No princípio, um Deus amoroso buscou Seus filhos perdidos (Gn 3:9) e, até hoje, Ele ainda busca alcançá-los (Ap 14:6-12), incluindo os que estão nas cidades. Em 2018, as Nações Unidas publicaram suas últimas descobertas, que dizem que 55% da população do planeta vive em áreas urbanas, e isso crescerá (se houver tempo) para 68% até 2050. Não temos escolha: devemos testemunhar aos que estão nas cidades.
No entanto, muitos do povo de Deus agem como Jonas ao serem chama- dos para testemunhar a uma cidade: por qualquer motivo, fogem da tarefa. “Pois tudo o que no passado foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança” (Rm 15:4). Isso inclui o que foi escrito sobre Jonas.
Jesus ministrou não apenas aos que estavam nas cidades de Israel, mas também aos que estavam em regiões estrangeiras, que não eram do povo escolhido.
Nesta semana estudaremos a história bíblica da missão de Cristo em Tiro e Sidom e tiraremos lições para nossa vida
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Jesus partiu com Seus discípulos de Genesaré (Mt 14:34) “para a região de Tiro e Sidom” (Mt 15:21). Por que Ele os levou da Galileia para esses lugares pagãos? Ele conduziu Seus discípulos nessa expedição para essas regiões estrangeiras a fim de que pudessem aprender o que não aprenderiam tão facilmente na Galileia. Ele queria ensinar a Seus discípulos lições que ajudassem a prepará-los para seu chamado de alcançar todos os grupos de pessoas, inclusive os que viviam em áreas urbanas.
1. Leia Juízes 3:1-6; 1 Reis 5:1-12; 11:1-6. Como esses textos nos ajudam a entender um pouco do contexto dessas cidades?
Em Juízes 3:1-6, vemos que esses povos antigos foram usados por Deus para testar a fé dos israelitas. Infelizmente, o povo de Deus falhou também nesse teste, pelo menos neste caso: “Tomaram de suas filhas para si por mulheres e deram as suas próprias aos filhos deles; e rendiam culto a seus deuses” (Jz 3:6). Assim, desde o início, esses povos foram uma pedra de tropeço para Israel.
Em 1 Reis 5:1-11, vemos o estreito relacionamento entre os sidônios e hebreus. Embora os laços econômicos fossem mutuamente benéficos, os israelitas ainda eram negativamente influenciados pelo paganismo e idolatria de seus parceiros comerciais.
1 Reis 11:1-6 revela quão negativa essa influência acabou se tornando: o rei Salomão casou-se com princesas de diversas nações, que o desviaram. “Salomão seguiu Astarote, deusa dos sidônios” (1Rs 11:5).
No entanto, apesar da história do paganismo e da idolatria, e sua influência negativa sobre a nação escolhida, Jesus levou Seus discípulos àqueles lugares. Assim, Ele os iniciou na missão urbana intercultural, confrontando seu preconceito e padronizando para Seus seguidores a missão a todas as culturas e nacionalidades.
Há muitos desafios para o missionário adventista nas cidades, entre os quais estão questões ambientais e de saúde. Outros seriam o custo de vida alto, o racismo, a intolerância, o nacionalismo e as restrições à liberdade religiosa e de expressão. No entanto, apesar desses obstáculos, temos que trabalhar pelas cidades.
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Apesar dos desafios externos e internos, Jesus graciosamente estende o chamado para a Sua missão nas cidades.
2. Leia Mateus 9:35-38. O que isso nos ensina sobre a missão para com as multidões, onde quer que as encontremos?
Jesus era movido por compaixão pelas multidões, como as que se encontram nas cidades. Lucas 19:41 descreve como Jesus chorou sobre Jerusalém. Podemos não entender a profundidade do Seu amor, mesmo pelas “massas anônimas” que vivem nas cidades. É por isso que em Mateus 9:38 Jesus nos disse para orar, a fim de que nossos motivos e sentimentos sejam como os Dele.
3. Leia Mateus 4:23-25. Quando Jesus começou Seu ministério, de quais localidades vinha o povo?
Em Mateus 4:25, as multidões que seguiam Jesus vinham da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão. Além de Samaria, que região faltava? A região costeira de Tiro e Sidom, parte da Fenícia, ao longo do Mar Mediterrâneo e noroeste da Galileia. Agora entendemos por que Jesus foi àquela região! A viagem à região de Tiro e Sidom foi uma das viagens missionárias transculturais de Jesus.
“Depois do encontro com os fariseus, Jesus Se retirou de Cafarnaum e, atravessando a Galileia, dirigiu-Se para a região montanhosa das fronteiras da Fenícia. Olhando para o oeste, avistava, estendendo-se pelas planícies embaixo, as antigas cidades de Tiro e Sidom, com os templos pagãos, os luxuosos palácios e mercados, e os portos cheios de embarcações” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 315).
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Os estudiosos creem que Mateus foi escrito para um público judeu, e que Marcos foi escrito para gentios. É útil saber essa diferença ao estudar os evangelhos.
4. Leia Mateus 15:22-28 e Marcos 7:24-30. Que diferenças podemos perceber no modo como a mulher foi retratada?
Observe que Mateus menciona a nacionalidade ou etnia: cananeia. Marcos é levado pelo Espírito Santo a usar termos adicionais para descrever a mulher como “grega” ou “estrangeira” e, em seguida, dá informações adicionais: “de origem siro-fenícia” – essa é a única vez que esse termo é usado na Bíblia.
Considere como essa história em Mateus 15 afetaria o público-alvo principal com sua formação e visão de mundo. O público de Mateus veria essa mãe como uma pagã desprezada. Isso vem da experiência histórica do povo judeu com os cananeus como um povo que adorava ídolos, cujo estilo de vida e práticas malignas há muito tempo eram uma pedra de tropeço para sua nação. Nem os discípulos de Cristo consideraram a possibilidade de que essa mulher tivesse fé e fosse parte do Reino!
A audiência gentílica de Marcos teria uma reação diferente. Os gentios não tinham a mesma experiência que os judeus com os cananeus, mas se identificariam com a mulher, “grega, siro-fenícia de origem” (NVI). Jesus curou um dos seus! Para os gentios, ela seria considerada uma mãe amorosa, preocupada com o destino da filha e queria que o Mestre a curasse, independentemente da origem étnica e nacional dela.
“Cristo não atendeu imediatamente à súplica da mulher. Recebeu essa representante de uma etnia desprezada, como teriam feito os próprios judeus. Agindo assim, era Seu objetivo impressionar os discípulos quanto à maneira fria e insensível com que os judeus tratariam um caso como esse, ilustrada pela forma como Ele recebeu a mulher; Ele queria impressioná-los também quanto ao modo compassivo pelo qual desejava que eles lidassem com essas aflições, conforme exemplificou ao atender posteriormente o pedido dela” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 316).
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Nas regiões não alcançadas das cidades, muitos anseiam por esperança. Na época de Cristo, o que impedia os israelitas de levar a esperança do Messias a cidades como Tiro e Sidom? O nacionalismo e o preconceito cegaram o povo para as oportunidades de olhar para seus semelhantes que ansiavam pela esperança predita nas profecias do primeiro advento de Cristo. Hoje, nas cidades, há muitos grupos com os quais Jesus quer que Seu povo compartilhe a “bendita esperança” do segundo advento (Tt 2:13). E, assim como Jesus não Se importava com etnias, não devemos nos importar.
5. Leia Atos 10:9-16, 28, 34, 35. Como você resumiria a lição ensinada pelo Espírito Santo?
Enquanto esperava o almoço, Pedro teve a visão de um lençol cheio de animais e pássaros imundos. Três vezes foi dito a ele que se levantasse e comesse. Deus usou essa visão para confrontar o orgulho religioso e a intolerância de Pedro contra os gentios. O apóstolo finalmente entendeu esta verdade: “Ele disse: – Reconheço por verdade que Deus não trata as pessoas com parcialidade; pelo contrário, em qualquer nação, aquele que O teme e faz o que é justo Lhe é aceitável” (At 10:34, 35).
Dentro desse contexto, vamos refletir sobre as lições de Tiro e Sidom. Observe novamente Jesus e Sua interação com a mãe siro-fenícia. Que lições os discípulos aprenderam nessa expedição que se relacionava também com a visão de Pedro? Como podemos aplicá-las à nossa vida hoje e ao chamado de Cristo nos últimos dias para Sua missão nas cidades? Que preconceitos nos impedem de ver as necessidades dos que vivem nas áreas urbanas? Que oportunidades Deus nos proporciona nas cidades para expandir nossa compreensão da missão e confrontar nosso nacionalismo, orgulho espiritual e intolerância?
Jesus pacientemente ensinou Seus discípulos, que ainda não entendiam completamente que o grande plano divino da salvação era para toda a família humana, não apenas para uma nação ou grupo étnico. O Espírito Santo pode nos ajudar a vencer a intolerância e o preconceito, a fim de completar a missão nas cidades.
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Em Lucas 18:8, Jesus fez esta pergunta no fim de uma de Suas parábolas: “Quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé sobre a Terra?” Como discípulos de Cristo hoje, precisamos ver o que Jesus está procurando. Nessa história, vemos que Jesus está à procura de uma fé que resplandeça mesmo em meio às trevas.
6. Leia Mateus 8:10, 13; 9:2; 20:29-34; Marcos 2:5; 10:46-52; Lucas 18:35-43. Nessas passagens, quem Jesus descreve como tendo fé?
Essa lista inclui pessoas cuja fé brilhou mesmo em cidades dominadas pelas trevas. Em Cafarnaum, Jesus destacou várias pessoas de fé. Em Mateus 8:10, 13, vemos um centurião pagão convertido com grande fé. Encontramos quatro amigos cheios de fé que fizeram uma abertura no telhado para levar o amigo paralítico a Jesus (Mt 9:2; Mc 2:5). Em Marcos 10, encontramos o cego Bartimeu, cuja fé resplandeceu em Jericó e que foi curado por Jesus.
Era de se esperar que entre o povo de Deus houvesse grande fé. No entanto, mesmo na cidade natal de Jesus, Nazaré, um fator limitante para o ministério de Cristo foi a pequena fé ou mesmo a incredulidade absoluta. Entre Seus discípulos, várias vezes Jesus declarou: “homens de pequena fé” (Mt 6:30; 8:26; 14:31; 16:8). E em Mateus 17:17 exclamou: “Ó geração incrédula e perversa”!
Uma lição que podemos aplicar no presente é que a fé é encontrada em lugares inesperados: entre estrangeiros nas cidades, em pagãos e pessoas de diferentes religiões. Com humildade, devemos ir às cidades como Jesus fez, procurando aqueles que, quando apresentados à verdade, responderão com uma fé salvífica em Jesus.
Desafio: Rogue por mais fé, com a qual possa compartilhar seu amor pelas pessoas próximas e distantes.
Desafie-se: Como você conheceu Jesus e as preciosas três mensagens angélicas? Liste três bênçãos espirituais que você experimentou de Jesus. Prepare-se para compartilhar essas experiências com a classe da Escola Sabatina.
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“Entre aqueles a quem os judeus classificavam de pagãos, encontravam-se homens que possuíam melhor compreensão das profecias da Escritura sobre o Messias do que os mestres de Israel. Alguns O esperavam como Libertador do pecado. Filósofos se esforçavam por estudar profundamente o mistério do sistema cerimonial hebraico. Porém a intolerância dos judeus impedia a disseminação da luz” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 21, 22).
“Jesus, o poderoso Salvador, morreu por essas almas. Ele pode despertá-las da indiferença, despertar sua compaixão, suavizar seu coração e revelar à sua alma a beleza e o poder da verdade. O Obreiro-Mestre é Deus, e não o ser humano finito; no entanto, Ele os chama para ser os agentes por meio dos quais Ele transmita luz aos que estão em trevas. Deus tem joias em todas as igrejas, e não cabe a nós fazer denúncias generalizadas do professo mundo religioso, mas, com humildade e amor, apresentar a todos a verdade como ela é em Jesus. Que os seres humanos vejam piedade e devoção, que contemplem a semelhança de caráter com Cristo, e serão atraídos para a verdade. […] Eles devem exaltar Jesus, o Redentor do mundo, e anunciar a palavra da vida (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald, 17 de janeiro de 1893).
Perguntas para consideração
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Quais são as necessidades das pessoas em sua comunidade que poderiam dar a você e à sua igreja a oportunidade de alcançar pessoas que não conhecem o evangelho?
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Pense no texto de Ellen G. White acima. Como mostrar às pessoas de outras igrejas a verdade e ajudá-las a ver seus erros sem que se sintam condenadas?
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“Quando o Filho do Homem vier, será que ainda encontrará fé sobre a Terra?” (Lc 18:8). O que Jesus quis dizer com essa pergunta retórica? Qual é a diferença entre fé e crença? Por que as pessoas que têm a crença correta poderão ser consideradas vazias de fé quando Cristo retornar?
Respostas e atividades da semana: 1. O povo de Deus tinha um estreito relacionamento com as nações pagãs que viviam ao redor. Tomavam suas mulheres em casamento e mantinham negócios com essas nações. A influência negativa desses povos acabaram sendo uma pedra de tropeço para Israel. 2. Jesus Se compadecia das multidões e desejava ver mais pessoas trabalhando em favor delas. 3. O povo vinha da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia e do outro lado do Jordão. 4. Mateus descreve essa mãe pela nacionalidade: cananeia. Marcos a descreve como “grega” ou “estrangeira”, “de origem siro-fenícia”. 5. O evangelho é para todos os povos. Deus não faz acepção de pessoas. 6. O centurião, os amigos do paralítico e o cego Bartimeu.
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ESBOÇO
Embora o evangelho de Mateus tenha sido escrito especificamente para um público judaico, a presença de gentios perto de Jesus é um tema recorrente nessa narrativa, às vezes em contraste com a devoção dos israelitas. Por exemplo, enquanto os magos (astró- logos persas) percorreram um longo caminho para adorar o verdadeiro Rei de Israel, os principais sacerdotes e escribas (os sábios de Herodes) não fizeram esforço algum para seguir esse exemplo. A fé de um centurião romano foi elogiada por Jesus como maior do que a dos israelitas (Mt 8:10). Um soldado gentio foi a primeira pessoa, após a crucifixão de Jesus, a reconhecer que Ele é o Filho de Deus (Mt 27:54). De maneira peculiar, Mateus destaca três fatos: (1) o plano redentivo de Deus sempre incluiu todas as nações da Terra; (2) nem todos os gentios são insensíveis à obra do Espírito Santo; e (3) deixar de lado os preconceitos étnicos, culturais e religiosos para amar e servir aos outros, como Cristo fez, é um pré-requisito para desenvolver um ministério intercultural eficaz. Assim, além de ser um chamado à missão global, o Evangelho de Mateus é também uma mensagem de reconciliação étnica em Cristo.
Os escritores dos outros evangelhos também destacam notáveis interações de Jesus com os gentios: Ele anunciou Sua mensagem à região gentílica dos gadarenos (Mc 5:1), curou o servo de um centurião romano (Lc 7:1-10) e ministrou a uma cidade samaritana (Jo 4). As interações de Jesus com os estrangeiros revelam que o Reino de Deus se des- tina a todas as nações, a judeus e gentios. Jesus demonstrou de maneira prática que Deus sempre teve interesse em estender Seu amor e perdão a todas as nações.
COMENTÁRIO
O coração missionário de Deus em favor das nações no Antigo Testamento
Deus sempre desejou ter um relacionamento de aliança com todas as sociedades huma- nas. Ele estava interessado não apenas em salvar os israelitas, mas, por meio de Abraão, queria que Sua graça redentiva fosse estendida a todas as nações (Gn 12:1-3). O chamado de Abraão para ser uma bênção a todas as nações indica claramente que a inclusão des- sas nações no plano redentivo de Deus não foi uma ideia posterior. Em outras palavras, o desejo de Deus de que os gentios (as nações do mundo) experimentassem a salvação não era um “Plano B”. Séculos depois, após o chamado de Abraão, o Senhor estendeu o mesmo chamado aos seus descendentes biológicos (Israel) para que fossem uma nação de sacerdotes para todas as nações (Êx 19:6). Em várias ocasiões, Deus lembrou os israelitas de que eles não haviam sido escolhidos por serem melhores que as outras nações, mas porque Ele os amava (ver, por exemplo, Dt 7). Israel foi escolhido para ser o veículo por meio do qual outras nações viriam a conhecer e adorar a Deus. Esse povo deveria ser uma luz para o restante das nações. Em Jeremias 2:3, Israel é mencionado como o primeiro fruto da colheita de Deus, o que significa que havia uma colheita maior fora de Israel. Desde o momento em que Deus chamou Abraão para carregar Seu estandarte, Seu plano era levar salvação tanto para judeus quanto para gentios. Portanto, Israel, como nação, não foi escolhido por Deus para a exclusão de todas as outras nações. O relato do Antigo Testamento é marcado por histórias de gentios que aceitaram o Deus de Israel como seu Deus. Os exemplos incluem Raabe, Rute, o hitita Urias e a rainha de Sabá.
Embora Deus tenha escolhido Israel como nação para ser Seu representante, Ele não pretendia que esse fosse o único povo a mediar o plano da redenção. De muitas outras formas, Deus Se revelou incessantemente a pessoas de outras nações. Ellen G. White faz a seguinte observação importante: “Fora da nação judaica, houve homens que predisseram o aparecimento de um Instrutor divino. Esses homens andavam em busca da verdade, e foi-lhes concedido o Espírito de inspiração. Um após outro, como estrelas em um céu escuro, esses mestres haviam se erguido. Suas palavras proféticas despertaram a esperança no coração de milhares no mundo gentio” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 21).
Melquisedeque, um rei-sacerdote cananeu, é um desses que não pertenceram à linhagem de Abraão, da qual veio o povo de Israel. Deus Se revelou a esse rei cananeu sem a intermediação de outros seres humanos. Melquisedeque era um sacerdote do Deus Altíssimo (em hebraico, El Elyon). O relato do encontro de Melquisedeque com Abraão em Gênesis 14:14-24 é muito instrutivo. Abraão identifica seu Deus, Yahweh, com El Elyon de três maneiras. Primeiro, ele uniu os dois nomes divinos – Yahweh e El Elyon – em um gesto que mostrava que se referem ao mesmo Deus (Gn 14:22). Em segundo lugar, Abraão descreveu Yahweh da mesma forma que Melquisedeque havia descrito El Elyon: Aquele que “criou os céus e a Terra” (Gn 14:22). Terceiro, o fato de que Abraão aceitou as bênçãos de Melquisedeque e devolveu o dízimo ao sacerdote cananeu revelam que Abraão reconheceu o sacerdócio de Melquisedeque (Gn 14:19, 20). Deus havia escolhido Melquisedeque “para ser Seu representante entre o povo daquela época, embora ele pertencesse à comunidade cananita” (Jacques B. Doukhan, Genesis, Seventh-day Adventist International Bible Commentary, v. 1 [Pacific Press, 2016], p. 214).
É importante destacar que a incessante atuação missionária de Deus em favor de Suas criaturas, cumprida de várias maneiras, não torna irrelevante o envolvimento dos crentes na missão. Mateus 28:18-20 e 1 Pedro 2:9 mostram que fazer discípulos para Cristo é a razão fundamental da nossa existência, tanto como igreja quanto como crentes individuais. É um privilégio ser colaboradores de Deus naquilo que Ele poderia realizar perfeitamente bem sem a nossa participação. Além disso, saber que o Senhor está à nossa frente, preparando o terreno para a obra de lançar a semente do evangelho, é outro incentivo para aceitar o privilégio que Ele graciosamente nos concede de fazer parte de Sua equipe.
O coração missionário de Deus em favor das nações no Novo Testamento
Conforme observado acima, embora a maior parte do ministério público de Jesus tenha sido realizada em território judaico, é notável o número de registros que encontramos de Seus encontros pessoais com gentios, mencionados nos registros dos evangelhos. Jesus chegou a afirmar que tinha outras ovelhas fora da comunidade judaica (Jo 10:16). Por meio da vida e ministério de Jesus e da ordem para que Seus seguidores fizessem discípulos de todas as nações (Mt 28:18-20; At 1:8), os primeiros cristãos vieram a compreender gradualmente que a promessa da aliança divina seria confirmada por meio do testemunho da igreja – promessa de acolher não apenas os descendentes de Abraão, mas pessoas de todas as outras nações como herdeiros de Deus. Com a conversão da família de Cornélio (At 10), uma nova realidade irrompeu na vida da nascente comunidade cristã. Esse evento e a subsequente longa discussão sobre o significado dessa nova realidade que Deus estava fazendo (At 15) convenceram a igreja apostólica de que a admissão dos gentios na comunidade dos crentes, como plenos beneficiários da obra redentiva de Deus em Cristo, foi ordenada pelo Senhor. Assim sendo, não havia nada que pudessem fazer para invalidar esse decreto divino. Em vez disso, agora era responsabilidade deles não negligenciar ninguém ao compartilhar o evangelho.
Como o povo inclusivo de Deus, formado por pessoas chamadas de todas as nações para constituir uma entidade espiritual (1Pe 2:9), a igreja foi chamada, capacitada pelo Espírito Santo e encarregada de executar a tarefa missionária de ser a luz das nações, algo que Israel, como nação, falhou em se tornar. O texto de 1 Pedro 2:9, portanto, deixa claro que a comunidade cristã como um todo é a propriedade exclusiva de Deus dentre todos os povos da Terra. Esse versículo combina a identidade dos crentes como eleitos de Deus e santo povo da aliança com a responsabilidade de proclamar os atos maravilhosos de Deus a todos os que ainda não entregaram a vida ao senhorio de Jesus Cristo.
Paulo, convencido de seu apostolado aos gentios (Rm 11:13; 15:16; Gl 2:7) e impulsionado pelas decisões do Concílio de Jerusalém (At 15), dedicou a maior parte de seu ministério aos gentios. Seu compromisso inabalável com essa missão impulsionou o evangelho para fora das fronteiras da nação judaica. O objetivo de Deus ao encarregar Paulo de pregar aos gentios não alcançados era mostrar que Sua oferta de salvação se destina a todas as pessoas.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Conhecendo a intenção de Deus de que cada grupo social e étnico experimente Sua salvação, somos chamados a nos comprometer com Sua missão. Assim como Israel como nação foi ordenado a ser luz para os gentios, nós, como cristãos – ou Israel espiritual –, também recebemos a ordem de ser embaixadores de Deus para as pessoas que ainda não aceitaram Jesus como seu Senhor e Salvador (Mt 28:18-20; 2Co 5:20). Claramente, os discípulos de Cristo têm um dever para com os não alcançados. A boa notícia é que não precisamos necessariamente ir até os confins da Terra para encontrar os não alcançados. Existem, em todos os contextos e ambientes, pessoas que ainda não responderam ao evangelho. Podem ser nossos vizinhos, colegas de trabalho ou de estudos, nossos clientes, pacientes ou alunos. Podemos nos deparar com eles como imigrantes, refugiados, estudantes internacionais, diplomatas ou empresários internacionais. Seja qual for o contexto social, cultural e religioso das pessoas não alcançadas que encontramos e às quais ministramos, precisamos reconhecer que não podemos ministrar efetivamente a qualquer grupo social sem antes nos libertarmos de estereótipos, preconceitos e discriminação contra eles. Portanto, precisamos orar para que Deus nos liberte de tais preconceitos.
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O ataque da foice
Gana |Nancy
Nancy, de treze anos de idade, estava caminhando para a escola com uma foice afiada em Gana.
A professora pediu às crianças que ajudassem a cortar a grama ao redor da escola. Então, Nancy pegou a foice emprestada de seu pai. Ela estava pronta para cortar a grama.
Então a tragédia aconteceu.
No caminho para a escola, Nancy encontrou Akuba, uma parente de 16 anos, e as duas garotas entraram numa discussão.
Akuba acusou Nancy de espalhar um boato falso, e Nancy, com raiva, se defendeu.
À medida que o argumento foi esquentando, Akuba pegou a foice de Nancy e balançou-a de forma ameaçadora.
Naquele momento, o pai de Nancy apareceu.Alguém havia visto as garotas brigando e correu para alertá-lo.
No momento em que Akuba se jogou na direção de Nancy e apontou a foice para ela, o pai entrou no meio das duas garotas.
A foice cortou a ponta do nariz do pai.
Nancy estava em prantos. Ela ficou devastada.
O pai foi levado às pressas para o hospital.
Nancy tentou ir para o hospital com ele, mas alguém a impediu. Ela tentou retaliar contra Akuba, mas alguém levou a menina embora.
Infelizmente, o médico não conseguiu colar a ponta do nariz do pai.
Ele tratou o ferimento e colocou o pai sob o cuidado de uma enfermeira do hospital chamada Esther.
O pai passou um tempo se recuperando no hospital.
Ele ficou impressionado com Esther e a apresentou a Nancy.
"Ela é uma boa enfermeira", disse o pai. "Eu sempre quis que você se tornasse uma enfermeira."
Nancy viu o cuidado que a enfermeira dava ao pai.
Ela ficou impressionada e resolveu se tornar uma enfermeira.
Muitos anos se passaram, e Nancy se formou no Ensino Médio. Ela procurou uma escola de enfermagem e encontrou a Escola Adventista do Sétimo Dia de Formação em Enfermagem e Obstetrícia.
Samuel Marfon, um policial veterano de 17 anos de serviço e único capelão adventista no corpo policial de Gana, está esperançoso de que no futuro a igreja da academia de polícia terá um impacto semelhante na equipe policial. A igreja deve acomodar de l.500 a 2.000 pessoas. "Deus vai fazer isso por nós",disse ele. "Ele construirá a igreja."
A princípio, ela pensou que apenas os adventistas podiam estudar lá. Ela não era adventista, mas a escola aceitou sua inscrição. Assim que começou os estudos, ela percebeu que muitos alunos não eram adventistas.Alguns não eram nem cristãos.
Nancy sempre se considerou uma cristã, mas começou a pensar melhor quando foi à semana de ênfase espiritual na faculdade.
Um pastor ensinou, com base na Bíblia, como viver uma vida cristã, e ela percebeu que não estava vivendo uma vida cristã. Ela queria ser uma cristã de verdade. No final da semana de ênfase espiritual, ela decidiu entregar a vida a Cristo e ser batizada.
Hoje, Nancy tem 22anos e é uma nova mulher.
Sua vida mudou completamente desde que ela a entregou a Jesus.
Ela costumava ler a Bíblia apenas na igreja nos fins de semana, mas agora faz sua devoção pessoal e lê a Bíblia em seu quarto todos os dias. Ela também ora. Ela mal pode esperar para se formar e cuidar das pessoas como enfermeira. Ela pode até continuar seus estudos e se tornar médica.
"Meu pai ficou muito feliz quando eu disse que queria ser batizada", disse Nancy. "Ele conhecia minha vida pregressa. Ele ficou feliz em saber que eu mudei durante a faculdade e que tenho uma nova vida."
Parte de suas ofertas deste trimestre ajudará a Escola Adventista do Sétimo Dia de Formação em Enfermagem e Obstetrícia, onde Nancy estuda, a se expandir com a construção de novas salas de aula e dormitórios. A escola abriu com 22 alunos em 207S e hoje conta com 770 alunos. A demanda é alta, e a escola não tem capacidade para receber alunos novos. Essa é uma verdadeira escola missionária, onde apenas30 por cento dos alunos são adventistas. Vários alunos, como Nancy, entram para a igreja a cada ano. Obrigado por suas generosas ofertas.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
A lição da Escola Sabatina dos adultos desta semana pede aos leitores que procurem pontes ou pontos de contato que poderiam abrir oportunidades para conversas espirituais mais profundas com outros (ver terça-feira, 5 de dezembro). Qual ponte ou ponto de contato levou Nancy a um relacionamento mais profundo com Deus? Possível resposta: a enfermagem. À medida que Nancy buscava seu desejo de se tornar enfermeira, ela se conectava com a Escola Adventista do Sétimo Dia de Formação em Enfermagem e Obstetrícia, o que, por sua vez, a levou a uma caminhada mais profunda com Deus.
Saiba queAkuba é um pseudônimo.
Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
Baixe publicaçôes e fatos rápidos sobre a Divisão Africana Centro-Ocidental: bit.ly/wad-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 4º Trimestre de 2023
Tema geral: Missão de Deus, minha missão
Lição 11 – 9 a 16 de dezembro
Missão em favor dos não alcançados: parte 2
Autor: Marcelo Ferreira Cardoso
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Objetivo geral: Destacar a importância do trabalho missionário intercultural urbano em obediência ao ide de Jesus.
Objetivos específicos:
- Identificar e compreender os desafios encontrados em um trabalho urbano em outro país.
- Apontar a enorme compaixão que Jesus tinha pelas pessoas que viviam nas cidades e principalmente nos centros urbanos.
- Entender que sempre haverá pessoas sinceras em centros urbanos interculturais aguardando por missionários dispostos a levar as boas-novas.
Introdução
Durante Seu ministério, Jesus teve o cuidado de instruir Seus discípulos antes de dar a ordem a respeito do cumprimento da comissão evangélica (Mt 28:18-20). Na instrução dada em Mateus 10, a prioridade seria a princípio alcançar as ovelhas perdidas da casa de Israel, evitando o caminho que levava aos gentios e às cidades dos samaritanos (Mt 10:5, 6). Logo após essa determinação, Jesus partiu para ensinar e pregar nas cidades da Galileia (Mt 11:1).
Desde o início, Sua ordem envolvia os centros urbanos onde estavam concentradas as multidões. Ele preparou Seu povo para desenvolvê-la nesse contexto. Os discípulos deveriam ir, e não deviam ficar aguardando. Eles não deveriam esperar que o povo viesse a eles, mas ir ao povo com uma mensagem de salvação, cumprindo a própria declaração bíblica que afirma que pela bênção dos retos a cidade é exaltada (Pv 11:11).
Contudo, após o encontro de Jesus com alguns escribas e fariseus que saíram de Jerusalém em direção à Galileia, algo parece mudar nos planos do Mestre. Ele proferiu duras palavras, deixando os discípulos assustados diante de uma condenação arrasadora contra os líderes religiosos e seus errôneos preceitos humanos (Mt 15:1-20). Aparentemente, esse evento estimula Jesus a abandonar o solo judeu, partindo dali em direção ao noroeste e Se dirigindo à região de Tiro e Sidom, passando para uma nova etapa em Seu ministério, até então dedicado somente aos judeus.
Os discípulos estavam aos poucos sendo preparados para o cumprimento do ide a todo mundo e a toda criatura. Porém, o próprio muro de separação criado pelo orgulho judaico os impedia de se compadecerem dos que não eram judeus, fazendo com que Jesus aproveitasse o episódio ocorrido com uma mulher siro-fenícia para impressionar o coração deles para a maneira insensível com que tratavam os outros povos (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 1985], p. 384).
Parte 1 – Vencendo o preconceito
Talvez um dos grandes entraves para a boa execução do trabalho missionário seja o preconceito, que pode ser gerado pela diferença étnica, religiosa, social e cultural, vindo tanto da pessoa que entra em contato com o missionário, como do próprio agente missionário em relação ao interessado na Palavra. Essa era a grande barreira a ser vencida por Jesus em relação aos Seus discípulos, que haviam sido criados em um contexto de forte rejeição aos gentios e carregavam consigo esse terrível sentimento.
O intento do Mestre em levar aqueles homens às terras fenícias era não somente sair de uma situação atribulada na Galileia, mas também ensinar que o evangelho deveria ser pregado fora, em terras estrangeiras: “Cristo procurou uma oportunidade para instruir os discípulos a trabalhar pelos não judeus. Os pagãos necessitavam do evangelho, por isso Ele ensinou uma série de lições destinadas a levar os discípulos a perceber as necessidades das nações e o fato de que elas também eram candidatas ao reino dos céus (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo [CPB, 2013], v. 5, p. 440).
Parece que atualmente encontramos um certo grau de rejeição por parte de alguns irmãos da igreja a tudo aquilo que nos pareça diferente ou fora do nosso ambiente religioso e cultural. Isso acaba por tornar algumas igrejas verdadeiras redomas, fechadas em si mesmas. Escrevendo sobre o trabalho nos centros urbanos, Ellen G. White afirma: “O sal deve ser misturado com a substância a que é adicionado; ele precisa penetrar, infundir-se nela, para que esta seja preservada. Assim, é através do relacionamento e do contato pessoal que as pessoas são alcançadas pelo poder salvador do evangelho. [...] A influência pessoal é um poder. Ela deve operar com a influência de Cristo, para exaltar onde Cristo exalta, comunicar princípios corretos e deter o progresso da corrupção no mundo (Ministério Para as Cidades [CPB, 2012], p. 59).
Como uma igreja que nasceu de uma mensagem profética e tendo a responsabilidade de levar um evangelho eterno a todos que se assentam sobre a Terra (Ap 14:6), devemos nos capacitar para tal tarefa e criar em nossa congregação o senso de responsabilidade em enviar missionários a terras estrangeiras, mas também precisamos estar prontos para alcançar os estrangeiros que vivem em nosso país e em nossa comunidade.
Parte 2 – Ir e não esperar que venham
Um dos grandes erros elementares que ocorrem no ambiente da igreja é achar que as pessoas virão à nossa congregação por conta própria. Basta planejar e organizar um belo programa evangelístico, abrir as portas, e as pessoas aparecerão. Sabemos que não é assim que acontece. O verbo utilizado no imperativo de Jesus não foi aguarde (Mc 16:15), mas ide. A necessidade de sair da nossa zona de conforto é imperiosa. Mesmo atraindo as multidões, Jesus sabia que haveria pessoas a ser alcançadas com grande esforço e desprendimento da nossa parte.
Outro ponto de destaque do encontro de Jesus com a mulher cananeia foi a forma como Ele a tratou diante do seu pedido. Muitos interpretam aquela ação como um gesto grosseiro, porém, o que Jesus tinha em mente era justamente ensinar os Seus discípulos que todos são, independentemente das diferenças, merecedores de atenção e necessitados de salvação. Era de suma importância exercitar a empatia e compreender as necessidades das pessoas que os discípulos achavam que não eram merecedoras de perdão.
Nas grandes cidades, encontramos diferentes tribos urbanas, que carregam uma série de diferenças culturais e de valores morais que muitas vezes entram em choque com nossos princípios. É nessa hora que deve entrar em cena o grande Agente, o Espírito Santo. É Nele que devemos experimentar um verdadeiro reavivamento, e somente por meio do crescimento espiritual podemos vencer essas diferenças. Ellen G. White diz: “Os mensageiros de Deus devem ser revestidos com poder. Devem ter pela verdade um respeito que agora não possuem. A solene, sagrada mensagem de advertência do Senhor deve ser proclamada não meramente em nossas igrejas, mas nos campos mais difíceis e nas cidades mais pecadoras (Carta 128, 1902, p. 72, 73).
Pedro presenciou as lições ministradas por Jesus. Apesar disso, ele não havia se convencido e se convertido aos ensinos do Mestre. Durante um bom tempo, carregou o preconceito contra os gentios. Somente depois, quando recebeu o Espírito Santo em sua vida e a orientação dada por Deus através da visão do lençol cheio de animais imundos, seu ministério foi transformado.
Conclusão
Ao visitar algumas igrejas, notamos que quando se fala em serviço (diaconia), logo se pensa em trabalhar na recepção, no louvor ou no departamento infantil da igreja. Tudo isso é importante e deve acontecer, contudo, precisamos aprender a servir a cidade e as pessoas do centro urbano no qual nossa igreja está inserida. Essa foi a ordem de Jesus a Seu povo, transformar os habitantes da cidade em cidadãos do reino dos Céus.
A lição desta semana apontou para a importância do trabalho intercultural e a necessidade da igreja em se preparar para levar o evangelho a diferentes povos e culturas. Devemos lembrar que muitas vezes essa missão intercultural envolve alcançar pessoas que estão dentro do próprio contexto geográfico da igreja. Missão intercultural não é apenas pensar na obra fora do nosso país, até porque, diante de um mundo mergulhado em convulsão e conflitos, os centros urbanos atualmente recebem inúmeros imigrantes que necessitam de amparo, carinho e salvação. Como cristãos, devemos cumprir nossa missão.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Marcelo Ferreira Cardoso é casado com Elda Cardoso, cirurgiã-dentista, e pai de dois maravilhosos filhos, Rafael e Helena Cardoso. Graduou-se em Teologia no UNASP-EC (2000), é mestre (2018) e doutorando em Ciências das Religiões pela FUV – Faculdade Unida de Vitória. No início de seu ministério, trabalhou como capelão no Colégio Adventista de Taguatinga, DF (2001), foi pastor distrital em Araguatins, TO (2002-2003) e Formosa, GO (2004). Atuou também como evangelista na Associação Paulista Sul (2005-2008) e União Sul-Brasileira (2009-2016). Atualmente, é professor de Teologia e coordenador da área aplicada do SALT com sede na Faculdade Adventista do Paraná.