Lição 12
10 a 16 de setembro
Morrer como semente
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ez 42-44
Verso para memorizar: “Em verdade, em verdade lhes digo: se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, produz muito fruto” (Jo 12:24).
Leituras da semana: Fp 2:5-9; Rm 12:1, 2; 1Sm 2:12–3:18; 13:1-14; Zc 4:1-14

Jesus descreveu um grão de trigo morrendo e fez uma analogia fascinante dessa figura com nossa submissão à vontade divina. Primeiro, existe a queda. O grão que cai do talo do trigo não tem controle sobre onde nem como ele cai no chão. Também não tem o controle sobre o solo que o circunda e o pressiona.

Em segundo lugar, existe a espera. Uma vez no solo, ele não sabe o que o futuro lhe reserva. Não pode “imaginar” o que acontecerá, pois é apenas um grão de trigo.

Terceiro, existe a morte. O grão não pode se tornar um talo de trigo, a menos que desista de sua situação segura e confortável de grão. Deve “morrer”; isto é, deve abandonar o que sempre foi para que possa ser transformado de semente em uma planta frutífera.

Resumo da semana: Se sabemos que a vontade de Deus é a melhor para nós, por que temos tanta dificuldade em aceitá-la? Que exemplo de submissão Cristo nos deixou? Como podemos aplicar a analogia do grão de trigo à nossa vida?

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Domingo, 11 de setembro
Ano Bíblico: Ez 45-48
Submissão para o serviço

1. Leia Filipenses 2:5-9. Que mensagem importante para nós nesses versos?

A cultura contemporânea nos exorta a exigir e fazer valer os nossos direitos. Isso é bom e em geral é o que deve ser feito. Contudo, como aconteceu com Jesus, a vontade de Deus pode nos pedir que abramos mão de nossos direitos livremente a fim de servir ao Pai de maneiras que terão um impacto eterno para o reino de Deus. Esse processo de renúncia pode ser difícil e desconfortável, criando as condições de um crisol.

Em Filipenses 2:5-8, vemos como Jesus fez isso. Paulo descreveu três passos que o Senhor deu ao Se submeter à vontade do Pai. Logo no início, o apóstolo nos exortou de modo solene: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus” (Fp 2:5).

Para estar em posição de nos salvar, Jesus desistiu de Sua igualdade com o Pai e Se mudou para a Terra na forma e nas limitações de um ser humano (Fp 2:6, 7).

Ele não veio como alguém grande e glorioso, mas como Servo de outros seres humanos (Fp 2:7).

Como Servo, não teve uma vida longa e pacífica, e foi “obediente até a morte”. Ele nem mesmo morreu de maneira nobre e gloriosa. Não, Ele foi “obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2:8).

2. Em quais aspectos esse exemplo de Jesus é um modelo para nós? Se os direitos e a igualdade são bons e devem ser protegidos, como você explicaria a lógica de às vezes precisar desistir deles? Leia Filipenses 2:9. De que forma esse verso nos ajuda a entender a lógica da submissão à vontade do Pai?

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Ore pedindo sabedoria do Espírito Santo, e pergunte a si mesmo: “A quais direitos estou me apegando agora que podem impedir minha submissão à vontade de Jesus em servir minha família, minha igreja e as pessoas ao meu redor? Até que ponto estou disposto a suportar o desconforto para servir aos outros de maneira mais eficaz?”


Segunda-feira, 12 de setembro
Ano Bíblico: Dn 1-3
Morrer antes de conhecer

Muitos buscam conhecer a vontade de Deus. “Se eu soubesse a vontade do Senhor para minha vida, sacrificaria tudo por Ele.” Mas, mesmo depois de declarar isso, podemos ficar confusos sobre a vontade do Pai. Encontramos a razão dessa confusão em Romanos 12:1, 2. Paulo descreveu como conhecer a vontade divina e destacou um ponto: se você deseja saber qual é a vontade de Deus, tem que se sacrificar primeiro!

Leia Romanos 12:1, 2. Paulo escreveu que seremos capazes de “experimentar qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” quando:

  1. Tivermos verdadeiro entendimento das “misericórdias de Deus” para conosco (Rm 12:1).

  2. Oferecermos a nós mesmos como sacrifícios vivos a Deus (Rm 12:1).

  3. Nossa mente for renovada (Rm 12:2).

Apenas a mente renovada pode, de fato, compreender a vontade de Deus. Mas essa renovação depende de nossa morte para o eu. Não era suficiente que Cristo sofresse por nós. Ele devia morrer.

Peça ao Espírito Santo que lhe mostre as áreas para as quais você não está completamente “morto”. De quais coisas o Espírito Santo precisa que você desista para se tornar um “sacrifício vivo” para Deus?

Quando áreas de nossa vida não estão totalmente mortas para o eu, Deus permite que os crisóis as tragam à nossa atenção. No entanto, o sofrimento não apenas nos ajuda a confrontar nosso pecado, mas nos dá a percepção de como Jesus Se entregou por nós. Elisabeth Elliot escreveu: “A entrega do anseio mais profundo do coração seja talvez o mais perto que chegamos do entendimento da cruz. [...] nossa experiência de crucificação, embora incomensuravelmente menor do que a do Salvador, nos dá a chance de conhecê-Lo na comunhão de Seus sofrimentos. Em cada forma de nosso sofrimento, Ele nos chama para essa comunhão” (Quest for Love [Grand Rapids, MI: Fleming H. Revell, 1996], p. 182).

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Leia Romanos 12:1, 2 e ore sobre esse texto. Do que você precisa abrir mão para se tornar um sacrifício vivo? Isso o ajuda a entender os sofrimentos que Jesus enfrentou por você na cruz? Esse conhecimento o auxilia a ter comunhão com Jesus e Seus sofrimentos?


Terça-feira, 13 de setembro
Ano Bíblico: Dn 4-6
Disposição para ouvir

“Então o Senhor veio e ali esteve, e chamou como das outras vezes: – Samuel, Samuel! Este respondeu: – Fala, porque o Teu servo ouve” (1Sm 3:10).

Você já ouviu aquela voz mansa e delicada do Espírito Santo, mas a ignorou? Consequentemente, tudo deu errado, e você pensou mais tarde: Oh não, por que não ouvi?

O primeiro livro de Samuel descreve a história de um homem e dois filhos maus que não deram ouvidos ao Senhor; descreve também a história de um menino que O ouviu. Embora houvesse fortes advertências de Deus, aqueles que precisavam mudar seu comportamento não o fizeram.

3. Leia 1 Samuel 2:12–3:18. Que contraste fica aparente entre aqueles que ouvem a Deus e aqueles que não O ouvem?

Os filhos de Eli tinham outros interesses em mente além da vontade de Deus. Embora Eli tenha falado com seus filhos depois de ter ouvido o que Deus queria, parece que ele não fez mais nada além disso. Seus filhos obviamente não estavam prontos para submeter a vida à vontade divina. Que contraste com o jovem Samuel!

O pregador Charles Stanley descreveu como é essencial cultivar a disposição para ouvir a voz de Deus e chamou isso de “mudança para o neutro”. Ele disse: “O Espírito Santo [...] não fala para transmitir informações, e sim para obter uma resposta. E Ele sabe quando nossos interesses têm uma fatia tão grande de nossa atenção que é uma perda de tempo sugerir algo em contrário. Quando esse é o caso, Ele geralmente fica em silêncio e espera que nos tornemos neutros o suficiente para ouvir e finalmente obedecer” (The Wonderful Spirit-Filled Life [Nashville, TN: Thomas Nelson Publishers], 1992, p. 179, 180).

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O que Stanley quis dizer com se tornar “neutro o suficiente”? Quando você pensa sobre sua abertura para Deus, o que muitas vezes o impede de ser “neutro o suficiente para ouvir e, finalmente, obedecer”? O que você precisa fazer em sua vida para cultivar a abertura à voz de Deus e a determinação para obedecer a Sua orientação?


Quarta-feira, 14 de setembro
Ano Bíblico: Dn 7-9
Autossuficiência

Quando Eva pecou no Jardim do Éden, não foi simplesmente porque duvidou da palavra de Deus. No cerne do problema estava sua crença de que tinha sabedoria suficiente para decidir por si mesma o que era bom e certo. Ela confiou em seu próprio julgamento. Quando confiamos em nosso próprio julgamento em vez de confiar na Palavra de Deus, nos abrimos a toda sorte de problemas.

A história de Saul descreve os passos para a autossuficiência e a tragédia que se seguiu. Samuel havia ungido Saul como rei de Deus (1Sm 10:1) e deu a ele instruções específicas (1Sm 10:8), mas Saul desobedeceu.

4. Leia a sequência da história em 1 Samuel 13:1-14. O que Saul fez que o levou à queda?

Três passos levaram Saul no caminho para a autossuficiência logo após ter sido feito rei. Embora nenhum deles tenha sido tão ruim, continham as sementes da tragédia, pois foram tomados de forma independente de Deus.

  1. Saul disse: “Vendo” – ele estava vendo a dispersão de suas tropas e a ausência de Samuel... (1Sm 13:11). Ele estava sob pressão e avaliou com seus próprios olhos o que estava acontecendo.
  2. Saul mudou de “vendo” para “eu disse” – ele declarou que os filisteus os conquistariam (1Sm 13:12). O que Saul viu com seus próprios olhos moldou o que presumiu e disse sobre a situação.
  3. Saul mudou de “eu disse” para “ofereci” – ele se sentiu compelido a oferecer sacrifício (1Sm 13:12). O que Saul pensava moldava seus sentimentos.

Todos nós já fizemos isso: confiamos em nossa própria visão humana, que nos leva a confiar em nosso próprio pensamento, que nos leva a crer em nossos próprios sentimentos. E então agimos de acordo com eles.

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Por que foi tão fácil para Saul seguir o próprio julgamento, embora as instruções de Deus ainda ressoassem aos seus ouvidos? Se sabemos que somos tão frágeis e temos um conhecimento tão imperfeito, por que ainda confiamos em nós mesmos? O que fazer para confiar mais no Senhor e menos em nossas próprias percepções?


Quinta-feira, 15 de setembro
Ano Bíblico: Dn 10-12
Substitutos

A submissão à vontade de Deus é enfraquecida quando confiamos em nossa própria força. Também é possível confiar em substitutos de Deus. Algumas pessoas, quando se sentem deprimidas, compram algo que as faça felizes. Outras, quando se sentem inadequadas, buscam a fama. Algumas, quando têm dificuldades com o cônjuge, procuram outra pessoa para lhes dar intimidade e emoção.

Pode ser que essas coisas aliviem a pressão, mas não resolvem necessariamente o problema, nem nos ensinam a lidar melhor com a situação da próxima vez que surgir uma crise. Somente a ajuda sobrenatural de Deus pode fazer isso. O problema é que muitas vezes dependemos de substitutos de Deus, e não do próprio Deus.

Veja três substitutos que podemos usar no lugar de Deus:

  1. Usar a lógica humana ou experiência passada quando precisamos de uma nova revelação divina.
  2. Bloquear os problemas de nossa mente quando precisamos de soluções divinas.

  3. Fugir da realidade e evitar Deus quando precisamos da comunhão com Ele para obter poder divino.

Zacarias nos ajuda a focalizar o que é importante quando somos tentados a usar substitutos. Depois de muitos anos longe, os exilados voltaram de Babilônia e começaram a reconstruir o templo. Mas havia uma oposição incrível (Esdras 4–6). Zacarias foi a Zorobabel, líder da obra, com uma mensagem de encorajamento.

5. O que Deus quis dizer em Zacarias 4:6? A conclusão de um projeto de construção pode ser afetada pelo Espírito Santo? O que isso nos ensina sobre a relação entre o Espírito Santo e o que fazemos rotineiramente?

Deus não evitou a oposição à construção do templo nem poupou Zorobabel do estresse de lidar com isso. O Senhor nem sempre nos protegerá da oposição. Mas, quando ela surgir, Deus pode usá-la como crisol a fim de nos ensinar a depender Dele.

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Quando o estresse chega, qual é a sua reação? Comer? Ver TV? Orar? Submeter-se a Deus? O que sua resposta diz sobre aquilo que você precisa aprender ou mudar?


Sexta-feira, 16 de setembro
Ano Bíblico: Os 1-4
Estudo adicional

Textos de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 507-512 [575-580] (“Eli e seus filhos rebeldes”) e p. 548-555 [616-626] (“O terrível erro de Saul”).

A submissão à vontade de Deus ocorre quando morremos para nossos desejos. Isso abre o caminho para o serviço aos outros. Não podemos viver para Deus sem nos tornar um sacrifício e sem viver abertos à voz divina. Para submeter nossa vontade à vontade do Pai, devemos ver os perigos de confiar em nós mesmos e em substitutos da Palavra e do poder de Deus. A submissão à vontade divina é o cerne da vida cristã. Por isso, o Senhor pode permitir que os crisóis nos ensinem a depender Dele. “A negligência de Eli é claramente apresentada diante de todo o pai e mãe da Terra. Como resultado de seu afeto não santificado e de sua má vontade em cumprir um dever desagradável, fez uma colheita de iniquidade em seus filhos perversos. Tanto o pai, que permitiu a impiedade, como os filhos, que a praticaram, eram culpados diante de Deus, e Ele não aceitaria oferta nem sacrifício por sua transgressão” (Ellen G. White, Orientação da Criança, p. 193 [276]).

Perguntas para consideração

  1. Jesus Se dispôs a vir à Terra para morrer por nós. O que isso nos diz sobre abnegação? Embora não possamos fazer o que Jesus fez, o princípio vale para nós. De que forma podemos, em nossa esfera, imitar o autossacrifício de Jesus na cruz?
  2. Para alguns, submeter-se a Deus sem saber o futuro é assustador. Como aconselhar os que confiam em si mesmos e não em Deus? O que você diria para remover esse medo?
  3. Ore por pessoas que têm dificuldade em se submeter à vontade divina, para que vejam que confiar na vontade de Deus é o caminho para a paz. O que você pode fazer para ajudá-las a ver que se render a Deus é a melhor escolha?

Respostas e atividades da semana: 1. Jesus nos deu o exemplo de humildade, renúncia e serviço. 2. Jesus renunciou aos Seus direitos e à igualdade com o Pai para morrer por nós, e depois foi exaltado acima de todo nome. Às vezes precisamos renunciar a direitos para nos submetermos à vontade do Pai, assim como Jesus fez. 3. Os filhos de Eli não ouviram a Deus, trouxeram maldição à sua casa e foram mortos. Samuel ouviu o Senhor e foi confirmado como profeta. Deus abençoou a casa dele. 4. Saul temeu os filisteus e ele mesmo acabou oferecendo holocaustos no lugar de Samuel. 5. Que o Espírito de Deus estaria com Zorobabel para que a obra fosse concluída. O Espírito do Senhor estar conosco em nossos projetos e atividades do dia a dia. 

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Resumo da Lição 12
Morrer como semente

TEXTO-CHAVE: Jo 12:24

FOCO DO ESTUDO: 1Sm 2:12–3:18; 13:1-14; Zc 4; Rm 12:1, 2; Fp 2:5-9

ESBOÇO

A morte é um elemento fascinante em todas as religiões. No cristianismo bíblico, ela tem duas conotações. Por um lado, é o resultado do pecado e sua punição. Por outro lado, nossa vida com Deus começa com a morte para o pecado. Somente quando experimentamos a morte para o pecado, podemos desfrutar plenamente a vida no reino de Deus. A morte para o pecado nos leva a superar e confrontar a morte que resulta do pecado. Mas isso é possível por causa da morte de Cristo por nós.

Temas da lição

A lição desta semana destaca dois temas principais:

  1. A morte para o pecado estabelece a base para o Espírito Santo e permite que Ele habite em nós. O próprio Espírito implementa a transformação de nosso caráter à imagem de Jesus Cristo e nos capacita a ter uma vida de serviço sacrifical e de obediência a Deus.
  2. Se não experimentarmos a morte para o pecado, seguiremos com uma vida de egocentrismo e autosserviço, uma vida de pecado que, de fato, conduz à morte.

COMENTÁRIO

A árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2:9, 17)

Foi significativo o título dado à árvore proibida! Deus designou esse nome para a árvore no Jardim do Éden quando instruiu nossos pais sobre a preservação da vida deles: “De toda árvore do jardim você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá” (Gn 2:16, 17).

Dois pontos são importantes para o presente estudo. Primeiro, o texto bíblico não faz referência a alguma possível substância contida no fruto da árvore proibida que fosse venenosa ou alucinógena. Ao contrário, tudo o que Deus criou era “bom” e “muito bom”. Ele não criou nada incompleto, imperfeito, mau nem maligno (Gn 1:21, 31; veja também Gn 2:1-3). O pecado e o mal não estavam presentes na criação perfeita de Deus, mas entraram no mundo por meio do ato de Adão (Rm 5:12). Além disso, durante a tentação, a serpente insistia que, se Eva comesse da árvore proibida, seus olhos se abririam e, como Deus, ela seria conhecedora “do bem e do mal” (Gn 3:4, 5). Eva, então, viu “que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento”, e ela comeu do seu fruto e o deu também ao seu marido (Gn 3:6). O resultado de comer do fruto proibido foi que “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus” (Gn 3:7, ACF). Além disso, a árvore não foi chamada de “árvore do conhecimento de Deus” ou do conhecimento em geral, mas “a árvore do conhecimento do bem e do mal”, relacionando-a com a moralidade.

Assim, o nome da árvore e a narrativa de Gênesis 2 e 3 indicam que o que mudou foi a perspectiva de Adão e Eva, seu ponto de vista, sua atitude e relação com Deus. A escolha deles foi uma questão de desobediência moral ou rebelião contra o Criador. Na Bíblia, a expressão “conhecer o bem e o mal” se refere à maturidade moral, quando alguém se torna adulto e autônomo, ou um juiz moral (ver Dt 1:39; 2Sm 14:17; 1Rs 3:9; Is 7:16; Hb 5:14). A questão em torno da árvore do conhecimento do bem e do mal dizia respeito a quem era o juiz e quem era a fonte e o padrão de moralidade. Ao proibir que comessem do fruto da árvore, Deus Se colocou como a fonte máxima de moralidade na Terra, da mesma forma que Ele tinha autoridade no Universo. Ao comer da árvore, Adão e Eva decidiram que eles eram a fonte da moralidade. Uma coisa é alguém exercer moralidade e distinguir entre o bem e o mal através do prisma da revelação divina (Dt 30:14-16; 2Sm 14:17; 1Rs 3:9; Hb 5:14). Mas outra é se colocar como a fonte e o padrão de moralidade contra a revelação e a ordem divina. Fazer isso é o mesmo que declarar-se Deus, rebelar-se contra Ele e querer derrubar Seu trono.

Foi exatamente isso que a serpente sugeriu (Gn 3:4, 5), e foi exatamente isso que Satanás fez no Céu e continua fazendo na Terra (Is 14:13, 14; Ez 28:2, 12-17). Assim, a serpente sugeriu a Eva que, ao comer o fruto proibido, os olhos deles se abririam e, como Deus, eles seriam conhecedores do bem e do mal” (Gn 3:5). Ser “como Deus” não significa se tornar divino por natureza, mas ser a fonte de sua própria moralidade, definindo o que é bom e o que é mau. Essa independência é autossuficiência e autonomia em relação a Deus, um ato de sedição que constitui substituir, ou trocar, Deus por nós mesmos ou por outra pessoa ou outra coisa.

Em segundo lugar, e consequentemente, comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, rebelar-se contra Deus e tentar sentar-se em Seu trono, leva à morte. Foi por isso que o Criador avisou Adão e Eva de imediato que comer da árvore proibida levaria à morte (Gn 2:17). Deus é a única fonte de vida (Gn 2:7; Dt 30:20; Jo 1:1-4; 4:13, 14; 6:32-35; 11:25-27; 15:1-5; Rm 6:23; Cl 1:16, 17). Uma criatura sentar-se no trono de Deus equivale a afastar-se da única fonte da vida, o que é o mesmo que entregar-se à morte.

Mas essa não é uma morte comum, e sim uma separação voluntária de Deus, uma decisão de não viver segundo Seu governo (1Jo 3:4; Is 14:9, 10, 16; Ez 28:2, 9, 16, 17). Essa separação é a essência do pecado e da morte. Não sabemos o que Adão e Eva pensaram quando ouviram a palavra “morte”, mas certamente foi em algo sombrio. Nós, porém, depois de 6 mil anos, sabemos muito bem que a morte é uma tragédia.

A morte como solução para... a morte

Existe uma solução para a morte? Sim! E sabemos disso pela essência do evangelho: “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23). Porém, como recebemos esse dom da vida eterna? Paradoxalmente, o dom da vida eterna vem com ... a morte! Nesse contexto, dois tipos de morte são indicados. Primeiro, Jesus Cristo morreu em nosso lugar e por nós; Ele tomou nossa morte sobre Si e nos deu a esperança da vida eterna (Jo 3:16; Rm 3:25; 5:8; 2Co 5:21; 1Pe 1:18-20). Em segundo lugar, nossa própria morte também é indicada, mas não se trata da punição pelo pecado; Jesus morreu essa morte em nosso lugar. Em vez disso, nossa morte é para o próprio pecado. Essa morte (para o pecado) é necessária se quisermos desfrutar a vida eterna e o reino celestial. O pecado é um poder controlador que nos mantém separados de Deus (Rm 7:18-20, 23, 24). Para sermos salvos de seu poder, precisamos morrer para o pecado e viver para Jesus e para o Espírito Santo (Rm 7:4-6)! Essa morte é simbolizada pelo batismo (Rm 6:1-4). Paulo apresentou a mais bela descrição desse processo: “Se fomos unidos com Ele na semelhança da Sua morte, certamente o seremos também na semelhança da Sua ressurreição, sabendo isto: que a nossa velha natureza foi crucificada com Ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sejamos mais escravos do pecado. Pois quem morreu está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também viveremos com Ele. Sabemos que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre Ele. Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus. Assim também vocês considerem-se mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus” (Rm 6:5-11).

Por “morte para o pecado” a Bíblia não quer dizer que alcançamos a vida eterna morrendo literalmente. Não podemos pagar pelos nossos pecados com nossa própria morte. Não há mérito salvífico em nossa morte. A única morte literal que conta para nossa salvação é a de Jesus Cristo na cruz. Nem a Bíblia usa “morte para o pecado” para comunicar uma indiferença ao mundo, como no budismo, por exemplo. Deus criou o mundo perfeito para que o desfrutássemos e cuidássemos dele (Gn 1:26-28; 2:15). Morte para o pecado, então, significa aceitar o senhorio de Deus e a obra do Espírito Santo em nossa vida e rejeitar o controle do pecado (Rm 8:1-11). Então passamos a gostar de obedecer ao Senhor e servi-Lo. Somos transformados à imagem de Cristo e de acordo com a mente Daquele que não considerou Se apegar ao poder, mas desceu à Terra e assumiu nossa posição e nosso lugar para nos salvar (Fp 2:2-8).

APLICAÇÃO PARA A VIDA

  1. É verdade que temos o que chamamos de direitos fundamentais. Mas o mundo em que vivemos é muito complicado, de pecado, e, na maioria das vezes, tende a ignorar ou atropelar nossos direitos. Leia Filipenses 2:1-9 novamente. A encarnação do Filho foi o crisol dos crisóis! Como o exemplo de Jesus ajuda você a passar pelos vários crisóis criados pelo pecado, mesmo que isso signifique perder seus direitos fundamentais? Em sua opinião, qual é o elemento crucial nessa passagem que muda sua perspectiva a respeito de superar as provações da vida?
  2. A história de Samuel trata de algo mais do que simplesmente ouvir como um ato auditivo de registrar as palavras de alguém; trata-se de obedecer ao que se ouve. O próprio nome do profeta significa “Deus ouviu” (ver 1Sm 1:20). Deus ouviu e foi misericordioso com Ana (1Sm 1:17, 19, 20, 27). Samuel ouviu o Senhor e Lhe obedeceu. Percebendo que Samuel a princípio não reconheceu a voz divina, Eli lhe ensinou a se relacionar com Deus: “Fala, Senhor, porque o Teu servo ouve” (1Sm 3:9). O restante do livro de Samuel, e mesmo toda a Bíblia, é sobre ouvir e obedecer, ou desobedecer: em algum ponto, o povo parou de ouvir a Deus e, portanto, Ele parou de ouvi-lo. Um grande problema em nossa vida é que ouvimos uns aos outros, ouvimos o Senhor (por meio de Sua revelação), mas deixamos de levar a sério Suas palavras e de Lhe obedecer. Como você pode ouvir melhor os membros de sua família? Como você pode ouvir a Deus e obedecer-Lhe? Pense em três formas de melhorar significativamente sua maneira de ouvir os outros e de se relacionar com eles e com Deus.

 


Em busca da verdade

Liu e Cris

Brasil | 10 de setembro

Por muito tempo, Naiara desejou que seu irmão adorasse com ela na Igreja Adventista do Sétimo Dia em Brodowski, Brasil. Ela viu uma oportunidade de convidá-lo quando ele e sua esposa deixaram sua própria igreja por causa de diferenças doutrinárias. Seu irmão, Liu, e sua esposa, Cris, começaram a procurar uma igreja que seguisse apenas os ensinamentos da Bíblia.

Naiara presenteou Liu e Cris com livros adventistas. Ela se ofereceu para dar-lhes estudos bíblicos. Mas Liu não parecia interessado. Ele achou estranho que os adventistas optassem por evitar certos alimentos. Ele não entendia por que os adventistas adoravam no sábado em vez de no domingo. Mas sua esposa, Cris, estava curiosa para saber mais sobre o livro do Apocalipse. Sua igreja nunca havia abordado o livro. Mesmo assim, ela não queria estudar a Bíblia sem o marido.

Sem desanimar, Naiara contou a Cris sobre as classes de estudos bíblicos que aconteciam durante a Escola Sabatina em sua igreja. “É tão bom reunir-se em grupos antes do culto divino para estudar a Bíblia!”, disse Naiara.

Cris gostou da ideia de estudar a Bíblia todas as semanas na igreja. Ela se imaginou participando de uma dessas aulas. Embora ela nunca tivesse posto os pés na Escola Sabatina, um amor pela Escola Sabatina nasceu em seu coração.

Naiara enviou músicas cristãs para Cris e Liu ouvirem em seus celulares, e apresentou-lhes um DVD de sermões adventistas da TV Novo Tempo, afiliada em português Hope Channel International. Cris não queria criar conflitos em casa; por isso assistia aos sermões enquanto o marido o marido trabalhava.

Então Liu sofreu um sério ferimento na cabeça. Ele caiu de um caminhão no trabalho e foi levado para o hospital. Enquanto ele se submetia à cirurgia, Naiara confortou Cris na sala de espera. “O pastor e outros na igreja estão orando pelo Liu”, disse Naiara.

O cirurgião declarou a operação um sucesso. Ele disse que o ferimento na cabeça era sério, mas que Liu se recuperaria totalmente. No dia seguinte, quando Cris teve permissão para entrar no quarto do hospital para visitar seu marido, ele disse que um pastor adventista já havia passado para orar com ele.

Naiara novamente ofereceu estudos bíblicos, e Cris aceitou com a condição de que seu marido não soubesse. Ela queria evitar conflitos. Foi marcada uma data para o primeiro estudo bíblico, e Cris e Naiara concordaram em se encontrar enquanto Liu estava no trabalho.

Mas Cris não se sentia bem em esconder um segredo de Liu. Ela contou a ele sobre o estudo da Bíblia. No dia do estudo bíblico, Liu não foi trabalhar como de costume. Em vez disso, ele ficou em casa para participar do estudo bíblico com as duas mulheres.

Nos meses seguintes, Liu e Cris estudaram todas as 28 lições bíblicas com Naiara. À medida que aprenderam mais sobre a Bíblia, seus preconceitos contra a Igreja Adventista desmoronaram. Eles viram que a igreja buscava seguir apenas os ensinos da Bíblia.

Cris foi batizada junto com o filho, Ezequiel. Um ano depois, Liu e sua filha, Tamiris, foram batizados. Hoje, Liu e Cris são líderes da Escola Sabatina na Igreja Adventista em Brodowski. O lema do departamento da Escola Sabatina reflete suas próprias vidas: "Minha família e eu servimos a Deus com alegria".

Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a abrir uma nova igreja em Brodowski, Brasil, para que mais famílias possam servir a Deus com alegria. Obrigado por planejar uma oferta generosa para o dia 24 de setembro.

 Dicas para a história 

  • Mostre a foto de Liu e Cris com seus três fihos.
  • Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

  • Baixe publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Sul-Americana: bit.ly/sad-2022.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º trimestre de 2022

Tema geral: Provados pelo fogo

Lição 12 – 10 a 17 de setembro de 2022

Morrer como semente

Autor: Célio Barcellos

Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

A simbiose judaico-alemã produziu grande riqueza cultural no período conhecido como idealismo alemão. Dentre os muitos nomes da época, destaca-se o filósofo Franz Rosenzweig, autor da obra Estrela da Redenção (1920), de grande contribuição para o pensamento religioso do século 20. Para Rosenzweig, “a história não é apenas para ser contemplada, mas sim para ser posta em prática”.

Partindo dessa ideia, os horrores do passado não precisam ser repetidos, desde que estejamos dispostos a colocar em prática a nova história que almejamos construir. Se focarmos nos fatos negativos do passado, ficaremos presos ao ressentimento e assim teremos dificuldades com as pessoas, com o ambiente e conosco. Até mesmo a pregação do evangelho ficará comprometida, por causa das coisas não resolvidas. Considere, por exemplo, a grande discussão de Atos 15, quando os apóstolos estavam atrasando a obra do evangelho por questões que deveriam ter sido superadas.

A história a seguir ocorreu no período de Rosenzweig, mas em outro continente. Não é sobre um judeu alemão à semelhança de Rosenzweig, mas sobre um missionário enviado para a Colômbia em 1920, com o intuito de fincar a bandeira da Igreja Adventista do Sétimo Dia nesse país da América do Sul. O missionário era Max Trummer, de ascendência alemã, que viajou por todo aquele belo país da América do Sul distribuindo literatura e levando novos conversos ao evangelho. Por diversas vezes, foi milagrosamente libertado de turbas fanáticas que estavam inclinadas a matá-lo.

Depois, os Trummer continuaram o trabalho em Medellín, a segunda maior cidade da Colômbia, e nos distritos periféricos por vários anos. Para a expansão dos trabalhos, a administração da igreja solicitou os seus serviços no estado de Santander.

Em seguida, eles se mudaram para Bucaramanga, capital do estado de Santander, onde começaram a dar estudos bíblicos a Don Fernando Afanador e sua esposa, Catalina Perez. Eles foram os primeiros conversos da Igreja Adventista do Sétimo Dia nesse país predominantemente católico.

Foi na humilde casa da família Afanador que o primeiro grupo se formou, até que ficasse pronto o local da primeira igreja na década de 1930. Em 1934, Catalina Perez foi internada no hospital da cidade devido a complicações em sua gravidez. Na época, os capelães do hospital eram padres católicos, e a maioria das enfermeiras era composta de freiras. Disseram-lhe que ela precisaria realizar uma cesariana, mas primeiro ela teria que se confessar com um padre e receber a comunhão de sua mão antes de realizar a cirurgia.

Com a recusa de Catalina ao ato da confissão, eles penduraram um grande crucifixo em suas costas até que ela o fizesse, e por três dias lhe foi negado todo o atendimento médico até que ela e o bebê que carregava faleceram. Catalina Perez foi a primeira mártir adventista do sétimo dia na cidade de Bucaramanga, Colômbia. Não compartilho essa história horrível com espírito crítico aos amigos católicos. Na época, pessoas de outras religiões, em um país predominantemente católico, eram consideradas apóstatas e até hereges. Compartilho essa história de fé intransigente porque, como resultado de seu compromisso com Deus a quem ela consagrou sua vida, membros de sua família aprenderam a acreditar no Senhor, a servi-Lo e amá-Lo.

Atualmente, a Igreja Adventista do Sétimo Dia continua crescendo a cada batismo e alcançando muitas pessoas que herdam a fé de Catalina Perez.

O que teria acontecido com a recém-criada Igreja Adventista do Sétimo Dia em Bucaramanga se Catalina Perez tivesse cedido às exigências e abandonado sua fé? Ela e o bebê que carregava poderiam ter sobrevivido, mas, e quanto à sua fé? E seu marido, Fernando Afanador, e seus outros filhos? E a fé deles?

Fernando Afanador e Catalina Perez tiveram dois filhos e três filhas. Fernando Júnior morreu de tuberculose na adolescência. Porém, morreu com sua fé intacta. Seu outro filho, Enrique Afanador, faleceu há apenas alguns anos, por volta dos 70 anos, de doença de Parkinson, mas morreu com sua fé intacta. Uma das filhas do irmão Fernando Afanador e de Catalina Perez, tornou-se uma linda jovem, Cecília Afanador... esta é a minha mãe.

Veja, Catalina Perez, a primeira mártir adventista do sétimo dia em Bucaramanga, Colômbia, era minha avó. Eu nunca a conheci porque nasci algumas décadas depois. Mas sua decisão marcou para sempre a vida de minha mãe, e a minha também. A geração de minha mãe, minha geração, a geração de meus filhos e a próxima geração são as beneficiárias da fé de minha avó e de seu sacrifício. Seu exemplo de fé, sua perseverança até o fim e seu amor a Deus nos dão uma GRANDE visão, uma visão imperdível de Deus.

Sinto-me honrado por viver sob a sombra de minha avó e almejo conhecê-la na eternidade. (História extraída da revista: Eu Irei com Minha Família: Unidade em Comunidade – Willie e Elaine Oliver.)

Essa história confirma a frase de Justino Mártir: “O sangue dos mártires era como semente para os justos.” O cristão que contempla a Cristo e persevera no crisol até a morte é como a semente que germina e faz crescer a planta. Na Bíblia, temos o relato da história de Rute, que ficou viúva e decidiu seguir os passos de sua sogra Noemi. É uma tragédia que mostra a mão de Deus conduzindo a vida das pessoas. De certa forma, a vida delas foi como uma semente que morreu para ressurgir quando o resgatador surgiu para solucionar a questão (Rt 4). Quando Rute aceitou os propósitos de Deus, tornou-se parte importante da linhagem do Messias.

Conhecedora das leis em Israel, Noemi certamente ficou radiante no momento em que a criança nasceu, e ao ouvir das mulheres: “Bendito seja o Senhor, que não deixou hoje de lhe dar um neto que será o seu resgatador. Que o nome dele venha a ser famoso em Israel!” (Rt 4:14). O interessante é que esse resgatador ou redentor “não era Boaz, mas o filho recém-nascido. Eles o chamavam de redentor de Noemi, não porque ele um dia redimiria todas as posses de Noemi, mas porque como filho de Rute ele também era filho de Noemi (v. 17), e como tal, tiraria dela a censura de não ter filhos, a confortaria e cuidaria dela em sua velhice, e assim se tornaria seu verdadeiro goël, ou seja, seu libertador (Carl Friedrich Keil e Franz Delitzsch, Commentary on the Old Testament, [Peabody, MA: Hendrickson, 1996], v.2, p. 359).

Apesar de Boaz cumprir o papel de libertar Rute e Noemi da fome e da miséria em que se encontravam, no contexto da salvação era da sua descendência que viria o Libertador, Jesus Cristo, como é mencionado na Sua genealogia (Lc 1:1-17). No que se refere à vida espiritual, cada cristão precisa assumir o papel de resgatador. Há muitas pessoas perdidas e sem esperança. Ao levar o evangelho, o pregador está morrendo para si mesmo ao priorizar o Reino de Deus. Quando ele se coloca na condição de semeador da Palavra, ele está autorizando Deus a quebrar o seu egoísmo e suas ambições.

De acordo com o apóstolo Pedro, o Senhor convida homens e mulheres “das trevas para a Sua maravilhosa luz” (1Pe 2:9). O intuito do Senhor é libertar as pessoas da escuridão. Ellen White diz que, a pessoa “cuja mente é esclarecida pela revelação da Palavra de Deus a seu entendimento compreenderá a responsabilidade que tem para com Deus e o mundo, e sentirá que seus talentos devem se desenvolver de maneira a produzir os melhores resultados” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes [CPB, 2007], p. 37). Ou seja, na terra em que a semente do evangelho for fincada, haverá resultados expressivos para o reino, pois a Palavra nunca retorna vazia (Is 55:11).

Assim sendo, pessoas como Max Trummer são semeadoras e são a própria semente que, quando são lançadas na terra, dão a vida pelo evangelho. E os frutos vão se multiplicando de tal maneira que somente a eternidade saberá medir a intensidade, e contar os frutos da vida de cada servo de Deus que se colocou à disposição dos propósitos do Reino. Muitos perderam a vida e ainda perdem por amor ao evangelho. De forma altruísta e abnegada correm riscos, sofrem no crisol, mas não desistem, pois compreenderam que a missão é nobre e vale todo sacrifício. As muitas Catalinas do Senhor preferem a morte em lugar de negar seu Mestre. E o resultado de suas ações dão muito frutos.

 

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Célio Barcellos é pastor no distrito de Pirassununga, na Associação Paulista Central. Atualmente cursa jornalismo e possui MBA em Liderança Missional. Contribui com artigos em veículos denominacionais e seculares, além de transcrever palestras e pregações para auxiliar a igreja. É natural de Itaúnas/Conceição da Barra, ES. Casado com Salomé Barcellos, tem dois filhos, Kairos Álef, de 18 anos, ilustrador e estudante de Arquitetura, e Krícis Barcellos, de apenas 10 anos.