Lição 5
27 de janeiro a 02 de fevereiro
Mordomos após o Éden
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Êx 30, 31
Verso para memorizar: “Visto que fomos aprovados por Deus, a ponto de nos confiar Ele o evangelho, assim falamos, não para que agrademos a homens, e sim a Deus, que prova o nosso coração” (1Ts 2:4).
Leituras da semana: Is 22:14-18; 1Co 4:1, 2; Cl 2:2, 3; Ef 6:13-17; 2Co 5:10

O primeiro trabalho de Adão e Eva envolvia mordomia. Deus lhes tinha dado o jardim e todas as criaturas para que eles cuidassem, desfrutassem e dominassem sobre eles, embora não fossem donos de nada (Gn 2:15). Em vez disso, eles eram mordomos do que o Senhor lhes tinha confiado.

Nesta semana, vamos examinar mais atentamente a definição de “mordomia” após a queda, depois que nossos primeiros pais foram expulsos do Éden. Isso quer dizer que também somos mordomos, mas em um ambiente bastante diferente do que Adão e Eva desfrutaram anteriormente.

O que é “mordomia”? Certos personagens da Bíblia revelaram o que é ser um mordomo mediante seu estilo de vida. Outros textos o definem mais claramente. Quando nos tornamos mordomos de Deus, nosso foco sai do mundo e de seus valores materialistas e passa a se concentrar no Criador e Sua missão. Como ocorreu com Adão e Eva, Deus nos confiou sagradas responsabilidades. Desde a queda no Éden, no entanto, a tarefa de um mordomo mudou, pois, juntamente com a responsabilidade de cuidar do mundo material, recebemos também a incumbência de ser bons mordomos das verdades espirituais


Anote na agenda da sua família: de 24 a 31 de março teremos a Semana Santa. Comece a orar e consagrar a vida ao Senhor. Ele quer usar você para alcançar pessoas para Cristo!

Domingo, 28 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 32, 33
Mordomos no Antigo Testamento

A palavra “mordomo” ocorre apenas algumas vezes no Antigo Testamento. Na maioria dos casos, ela significa aquele que “administra a casa”, que é o responsável pelo funcionamento de uma residência; isto é, um “mordomo” (Gn 43:19; 44:1, 4; 1Rs 16:9). O mordomo tinha a responsabilidade de administrar os assuntos domésticos e os bens de seu senhor, fazendo o que lhe fosse pedido. A definição de mordomo no Antigo Testamento pode ser encontrada na identificação de suas características. Os mordomos não podem ser separados de sua mordomia, pois ela revela sua identidade.

Algumas caraterísticas de um mordomo são evidentes no Antigo Testamento. Primeiramente, sua posição era de grande responsabilidade (Gn 39:4). O mordomo era escolhido por causa de suas habilidades, e ele recebia o respeito e a confiança de seu patrão por realizar o trabalho. Em segundo lugar, o mordomo sabia que aquilo que tinha sido confiado a ele pertencia ao proprietário (Gn 24:34-38). Essa é a diferença suprema entre o mordomo e o dono. O mordomo compreendia sua função. Em terceiro lugar, quando o mordomo tomava para si o que lhe tinha sido confiado, a relação de confiança entre ele e o proprietário era rompida, e ele era dispensado (Gn 3:23; Os 6:7).

1. Leia Isaías 22:14-18. Durante o reinado de Ezequias, Sebna foi nomeado mordomo e tesoureiro, ambas importantes posições de autoridade. O que aconteceu com ele como resultado do abuso de sua posição? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(     ) Foi condecorado pela sua vontade de crescer na vida.

B.(     ) Foi expulso e morreu vergonhosamente.

“O mordomo se identifica com o patrão. Aceita as responsabilidades de um mordomo e age em lugar do dono da casa, fazendo o que ele faria se estivesse presidindo. Os interesses do senhor se tornam seus. A posição do mordomo é de dignidade, porque o patrão confia nele. Se, de algum modo, ele atua egoisticamente, e reverte em proveito próprio as vantagens obtidas pela negociação com os bens de seu senhor, trai a confiança nele depositada” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 246).

 

Somos mordomos de tudo que possuímos. Como essa compreensão deve impactar tudo o que fazemos?

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Segunda-feira, 29 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 34-36
Mordomos no Novo Testamento

As duas palavras básicas para “mordomo” no Novo Testamento são epitropos, que ocorre três vezes, e oikonomos, que ocorre dez vezes. Ambas descrevem funções que incorporam responsabilidades administrativas, confiadas ao mordomo pelo proprietário.

Tanto no Novo como no Antigo Testamento, os mordomos são definidos pelo que fazem. O Novo Testamento descreve especificamente o mordomo em termos de responsabilização (Lc 12:48) e expectativas (1Co 4:2). No entanto, o foco do Antigo Testamento se concentra mais em declarar a propriedade de Deus do que em nos definir diretamente como Seus mordomos. Portanto, embora o conceito de mordomo seja muito semelhante em ambos os Testamentos, o Novo Testamento expande o conceito para além da administração doméstica.

Na parábola do mordomo desonesto (Lc 16:1-15), Jesus ampliou a definição de mordomo. Sua lição é sobre algo mais do que um mordomo que escapa do desastre financeiro. Ela é aplicável àqueles que fogem do desastre espiritual mediante uma sábia manifestação de fé. Um mordomo sábio se preparará para a breve volta de Jesus, além do “aqui” e “agora” (Mt 25:21).

2. Leia 1 Coríntios 4:1, 2; Tito 1:7 e 1 Pedro 4:10. O que esses textos revelam sobre o mordomo e a mordomia?

“Abrirei meu coração ao Espírito Santo a fim de que sejam despertadas todas as faculdades e energias que Deus me confiou? Pertenço a Cristo e estou empenhado em Seu serviço. Sou um despenseiro de Sua graça” (Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 301).

Em Lucas 12:35-48, Jesus também usou o termo “mordomo” metaforicamente. Ele falou sobre o mordomo sábio que estava pronto para o retorno do Filho do Homem, e descreveu o mordomo infiel que abandonou os cuidados porque seu mestre demorou para voltar. O mordomo infiel se transformou num tirano e passou a abusar dos que estavam ao seu redor. Ele não era mais um padrão de boas obras nem um administrador de graça.

Quando aceitamos a Cristo, somos Seus mordomos, chamados a administrar os recursos de Deus. Ainda mais importante, devemos administrar as realidades espirituais da vida cristã em preparação para o Céu.

Leia Lucas 12:45. Na luta com o sentimento de “demora”, por que devemos tomar cuidado para não cair nesse engano?


Terça-feira, 30 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 37, 38
Mordomos dos mistérios de Deus

3. Leia Colossenses 2:2, 3 e 1 Timóteo 3:16. O que esses textos identificam como “mistério”?

Zofar, o naamatita, disse a Jó: “Você consegue perscrutar os mistérios de Deus?” (Jó 11:7, NVI). A palavra “mistério” significa algo enigmático, obscuro, desconhecido, inexplicável ou incompreensível. Embora os mistérios de Deus tenham sido registrados nas Escrituras, compreendê-los plenamente ainda está além do nosso alcance. Por isso eles são mistérios. É como se fôssemos míopes e estivéssemos olhando para o céu, esperando enxergar o menor detalhe. Não podemos enxergar tão longe a menos que Deus nos revele esses mistérios.

4. Em Deuteronômio 29:29, o que Moisés declarou sobre o que nos foi revelado? Assinale a alternativa correta:

A.(     ) As coisas reveladas não são úteis.

B.(     ) As coisas reveladas pertencem a nós.

Somos mordomos de coisas que não entendemos completamente. Conhecemos apenas o que a revelação e as Escrituras nos mostram. Nossa maior mordomia é viver “como servos de Cristo e encarregados dos mistérios de Deus” (1Co 4:1, NVI).

Como Seus mordomos, Deus deseja que cuidemos da verdade que Ele revelou, e que a preservemos, ensinemos e protejamos. Nossa maneira de fazer isso é a verdadeira mordomia, e significa que estamos “conservando o mistério da fé com a consciência limpa” (1Tm 3:9).

O maior de todos os mistérios é que todos podemos experimentar a Cristo, a “esperança da glória”. O plano da salvação é sobrenatural e não o podemos compreender plenamente. O fato de que o Criador de todas as coisas (Jo 1:1-3) desceu a esta Terra e foi “manifestado na carne” (Ellen G. White, Manuscript Releases, v. 6, p. 122) apenas para oferecer a Si mesmo como sacrifício pelos pecados da humanidade, envolve mistérios que provavelmente nunca serão plenamente compreendidos por nenhuma criatura. Até mesmo os anjos estudam o mistério divino e tentam entender por que Jesus veio à Terra (1Pe 1:12). No entanto, o que eles sabem faz com que todos nós louvemos ao Senhor por Sua glória e bondade (veja Ap 5:13).

Você foi chamado para ser mordomo do evangelho. Quais responsabilidades isso coloca sobre você automaticamente?


Quarta-feira, 31 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 39, 40
Mordomos da verdade espiritual

Quando pensamos em mordomia, pensamos em coisas tangíveis, e com razão. Mas, como vimos, a mordomia vai além disso. Assim como bens tangíveis, os dons intangíveis também vêm de Deus. Eles são bens espirituais que Deus nos concede (1Pe 4:10) para que possamos, em Cristo, desenvolver um caráter cristão e nos tornar o povo que podemos ser Nele. Portanto, devemos administrar os dons intangíveis com ainda mais cuidado do que os tangíveis, pois eles são infinitamente mais valiosos.

5. Leia Efésios 6:13-17. Devemos ser mordomos das coisas que Deus nos concedeu. Quais são essas coisas? Por que a administração apropriada dessas dádivas é tão fundamental para nós?

“O dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). O mundo, com tudo o que ele oferece, não pode nos conceder a redenção que temos em Cristo. A salvação, um dom que Deus nos dá, é o nosso bem mais valioso. Ter sempre em mente a realidade da redenção nos ajuda a manter a perspectiva na administração dos outros bens que também recebemos de Deus.

“Apenas à luz que resplandece do Calvário, pode o ensino da Natureza ser aprendido corretamente. Por meio da história de Belém e da cruz mostre-se quão bom é vencer o mal, e como cada bênção que nos vem é um dom da redenção” (Ellen G. White, Educação, p. 101).

A redenção é nossa somente porque Jesus pagou o preço máximo. Paulo claramente afirmou que Nele “temos a redenção, pelo Seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça” (Ef 1:7). A expressão “temos a redenção” significa que a redenção é nossa, mas somente porque Deus a concedeu a nós. É fundamental, então, que nos revistamos “de toda a armadura de Deus” (Ef 6:11), para que o diabo não tome a nossa salvação, pois ele só pode fazer isso se lhe permitirmos, o que ocorrerá somente se não obedecermos ao que nos é revelado na “Palavra de Deus” (Ef 6:17). Nossa maior proteção é obedecer, pela fé, à luz que nos foi dada.

Como podemos nos revestir da armadura de Deus, descrita em Efésios 6:13-17? Em que aspectos somos mordomos de tudo o que recebemos nessa armadura?


Quinta-feira, 01 de fevereiro
Ano Bíblico: Lv 1-4
Nossa responsabilidade como mordomos

Os mordomos sábios são definidos por sua disposição de aceitar e executar o princípio moral da responsabilidade pessoal. A aceitação da responsabilidade pessoal é a escolha que fazemos, revelada pelas ações que tomamos. Dessa maneira, é reconhecida a relação entre causa e efeito. A disposição de aceitar a responsabilidade pessoal é uma característica essencial que não pode ser ignorada na definição de mordomo, pois os mordomos devem ter a determinação de manter no coração o melhor interesse do Proprietário. Portanto, essa disposição é uma escolha que define o relacionamento que um mordomo tem com Deus.

“Deus deseja Se relacionar diretamente com as pessoas. Em Seu relacionamento com os seres humanos, Ele reconhece o princípio da responsabilidade pessoal. Procura encorajar um senso de dependência pessoal e destacar a necessidade de orientação pessoal. Seus dons são confiados às pessoas como indivíduos. Cada indivíduo tem sido colocado como mordomo de encargos sagrados; cada um deve cumprir sua responsabilidade de acordo com a orientação do Doador; e cada um deve prestar contas de sua mordomia a Deus” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 176).

Quando nos tornamos mordomos, não transferimos nossa responsabilidade para outra pessoa ou organização. Nossa responsabilidade pessoal é com Deus e será refletida em todas as nossas interações com aqueles que nos rodeiam (Gn 39:9, veja também Dn 3:16). Abraçaremos a tarefa que está diante de nós aplicando o máximo das nossas habilidades. O sucesso aos olhos de Deus dependerá mais da nossa fé e pureza do que da inteligência e talento.

6. Leia 2 Coríntios 5:10. O que significa ser um mordomo sábio? Qual será a base do julgamento da nossa mordomia?

Teólogos e filósofos têm discutido durante séculos a difícil questão do livre-­arbítrio. Mas a Bíblia é clara: nós, como seres humanos, temos livre-arbítrio e liberdade de escolha. A ideia de que seremos julgados pelas nossas ações não teria sentido de outra maneira. Portanto, pela graça de Deus temos a responsabilidade pessoal de tomar as decisões corretas em tudo o que fazemos, inclusive sendo
fiéis mordomos de todos os bens divinos confiados a nós.



Sexta-feira, 02 de fevereiro
Ano Bíblico: Lv 5-7
Estudo adicional

Em alguns textos do Antigo Testamento, a palavra “mordomo” não é traduzida de um único termo, mas da expressão asher al bayt, que significa “aquele que administra uma casa”. O texto de Gênesis 43:19 pode ser traduzido assim: “E se chegaram ao mordomo da casa de José, e lhe falaram à porta”. Se considerarmos que a família que reside na casa é parte da própria casa, então o que é mais valioso para uma pessoa do que a própria casa? Portanto, um mordomo é alguém a quem está sendo confiado algo muito valioso que, no entanto, não lhe pertence. Em muitos aspectos, isso torna a responsabilidade ainda maior do que se o mordomo fosse responsável pelos próprios bens.

Essa mesma ideia continua no Novo Testamento, que “toma ideias do Antigo Testamento e as une às ideias, conceitos e palavras do primeiro século, enriquecendo e ampliando o ensino sobre mordomia. As palavras gregas mais comuns usadas em relação à mordomia são derivadas de oikos e oikia, “casa”. O oikonomos é aquele que cuida da casa: o mordomo ou o administrador. Oikonomia é o substantivo abstrato, “administração da casa”, cujo significado é muitas vezes muito mais amplo” (Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, 2012, p. 721-724).

Perguntas para discussão

1. Em vez de assumir a responsabilidade por ter comido o fruto proibido, o que Adão disse a Deus, diante da pergunta sobre o que ele havia feito? (Veja Gn 3:12). Uma das primeiras atitudes provocadas pelo pecado foi a transferência da culpa para o outro! O que isso revela sobre nossa própria atitude? Como evitar culpar os outros pelos nossos erros?

2. Reflita sobre a ideia de ser mordomo de coisas intangíveis, espirituais. O que isso significa? Como “administrar” essas coisas?

3. Pense nas três mensagens angélicas (Ap 14:6-12). Recebemos a responsabilidade de ser mordomos dessas verdades. Que verdades são essas?

4. É importante acreditar nas coisas espirituais que não compreendemos?

Respostas e atividades da semana: 1. F; V. 2. Escolha três alunos e peça a cada um deles que leia um dos textos em voz alta. Discuta cada um dos textos com a classe e comente sobre maneiras práticas de ser um bom mordomo no século 21. 3. Escolha dois alunos e peça a cada um deles que leia um dos textos em voz alta. Em seguida, comente a questão com a classe. 4. B. 5. Divida a classe em dois grupos para discutir a questão. Peça a um representante de cada grupo que compartilhe sua resposta. 6. Escolha um aluno e peça que ele leia o texto em voz alta. Em seguida, comente a questão com a classe. O que significa fazer o bem por meio do corpo?



Resumo da Lição 5
Mordomos após o Éden

TEXTO-CHAVE: 1 Tessalonicenses 2:4

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Identificar o conceito bíblico de mordomia tanto no contexto do Antigo
Testamento quanto do Novo.

Sentir: O chamado pessoal para ser um mordomo.

Fazer: Criar um esboço para seu envolvimento pessoal como mordomo.

ESBOÇO

I. Saber: Definição de mordomia

A. Qual era a função de um mordomo no Antigo Testamento, comparada à sua função no Novo Testamento?

B. O que foi confiado aos mordomos dos tempos bíblicos?

C. Qual é a nossa responsabilidade como mordomos?

II. Sentir: O chamado universal

A. Como podemos cumprir fielmente nosso chamado no mundo em que vivemos?

B. Como podemos sentir o fervor dos mordomos bíblicos pela missão?

III. Fazer: Padrões de mordomia

A. Quais elementos do padrão bíblico de mordomia devemos incorporar à estrutura da mordomia contemporânea?

B. Quais áreas principais da vida devem ser incluídas no esboço do nosso plano de mordomia pessoal?

C. Como devemos explicar nossas decisões sobre mordomia para familiares e amigos que não concordam conosco?

RESUMO: Cristãos fiéis cujas histórias estão registradas nas Escrituras incorporaram em sua vida elementos básicos da mordomia bíblica. A tocha da mordomia foi passada de geração em geração. Agora é nossa vez de viver como mordomos fiéis, carregando essa tocha em nossa geração, na expectativa de ver Jesus voltar em nossos dias.

 

Ciclo do aprendizado

Motivação 

Focalizando as Escrituras: 1 Tessalonicenses 2:4

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Os mordomos fiéis desejam firmemente satisfazer a vontade de Deus e fazer o melhor para Ele.

Para o professor: O estudo desta semana focaliza o significado bíblico de mordomia mediante exemplos do Antigo e Novo Testamentos. Os princípios da Bíblia estabelecem o fundamento para a mordomia. Os mordomos de hoje buscam exemplificar esses valores no contexto atual e transmitir seu entusiasmo pelo Mestre às futuras gerações.

Discussão inicial: A palavra “mordomo” não é comum no vocabulário contemporâneo.
O contexto social que deu origem à função de mordomo é incomum no mundo moderno, dominado por economias socialistas, comunistas e democráticas-empresariais. Leia a seguinte lista de palavras e pergunte aos alunos quais destes conceitos se aproximam mais da antiga função de mordomo. Peça-lhes que expliquem e justifiquem sua resposta:

Lista de palavras que possivelmente definem a antiga função de um mordomo

Proprietário                                                             Empresário

Presidente                                                                Empregado

Escravo                                                                     Diretor executivo

Gerente                                                                     Servidor

Operador de produção industrial                         Supervisor

Chefe de equipe                                                      Chefe de operações

Guarda                                                                      Trabalhador agrícola

Funcionário                                                              Profissional

Contador                                                                   Diretor financeiro

Adicione outros cargos de liderança que se encaixem melhor no seu contexto econômico e exclua da lista acima aqueles que não se encaixam. Anote as melhores ideias que surgirem a partir da discussão em classe. Compare-as com os dados bíblicos pesquisados durante o estudo da lição. Se possível, escreva suas ideias num lugar em que todos os alunos possam vê-las.

Compreensão

Para o professor: O estudo desta semana concentra-se no desenvolvimento de uma compreensão bíblica da palavra “mordomo”. Essa definição é fundamental para adquirir uma noção precisa da palavra derivativa “mordomia”. Nosso estudo retirou a definição de “mordomia” tanto do Antigo quanto do Novo Testamento, detalhando as atividades e as responsabilidades do mordomo.

 

Comentário bíblico

I. A vida do mordomo

(Recapitule com a classe Gn 2:15; 24:34-38; 39:4; 43:19; Is 22:14-18; Lc 12:35-48; 1Co 4:1, 2;
Tt 1:7; 1Pe 4:10.)

O professor N. Avigad identificou uma tumba nas encostas do Monte das Oliveiras como sendo a tumba mencionada na narrativa de Isaías sobre Sebna (Is 22:14-18). A inscrição da tumba, levada ao Museu Britânico, foi traduzida como: “Este é [o sepulcro de Sheban] yahu, administrador da casa” (para a discussão completa, veja o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 192, 193).

A expressão “administrador da casa” tipifica a representação do mordomo do Antigo Testamento. Diversas traduções empregam palavras diferentes para descrever Sebna, cada uma delas sugerindo algo diferente sobre suas responsabilidades. Algumas traduções utilizam a palavra “mordomo” (ARA e outras), enquanto outras são mais criativas: “tesoureiro” (ARC; ACF), “administrador” (NVI; NTLH).

Parece que os mordomos eram considerados “membros da casa”; moravam com seus senhores. De fato, eles eram servos, mas não no sentido de meros “criados”, como um escravo. Os mordomos administravam propriedades; provavelmente tivessem menos servos trabalhando sob sua liderança; administravam a agenda da família; podiam ter alguma responsabilidade financeira, e até eram considerados “funcionários” do governo.

No Novo Testamento, duas palavras gregas são traduzidas como mordomo. A mais comum é oikonomos, que aparece dez vezes, e epitropos, que ocorre três vezes. Oikonomos é uma mistura de duas palavras gregas: oikos, a palavra comum para “casa”, e nem?, que significa “administrar” ou “colocar em ordem”. Portanto, o mordomo tinha a responsabilidade de colocar a casa em ordem. A segunda palavra, epitropos, era usada para se referir aos mordomos no sentido de oikonomos, porém, também podia se referir aos funcionários do governo ou aos tutores de crianças. Em Gálatas 4:2, epitropos e oikonomos aparecem no mesmo versículo. A contribuição singular do Novo Testamento parece ser que, nele, o termo é aplicado metaforicamente às questões espirituais, além de ser usado no sentido literal. Esse uso metafórico será explorado com mais profundidade na próxima seção.

Pense nisto: Os mordomos recebiam responsabilidades importantes, mas ainda eram considerados servos. Como esse fato eleva nosso conceito de serviço cristão?

II. Administrando a verdade espiritual

(Recapitule com a classe 1Co 4:1, 2; Tt 1:7; 1Pe 4:10; Cl 2:2, 3; 1Tm 3:16.)

Embora a palavra “mordomo” seja utilizada no Novo Testamento no sentido literal (assim como no Antigo Testamento), o uso dessa palavra no Novo Testamento é expandido e aplicado no sentido de administrar verdades espirituais ou, como Paulo disse, os mistérios de Deus. Em 1 Coríntios 4:1 e 2, o apóstolo empregou essa palavra para se referir aos ministros do evangelho. A carta de Paulo a Tito aplica o termo à liderança da igreja, especificamente aos ­anciãos e bispos. Pedro o utilizou para se referir a todos os cristãos. Pense no risco que Deus corre: guardamos os tesouros eternos de Suas riquezas espirituais em finitos jarros de barro, isto é, em nosso corpo corruptível.

Considere a responsabilidade que esse dom espiritual implica. As palavras de exortação de Paulo para que sejamos fiéis mordomos do evangelho são muito importantes. Porém, foi sua vida que falou de modo mais significativo em favor do evangelho. Apesar das dificuldades inimagináveis, ele se propôs a administrar o evangelho fielmente em círculos cada vez maiores. Ele relatou sua experiência:

“Trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas. Quem está fraco, que eu não me sinta fraco? Quem não se escandaliza, que eu não me queime por dentro?” (2Co 11:23-29, NVI). Paulo aceitou sua responsabilidade de administrar o evangelho, e fez de tudo para garantir que a missão fosse cumprida.

Pense nisto: Considerando o legado de Paulo em relação à mordomia espiritual e o legado de muitos outros ao longo da História, qual legado vou deixar quando eu morrer?

Aplicação

Para o professor: Deus nos colocou em uma incomparável posição de confiança. O destino dos perdidos está na balança. Cada escolha que fazemos promove a missão de Deus ou a atrapalha. Quem está apto a realizar essas coisas? Cristo poderia ter confiado Seu tesouro aos anjos.
Ele poderia ter chamado os seres perfeitos de outros mundos. Poderia ter destruído a humanidade e começado tudo de novo. Em vez disso, Ele sacrificou Sua vida. Ele conta conosco para que sejamos mordomos fiéis de Sua graça num mundo caído.

Perguntas para reflexão e aplicação

1. Como os cristãos contemporâneos podem experimentar o fervor que Paulo e os discípulos de Cristo tiveram em administrar a verdade espiritual ao mundo?

2. Quais são as características dos mordomos fiéis na sociedade atual?

3. Como garantir que os interesses de Cristo sejam soberanos e os nossos secundários?

4. Quais promessas do Espírito Santo devem nos encorajar em relação à nossa mordomia cristã?

5. Paulo declarou que não somos de nós mesmos, pois fomos comprados por um alto preço. Meditar sobre esse fato pode motivar nossa mordomia cristã?

6. De que modo podemos ampliar nossa influência como mordomos fiéis para que outros imitem nosso exemplo?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Somos mordomos dos dons de Deus, mas ainda mais importante, somos mordomos de Sua graça. Uma coisa complementa a outra. Se desejamos ser fiéis mordomos do evangelho podemos utilizar efetivamente em Sua missão os recursos físicos e espirituais que Deus nos confiou.

Atividades

Prepare um resumo sobre o assunto de hoje para compartilhar com um grupo de jovens. Inclua histórias sobre sua jornada de fé, sendo honesto sobre momentos em que você colocou seu interesse acima dos de Deus. Acrescente histórias de como Deus o abençoou nos aspectos materiais e espirituais quando você colocou os interesses Dele em primeiro lugar.

Analise as necessidades em sua comunidade e escolha uma área em que você possa fazer a diferença, tendo em vista os dons e talentos singulares que Deus lhe confiou.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


A escolha da chef principal

Mercedes Ruiz era uma mulher atarefada. Durante seis dias na semana, ela trabalhava como chef no hotel Radisson e preparava refeições para os passageiros da primeira classe na American Airlines. Aos domingos, ia à igreja. Não somente a uma, mas a três igrejas diferentes.

Nativa maia, residente em Belize, Mercedes desejava se aproximar de Deus. Porém, sentia-se vazia até mesmo depois de participar de três cultos. Então, decidiu ler a Bíblia, a começar pelo livro de Daniel. Ao chegar ao capítulo 9, ela notou que, como servo de Deus, Daniel jejuava e orava.

“Senhor”, pediu Mercedes, “se Daniel fez isso, o Senhor também pode me ajudar nesse sentido!” A partir de então, ela começou a orar e jejuar, repetindo diariamente a longa oração de Daniel, que terminava com a súplica: “Senhor, ouve! Senhor, perdoa! Senhor, vê e age! Por amor de Ti, meu Deus, não Te demores, pois a Tua cidade e o Teu povo levam o Teu nome” (Dn 9:19, NVI).

Um domingo à tarde, após assistir aos cultos, Mercedes viu diversos panfletos espalhados na calçada. Ela pegou um e notou o anúncio de uma campanha evangelística adventista do sétimo dia que começaria naquela mesma noite. Sem hesitar, ela foi à reunião e não perdeu nenhuma noite. No sábado, ela tirou um dia de folga do trabalho, foi à igreja e atendeu ao apelo quando o pregador perguntou quem desejava ser batizado.

Ameaça superada

Na segunda feira, Mercedes anunciou que não mais trabalharia aos sábados. A supervisora ficou muito chateada. “Você nunca teve problema com o sábado”, disse a supervisora. “Você matou alguém ou cometeu algum outro crime? Por que você precisa dessa folga?” “Acredito que o sábado é o dia do Senhor”, respondeu Mercedes, “e quero me aproximar Dele.”

Sem o apoio da supervisora, Mercedes percebeu que teria que sair do emprego. Ela escreveu uma carta de demissão e a entregou ao diretor da empresa. O diretor leu a carta, amassou e jogou no lixo. “Vamos fingir que você nunca me entregou essa carta”, disse ele. “Darei a você folga aos sábados e um aumento.” A supervisora ficou furiosa ao saber que Mercedes não precisava mais trabalhar aos sábados. Ela ordenava trabalhos extras e lhe dava prazos apertados para completar as tarefas. Mercedes clamou a Deus pedindo força.

Certo dia, Mercedes chegou ao trabalho e soube que a supervisora havia falecido. Ela era casada, tinha filhos e, na noite anterior, estava em um encontro com outro homem. Seu encontro romântico foi interrompido por ladrões armados que fugiam da cena de um crime. Em sua fuga, os ladrões mataram o casal e roubaram seu carro. Apesar desse triste acontecimento, a paz voltou ao ambiente de trabalho de Mercedes. “Posso guardar o santo sábado e meu emprego está ótimo!”, diz ela.

Pioneirismo recompensado

Mas esse foi apenas o começo da história de Mercedes. Alguns anos depois, ela se achou sozinha depois que seu marido morreu e os filhos adultos se mudaram. Então, reconsagrou a vida a Jesus e pediu estudos bíblicos ao pastor, que prometeu visitá-la numa sexta-feira à noite. Mercedes pensou: “Como sei que esse estudo bíblico é muito bom, gostaria de compartilhá-lo com outras pessoas.” Então, convidou seus vizinhos para que também participassem. Ela ergueu uma tenda na área em frente à sua casa, colocou cadeiras, mesa para o pastor, e preparou deliciosos pratos.

O pastor ficou surpreso ao ver muitas pessoas esperando por ele. Quando o estudo da Bíblia terminou, o pastor anunciou um novo estudo bíblico para a sexta-feira seguinte. Nesse momento, foi a vez de Mercedes ficar surpresa. Ela havia pensado que o estudo seria apenas por uma noite.

O número de pessoas crescia a cada estudo bíblico. Não havia igreja adventista na cidade. Então, Mercedes transformou sua casa em uma casa-igreja onde os vizinhos podiam adorar no sábado. Dezesseis pessoas foram batizadas como resultado daquele trabalho. Mercedes ajudou a inaugurar a primeira igreja adventista na cidade um ano depois.

Porém, ela queria fazer mais. Seu desejo era alcançar o povo maia com o evangelho. Então, tornou-se pioneira de Missão Global, sendo uma missionária que planta igrejas em regiões sem presença adventista. Atualmente, Mercedes lidera uma crescente congregação maia na capital de Belize, Belmopan.

“Foi dessa forma que me envolvi no trabalho missionário”, disse Mercedes. “Amo fazer o trabalho missionário. É uma vida de compromisso, e estou feliz fazendo isso.”

Assista a um curto vídeo de Mercedes no YouTube, no link: bit.ly/mercedes-ruiz

Resumo missionário

  • Belize tem a menor densidade populacional na América Central, com apenas 15 pessoas por quilômetro quadrado.
  • A floresta tropical de Belize é o habitat de mais de 500 espécies de orquídeas.
  • Os macacos bugio-preto de Belize têm um dos dez sons mais altos do mundo.
  • Mais de 400 espécies de peixes vivem nas águas do recife de corais de Belize, numa extensão de 300 quilômetros.
  • O Grande Buraco Azul é um dos dez melhores destinos para mergulho no mundo. Ele tem 127 metros de largura e 125 metros de profundidade. É o maior poço oceânico do mundo.

 


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º trimestre de 2018

Tema geral: Mordomia cristã: motivos do coração

Lição 5: 27 de janeiro a 3 de fevereiro

Mordomos após o éden

Autor: Heber Toth Armí

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

O Criador é o proprietário do Universo, o que inclui o planeta Terra. Ao criar o homem e a mulher, o mundo já estava pronto para eles. Adão e Eva não fizeram nada para ter o que Deus havia criado no mundo. As ações do Criador para com os seres humanos foram movidas por graça. Inclusive o alimento deles havia sido providenciado graciosamente por Deus (Gn 1:29).

Além disso, o Jardim do Éden, a moradia do primeiro casal, foi plantado por Deus sem a ajuda humana. De forma especial, homem e mulher foram criados à semelhança e imagem do Criador com capacidade intelectual superior à das outras criaturas. Por isso, receberam o privilégio de administrar a criação. Eles deveriam:

1. Dominar sobre os peixes do mar, as aves do céu, os animais domésticos, sobre toda a Terra e todos os répteis que se arrastam sobre ela (Gn 1:28).

2. Cultivar e guardar o jardim do Éden (Gn 2:15).

Com essas funções designadas ao homem e à mulher, fica claro que os humanos foram dotados de habilidades a fim de ter responsabilidade sobre a criação de Deus. Deviam administrar tudo para Deus (Sl 8:5-8). Contudo, ao pecar, Adão e Eva perderam importantes privilégios. Um usurpador tomou conta do mundo, tornou-se seu príncipe (Jo 14:30), e tomou posse dos reinos terrestres (2Co 4:4; Mt 4:9).

No Jardim do Éden Adão e Eva seriam os mordomos de Deus, representantes do Criador. Mas, esse era o plano antes do pecado e de Satanás usurpar o Planeta, antes que os humanos perdessem seus privilégios. Certamente as funções do mordomo mudaram após o primeiro casal ter sido expulso do Éden, entretanto Deus confiou responsabilidades importantes aos pecadores, as quais merecem nossa atenção. Apesar das mudanças ocasionadas pelo pecado, pela mesma graça que atuou na criação ainda somos mordomos do Criador.

A ideia de mordomo na rotina do Antigo Testamento nos revela que tal função era dada a pessoas de confiança para que administrassem os bens que não lhes pertenciam e agissem com responsabilidade nos assuntos de seus senhores; como no caso de Eliézer, mordomo de Abraão (Gn 15:2; 24:34-38), e José, que administrava a casa de Potifar (Gn 39:1-6).

Para um mordomo, a fidelidade é um requisito fundamental. A quebra da fidelidade desqualificava a pessoa para o cargo (Gn 39:7-23).

O mordomo recebe autoridade sobre os bens alheios. Usurpar esses bens é fraude. As atitudes de Sebna devem nos servir de alerta. Sebna foi um “estrangeiro que subiu a uma posição de influência na corte de Ezequias. Foi um mordomo sem escrúpulos, inclinado a buscar seus próprios interesses, a quem o Senhor expulsaria de seu cargo [...]. O defeito principal de Sebna foi o de ser um administrador excessivamente ambicioso e determinado a promover seus interesses pessoais, mesmo com prejuízo dos interesses públicos” (Siegfried J. Schwantes. Isaías, o profeta do Evangelho, p. 48).

O termo mordomia vem do grego oikonomia, que, embora tenha a ver com administração (nemo, administrar) da casa alheia (oikos, casa; ou epitropós), no Novo Testamento, essa palavra ganha significado mais abrangente, incluindo o aspecto espiritual.

As palavras relacionadas à mordomia, “no Novo Testamento desempenham uma parte importante nas parábolas de Jesus (Mt 20:8; Lc 12:42; 16:1-9), e à mordomia se dá uma aplicação espiritual” (Diccionário Bíblico Adventista del Séptimo Dia, p. 763). Por isso, nas cartas de Paulo “o bom mordomo ‘não adultera a Palavra de Deus’ (1Co 4:2), nem a ‘mercadeja’ (1Co 2:17). Nossa tarefa é a ‘manifestação da verdade’ (2Co 4:2; cf. At 4:29, 31; Fl 1:14; 2Tm 4:2; Hb 13:7)” (John Stott. O Perfil do Pregador, p. 22).

Em Lucas há duas parábolas (Lc 12:35-48; 16:1-15) que nos revelam preciosas lições de mordomia cristã:

  • O mordomo tem o direito legal de agir em nome de seu Senhor.
  • O mordomo não é dono de nada; por isso, ao aproveitar-se da oportunidade para apropriar-se de algo se torna infiel.
  • O mordomo representa seu Senhor. Caso passe a agir de uma forma que Cristo não agiria é um mordomo desonesto.
  • O mordomo não deve procurar bens materiais por amor a eles, mas administrá-los sabiamente por amor ao seu Senhor.
  • O mordomo revelará se Deus poderá lhe confiar maiores e mais nobres riquezas no reino dos Céus.
  • O mordomo deverá prestar contas de sua mordomia, independentemente do tempo em que atuou como mordomo de Deus.

Paulo empregou oikonomos metaforicamente para apresentar a missão de anunciar o evangelho (1Co 4:2). O líder espiritual deve ser “irrepreensível como despenseiro [oikonomon] de Deus” (Tt 1:7). Pedro alega que os crentes recebem dádivas da graça, por isso são chamados de “bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4:10).

Deus tem objetivos nobres ao confiar dons aos Seus mordomos. Os dons concedidos gratuitamente pelo Espírito Santo aos crentes (1Pe 4:10) devem ser administrados com fidelidade e sabedoria, assim como Paulo foi um despenseiro dos mistérios divinos, isto é, o evangelho da salvação (1Co 4:1).

Deus concede a oportunidade de administrar a proclamação do plano de salvação ao mundo. Para isso, proveu cada recurso necessário (Ef 6:13-17). Portanto, devemos administrar os bens espirituais aos pobres mortais que vivem na miséria do pecado, desesperados e sem perspectiva positiva quanto ao futuro. Somos salvos para que sejamos mordomos da salvação (Ef 1:7). Deus pedirá conta de nossa administração (2Co 5:10).

A família de Deus precisa urgentemente de despenseiros fieis que distribuam sistematicamente toda a Palavra de Deus [...]. O mordomo sábio fornece um cardápio variado à família que serve. Ele procura conhecer suas necessidades e usa o bom senso para decidir o que vão comer. O mordomo não decide o que entra na geladeira; esse direito é de seu patrão. Mas o que sai da geladeira, quando e em que quantidade é responsabilidade do mordomo [...]. Ele precisa alimentar a família com o que está na despensa, mas, para convencê-la a comer as refeições que prepara, ele faz de tudo para que a comida seja gostosa. Ele usa a imaginação para preparar pratos apetitosos. Chega até a estimular todos a comer, como a mãe faz com seus filhos! Assim, o bom mordomo entende das necessidades e preferências dos membros da família tão bem quanto do conteúdo do armário da cozinha (Stott, p. 23-25).

Como adventistas do sétimo dia, temos verdades que outras comunidades ainda desconhecem; por exemplo, as três mensagens angélicas (Ap 14:6-12). O evangelho eterno nos foi confiado para ser apresentado ao mundo de forma didática, interessante e impactante. Sejamos bons despenseiros! Exerçamos com sabedoria a mordomia! Compartilhemos as verdades recebidas!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pastor Heber Toth Armí graduou-se em Teologia pelo UNASP-EC, em 2005. Concluiu Mestrado em Teologia pelo UNASP-EC, em 2016. Atua como distrital em Fraiburgo, SC. É casado com Ketlin Mara Hasse Armí.