, “O Senhor ainda não havia falado em apagar o nome de Israel da face da terra”. Em vez disso, Deus “os salvou” do inimigo (2Rs 14:27).

Ironicamente, foi durante esse tempo específico em que Israel foi infiel que Deus chamou Jonas para ir a Nínive a fim de pregar aos seus cidadãos e exortá-los a se arrependerem. Jonas nos conta que toda a cidade se arrependeu, para seu profundo desânimo. Jonas ficou tão chateado com o chamado de Deus para a missão que se recusou a obedecer. Em vez de viajar para o norte, para Nínive, como Deus instruiu, Jonas escolheu viajar para o sul, para Jope, e então embarcou para Társis.

O livro de Jonas nos conta, então, como o profeta acabou na barriga de um grande peixe, que o vomitou em terra seca (Jn 2:10). Jonas é lembrado como o profeta que foi engolido por um grande peixe porque se recusou a avisar a cidade de Nínive sobre o juízo de Deus. Ironicamente, a linguagem cuneiforme do povo de Nínive preservou a memória dessa maravilha: a representação cuneiforme do nome de Nínive significa “peixe grande na cidade”. É como se o próprio nome da cidade sugerisse até onde Deus, decepcionado com Seu próprio povo,
iria para salvar uma nação gentílica que fosse mais receptiva à Sua misericórdia.

É de interesse adicional notar que a mesma cidade de Nínive foi novamente visitada 150 anos depois (630 a.C.) pelo profeta Naum, que entregou, então, uma mensagem de condenação aos seus cidadãos por causa de sua maldade. Esses casos são ilustrações perfeitas de como Deus lida com Seu povo e com as nações. Neles vemos claramente como Deus estende graça aos pecadores e como ainda os pune por seus pecados não abandonados.

O julgamento de Belsazar. A história do julgamento do rei babilônico Belsazar segue a história do julgamento de Nabucodonosor e do arrependimento dele, como se o autor bíblico pretendesse destacar o contraste entre os dois reis babilônicos. Embora ambos os reis tivessem sido orgulhosos e pecado contra Deus, os dois reis não receberam o mesmo juízo. Nabucodonosor foi perdoado, e o capítulo que relata sua experiência termina com sua canção louvando a Deus, que é capaz de humilhar os orgulhosos (Dn 4:37). Por outro lado, Belsazar, que sabia
sobre a experiência de seu pai (Dn 5:22), se recusou a se arrepender. Pelo contrário, ele repetiu voluntariamente as ações de usurpação de Nabucodonosor (veja as lições 5 e 12) e foi ainda mais longe do que seu pai em sua iniquidade. Enquanto a intenção de Nabucodonosor foi apenas trazer os vasos do templo de Deus para o seu próprio templo, Belsazar ficou embriagado bebendo naqueles vasos. Nabucodonosor se contentou em dispensar os outros metais da estátua (veja Dn 3) e reteve apenas o ouro, que o representava. No fim, ele finalmente entendeu sua tolice e direcionou seu louvor ao Deus do Céu que tem “o domínio eterno, e o Seu reino se estende de geração em geração” (Dn 4:34).

Belsazar, por outro lado, louvou todos os deuses representados por esses metais (Dn 5:4). Ele insultou Deus intencionalmente. Foi naquele momento de seu louvor aos ídolos que uma mão apareceu na parede branca e escreveu o juízo de Deus contra ele.

O desfecho da história de cada rei destaca o contraste entre eles. Nabucodonosor, que foi forçado a rastejar como um animal devido ao juízo divino contra seu orgulho, foi reerguido à sua posição e viu sua “honra e esplendor” restaurados (Dn 4:36). Por outro lado, Belsazar, que estava sentado em seu trono com total autoconfiança, não conseguia ficar em pé, perdeu o controle e seus joelhos batiam um no outro: “o rei ordenou, em voz alta” (Dn 5:7). Desesperado, ele chamou seus sábios para decifrar a inscrição misteriosa na parede, mas nem eles conseguiram entendê-la.

Então a rainha-mãe, esposa de Nabucodonosor, entrou no local da festa e testificou da capacidade superior de Daniel, lembrando assim Belsazar da experiência espiritual de Nabucodonosor. Daniel, o representante do Deus a quem o rei havia insultado, era o único capaz de ler e interpretar a inscrição do juízo, que previa o fim do reino de Belsazar (Dn 5:26-29). As três palavras da inscrição na parede resumem o juízo contra Belsazar e, portanto, transmitem uma ideia sobre o que constituirá o juízo: “numerado” significa responsabilidade; “pesado” indica
avaliação; e “dividido” significa “rejeição”. 

O juízo de Ciro. O rei persa Ciro ocupa um lugar único nas Escrituras. Ciro é a única pessoa gentia que recebe o título de “messias”, ou ungido (Is 45:1). A Bíblia chega ao ponto de relacionar Ciro ao Salvador messiânico, o próprio Cristo. Além da salvação de Israel do exílio na Babilônia pelo messias Ciro, o profeta Daniel viu o Messias universal que libertará os humanos das garras do mal. Além disso, o profeta não apenas previu o evento.

Ao fazer um paralelo entre os 70 anos de Ciro e as 70 semanas de cativeiro babilônico, Daniel alertou o leitor para o fato de que essas semanas devem ser interpretadas profeticamente. Os 70 anos se referem a anos literais que levaram à vinda do messias Ciro (Is 45:1), que restituiu o Israel histórico à antiga Palestina. De fato, o messias Ciro representa o caráter histórico do Messias Jesus Cristo e Seu evento de salvação. As 70 semanas (anos) são semanas proféticas que levariam ao tempo da vinda do Messias universal, que salvaria o mundo do pecado e, assim, por meio da expiação, ofereceria perdão para o pecado. Esse paralelo entre os dois messias também é encontrado no livro de Isaías, em que o messias Ciro, em Isaías 45, e o Servo Sofredor de Isaías 53 ecoam um ao outro em um número significativo de níveis linguísticos e temáticos.

O messias Ciro teve um papel crucial na queda da Babilônia, o maior inimigo de Israel. Ele também restituiu Israel à sua terra (Ed 1:1-3) e ajudou os judeus na reconstrução do templo de Jerusalém sob a liderança de Josué, o sumo sacerdote (Ed 3:2, 3). Notavelmente, o livro do Apocalipse faz um paralelo entre as ações de Ciro e a segunda vinda de Cristo. A secagem do rio Eufrates, que permitiu a Ciro, o rei do Oriente, entrar e derrubar a cidade de Babilônia, serve como um modelo para descrever a vinda de Cristo no fim dos tempos (Ap 16:12). Ciro preparou o caminho para a futura vinda de Cristo e a salvação da humanidade, sendo um tipo de Cristo. O papel que Ciro desempenhou na primeira vinda de Cristo pode indicar o cenário que ocorrerá no fim dos tempos em conexão com a segunda vinda de Cristo. Portanto, pode-
mos conjecturar que os eventos finais da salvação poderão envolver indivíduos fora dos padrões eclesiásticos tradicionais.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. De que maneira o exemplo de Jonas é um aviso contra preconceitos religiosos? Discuta.

2. Embora a igreja nem sempre consiga demonstrar a retidão de forma constante, como as pessoas do mundo podem, por outro lado, ter sucesso nisso? Jesus apontou para as pessoas religiosas de Seu tempo, dizendo: “Em verdade lhes digo que os publicanos e as prostitutas estão entrando no Reino de Deus primeiro que vocês” (Mt 21:31). O que Jesus quis dizer com essas palavras?

3. A inclusão da justiça no juízo de Deus é uma prova de Sua seriedade na salvação, que busca erradicar completamente o mal e a morte. De que forma a tensão entre justiça e graça oferece uma mensagem de conforto e esperança?

4. Por que podemos ser salvos somente com base na misericórdia de Deus e não com base em nossos méritos?

5. Há duas verdades cruciais sobre o juízo de Deus no fim dos tempos que precisamos compreender: primeiro, todos serão informados e advertidos; segundo, haverá um momento em que será tarde demais para se arrepender. Aplique o significado das três palavras da inscrição na parede à igreja no fim dos tempos: “numerados” significa que somos responsáveis por todas as nossas ações e omissões; “pesados” indica que o “bem” e o “mal” serão separados (apenas Deus tem o poder de fazer esse discernimento); “divididos” significa que a salvação será concedida a outros.

6. Leia o seguinte encorajamento de Ellen G. White: “Não está longe o tempo em que o povo de Deus será chamado a dar seu testemunho perante os governantes da Terra. [...] Não há tempo para vaidade, para frivolidades, para ocupar a mente com assuntos sem importância” (The Advent Review and Sabbath Herald, 26 de abril de 1892). Como essa citação o encoraja a compartilhar a mensagem e as advertências de Deus sobre os últimos dias com pessoas em posições de autoridade e poder?

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O milagre na selva, Parte 1

Indonésia | Armi

Uma garotinha que estudava na escola missionária da selva contou a seu professor, Armi, sobre uma mãe que não conseguia andar.

Armi não havia ido para as montanhas de Papua, na Indonésia, para tratar ninguém. Ele não era médico e não sabia muito sobre medicina. Ele era um missionário que viera à escola missionária da selva para ensinar as as crianças sobre Jesus, o Médico Mestre. Mas seu coração foi tocado quando soube da mãe que não conseguia andar. Ele e um colega missionário decidiram caminhar oito horas montanha acima para visitar a mulher em sua aldeia remota.

Armi e seu amigo encontraram a mãe em uma pequena cabana de palha. Ela estava chorando de dor em uma cama. Seu joelho direito tinha uma ferida aberta e estava inchado.

Armi e seu amigo não conseguiam entender muito do que ela dizia. Ela não conseguia entender muito do que eles diziam. Eles falavam dialetos diferentes. Mas, por meio de gestos com as mãos, a mãe explicou que havia caído de uma árvore sete anos antes e não conseguia andar desde então. A aldeia era tão remota que médicos e hospitais não eram uma opção. Após a queda, seu marido a abandonou, deixando-a para criar quatro filhos.

A mãe ficou feliz com a visita. Ela havia perdido toda a esperança. Ela deixou claro que estava colocando sua nova esperança em Armi e seu amigo.

"Ajude-me a andar de novo", ela implorou.

Armi e seu amigo saíram da cabana. Eles precisavam orar ao Médico Mestre.

"Senhor, por favor, conceda-nos sabedoria", disse Armi. "Mostre-nos como ajudar essa mulher, mesmo que não saibamos muito sobre medicina."

De volta à cabana, Armi e seu amigo limparam cuidadosamente a ferida. Gotas de suor brotaram em seus rostos. Eles estavam preocupados em piorar a ferida. Os vizinhos se reuniram na cabana para assistir, e Armi e seu amigo começaram a suar de verdade. Eles se perguntaram se suas vidas poderiam estar em risco com os vizinhos observando cada movimento deles.

Então Armi falou com a mulher sobre Jesus.

"Apenas uma Pessoa pode curá-la", disse ele, usando gestos com as mãos para ajudá-la a entender. "Essa Pessoa é Jesus."

A mãe nunca tinha ouvido falar de Jesus. Nenhum dos vizinhos jamais tinha ouvido falar de Jesus. Eles praticavam uma forma de misticismo.

"Eu não sei nada sobre o seu Jesus", disse a mãe. "Mas vou aceitar quem puder restaurar minha saúde."

Depois de limpar a ferida, Armi ofereceu os únicos remédios naturais que tinha em sua mochila: carvão e comprimidos de vitamina C. Ele então convidou a mãe e os vizinhos para orar. Abrindo os olhos, Armi viu que a mãe e os vizinhos estavam chorando. Ele entrou em pânico, imaginando o que havia de errado. Os vizinhos, que também não falavam seu dialeto, explicaram que a oração havia tocado seus corações.

"Era como se alguém estivesse interpretando sua oração em nossos ouvidos", disse um deles.

"Podíamos sentir uma presença nos cercando enquanto você estava orando", disse outro.

Então Armi se virou e viu o rosto da mãe. Havia mudado completamente. Antes uma imagem de dor e sofrimento, agora brilhava de alegria e paz.

Armi prometeu voltar na semana seguinte para verificar seu progresso.

Armi e seu amigo caminharam oito horas de volta para casa. Enquanto caminhavam, eles oravam. Como eles poderiam fazer um telefonema para obter informações médicas para ajudar a mãe? Onde eles poderiam encontrar um sinal de celular? Eles moravam nas montanhas e não recebiam sinal de celular há meses.

Ore pelo povo não alcançado de Papua, Indonésia. Parte da oferta deste trimestre ajudará a construir salas de aula, um prédio administrativo, uma biblioteca e um auditório para a Faculdade Adventista de Teologia de Papua. A faculdade mudou-se para Nabire depois que seu campus anterior foi destruído por uma enchente em outra parte de Papua em 2019. Atualmente, os estudantes se reúnem em salas de aula emprestadas em uma escola adventista. Obrigado por planejar uma oferta generosa para apoiar a faculdade na próxima semana. Descubra o resto da história de Armi na próxima semana.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

• Mostre Papua, Indonésia, no mapa.
• Saiba que a caminhada de oito horas até a aldeia da mãe transmite apenas parcialmente o isolamento do trabalho de Armi como missionário em Papua. Para chegar à aldeia com a escola na selva onde ele morava, ele teve que voar em um avião missionário para uma pista de pouso na selva e depois caminhar de 12 a 14 horas, dependendo do clima e de outros fatores.
• Assista a um pequeno vídeo no YouTube com Armi em: bit.ly/Armi-SSD.
• Baixe fotos para esta história no Facebook: bit.ly/fb-mq.
• Compartilhe as postagens do Informativo Mundial das Missões e os Fatos Rápidos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico: bit.ly/ssd-2025.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2025

Tema geral: “Alusões, imagens e símbolos”?

Lição 13 – 21 a 27 de junho

Imagens do fim

 

Autor: Elton de Lima Alves Júnior

Editor: Lucas Diemer de Lemos

Revisora: Rosemara Santos

 

            As histórias de Jonas, da queda de Babilônia e da ascensão de Ciro podem elucidar conceitos importantes para o tempo do fim. Esses três relatos contém prenúncios dos últimos dias.

            A história de Jonas prenuncia o convite final de Deus para a humanidade. Cada um poderá escolher entre a salvação e a condenação eterna. A queda de Babilônia no passado antecipa sua queda no futuro, pois o mesmo Deus que a condenou lá atrás vive e reina para todo o sempre. E a atuação de Ciro, como libertador, é um tipo da salvação final, que se concretizará na volta de Jesus.

 

O profeta relutante

            A breve história de Jonas, com apenas quatro capítulos, recebeu ênfase da parte de Jesus, demonstrando sua importância. E alguns detalhes dela podem ser paralelos aos eventos finais.

            Jesus destacou a história de Jonas ao mencionar parte dela para os escribas e fariseus em Mateus 12:38-41. Três detalhes foram destacados. Primeiro, a ressureição de Jesus, denominada “o sinal de Jonas”. Afinal, ninguém imaginava que ele estivesse vivo no ventre do peixe depois de três dias (Jn 2:6). Segundo, o arrependimento dos ninivitas. Terceiro, o fato de que Jesus é maior do que Jonas. Portanto, sua mensagem deveria produzir, no mínimo, o mesmo efeito.

            Alguns elementos da história de Jonas apresentam paralelos com os eventos finais, especialmente os que se referem à mensagem do profeta, que trata do juízo (Jn 3:4). Contudo, como o próprio livro de Jonas enfatiza, essa mensagem de juízo se aplica somente para aqueles que não creem, o que se alinha com o que é dito em Apocalipse 14:9-12. Além disso, o remanescente, assim como Jonas, é o arauto de uma mensagem impopular, mas relevante.

 

Obra de arrependimento

             Enquanto a porta da graça permanece aberta, há oportunidade de arrependimento e salvação. Embora as profecias apocalípticas sejam incondicionais, as decisões humanas não são. O lado em que cada pessoa estará quando essas profecias se cumprirem será fruto do uso de seu livre-arbítrio.

            Nínive decidiu se arrepender e, por isso, todos foram salvos da ira de Deus naquele momento (Jn 3:10). Segundo Jesus, eles condenarão a muitos no dia do juízo (Mt 12:41). Ainda que a mensagem de Jonas parecesse definitiva, eles puderam escolher o arrependimento, pois a porta da graça estava e ainda está aberta.

            Enquanto essa for a realidade, mesmo que os eventos do fim tenham que ocorrer, a salvação será possível. Por essa razão, muitos abandonarão Babilônia e se unirão ao remanescente visível de Deus na terra.

 

O banquete de Belsazar

            O “grande banquete” dado por Belsazar “a mil homens importantes de seu reino” (Dn 5) também prenuncia o fim, pois apresenta paralelos com eventos dos últimos dias da história.

            Esse grande banquete ocorreu em 539 a. C. (Dn 5:30) e, ao que tudo indica, tinha como objetivo celebrar as conquistas de Babilônia, inclusive sobre o povo de Deus. Afinal, por que utilizar os utensílios retirados do templo de Jerusalém? (Dn 5:2, 3). E por que, ao beber o vinho da festa neles enquanto se louvava o panteão de deuses da Babilônia? (Dn 5:4). Não por acaso, Daniel afirma que Belsazar “se levantou contra o Senhor do Céu” (Dn 5:23).

            Assim como Belsazar, a Babilônia do tempo do fim oferece vinho às nações (Ap 17:2-6). Da mesma forma, o orgulho domina seu coração (Ap 18:7). E assim como Belsazar, muitos irão ignorar os ensinos que lhes serão apresentados e blasfemarão contra Deus (Ap 16:8-11, 21). Por fim, da mesma forma que ocorreu no passado, Babilônia novamente cairá, para nunca mais se reerguer (Ap 17:16; 18:8).

 

O secamento do Eufrates

            O secamento do rio Eufrates foi necessário para a queda de Babilônia literal, e também será determinante para a destruição da Babilônia espiritual. Em ambos os casos, isso ocorre pelo juízo divino (Dn 5:25-28 e Ap 17:17).

Segundo Heródoto, os persas desviaram o curso do rio Eufrates e invadiram Babilônia pelo leito seco do rio. Belsazar, aparentemente, não viu problemas em dar uma festa com o exército inimigo rondando a cidade, uma vez que existiam muralhas fortificadas para os proteger. Contudo, o fim chegou de forma inesperada. Deus estava executando Seu juízo contra esse império.

            O Apocalipse mostra um “novo” secamento do Eufrates, para a queda de Babilônia espiritual. O tema é introduzido em Apocalipse 16:12 a 19 e explicado em Apocalipse 17:16 e 17. Deus é quem aplica esse juízo sobre ela (Ap 17:17), ainda que use os reis e a besta para isso. Entretanto, os dez reis se unem à besta com o propósito de conceder autoridade e poder exclusivos a ela (Ap 17:13, 17), por isso eles destroem a Babilônia (Ap 17:16). A razão? Babilônia dominava sobre povos, multidões, nações e línguas (Ap 17:15). Logo depois, Jesus aparecerá nas nuvens do céu, com poder e grande glória (Ap 17:14; 19:11-21).

 

Ciro, o ungido

            Apocalipse 16 a 19 revela a sequência dos eventos finais. No capítulo 16, as pragas são descritas. Nos capítulos 17 e 19:1 a 10, a queda de Babilônia espiritual é destacada. Em Apocalipse 19:11 a 21, a volta de Jesus é apresentada. E a libertação, tal como ocorreu sob o comando de Ciro, acontece outra vez para o povo de Deus.

            Após a pregação das três mensagens angélicas (Ap 14:6-12) sob o poder do Espírito (Ap 18:1-4) e a tomada de decisões (Ap 13:16, 17; 14:1-5), ocorre o fechamento da porta da graça (Ap 15:5-8). Em seguida, as pragas são derramadas sobre os ímpios (Ap 16), sendo que a sexta e a sétima tratam da queda de Babilônia (Ap 16:12-21). Os detalhes de sua destruição são ampliados em Apocalipse 17 e 18. Em Apocalipse 19:1 a 10, Deus é louvado por efetuar Seu juízo sobre ela.

            Logo, Apocalipse 19:11ª 21 descreve o retorno de Jesus a este mundo. Diversas evidências apontam nessa direção. Primeiro, a cena recapitula Apocalipse 17:14, indicando que ocorre depois das pragas. Segundo, a passagem está diretamente relacionada com Apocalipse 14:19 e 20, texto que também retrata a volta de Jesus, razão pela qual Ele está “com um manto encharcado de sangue” (Ap 19:13) e “pisa o lagar da ira de Deus” (Ap 19:15). Terceiro, Apocalipse 19:17 a 19 é paralelo a Apocalipse 6:15 a 17, outra clara menção ao retorno de Cristo dentro do livro. Esse é o contexto da destruição dos ímpios, e o povo de Deus recebe a libertação tão esperada, como foi no tempo de Ciro.

           

Conclusão

            As três mensagens angélicas possibilitarão que as pessoas possam tomar sua decisão no tempo do fim. Essa decisão terá implicações: salvação para os fiéis e condenação para os injustos. Babilônia será destruída, Jesus voltará e dará fim ao pecado. Ele nos salvará para sempre. Devemos nos preparar para esse dia glorioso.

 

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Elton Júnior é pastor adventista. Formou-se Bacharel em Teologia pelo UNASP-EC, em 2008. Iniciou seu ministério em Porto Alegre. Trabalhou em diversas funções em Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. É Mestre em Interpretação Bíblica pelo UNASP. Atualmente mora em Santiago, servindo como Secretário Executivo da União Chilena, desde 2023. É casado com Gisselle, pedagoga. O casal tem três filhos: Isaac, Rebecca e Giovanna.