Lição 8
14 a 20 de agosto
Livres para descansar
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Jr 14-16
Verso para memorizar: “O Senhor é a minha luz e a minha salvação; de quem terei medo? O Senhor é a fortaleza da minha vida; a quem temerei?” (Sl 27:1).
Leituras da semana: Mc 2:1-12; 1Rs 18; 1Rs 19:1-8; Mt 5:1-3; Is 53:4-6; 2Rs 2:11

Muitas pessoas com quem Jesus Se deparou em Seu ministério terrestre estavam doentes, às vezes com doenças mortais. Elas se amontoavam onde Ele estava em busca de cura e descanso de seus sofrimentos. E era o que sempre recebiam. Às vezes, Ele falava apenas uma palavra, e elas eram recuperadas. Ele tocava os enfermos e, milagrosamente, eles eram curados. Em outras ocasiões, Cristo os despedia, e a cura acontecia enquanto eles iam pelo caminho. Jesus curou homens, mulheres, crianças, judeus, gentios, ricos e pobres. Casos de lepra e cegueira não estavam fora de Seu alcance. Ele até curou aqueles com o pior problema – a morte.

Nesta semana, examinaremos dois exemplos muito diferentes de cura. No primeiro, o doente nem mesmo podia ir a Jesus sozinho. Seus sintomas eram visíveis. No outro caso, não havia sintomas evidentes. Em ambos os casos, a cura veio no tempo e na maneira de Deus.

À medida que exploramos o assunto do descanso da dor e do sofrimento, contemplaremos uma questão que vivenciamos em algum momento da vida. O que acontece quando nossas orações pela cura não são atendidas?

Como podemos encontrar descanso?



Domingo, 15 de agosto
Ano Bíblico: Jr 17-19
Descanso que cura

Se há um momento em que precisamos descansar, é quando estamos doentes. Precisamos de descanso físico para que o corpo recupere o sistema imunológico. Frequentemente precisamos também de descanso mental. Às vezes, a situação não envolve risco de morte, como um resfriado ou uma enxaqueca. Ficamos deitados e tentamos não pensar em tudo o que deveríamos fazer, mas simplesmente não conseguimos.

Às vezes, quando é algo potencialmente mortal, ficamos acordados e nos preocupamos com os resultados dos exames médicos. Muitas vezes, perguntamos por quê. Será que aquele estilo de vida pouco saudável finalmente nos afetou? Foram as drogas que usamos há 20 anos? Talvez o sobrepeso que levamos nos últimos anos? Estaria Deus nos punindo por aquele pecado secreto que ninguém mais conhece?

1. O que aconteceu no episódio relatado em Marcos 2:1-4? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Jesus expulsou o leproso da casa para evitar contaminação.

B. ( ) Levaram um paralítico a Jesus por um buraco no telhado.

No livro O Desejado de Todas as Nações (p. 267-271), obtemos o contexto da história. O paralítico havia feito coisas das quais não se orgulhava. Sua vida pecaminosa tinha causado a doença, e os “especialistas espirituais” traçavam uma linha direta entre causa e efeito. Aquele homem havia trazido a doença sobre si por causa de seus pecados, e não havia cura para ele.

Essa atitude é típica. Muitas vezes parecemos obcecados com o responsável pelo ato. Se algum crime é cometido, alguém deve pagar por ele. Se houver um acidente em algum lugar, alguém deve ser processado. Mas atribuir culpas não traz cura nem restauração ao enfermo.

O plano de Deus não incluía doença e sofrimento, que vieram com o pecado. Por isso, Deus nos deu orientações de saúde – para que tenhamos qualidade de vida. Mas enquanto vivermos neste mundo, não haverá garantia de saúde, mesmo seguindo os princípios saudáveis.

A boa notícia é que Deus pode nos dar descanso, quer estejamos doentes ou saudáveis; quer nossa doença seja resultado de nossas ações, da negligência de outros, dos nossos genes, ou apenas o subproduto da vida neste mundo pecaminoso. Deus sabe como nos dar descanso.

Quando alguém adoece, não é bom atribuir culpas. Ao mesmo tempo, por que entender a causa da doença pode ser, em alguns casos, um passo essencial para a cura e recuperação?


Segunda-feira, 16 de agosto
Ano Bíblico: Jr 20-23
Tratando a raiz do problema

Alguns homens tinham descido o leito do paralítico à presença de Jesus, e todos olhavam para o Mestre. Curaria Ele um evidente pecador e repreenderia a enfermidade?

2. Qual foi a primeira coisa que Cristo fez pelo paralítico? Como Jesus o curou? Mc 2:5-12

Muitas vezes não estamos cientes da doença até percebermos os sintomas, pois costumamos pensar na doença apenas como sintomas. Pensamos que nos livrar dos sintomas significa a cura. Jesus trata a enfermidade de maneira diferente. Ele conhece a origem de todo sofrimento e toda doença e quer tratar primeiramente essa origem.

No caso do paralítico, em vez de tratar imediatamente os efeitos da doença, Jesus foi diretamente à origem do que mais incomodava o homem. O paralítico sentia o peso da culpa e separação de Deus mais severamente do que sua doença. Uma pessoa que obtém descanso em Deus é capaz de suportar qualquer sofrimento físico. Por isso, Jesus foi diretamente à origem e ofereceu primeiramente o perdão.

Os líderes religiosos ficaram chocados ao ouvir Jesus pronunciar o perdão. Em resposta às suas acusações silenciosas, Jesus lhes fez uma pergunta.

3. Como Jesus provocou os escribas? Com que problema Ele estava lidando? Mc 2:8, 9

Muitas vezes, as pessoas falam e não fazem, mas quando Deus fala, as coisas acontecem. Pela poderosa palavra de Deus, tudo passou a existir (Gn 1). Embora não possamos ver o perdão, ele é caro, pois custou a vida do Filho de Deus na cruz. Tudo o mais é secundário. A fim de demonstrar o poder e a realidade do perdão, Jesus decidiu curar o paralítico.

Deus deseja nos curar primeiramente por dentro. Às vezes Ele nos traz cura física imediata, como aconteceu com o paralítico, ou teremos que esperar pela manhã da ressurreição para experimentar a cura. Seja como for, o Salvador deseja que descansemos na certeza de Seu amor, graça e perdão hoje, mesmo em meio ao sofrimento.

Podemos obter descanso e paz, mesmo quando as orações pela cura não são atendidas logo?


Terça-feira, 17 de agosto
Ano Bíblico: Jr 24-26
Fuga

Com base em dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença mais comum no mundo, que afeta mais de trezentos milhões de pessoas por ano, nem sempre apresenta sintomas evidentes. A depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e é uma das que mais contribuem para o estudo sobre a carga global de doenças. Infelizmente, muitas vezes não se fala em depressão no cristianismo porque ela pode ser vista como sinal de falta de fé. Afinal, os cristãos não deveriam estar sempre alegres e felizes? Não seria a depressão sinal de que algo está errado em nosso relacionamento com Deus?

Isso não é verdade. Cristãos fiéis às vezes lutam contra a depressão, especialmente após um acontecimento traumático, e isso não é sinal de falta de fé e confiança em Deus. Nos Salmos, vemos a dor, o sofrimento e a angústia que os fiéis de Deus sofreram.

Às vezes, a depressão toma conta de nós de modo lento e silencioso, e só a reconhecemos quando ela se intensifica. Ela nos atinge rapidamente, após um evento emocional ou físico desgastante. Elias ficou completamente esgotado, emocional e fisicamente, depois do episódio no Monte Carmelo.

4. Elias viu o fogo de Deus descendo do Céu. Em resposta à sua oração, a chuva caiu depois de três anos. Por que Elias fugiu diante da ameaça de Jezabel? 1Rs 18; 19:1-5

Elias havia tido um dia exaustivo. Essa experiência juntamente com uma ameaça de morte serviram de gatilho para a depressão. Além disso, Elias esteve presente quando cerca de 850 profetas de Baal foram massacrados, talvez alguns deles por suas próprias mãos (1Rs 18:40). Um evento como esse, mesmo por uma causa justa, pode levar a um estresse pós-traumático para aqueles que o assistem ou, pior ainda, participam dele.

Então Elias começou a correr, tentando fugir. Às vezes corremos para a geladeira e tentamos ficar felizes por meio da comida; tentamos acabar com a exaustão emocional dormindo; procuramos um novo relacionamento, emprego ou lugar. E às vezes nos atolamos no trabalho, prazos e compromissos, ao nos esforçarmos para fugir de algo inominável que drena nossa alegria e descanso. As pessoas tentam encontrar alguma solução para amenizar a dor. Porém, essas coisas apenas mascaram os sintomas; elas não resolvem o problema e, muitas vezes, podem torná-lo ainda pior.



Quarta-feira, 18 de agosto
Ano Bíblico: Jr 27-29
Cansado demais para fugir

Elias estava cansado demais para continuar fugindo. Então, ele orou novamente. Essa oração foi muito diferente da oração repleta de fé que Deus tinha respondido no Monte Carmelo (1Rs 18:36, 37) diante dos sacerdotes e profetas de Baal, dos membros da corte e do povo. Essa foi uma oração simples e curta, de desespero.

5. Elias afirmou que ele não era melhor do que seus pais. Do que ele estava falando? 1Rs 19:4

Quando Elias se aquietou, foi tomado pela culpa. Percebeu que sua saída rápida tinha desperdiçado o que teria sido a oportunidade para reforma em Israel. Percebeu que tinha decepcionado os que precisavam dele. E ele não podia fazer nada a respeito disso. Em uma dolorosa autorreflexão, conhecendo a história de Israel, ele se viu como realmente era.

A revelação de quem nós somos é dolorosa. Devemos ser gratos pela promessa de que, embora sejamos pecadores, em Cristo Deus nos verá como Ele vê Jesus! Existe esperança maior do que saber que, pela fé, podemos reivindicar a justiça de Cristo? (Fp 3:9)

No entanto, a depressão consegue nos sugar para um sombrio redemoinho de aversão a nós mesmos. E às vezes começamos a pensar que a morte seja a única saída. Esse parece ter sido o caso de Elias. Tudo aquilo era demais para ele. Ele disse: “Basta, Senhor! Tira a minha vida, porque eu não sou melhor do que os meus pais” (1Rs 19:4).

A boa notícia é que o grande Médico não condenou Elias. Deus entende melhor do que nós o que enfrentamos quando lutamos contra a depressão. “Pode ser que não tenhamos fortes evidências, nesse momento, de que nosso Redentor inclina o rosto sobre nós em compaixão e amor, mas é isso que acontece. Podemos não sentir Seu toque visível, mas Sua mão compassiva e amorosa está sobre nós” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 97).

Deus sabe e entende que “a viagem será longa” (1Rs 19:7) para nós, mas às vezes Ele tem que esperar até que paremos de fugir. Então Ele pode intervir.

Pessoas que estão se afogando ficam tão confusas que lutam contra o salva-vidas. Nesses casos, o salva-vidas então deve recuar e esperar que a vítima fique inconsciente para realizar o resgate.

Que esperança encontramos nos seguintes textos? (Sl 34:18; Mt 5:1-3; Sl 73:26; Is 53:4-6).


Quinta-feira, 19 de agosto
Ano Bíblico: Jr 30-32
Descanso e mais

Deus sabia que aquela fuga tinha deixado Elias cansado e que, mais do que fisicamente cansado, Elias estava emocionalmente exausto e carregava um tremendo fardo de culpa. Como Jesus fez ao paralítico, Deus apagou os erros passados e deu descanso para Elias. Finalmente, ele pôde, de fato, dormir e ser revigorado. Nossa expectativa é que esse teria sido o fim da história, mas não foi. O descanso de Deus não é um evento único. Entrar no descanso de Deus tem a ver com cura – com desaprender lentamente padrões de pensamento negativos e hábitos destrutivos. Deus não apressa a cura.

6. Leia 1 Reis 19:5-8. Para onde Elias estava indo agora? Por quê?

Após o descanso, Elias correu novamente. Mas dessa vez Deus reorientou sua direção. Deus entende que a vida neste mundo causa depressão. Ele compreende nosso impulso de correr e fugir, mas deseja redirecionar nossos passos. Em vez de tentar todos os mecanismos autodestrutivos de enfrentamento, Ele quer que corramos para Ele. Quando o fazemos, Ele deseja nos ensinar a ouvir o “som de um suave sussurro” (1Rs 19:12) que nos dará descanso.

Elias não tinha energia para percorrer a jornada ao encontro de Deus. O Senhor concedeu a energia ao profeta e prometeu um futuro melhor. Enquanto Elias estava deitado debaixo de um zimbro, desejando morrer, acreditava que seus melhores dias haviam acabado.

7. Leia 1 Reis 19:15, 16 e 2 Reis 2:11. O que ainda estava reservado para Elias?

Deus sabia que dias melhores estavam por vir para Elias. A cura viria para o profeta quando ele aprendesse a regular sua vida pelo ritmo de Deus e aceitasse Seu descanso. Ainda havia reis a ser ungidos e um sucessor a ser escolhido. Deus já sabia sobre Eliseu, que se tornaria tão próximo de Elias quanto um filho e que, pela fé, Elias voltaria a invocar fogo do Céu (2Rs 1:10). Para Elias, não haveria morte desesperada debaixo de um zimbro, mas, em vez disso, uma carruagem de fogo rumo ao descanso celestial.

O que a vida de Elias ensina sobre a atuação de Deus e a perseverança diante dos problemas?


Sexta-feira, 20 de agosto
Ano Bíblico: Jr 33-35
Estudo adicional

Com a contínua mudança de circunstâncias, vêm mudanças também em nossa experiência; e por essas mudanças ficamos frustrados ou deprimidos. Mas a mudança de circunstâncias não tem poder para mudar a relação de Deus para conosco. Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente; e pede-nos que tenhamos incondicional confiança em Seu amor” (Ellen G. White, Nos Lugares Celestiais, p. 120). “Continuem olhando para Jesus, fazendo, com fé, orações silenciosas, apoderando-se da força de Deus, quer tenham manifestos sentimentos, quer não. Avancem resolutos, como se cada uma das orações feitas tivesse sido acolhida pelo trono de Deus e atendida por Aquele cujas promessas não falham jamais. Prossigam no caminho, cantando e salmodiando a Deus em vosso coração, mesmo quando oprimidos por uma sensação de peso e tristeza. Digo-lhes como alguém que sabe: virá a luz, a alegria será nosso quinhão, e as névoas e nuvens serão espancadas. E passamos do poder opressor das sombras e trevas para a clara luz de Sua presença” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 2, p. 242, 243).

Perguntas para consideração

1. É difícil ajudar os que sofrem de transtornos mentais ou depressão. Qual seria uma boa estratégia para sua igreja aprender a ministrar de modo eficaz a pessoas com depressão?

2. Os autores bíblicos foram abertos e honestos perante Deus. Como podemos promover uma atmosfera de abertura e honestidade em nossa congregação?

3. É difícil orar quando temos depressão. Há poder na oração pelos que não conseguem orar?

4. Por que é importante lembrar que fé não é sentimento? Se estamos deprimidos, desanimados e preocupados não significa que não tenhamos fé em Deus, mas que, naquele momento, estamos com esses problemas, como todos já estivemos em alguma ocasião. Nesses momentos, é importante se apegar a Deus com fé, mesmo que isso pareça difícil?

5. Vemos esperança no relato do paralítico, especialmente se o pecado nos trouxe doença?

Respostas e atividades da semana:

1. B. 2. Ele disse que os pecados dele haviam sido perdoados. 3. Ele perguntou: “O que é mais fácil? Dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, tome o seu leito e ande’”? O problema ali era que os líderes religiosos não acreditavam que Jesus era o Filho de Deus e que Ele tinha autoridade para perdoar pecados. 4. Jezabel tinha ameaçado Elias de morte. Ele sabia do que ela era capaz. 5. Elias percebeu que ele era covarde. Ele entendeu que não tinha mérito e que havia decepcionado muitas pessoas com sua fuga inesperada. 6. Para Horebe, o monte de Deus, para ouvir as instruções do Senhor. 7. Ele ainda deveria ungir o rei da Síria e subiria ao Céu num redemoinho.



Resumo da Lição 8
Livres para descansar

ESBOÇO

Você já se perguntou por que não vemos curas milagrosas com mais frequência hoje em dia? Na lição desta semana, descobriremos a resposta a essa pergunta, e a muitas outras, sobre cura.

Estudaremos duas histórias principais: a história a respeito da cura do paralítico, no Novo Testamento, e a história do profeta Elias, no Antigo Testamento. Embora tenham ocorrido em tempos e lugares muito diferentes e em circunstâncias distintas, elas se complementam. Se analisadas em conjunto é possível ter um quadro mais completo da cura divina do que se forem estudadas separadamente.

Na cura do paralítico, Jesus criou uma polêmica ao declarar que os pecados do homem estavam perdoados antes da cura de sua doença física. Esse foi um ato intencional de Cristo. A doença emocional desse homem era maior do que a aflição de seu corpo. Ele estava sofrendo sob o peso da culpa e da vergonha por causa de seu antigo estilo de vida pecaminoso. Se Cristo tivesse curado apenas seu corpo, a cura teria sido incompleta.

Elias, por outro lado, era um dedicado servo de Deus. Ele foi uma testemunha fiel de seu Senhor durante uma época de profunda apostasia em Israel. Depois da morte dos profetas de Baal no Monte Carmelo, estava exausto e, sob as ameaças de Jezabel contra a sua vida, ficou desencorajado. Deus o encontrou onde ele estava e atendeu às suas necessidades. Estudaremos mais sobre as lições espirituais duradouras encontradas nessas duas histórias.

COMENTÁRIO

A história da cura do paralítico em Marcos 2:1-12 responde a alguns de nossos questionamentos mais profundos sobre cura milagrosa e nos ensina percepções valiosas a respeito do nosso crescimento em Cristo. Em primeiro lugar, observamos que o paralítico não foi a Cristo sozinho. Seus amigos o levaram a Jesus. Quatro homens o carregaram em uma maca. Evidentemente, eles tinham ouvido falar do poder de cura de Cristo e acreditavam que Ele poderia curar o doente. Esses amigos foram persistentes. Quando não puderam se aproximar de Jesus por causa da multidão, “removeram o telhado no ponto correspondente ao lugar onde Jesus Se encontrava e, pela abertura, desceram o leito em que o paralítico estava deitado. Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: – Filho, os seus pecados estão perdoados” (Mc 2:4, 5). Há profundas lições espirituais nessas poucas palavras. Os amigos desse homem estavam preocupados com ele. Estavam tão determinados a ajudá-lo que o ergueram até o telhado, abriram um buraco e o colocaram na presença de Jesus.

O Novo Testamento contém aproximadamente 30 relatos de milagres de cura de Jesus. Em dois terços dessas histórias, alguém traz outra pessoa ao Senhor. Muitas vezes, a cura física, mental, emocional ou espiritual ocorre na vida de alguém porque outro se preocupa em atender às suas necessidades em nome de Jesus. Você notou as palavras: “Vendo-lhes a fé”, em Marcos 2:5? Isso é fascinante. A fé é algo que você vê, não algo intangível. É sempre revelada na ação. Nesse caso, Jesus honrou a fé dos amigos daquele homem. Claro, o próprio homem deve ter tido um pouco de fé ao expressar a disposição de que seus amigos o levassem. Podemos ser agentes de cura de Jesus ao levar outros a Ele.

Jesus nunca está ocupado demais

Outro ponto significativo da história é que Jesus teve tempo para esse homem. Ele não considerou sua presença uma interrupção. Nunca há um momento em que Jesus está ocupado demais para atender às nossas necessidades. Ao olhar para o pobre sofredor, Jesus imediatamente reconheceu questões mais profundas. Como resultado, a cura física não foi imediata. Ele sabia que sua necessidade mais urgente era a cura espiritual. Nesse caso, o homem trouxe doença para si mesmo por seu estilo de vida pecaminoso. Sua culpa estava destruindo seu sistema imunológico e arruinando sua saúde. Isso também acontece com muitos cujo corpo sofre sob o peso da culpa.

Ellen G. White faz este comentário esclarecedor: “O paralítico encontrou em Cristo cura tanto para o corpo como para a alma. A cura espiritual foi seguida da restauração física. Essa lição não deve ser desconsiderada. Existem hoje milhares de vítimas de sofrimentos físicos, as quais, como o paralítico, estão ansiosas pela mensagem: ‘Os teus pecados estão perdoados’ (Mc 2:5). O fardo do pecado, com sua inquietação e desejos insatisfeitos, é o fundamento de suas doenças. Não conseguem encontrar alívio enquanto não vão até o grande Médico. A paz que só Ele pode dar transmite vigor à mente e saúde ao corpo” (O Desejado de Todas as Nações, p. 270).

Cura de dentro para fora

Jesus sabia que, a menos que lidasse com a causa fundamental da doença, em vez de curar apenas o corpo do paralítico, o homem logo ficaria doente novamente. “Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais e a convidar a decadência e a morte” (Ellen G. White, A Ciência do Bom Viver, p. 241). Biblicamente, a cura sempre inclui a pessoa inteira e envolve a restauração da pessoa à imagem de Deus. O pecado destrói. Isso afeta a pessoa inteira em todas as dimensões da vida. Jesus curou o paralítico de dentro para fora. A cura interna preparou o caminho para a cura externa. Ele havia trazido doença para si mesmo, e se Cristo tivesse curado apenas seu corpo, é provável que tivesse voltado à vida de pecado. Evidentemente, ele deve ter sentido a convicção do pecado e o desejo de ir a Cristo por algum tempo. O Espírito Santo o estava atraindo ao Salvador. Uma vez na presença de Cristo, ele se levantou de seu leito de doença para uma nova vida.

A principal causa da doença

Vivemos em um mundo imperfeito; portanto, doenças e enfermidades são comuns. A causa básica de todas as doenças é o pecado. Isso não significa que todos os que ficam doentes pecaram. Simplesmente significa que a causa fundamental para a enfermidade, à luz do grande conflito entre o bem e o mal, é a rebelião de Lúcifer no Céu e a queda de Adão e Eva no jardim do Éden. Em outras palavras, Jesus é um restaurador da saúde, e Satanás é um destruidor da saúde.

A questão da doença é complexa. Muitas enfermidades são causadas por nossas escolhas pessoais de estilo de vida. É exatamente por isso que Deus deu à Igreja Adventista do Sétimo Dia a mensagem de saúde. Esses princípios divinamente inspirados nos ajudam a reduzir o risco de doenças, mas não eliminam a possibilidade delas. Há várias causas para as doenças. A genética e o meio desempenham um papel importante nessa questão. Às vezes, as escolhas de outros afetam seriamente nossa saúde. Acidentes são coisas que não se pode controlar; entretanto, podemos controlar nossas próprias decisões. Quanto mais escolhas positivas fizermos, mais provável será que tenhamos saúde e vivamos a vida abundante que Cristo oferece. Compreender a causa da doença também nos permite cooperar com Cristo no processo de cura.

O ministério de cura de Jesus para Elias

Considere o caso de Elias. Um homem de caráter íntegro e inquestionável fé no poder divino. Ao longo dos três anos e meio de fome, confiou em Deus para seu sustento. Nem uma vez o Senhor o decepcionou. Elias foi guiado por Deus para saciar a sede no ribeiro de Querite, foi alimentado por corvos e sustentado por uma viúva humilde em Sarepta. Sua fé era vigorosa e, por meio dela, desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo. Foi lá que experimentou o poder milagroso de Deus. Ele propôs um teste para demonstrar o poder do Deus verdadeiro. Os profetas de Baal berraram, gritaram e clamaram aos seus deuses pagãos, mas absolutamente nada aconteceu. Elias derramou água sobre o altar, buscou fervorosamente a Deus, e desceu fogo do céu e consumiu o altar. Logo após os três anos e meio de seca, as chuvas caíram. Por ordem divina, Elias participou da matança dos profetas de Baal. Que homem de fé, coragem e firmeza! Você pensaria que nada poderia abalar sua fé. Mas aconteceu algo que o abalou.

Quando Acabe contou a Jezabel sobre os acontecimentos, ela ameaçou a vida de Elias (1Rs 19:1, 2). O corajoso profeta, que havia estado no Monte Carmelo perante os profetas de Baal, fugiu rapidamente sob a ameaça de uma rainha iníqua. Cansado, esgotado e exausto, desejou a morte. Desanimado, ele encontrou repouso ao se deitar sob um zimbro, uma árvore semelhante a um grande arbusto que prevalecia nos desertos do Oriente Médio e oferecia sombra aos viajantes cansados. Ali, desanimado e sozinho, Elias dormiu até que um anjo o acordou, preparou uma refeição para ele, deu-lhe um pouco de água para beber e o encorajou a dormir novamente. Isso aconteceu duas vezes e, com a força daquela comida, bebida e descanso, Elias viajou por 40 dias.

Existem algumas lições vitais nesse relato. Até mesmo o povo de Deus às vezes fica desanimado. Elias logo seria transladado sem ver a morte, mas ele também teve momentos difíceis. Observe como Deus lidou com a decepção de Elias. Ele não pregou um sermão para o profeta, não o incentivou a ter mais fé ou a orar mais. Nosso carinhoso Senhor deu a Elias uma boa refeição saudável, água refrescante e uma boa noite de descanso. Às vezes, a melhor coisa que podemos fazer por um amigo que está desanimado é estar presente para encorajá-lo e cuidar de suas necessidades.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

É extremamente importante que não critiquemos quando alguém está doente. Embora a doença possa ser o resultado de escolhas inadequadas em relação ao estilo de vida, nem sempre é. Mesmo que doenças e enfermidades sejam o resultado de escolhas pessoais, o exemplo de Jesus revela como tratar os que sofrem. Não fazia diferença para Jesus se o paralítico tinha vivido em pecado. O Salvador foi chamado para ministrar a todos os povos, e nós também somos chamados. Amigos levam amigos para Jesus. Ao orarmos com fé pelos que estão enfermos, Jesus fará milagres. Algumas vezes haverá milagres de cura instantânea, outras vezes a cura será gradual e, às vezes, aqueles por quem oramos morrerão e descansarão em Jesus até a gloriosa ressurreição na Sua segunda vinda. A Palavra de Cristo nos dá a certeza de que podemos descansar em Seu amor porque, por Sua graça, a cura é certa. A única questão é o momento. Será instantâneo, gradual ou na ressurreição?

Há ocasiões, como no caso de Elias, em que o melhor que podemos fazer por alguém que sofre de desânimo ou depressão é estar presente para atender às suas necessidades. Essa preocupação amorosa pode fazer toda a diferença. Nesta semana, em seus momentos de oração particular, peça a Deus para impressioná-lo a interceder por alguém que você sabe que está sofrendo de uma doença específica. Se possível, visite essa pessoa e veja se ela tem alguma necessidade que você possa atender. Você será muito abençoado ao ministrar como Jesus fez, e ela também.


Futebol, sopa e Deus

Nota: A apresentação desta entrevista necessita de duas pessoas. Os participantes não precisam memorizar o texto, mas devem estar familiarizados com o conteúdo.

Narrador: Nunavut é o maior e mais novo território, localizado na região mais ao norte do Canadá. Nunavut, que foi criado em 1999, é um território imenso e com pouca densidade demográfica, com tundras, montanhas escarpadas e vilarejos remotos que são acessíveis somente por barco ou avião. Ele é o lar de um pequeno grupo de adventistas. Hoje conheceremos um desses irmãos. [Dirigindo-se dirige ao entrevistado] Você poderia se apresentar?

Sakhile: Meu nome é Sakhile. Sou casada e tenho dois filhos, um menino e uma menina. Trabalho como enfermeira na capital de Nunavut, Iqaluit, cidade com aproximadamente oito mil habitantes. Há um ano, nos mudamos para cá. Morávamos em Pond Inlet, uma pequena comunidade de 1.800 pessoas ao norte de Nunavut.

Narrador: O território de Nunavut enfrenta grandes desafios como falta de moradia e violência doméstica. O que os adventistas podem fazer?

Sakhile: Quando chegamos em Pond Inlet, conhecemos uma familia jamaicana adventista. Depois que eles foram embora, éramos os únicos adventistas e vivíamos no coração da comunidade. Meu esposo trabalhava para o governo municipal e eu era a única enfermeira local. Se não estivéssemos trabalhando, as coisas não teriam acontecido na comunidade. Como consequência, podemos dizer que ocupávamos posições de influência. Isso tornou difícil testemunhar. Algumas pessoas estavam dispostas a aceitar tudo que falamos como verdade e não desejávamos tirar vantagem sobre isso. Também não queríamos que pensassem que usávamos nossas posições para impor nossas crenças. Por isso, éramos muito cuidadosos. Mas houve alguns projetos que realizamos. Começamos um clube de futebol para meninas de nove a doze anos de idade. Pond Inlet não tinha nenhum clube de futebol para garotas e ele era uma boa influência para a comunidade. Os adultos começaram a notar que as garotas não ficavam mais desocupadas caminhando pelas ruas. Elas agora tinham um propósito. Participavam do clube treinando, fazendo refeições e encontrando com as amigas. Também ensinamos as garotas a arrecadar fundos para o clube. Além de ensinar a fazer bolos para vender, oferecemos cursos sobre mentoria. Ensinamos as garotas a assumirem a responsabilidade pelo clube para que pudessem continuar sem nossa ajuda.

Outra maneira que impactou a comunidade foi através dos amigos dos nossos filhos. Eles pediram para vir à nossa casa para brincar nas noites de sexta-feira e sábados. Nossos cultos eram realizados aos sábados e convidamos as crianças para participar conosco.

Narrador: Quais são as diferenças entre Iqaluit e Pond Inlet?

Sakhile: Várias famílias adventistas vivem em Iqaluit e o companheirismo ajuda muito no crescimento de nossa espiritualidade. Eu posso telefonar para os membros da igreja e pedir para orar por nós. Sinto que existe uma rede de segurança. Em Iqaluit, dou aulas na classe dos juvenis e estou fazendo planos para que as crianças se envolvam em ajudar os idosos e praticar outros atos de bondade.

Narrador: Qual é o seu sonho para a igreja adventista local?

Sakhile: Precisamos de um templo nosso. Nossas iniciativas de evangelismo estão muito limitadas por nossa incapacidade de um local mais adequado para chamarmos de lar. Há vários anos, quando visitei Iqaluit pela primeira vez, tínhamos um local dedicado aos cultos de sábado, onde servíamos sopa aos desabrigados durante a semana. Embora não operássemos o refeitório aos sábados, os moradores de rua sabiam que poderiam ir ao prédio no sábado para uma refeição comunitária. O espaço menor que agora alugamos não é grande o suficiente para as refeições. Minha classe da Escola Sabatina se reúne na sala de estar de casa. A classe dos primários se reúne na sala de estar de outra pessoa e uma terceira classe de crianças se reúne em outra casa. Os adultos se reúnem em nossa igreja alugada. Seria maravilhoso se pudéssemos realizar os cultos e outras reuniões em um só lugar.

Narrador: Agradecemos por nos mostrar uma visão rápida sobre esse território remoto canadense de Nunavut. [Dirige-se a congregação] Parte da oferta do trimestre ajudará a construir uma nova igreja e um centro de serviço comunitário para testemunhar de Deus em umas das comunidades de Nunavut. Muito agradecemos pelas generosas ofertas do trimestre.

Informações adicionais

• Pronúncia de Nunavut <NUUN-?-vut>.

• Pronúncia de Iqaluit .

• Faça o download das fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

• Para outras notícias e informações sobre a Divisão Norte-americana acesse: bit.ly/NAD-2021.

Esta história ilustra os componentes seguintes do plano estratégico da !greja Adventista, “I Will Go”: Objetivo de Crescimento Espiritual nº 1 – “reavivar o conceito de missão mundial e sacrifício pela missão como um modo de vida que envolva não apenas os pastores, mas todos os membros da igreja, jovens e idosos, na alegria de testemunhar por Cristo e de fazer discípulos” através do “aumento do número de membros da igreja que participam em iniciativas evangelísticas pessoais e públicas com o objetivo de envolvimento total dos membros” (KPI 1.1). Objetivo de Crescimento Espiritual nº 5 – “discipular indivíduos e familiares numa rotina espiritual”. Conheça mais sobre o plano estratégico em IWillGo2020.org.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2021

Tema Geral: Descanso em Cristo

Lição 8 – 14 a 20 de agosto

Livres para descansar

Autor: Weverton Castro

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução

O evangelho de Marcos relata a cura de um homem que sofria de dois males: um exterior e outro interior. Por fora, ele sofria de uma paralisia física. Por dentro, suportava o peso da culpa do pecado. O texto revela que o paralítico soube que Jesus, o Médico dos médicos, estava em sua cidade, Cafarnaum, pregando em uma casa apinhada de gente.

Naqueles tempos os telhados das casas eram tipicamente feitos de palha e argila, colocados sobre vigas de madeira que iam de parede a parede. Uma escada levava ao telhado, um lugar às vezes usado para descanso e relaxamento (Dybdahl, notas da Bíblia Andrews, 2010, p. 1298). Com a ajuda de amigos, um buraco foi feito no telhado da casa e o homem paralítico foi descido até a presença de Jesus. Diante do Messias, finalmente ele recebeu o que precisava.

1. Muito além do exterior

Nos tempos de Jesus, havia entre os judeus uma crença que correlacionava as doenças aos pecados. Segundo tal filosofia, as enfermidades eram consequências dos pecados cometidos pelo indivíduo. Nesse contexto, um paralítico, além de sofrer o preconceito por causa de sua limitação física, também era visto como um grande pecador que estava recebendo a punição pelos seus atos passados.

Assim que o paralítico foi descido diante de Jesus, contrariando o que muitos imaginavam, o Mestre, primeiramente, deu ao homem o perdão de seus pecados. “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” (Marcos 2:5, ARA). Ao agir dessa forma, Jesus estava direcionando Seu poder para resolver o problema mais urgente daquele indivíduo: a culpa.

Embora fosse paralítico, não era sua condição física que mais trazia sofrimento àquele homem. Sua alma estava doente. Seu problema real não era a deficiência que os outros enxergavam, mas descia a um nível mais profundo, alcançando sua alma.

2. Amigos são remédios

A história da cura do paralítico, conforme registrada no evangelho de Marcos, passa inevitavelmente pelo papel fundamental da amizade. Conforme lemos o relato percebemos que aquele homem não tinha como chegar a Jesus sozinho. Ele precisava de pessoas que o carregassem até o Messias. Sem os amigos, ele jamais poderia ter sido curado.

O verso 4 mostra a postura ativa dos amigos ao procurarem uma solução para levar o paralítico até Jesus diante do número de pessoas que estavam na casa. “E, não podendo aproximar-se Dele, por causa da multidão, descobriram o eirado no ponto correspondente ao em que Ele estava e, fazendo uma abertura, baixaram o leito em que jazia o doente” (Marcos 2:4, ARA).

Os amigos participaram ativamente do processo de cura do paralítico, tanto que, no verso seguinte, eles são incluídos por Jesus no reconhecimento da fé que operou o milagre: “Vendo-lhes a fé, Jesus disse ao paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados” (Marcos 2:5, ARA).

Esse aspecto da cura nos ensina lições preciosas sobre o valor da amizade. A Bíblia mostra que amigos verdadeiros são aqueles que nos levam para perto de Jesus e que muitas vezes nos carregam, quando não conseguimos continuar pelas nossas próprias forças. Amigos de verdade nos apontam soluções e se colocam à disposição para ajudar nas resoluções.

Por fim, vale lembrar de um belo pensamento atribuído ao escritor William Shakespeare, que diz: “O que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida”.

3. Dois aspectos da jornada espiritual

Um segundo personagem apresentado na lição desta semana é o grande profeta Elias. Por causa da imparcialidade da Bíblia, encontramos não somente os momentos de glórias e vitórias desse homem, mas também somos convidados a refletir sobre os episódios de sua vida caracterizados pelo medo, pela angústia e pelo fracasso.

Primeiro lemos sobre o Elias do Carmelo. No livro de 1 Reis 18, encontramos o relato do desafio que Elias fez aos quatrocentos e cinquenta profetas de Baal diante de todo o povo de Israel. Sua coragem e ousadia são destacadas em cores vívidas ao enxergarmos um profeta que não duvidou de que seu Deus, além de enviar fogo do céu, impediria que as forças do mal interviessem. “Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra” (1 Reis 18:24, ARA).

No final do desafio, Elias mostrou que seu Deus era o Deus verdadeiro e que Baal não merecia ser adorado. Os profetas falsos foram mortos e o rei Acabe voltou envergonhado para o palácio. Assim, no monte Carmelo encontramos um Elias destemido que demonstrou total confiança no poder do Senhor.

Depois, temos o Elias do Horebe. Somente um capítulo depois da grande vitória sobre os profetas de Baal, encontramos o mesmo profeta em outro contexto totalmente diferente. Dessa vez, ele não estava mais em cima do monte demonstrando sua coragem. Em 1 Reis 19, lemos o episódio em que o grande profeta do monte Carmelo estava escondido na caverna do monte Horebe. “Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus. Ali, entrou numa caverna, onde passou a noite; e eis que lhe veio a palavra do Senhor e lhe disse: Que fazes aqui, Elias?” (1 Reis 19:8,9, ARA).

Ao contemplarmos essas duas cenas da vida do mesmo grande homem de Deus, percebemos os altos e baixos que podemos atravessar em nossa jornada espiritual. Nem sempre nossos dias são marcados pelas vitórias ou sorrisos. As lágrimas também podem aparecer em nosso caminho. O mais importante é ver que o mesmo Deus do Carmelo estava com Elias enquanto ele chorava dentro da caverna do Horebe. Assim, não importa o momento que vivamos, Ele nunca nos abandona.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Weverton de Paula Castro é pastor e professor de Teologia no Seminário Adventista da Faculdade Adventista da Amazônia (FAAMA). Ele é casado com a enfermeira Jozy Anne e é pai do pequeno André, nascido no início de 2021. Graduado em Teologia e Filosofia, tem mestrado intracorpus em Interpretação Bíblica (FADBA) e em Ciências da Religião (UEPA). Atualmente é doutorando em Educação Religiosa (Andrews University).