Lição 13
16 a 22 de setembro
Lutando pela paz
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 133
Verso para memorizar: “Segurando sempre o escudo da fé, com o qual poderão apagar todos os dardos infl amados do maligno. Usem também o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus” (Ef 6:16, 17).
Leituras da semana: Ef 6:10-20; 1Pe 4:1; 5:8; Is 59:17; 52:8-10; 1Ts 5:16-18

No livro devocional O Peregrino, clássico de John Bunyan, escrito enquanto ele estava na prisão, Christian é escoltado até o arsenal de armas de um palácio e lhe é mostrado “todo tipo de artefato [armamento], que seu Senhor havia provido para peregrinos, como espada, escudo, capacete, couraça e sapatos que não se desgastavam. E havia ali o suficiente para armar [habilitar] tantos homens para o serviço do Senhor quanto há estrelas no céu”. Antes de Christian partir, ele foi novamente escoltado para o arsenal onde “o armaram [habilitaram] da cabeça aos pés com o que era impenetrável, para que ele não fosse atacado no caminho”.

O que Bunyan escreveu em 1678 d.C. lembra um documento escrito cerca de 1.600 anos antes, a Epístola aos Efésios, também escrita na prisão. Nela, o notável apóstolo missionário imaginou um grande exército, a igreja, visitando o arsenal de Deus e se vestindo da panoplia divina, termo grego para armadura completa, da cabeça aos pés. O arsenal de Deus tem o suficiente do melhor armamento para que todo soldado do Seu exército seja “vestido com aço do norte da cabeça aos pés”, enquanto se propuser a promover a paz em Seu nome.

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Domingo, 17 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 134
A igreja: um exército unificado

1. Leia Efésios 6:10-20. O que Paulo disse sobre o tipo de guerra em que a igreja está envolvida? Ele descreveu principalmente a batalha espiritual de um crente contra o mal, ou a guerra da igreja contra o mal?

A vitória na guerra grega e romana dependia da cooperação dos soldados em uma unidade militar e especialmente do apoio uns aos outros no calor da batalha. O individualismo na batalha era considerado uma característica dos guerreiros bárbaros, condenando-os à derrota.

Há três razões importantes para apoiar a ideia de que Paulo, em consonância com essa interpretação militar habitual, abordou principalmente a batalha de toda a igreja contra o mal em Efésios 6:10-20: 1. A passagem é o clímax de uma carta que trata da igreja. Seria estranho se Paulo concluísse sua carta com uma descrição de um guerreiro cristão solitário que luta contra os inimigos das trevas; 2. No fim da passagem, Paulo destacou a unidade cristã em seu chamado à oração “por todos os santos” (Ef 6:18-20); 3. O aspecto mais significativo é que, antes na carta, quando Paulo falou sobre os poderes do mal, ele os colocou contra a igreja, não contra o crente individual: “E isso para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais” (Ef 3:10).

Assim, Efésios 6:10-20 não retrata um guerreiro solitário confrontando o mal. Em vez disso, Paulo como general se dirigiu à igreja como um exército. Ele nos chama a pegar nossa armadura completa e, como um exército unificado, avançarmos com vigor e em união na batalha. Paulo escolheu concluir sua ênfase sobre a igreja, que incluiu descrições contínuas da igreja como o corpo de Cristo (Ef 1:22, 23; 4:1-16), o edifício/templo de Deus (Ef 2:19-22) e a noiva de Cristo (Ef 5:21-33), com uma metáfora final, a igreja como o exército do Deus vivo. Uma vez que estamos nos aproximando do “dia mau” (Ef 6:13), as últimas etapas da longa batalha contra o mal, não é hora de estarmos confusos quanto ao nosso compromisso com Deus ou nossa lealdade uns com os outros como soldados de Cristo.

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Como trabalhar juntos a fim de ajudar uns aos outros nas lutas contra o mal?


Segunda-feira, 18 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 135
Cinto e couraça

2. Como Paulo imaginou os crentes se preparando para a batalha contra o mal? (Ef 6:14; ver também 1Pe 4:1; 5:8; Rm 8:37-39)

O aviso de Paulo sobre uma batalha intensa (Ef 6:13) prepara os leitores para o último chamado para ficar firmes (o quarto chamado; Ef 6:11, 13) e é um chamado detalhado à batalha (Ef 6:14-17). Paulo descreveu a ação de “cingir-se” (Is 11:5). Roupas antigas e soltas precisavam ser amarradas ao redor da cintura antes do trabalho ou da batalha (Lc 12:35, 37; 17:8). Paulo imaginou o crente se adaptando à armadura, como um legionário romano, começando com o cinto militar de couro com gravuras decorativas e fivela. Do cinto pendia uma série de correias de couro cobertas com discos de metal, formando juntos um “avental” usado como emblema de classificação para efeito visual. Tinha a função de prender o vestuário e manter outros itens no lugar.

A verdade não é propriedade dos crentes; é um dom de Deus (comparar com a salvação em Ef 2:8). Contudo, não deve ser abstrata, um bem distante sem qualquer impacto transformador na vida. Eles devem “cingir- se” com a verdade de Deus, experimentar e usar esse dom divino. Os crentes não possuem a verdade de Deus tanto quanto a verdade de Deus os possui e os protege.

Na sequência, em Efésios 6:14, Paulo instou os crentes a vestir “a couraça da justiça” (ver 1Ts 5:8). Assim como o cinto da verdade, ela é de origem divina, sendo parte da armadura de Yahweh em Seu papel como guerreiro divino (Is 59:17). A armadura usada pelos soldados na época de Paulo era feita de malha (pequenos anéis de ferro entrelaçados), armaduras em escamas (pequenas escamas sobrepostas de bronze ou ferro) ou faixas de ferro sobrepostas e fixadas. Essa armadura ou couraça protegia os órgãos vitais dos golpes e empurrões do inimigo. De forma análoga, os crentes devem experimentar a proteção espiritual oferecida pelo dom divino da justiça. Em Efésios, Paulo associou a justiça com santidade, bondade e verdade (Ef 4:24; 5:9), pensando nela como a qualidade de tratar bem os outros e de forma justa, especialmente companheiros membros da igreja.

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Bondade, santidade e verdade podem ser uma proteção? Você já experimentou isso?


Terça-feira, 19 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 136
Sapatos: a igreja como arauto da paz

Um soldado romano, preparando-se para a batalha, usaria um par de sandálias resistentes. Uma sola de várias camadas continha travas robustas, que ajudavam a manter a posição e “ficar firmes” (Ef 6:11, 13, 14). Paulo explicou esse calçado usando a linguagem de Isaías 52:7, que celebra o momento em que um mensageiro traz a notícia de que Yahweh venceu a batalha por Seu povo (Is 52:8-10) e a paz reinava.

3. Paulo destacou a paz oito vezes em Efésios. Por que ele usou uma metáfora militar se desejava a paz? Ef 1:2; 2:14, 15, 17; 4:3; 6:15, 23

Paulo celebrou a paz como obra de Cristo, “nossa paz”, Aquele que pregou paz “aos que estavam longe e paz também aos que estavam perto” (Ef 2:14-17), unindo judeus e gentios em “uma nova humanidade” (Ef 2:15). Mantendo a história do evangelho e Sua obra geradora de paz, celebrando Sua vitória passada e olhando para o brado de vitória futura, os crentes calçam os pés para a batalha. Como o mensageiro em Isaías 52:7, os crentes são mensageiros que proclamam a vitória e a paz de Cristo.

No entanto, Paulo não quer que entendamos seu chamado à batalha como um chamado para pegar armas militares contra os inimigos. É por isso que ele descreve os crentes como proclamadores do “evangelho da paz” (Ef 6:15). Ele também não deseja que os crentes sejam combativos em seus relacionamentos, uma vez que enfatizou a unidade, encorajou o discurso gentil e a amabilidade (Ef 4:25–5:2). A igreja deve “lutar pela paz” empregando o arsenal evangélico das virtudes (humildade, paciência, perdão, etc.) e práticas cristãs (oração, adoração). Tais atos são estratégicos, apontando para o grande plano de Deus de unificar todas as coisas em Cristo (Ef 1:9, 10).

Como o texto a seguir nos ajuda a entender o que as metáforas militares de Paulo devem significar? “Deus nos chama a vestir a armadura. Não queremos a armadura de Saul, mas a armadura completa de Deus. Assim podemos avançar na obra com o coração cheio de ternura, compaixão e amor semelhantes aos de Cristo” (Ellen G. White, [Australasian] Union Conference Record, 28 de julho de 1899).

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Quarta-feira, 20 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 137
Escudo, capacete e espada

4. Quando e como os crentes, combatentes no grande conflito, devem usar o escudo, o capacete e a espada? Ef 6:16, 17

O escudo ao qual Paulo se referiu era o grande escudo retangular de um legionário romano. Feitos com madeira e cobertos de couro, suas bordas curvavam-se para dentro para proteger de ataques laterais. Quando encharcados em água, os escudos podiam “apagar todos os dardos inflamados”, apagando flechas mergulhadas em betume e colocadas em fogo. A descrição do “escudo da fé” reflete o emprego do escudo no AT como símbolo de Deus, que protege Seu povo (Gn 15:1; Sl 3:3). Segurar “o escudo da fé” (Ef 6:16) é entrar na batalha cósmica com confiança em Deus, que luta em favor dos crentes (Ef 6:10), provê o melhor armamento (Ef 6:11, 13) e garante a vitória.

O capacete de batalha romano era feito de ferro ou bronze. À parte que protegia a cabeça adicionava-se uma placa na parte de trás para proteger o pescoço, protetores de ouvido, protetor para a testa e placas articuladas para proteger as bochechas. “O capacete da salvação” (Ef 6:17) simboliza a experiência de salvação em união com o Cristo ressuscitado, que subiu aos Céus e foi exaltado (Ef 2:6-10). Colocar o “capacete da salvação” significa rejeitar o medo dos poderes espirituais, comum naquela época e, em vez disso, confiar no poder de Cristo (Ef 1:15-23; 2:1-10).

O item final da armadura é “a espada do Espírito, a Palavra de Deus” (Ef 6:17), referindo-se à espada pequena e de dois gumes do legionário romano. A tática de batalha usual era lançar dois dardos (não mencionados por Paulo) e, em seguida, sacar a espada e atacar, empregando a espada pequena em um movimento agressivo. A espada dos crentes é “a espada do Espírito” no sentido de que é provida pelo Espírito, uma arma identificada como “a Palavra de Deus”. Paulo deu um passo à frente como general e fez um chamado à batalha, falando promessas de esperança e vitória do divino Comandante-chefe. São essas promessas (ver Ef 6:10-20) que constituem “a Palavra de Deus” como a principal arma na batalha contra o mal. A “Palavra de Deus”, então, refere-se às várias promessas do evangelho que encontramos na Bíblia.

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Com base nas metáforas militares, devemos levar a sério a realidade do conflito?


Quinta-feira, 21 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 138
Praticando a oração no campo de batalha

Ao concluir a exortação de batalha, Paulo instou os crentes à oração contínua “por todos os santos” e por si mesmo como embaixador em cadeias (Ef 6:18-20). Esse chamado à oração pode ser visto como uma extensão das imagens militares, uma vez que clamar a Deus (ou aos deuses) em oração era uma prática comum no antigo campo de batalha. Para citar um exemplo bíblico: após a mensagem de Jaaziel sobre a batalha, Josafá levou “todo o Judá e os moradores de Jerusalém” a se prostrarem “diante do Senhor” e O adorarem (2Cr 20:18). Embora a oração não seja uma sétima peça da armadura, é parte integrante da exortação de batalha e da metáfora militar de Paulo.

No primeiro de dois pedidos de oração, Paulo pediu aos leitores que fizessem oração fervorosa, urgente e perseverante “por todos os santos” (Ef 6:18). Para que a igreja seja bem-sucedida na luta contra os poderes do mal, precisará praticar a dependência de Deus por meio da oração inspirada no Espírito.

O segundo pedido de oração de Paulo foi por si mesmo, para que Deus lhe concedesse a mensagem certa (“me seja dada a palavra”), no tempo devido (“no abrir da minha boca”), para transmiti-la da maneira correta (“com ousadia”) e com um tema muito importante, “o mistério do evangelho” (Ef 6:19). Essa última frase se refere ao que chamamos de “segredo revelado” da intervenção divina em Cristo para resgatar gentios e judeus (Ef 3:1-13), criando “uma nova humanidade” (Ef 2:15; 2:11-22) como sinal do plano maior de “unir todas as coisas” em Cristo (Ef 1:10).

5. Reveja os seguintes “chamados à oração” no NT. Qual deles o inspira mais e por quê? Lc 18:1-8; Fp 4:6; Cl 4:2; 1Ts 5:16-18

Por que os crentes são instados com frequência a orar com fervor e perseverança? A metáfora militar de Paulo sugere duas respostas: (1) a ameaça de batalha espiritual contra uma gama de inimigos sobrenaturais é terrível e real; (2) as promessas divinas de força espiritual e vitória são ilustradas por meio das metáforas militares (Ef 6:10-17). A oração fervorosa e constante dá oportunidade para ouvirmos atentamente essas promessas, celebrá-las e agradecer a Deus os recursos de Sua graça.

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Sexta-feira, 22 de setembro
Ano Bíblico: RPSP: Sl 139
Estudo adicional

“Um exército em batalha ficaria confuso e enfraquecido a menos que todos trabalhassem em conjunto. Se os soldados agirem segundo suas próprias ideias impulsivas, sem considerar a posição e a atuação dos outros, seriam átomos independentes; não poderiam fazer o trabalho de um corpo organizado. Portanto, os soldados de Cristo devem agir em harmonia. Não se deve valorizar o trabalho solitário. Se fizerem isso, em lugar de estar em perfeita harmonia, tendo uma só mente, um propósito, e consagrado a um grande objetivo, verão esforços infrutíferos, e terão seu tempo e sua capacidade desperdiçados. União é força. Algumas almas convertidas agindo em harmonia, por um grande propósito, sob uma direção, alcançarão vitórias em cada confronto” (Ellen G. White, Spalding e Magan Collection, p. 121).

Por que Paulo se autodenominou “embaixador em cadeias” (Ef 6:20)? Embaixadores desempenhavam papéis desafiadores na guerra. A autodescrição de Paulo se encaixa no contexto de sua metáfora militar. Os embaixadores deveriam ser tratados com o respeito devido à pessoa ou ao país que os enviava. Portanto, há um forte contraste entre a posição de Paulo como embaixador do Governante supremo do cosmos e o total desrespeito sinalizado por suas cadeias (literalmente, “cadeia”). No entanto, uma vez que os embaixadores usavam um “colar de ofício”, é provável que a menção de uma “cadeia” estivesse “temperada com ironia”, na qual ele considerava sua cadeia como “uma insígnia a ser usada com distinção” (David J. Williams, Paul’s Metaphors: Their Context and Character [Peabody, MA: Hendrickson, 1999], p. 152).

Perguntas para consideração

  1. O que significa “lutar pela paz” num mundo caracterizado pela violência?
  2. Que “dardos inflamados” estão sendo arremessados em sua direção? Como você pode garantir que o “escudo da fé” esteja preparado para apagá-los?
  3. Como podemos conduzir o “ministério da oração” com base em Efésios 6:18-20?
  4. De que modo devemos tratar os feridos no grande conflito? Como lidar com os crentes que, no calor da batalha, fogem ou passam para o outro lado?

Respostas e atividades da semana: 1. Uma batalha espiritual. Ele descreveu a igreja como um exército. 2. Usando toda a armadura de Deus, começando com o revestimento da verdade e a couraça da justiça. 3. Devemos entender o chamado à batalha como um chamado para usar o arsenal das virtudes (humildade, paciência, perdão, etc.) e práticas cristãs (oração, adoração) para proclamarmos o “evangelho da paz”. 4. Em todo o tempo. Em comunhão com Deus, dependemos do Senhor e resistimos aos poderes malignos. 5. Comente com a classe.

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Resumo da Lição 13
Lutando pela paz

TEXTO-CHAVE: Efésios 6:16, 17

FOCO DO ESTUDO: Ef 6:10-20; 1Pe 4:1; 1Pe 5:8; Is 59:17; Is 52:8-10; 1Ts 5:16-1

VISÃO GERAL

Introdução: Ao listar e descrever a armadura de Deus como itens individuais (cinto, couraça, sapatos, escudo, capacete, espada), Paulo não pretende descrever um guerreiro solitário. Pelo contrário, em grego, ele usa os verbos na segunda pessoa do plural para se dirigir a um exército inteiro: (1) sejam fortalecidos (Ef 6:10); (2) vistam-se com toda a armadura de Deus (Ef 6:11); (3) para poderem ficar firmes (Ef 6:11); (4) porque a nossa luta (Ef 6:12); (5) peguem toda a armadura (Ef 6:13) e (6) fiquem firmes. De fato, todos ou a maioria dos outros verbos que Paulo usa ao se dirigir à igreja estão no plural. Por seu uso do plural, Paulo retrata diante de nossos olhos o glorioso exército de bravos soldados de Deus totalmente equipados para a missão.

Mas qual é a missão desse exército? Eles estão blindados e prontos para proclamar ao Universo uma mensagem de Deus, a mensagem de que Ele traz paz ao Universo, às pessoas na Terra, paz entre as nações, nas comunidades, nas famílias, entre gerações e classes. Contudo, essa paz não é alcançada por meio de concessão ou sincretismo, em que todas as partes no conflito garantem a aceitação de uma parte de sua própria visão de mundo, seus valores ou projetos. Em vez disso, Deus trouxe paz ao revelar Seu amor e justiça na cruz e, assim, vencer a batalha contra Seus acusadores e inimigos. Quando as pessoas aceitam o que o Senhor Jesus fez na cruz, Deus alegremente as abençoa com a justiça de Cristo. É essa justiça e esse amor que traz paz entre os seres humanos e Deus, entre as pessoas e para todo o Universo. É essa paz que os cristãos proclamam. A história das nações, das religiões, da cultura, da filosofia, da psicologia e da ciência mostrou que não há outro caminho para alcançar a paz. Pelo fato de que os cristãos experimentaram essa paz na vida, na família, na comunidade e na igreja, eles podem proclamá-la a toda a humanidade e a todo o Universo.

Temas da lição: O estudo desta semana se concentra em quatro temas relacionados:

  1. A igreja está envolvida no conflito cósmico com a missão de proclamar o evangelho da paz ;
  2. Não estamos lutando sozinhos nessa batalha: Estamos lutando “no Senhor” e em Sua armadura ;
  3. Não estamos lutando como guerreiros solitários, mas como o exército de Deus, o Seu povo ;
  4. Não estamos travando uma batalha sem fim e incerta, mas uma batalha que já tem um desfecho certo: na cruz, Deus conquistou a vitória sobre o pecado, o mal, a morte e Satanás.

COMENTÁRIO

Guerra e paz

Paulo inicia o fragmento de Efésios 6:10-17 com uma tríplice referência ao poder (Ef 6:10), usando três palavras diferentes: o verbo endunamoó, “fortalecer”, e dois substantivos, kratos, “força” ou “ poder”, e ischus, “resistência”, “poder”, “força” ou “habilidade”. O apóstolo usou as mesmas palavras, todas as três em forma de substantivo, no início de sua epístola (Ef 1:19-21) ao descrever a grandeza e o poder de Deus, conforme revelados em Cristo. No fim de sua carta (Ef 6), Paulo diz aos efésios que esse poder está disponível para eles. O apóstolo apela para o tema do poder porque está introduzindo o tema do conflito, da guerra, da luta e da superação.

Infelizmente, a vida cristã está intimamente relacionada com luta e superação. É verdade que todas as religiões, filosofias, ciências, toda a literatura e toda história – na verdade, todas as narrativas como evolucionismo, marxismo, nazismo – percebem e descrevem a vida como uma luta, como um conflito. De fato, quem quer vender uma história precisa fazer um enredo de conflito e luta. Nessas histórias, o protagonista, ou herói, luta contra algo ou alguém, por exemplo, um protagonista luta contra um superpoder, outro herói luta para superar um buraco negro, um terceiro herói luta contra uma doença incurável.

Contudo, Paulo explica que a luta do cristão é contra as “ciladas do diabo” (Ef 6:11). A guerra que ele descreve “não é contra o sangue e a carne, mas contra os principados e as potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestiais” (Ef 6:12; veja também Ef 1:19-21; Ef 2:6; Ef 3:10). Essa batalha espiritual nas “regiões celestiais” tem repercussões diretas e cruciais em nossa vida. Estamos diretamente envolvidos nessa guerra e devemos escolher um lado. No entanto, em toda a epístola, o apóstolo explica que não estamos envolvidos nessa guerra simplesmente porque duas superpotências estão lutando e somos vítimas colaterais inocentes, enredadas ou apanhadas nessa batalha contra nossa vontade.

Na verdade, é o contrário disso. Foi Deus que Se envolveu nessa batalha por nós. Fomos nós que nos aliamos às forças das trevas para lutar contra Deus. Em vez de nos destruir, Deus Se ofereceu para lutar pela nossa salvação. Ele tomou sobre Si a nossa culpa e o nosso pecado, Ele morreu em nosso lugar para que pudesse nos trazer paz, a fim de que pudesse nos restaurar ao nosso estado de direito em Seu reino.

É por isso que, quando nos tornamos cristãos, aceitamos a oferta da paz de Deus, aceitamos Seu chamado para experimentá-la e desejamos compartilhá-la com pessoas que ainda estão em guerra com Deus. Não nos unimos a Cristo a partir de uma posição neutra, mas a partir da linha dos inimigos de Deus. Quando nos unimos ao exército de Cristo, somos atacados pelo diabo e por todas as forças do mal que trabalham em nós também. Nessa batalha, precisamos da armadura de Deus e da arma da proclamação do Seu evangelho da paz. Analise essa profunda visão de Ellen G. White:

“Muitos não consideram esse conflito entre Cristo e Satanás como tendo relação especial com sua vida e pouco se interessam por ele. No entanto, essa luta se repete em cada coração. Ninguém abandona o exército do mal e entra no serviço de Deus sem enfrentar os ataques de Satanás. As sedutoras sugestões as quais Cristo resistiu são as mesmas que achamos tão difícil vencer. A pressão contra Ele era proporcional à superioridade de Seu caráter em relação ao nosso. Com o terrível peso dos pecados do mundo sobre Si, Cristo suportou a prova quanto ao apetite, ao amor ao mundo e à ostentação que induz à soberba. Foram essas as tentações que derrotaram Adão e Eva e tão rapidamente nos vencem” O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 83).

O grande conflito

Em sua abrangente obra, Systematic Theology [Teologia Sistemática], Norman Gulley destaca que a teologia cristã geralmente tem omitido o tema do conflito cósmico ou do grande conflito. (Ver Norman Gulley, Systematic Theology: The Church and the Last Things [Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2016], v. 4, p. 478). Enquanto para outros cristãos o grande conflito (o conflito cósmico espiritual entre Deus e as forças malignas de Satanás) é um dos detalhes mais relacionados à teodiceia, para Ellen G. White e os Adventistas do Sétimo Dia, o grande conflito é a doutrina abrangente que integra não apenas sistemática, mas historicamente todas as outras doutrinas. Para os Adventistas do Sétimo Dia, o tema do grande conflito não é apenas um sistema de doutrinas, mas uma história, a história de Deus. É a história de Seu ato amoroso de criação, da nossa rebelião contra Ele e de Seu amor sacrifical por nós; da Sua intervenção direta na história do nosso mundo por meio da encarnação, da Sua morte na cruz, ressurreição e ascensão; de Seu desejo e de Sua obra para restaurar nosso relacionamento com Ele; de Sua restauração da unidade e do amor na humanidade por intermédio da igreja; de Suas promessas de pôr fim à história do pecado e do mal e de Sua promessa de nos conduzir à Sua alegria e paz eternas. Por essa razão, os Adventistas do Sétimo Dia expressaram o tema do grande conflito como a crença fundamental 8, votada pela Assembleia da Associação Geral em 1980:

“Toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e Satanás, quanto ao caráter de Deus, Sua lei e Sua soberania sobre o Universo. Esse conflito se originou no Céu quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria se tornou Satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo, ao induzir Adão e Eva ao pecado. Esse pecado humano resultou na deformação da imagem de Deus na humanidade, no transtorno do mundo criado e em sua consequente devastação por ocasião do dilúvio mundial. Observado por toda a criação, este mundo se tornou o palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. Para ajudar Seu povo nesse conflito, Cristo envia o Espírito Santo e os anjos leais, para os guiar, proteger e amparar no caminho da salvação.” (Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia, 8ª ed. [Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2008], p. 125).

Herbert E. Douglass explica de forma rica e habilidosa o papel que o tema do grande conflito (TGC) desempenha na teologia adventista do sétimo dia: “Para os Adventistas do Sétimo Dia, o TGC é o conceito central que traz coerência a todos os assuntos bíblicos. Ele transcende as antigas divisões que fraturaram a igreja cristã por séculos. Traz paz aos adversários teológicos que de repente veem em uma nova harmonia as verdades as quais cada um vinha defendendo vigorosamente. Nisso reside a singularidade do adventismo. Essa singularidade não é um elemento particular de sua teologia, como sua doutrina do santuário. Em vez disso, a distinção do adventismo repousa em sua compreensão geral da mensagem central da Bíblia que é governada por seu princípio governante seminal: o tema do grande conflito” (Ministry, dezembro de 2000, p. 5).

APLICAÇÃO À VIDA

Peça aos alunos que leiam e discutam as seguintes perguntas:

  1. Quais são algumas das maneiras pelas quais a linguagem é militarizada na vida cotidiana? Pense também na linguagem bastante “combativa” que alguns de nossos hinos, nossos poemas e nossas passagens bíblicas usam. Como Adventistas do Sétimo Dia, é muito claro que aplicamos essa linguagem e expressões de forma espiritual. No entanto, essa linguagem pode ser mal compreendida pelas pessoas ao nosso redor, que consideram o cristianismo, em geral, e o adventismo do sétimo dia, em particular, como uma religião de paz. Como podemos manter o espírito bíblico de lutar contra as forças espirituais do mal no contexto do grande conflito ao passo que ajudamos nossos amigos e nossa comunidade a entender que nossa igreja é uma comunidade de amor, graça e paz de Deus? Discuta sua resposta não apenas com a classe da Escola Sabatina, mas também com sua igreja.
  2. Imagine que sua igreja seja convidada a se envolver em projetos de promoção da paz em sua comunidade, sua região ou seu país. De que maneira ela pode fazer isso? Como a sua igreja pode garantir que esse envolvimento não seja político, mas fundamentado nos ensinamentos de Jesus e dos apóstolos no contexto dos temas bíblicos do grande conflito e do evangelho?

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Sem Saída

Baiba - 16 de setembro

Os esportes eram a paixão de Baiba. Ele dava tudo pelo esporte. Ela amava, em especial, jogar basquete e amava seus treinadores. Toda vez que participava de um jogo, ela dava tudo na esperança de ganhar.

Mas quando Baiba estava se preparando para o batismo, ela percebeu que precisaria parar de jogar basquete. Muitas partidas eram agendadas para o sábado, e ela queria honrar a Deus guardando o sábado.

A garota de 16 anos enfrentou uma tarefa difícil na Letônia.

O esporte era sua vida.

Agora ela precisava dar a notícia aos seus treinadores. Isso seria doloroso. Os treinadores haviam sido como pais para ela e haviam investido muita energia em treiná-la.

Ela também teria que contar para suas colegas de time. Ela não era apenas parte do time de basquete, mas era a capitã do time. Ela entendia que, sem sua participação, o time enfrentaria grandes desafios na quadra de basquete.

Baiba orou: “Deus, como eu vou contar a eles?”

Não parecia haver saída.

A adolescente decidiu jogar uma última partida no sábado. Na metade do jogo, Baiba se viu sozinha no vestiário. Sua consciência a incomodava, e ela caiu de joelhos no chão. “Deus, por favor, faça algo”, orou ela. “Não quero mais jogar basquete no sábado. Eu quero segui-Lo. Mas eu não sei como contar aos meus treinadores. Será muito doloroso para eles. Mas eu Lhe prometo que este será meu último jogo no sábado.” Não parecia haver saída.

Após a oração, Baiba não se sentiu bem. Os treinadores a examinaram e descobriram que sua pressão arterial estava extremamente alta, em 20. Baiba foi hospitalizada.

Após realizar alguns exames, o médico veio até Baiba com surpreendentes notícias.

“Você nasceu com apenas um rim”, ele disse a ela. “Você não pode mais jogar basquete.”

Baiba não podia acreditar no que estava ouvindo. Deus havia providenciado uma saída.

Ela não estava feliz por ter apenas um rim. Mas agora ela poderia facilmente explicar aos seus treinadores e às companheiras de time o por que ela teria que parar de jogar basquete. Ela deu a notícia, e eles foram compreensivos. Eles entenderam.

Baiba estava feliz por Deus ter providenciado uma saída, mas estava triste por ter que dizer adeus aos esportes. As atividades esportivas haviam sido sua vida.

Então, ela se lembrou de que tinha algo melhor que o esporte. Ela tinha Jesus. Ela orou: “Jesus, por favor, dê-me algo novo em minha vida porque eu não posso mais praticar esportes”.

Logo depois da oração, uma amiga lhe deu um violão. Baiba nunca havia tocado violão antes e tentou tocar alguns acordes. Não foi tão difícil. Após apenas um dia de aprendizado, ela conseguiu tocar músicas simples sozinha. Ela estava tão animada! Jesus a havia abençoado com o dom da música.

Hoje, Baiba tem 42 anos e ainda toca violão. Embora não jogue mais basquete, ela descobriu que ainda pode praticar outros esportes.

“Ter um rim não acabou com minha vida esportiva”, disse ela com um grande sorriso. “Eu ainda posso esquiar e fazer outras atividades.”

A oferta deste trimestre dará uma oportunidade às pessoas na Letônia de praticar esportes em um contexto centrado em Cristo. Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a construir um prédio na capital da Letônia, Riga, que servirá como centro de influência onde famílias poderão praticar esportes de uma academia. Obrigado por planejar uma oferta generosa.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023

Tema geral: Efésios

Lição 13 – 16 a 22 de setembro

Lutando pela paz

 

Autor: Matheus Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Esther Silva Fernandes

 

Ideias principais

Em Efésios 6:13, Paulo disse: “Peguem toda a armadura de Deus, para que vocês possam resistir no dia mau e, depois de terem vencido tudo, permanecer inabaláveis.” Nos versos seguintes, o apóstolo descreveu as várias peças dessa armadura (Ef 6:14-16) e deu instruções fundamentais a respeito da batalha contra o mal (Ef 6:17-20).

Efésios 6:10-20 é o clímax da Carta aos Efésios. Cada peça da armadura representa realidades centrais destacadas ao longo do livro:

 

  • Verdade – Efésios 1:13; 4:15, 21, 24, 25; 5:9;
  • Justiça – Efésios 4:24; 5:9;
  • Paz – Efésios 1:2; 2:14-18; 4:3; 6:23;
  • Evangelho – Efésios 1:13; 2:17; 3:6, 8;
  • Palavra de Deus – Efésios 1:13; 5:26;
  • Salvação – Efésios 1:13; 2:5, 8; 5:23;
  • Fé – Efésios 1:1, 13, 15, 19; 2:8; 3:12, 17; 4:5, 13.

 

(Extraído de A. T. Lincoln, Ephesians [Word, 1990], p. 439.)

Como observamos no comentário da Lição da Escola Sabatina da semana passada, as armas espirituais listadas em Efésios 6 são as mesmas descritas no Antigo Testamento como parte da armadura de Deus e do Messias. Essas ilustrações são retiradas especialmente do livro de Isaías, que várias vezes retrata Deus como o Guerreiro divino que triunfa sobre os Seus inimigos. Isso significa que as armas de Deus devem ser nossas armas! Esses paralelos ficam mais claros no quadro abaixo:

 

(Adaptado de Clinton E. Arnold, “Ephesians”, em Zondervan Illustrated Bible Backgrounds Commentary [Zondervan, 2002], v. 3, p. 337.)

Texto-base da semana: Efésios 6:10-20

Antes do estudo da Lição da Escola Sabatina ou deste comentário, leia Efésios 6:10-20. Sugerimos uma tradução mais contemporânea da Bíblia, como a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora.

Notas de estudo

A Lição da Escola Sabatina divide o estudo de Efésios 6:10-20 em duas partes: a lição da semana passada se concentrou nos versos 10 a 14, enquanto a desta semana, nos versos 14 a 20.

Para o estudo mais aprofundado do texto bíblico, sugerimos uma tradução mais literal, como a Nova Almeida Atualizada (que usamos abaixo).

 

6:14:

cingindo-se com a verdade. Como na antiguidade as roupas eram soltas, precisavam ser amarradas ao redor da cintura antes do trabalho ou da batalha (Lc 12:35, 37; 17:8). Cingir com a verdade significa tomar posse da verdade de Deus, especialmente a mensagem do evangelho (Ef 1:13; 4:21). Isso inclui não só compreender corretamente a verdade, mas experimentá-la e vivê-la em nosso dia a dia.

Vestir a couraça da justiça significa receber e viver a justiça de Deus. Essa justiça é, em primeiro lugar, os méritos de Cristo que recebemos pela fé e por meio dos quais Deus nos declara justos (Rm 3:22; 4:24; Ef 1:7; 2:16). A consequência da justificação pela fé é uma vida justa, de santidade, bondade e verdade, inclusive em nossos relacionamentos com as outras pessoas (Ef 4:24; 5:9; 6:1).

6:15:

Tenham os pés calçados com a preparação do evangelho da paz. Essa imagem é retirada especialmente de Isaías 52:7. Os cristãos devem estar sempre prontos para proclamar o evangelho da paz. Cristo é a “nossa paz” (Ef 2:14), e a Sua obra é o “evangelho da paz”, pois produz reconciliação com Deus (a expiação vertical; Ef 2:1-10; Rm 5:1) e reconciliação com as outras pessoas (a expiação horizontal; Ef 2:11-22).

6:16:

Segurando sempre o escudo da fé. A fé, no contexto de Efésios, é especialmente a confiança no poder que Deus nos concede, por meio de Cristo, na batalha contra as forças do mal (Ef 1:19, 20; 3:17). A fé é também a verdade bíblica que Deus confiou à igreja (Ef 4:5, 13).

Os dardos inflamados do maligno. Em batalhas na época do Império Romano, as flechas muitas vezes eram mergulhadas em óleo combustível e acesas com fogo antes de serem lançadas. Os “dardos inflamados do maligno” incluem os ataques e tentações de Satanás (Ef 4:26, 27), bem como falsos ensinos e divisões que ameaçam a unidade do povo de Deus (Ef 4:13, 14).

6:17:

Usar o capacete da salvação significa tomar posse da salvação que Cristo conquistou por meio de Sua vida, morte e exaltação (Ef 2:5-10).

A espada do Espírito, que representa a palavra de Deus, é uma arma de defesa e de ataque. A Palavra de Deus é chamada de “espada do Espírito” porque o seu poder e efetividade vêm do Espírito Santo (Hb 4:12). Nesse texto, a “Palavra de Deus” refere-se de maneira geral às Escrituras, porém de maneira mais específica à mensagem do evangelho (Ef 1:13). Em Suas tentações no deserto, Jesus venceu o adversário ao usar a Palavra de Deus (Mt 4:1-11).

6:18:

Orem em todo tempo. A oração não é outra peça da armadura, mas a maneira pela qual usamos a armadura de Deus e permanecemos firmes na batalha. Oramos no Espírito porque somos movidos e guiados pelo Espírito Santo a nos aproximarmos de Deus (Ef 2:18).

Com todo tipo de oração e súplica. Os cristãos devem fazer da oração um estilo de vida, não apenas por si mesmos, mas por todos os santos, isto é, todo o povo de Deus.

6:19:

Orem também por mim. Ao longo da carta, Paulo fez algumas orações pelos primeiros leitores e pelos futuros leitores, incluindo você e eu (Ef 1:15-23; 3:14-21). Em Efésios 6:19, ele pediu que orassem por ele, para que fosse capacitado por Deus para pregar a verdade do evangelho.

6:20:

Sou embaixador em cadeias. Mesmo estando preso (Ef 3:1), Paulo sabia que era embaixador ou representante de Deus (2Co 5:20). Por isso, ele tinha o dever e o privilégio de ser ousado para falar, proclamando as boas-novas da salvação em Cristo.

Conclusão

“A admoestação de Paulo para que os crentes [fossem] ‘fortalecidos no Senhor e na força do Seu poder’ (Ef 6:10) é a culminação da ênfase no fato de que o poder divino está disponível a todos que estão em Cristo. O louvor que introduz a carta prefigurou esse tema ao declarar que Deus ‘faz todas as coisas conforme o conselho da Sua vontade’ (Ef 1:11).

“Paulo então orou para que seus leitores adquirissem uma percepção mais profunda da imensidão do poder de Deus que está disponível a eles (Ef 1:19-23). Ele concluiu a primeira parte da carta com outra oração intercessória na qual pediu que esses crentes fossem ‘fortalecidos com poder, mediante o Seu Espírito, no íntimo de cada um’ (Ef 3:16). Deus é então exaltado como Aquele ‘que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós’ (Ef 3:20). [...]

“A ênfase [de Efésios 6:10-20] está no fato de que o poder espiritual não vem por meio de técnicas e invocações místicas ou mágicas, mas por meio do relacionamento com Deus. A fonte de poder encontra-se unicamente no Deus vivo e verdadeiro. Paulo descreveu como todas as três Pessoas do Deus triúno estão envolvidas nesse processo. Deus, como o Guerreiro divino, torna a Sua armadura disponível aos crentes. É uma armadura que vem de Deus (Ef 6:11, 13, 14-18).

“Cristo foi exaltado à posição de poder e autoridade à direita de Deus. Consequentemente, os crentes são chamados a se fortalecerem ‘no Senhor’ (Ef 6:10), isto é, eles extraem força do relacionamento vivo e dinâmico com Cristo como o Cabeça da igreja e Senhor de todas as coisas. Por último, o Espírito Santo é o agente de Deus para fortalecer o Seu povo, como Paulo deixou claro em Efésios 3:16. No capítulo 6, portanto, os crentes são instruídos a orar ‘no Espírito’ (Ef 6:18), bem como a conhecer e usar a Palavra de Deus, por meio da qual o Espírito atua poderosamente” (Clinton E. Arnold, Ephesians [Zondervan, 2010], p. 473, 474).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.