Lição 1
31 de março a 06 de abril
O conflito cósmico
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Sm 28–31
Verso para memorizar: “Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Ap 12:17).
Leituras da semana: Ez 28:1, 2, 11-17; Gn 3:1-7; Ap 12:1-17; Rm 8:31-39; Ap 14:12

O conflito cósmico, às vezes chamado de “o grande conflito”, é a cosmovisão bíblica. Ele forma o cenário no qual se desenrola o drama do nosso mundo, e até mesmo do Universo. Pecado, sofrimento, morte, a ascensão e a queda das nações, a propagação do evangelho, os eventos finais – tudo isso ocorre no contexto do conflito cósmico.

Nesta semana examinaremos alguns lugares cruciais dos quais o conflito tomou conta, começando, misteriosamente, no coração de um ser perfeito, Lúcifer, que trouxe sua rebelião para a Terra por meio da queda de outros seres perfeitos, Adão e Eva. A partir desses dois acontecimentos principais, a queda de Lúcifer e depois a de nossos primeiros pais, o grande conflito se enraizou e tem assolado o mundo desde então. Todos nós participamos desse drama cósmico.

A boa notícia é que um dia o conflito não apenas chegará ao fim, mas terminará com a plena vitória de Cristo sobre Satanás. E a notícia ainda melhor é que, por causa da plenitude do que Jesus fez na cruz, todos podemos compartilhar essa vitória. E como parte dela, Deus nos chama a ter fé e a obedecer, enquanto aguardamos tudo que nos foi prometido em Jesus, cuja segunda vinda é certa.


No mês de abril, teremos a oportunidade de iniciar as classes bíblicas em cada igreja do Brasil. Envolva sua igreja na missão.

Domingo, 01 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 1–4
A queda de um ser perfeito

Se o conflito cósmico forma a cosmovisão bíblica fundamental, isso nos leva a uma série de perguntas. Uma questão importante é: Como tudo começou? Visto que um Deus amoroso criou o Universo, é razoável supor que o mal, a violência e o conflito certamente não foram incorporados à criação desde o princípio. O conflito deve ter surgido separadamente da criação original e não foi necessariamente um resultado dela. No entanto, o conflito está aqui, ele é real e todos estamos envolvidos nele.

1. Leia Ezequiel 28:1 e 2, 11 a 17 e Isaías 14:12 a 14. O que esses textos ensinam sobre a queda de Lúcifer e o surgimento do mal? Assinale a alternativa correta:

A.( ) O mal surgiu com Lúcifer, que desejou tomar o lugar de Deus.

B.( ) Lúcifer não criou o mal, pois desejava ser parecido com o Senhor.

Lúcifer era um ser perfeito que vivia no Céu. Como foi possível que nele surgisse a iniquidade, especialmente em um ambiente como aquele? Não sabemos. Talvez essa seja uma das razões pelas quais a Bíblia fala sobre “o mistério da iniquidade” (2Ts 2:7).

Fora da realidade do livre-arbítrio concedido por Deus a todas as Suas criaturas inteligentes, não há razão para a queda de Lúcifer. Como Ellen G. White afirmou de maneira profunda: “É impossível explicar a origem do pecado de maneira a dar a razão de sua existência […]. O pecado é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar causa para a sua existência, deixaria de ser pecado” (O Grande Conflito, p. 492, 493).

Substitua a palavra “pecado” por “mal”, e a afirmação continua produzindo o efeito. “É impossível explicar a origem do mal de maneira a dar a razão de sua existência […]. O mal é um intruso, por cuja presença nenhuma razão se pode dar. É misterioso, inexplicável; desculpá-lo corresponde a defendê-lo. Se para ele se pudesse encontrar desculpa, ou mostrar causa para a sua existência, deixaria de ser mal.”

Pense em suas experiências com a realidade do livre-arbítrio. Por que devemos refletir cuidadosamente e com espírito de oração sobre as escolhas que fazemos?

Visite pessoas que precisam ser incentivadas a adquirir a assinatura da Lição da Escola Sabatina e estudar a Palavra de Deus a cada dia.

Segunda-feira, 02 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 5–7
Conhecimento e submissão

Embora não possamos explicar por que o mal surgiu (visto que não existe justificativa para isso), as Escrituras revelam que ele começou no coração de Lúcifer, no Céu. Além das observações impressionantes de Ellen G. White (veja, por exemplo, o capítulo “Por que Existe o Sofrimento”, no livro O Grande Conflito), a Bíblia não revela muito mais sobre como o mal teve início no Céu. Entretanto, a Palavra de Deus é mais explícita acerca de como ele surgiu na Terra.

2. Leia Gênesis 3:1 a 7. Qual evento mostra a culpa de Adão e Eva? Qual foi seu erro? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.( ) Adão e Eva se recusaram a comer do fruto da sabedoria.

B.( ) O casal comeu do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal.

O que é mais triste nesse episódio é que Eva sabia quais tinham sido as palavras de Deus para eles. Ela as repetiu: “Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: ‘Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais’” (Gn 3:3). Pelo que as Escrituras revelam, nada havia sido dito sobre tocar o fruto. No entanto, Eva sabia que comer do fruto daquela árvore acarretaria morte.

Então, Satanás contradisse aberta e descaradamente a Palavra de Deus: ‘É certo que não morrereis’” (Gn 3:4).

Poderia haver contraste mais claro? Por mais sutil que tenha sido a abordagem de Satanás no início, uma vez que ele chamou a atenção de Eva e viu que ela não estava resistindo, ele se opôs abertamente à ordem do Senhor. E o mais trágico é que Eva não estava numa posição de ignorância. Ela não podia alegar: “Eu não sabia”. Ela sabia.

Apesar de ter conhecimento, Eva cometeu o erro. Se, mesmo no ambiente perfeito do Éden, o conhecimento não foi suficiente para evitar que Eva (e depois Adão, que também conhecia a verdade) pecasse, não devemos nos enganar pensando que o conhecimento seja suficiente para nos salvar hoje. É evidente que precisamos conhecer a Palavra de Deus. Mas, além desse conhecimento, devemos obedecer à Bíblia.

Deus disse uma coisa, Satanás outra. Apesar do conhecimento que Adão e Eva tinham, eles escolheram ouvir Satanás. As coisas não mudaram ao longo dos milênios! Como podemos evitar o mesmo erro?

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Terça-feira, 03 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 8–10
Guerra no Céu e na Terra

A queda de nossos primeiros pais afundou o mundo no pecado, na maldade e na morte. As pessoas podem até discordar quanto às causas imediatas ou sobre quem é o culpado, mas quem pode negar a realidade do caos, da violência, revolta e do conflito que aflige todos neste mundo?

Falamos sobre um conflito cósmico. Mas, independentemente das origens cósmicas desse conflito, ele também está sendo disputado na Terra. Grande parte da história bíblica, desde a queda no Éden até os acontecimentos finais que levarão à segunda vinda de Jesus, é, em muitos aspectos, uma descrição do grande conflito. Vivemos no meio desse conflito. A Palavra de Deus nos explica o que está acontecendo, o que está por trás desse conflito, e, o mais importante, como ele vai terminar.

3. Leia Apocalipse 12:1 a 17. Quais são as batalhas descritas nesse capítulo, tendo seu desdobramento tanto no Céu quanto na Terra?

Podemos observar uma batalha no Céu e também as batalhas na Terra. A primeira batalha é entre o dragão (Satanás; Ap 12:7-9) e Miguel, cujo significado hebraico é “Quem é como Deus?”. O rebelde Lúcifer ficou conhecido como Satanás (Adversário), que é apenas um ser criado lutando contra o Criador eterno, Jesus (Hb 1:1, 2; Jo 1:1-4).

Lúcifer se rebelou contra seu Criador. O grande conflito não se trata de um duelo de deuses; trata-se de uma criatura que se revoltou contra o Criador e que manifesta essa rebelião atacando também a criação.

Tendo fracassado em sua batalha contra Cristo no Céu, Satanás procurou persegui-Lo na Terra logo após Seu nascimento humano (Ap 12:4). Ao fracassar em sua batalha contra Cristo nesse momento, e depois sendo derrotado por Cristo no deserto e posteriormente na cruz, Satanás, após sua derrota irreversível no Calvário, foi guerrear contra o povo de Cristo. Essa guerra tem devastado o povo de Deus ao longo de grande parte da história cristã (Ap 12:6, 14-16) e continuará até o fim (Ap 12:17), até que Satanás enfrente a derrota final, desta vez na segunda vinda de Jesus.

Leia Apocalipse 12:10-12. Que esperança encontramos nesses versos em meio a todo o conflito que vemos no capítulo 12?

Conduza os recém-batizados e amigos da igreja à classe do Ciclo do Discipulado e ajude-os a continuar crescendo em Cristo.

Quarta-feira, 04 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 11, 12
Ele está conosco todos os dias

No livro do Apocalipse, João profetizou a perseguição que o povo de Deus enfrentaria ao longo de boa parte da história da igreja. Os 1.260 dias proféticos de Apocalipse 12:6 (veja também Ap 12:14) indicam 1.260 anos de perseguição contra a igreja.

“Essas perseguições, iniciadas sob o governo de Nero, aproximadamente ao tempo do martírio de Paulo, continuaram com maior ou menor fúria durante séculos. Os cristãos eram falsamente acusados dos mais hediondos crimes e tidos como a causa das grandes calamidades — fomes, pestes e terremotos. Tornando-se eles objeto do ódio e suspeita popular, denunciantes se prontificaram, por amor ao ganho, a trair os inocentes. Eram condenados como rebeldes ao império, como inimigos da religião e peste da sociedade. Muitos deles eram lançados às feras ou queimados vivos nos anfiteatros” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 40).

Ao mesmo tempo, a mulher (igreja) fugiu para o deserto (Ap 12:6). Ela é descrita como tendo duas asas de águia. Essa ilustração dá a ideia de voar para onde se pode encontrar ajuda. A mulher recebeu cuidados no deserto e a serpente, ou Satanás, não conseguiu pegá-la (Ap 12:14). Deus sempre preservou um remanescente mesmo durante as principais perseguições, e Ele fará isso novamente no tempo do fim.

4. No contexto dos perigos dos últimos dias, Cristo disse a Seu povo: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:20). Como entendemos essa promessa maravilhosa, mesmo diante do imenso martírio de muitos de Seus seguidores? Veja Rm 8:31-39 e Mt 10:28.

Nada, nem perseguição, nem fome ou morte pode nos separar do amor de Deus. A presença de Cristo conosco, seja agora ou no fim dos tempos, não significa que seremos poupados da dor, do sofrimento, das provações e até mesmo da morte. Ele nunca nos prometeu que estaríamos isentos dessas coisas nesta vida. Isso significa que, por meio de Jesus e do que Ele fez por nós, podemos viver com a esperança e a promessa de que Deus estará conosco nessas provações e que teremos a vida eterna no novo Céu e na nova Terra. Podemos viver com a esperança de que, independentemente do que enfrentemos aqui, como Paulo, podemos ter a certeza de que “já agora a coroa da justiça” nos “está guardada, a qual o Senhor, reto juiz,” nos “dará naquele Dia; e não somente a” nós, “mas também a todos quantos amam a Sua vinda” (2Tm 4:8). Nós, que “amamos a Sua vinda”, também podemos reivindicar essa esperança e promessa.



Quinta-feira, 05 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 13, 14
A lei e o evangelho

Como adventistas do sétimo dia, carregamos em nosso nome muito do que defendemos. A expressão “sétimo dia” representa o sábado (o sétimo dia da semana), o que indica nossa crença não apenas nesse único mandamento, mas, por implicação, em todos os Dez Mandamentos. A palavra “adventista” indica a nossa crença no segundo advento de Jesus, uma verdade que só pode existir por causa de Sua morte expiatória em Seu primeiro advento. Portanto, nosso nome, “adventistas do sétimo dia”, mostra dois elementos cruciais e inseparáveis da verdade presente: a lei e o evangelho.

5. Como estes textos indicam a estreita ligação entre a lei e o evangelho?

Jr 44:23__________________________________________________________________

Rm 3:20-26 _______________________________________________________________

Rm 7:7 ___________________________________________________________________

O evangelho são as boas-novas de que, apesar de termos pecado no sentido de que quebramos a lei de Deus, mediante a fé no que Cristo fez por nós na cruz, podemos ser perdoados dos nossos pecados, da transgressão de Sua lei. Além disso, recebemos o poder de obedecer a essa lei de maneira plena e completa.

Não é de admirar que, no contexto dos últimos dias, à medida que o grande conflito devasta o mundo com especial violência, o povo de Deus seja retratado de maneira muito específica.

6. Leia Apocalipse 14:12. Qual é a ligação entre a lei e o evangelho? Complete as lacunas:

“Aqui está a ___________________ dos santos, os que guardam os ______________________ de Deus e a fé em ________________________”.

Como podemos mostrar aos outros que a obediência à lei não é legalismo, mas o resultado natural da salvação que recebemos e que nos leva a amar o Senhor? Deuteronômio 11:1 e 1 João 5:3 reforçam esse argumento?


Sexta-feira, 06 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 15–17
Estudo adicional

Leia Apocalipse 12:9-12 e, de Ellen G. White, “Por que Foi Permitido o Pecado?”, em Patriarcas e Profetas, p. 33-43.

“Enquanto todos os seres criados reconheceram a lealdade pelo amor, houve perfeita harmonia por todo o Universo de Deus. A alegria da hoste celestial era cumprir o propósito do Criador. Deleitavam-se em refletir Sua glória e patentear Seu louvor. E enquanto foi supremo o amor para com Deus, o amor de uns para com outros foi cheio de confiança e abnegado. Nenhuma nota discordante havia para deslustrar as harmonias celestiais. Sobreveio, porém, uma mudança nesse estado de felicidade. Houve um ser que perverteu a liberdade que Deus havia concedido às Suas criaturas. O pecado se originou com aquele que, abaixo de Cristo, tinha sido o mais honrado por Deus” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 35)

Observe as palavras de Ellen White: “lealdade pelo amor”. Essa expressão poderosa, cheia de significado, aponta para o fato de que o amor leva à lealdade, à fidelidade. Um esposo que ama sua esposa manifestará esse amor por meio da lealdade. Foi assim com esses seres no Céu, e assim deve ser conosco hoje em nosso relacionamento com Deus.

Perguntas para discussão

1.  Qual evidência bíblica aponta para a realidade de Satanás e de seu papel no grande conflito? Como podemos ajudar as pessoas a entender que Satanás é um ser pessoal e não apenas um símbolo do mal no coração humano?

2. Como adventistas, fomos abençoados com incrível quantidade de conhecimento em relação à verdade bíblica. Por que esse maravilhoso conhecimento não é suficiente para nos salvar? Do que mais precisamos, além de informação?

3. Você tem experimentado a presença de Jesus em sua vida? Como essas experiências podem ajudá-lo nas dificuldades que você precisa enfrentar?

4. Discuta com a classe a expressão “lealdade pelo amor”. Como essa ideia nos ajuda a entender a relação entre lei e graça e entre fé e obediência? O que ela ensina sobre a liberdade inerente à ideia de amor? Como podemos revelar “lealdade pelo amor”?

 

Respostas e atividades da semana: 1. A. 2. F; V. 3. Se houver disponibilidade, leve para a classe infográficos sobre Apocalipse 12:1-17 para explicar melhor essa profecia. 4. Peça a opinião da classe. 5. Pense em maneiras de mostrar essa relação entre lei e evangelho de maneira didática para sua classe. 6. Perseverança – mandamentos – Jesus.



Resumo da Lição 1
O conflito cósmico

TEXTOS-CHAVE: Ezequiel 28:14, 15; Apocalipse 12:17

O ALUNO DEVERÁ

Conhecer: O alcance do conflito entre Deus e Satanás e a tragédia que envolve a humanidade.
Sentir: A fidelidade divina para ajudá-lo na luta diária contra o mal.
Fazer: Com base no amor, assumir o compromisso de obedecer aos mandamentos de Deus.

ESBOÇO

I. Conhecer: O alcance cósmico do grande conflito

A. Qual é o impacto do mal no mundo e no Universo?

B. Onde e quando teve início o mal?

C. Qual é a estratégia divina para resgatar a humanidade da tragédia do mal?

II. Sentir: O amor de Deus na minha vida

A. Que promessa Jesus fez aos Seus discípulos para que preservassem a esperança até o fim?

B. Que garantia Jesus deu aos Seus discípulos para que o coração deles não ficasse apreensivo?

C. Essas promessas sugerem que os discípulos de Deus serão poupados de problemas? Por quê?

III. Fazer: A resposta humana ao amor divino

A. Como o ser humano deveria reagir ao amor de Deus?

B. Por que a observância da lei de Deus é a única reação lógica à graça divina?

C. Como harmonizar nossa esperança na eternidade e nosso relacionamento com o Deus infinito com nossa limitada fidelidade e imperfeita obediência a Deus?

RESUMO

Somente a solução cósmica de outro mundo é apropriada para resolver o problema cósmico da Terra. A maneira como conduzimos nossa vida deve apontar para esse outro mundo.

Ciclo do aprendizado

1 Motivação

Focalizando as Escrituras: João 14:1-4

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Aguardar a vinda de Cristo nos últimos dias não é apenas uma doutrina, nem uma forma de encontrar consolo ou esperança em meio ao sofrimento, mas, sobretudo, o anseio de ver Cristo face a face. A esperança de Seu retorno é a essência da nossa vida espiritual. Contudo, essa esperança contém um paradoxo: quanto mais vivermos com o Senhor, mais estreito se tornará nosso relacionamento com Ele. Porém, quanto mais próximos estivermos Dele, mais almejaremos Sua presença física e pessoal no Seu reino.

Para o professor: A lição desta semana introduz o tema do “grande conflito”, que afeta todo o Universo. A ligação entre o Céu e a Terra deve trazer a esperança da futura vinda do reino celestial de Cristo para a vida presente. Essa crença significa muito mais do que simplesmente obter uma vida melhor e desfrutar de uma casa melhor no perfeito reino divino. Se bem que esses benefícios estejam incluídos, a esperança no reino vindouro de Cristo está relacionada, em primeiro lugar, com a Pessoa de Jesus, que nos ama. Nós também O amamos e viveremos com Ele pela eternidade. Jesus apresenta a razão pela qual Ele preparou um lugar para nós: “para que, onde Eu estou, estejais vós também” (Jo 14:3). Portanto, a vida do cristão deve apontar para esse reino e para essa Pessoa.

Discussão inicial: Um rabi do século 15, Maharal de Praga, comparou o crente a uma árvore de cabeça para baixo, com as raízes no Céu, mas florescendo e dando frutos na Terra. Portanto, o cristão deve ter suas raízes no Céu e produzir na Terra flores e frutos que testemunhem do Céu. As palavras, os atos e o estilo de vida de um cristão devem despertar nas pessoas a necessidade profunda e o intenso anseio pelo reino dos Céus. De certa forma, como adventistas do sétimo dia, somos responsáveis por despertar nos outros a esperança no “advento”.

Perguntas para discussão

Qual é a ligação entre o Céu e a Terra? Como o estilo de vida do cristão pode evocar aos outros a beleza e a atmosfera do Céu? Quais lições espirituais podemos tirar da contemplação das estrelas e da dimensão infinita do Universo (Sl 8:3, 4)? Por que foi necessário que o grande Deus do Universo deixasse o Céu para habitar a Terra (Jo 3:31-36)?

 2 Compreensão

Para o professor: O estudo desta semana nos confronta com o drama do grande conflito, que começou no Céu com a rebelião de Lúcifer e continuou no planeta Terra com a queda de nossos primeiros pais. O seu fim tem início com a encarnação de Deus, que veio para viver entre nós com o objetivo de nos preparar para o reino celestial. Incentive seus alunos a refletir sobre as implicações desses acontecimentos.

Comentário bíblico

I. A origem do mal

(Recapitule com a classe Ez 28:2, 11-17; Is 14:12-14; 2Ts 2:7.)

Os textos bíblicos que falam sobre a origem do mal são poucos e breves. Ezequiel simplesmente fala que o mal surgiu de forma repentina, mas não dá uma explicação: “Até que se achou iniquidade em ti [Lúcifer, simbolizado na passagem de Ezequiel pelo rei de Tiro]” (Ez 28:15). Deus não teve relação com a origem da iniquidade. Nada nesse ser angelical poderia ter previsto sua queda. Na verdade, Deus criou Lúcifer “perfeito” (Ez 28:15) e “cheio de sabedoria” (Ez 28:12). Colocou-o no “Éden, jardim de Deus” (Ez 28:13), o que significa que o estabeleceu “no monte santo”, no templo celestial, onde “caminhava entre as pedras fulgurantes” (Ez 28:14, NVI).

O texto bíblico sugere o processo absurdo que deu origem ao mal. O mal começou na mente de Lúcifer. O texto diz: “Elevou-se o teu coração” (Ez 28:17; compare com Ez 28:2). Ele pensou que fosse um deus (Ez 28:2). O profeta Isaías descreve o mesmo pensamento em Lúcifer (Is 14:13). Nessa passagem, Lúcifer também ambiciona assentar-se no monte santo e até mesmo tornar-se “semelhante ao Altíssimo” (Is 14:13, 14).

O que aconteceu no Céu tornou-se o esboço da entrada da iniquidade na Terra entre os seres humanos. Adão e Eva foram criados perfeitos, assim como Lúcifer. Eles foram feitos “à imagem de Deus”. O Senhor os colocou no Éden. O argumento usado pela serpente, isto é, Satanás, para convencer Eva a pecar nos relembra do autoengano e da tentação de orgulho que resultou na queda de Satanás: “Vocês serão como Deus” (Gn 3:5, NTLH). Sendo assim, os seres humanos enganaram a si mesmos com a ilusão de que poderiam se tornar sábios como Deus (Gn 3:6). No Céu e na Terra, a chegada do mal aconteceu contra os planos de Deus – uma anomalia que não tem explicação e não pode ser compreendida. Como diz Paulo, a existência do mal é “o mistério da iniquidade” (2Ts 2:7).

Pense nisto: Em que sentido a origem da iniquidade é um mistério? Que exemplos da história ilustram a natureza “absurda” do mal? Numa proporção menor, de que forma você observa o caráter irracional do mal em seu próprio comportamento? Compartilhe um momento em que foi vítima da injustiça irracional do mal.

II. O resultado do mal

(Recapitule com a classe Ap 12:1-17 e Gn 3:15.)

Assim que surgiu o mal, houve guerra no Céu, e então na Terra. O livro do Apocalipse relata de forma sucinta a guerra no Céu entre os anjos de Satanás e os anjos de Deus (Ap 12:7). O texto não se aprofunda na natureza e no cenário dessa guerra celestial. Simplesmente diz que as hostes de Satanás perderam a batalha e foram expulsas do Céu para a Terra (Ap 12:13; compare com o versículo 4). A guerra, conhecida também como o grande conflito, foi transferida para a Terra, onde o conflito seguinte aconteceu entre Satanás (“o dragão”) e o povo de Deus (“a mulher”), que deu à luz o Messias (Ap 12:13). Satanás atacou outra vez “a mulher”. Ela fugiu para o deserto e sofreu perseguição por “um tempo, tempos e metade de um tempo” (Ap 12:6, 14; compare com Dn 7:25). Satanás voltou-se contra os remanescentes do povo de Deus e os atacou (Ap 12:17).

Pense nisto: Por que a Bíblia é tão sucinta quanto ao cenário da origem do mal no Céu? Por que a história da igreja é o foco da visão profética em Apocalipse 12?

III. A solução para o mal

(Recapitule com a classe Gn 3:15 e Fp 2:6-8.)

A continuidade do grande conflito na Terra também envolve Deus. O mal começou com a aberração de um ser que queria assumir o lugar do Altíssimo. Ironicamente, a solução escolhida por Deus para confrontar o mal foi uma inversão da condição divina. Deus, o Onipotente e Infinito, Se tornou humano – Filho de um carpinteiro – e morreu como criminoso para salvar a humanidade. A intenção divina de salvar a humanidade é descrita na primeira profecia da Bíblia, na qual Deus Se dirigiu à serpente com termos de guerra (Gn 3:15). O apóstolo Paulo captou a essência da conspiração: Cristo, “subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a Si mesmo Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a Si mesmo Se humilhou, tornando-Se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:6-8).

Pense nisto: No processo da salvação, por que a cruz é suficiente para nos salvar? Qual é a relação entre o evangelho da cruz, que mostra o amor e a graça de Deus para conosco, e nossa esperança do futuro reino de Deus?

3 Aplicação

Para o professor: Discuta com os alunos a relação complementar entre a cruz e o reino de Deus. Pergunte: “Como você sabe que está salvo?” Desafie a classe a pensar com cuidado na resposta. Por que, sem a cruz, é impossível ter acesso ao reino de Deus? Depois, examine sua resposta à penúltima pergunta no fim do comentário: Por que a cruz é suficiente para nos salvar?

Perguntas para reflexão

1. Discuta este princípio prático: conhecer o fim da jornada nos orienta na viagem.

2. Qual é a relação entre obediência aos mandamentos de Deus e a “fé em Jesus” (Ap 14:12), Aquele que nos salva pela graça?

4 Criatividade

Para o professor: Compartilhe a seguinte história: “Um homem encontrou, à venda numa loja, um trompete maravilhoso. O vendedor se gabou das propriedades mágicas do instrumento. ‘Este trompete’, ele disse, ‘tem um poder maravilhoso. Pode extinguir o fogo. Basta assoprá-lo, e o fogo imediatamente será dominado.’

O homem ficou intrigado e comprou o trompete. Assim que chegou à sua casa, decidiu testar o poder do instrumento. Ateou fogo à casa e começou a assoprá-lo. Infelizmente, e para seu espanto, o fogo continuou a queimar, e o trompete não foi capaz de dominá-lo.

Desesperado, voltou à loja e encontrou o vendedor que lhe havia vendido o artigo. Afirmou-lhe que o trompete não funcionava. O vendedor, então, explicou que a função do trompete não era acabar com o fogo, mas avisar aos outros que havia um incêndio para que pudessem vir e controlá-lo” (Adaptado de Jacques B. Doukhan, Proverbs. Nampa, Idaho: Pacific Press, 2014, p. 25).

Atividade: Transforme essa história em uma cena dramática apresentada por alguns alunos. Ao fim da apresentação, pergunte que relação tem a história com a vinda de Cristo e o fim do mundo. Alguma vez eles já se comportaram como o homem que comprou o trompete?

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


1º Sábado

Oração por um garoto desobediente

Em seu primeiro dia de aulas no Jardim da Infância da Escola Adventista Ebeye, nas Ilhas Marshall, o pequeno Lomon não usou seu uniforme escolar. Mas no segundo dia, o garoto de cinco anos, cujo nome significa “águas turbulentas”, chegou vestindo calça preta e camiseta polo cinza obrigatórias. O problema era que ele não queria permanecer sentado nem prestava atenção à professora Elisa Albertsen, 21 anos, jovem missionária do Alasca. Ele preferia estar na rua jogando com os amigos que ainda não frequentavam a escola.

Em pouco tempo, Lomon começou a beliscar e bater nas outras crianças. Sentindo que precisava fazer algo, a professora o colocou de castigo, fazendo com que se sentasse distante das crianças até que se acalmasse. Mas Lomon não se acalmava. Em vez disse, começou a fazer uivar como se fosse uma raposa: “Auuuuuuuuuu!”; “auuuuuuuuuu!”

A professora Elisa levou Lomon para uma conversa com o diretor, mas isso não mudou o comportamento dele. Para piorar a situação, as outras 19 crianças do Jardim da Infância também enfrentavam dificuldade de adaptação na escola, chegando a bater e arranhar colegas e a professora. Certo dia, todas as vinte crianças tentaram pular a janela e fugir para a rua, mas Elisa conseguiu impedi-las.

Problemas em casa

Em uma conversa com a tia de Lomon, a professora ficou sabendo que os pais dele eram alcoólatras e viviam em outra ilha do Pacífico, por isso, ele ficou com os tios em Ebeye, uma ilha onde mais de 12 mil pessoas vivem em 32 hectares de terra. Elisa se sentiu tocada pela situação do aluno. “Ele não tinha um lar feliz para viver e era a primeira vez ele ia à escola”, disse ela. “Percebi que ele precisava de muito amor e atenção.”

Dias depois, Elisa percebeu que Lomon chegou à escola mostrando contusões no corpo, e o primo dele também estava com um olho roxo. Percebendo que algo acontecia em sua casa, ela decidiu falar com o diretor. Mas havia pouco a fazer em uma cultura onde os responsáveis e as crianças declaram que os hematomas são acidentes, e também não existe qualquer serviço de proteção infantil.

Elisa decidiu não mais informar à família de Lomon sobre o mal comportamento do menino e passou a orar em favor dele. “Ao chegar em casa, em meio às lágrimas perguntei a Deus: O que devo fazer por ele? Quero que ele seja um bom aluno nesse ano escolar.” Então, sentiu que uma batalha espiritual estava sendo travada em sua sala de aula embora as crianças fossem tão pequenas. “Esta é a fase em que elas aprendem bons e maus hábitos”, diz. “Satanás deseja alcançar crianças na tenra idade para que interrompam seu relacionamento com Jesus.”

Elisa se sentiu impressionada a orar diariamente, não somente por Lomon e as dificuldades da classe, mas por todos os alunos, suas famílias. Que Deus impregnasse a atmosfera da escola com Seu amor! Ela fez uma lista com o nome dos alunos e orou em favor de cada um e respectivas famílias, mencionando cada nome, todas as manhãs e noites.

Mudança radical

“Eu estava determinada a transformar a minha classe”, Elisa diz.

Com a oração, ela agiu passando a manter Lomon depois da aula, como punição pela desobediência, e orava com ele todas às vezes. Sendo que ele não sabia como orar, ela o ensinou a fazer isso. “Querido Pai Celestial”, disse o menino, repetindo as palavras da professora, “muito obrigado por este dia. Obrigado pela minha comida. Desculpe-me por interromper a aula hoje e machucar um colega de classe. Por favor, perdoe-me e ajude-me a me esforçar mais para escutar e ser amável amanhã.”

Certo dia, depois de ter orado com a professora, o menino disse: “Senhorita, senhorita, posso arrumar todas as cadeiras?” Pela primeira vez ele queria ajudar a professora! Passadas duas semanas, Elisa notou grande diferença na sala de aula. Lomon limpava a sala quando os colegas a sujavam. Tentava apartar as brigas entre colegas e pedia que fizessem as pazes. O comportamento das outras crianças também começou a mudar. Elas aprenderam a dizer: “desculpe-me!”, “por favor, me perdoe!” e a oferecer um abraço. O amor de Deus envolveu a sala de aula.

Os professores não deveriam ter alunos favoritos, mas Elisa diz que Lomon se tornou especialmente querido para ela. “Ele é apenas uma criança magoada que precisa ser amada e estar em um ambiente estável”, diz a professora.

Parte da oferta do trimestre ajudará a Escola Adventista de Ebeye a reformar as salas de aula urgentemente, onde crianças como Lomon possam aprender sobre nosso Pai celestial. Agradecemos pelas ofertas.

*Assista ao vídeo sobre a experiência de Elisa no link: bit.ly/Elisa-Albertsen. Leia também seu relado no website do Adventist Mission: bit.ly/ebeye-joy-journal

Resumo missionário

  1. As Ilhas Marshall são um país insular situado na região central do Oceano Pacífico, entre o Havaí e a Austrália. O nome oficial do país é República das Ilhas Marshall.
  2. As Ilhas Marshall possui dois idiomas oficiais: marshalês e inglês.
  3. Os dois principais grupos religiosos na República das Ilhas Marshall são Igreja Unida de Cristo (51,5%) e Assembleia de Deus (24,2%). Os adventistas do sétimo dia representam cerca de 1% da população.
  4. As Ilhas Marshall fazem parte da Missão Guam-Micronésia da Igreja Adventista, que tem 5.565 membros, 22 igrejas e 15 grupos.

 


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2018

Tema Geral: Preparação para o Tempo do fim

Lição 1: 31 de março a 7 de abril

O conflito cósmico

Autor: Flávio da Silva de Souza

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Neste trimestre vamos estudar sobre um assunto fascinante, a preparação para o tempo do fim. Começaremos buscando entender o conflito cósmico, que chamamos de “grande conflito”, e seu início.

1. A queda de um ser perfeito

Ao analisar as duas referências bíblicas sobre a queda de Lúcifer, podemos observar que, embora Isaías fale do rei de Babilônia e Ezequiel mencione o rei de Tiro, ambos os textos dão descrições que não se encaixam com um personagem humano. A palavra estrela (Is 14:12) em alguns contextos tem o significado de anjo (Jó 38:7). Em Ezequiel, o assunto é apresentado de maneira mais clara ainda: o rei de Tiro era um querubim (Ez 28:14). Outro aspecto que chama a atenção é a posição desse ser. Em Isaías 14:12 ele é chamado de estrela da manhã, a mais brilhante das estrelas. Em Ezequiel, ele possui as pedras preciosas que se encontravam no peitoral do sumo sacerdote (Êx 28:17-20; 39:8-14). Além disso, o fato de que ele é descrito como querubim relembra os querubins do propiciatório (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 168, 169, 741, 742). Mas, apesar dessa posição elevada, Lúcifer buscava ser como o Altíssimo.

Ellen White afirmou que Lúcifer “tinha sido grandemente exaltado, mas isso não despertou nele louvor e gratidão ao seu Criador. Aspirava à altura do próprio Deus” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 14). A criatura queria ser o Criador. Lúcifer queria participar da criação da Terra. Sua queda começou quando ele quis ser igual a Deus.

2. Conhecimento e submissão

Em relação à queda do homem, alguns questionam o fato de Deus ter colocado a árvore da ciência do bem e do mal no jardim do Éden e ter permitido que Satanás ficasse ali. Ellen White afirmou: “O Pai consultou Seu Filho a respeito da imediata execução de Seu propósito de fazer o homem para habitar a Terra. Colocaria o homem sob prova a fim de testar sua lealdade, antes que ele pudesse ser posto eternamente fora de perigo. Se ele suportasse o teste com o qual Deus considerava conveniente prová-lo, seria finalmente igual aos anjos. Teria o favor de Deus podendo conversar com os anjos, e estes, com ele. Deus não achou conveniente colocar os homens fora do poder da desobediência” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 19). Deus não nos fez sem liberdade para escolher, pois sem ela o livre-arbítrio seria só uma teoria. Além disso, Deus protegeu o homem limitando a presença de Satanás à árvore. Somente ali Satanás poderia tentá-los, e Deus ainda os alertou para que não fossem a esse lugar.

Entretanto, apesar do alerta, Eva foi até lá. Então a serpente apresentou um argumento exagerado: “É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?” (Gn 3:1). Ela estava distorcendo a palavra de Deus, fazendo Deus parecer irrazoável. Há um detalhe interessante no texto. Enquanto Moisés usou sempre a expressão “SENHOR Deus” (Gn 3:1, 8, 9, 13, 14, 21, 22, 23; no hebraico não aparece o nome Elohim, “Deus”, no verso 11) para se referir a Deus, a serpente e Eva só usam “Deus” (Gn 3:1, 3, 5). Apesar de não haver nenhum problema em usar apenas “Deus”, pois o próprio Moisés utiliza “apenas” Deus em Genesis 1 (28 vezes), parece haver um contraste proposital, pois a serpente buscava apresentar um Deus com características das criaturas, com medo de que os seres humanos fossem iguais a Ele (v. 5).

A serpente evitou cuidadosamente o uso do nome da aliança de Deus, “o Senhor”, usando apenas Deus, uma designação mais remota. O tom incrédulo de Satanás e o desuso consciente do nome pessoal de Deus criaram sua distorção da palavra de Deus (R. Kent Hughes, Gênesis: Beginning and Blessing, 2004, p. 67).

A serpente não falou de um Deus soberano, mas de alguém a quem Adão e Eva poderiam ser iguais apenas comendo do fruto. Eva gostou da proposta. Mais uma vez a criatura querendo ser igual ao Criador! Será que hoje é diferente? Muitos buscam ignorar Deus e até ridicularizar a crença Nele, só para ser o seu próprio “deus”. No grande conflito, os seres humanos têm duas opções: reconhecer como seu Criador o verdadeiro e único Deus ou ignorá-Lo. Quando o “eu” e as paixões dominam a vida não há espaço para Deus.

3. Guerra no Céu e na Terra

Após a entrada do pecado na Terra, em vez de punir Adão e Eva com a morte, Deus prometeu que a semente da mulher alcançaria a vitória sobre a serpente. Adão e Eva creram na promessa. No momento do cumprimento da promessa, Satanás perseguiu a mulher e seu Filho (Ap 12:3, 4). Embora Apocalipse 12:7-12 seja apresentado na lição como tendo acontecido antes de Apocalipse 12:1-6, há uma interpretação interessante, de Ángel Manuel Rodríguez, que coloca Apocalipse 12:7-12 logo em seguida à ascensão de Cristo ao Céu (Ap 12:5). Segundo Steffanovic, a expressão “lançar fora” denota exclusão (Jo 9:34, 35) ou castigo judicial (Mt 3:10; 13:41, 42; Jo 15:6; Ap 2:10). O ato de lançar Satanás para fora do Céu sugere sua exclusão do concílio celestial ao qual ele tinha acesso até a cruz (Jó 1:6-12) (Ranko Stefanovic, La Revelación de Jesucristo: Comentário del libro del Apocalipsis, p. 394). João utiliza a linguagem e as imagens da primeira guerra no Céu entre Cristo e Lúcifer para descrever a batalha entre ambos na cruz. Ao descrever esse conflito nos termos da primeira batalha no Céu, João nos dá uma informação significativa a respeito da origem do grande conflito (Ángel Manuel Rodríguez, Apocalipsis 12:7-12; http://adventistbiblicalresearch.org/es/materials/bible-nt-texts/apocalipsis-127-12.). Outro detalhe interessante é que, dos versos 13 a 16, a guerra é contra a mulher, e no 17 é contra os descendentes, não mais contra a mulher.

4. Ele está conosco todos os dias

A imagem da mulher fugindo para o deserto, assim como as asas de águia relembram o Êxodo, quando após a perseguição de Faraó ao povo de Israel, o Senhor o protegeu no deserto (Êx 19:4). Assim como Deus esteve no deserto com o povo de Israel, estaria também com a igreja. Por mais que o deserto seja um lugar inóspito, na Bíblia ele é um lugar de proteção divina. Precisamos ter a certeza de que, quando passarmos pelo deserto, Deus estará conosco. Talvez você esteja passando agora pelo deserto e pareça impossível encontrar uma saída ou mesmo um oásis. Tenha a certeza de que a Água da vida está com você e com asas de águia vai ampará-lo.

5. A lei e o evangelho

Muitos creem que há uma antítese entre a lei e o evangelho, como se o evangelho aparecesse no Novo Testamento e a lei se restringisse ao Antigo Testamento. Em primeiro lugar, é importante notar que o evangelho não surge no Novo Testamento, mas aparece pela primeira vez em Gênesis 3:15. Segundo F. F. Bruce (Romanos: Introdução e comentário; Série Cultura Bíblica, 1ª ed. São Paulo, SP: Vida Nova, 1974, p. 38), a palavra evangelho tem origem no Antigo Testamento, no livro de Isaías (na tradução grega, a Septuaginta), principalmente em textos como Isaías 40:9, 52:7, 60:6 e 61:1, onde é empregado o substantivo ou o verbo para indicar a libertação do cativeiro e o retorno do exílio. E, claro, a lei é exaltada em várias passagens do Novo Testamento, como Romanos 7:12, onde Paulo diz que a lei é santa, e o mandamento, santo, e justo, e bom.

A lei revela o pecado e o nosso estado diante de um Deus santo (Rm 3:20-26; 7:7). O evangelho apresenta a solução para esse problema. A morte de Cristo na cruz pagou o preço pela nossa transgressão (Rm 5:6-9, 17-21) e nos deu o poder para obedecer a lei (Rm 8). Portanto, essa obediência não é produzida pelo próprio crente, mas por Deus, pois Ele santifica aqueles a quem justifica.

Podemos concluir que o “grande conflito” é real, a condenação apontada pela lei é real, mas o melhor de tudo é que o plano da redenção também é real. Mais que isso, o plano está à sua disposição. Você quer aceitá-lo?