No livro Outnumbered: Incredible Stories of History’s Most Surprising Battlefield Upsets, Cormac O’Brien narra histórias de exércitos que, embora em grande desvantagem, ainda assim venceram. Conta do exército de 55.000 soldados de Aníbal, de Cartago, que derrotou o “invencível” exército romano de 80.000 soldados, e a incrível história do exército grego de Alexandre, o Grande, que derrotou o império da Pérsia.
Nós também estamos em uma batalha de vida ou morte contra um inimigo astuto. Estamos em desvantagem numérica, numa situação completamente desfavorável. As forças do mal parecem invencíveis. O fracasso parece certo, a derrota, inevitável. A vitória parece estar fora de alcance. De uma perspectiva meramente humana, parece que as forças de Satanás nos dominarão.
Mas, graças a Deus, embora estejamos em desvantagem numérica, ainda que haja muitas probabilidades (humanamente falando) contra nós, mesmo que os ataques de Satanás sejam ferozes, por meio de Jesus venceremos no fim. O tema do último livro da Bíblia, o Apocalipse, é: Jesus vence, Satanás perde. O cerne dessa batalha está descrito em Apocalipse 12, foco do nosso estudo desta semana. Esse estudo nos preparará para compreender Apocalipse 14 e as três mensagens angélicas.
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Apocalipse 12 apresenta uma série de episódios dramáticos, retratos do conflito de longa data entre o bem e o mal, que começou no Céu, mas terminará na Terra. Esses episódios nos levam ao fluxo do tempo, desde a cena inicial da rebelião de Satanás no Céu até seus ataques ferozes ao povo de Deus nos últimos dias.
1. Apocalipse 12:7-9 descreve esse conflito cósmico entre o bem e o mal. Como algo assim poderia ter acontecido no Céu? O que esses versos sugerem sobre a realidade do livre-arbítrio?
A liberdade de escolha é um princípio fundamental do governo de Deus, tanto no Céu quanto na Terra. Deus não criou robôs, nem no Céu nem na Terra. Criados à imagem divina, nós, como seres humanos, podemos fazer escolhas morais.
O poder de escolha está estreitamente alinhado com a capacidade de amar. Tirando o poder de escolha, destrói-se a capacidade de amar, pois o amor nunca pode ser forçado ou coagido. O amor é uma expressão de livre- arbítrio. Cada anjo do Céu foi confrontado com a escolha de retribuir o amor de Deus ou de se afastar em egoísmo, arrogância e orgulho. Assim como os anjos celestiais foram confrontados pelo amor com uma escolha eterna, o Apocalipse apresenta a cada um de nós escolhas eternas no conflito final da Terra.
Nunca houve neutralidade no conflito (Lc 11:23), e não haverá na guerra final da Terra. Assim como cada anjo escolheu o lado de Jesus ou o de Lúcifer, a humanidade será levada à escolha final e irrevogável no fim dos tempos. Quem terá nossa lealdade, adoração e obediência? Esse sempre foi o ponto em questão, e ainda será, contudo de forma mais dramática, na crise final da história da Terra.
Diante disso, eis a notícia incrivelmente boa: Apocalipse 12 descreve o triunfo de Cristo no conflito, e tudo o que nós, usando o livre-arbítrio, temos que fazer é escolher estar do lado Dele, o lado vencedor. É maravilhoso poder escolher um lado em uma batalha na qual sabemos, de antemão, qual será o lado vencedor.
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Desde o início, Satanás procurou destruir Cristo (Ap 12:4, 5). No entanto, falhou em suas tentativas. No nascimento de Cristo, um anjo avisou José e Maria sobre os planos cruéis de Herodes, e eles fugiram para o Egito. Jesus enfrentou as tentações de Satanás com a afirmação “Está escrito” e encontrou proteção na Palavra. Na cruz, Ele revelou a magnitude de Seu amor e nos libertou da condenação do pecado. Na ressurreição, como nosso Sumo Sacerdote vivo, Ele nos livra do poder do pecado.
2. Leia Apocalipse 12:4-6, 9; Efésios 5:25-27, 32 e Salmo 2:7-9 e defina os seguintes símbolos:
Dragão
Mulher
Filho do Homem
Cetro de ferro
Na Bíblia, o cetro é símbolo de domínio ou governo. Um cetro de ferro é símbolo de um governo indestrutível, todo-poderoso e invencível. Jesus enfrentou todas as tentações que experimentamos e foi vencedor! O diabo é um inimigo derrotado. Cristo triunfou sobre ele em Sua vida, morte e ressurreição. Visto que Jesus já derrotou o diabo na cruz do Calvário, podemos ser vitoriosos também. A vitória de Cristo foi completa, mas o grande conflito entre Cristo e Satanás ainda não acabou.
No entanto, quando aceitamos pela fé o que Cristo fez por nós, nossa dívida de pecado é cancelada, e nossos pecados, perdoados. Perante Deus, somos perfeitos, cobertos pela justiça de Cristo. Paulo escreveu sobre ser “achado Nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, mas aquela que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3:9). Se somos perdoados, não há nada de que possamos ser acusados. Jesus conquistou e venceu para sempre o pior que o pecado e o mal poderiam Lhe fazer. Ele atacou o mal e o venceu. Quando aceitamos Jesus pela fé, a vitória Dele é nossa.
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Jesus nunca perdeu uma batalha contra Satanás. Ele é o poderoso conquistador, o vencedor sobre o mal. Uma coisa é acreditar que Jesus foi vitorioso sobre as tentações de Satanás, outra bem diferente é acreditar que a vitória Dele é também nossa.
3. Leia Apocalipse 12:10. Que encorajamento obtemos do fato de que nosso acusador “foi expulso”?
Embora a batalha ainda se alastre intensamente pela Terra, Satanás perdeu. Ponto final. Isso é verdade não só quanto à vitória final de Cristo no clímax da História, mas também em nossa batalha contra os principados e poderes do mal em nossa vida. Alguns cristãos vivem frustrados pela derrota. Esperam a vitória sobre alguma atitude ou hábito, mas nunca compreendem a vitória de Cristo para eles na vida pessoal.
4. Leia Apocalipse 12:11. Que garantia de vitória Cristo nos dá?
Nas mensagens do Apocalipse para as sete igrejas encontramos sete vezes a expressão “Eles o venceram”. Em Apocalipse 12:11 encontramos esse conceito de superação novamente. A palavra “vencer” na língua original do texto é nikao. Pode ser literalmente traduzida como “conquistar, prevalecer, triunfar ou ser vitorioso”. Observe como é possível ser vitorioso: “por causa do sangue do Cordeiro”, afirma Apocalipse 12:11.
Em Apocalipse 5:6, em visão profética, João olhou para o Céu e viu “um Cordeiro que parecia que tinha sido morto”. O sacrifício de Cristo é o foco da atenção de todo o Céu. Não há nada mais sublime do que a cruz para demonstrar o amor infinito e insondável de Deus.
Quando aceitamos pela fé o que Cristo fez por nós, nossa dívida é cancelada e somos perfeitos aos olhos de Deus. Nossos pecados são perdoados (Cl 1:14; Ef 1:7; 2:14), “foi expulso o acusador de nossos irmãos” (Ap 12:10). Somos redimidos, vitoriosos e salvos, não por nossos méritos, mas por causa das vitórias de Cristo em nosso favor.
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5. Leia Apocalipse 12:6, 14-16. Compare os textos e observe atentamente o período de tempo, o ataque de Satanás à “mulher” (igreja) e a provisão de Deus para Seu povo. Do que falam esses versos?
Os 1.260 dias (Ap 12:6) são paralelos ao tempo, tempos e metade de um tempo (Ap 12:14). Essa mesma profecia de tempo é encontrada em Daniel 7:25, Apocalipse 11:2, 3 e Apocalipse 13:5. Como esses são símbolos proféticos (uma mulher literal com asas não foi para o deserto), aplicamos tempo profético, o princípio do dia-ano (Nm 14:34; Ez 4:4-6) para essas profecias. Isso significa, simplesmente, que um dia profético equivale a um ano. Comentando sobre esse mesmo período profético de tempo em Apocalipse 11:2, a Bíblia de Estudo Andrews afirma: “Por isso, os intérpretes historicistas compreendem, em geral, que o período de 1.260 dias proféticos significa 1.260 anos literais que começam em 538 d.C. e terminam em 1798” (p. 1663, comentários sobre Apocalipse 11:2). Uma igreja corrupta – juntamente com um Estado corrupto – oprimiu, perseguiu e, por vezes, massacrou o fiel povo de Deus.
Essa perseguição feroz e satânica de cristãos que criam na Bíblia foi uma extensão do grande conflito entre o bem e o mal. Saindo da escuridão da Idade Média, na época da Reforma, homens e mulheres foram confrontados com uma escolha. Seriam fiéis à Palavra de Deus ou aceitariam os ensinamentos dos líderes religiosos? Mais uma vez a verdade triunfou, e Deus tinha um povo que era fiel a Ele diante da poderosa oposição.
Nesses textos, há expressões fascinantes e encorajadoras sobre o cuidado de Deus. Apocalipse 12:6 usa a frase “onde Deus lhe havia preparado um lugar”. Apocalipse 12:14 declara que a mulher foi “sustentada” no deserto, e Apocalipse 12:16 declara: “A terra socorreu a mulher”. Em tempos de severa perseguição, Deus proveu para Sua igreja. Assim como fez antes, fará para o Seu remanescente no tempo do fim.
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O diabo está em guerra com Cristo desde sua rebelião no Céu (Ap 12:7). Como foi no passado, o propósito de Satanás no presente é apoderar- se do Universo (Is 14:12-14). O foco de sua atenção nos últimos dias da história da Terra está no povo de Deus. Apocalipse 12:17 declara enfaticamente que o dragão (Satanás) estava irado (zangado) com a mulher (a igreja) e foi guerrear com o restante de sua descendência. A expressão “o restante de sua descendência” também é traduzida como “remanescente” em outras versões bíblicas. O remanescente de Deus permanece leal a Cristo, obediente à Sua verdade e fiel à Sua missão.
6. Leia Apocalipse 12:17. Que características do remanescente de Deus, Sua igreja no tempo do fim, são encontradas nesse verso?
Satanás (o dragão) está irado com a mulher. O diabo está furioso com um povo que guarda os mandamentos de Deus e fará tudo o que puder para destruí-lo.
Finalmente, ele promove um decreto para que esse povo não possa comprar nem vender, seja preso e enfrente a morte (Ap 13:14-17). Se Satanás não pode destruir Cristo, ele tentará destruir o objeto da mais profunda afeição Dele – Sua igreja. A última guerra da Terra não está centrada no Oriente Médio e nos vários conflitos ali, mas na mente do povo de Deus espalhado no mundo. É uma batalha entre duas forças opostas, Cristo e Satanás. Mais uma vez, ninguém é neutro.
A questão central nessa última guerra é: “Quem tem nossa lealdade? Onde está nossa fidelidade?” O Céu clama por crentes encantados pelo amor de Cristo, redimidos por Sua graça, comprometidos com Seus propósitos, habilitados pelo Espírito e obedientes às Suas ordens, de tal maneira que estejam dispostos a enfrentar a própria morte por Sua causa.
O mundo caminha para uma grande crise, mas em Jesus, por meio de Jesus e por causa de Jesus, nossa vitória é garantida – desde que fiquemos conectados a Ele, o que fazemos pela fé, uma fé que leva à obediência. Tudo depende de nossa escolha.
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Em certo sentido, poderíamos argumentar que Deus não teve escolha: se Ele queria seres que pudessem amá-Lo e amar outras pessoas, teria que criá-los livres. Se não fossem livres, não poderiam amar, e o que seria nosso Universo sem amor? Seria o que alguns têm afirmado: nada além de uma máquina irracional que funciona de acordo com leis rígidas de causa e efeito, sem livre-arbítrio, nada além de pacotes de carne e sangue de partículas subatômicas que seguem apenas as leis da física. Não é uma descrição bonita, nem representa a verdade sobre nós. Quem pensa que nosso amor por nossos pais, filhos e cônjuges não é nada além do efeito de um aglomerado de átomos?
“Sendo a lei do amor o fundamento do governo de Deus, a felicidade de todos os seres inteligentes depende da perfeita harmonia com seus grandes princípios de justiça. Deus deseja de todos os seres criados por Ele o serviço de amor, que brote de um reconhecimento de Seu caráter. Ele não tem prazer na obediência forçada e concede a todos livre-arbítrio, para que Lhe possam prestar serviço voluntário.
“Enquanto todos os seres criados reconheciam a lealdade pelo amor, havia perfeita harmonia por todo o universo de Deus. A alegria da hoste celestial era cumprir o propósito do Criador. Tinham prazer em refletir Sua glória e manifestar Seu louvor. E, enquanto o amor para com Deus predominava, o amor de uns para com outros era cheio de confiança e abnegação. Nenhuma nota dissonante havia para desafinar as harmonias celestiais” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 10).
Perguntas para consideração
- Por que Apocalipse 12 é uma introdução adequada às três mensagens angélicas, especialmente tendo em vista o conflito iminente no tempo do fim?
- Apocalipse 12 é reconfortante para você nas provas que enfrenta no dia a dia?
- Alguns acreditam que nossas ações são em parte determinadas pela hereditariedade e pelo meio. Você concorda? Qual é o papel das nossas escolhas em nosso comportamento? Qual é a relação entre nossas escolhas e o poder de Deus em nós?
Respostas e atividades da semana: 1. Satanás era livre para escolher obedecer a Deus ou não. Ele fez sua escolha. 2. Satanás; igreja; Jesus; governo eterno. 3. Satanás foi derrotado. Ele é um inimigo vencido. 4. O sangue do Cordeiro é nossa garantia de vitória. 5. Esses versos falam da profecia dos 1.260 anos e do cuidado de Deus para com Seu povo. 6. Guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus.
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PARTE I – VISÃO GERAL
A lição desta semana se concentra no grande conflito entre o bem e o mal ao longo dos séculos. O capítulo 12 de Apocalipse apresenta quatro grandes episódios nesse conflito: a rebelião de Lúcifer no Céu, sua tentativa de destruir o bebê Jesus, seu ataque ao povo de Deus durante a Idade Média e seu ataque final ao povo remanescente de Deus nos últimos dias. Em cada um desses conflitos, Cristo é revelado como nosso vitorioso Senhor, nosso Redentor triunfante e nosso poderoso Conquistador.
O pensamento-chave na lição desta semana é que, apesar dos ataques cruéis de Satanás ao povo de Deus e suas tentativas de destruí-lo, Jesus vence, e Satanás é derrotado. Esse pensamento é vital para nos preparar para entender a mensagem sobre o tempo do fim, encontrada em Apocalipse 14:6-12. O povo de Deus enfrentará opressão, perseguição e prisão, bem como um boicote econômico e um decreto de morte. Apesar disso, temos a absoluta certeza de que, na cruz, Jesus triunfou sobre os principados e potestades do inferno. Satanás é um inimigo derrotado. O mesmo Jesus que nunca perdeu uma batalha contra Satanás vencerá também na batalha final. Jesus conduzirá Seu povo até a vitória no conflito final da Terra.
Tempos desafiadores se aproximam. O povo de Deus passará por sua maior prova nos dias finais da história da Terra, mas poderemos enfrentar nossas provações futuras com a suprema confiança de que, em Jesus, por meio Dele e por causa Dele, também poderemos ser vitoriosos.
PARTE II – COMENTÁRIO
Apocalipse 12 poderia ser corretamente comparado a uma dobradiça sobre a qual gira todo o livro do Apocalipse. O capítulo 12 está no centro do último livro da Bíblia e faz a transição de tudo o que aconteceu antes para tudo o que está por vir. Esse capítulo liga os capítulos anteriores do Apocalipse com os posteriores. O primeiro capítulo do Apocalipse começa com a imagem gloriosa de Cristo como nosso Criador, Redentor, Sumo Sacerdote e Rei vindouro. Então, o livro passa a introduzir três sequências de sete: as sete igrejas, os sete selos e as sete trombetas. Cada uma dessas sequências termina em vitória para Cristo e Sua igreja.
O propósito dos primeiros capítulos do Apocalipse é revelar claramente como Cristo finalmente acaba com as tentativas sucessivas de Satanás de destruir o povo de Deus e mostrar o triunfo final de Cristo Jesus no conflito cósmico entre o bem e o mal. A revelação de Jesus Cristo em cada um desses capítulos abre o caminho para a revelação de Jesus em Seu povo, conforme a descrição de Apocalipse 12:17. Conduzindo até essa revelação, em cada sequência sucessiva de sete, vemos que existem aqueles crentes fiéis que “vencem”, que não cedem às forças opressoras do mal, são leais a Cristo e adoram com os fiéis de todas as épocas diante de Seu trono (Ap 7:9-12).
Ao final dessas sequências de sete, o sétimo anjo soa sua trombeta, dizendo em alta voz: “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do Seu Cristo, e Ele reinará para todo o sempre” (Ap 11:15). Os onze primeiros capítulos de Apocalipse nos dão a certeza de que o Cristo que triunfou sobre os poderes do inferno através dos tempos, triunfará no conflito final da Terra. Embora a verdade tenha sido pisoteada, o povo de Deus tenha sido perseguido e dezenas de milhares tenham sido martirizados, Satanás nunca foi capaz de eliminar a verdade de Deus ou destruir completamente o Seu povo.
A vela da verdade pode ter oscilado, mas nunca foi apagada. Sempre houve uma luz na escuridão. No fim, toda a Terra será iluminada com a glória de Deus (Ap 18:1). No poema The Present Crisis [A Crise Atual], o escritor americano James Russell Lowell afirma de modo apropriado:
“A verdade sempre no cadafalso, O erro para sempre no trono – No entanto, esse cadafalso move o futuro, E, por trás do desconhecido obscuro, Permanece Deus nas sombras, Guardando lá de cima os Seus.”
Verso-chave (parte 1): Apocalipse 12:11
Embora Apocalipse 12 seja repleto de significado, dois versículos são extremamente importantes e dignos de nossa atenção especial. O primeiro versículo é Apocalipse 12:11: “Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo diante da morte, não amaram a própria vida”. A palavra “venceram” implica vitória, triunfo e conquista. É usada 17 vezes no livro do Apocalipse. O povo de Deus vence. Eles não são vencidos.
A questão é: Como podemos vencer? Como podemos triunfar sobre as tentações do maligno? Apocalipse 12:11 responde a essa pergunta declarando: “Eles o venceram por causa do sangue do Cordeiro”. A expressão “por causa do sangue” também pode ser traduzida como “pelo sangue” ou “com base no sangue”. Nas palavras de um antigo hino: “Minha esperança está fundamentada em nada menos do que no sangue e na justiça de Jesus” (tradução do hino On Christ The Solid Rock I Stand [Em Cristo, a Rocha Sólida Eu Estou], intitulado “Minha Esperança”, novo Hinário Adventista, nº 188).
Não vencemos por causa da nossa força de vontade. O diabo é um inimigo astuto. Ele conhece nossos pontos fracos de caráter. Ele sabe onde já caímos. Ele conhece nossos pontos mais vulneráveis. Nossa esperança está ancorada em Cristo e em Sua justiça. Existem duas declarações muito poderosas de Ellen G. White sobre Apocalipse 12:11:
“Todos quantos queiram podem ser vencedores. Esforcemo-nos fervorosamente para alcançar a norma colocada diante de nós. Cristo conhece nossas fraquezas, e a Ele devemos ir diariamente em busca de auxílio. Não nos é necessário obter força com um mês de antecedência. Devemos vencer dia a dia” (O Cuidado de Deus [MM 1995], p. 313).
É somente quando confiamos em Jesus e vamos a Ele em busca de auxílio que somos vencedores. Não é apenas Satanás que conhece nossas fraquezas, Jesus também as conhece. Por Sua graça, Cristo nos livra da culpa e das garras do pecado. Por meio de Seu sangue, somos libertos da condenação do pecado e do seu domínio. O segundo comentário de Ellen G. White esclarece esse conceito: “Tornamo-nos vencedores ajudando outros a vencer, pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do nosso testemunho. A guarda dos mandamentos de Deus desperta em nós uma atitude de obediência, e Deus pode aceitar o serviço que é fruto desse espírito” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1088).
A essência do pecado é o egoísmo. Quando vamos à cruz, a graça de Cristo nos transforma. Seu amor nos motiva a servir e abençoar os outros. A “palavra do nosso testemunho” refere-se ao testemunho pessoal. Tal testemunho não apenas abençoa os outros, mas nós mesmos somos abençoados quando servimos. O poder de Cristo para vencer flui do santuário celestial para aqueles que confiam completamente em Jesus, que são redimidos por Sua graça e entregam a vida a Seu serviço.
Verso-chave (parte 2): Apocalipse 12:17
O último verso de Apocalipse 12 é um dos versos-chaves da Bíblia. Satanás está irado com o remanescente fiel de Deus e faz guerra contra esse movimento dos últimos dias, “os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17). Em Apocalipse 13, o diabo chama seus dois aliados para ajudá-lo na guerra final da Terra. Esses aliados são representados pela besta que surge do mar (Ap 13:1-10) e a besta que surge da terra, também conhecida como o falso profeta (Ap 13:11-18; comparar com Ap 16:13; 19:20; 20:10).
Os adventistas do sétimo dia entendem que essas duas bestas representam, respectivamente, o papado (o poder estatal da Igreja Católica Romana) e os Estados Unidos. Além disso, o espiritualismo está tão intimamente alinhado com Satanás que o dragão é um símbolo para ambos. Com o apoio dessa tríplice união, o dragão (espiritualismo), a besta que surge do mar (o papado) e a besta que surge da terra, também conhecida como o falso profeta (protestantismo apóstata sob o amparo dos Estados Unidos), Satanás fará guerra contra o povo remanescente de Deus.
O termo “remanescente” é usado em toda a Bíblia para descrever o povo fiel de Deus. O Antigo Testamento usa a palavra “remanescente”, ou seus derivados, de pelo menos três maneiras. Em primeiro lugar, há o conceito de preservação. Os membros da família de Jacó foram preservados da fome devastadora por meio da intervenção de José. Gênesis 45:7 menciona esses membros da família como a posteridade de Jacó ou, literalmente, como “o remanescente”. A ênfase aqui está no fato de que os descendentes de Jacó foram preservados. Da mesma forma, os remanescentes de Deus do tempo do fim são preservados dos ataques do dragão e de seus aliados: a besta e o falso profeta. Assim como Deus enviou José ao Egito “para que fosse conservado para [eles] um remanescente na terra e para que a vida [deles] fosse salva por meio de um grande livramento” (Gn 45:7), Ele envia Seu povo remanescente dos últimos dias antes de Sua segunda vinda para alertar o mundo e salvar muitas pessoas da destruição iminente das sete últimas pragas.
Em segundo lugar, em 1 Reis 19:14, 18, a palavra “remanescente” é usada para significar “o que sobrou”. Elias clamou ao Senhor: “Sou o único que sobrou” (1Rs 19:14, NVI), e Deus respondeu: “Também conservei em Israel sete mil, todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda boca que não o beijou” (1Rs 19:18). Aqui, a palavra “remanescente” indica os que permaneceram fiéis e não se renderam à corrupção da falsa adoração ao redor.
Em terceiro lugar, em alguns casos no Antigo Testamento, a palavra “remanescente” é usada para significar aqueles que escapariam do cativeiro da Babilônia (Jr 23:3; Jr 31:7). Colocar esses versos juntos nos ajuda a formar uma imagem mais abrangente do movimento remanescente de Deus para o tempo do fim, em Apocalipse 12. Resumindo, esse povo remanescente pode ser identificado por sua lealdade a todos os mandamentos de Deus. Eles também têm o “testemunho de Jesus” (Ap 12:17) que, de acordo com Apocalipse 19:10, “é o espírito da profecia”. Além de ter a manifestação do dom profético, o remanescente é identificado como aqueles que são preservados por Deus como fiéis a Ele, que escapam da corrupção deste mundo e que, por meio de seu compromisso com Cristo e pela obediência à Sua Palavra, são libertos dos falsos ensinamentos da Babilônia espiritual.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Para reflexão pessoal: Apocalipse 12 nos dá lições para a vida cristã atual. Primeira, afirma que Cristo está sempre presente em meio às provações. Esse capítulo nos lembra que Satanás é um inimigo derrotado. Isso nos dá a certeza de que Cristo já conquistou a vitória em nossas batalhas mais ferozes contra Satanás. A leitura de Apocalipse 12 nos dá a segurança de que servimos a um Deus poderoso que é maior do que o nosso adversário.
Podemos encontrar um exemplo da provisão de Deus em tempos de angústia em dois versículos específicos: Apocalipse 12:6 e 14. Ambos falam sobre o mesmo período, mas dão uma ênfase ligeiramente diferente. O contexto desses versículos é a perseguição do povo de Deus durante a Idade Média, de 538 d.C. a 1798 d.C. Lemos em Apocalipse 12:6: “A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde Deus lhe havia preparado um lugar, para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias”. Apocalipse 12:14 diz que a mulher, ou a igreja, foi “sustentada” no deserto. A encorajadora verdade eterna desses versos é que Deus sempre tem um lugar preparado para nós em nossos tempos de dificuldades, tribulação e provação. Ele nos sustenta na provação. Nas aflições da vida, Ele está ao nosso lado para nos fortalecer, sustentar e apoiar. Nas maiores provações, Seu Espírito nos sustenta e nos aproxima de Deus. As duas grandes lições para seus alunos tirarem do estudo desta semana são:
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Cristo nunca perdeu uma batalha contra Satanás, e, no fim, Seu povo será vitorioso.
- Sejam quais forem as provações que enfrentemos, Deus está conosco para ajudar Seu povo a vencer triunfantemente.
Discuta:
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Que esperança encontramos em Apocalipse 12 para o povo de Deus no tempo do fim?
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Tendo em mente essa esperança, que motivos temos para nos regozijar na vitória de Cristo sobre os principados e potestades do inferno?
Onde estão as pessoas legais?
Mahai cresceu com pais que o ensinaram a ser legal. Seus pais eram respeitosos, nunca usavam palavras vulgares e eram muito trabalhadores. Eles começaram sem nenhum dinheiro e, com trabalho duro, se tornaram donos de um grande vinhedo na Romênia. Embora vendessem o vinho produzido no vinhedo, eles não bebiam.
Mahai seguiu o exemplo de seus pais. Ele era respeitoso, não usava linguagem vulgar e não bebia. Ele gostava de estar perto de pessoas respeitosas, que não usavam linguagem vulgar e não bebiam. Mas essas pessoas pareciam ser difíceis de encontrar.
Mahai procurou pessoas legais na mina de carvão onde ele trabalhava como engenheiro. Mas os trabalhadores eram desrespeitosos, usavam linguagem vulgar e bebiam.
Ele gostava de ir à igreja todos os domingos e procurava pessoas legais na igreja, mas ficou decepcionado ao ver cristãos desrespeitosos que usavam linguagem vulgar e bebiam. Ele confidenciou ao padre sobre sua decepção.
“Quero conhecer pessoas legais, mas não consigo encontrar ninguém na igreja”, disse ele.
O padre o encorajou a continuar indo à igreja.
Mas depois de um tempo, Mahai decidiu que não era necessário ir à igreja. O estilo de vida dos membros da igreja o desapontou.
No trabalho, Mahai manteve os princípios que aprendera com seus pais. Ele era respeitoso, não usava linguagem vulgar e não bebia. Ele foi reconhecido como um bom líder e tornou-se o diretor da empresa, supervisionando milhares de trabalhadores. Como diretor, ele desejava encontrar alguém com um estilo de vida que o impressionasse, mas não conseguia encontrar ninguém entre os trabalhadores. Ninguém o impressionava. Ninguém estava à altura de suas expectativas.
Após uma carreira de sucesso, ele se aposentou em Craiova, uma cidade localizada a cerca de 230km a oeste da capital da Romênia, Bucareste. Ele esperava aproveitar seus anos dourados. Mas duas semanas após sua aposentadoria, ele sofreu um grave derrame e foi hospitalizado.
Depois de um tempo, ele voltou para casa para tentar reconstruir sua vida. Todas as manhãs, ele fazia exercícios fora de casa, na tentativa de recuperar o uso de seus braços e pernas, outrora fortes. Foi um grande esforço. Ele também lutou com suas emoções. Um efeito colateral do derrame foi que ele chorava facilmente.
Um vizinho chamado Gabriel notou Mahai se exercitando do lado de fora e começou a orar por ele em segredo. Mesmo que os dois homens nunca tivessem falado um com o outro, Gabriel manteve Mahai em suas orações todos os dias. Ele pediu a Deus para dar força física e espiritual para aquele senhor idoso.
Depois de três semanas, Gabriel foi até a casa de Mahai e se apresentou. Ele convidou Mahai para se unir a um pequeno grupo de oração e estudos da Bíblia.
Mahai gostou dos líderes do pequeno grupo. Eles eram respeitosos, não usavam linguagem vulgar e não bebiam. Eles eram o tipo de pessoa que ele esteve procurando por toda a sua vida. Ele também amou os estudos bíblicos. Por meio desses estudos, ele descobriu o amor de Deus. Hoje, Mahai vai a uma Igreja Adventista do Sétimo Dia em Craiova todos os sábados.
“Estou impressionado por ter encontrado tantas pessoas do tipo que eu estive procurando encontrar – pessoas boas e respeitosas – na Igreja Adventista”, diz ele. “Elas não bebem. Elas não usam linguagem vulgar. É por isso que agora eu estou na igreja.” Ele está ansioso para entregar seu coração a Jesus por meio do batismo assim que estiver fisicamente apto.
Seu vizinho Gabriel se tornou um amigo próximo. Os dois homens passam muito tempo juntos.
Mahai lamenta não ter sido capaz de desfrutar de sua aposentadoria como ele esperava. Sua saúde é um grande desafio. Mas ele não reclama, porque agora conhece a Deus.
“Eu agradeço a Deus pela minha situação, mesmo estando assim agora”, diz ele.
A educação, incluindo os estudos bíblicos, é uma parte importante na maneira como os adventistas compartilham as boas-novas sobre a breve volta de Jesus na Romênia. Parte das ofertas do décimo terceiro sábado ajudará a expandir a educação adventista, abrindo uma escola e um centro educacional extracurricular na Romênia. Obrigado por planejar uma oferta genosa.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Pronuncie Mahai como: makh-a-EE
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Use um mapa para mostrar os locais dos dois projetos de missão, uma escola de ensino fundamental e um centro educacional extracurricular, que receberão parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre na Romênia. Você pode usar o mapa missionário (baixe o mapa no Facebook pelo site bit.ly/fb-mq) para mostrar a cidade de Moisei (escola de ensino fundamental) e Galati (centro educacional extracurricular).
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Saiba que Gabriel convidou Mahai para participar do pequeno grupo no Centro de Influência Sola Scriptura, um dos mais de 50 centros na Romênia onde os membros da igreja oferecem estudos bíblicos, seminários de saúde e outras atividades. Muitos centros Sola Scriptura também vendem literatura religiosa e alimentos saudáveis.
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Baixe outras fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023
Tema Geral: As três mensagens do Apocalipse
Lição 1 – 25 de março a 1º de abril
Jesus vence, Satanás perde
Autor: Moisés Mattos
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
Em uma história contada por um pregador, é relatada uma conversa entre um teólogo e um simples jardineiro sobre o estudo do Apocalipse. O teólogo destacou a dificuldade de interpretar o último livro da Bíblia, ao que o jardineiro o interrompeu dizendo: “Doutor, para mim é fácil entender esse livro.” Essa afirmação despertou a curiosidade do acadêmico que, então, perguntou como isso era possível.
O homem respondeu com simplicidade: “O Apocalipse tem dois lados, ele fala de uma guerra entre o bem e o mal, entre Cristo e o diabo. Eu já sei quem vencerá: é Jesus.”
De fato, esse é o assunto do último livro das Escrituras e do estudo neste trimestre. Essa será a ênfase da lição desta semana. Por isso, vamos estudar a batalha entre Cristo e Satanás em Apocalipse 12, o que nos preparará para o estudo das três mensagens angélicas em Apocalipse 14.
I – Uma guerra entre o bem e o mal
O capítulo 12 do Apocalipse retrata uma guerra que começou no Céu entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás.
Temos alguns personagens nessa guerra:
- a) Uma mulher vestida do Sol (a glória de Deus), com a lua (que reflete a luz do Sol) sob seus pés (Ap 12:1, 2). Alguns defendem a ideia de que ela seja um símbolo de Maria, a mãe de Jesus. Contudo, essa explicação falha em reconhecer o aspecto simbólico do Apocalipse, o qual, amparado no restante da Bíblia, mostra a mulher como um símbolo da igreja (Is 54:5, 6; Jr 3:20; Am 5:2). Além disso, o que acontece no restante do capítulo 12 não combina com Maria, uma única personagem. A mulher, entre outras coisas, sofre perseguição e foge para o deserto durante 1.260 dias/anos. Por isso, somos levados a crer que essa figura não é apenas uma pessoa, mas um coletivo que representa a igreja – tanto do Antigo quanto do Novo Testamento
- b) Dragão vermelho (símbolo de perseguição e derramamento de sangue inocente): o dragão é identificado como a antiga serpente, o diabo e Satanás (Ap 12:9). Ele tem sete cabeças (poderes políticos) e dez chifres (uma alusão ao período do Império Romano, em que nasceu Jesus).
- c) Filho Varão que regerá as nações com cetro de ferro (governo indestrutível): O Filho representa Jesus Cristo.
Então, a narrativa se volta para o Céu, onde houve guerra entre Miguel e o dragão e seus respectivos anjos (Ap 12:7). Finalmente, o dragão é expulso do Céu. O mais importante é a mensagem principal do capítulo: a vitória de Jesus.
II – Uma guerra que trocou de lugar
A guerra veio do Céu para a Terra. Aqui, o dragão perseguiu a mulher (a igreja). Essa perseguição ocorreu durante 1.260 anos. Na escola de interpretação historicista, entende-se que esse período profético começa em 538 d.C., com o reconhecimento do Bispo de Roma como cabeça visível das igrejas do Ocidente, e se estende até o ano de 1798 d.C. Essa data marca o aprisionamento do Papa Pio VI pelo general francês Louis-Alexandre Berthier, assinalando o início do enfraquecimento do Bispo de Roma e de sua influência no mundo cristão.
Todavia, em tempos de severa perseguição, Deus proveu para Sua igreja. Apocalipse 12:6 usa a seguinte frase: “Onde Deus lhe havia preparado um lugar”. Apocalipse 12:14 declara que a mulher foi “sustentada” no deserto, enquanto Apocalipse 12:16 revela: “A terra, porém, socorreu a mulher”.
Todas essas expressões indicam a proteção e a preservação da igreja por obra divina. O diabo tenta, mas não consegue cumprir seus intentos. A igreja é de Deus, sendo o objeto de Seu supremo cuidado e amor. O império do mal tentará, mas jamais conseguirá vencer o reino de Deus.
III – Um povo no tempo do fim
Surge na narrativa outro importante fator. Em Apocalipse 12:17, emerge a figura do remanescente, que representa aqueles que permanecem fiéis mesmo diante das investidas dos poderes do mal e sobrevivem no tempo do fim. O conceito de remanescente está em toda a Bíblia. Embora inicialmente o plano de Deus tenha sido frustrado pela desobediência e pelo pecado, sempre houve fiéis. Noé foi um desses que sobreviveram a um mundo corrupto e a uma catástrofe sem precedentes, mas permaneceu ao lado do Senhor.
Os profetas também falaram do remanescente. Por exemplo, Sofonias 3:13 descreve: “O remanescente de Israel não cometerá injustiças; eles não mentirão, nem se achará engano em suas bocas” (NVI).
Remanescente é o que "sobrou” de fiéis entre o povo. No contexto do Novo Testamento, as ovelhas de Jesus ouvem Sua voz e O seguem (Jo 10:27, 28). O remanescente fiel do povo permaneceu no decorrer do tempo e encontrou lugar no Novo Testamento com a igreja de Cristo, o Israel espiritual. Nessa igreja, “não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vocês são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são também descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa” (Gl 3:28, 29).
A partir de Cristo, todos os “que têm a fé que Abraão teve” possuem Abraão como pai (Rm 4:16). Tal descendência não é pelo sangue ou pela cor da pele, mas pela fé por meio do batismo (Gl 3:27).
No plano de Deus, o remanescente do tempo do fim dispõe de características especiais. Eles são “os que obedecem aos mandamentos de Deus e se mantêm fiéis ao testemunho de Jesus” (Ap 12:17). Isso envolve adoração e lealdade.
Conclusão
No cerne do livro do Apocalipse (capítulos 12 a 14), percebemos que Deus levanta um povo remanescente, não para agir com arrogância ou exclusivismo, mas para cumprir uma missão. O capítulo 14 de Apocalipse e as três mensagens angélicas atestam que esse povo de Deus, representado pelos anjos, tem a missão de proclamar o evangelho eterno a cada nação, tribo, língua e povo (Ap 14:6).
Comentário do Pr. Moisés Mattos em vídeo: www.youtube.com/watch?v=cA5HMf5hgTA
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.