Lição 10
01 a 07 de junho
Momentos difíceis
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Jó 1, 2
Verso para memorizar: “Irai-vos e não pequeis; não se ponha o Sol sobre a vossa ira” (Ef 4:26).
Leituras da semana: Mt 7:5, 12; Ef 1:7; 4:26, 27; Fp 2:4-8; Tg 1:19, 20; Cl 3:19

Até o melhor dos lares enfrenta momentos de luta e de conflito. Esse é apenas um dos fatos da vida em um mundo caído. Coisas simples, como quem deve recolher o lixo da casa e descartá-lo; se os filhos terminaram a lição de casa; ou se eles realizaram suas tarefas domésticas, são questões incômodas, mas relativamente menos importantes, e geralmente podem ser resolvidas com o mínimo de transtorno. Entretanto, outras questões ameaçam desestabilizar a vida familiar. A sogra cujo abuso e manipulação ameaçam destruir o casamento e a saúde de uma mulher; o pai com doença mental que abusa de seus filhos; o filho que abandona toda a sua formação religiosa para se entregar a um estilo de vida promíscuo; ou a filha que se torna dependente de drogas.

Repetidamente, no Novo Testamento, somos ordenados a amar uns aos outros (Jo 13:34; Rm 12:10), a viver em paz e harmonia uns com os outros (Rm 15:5; Hb 12:14), a ser pacientes, bondosos e compassivos (1Co 13:4), a considerar os outros superiores a nós mesmos (Fp 2:3), a perdoar as pessoas e a suportar os fardos uns dos outros (Ef 4:2; Gl 6:2). Evidentemente, é mais fácil dizer do que fazer tudo isso, mesmo com nossos familiares. Nesta lição, examinaremos algumas maneiras de abrandar os momentos difíceis, especialmente na família.



Domingo, 02 de junho
Ano Bíblico: Jó 3–5
Conflito

1. Leia Mateus 7:5 e Provérbios 19:11. Quais são os dois princípios importantes que ajudam a evitar conflitos com outras pessoas?

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O escritor de Provérbios fez uma observação muito perspicaz: “Como o abrir-se da represa, assim é o começo da contenda; desiste, pois, antes que haja rixas” (Pv 17:14). Uma vez iniciado, um conflito pode se tornar incrivelmente difícil de ser encerrado. De acordo com Romanos 14:19, podemos evitar o conflito ao seguir [ou perseguir] duas atitudes: a que leva à paz e aquela que edifica os outros. Esses princípios não são ainda mais cruciais para a harmonia na família?

Às vezes, admitir nossa responsabilidade em um conflito faz com que a outra pessoa se acalme. Recue e pense se vale a pena travar essa batalha. O sábio afirmou: “A sabedoria do homem lhe dá paciência; sua glória é ignorar as ofensas” (Pv 19:11, NVI). Ao mesmo tempo, considere que diferença isso fará em sua vida daqui a três dias. Melhor ainda, qual impacto terá em cinco ou dez anos? Quantos casamentos, por exemplo, tiveram momentos difíceis devido a questões que hoje parecem triviais?

Em vez de deixarmos o conflito se arrastar por um longo período, ao falarmos com a outra pessoa, seja ela o cônjuge, um filho, um amigo ou colega de trabalho, devemos definir claramente o problema ou o ponto da discussão e permanecer no assunto imediato. O conflito geralmente piora quando a questão que deu início a ele é perdida de vista em meio às palavras iradas; enquanto isso, problemas ou mágoas do passado são resgatados (isso pode ser mortal, especialmente para o casamento). Um modo de começar melhor e mais brandamente a discussão é reafirmar o relacionamento. Faça com que a outra pessoa saiba que você se importa profundamente com ela e com o relacionamento. Depois de ter declarado seus sentimentos positivos, passe a falar do assunto em questão; no entanto, tenha cuidado para não usar a palavra “mas”. Declarar um pensamento positivo e, em seguida, dizer “mas” é uma negação do que acabamos de afirmar. Uma vez que você compartilhar seus sentimentos, ouça a perspectiva da outra pessoa, reflita sobre o que ela disse e só então proponha uma solução que seja melhor para todos (Fp 2:4, 5).

Pense em alguns conflitos que hoje parecem tolos e insignificantes. Como podemos impedir que algo semelhante aconteça novamente?


Segunda-feira, 03 de junho
Ano Bíblico: Jó 6, 7
Alguns princípios para o casamento

Assim como o sábado, o casamento é um dom de Deus para a humanidade que remonta ao Éden. E, como adventistas do sétimo dia, sabemos o que o inimigo fez e continua fazendo tanto com o sábado quanto com o casamento. Às vezes, até os melhores casamentos sofrem devido aos conflitos.

A seguir estão alguns princípios que ajudam os casais a lidar com esses problemas.

2. De acordo com Efésios 1:7, qual princípio fundamental deve fazer parte de todo casamento? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (  ) A redenção, que traz o perdão dos pecados e a restauração dos relacionamentos com Deus e com os outros.

B. (  ) O ciúme e a certeza de que a nossa opinião é melhor do que as ideias dos outros.

Devemos perdoar, especialmente quando nosso cônjuge não merece nosso perdão. Qualquer um é capaz de perdoar a pessoa que, de alguma forma, faz algo para merecer o perdão. Na verdade, isso não é o perdão no sentido mais pleno. O verdadeiro perdão ocorre quando perdoamos aqueles que não o merecem, como o Senhor nos perdoa mediante Cristo. Devemos fazer a mesma coisa. Caso contrário, nosso casamento, se sobreviver (o que não é provável), parecerá um “purgatório”.

3. Qual princípio fundamental encontramos também em Romanos 3:23? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Devemos buscar sempre os nossos interesses.

B. (  ) Todos somos pecadores e carecemos da glória de Deus.

Devemos aceitar que somos casados com um(a) pecador(a), com um ser que sofreu, em certa medida, danos emocionais, físicos e espirituais. Devemos nos acostumar com isso. Aceite as falhas do seu cônjuge. Lide com essa realidade com muita oração. Você pode ter que conviver com essas falhas, mas não precisa ficar obcecado por elas. Se fizer isso, elas o comerão vivo. Um Deus santo e perfeito, mediante Cristo, nos aceita como somos. Nós, que não somos santos nem perfeitos, devemos fazer o mesmo com nosso cônjuge.

Leia Filipenses 2:4-8. Qual princípio importante nos ajuda no casamento e em todos os relacionamentos potencialmente problemáticos?

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Terça-feira, 04 de junho
Ano Bíblico: Jó 8–10
A função da ira no conflito

Quem já não ficou irado em algum momento? Quando essa ira é direcionada a um membro da família, ela se torna ainda mais difícil. Além da recusa em perdoar, a ira pode se transformar em um veneno que causa grande dor e sofrimento no lar, na família e nos relacionamentos em geral.

4. Leia Efésios 4:26, 27 e Eclesiastes 7:9. Como podemos equilibrar nossa compreensão da ira como uma emoção e também como um pecado? Qual é a diferença?

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5. Segundo Tiago 1:19, 20, como devemos agir, especialmente quando lidamos com membros da família cujas ações, atitudes e palavras nos irritam? Complete as lacunas:

“Todo homem, pois, seja pronto para ________, tardio para _______, tardio para se irar. Porque a _______ do homem não produz a justiça de Deus” (Tg 1:19, 20).

Se você está irado com alguma coisa, em vez de deixar essa ira pairar como uma nuvem negra sobre sua vida, transforme-a em algo positivo. Ore por aqueles que o ferem e o maltratam, perdoe-os e se torne uma bênção para eles. Provavelmente não será fácil no início, mas quando você tomar a decisão e a mantiver, Deus cuidará do restante.

Às vezes, a origem da ira está no lar em que crescemos. Pessoas iradas muitas vezes vêm de famílias iradas, pois aprendem a partir de seus modelos e seguem o mesmo comportamento em sua vida, consequentemente transmitindo-o a seus filhos. Às vezes, a ira é o resultado de necessidades não satisfeitas ou de inveja, como foi o caso de Caim, o que o levou a assassinar seu irmão.

Você pode ter um bom motivo para ficar irado, mas não use isso como desculpa para continuar assim. Não negue a sua ira nem tente justificá-­­la. Em vez disso, peça a ajuda de Deus para lidar com ela de maneira positiva. O apóstolo Paulo deu bons conselhos: “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:21).

Todos temos coisas que nos deixam irados a ponto de nos fazer sofrer. Em alguns casos, provavelmente temos justificativa para essa ira. A questão é: mediante o poder de Deus, como podemos impedir que a ira nos torne miseráveis? De que maneira devemos ajudar os que sofrem com esse problema ao nosso redor?


Quarta-feira, 05 de junho
Ano Bíblico: Jó 11–14
Conflito, abuso, poder e controle

Às vezes, o conflito e a ira não resolvidos podem se transformar em uma dinâmica muito negativa e destrutiva, fazendo com que um relacionamento se torne até mesmo abusivo. O abuso pode assumir diversas formas: física, verbal, emocional, psicológica, sexual, etc. Mas toda forma de abuso é contrária ao princípio central do reino de Deus: o amor abnegado.

6. Quais ensinamentos fundamentais sobre relacionamentos encontramos em 1 João 4:7, 8 e Colossenses 3:19?

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“Maridos, amai vossa esposa e não a trateis com amargura” (Cl 3:19). No texto grego, a palavra “amargura” se refere a alguém que está irado ou que trata com amargura o parceiro, causando dor constante, hostilidade intensa e expressões de ódio contra o outro. Paulo foi muito claro ao dizer que o cônjuge não deve ser hostil nem violento. O abuso emocional, sexual e físico não é um comportamento aceitável para um marido cristão. Em vez disso, aceitável é amar o cônjuge. Paulo também deixou claro que o amor é paciente e bondoso, não é ciumento, não se vangloria, não é orgulhoso, rude, egoísta, nem se irrita facilmente; não guarda rancor, não se alegra com o mal, mas com a verdade. O amor sempre protege, confia, espera e persevera. Nenhum dos atributos do amor tolera o abuso, nem mesmo remotamente, e não o aceita de nenhuma forma e em nenhum aspecto.

Um relacionamento saudável é aquele em que ambos os cônjuges se sentem protegidos e seguros, em que a ira é controlada de maneira saudável e em que a norma é servir um ao outro. Muitas vezes, as vítimas de abuso se sentem culpadas, como se fossem responsáveis por provocar aquele que abusa, ou sentem que, de alguma forma, merecem o abuso que recebem. O abusador pode ser bastante controlador e, muitas vezes, habilidoso em fazer com que suas vítimas se sintam responsáveis. A verdade é que ninguém merece ser abusado, e o abusador é responsável por suas próprias escolhas e ações. A boa notícia é que a Bíblia oferece conforto às vítimas e não as culpa. Nas situações em que o problema se torna incontrolável não devemos ter medo de procurar ajuda externa.

É lamentável que algumas culturas tolerem o abuso de mulheres. Por que nenhum cristão deve cair nesse tipo de comportamento, independentemente do que sua cultura lhe permita?


Quinta-feira, 06 de junho
Ano Bíblico: Jó 15–17
Perdão e paz

7. “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles; porque esta é a Lei e os Profetas”(Mt 7:12). Pense na necessidade de aplicar esse princípio e, nas linhas abaixo, escreva em quais situações da sua vida essa aplicação é necessária.

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O escritor de Hebreus aconselhou: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12:14). Mesmo quando tomamos todas as medidas necessárias, algumas pessoas que nos feriram não ouvirão nem mudarão. Talvez algumas apresentem um pedido de desculpas, mas outras não. De qualquer maneira, a jornada do perdão mencionada anteriormente, especialmente quando se trata de um membro da família, é para o nosso bem.

Na verdade, o perdão é essencial na resolução de conflitos, especialmente na família. Quando alguém peca contra nós, o inimigo de Deus gosta de erguer um muro entre nós e essa pessoa, um obstáculo que nos impede de amá-la como Cristo nos amou. O perdão é uma escolha que fazemos para contornar esse obstáculo.

“Não somos perdoados porque perdoamos, porém, como perdoamos. A base de todo perdão acha-se no imerecido amor de Deus; mas, por nossa atitude para com os outros denotamos se nos apropriamos desse amor. Por isso Cristo diz: ‘Com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós’” (Mt 7:2; Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 251).

Ao mesmo tempo, quando somos os culpados, precisamos tentar restaurar o relacionamento rompido, o que envolve ir até a outra pessoa, dizer a ela que nos arrependemos do que fizemos e pedir o seu perdão. Isso é o que Jesus disse: “Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt 5:23, 24). É bom quando alguém que nos machucou nos pede perdão. Da mesma forma, é bom dispensar aos outros o mesmo tratamento.

Pensar nas coisas a respeito das quais precisamos pedir perdão nos ajuda a perdoar os outros?


Sexta-feira, 07 de junho
Ano Bíblico: Jó 18, 19
Estudo adicional

Muitas vezes os pais não estão unidos no governo da família. O pai, que está com os filhos apenas pouco tempo e ignora suas peculiaridades de disposição e temperamento, é ríspido e severo. Não controla o temperamento, mas corrige com ira. A criança sabe disso, e em vez de submeter-se, o castigo enche-a de ira. A mãe permite que a falta passe uma vez sem repreensão quando de outra vez puniu duramente. As crianças nunca sabem o que esperar e são tentadas a ver até onde podem transgredir impunemente. Assim semeiam-se sementes do mal que germinarão e darão fruto” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 314 e 315).

“O lar deve ser o centro do amor mais puro e da mais elevada afeição. Paz, harmonia, afeição e felicidade devem ser perseverantemente acalentadas cada dia, até que essas preciosas virtudes habitem no coração dos que compõem a família. A planta do amor deve ser cuidadosamente alimentada; caso contrário morrerá. Todo bom princípio deve ser cultivado se quisermos que ele floresça no coração. O que Satanás planta no coração, ruins suspeitas, inveja, ciúmes, maledicência, impaciência, preconceito, egoísmo e cobiça, deve ser desarraigado. Se for permitido que essas más qualidades permaneçam no coração, produzirão frutos pelos quais muitos serão corrompidos. Oh, quantos cultivam as venenosas plantas que matam os preciosos frutos do amor e pervertem o caráter!” (p. 195, 196).

Perguntas para discussão

1. Leia esta citação de um artigo sobre casamento. “Porque não temos Sumo Sacerdote que não possa compadecer-Se das nossas fraquezas; antes, foi Ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4:15). Assim como Cristo Se colocou em nosso lugar, a fim de Se identificar melhor conosco, devemos fazer o mesmo com nosso cônjuge. Visualize toda situação ou crise não apenas da sua perspectiva, mas do ponto de vista dele. Veja como ele enxerga a situação e por que ele se sente assim. Esse princípio ameniza dificuldades. Como aplicar esse princípio a todas as áreas de potencial conflito com outras pessoas?

2. Pergunte à classe: “A ira é sempre um pecado?” Ouça a opinião dos alunos.

Respostas e atividades da semana:

1. Devemos primeiramente olhar para os nossos erros, depois para o erro dos outros. Devemos também ter paciência.

2. V; F.

3. B.

4. A ira é uma emoção humana e não é pecado. Ela se torna pecado quando agimos de acordo com nossa ira e destruímos as pessoas e os relacionamentos.

5. Ouvir – a falar – ira.

6. Quem não ama não conhece a Deus; o marido deve amar sua esposa e tratá-la bem. 7. Peça que os alunos contem experiências em que não foram tratados de acordo com esse princípio e ocasiões em que deixaram de praticar essa regra. Desafie a classe a tomar uma decisão em relação a esse ponto.



Resumo da Lição 10
Momentos difíceis

“Momentos de dificuldade” farão parte de todos os relacionamentos que se aventuram além das relações superficiais. Nosso princípio deve ser sempre prevenir os problemas mediante sábios princípios cristãos. Porém, mais cedo ou mais tarde, os conflitos se infiltrarão até mesmo nos relacionamentos mais íntimos e mais saudáveis. Felizmente, a Bíblia está repleta de conselhos para garantir que conflitos não se tornem guerras que destruam famílias e amizades.

Ouvir outros nos dizerem que precisamos amar e ser gentis (Jo 13:34, 35), perdoar (Ef 4:31, 32), viver em paz e harmonia uns com os outros (Rm 15:13-16) pode soar como conselho familiar banal para os cristãos. Mas essas são exatamente as atitudes rapidamente esquecidas em tempos de conflito. Talvez a coisa mais difícil de se fazer em uma situação de crescente tensão emocional seja lembrar que nosso cristianismo deve ser palpável nesses momentos. Para ser mais franco, pode-se dizer que nosso testemunho cristão permanece firme ou cai por terra, não quando estamos na igreja, orando ou estudando a Bíblia, mas quando estamos na privacidade de nossos lares, interagindo com nossa família.

Visto que os membros da família são susceptíveis a fazer ou dizer coisas das quais finalmente se arrependerão, o perdão se torna um elemento fundamental na discussão dos problemas familiares. Ser alguém que está pronto a perdoar, que não conserva um registro dos erros do passado e que não se ressente passivamente com a outra pessoa (enquanto finge ter perdoado) é nada menos que um milagre. Um casal relatou como seu perdão teve que ser aprofundado depois que se casaram: “Nossas falhas de caráter se espalharam por todos os lados depois que nos casamos. Tivemos que ir além de aprender a apenas perdoar um ao outro por erros isolados para aprender a perdoar o fato de a outra pessoa ser quem ela era. Para perdoar assim e manifestar à nossa família o perdão semelhante ao de Cristo, o perdão de Deus a nós por intermédio de Cristo precisa ser mantido no centro da nossa atenção (Ef 1:7).

Escrituras

O Sermão do Monte é uma exposição sobre a santidade, um modelo de ensino ético, e tem sido considerado o “Manifesto do Reino”. Um manifesto declara as intenções e objetivos de um governo ou movimento. A natureza e o caráter do reino que Jesus inaugurou são apresentados no Seu sermão mais conhecido. Não é de admirar que esse discurso sirva duplamente como uma rica fonte de conselhos e sabedoria familiar. Os princípios do reino entram em cena no contexto dos relacionamentos; assim, os relacionamentos familiares são alvo das intenções do reino de Deus.

A lição se refere ao conselho de Cristo: “Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt 7:5, NVI). Esse é um princípio que pode ajudar a evitar conflitos. Esse verso e as passagens à sua volta provavelmente sejam a parte mais usada e mais mal-empregada de tudo que Cristo falou. Portanto, essa seção merece alguma reflexão adicional.

Se há uma frase em toda a Escritura que passou a fazer parte do arsenal verbal da cultura ocidental, conhecida tanto por cristãos quanto por pessoas seculares, é: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7:1). Esse provérbio, naturalmente, é o contexto no qual Jesus falou sobre “viga” e “olhos”. Infelizmente, essa frase tem sido incorporada por uma visão de mundo relativista e usada em todos os lugares para impedir que alguém diga que outra pessoa está fazendo algo errado, o que, naturalmente, seria um “julgamento” feito sobre aquela pessoa. Para manter esta discussão ao longo das linhas relacionais, os casamentos não iriam longe, ou seriam severamente atrofiados, se julgamentos de certo/errado, bem/mal, amor/ódio, ou benéfico/prejudicial não pudessem ser feitos regularmente sem que as palavras “não julgue’’ fossem invocadas como um destruidor de diálogo. Qualquer pessoa que esteja familiarizada com a Bíblia ou com os ensinamentos de Jesus sabe que essa invocação certamente não é a aplicação correta dessa frase. Então, qual é a aplicação adequada desse ensinamento de Cristo? Como isso pode ser uma chave na prevenção e talvez na resolução de conflitos, especialmente dentro das famílias?

Talvez a melhor maneira de começar a entender o propósito de Mateus 7:1-5 seja visualizar o quadro que Jesus pintou. Certamente, não se trata de negar a existência de problemas na sua própria família nem na família das outras pessoas. Problemas do tamanho de vigas (dokós: madeira do tamanho das tábuas do piso do templo de Salomão (1Rs 6:15, NVI) saltam dos olhos. Mas aqui está o contraste marcante que Jesus fez. Os que têm grandes problemas, as vigas, estão corrigindo/repreendendo os que têm problemas menores, os quais Jesus comparou a ciscos. E estão fazendo isso de forma hipócrita (Mt 7:5). É essa postura de combate que é tão prejudicial para os relacionamentos – o que comete o pecado flagrante, talvez em um estado de total negação, atacando algum pecadinho que tenha sido microscopicamente identificado no outro. Muitas vezes, a melhor maneira de esconder as próprias falhas é atacar os outros de forma cruel por causa das falhas deles. Esse comportamento é uma receita para o desastre nos relacionamentos, incluindo família e casamento.

Surpreendentemente, Jesus traz a esperança de que ambos os indivíduos podem comparecer um diante do outro, livres de seus impedimentos visuais. Essa esperança é uma boa notícia para as relações entre esposos, esposas, pais, filhos e irmãos. Nossos problemas, dificuldades ou pecados não precisam ter a última palavra para minar nossos relacionamentos. O conflito não precisa ser exaustivo, contudo, esta simples ordem de Jesus precisa ser atendida, por mais difícil que ela seja: “Tire primeiro a viga do seu olho, e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão” (Mt 7:5, NVI). Aqui, então, está a postura de prevenção e resolução quando o conflito ameaça os relacionamentos: (1) Antes de abordar os problemas do outro, deve-se ter a atitude de reconhecer que seus próprios problemas são maiores do que as dificuldades da pessoa abordada. (2) Peça à outra pessoa que aponte os pontos cegos (vigas) que não tenham sido abordados ou que foram negados. (3) Peça perdão por seus próprios pecados, os quais, se forem vigas, causaram muito mais danos ao relacionamento do que os ciscos que se esperava abordar. (4) Se as coisas forem bem, pode-se perguntar (Mt 7:7) se agora seria um bom momento para compartilhar as preocupações que se tem em relação ao seu cônjuge para o crescimento e a preservação do relacionamento. O conselho de Cristo, a presença do Seu Espírito e uma atitude humilde e receptiva ao ensino ajudarão muito na prevenção e resolução de conflitos. O ataque hipócrita e crítico às faltas da outra pessoa será ineficaz em resolver qualquer coisa e possivelmente apenas provocará a mesma resposta. Jesus sabia disso e, por essa razão, advertiu: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7:1).

Perdão

O segredo (se é que isso pode ser chamado assim) de ser um perdoador habitual é viver a vida do perdoado: “Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4:32). Mas aceitar intelectualmente que Deus nos perdoou é diferente de realmente viver a vida do perdoado. Em nenhum lugar nas Escrituras essa diferença é mais marcante do que na famosa parábola de Jesus sobre o servo incompassivo em Mateus 18:23-35. A partir dessa perspectiva, pode-se dizer que o servo incompassivo (que teve 10.000 talentos perdoados) não se apropriou da realidade de seu perdão a ponto se se sentir constrangido a oferecer pelo menos uma fração desse perdão ao outro (100 denários). Ele ouviu que foi perdoado e talvez até acreditou nisso; mas a disposição para perdoar não se tornou a característica central pela qual ele vivia e tratava os outros. Se o perdão deve fluir livremente entre os membros da família, então o nosso perdão recebido de Deus precisa ser uma característica controladora de nossa vida, influenciando nosso tratamento de uns para com os outros.

O resultado de “viver perdoado” é a coragem de abordar aquela pessoa que geralmente temos mais dificuldade para perdoar. Ninguém destaca esse ponto melhor do que Brennan Manning: “Jesus nos desafia a perdoar a todos que conhecemos. [...] Agora mesmo existe alguém que nos desapontou e ofendeu, alguém com quem estamos continuamente indignados e com quem somos mais impacientes, irritados, implacáveis e rancorosos do que ousaríamos ser com qualquer outra pessoa. Essa pessoa somos nós mesmos. Com absoluta frequência estamos fartos de nós mesmos. Estamos cansados de nossa mediocridade, revoltados diante de nossa inconsiste?ncia, aborrecidos com nossa monotonia. [...] Jamais julgari?amos qualquer outro filho de Deus com a selvagem autocondenac?a?o com que esmagamos a no?s mesmos. Jesus disse que devemos amar o pro?ximo como a no?s mesmos. Devemos ser pacientes, gentis e compassivos com nossa pessoa assim como tentamos amar nosso pro?ximo”. Ou como Francis MacNutt ironizou em sua célebre declaração: “Se o Senhor Jesus Cristo lavou você no pro?prio sangue e o perdoou de todos os pecados, como você ousa recusar-se a perdoar a si mesmo?” (Brennan Manning, A Assinatura de Jesus, 2ª ed. São Paulo: Mundo Cristão, 2008, p. 131, 132, 82).

Assim, podemos ter ânimo para viver sob a gloriosa percepção de que, por intermédio de Cristo, somos completamente perdoados. Depois que o Espírito Santo inserir essa verdade em nosso coração, seremos genuinamente capazes de perdoar uns aos outros. Esse entendimento é verdadeiramente uma chave para experimentar a paz dentro da família.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Independentemente de tudo o que foi dito nos aspectos teológico e prático sobre o perdão na igreja cristã, ele ainda pode ser muito difícil em certas situações. Temos a tendência de nos apegar às ofensas do passado com punhos cerrados, especialmente se os erros não foram resolvidos. Discuta com a classe as estratégias para “deixar de lado” o rancor e apresente o lembrete de que os ressentimentos prejudicam apenas o portador, não o agressor. Aqui está uma antiga parábola que esclarece bem esse ponto:

Dois monges (um mais velho e outro mais jovem), a caminho de um mosteiro no alto das montanhas, se depararam com uma mulher que estava tendo dificuldade para atravessar um riacho que corria com força. Considerando que os monges mantinham estritos votos de não tocar nas mulheres, o mais jovem pensou que passariam direto por ela. Mas o monge mais velho colocou a mulher nas costas, carregou-a através do riacho e a deixou do outro lado. O monge mais jovem ficou ofendido, mas reprimiu suas objeções durante algumas horas até chegarem ao topo da montanha, onde ele finalmente explodiu dizendo: “Como você pôde quebrar nossos votos e carregar aquela mulher nas suas costas?” O monge mais velho respondeu: “É verdade; eu a carreguei até o outro lado do riacho, mas você a carregou por todo o caminho até o alto da montanha”. Os cristãos não têm necessidade de carregar o fardo do ressentimento ou da incapacidade de perdoar. O Senhor é bem capaz de suportar os pecados do mundo; Ele não precisa da nossa ajuda. Portanto, vamos deixar esse fardo nas mãos do nosso Salvador.


Dois pedidos, uma resposta rápida

Gilberto nunca se interessou em fazer parte de uma igreja e não conseguiu entender porque, de repente, sentiu desejo de ler a Bíblia. Incapaz de resistir ao impulso, esse gerente aposentado de um Banco brasileiro começou a estudar a Bíblia por conta própria, e ficou impressionado com o que lia. Alguns trechos o deixaram confuso e curioso em saber o que significava. Ele queria que alguém explicasse a Bíblia.

Na véspera do Ano Novo, decidiu escapar da tradição da família de ir a uma festa e assistir à queima de fogos na rua em Salvador, uma cidade costeira de aproximadamente cinco milhões de habitantes. “Assistam à queima de fogos sem minha companhia”, disse à esposa e três filhos adolescentes. “Desta vez não quero ir”. Gilberto tinha um plano. Ele queria orar. Quando a família saiu de casa, pediu que Deus o ajudasse a decifrar a Bíblia e revelasse a igreja verdadeira. “Mais rapidamente do que a qualquer outro pedido na vida, Deus respondeu àquela oração.”, ele conta. Sem saber, ele fez seu pedido justamente no dia sagrado, o sétimo dia da semana. O dia 31 de dezembro caiu no sábado. O dia seguinte, 1º de janeiro, era um domingo.

Na segunda-feira, o primeiro dia de trabalho do ano, Gilberto recebeu um telefonema de um Banco que trabalhara. O gerente queria que ele fosse assinar um contrato de alguns investimentos que possuía. No Banco, Gilberto viu um ex-colega de trabalho sentado perto da mesa do diretor, e se lembrou de que o homem era cristão. Depois de assinar o contrato, foi até o colega Álvaro.

“Você sabe onde posso estudar a Bíblia?”, Gilberto perguntou. “Não me apresente um pastor. Não tente me converter. Só quero estudar a Bíblia”. Alvaro era adventista do sétimo dia, mas Gilberto não sabia disso. “Você pode estudar a Bíblia em Cabula”, Alvaro disse, referindo-se ao bairro onde sua igreja está localizada. “É muito longe”, Gilberto disse. “O tráfego é terrível”. “Conheço o lugar”, Álvaro insistiu, “as pessoas se reúnem para estudar a Bíblia, não é uma igreja”.

No dia seguinte, terça-feira, Álvaro levou Gilberto para a igreja Partilhando Jesus, onde as pessoas se reúnem em pequenos grupos para cantar e estudar a Bíblia. Entretanto, Gilberto não se sentiu confortável em ir a um lugar onde não conhecia ninguém; por isso chamou uma amiga da família, Regina, para acompanhá-lo. A esposa recusara o convite. Gilberto ficou fascinado com o estudo bíblico e pediu a Regina que o acompanhasse na próxima reunião. “Bem, irei acompanhá-lo”, respondeu, “mas não quero participar do estudo bíblico.”

Regina acompanhava Gilberto a todas as reuniões e muitas vezes usava um maiô embaixo da roupa para depois nadar na praia. Gilberto foi batizado no dia 31 de dezembro de 2006. Regina foi batizada no ano seguinte. “Adivinha quem também foi batizada comigo”, Gilberto desafia com um brilho no olhar. “Minha mãe!”

Antes do batismo, ele contou a novidade à mãe, que viveu por vários anos no interior com a irmã, Odete, adventista do sétimo dia. “Mamãe, vou me batizar na igreja da minha irmã!”, informou Gilberto. Dez minutos depois de desligar o telefone, a mãe retornou à ligação. “Por que não nos batizamos juntos?”, ela perguntou. “Você se preparou para o batismo?”, acrescentou Gilberto. “Todos os dias, minha filha me dá estudos bíblicos”, ela respondeu. “Não posso perder a oportunidade de mergulhar sob as águas com você”. Ela foi batizada aos 84 anos de idade. Gilberto estava com 56.

Hoje, com 68 anos, é vice-líder do Projeto Partilhando Jesus e levou ao batismo cerca de 200 pessoas em 14 anos. Parte da oferta do trimestre ajudará a mudar da casa alugada para um local mais amplo onde realizarão cursos de culinária saudável e seminários sobre saúde.

Gilberto disse que está maravilhado com a forma pela qual Deus respondeu à sua prece de Ano Novo para entender a Bíblia e conhecer a igreja verdadeira, levando-o à igreja adventista em apenas três dias. “Como cheguei a esta igreja? Foi o amor de Deus. Mas o que me levou a permanecer foi o ambiente acolhedor e amoroso que encontrei”, ele diz. E acrescentou: “Acredito que esta igreja quebrou os preconceitos de muitas pessoas. Eu era de uma realidade secular. Em nosso projeto batizamos pessoas com esse perfil – médicos, dentistas e advogados – pessoas que normalmente não frequentam a igreja. Recebemos pessoas que não querem ir à igreja e, uma vez batizadas, quase nunca saem dela.”


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2019

Tema Geral: Estações da família

Lição 10: 1º a 7 de junho

Momentos difíceis

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução:

Ilustração: Uma tarde, quando regressou do seu trabalho, um chefe de família encontrou seus filhos (um menino e uma menina) em uma briga ferrenha, trocando ásperos desaforos. O pai, atônito, perguntou: – Gente, o que está havendo com vocês?! Imediatamente, eles responderam: – Nada! Só estamos brincando de pai e mãe.

Infelizmente, pessoas normais vivem momentos de conflito. Eles se manifestam entre os cônjuges, entre pais e filhos e entre os filhos. Nesta lição, examinaremos algumas maneiras de abrandar esses momentos difíceis oriundos dos conflitos gerados nas famílias.

I – Conflitos na família, uma realidade

Com um pouco de observação, podemos detectar algumas das fontes mais comuns de conflito familiar hoje em dia:

A) Dinheiro

Mesmo quando os recém-casados não vivem com seus familiares, as finanças podem ser uma fonte de conflito. Esse problema, diga-se de passagem, não tem nada a ver com a idade. Tanto os casais mais jovens como os mais velhos às vezes enfrentam essa dificuldade. O homem pode ser imprudente e gastar o dinheiro em coisas que, para sua esposa, parecem ridículas, devido à ideia que ela tem de “poupar para quando os tempos difíceis chegarem”. Se a esposa trabalha fora, ela pode aumentar a dificuldade, especialmente se o marido gasta o dinheiro com coisas que ela julga desnecessárias. Numa situação como essa, ela pode esperar que ele pague com o “seu” salário todas as despesas da casa. Além disso, quando a família gasta mais do que ganha, o que é muito comum, por causa da facilidade para comprar no crédito, as queixas e reclamações estão na ordem do dia.

B) Planejamento familiar (ou falta dele)

Frequentemente, aqueles que pensam no casamento se esquecem da quantidade de que filhos terão. Às vezes, os noivos podem ter em mente certa ideia da família que desejam (com muitos ou pocos filhos), porém, não tendo discutido com antecedência, descobrem depois do casamento que suas opiniões são diferentes, e isso dá origem a conflitos. A gravidez inesperada também pode ser causa de graves transtornos entre os cônjuges.

C) Religião

É uma lástima, mas, a religião é uma das últimas coisas que alguns casais discutem antes de se casarem. Eles assumem que “o amor verdadeiro” é suficiente para resolver qualquer diferença que eles possam ter nessa área. Então começam os problemas. Ela deseja ir aos cultos da igreja; ele deseja ir pescar ou sair com os amigos. Ela deseja ir fielmente à igreja; ele fica desgostoso porque ela “passa dia e noite na igreja”. Algumas vezes, essa diferença se manifesta quando os dois têm religiões diferentes; mas também pode se apresentar quando, mesmo sendo da mesma fé, eles têm graus de desenvolvimento religioso muito diferentes.

D) Educação dos filhos

As fontes de conflitos que foram mencionadas acima envolvem duas pessoas, o esposo e a esposa. Porém, a partir do nascimento dos filhos, a família passa de um estágio de crescimento a outro e, com a chegada dos descendentes, surgem outros problemas. A disciplina no lar deveria ser mais do que castigo, se bem que este não deva estar completamente ausente. A disciplina inclui também a orientação dos filhos. Quando os pais não veem a disciplina da mesma forma, os filhos estão prontos para tomar vantagem de tal situação e não têm dificuldade para colocar os pais um contra o outro.

E) Outros problemas

Além desses, podemos listar: 1) Dificuldades sexuais ou inexistência de vida sexual; 2) Ciúme patológico; 3) Filhos de outro casamento; 4) Vício em internet ou outras tecnologias; 5) Abusos de ordem física ou moral.

II – Conselhos para resolver conflitos na família

Como enfrentar os conflitos e evitar o rompimento completo dos relacionamentos e da família? Essa é uma pergunta difícil de responder. No entanto, podemos pontuar alguns conselhos:

Pela graça e poder de Deus, podemos seguir as recomendações bíblicas das seguintes maneiras:

1) Perdoando – "Perdoa as nossas dívidas, assim como perdoamos aos nossos devedores” (Mt 6:12, NVI);

2) Considerando os outros superiores a nós mesmos – "Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos” (Fp 2:3, NVI);

3) Escolhendo amar as pessoas, mesmo as que nos trazem problemas – "Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal. Prefiram dar honra aos outros mais do que a si próprios” (Rm 12:10, NVI).

4) Escutando o outro com atenção, coração, tempo e disposição. Reforce o diálogo. O casal, ou pais e filhos, têm que estar abertos para achar soluções em conjunto.

5) Manter o senso de justiça na relação ao tratar das questões de dinheiro, assuntos familiares e tarefas domésticas.

6) Tendo disposição para enfrentar dificuldades do passado. Traumas e relacionamentos errados deixam marcas que, se não forem tratadas, podem deixar marcas de destruição na família.

7) Cultivando bom humor e aplicando-o na hora certa, facilitando assim o relacionamento em família.

8) Evitando golpes baixos nas discussões. Não se trata de golpes abaixo da linha da cintura, como no boxe. São de outro tipo. São aqueles que mais machucam. Há pessoas que são bem treinadas nessa situação. Uma pergunta que se deve fazer é esta: "O que quero: acertar alguns pontos ou causar o maior dano possível ao outro?" Já está errado ver o cônjuge como adversário. Quer acertar a situação ou ganhar uma guerra? Seria bom ter em mente que é mais importante chegar a um acordo do que triunfar em uma discussão. Pode-se vencer uma batalha e no fim perder a guerra pela manutenção do casamento ou da unidade familiar.

9) Procurando ajuda profissional quando necessário. Um psicólogo, terapeuta familiar ou um pastor preparado podem ajudar na resolução dos conflitos.

Conclusão: Um relacionamento saudável pode ser descrito como aquele em que ambos os cônjuges se sentem protegidos e seguros, em que a ira é controlada de maneira saudável, e em que a norma é servir um ao outro. Nele qualquer tipo de abuso físico, sexual, moral ou de qualquer espécie não é tolerado.

Seu relacionamento é saudável? A psicóloga americana Leslie Becker-Phelps enumerou 8 sinais que indicam que a relação tem uma base de amor e respeito e chance de prosperar. São eles:

A) Suporte emocional: o casal deve conseguir ter suporte um no outro em momentos de estresse. É preciso sentir que o outro lhe dará conforto e segurança.

B) Sentir-se aceito e amado: é preciso aceitar o outro por inteiro e amar a pessoa com todos os seus defeitos e qualidades.

C) Dar atenção para o relacionamento: o companheirismo deve ser valorizado e considerado uma prioridade. O casal precisa encontrar tempo para se dedicar à relação.

Embora seja importante ter atividades fora do relacionamento, nunca devemos deixar que um hobby ou o excesso de trabalho tirem todo o tempo que deveria ser dedicado ao relacionamento.

D) Confiança: a pessoa deve confiar no parceiro e crer que ele estará disponível para lhe ajudar quando necessitar.

E) Intimidade: o casal deve se sentir confortável para dividir intimidades, como sentimentos que o deixam vulnerável.

F) Individualidade: apesar de amar o parceiro, num relacionamento saudável a pessoa consegue ver-se sem ele, mantendo sua individualidade.

G) Resolução de conflitos: numa boa relação, os dois sabem conversar sobre os problemas com respeito e resolvem tudo como uma família.

(Acessado em http://revistadonna.clicrbs.com.br/noticia/8-sinais-de-um-relacionamento-saudavel/ no dia 11/12/2018)

“O lar deve ser o centro do amor mais puro e da mais elevada afeição. Paz, harmonia, afeição e felicidade devem ser perseverantemente acalentadas cada dia, até que essas preciosas virtudes habitem no coração dos que compõem a família. A planta do amor deve ser cuidadosamente alimentada; caso contrário morrerá. Todo bom princípio deve ser cultivado se quisermos que ele floresça no coração. O que Satanás planta no coração, ruins suspeitas, inveja, ciúmes, maledicência, impaciência, preconceito, egoísmo e cobiça, deve ser desarraigado. Se for permitido que essas más qualidades permaneçam no coração, produzirão frutos pelos quais muitos serão corrompidos. Oh, quantos cultivam as venenosas plantas que matam os preciosos frutos do amor e pervertem o caráter!” (Ellen White, O Lar Adventista, p. 195, 196).

Conheça o autor do comentário: O Pastor Moisés Mattos graduou-se em teologia em 1989 e concluiu o mestrado na mesma área no ano 2000 pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia. Cursou também uma pós-graduação em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há 29 anos como professor de ensino religioso; pastor distrital; departamental em nível de Associação e União; presidente de Missão e Associação. Atualmente, exerce sua atividade como pastor na Associação Paulista Oeste-UCB. É Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, e pai de Thamires (jornalista) e Lucas (estudante de publicidade e propaganda).