Uma definição de dívida é “viver hoje com base naquilo que você espera ganhar no futuro”. Hoje em dia a dívida parece ser um estilo de vida, mas isso não deve ser a norma para os cristãos. A Bíblia desencoraja a dívida. Nas Escrituras há pelo menos 26 referências à dívida, e todas são negativas. A Palavra não diz que é pecado pegar dinheiro emprestado, mas fala sobre as consequências geralmente ruins de se fazer isso. Ao refletir sobre obrigações financeiras, Paulo aconselhou: “Paguem a todos o que lhes é devido: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem respeito, respeito; a quem honra, honra. Não fiquem devendo nada a ninguém, exceto o amor de uns para com os outros. Pois quem ama o próximo cumpre a lei” (Rm 13:7, 8).
Por que a dívida é um flagelo quase internacional em todos os níveis – pessoal, corporativo e governamental? Toda sociedade sempre teve pelo menos uma pequena porcentagem de pessoas endividadas. No presente, uma parcela muito maior de pessoas está endividada, e quase nunca é em seu benefício.
Nesta semana, vamos considerar as razões da dívida e como lidar com ela. Você talvez esteja livre de dívidas, mas pode compartilhar essas informações valiosas com a família e amigos que se beneficiarão delas.
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1. Leia Deuteronômio 28:1, 2, 12. Qual é o ideal de Deus para Seus filhos em relação às dívidas? Como alcançar esse ideal? Embora o contexto bíblico seja diferente do nosso, que princípios tiramos dele para nós?
Estudos mostram que há três razões principais para que as pessoas entrem em dificuldades financeiras. Observe a lista abaixo, na ordem de maior frequência.
A primeira é a ignorância. Muitas pessoas, mesmo as instruídas, são financeiramente analfabetas. Simplesmente nunca foram expostas aos princípios bíblicos ou mesmo seculares da gestão do dinheiro. Contudo, há esperança! Esta lição fornecerá um simples esboço desses princípios e mostrará como aplicá-los.
A segunda razão para dificuldades financeiras é a ganância e o egoísmo. Em resposta à publicidade e ao desejo pessoal, as pessoas vivem além de seus recursos. Não querem viver, dirigir nem se vestir com o que realmente podem pagar. Muitas pensam que são muito pobres para devolver o dízimo. Por isso, vivem sem a sabedoria e sem as bênçãos prometidas por Deus (Ml 3:10, 11; Mt 6:33). Há esperança para essas pessoas também, mas isso requer mudança de coração e espírito de contentamento.
A terceira razão pela qual as pessoas têm dificuldades financeiras é o infortúnio pessoal. Pode ser que tenham sido acometidas por uma doença grave e tiveram gastos imprevistos com isso, bem como uma limitação da renda familiar. Podem ter sido abandonadas por um cônjuge gastador. Um desastre natural pode ter dizimado suas posses. Ou podem ter nascido e sido criadas na pobreza abjeta. Há esperança para elas também. Embora o caminho seja difícil, seus problemas podem ser superados. A mudança pode vir no apoio de amigos cristãos; conselho e assistência de pessoas piedosas; trabalho árduo aliado à boa educação; e a bênção e providência de Deus.
Seja qual for a razão, mesmo que seja culpa da própria pessoa, a dívida pode ser aliviada. No entanto, os endividados terão que fazer algumas mudanças na vida, nos seus gastos e nas suas prioridades financeiras.
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Somos seres materiais e vivemos em um mundo material, que, às vezes, pode ser muito sedutor. Você teria que ser feito de aço e óleo sintético, não de carne e osso, para não sentir, às vezes, a atração por bens materiais e o desejo de riqueza. Em um momento ou outro, quem não teve a fantasia de ser rico ou ganhar na loteria?
Embora todos enfrentemos isso, e não haja nada de errado em trabalhar duro para ter uma vida melhor ou mesmo ser rico, ninguém deveria sucumbir à armadilha de tornar o dinheiro, a riqueza e os bens materiais em ídolos. Temos a promessa do poder divino para permanecer fiel ao que sabemos ser certo. Isso é importante, porque a tentação da riqueza e das posses materiais levaram muitas pessoas à ruína.
2. Leia Mateus 6:24 e 1 João 2:15. Embora expressado de forma diferente, qual é o tema comum nessas passagens?
Infelizmente, o amor pelo mundo pode ser tão forte que as pessoas se endividarão para satisfazer, como esperam, esse amor (e ele nunca é satisfeito; ver Ec 4:8). E como a dívida é uma das redes que Satanás coloca para as pessoas, faz sentido que Deus queira ver Seus filhos livres de dívidas. Ele nos deu conselhos por meio da Bíblia e do dom profético que nos levarão à liberdade financeira.
3. Leia o Salmo 50:14, 15. Com que atitude o povo de Deus deve viver? O que significa a frase “cumpra os seus votos”?
No ponto 9 (de 13) em nossos votos batismais, perguntamos: “Crê na organização da Igreja? É seu propósito adorar a Deus e sustentar a Igreja com seus dízimos e ofertas e com seu esforço pessoal e sua influência?” (Manual da Igreja, p. 48). Sendo adventistas do sétimo dia, todos nós dissemos sim. Portanto, esse texto (Sl 50:14, 15) é uma promessa para aqueles que oferecem ação de graças a Deus e estão fielmente cumprindo seus votos.
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O que fazer para escapar das dívidas? Se você estiver nessa situação infeliz, o esboço a seguir o ajudará a iniciar um processo de eliminação de dívidas. O plano é simples: uma premissa e três passos.
A premissa é um compromisso para com Deus de ser fiel ao devolver Seu dízimo sagrado para obter Sua sabedoria e bênção. Ele está ansioso para abençoar aqueles que Lhe obedecem.
O primeiro passo é suspender dívidas adicionais: interrompa gastos com crédito. Se você não tomar mais empréstimos, não ficará ainda mais endividado.
O segundo passo é fazer um pacto com Deus de que, à medida que Ele abençoar, você pagará suas dívidas o mais rapidamente possível. Use o dinheiro para reduzir a dívida – não para comprar mais coisas. Esse passo provavelmente seja o mais crucial. Quando a maioria das pessoas recebe dinheiro inesperado, elas simplesmente gastam. Não faça isso! Aplique o dinheiro ao seu plano de redução de dívida.
O terceiro passo é a parte prática. Faça uma lista das suas dívidas, das maiores às menores, em ordem decrescente. Para a maioria das famílias, a prestação da casa própria está no topo da lista, e o cartão de crédito ou dívida pessoal estão na parte inferior. Comece fazendo o pagamento mínimo em cada uma das dívidas mensalmente. Depois, na medida do possível, aumente os pagamentos das dívidas menores. Você ficará feliz com a rapidez com que eliminará essas dívidas. Então, use o dinheiro com que estava pagando a dívida inferior para adicionar ao pagamento básico da próxima dívida da lista até chegar às dívidas que estão na parte de cima. À medida que eliminar as dívidas menores de juros altos, você vai liberar uma quantidade surpreendente de dinheiro para colocar sobre as demais dívidas.
Muitas famílias descobrem que Deus as abençoa de modo inesperado, e a dívida é reduzida mais rapidamente do que haviam previsto. Seguindo esses passos, muitas famílias se libertaram das dívidas. Colocando Deus em primeiro lugar, você receberá Sua sabedoria e bênção para gerenciar o que Ele confiou a você.
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Deus não quer que Seus filhos sejam responsáveis pelas obrigações financeiras dos outros. Em Provérbios, o Senhor nos exorta a não ser fiadores de outras pessoas.
5. Leia Provérbios 6:1-5; 17:18; 22:26. Qual é a mensagem contida nessas passagens?
Em geral, pede-se um fiador quando alguém com crédito ruim busca um empréstimo de uma instituição e não se qualifica para a negociação. O agente de empréstimos dirá à pessoa não qualificada que, se ele ou ela conseguir um amigo com bom crédito para avalizar seu empréstimo, o banco lhe concederá o crédito e responsabilizará o avalista em caso de inadimplência.
Alguma pessoa poderá pedir que você seja seu fiador. Sua resposta deve ser: “A Bíblia diz que eu jamais devo fazer isso. Por favor, entenda que a Bíblia nos encoraja a ser úteis aos necessitados, mas não devemos nos tornar responsáveis por suas dívidas”.
Às vezes, adolescentes pedem aos pais que sejam seus fiadores na compra do primeiro carro. Ou filhos adultos pedem aos pais que sejam fiadores em um empréstimo empresarial. A mesma resposta se aplica. É apropriado ajudar se houver uma necessidade real, mas não se torne garantia para dívidas de outros. Estudos mostram que 75% dos que se tornam fiadores acabam fazendo os pagamentos!
6. Leia Provérbios 28:20; 1 Timóteo 6:9, 10. Que advertência encontramos nesses versos?
Esquemas de enriquecimento rápido são outra armadilha; são quase garantia de ruína financeira para os que são enredados por eles. Quando parece bom demais para ser verdade, tome cuidado! Muitos são prejudicados emocional e financeiramente. Uma tragédia adicional nesses esquemas desonestos é que, em muitos casos, indivíduos pegam dinheiro emprestado para se envolver neles. Muitos são arruinados por esquemas de enriquecimento rápido que enriquecem somente os vigaristas que os concebem, às custas dos que caem na armadilha. Quando alguém tentar colocar você em um desses esquemas, corra! Não ande. Corra o mais rápido que puder!
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7. Leia Deuteronômio 15:1-5. O que o Senhor exigiu do Seu povo conforme revelado nesses versos?
Em harmonia com outros estatutos de sete anos (Êx 21:2; Lv 25:3, 4), não apenas os escravos ou servos e a terra eram regulamentados, mas também os credores. Como estes não queriam perdoar dívidas, o maior período que alguém poderia ficar endividado era de sete anos. Uma das lições que tiramos desses versos é que eles mostram que o Senhor Se preocupa com essas questões, em especial sempre que tinham a ver com israelitas. O Senhor reconhecia a dívida, não importava o quanto ela fosse ruim. Ele também enfatizava que a dívida devia ser evitada, se possível.
Por outro lado, há empréstimos de 30 e 35 anos para a compra de imóveis. Uma das razões para o custo tão alto da casa própria é a disponibilidade de crédito para oferecer empréstimos a fim de adquiri-las.
Entretanto, muitas pessoas ponderam sobre empréstimos para os estudos. Geralmente, obter um diploma universitário aumentará a capacidade de renda de uma pessoa para o resto de sua vida. Alguns podem ter que pedir algum dinheiro emprestado para pagar os estudos, mas devem ter em mente que: (1) Terão que pagar com juros; (2) Deverão concorrer a todo tipo de auxílio e bolsa disponíveis; (3) Precisarão trabalhar e poupar tudo o que puderem para os estudos; (4) Deverão fazer apenas cursos que habilitam a um emprego; (5) Precisam conseguir a ajuda dos pais. Nos tempos bíblicos, os pais davam aos seus filhos terras para que pudessem ganhar a vida. No presente, é provável que essa “herança” seja a educação, a fim de que se tornem adultos independentes.
No mundo ideal, não haveria dívidas. Mas, no mundo real, pode haver necessidade de tomar empréstimos. Faça o melhor negócio possível, com a menor taxa de juros disponível. Pegue emprestado o mínimo que você precisa e pague em pouco tempo para economizar nos custos dos juros. No entanto, até o limite das possibilidades, devemos evitar dívidas. Seguir os princípios bíblicos nos ajuda a evitar dívidas desnecessárias e a terrível tensão que elas trazem.
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Ellen G. White apresenta o processo de três etapas de eliminação de dívidas: “Decida nunca incorrer em outra dívida. Negue-se mil e uma coisas antes de entrar em outra dívida. Essa tem sido a maldição de sua vida: entrar em dívida. Evite-a como você evitaria a varíola.
“Faça com Deus o pacto solene de, com a bênção Dele, pagar suas dívidas e a ninguém dever coisa alguma, ainda que tenha de viver a pão e água. [...] Não vacile, não desanime nem desista. Negue seu gosto, negue a satisfação do apetite, economize seu dinheiro e pague suas dívidas. Esforce-se para pagá-las o mais depressa possível. Quando você puder se apresentar novamente como uma pessoa livre, não devendo nada a ninguém, terá alcançado uma grande vitória” (Conselhos Sobre Mordomia, p. 176).
Se precisar de ajuda para se livrar das dívidas, experimente os seguintes passos: (1) Estabeleça um orçamento simples e registre as suas receitas e despesas durante três meses. Muitos ficam surpresos ao saber quanto gastam em itens desnecessários. (2) Destrua cartões de crédito, que são uma das principais causas de dívidas. São muito fáceis de usar e difíceis de pagar. Se você não está pagando os cartões em sua totalidade no fim de cada mês, ou os está usando para comprar itens que não compraria de outra forma, você deve destruir os cartões de crédito antes que eles destruam você, seu casamento ou ambos. (3) Adote medidas econômicas. Tenha cuidado com as coisas pequenas que compra. Elas rapidamente se acumulam.
Perguntas para consideração
- As dívidas de muitas nações e indivíduos são impressionantes. Como tem sido sua experiência com dívidas e os problemas que elas provocam?
- Como a igreja pode ajudar os membros a gerenciar sua vida financeira em geral?
- Quais promessas bíblicas podemos reivindicar para nos protegermos da atração do mundo e dos perigos financeiros que a ganância pode representar para nós?
Respostas e atividades da semana: 1. O ideal é não ter dívidas. Seguindo os princípios da Palavra de Deus. 2. Amor ao mundo e às riquezas versus amor a Deus. 3. A atitude de quem oferece a Deus ações de graças e cumpre os vo- tos, os seja, as promessas que fazemos a Deus. 4. No sentido de que trabalhamos para saldar nossa dívida. 5. Não devemos nos comprometer com sendo avalistas nem fiadores de ninguém. 6. Tentar enriquecer rapidamente pode levar redor devia perdoar as dívidas de seus compatriotas ao fim de cada sete anos.
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PARTE I – VISÃO GERAL
O fato de Deus advertir contra a dívida indica que ela tem implicações espirituais (Pv 6:1-5; 22:7).
A libertação da dívida está em colocar o reino de Deus em primeiro lugar, livrando-se, assim, da ansiedade por coisas materiais (Mt 6:33). Na aliança divina há prosperidade e fim do endividamento (Dt 28:12). Porém, para que essas promessas se concretizem, é necessária uma experiência de amor a Deus que se traduza em obediência aos Seus mandamentos e no cumprimento dos votos feitos por ocasião do batismo, incluindo a fidelidade nos dízimos e ofertas (Sl 50:14, 15; Ml 3:7-12).
O credor funciona como senhor do endividado (Pv 22:7), mas, de acordo com Jesus, somente Deus deve ser o nosso Senhor (Mc 12:29). Por isso, amando a Deus, e não as coisas do mundo (1Jo 2:15), pela graça de Cristo podemos superar os desejos da carne e a soberba da vida (1Jo 2:16). Não devemos nos conformar com esta época materialista e consumista, que leva ao endividamento e insolvência. Contudo, devemos ser transformados pela renovação da mente e, assim, conhecer a perfeita vontade de Deus (Rm 12:1, 2).
Nosso Pai deseja que aspiremos a uma vida de contentamento (1Tm 6:6), sem dívidas (Rm 13:8). Isso nos protege de comprometer os princípios de fé na busca das riquezas materiais. Por isso, é preciso planejar os compromissos financeiros com sabedoria (Lc 14:28) e evitar se tornar responsável pela dívida de outros (Pv 6:1-5). Seguindo esses sólidos princípios bíblicos, desenvolveremos diligência e estaremos preparados para tempos difíceis e situações imprevistas (Pv 6:8). Quando nos abstemos de acumular dívidas e do amor ao dinheiro, podemos experimentar, como cristãos, as bênçãos sem medida que Deus promete aos fiéis (Ml 3:10-12).
PARTE II – COMENTÁRIO
Deus pode oferecer alívio para qualquer situação de dívida. Na maioria dos casos, porém, Deus coloca a solução para o problema da dívida em nossas mãos. Afinal, somos Seus mordomos e devemos agir de acordo com Sua vontade e sob Sua bênção.
Como cristãos, devemos fazer o nosso melhor para não dever nada a ninguém (Rm 13:8). Além disso, do ponto de vista de um credor, o cristão não deve explorar aqueles que precisam de ajuda financeira. Os ensinamentos bíblicos nos convidam a ser generosos e, se possível, perdoar os irmãos que não podem pagar suas dívidas (Dt 15:1-4).
Geralmente, a dívida é um fenômeno complexo com aspectos pessoais, sóciohistóricos e espirituais. Como tal, limitaremos nossos comentários a alguns conselhos práticos que a Bíblia oferece sobre o assunto.
Princípios bíblicos para se livrar das dívidas
Parte A – Coloque Deus em primeiro lugar (Mt 6:33)
1. Dê prioridade máxima a Deus (Mt 6:25-34)
Deus não deseja que fiquemos endividados porque Ele ama a prosperidade de Seus servos (Sl 35:27). Portanto, Deus deve sempre ser buscado em primeiro lugar em qualquer crise financeira (Sl 105:4). A dívida pode ter origem espiritual e, nesse caso, deve-se refletir sobre a necessidade de confessar pecados financeiros como o roubo e a usura (Ez 18:12, 13); ganância, que é idolatria (Êx 22:12; Cl 3:5); infidelidade nos contratos (Rm 1:31); amor ao dinheiro (1Tm 6:10) e infidelidade nos dízimos e ofertas (Ml 3:7-10).
Aqueles que se desviaram do plano divino precisam retornar a Deus e renovar a aliança com Ele (Sl 50:14, 15; Ml 3:7-12). Para esses indivíduos, Deus promete libertação e bênçãos. O desejo sincero de fazer o que é certo é uma indicação da atuação da graça, porque “a bondade de Deus é que leva você ao arrependimento” (Rm 2:4).
Podemos fazer a vontade de Deus (Dt 28:1, 2) somente quando estamos sob a graça, pois, como diz Paulo: “Pela graça vocês são salvos, mediante a fé; e isto não vem de vocês, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura Dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:8-10). Pela fé na graça de Deus podemos pedir ajuda divina para vencer a dívida. Então desfrutaremos das bênçãos de Deus que nos enriquecem, sabendo que “Ele não acrescenta nenhum desgosto” a elas (Pv 10:22).
2. Sejam santos e santifiquem as coisas santas
Na Bíblia, Deus considera Seu povo como povo santo, escolhido e especial (Êx 19:6; 1Pe 2:9). Essa santidade se evidencia quando Seu povo guarda os Seus mandamentos (Dt 28:9).
O dízimo é santo (Lv 27:30-32), assim como as ofertas também são santas (Nm 18:29). A palavra “santo”, nos textos acima, é kodesh. Assim, o dízimo e a oferta são kodesh, que significa “consagrados, separados ao Senhor”.
Reter o dízimo e as ofertas é apropriar-se indevidamente de coisas sagradas ou santas que devem ser dedicadas exclusivamente a Deus e, portanto, devem retornar a Ele (Lv 5:15, 16). No Antigo Testamento, era exigida a restituição pela retenção antes que pudesse ocorrer a expiação com sangue e antes que o sonegador pudesse receber o perdão (Lv 5:16). Assim sendo, quando o povo reteve os dízimos e as ofertas, eles se separaram de Deus e não prosperaram (Ml 3:7-10), pois haviam profanado as coisas sagradas. Deus não muda, e esse princípio de fazer restituição, em relação aos dízimos e ofertas (Ml 3:6-8), ainda está em vigor.
“Apressem-se, meus irmãos e irmãs, a levar a Deus um dízimo fiel e também uma oferta voluntária de gratidão. Há muitos que não serão abençoados enquanto não devolverem o dízimo que retiveram” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 62).
Parte B – Busque ajuda (Pv 15:22)
1. Solicite aconselhamento de amigos e de profissionais.
Às vezes, é necessário reconhecer a condição de endividamento e buscar ajuda de amigos e familiares.
Deve-se procurar tratamento em caso de dívida causada por um distúrbio psicológico (oniomania). Se for esse o caso, pode ser útil buscar ajuda espiritual de um pastor, familiares ou amigos de confiança. Obter apoio amigável nesse processo pode aliviar o fardo e encorajar a decisão de resolver o problema.
“A humildade precede a honra” (Pv 18:12). O povo de Deus deve pensar nas vantagens decorrentes de se buscar a sabedoria e a vivência de pessoas mais experientes ou profissionais da área financeira e psicológica, porque “com muitos conselheiros há sucesso” (Pv 15:22).
“Se aqueles que não têm tido êxito na vida estivessem dispostos a receber instruções, poderiam ser educados em hábitos de abnegação e estrita economia, tendo assim a satisfação de serem distribuidores e não recebedores de caridade” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 3, p. 331).
2. Peça ajuda e sabedoria divina
A ajuda divina pode vir na forma de discernimento. Na Bíblia, a administração inteligente é um dom de Deus. O sábio Salomão declara que “pelo conhecimento os seus cômodos se encherão de todo tipo de bens, preciosos e agradáveis” (Pv 24:4). Como o apóstolo recomenda procurar “com zelo, os melhores dons” (1Co 12:31), podemos também pedir-Lhe sabedoria para cuidar de nossas finanças, principalmente em tempos de crise econômica. Essa busca por sabedoria é recomendada por Tiago (Tg 1:5).
A palavra “conhecimento”, em Provérbios 24:4, significa percepção, habilidade e discernimento para lidar com os negócios. Portanto, a prosperidade material é precedida por princípios de negócios biblicamente sólidos sobre como melhorar a administração do dinheiro que Deus colocou em nossas mãos.
Parte C – Economizar (Pv 6:8)
O que o conselho inspirado diz sobre economizar.
Seja como a formiga, que no verão prepara a sua comida para o inverno. Separe sempre algum dinheiro para suas economias. Inclua no orçamento um percentual regular dedicado a esse fim.
Poupar para o futuro foi um sábio conselho dado por Deus a José no Egito (Gn 41:46, 47). Economize para ter o suficiente para o futuro ou para um momento de crise. Não gaste se você realmente não precisa gastar. “Desde o maior até o menor, os obreiros de Deus devem aprender a economizar” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia [CPB, 2021], p. 183).
Parte D – Faça um orçamento (Lc 14:28-30)
O orçamento é um instrumento de planejamento financeiro para organizar receitas e despesas. Ele é importante porque, sem planejamento, não é possível esperar sucesso em qualquer empreendimento.
“Você precisa cuidar para que suas despesas não sejam maiores do que seus rendimentos” (Ellen G. White, O Lar Adventista [CPB, 2021], p. 308).
Ore ao preparar um orçamento. Planeje colocar Deus em primeiro lugar (Mt 6:33). Seja realista e consulte outros membros da família sobre o que é melhor para todos. A Bíblia reprova fortemente aqueles que deixam de cuidar dos seus: “Se alguém não tem cuidado dos seus e, especialmente, dos da própria casa, esse negou a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5:8). Inclua as necessidades dos menos afortunados em seu orçamento, porque cuidar deles faz parte da “religião pura e sem mácula para com o nosso Deus e Pai” (Tg 1:27).
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Peça a um aluno que leia em voz alta a citação abaixo. Em seguida, discuta com sua classe as questões que se seguem.
“Muitíssimas pessoas não têm se educado o bastante para manter suas despesas nos limites de seus rendimentos. Não aprenderam a se adaptar às circunstâncias e constantemente pedem dinheiro emprestado, sobrecarregando-se de dívidas e, assim, ficam desanimadas” (Ellen G. White, O Lar Adventista [CPB, 2021], p. 307).
1. A passagem acima faz alusão a uma condição social de endividamento cada vez mais comum. De que forma o fenômeno generalizado do endividamento pode levar muitos a acreditar que isso é normal e até aceitável, apesar do sofrimento e dos constrangimentos que costuma causar? Como respondemos a essa situação? (leia Rm 12:1, 2).
2. Na aliança divina, Deus prometeu que Seu povo não ficaria em dívida com os outros (Dt 28:12). Ele também estabeleceu o perdão dos endividados pelos seus credores a cada sete anos (Dt 15:1-4). O modelo divino foi designado para que não houvesse pobreza, para que não existissem dívidas (Dt 15:4). Por que o modelo divino para Israel em termos de dívida não foi cumprido (Ml 3:6-10)? De que maneira isso pode estar acontecendo conosco? Explique. Como podemos evitar essa armadilha em nossos dias?
3. Algumas possíveis fontes de dívida:
a. Dívida que está além do nosso controle, causada por catástrofes naturais, doenças e guerras.
b. Vulnerabilidade pessoal, que vem da falta de sabedoria financeira e experiência, habilidade ou instrução.
c. Complacência como resultado de maus hábitos, ostentação e desperdício.
d. Dívida necessária, que pode ocorrer devido a certos investimentos comerciais, aquisição da casa própria e educação dos filhos.
e. Considerando os pontos acima, pergunte a seus alunos quais dívidas são evitáveis e quais podem ser justificáveis. Por quê?
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Oração de Fé
Elia
Tanzânia | 28 de janeiro
Elia tinha um grande problema. Ele havia se formado no ensino médio na Tanzânia. Ele havia sido aceito na Universidade de Arusha, que pertence à Igreja Adventista do Sétimo Dia, mas não tinha dinheiro suficiente para as mensalidades.
A Universidade de Arusha não havia sido a primeira opção de Elia. Ele havia colocado a universidade adventista em terceiro lugar da sua lista de cinco universidades das quais ele gostaria de estudar. Mas então, ele ligou para seu amigo Joseph, um colega do ensino médio, para perguntar onde ele planejava estudar.
“Vamos para a Universidade de Arusha”, Joseph disse. “Seria legal ficarmos juntos.”
Elia pensou que seria legal ficar junto com Joseph. Ambos se inscreveram na Universidade de Arusha e foram aceitos para estudar para um diploma em Educação.
Elia e Joseph se parabenizaram e agradeceram a Deus, mas ambos não tinham o dinheiro para cobrir a mensalidade na universidade. Então eles solicitaram auxílio financeiro estatal.
Na semana anterior à sua partida, Elia participou de uma semana de oração na Igreja Adventista do Sétimo Dia de Yombo. O pastor pediu que as pessoas escrevessem seus pedidos de oração em pedaços de papel. Para surpresa de Elia, ele se viu escrevendo não um pedido, mas um agradecimento.
“Obrigado, Deus, por permitir que eu me matriculasse na Universidade de Arusha e por me ajudar a receber auxílio financeiro para cobrir minha mensalidade”, escreveu ele.
Ele não havia recebido nenhum auxílio financeiro, mas escreveu, acreditando que Deus o concederia.
Na sexta-feira, Elia e Joseph foram à rodoviária para comprar as passagens para a viagem de 600 quilômetros da capital da Tanzânia, Dar es Salaam, para a universidade na cidade de Usa River. Após pagar pelas passagens, Joseph indagou em voz alta sobre seu futuro.
“Compramos as passagens para Arusha, mas como você sabe, somos estranhos lá”, disse ele. “Como vamos sobreviver sem auxílio financeiro?’’
“Você acredita em Deus?” Elia perguntou.
“Sim, mas …” Joseph disse.
Elia perguntou novamente.
“O Deus que você acredita não é o mesmo que eu acredito?” ele perguntou.
“Sim”, Joseph respondeu.
“Como Deus permitiu que comprássemos as passagens de ônibus, Ele nos ajudará a sobreviver”, Elia disse.
Mais tarde naquele dia, Elia e Joseph souberam que seu auxílio financeiro havia sido aprovado. Joseph ligou para Elia para expressar espanto.
“A fé que você mostrou é impressionante”, disse ele.
No sábado, Elia foi à igreja e compartilhou as boas-novas. Para ele, era um milagre real. O pastor orou por ele, e os membros da igreja desejaram as bênçãos de Deus durante sua estadia na Universidade de Arusha.
Hoje, Elia está terminando seus estudos na universidade. Ele fez amizade com muitos alunos que se mudaram para a universidade após terem sido dispensados de suas universidades devido à observância do sábado. Ele reconhece que não conseguiria guardar o sábado se tivesse ido para outra universidade.
“Comecei minha jornada universitária com grandes esperanças de conseguir uma educação melhor e não me arrependi da minha decisão”, diz ele.
Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a Universidade de Arusha a se expandir com a construção de um novo salão multiuso.
“Atualmente, nossa universidade em Arusha tem escassez de edifícios”, disse Elia. “Sua oferta do décimo terceiro sábado ajudará a completar um prédio com muitas salas de aula e escritórios que ajudarão muitos alunos a obter uma educação integral. Que Deus o abençoe ao você preparar sua oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre.”
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2023
Tema Geral: Administradores fiéis: à espera do Mestre
Lição 5 – 28 de janeiro a 4 de fevereiro
Lidando com as dívidas
Autor: Wellington Almeida
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
O número de endividados e inadimplentes apurados pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), na Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), bateram recorde pelo terceiro mês consecutivo. No levantamento, as famílias que se declararam endividadas em setembro ficaram em 79,3% no mês, ante 79% em agosto – sendo que em setembro de 2021, era de 74% (valorinveste.globo.com).
Uma definição de dívida é, segundo a lição, “viver hoje com base naquilo que você espera ganhar no futuro”. Mas isso não pode ser confundido com “esperança”.
“Os sinais indicam que o clímax da História, a segunda vinda de Cristo, está às portas. Oramos para que estas lições aprofundem sua fé e confiança em Deus e o encorajem a ser um administrador fiel para Ele” (G. Edward Reid).
- Verso para memorizar: “O rico domina sobre o pobre, e o que pede emprestado é servo de quem empresta” (Pv 22:7, grifo acrescentado).
O autor desse verso é o mesmo que pediu “sabedoria” (2Cr 1:7-10) em vez de “riquezas e poder”. Sendo uma palavra autorizada, não devemos entrar no “mérito da questão”, mas apenas considerar essa assertiva “declaração de posse”. O que chama a atenção é a maneira pela qual o sábio Salomão inicia sua fala no capítulo vinte e dois: “Mais vale o bom nome do que muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro”. E, convenhamos, nada estraga mais um bom nome e uma boa relação do que uma dívida não paga. Assim, não veja o tema desta semana como uma proposta para “acerto de contas”, mas, em primeira mão, “acerto de relacionamentos”.
- Esboço para a semana
O tema para esta semana poderá ser estudado seguindo a sequência natural que a lição apresenta. A seguir um breve esboço com a ideia principal para nortear a apresentação ou interação com sua unidade:
Domingo: Problemas da dívida. Poderia ser um sinal de infidelidade? Prováveis causas da dívida: (1) ignorância; (2) ganância; e (3) infortúnio pessoal.
Segunda: Seguindo conselhos piedosos. Tenha um só “senhor”. Conselho crucialmente importante: “cumpra seus votos”.
Terça: Como sair das dívidas. A outra forma de “escravidão”. Passos: (1) não faça novas dívidas; (2) amortize seus débitos; (3) priorize seus pagamentos. Estude Hebreus 13:5 e responda: “como evitar o endividamento?”
Quarta: Enriquecimento rápido. O risco é “desvio da fé”.
Quinta: Empréstimo e limites. O risco de ter na mão o que não é seu.
- Abordagem sugestiva
Lembre-se de falar à sua Unidade de Ação que o propósito do estudo semanal é compartilhar o aprendizado e não “estudar a lição”. O melhor de cada sábado é a oportunidade de, na classe de professores ou mesmo na classe regular, poder sintetizar o aprendizado e o conhecimento. Este, se adquire no estudo; o outro, exercita-se no compartilhamento.
3.1. Problemas da dívida. Você leu o texto recomendado na pergunta 1 da lição de domingo? Atentou para o verso doze? O contexto de Deuteronômio 28 trata de bênçãos decorrentes da obediência (28:1-14), para em seguida falar sobre os castigos da desobediência (v.15-68). Vamos lá. Que tal se compararmos dois versículos-chaves que tratam do tema do empréstimo? Leia o verso 12 e o 44. Ambos falam de empréstimos, mas em contextos diferentes: o “abençoado” empresta; o “infeliz” pede emprestado. Seria isso um indicativo para entendermos que, na perspectiva da obediência, a fidelidade é um bom negócio, e que endividamento seria sinal de infidelidade para com Deus? Aqui está um bom “quebra-gelo” para iniciarmos a abordagem desse assunto.
A lição apresenta três razões principais que levam pessoas a entrar em dificuldades. Porém, quero destacar a fidelidade como fruto da obediência. Endividamento parece ser um problema espiritual com reflexo nas finanças, dentre outras possíveis consequências. Tratar de endividamento somente sob a ótica financeira é um equívoco, tanto quanto ficar a vida toda tentando “limpar o riacho” quando seria melhor ir à fonte e limpá-la. “Devemos fugir de dívidas como de lepra” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Educação, p. 203). Assim, vejamos se os fatores de endividamento não têm cunho espiritual:
O perigo da ignorância. A ignorância se refere à falta de conhecimento. “Meu povo, diz o Senhor, perece por falta do conhecimento (Os 4:6). Não atentar para as orientações de Deus é uma dívida espiritual que somente o perdão e a conversão podem sanar.
O perigo da ganância e do egoísmo. O que seria isso senão uma desconsideração para com a orientação sagrada em Mateus 6:33? Ai deles! Diz Judas 1:11: “Seguiram o mesmo caminho de Caim e, movidos por ganância, caíram no erro de Balaão, e foram destruídos na revolta de Corá.”
O infortúnio pessoal. Não é o fato de passar por provações, mas de “não ter bom ânimo” diante das fatalidades. Enfrentar com animosidade e esperança os imprevistos da vida vai evidenciar que somos homens e mulheres espirituais e que “confiam no Senhor e na força do Seu Poder” (Ef 6:10).
A solução para o endividamento também é de cunho espiritual. Leia 1Tm 6:6-9. Vida piedosa com contentamento é a justa medida de prevenção quanto às dívidas. Estar feliz com “o que se tem” não é o ponto em questão, mas estar feliz “com o que se pode ter”. Isso é contentamento.
3.2. Seguindo conselhos piedosos. O conselho é bem direto ao ponto e tem um tom de contundência inquestionável, pois fala de uma impossibilidade: “Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.” Não podem amar o mundo e a Deus (Mt 6:24; 1Jo 2:15). Faça sua escolha. Ouça bons conselhos.
A dívida é uma rede de Satanás. Alguns se deitaram nela.
Ouça, por exemplo, os conselhos que serão apresentados nos próximos três dias desta lição:
3.3. Como sair das dívidas. Leia novamente o verso para memorizar e apresente a pergunta 4 da lição como alternativa para uma breve interação. Agora, se bênção é resultado da obediência e isso significa se tornar um “credor” e não um “devedor”, logo o preventivo para não entrar em dívidas é a premissa da fidelidade nos dízimos e ofertas. A bênção é fruto da obediência. Portanto, considere Hebreus 13:5 e siga as orientações a seguir: (1) não tenha apego excessivo ao dinheiro; (2) tenha contentamento. Isso significa entender que devemos estar satisfeitos com o que temos; e (3) tenha uma certeza: jamais seremos abandonados.
3.4. Fiança e esquemas de enriquecimento rápido. Dois outros perigos cirandam à nossa volta: primeiro, o de se tornar um devedor, sem tomar dinheiro emprestado. Isso ocorre quando nos colocamos na condição de “fiador”. “Decerto sofrerá severamente aquele que fica por fiador do estranho, mas o que aborrece a fiança estará seguro” (Pv 11:15). Será interessante se puder aplicar o termo a outra visão espiritual, quanto à Pessoa de Jesus. O livro Fundamentos da Educação Cristã declara: “Quando o homem se perdeu, o Filho de Deus disse: Eu o redimirei; Eu serei seu Fiador e Substituto” (p. 127). Extraordinária declaração que alimenta nossa certeza de que “a dívida” foi paga integralmente.
Segundo, o perigo de querer enriquecer rapidamente. Aliás, você encontrará muitas propostas tentadoras nos canais de mídias sociais que instam para que você “arrisque tudo” para “ganhar tudo” e, no fim, o desapontamento de ficar com nada. Isso também se torna um problema espiritual, pois, segundo o apóstolo Paulo, por essa causa “alguns se desviaram da fé (1Tm 6:10).
3.5. Empréstimos e limites de prazo. “Discernimento” é a palavra que considero crucial nessas circunstâncias que envolvem (1) longos períodos de financiamento, como da casa própria e/ou estudos, e (2) a disponibilidade de um limite extra na conta corrente. “Discernimento” para fazer o melhor negócio possível. O exemplo destinado à “remissão” e aplicado a Israel no passado demanda que entendamos que prazo longo para acerto de uma dívida parece não ser uma proposta biblicamente recomendada.
Volto a sugerir que você transforme esse tema “financeiro” em uma abordagem aplicada à vida cristã. Note por exemplo, o que diz Ellen White: “O empréstimo da vida nos é concedido apenas uma vez; e a indagação de cada um devia ser: “Como poderei investir os meus talentos com o melhor proveito? Como poderei fazer o máximo para a glória de Deus e o benefício de meus semelhantes? Pois a vida só tem valor se usada para a conquista desses objetivos” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 15).
Conclusão
“Alguns nada sabem do que seja renúncia e economia para se manterem livres de dívidas, e juntarem um pouco para uma ocasião de necessidade. Se a igreja devesse ajudar tais pessoas em vez de deixá-las contar com os próprios recursos, isso afinal as prejudicaria; pois olham à igreja, e esperam receber auxílio dela, e não exercem abnegação e economia quando estão bem providas. E se não receberem auxílio de cada vez, Satanás as tenta e ficam suspeitosas, e muito escrupulosas por seus irmãos, temendo que eles deixem de fazer tudo quanto é seu dever para com elas. O erro está de seu próprio lado. Acham-se enganadas. Não são os pobres do Senhor” (Beneficência Social, p. 185).
Lembre-se: devemos ser úteis aos necessitados, “mas não devemos nos tornar responsáveis por suas dívidas”.
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Francisco WeIlington de Oliveira Almeida é pastor, casado com a professora Rosalba Canté Almeida, pai de Ilos McRoswell Canté Almeida (in memorian). Graduou-se em Administração de Empresas (ISES, 1991), bacharel em Teologia (IAENE, 2002), pós-graduado em Missão no Século 21 (IAENE, 2013) e Família (2012) e mestre em Teologia Pastoral (IAENE, 2014). Iniciou o ministério como distrital em Paragominas (2003/2004), Tucuruí (2005-2008), foi MIPES e Secretário Executivo na Associação Sul do Pará (2009-2013), Secretário Executivo na Associação Maranhense (2014-2016), Secretário Executivo, Lar e Família e Mordomia Cristã na Associação Norte do Pará (2016-2022). Foi nomeado Presidente desse campo (ANPa) em novembro de 2022.