Lição 10
02 a 08 de março
O evangelho eterno de Deus
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Dt 18–20
Verso para memorizar: “Aqui está a paciência dos santos; aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12, ARC).
Leituras da semana: Ap 14:6-12; Mt 24:14; Ec 12:13, 14; Êx 20:2-11; Is 21:9; 34:8-10

O Apocalipse mostra que o engano de Satanás no tempo do fim será tão bem-sucedido que o mundo escolherá adorar a besta e receber sua marca. Contudo, Apocalipse 14:1-5 revela que Deus terá Seu remanescente, os que se posicionarão ao lado do Senhor quando a maioria do mundo fizer o contrário.

No fim, as pessoas terão uma escolha a fazer. Essa escolha não será entre adorar ou não, mas a quem adorar. Os adoradores da besta receberão a marca na mão direita ou na testa, simbolizando sua decisão de servir a esse sistema apóstata com seus atos e/ou sua mente.

Ao mesmo tempo, o mundo testemunhará uma grande proclamação do evangelho, como não foi testemunhada desde o dia do Pentecostes. Antes que os juízos de Deus sejam derramados sobre a humanidade rebelde, Ele enviará Suas mensagens de advertência “a cada nação, e tribo, e língua, e povo” (Ap 14:6). O Senhor não deseja que ninguém pereça, mas que todos sejam salvos. Por essa razão, Cristo morreu por toda a humanidade. A questão é quem aceitará ou não essa provisão. 



Domingo, 03 de março
Ano Bíblico: Dt 21–23
As três mensagens angélicas

Pouco antes do fim, Deus enviará Suas mensagens de advertência, representadas simbolicamente pela voz de três anjos que voam pelo céu. A palavra grega para anjo (angelos) significa “mensageiro”. As evidências de Apocalipse sugerem que os três anjos representam o povo de Deus, a quem é confiada a mensagem do tempo do fim para que ela seja compartilhada com o mundo.

1. Leia Apocalipse 14:6 e Mateus 24:14. A mensagem do primeiro anjo é referida como “evangelho eterno” (Ap 14:6). O que isso revela sobre o conteúdo e o propósito dessa mensagem? Por que ela é central para nossa fé?_______________________________________________________________________________________________

A primeira mensagem do tempo do fim é a proclamação do evangelho no contexto do juízo de Deus que virá sobre o mundo. O evangelho são as boas-novas sobre Deus, que salva a humanidade com base na fé em Jesus Cristo e em Sua obra por ela. O evangelho é “eterno” porque Deus nunca muda. Seu plano foi instituído antes mesmo que existíssemos (2Tm 1:9; Tt 1:2). A primeira mensagem angélica inclui tanto a salvação quanto o juízo. Ela é uma boa notícia aos que dão glória a Deus e O adoram como seu Criador, mas também é uma advertência de juízo aos que rejeitam o Criador e o sinal da verdadeira adoração que Ele concedeu: o sétimo dia, o sábado.

Os três anjos são descritos proclamando as mensagens com “grande voz” (Ap 14:7, 9). Essas mensagens são urgentes e importantes; elas devem ser ouvidas por todos, pois dizem respeito ao destino eterno das pessoas. Portanto, elas devem ser proclamadas a cada nação, tribo, língua e povo. Essa proclamação é especialmente significativa, pois, no tempo do fim, a besta exercerá autoridade sobre “cada tribo, povo, língua e nação”
(Ap 13:7). As ações enganosas de Satanás, de âmbito mundial, serão confrontadas pela proclamação mundial do evangelho no tempo do fim.

As três mensagens angélicas são proclamadas pelo povo de Deus a fim de combater Satanás e seus aliados no tempo do fim: o dragão, símbolo do paganismo/espiritismo; a besta do mar, um poder que simboliza o catolicismo romano; e a besta semelhante ao cordeiro, ou o falso profeta, representando o protestantismo apóstata (Ap 13). Satanás utilizará esses poderes do tempo do fim até o momento da sexta praga
(Ap 16:13, 14). Portanto, o mundo receberá duas mensagens antagônicas, cada uma com o objetivo de ganhar a lealdade das pessoas na Terra.

Somos chamados a levar ao mundo as verdades do tempo do fim contidas nas três mensagens angélicas. O que você está fazendo para alcançar esse objetivo? O que mais poderia fazer?


Segunda-feira, 04 de março
Ano Bíblico: Dt 24, 25
A primeira mensagem angélica: parte 1

2. Leia Apocalipse 14:7 e Eclesiastes 12:13, 14. O que significa “temer a Deus”? Como o conceito de temer a Deus está relacionado ao evangelho? O que o evangelho tem a ver com a guarda dos mandamentos de Deus? (Veja também Rm 7:7-13.) Qual é a conexão entre temer a Deus e glorificá-Lo?_______________________________________________________________________________________________

O chamado para temer a Deus e dar-Lhe glória (Ap 14:7) é proclamado no contexto do “evangelho eterno”. A compreensão do que Cristo fez pela nossa salvação resulta em uma resposta positiva para com Ele.

Na Bíblia, temer a Deus e dar-Lhe glória estão intimamente associados (Sl 22:23; Ap 15:4). Juntas, essas duas ações designam um relacionamento justo com Deus (Jó 1:8) e a obediência a Ele.

Temer a Deus não significa ter medo Dele, mas levá-Lo a sério e permitir Sua presença em nossa vida. O povo de Deus no fim dos tempos é formado por aqueles que temem ao Senhor (veja Ap 11:18; 19:5). Deus deseja que Seu povo O ame (Dt 11:13; Mt 22:37), obedeça-Lhe (Dt 5:29; Ec 12:13) e reflita Seu caráter (Gn 22:12).

É importante para o povo de Deus dar-Lhe glória, pois “chegou a hora do Seu juízo” (Ap 14:7, NVI). O juízo em vista aqui é o juízo investigativo ou pré-advento, que ocorre antes da segunda vinda de Cristo. O propósito desse juízo é revelar se estamos ou não de fato servindo a Deus, uma escolha manifestada por nossas obras (veja 2Co 5:10). Na conclusão desse juízo, o destino de cada pessoa estará decidido (Ap 22:11), e Jesus virá para trazer Sua recompensa a cada um segundo as suas obras (Ap 22:12).

O juízo em Apocalipse 14 faz parte do evangelho. Para os que estão em um relacionamento justo com Deus, o juízo é uma boa notícia; ele significa vindicação, salvação, liberdade e vida eterna. No entanto, o juízo é uma má notícia para os desobedientes, a menos que eles se arrependam e se voltem para Deus, aceitando essa mensagem sobre a hora do juízo no tempo do fim. O Senhor não deseja que ninguém pereça, mas que todos venham a se arrepender (2Pe 3:9).

Você poderia subsistir, sozinho, ao juízo? Qual veredito sua vida revelaria? O que sua resposta revela sobre a sua necessidade de salvação? Por que o evangelho está tão intimamente ligado ao juízo na primeira mensagem angélica?

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Terça-feira, 05 de março
Ano Bíblico: Dt 26–28
A primeira mensagem angélica: parte 2

O Apocalipse revela que as questões centrais na crise final da história da Terra serão a adoração e a obediência a Deus, revelada na guarda de Seus mandamentos (Ap 14:12). As pessoas acabarão pertencendo a um desses dois grupos: os que temem e adoram a Deus, e os que temem e adoram a besta.

3. Recapitule os quatro primeiros mandamentos do Decálogo (Êx 20:2-11). Em seguida, examine Apocalipse 13. De que maneira a exigência de adoração (Ap 13:7, 8, 15); a formação de uma imagem à besta para ser adorada (Ap 13:14, 15); a blasfêmia contra Deus e Seu nome (Ap 13:5, 6), e o recebimento da marca da besta (Ap 13:16, 17) apontam para os ataques de Satanás aos quatro primeiros mandamentos do Decálogo na crise final?_______________________________________________________________________________________________

O conceito central dos quatro primeiros mandamentos do Decálogo é adoração. O Apocalipse indica que esses mandamentos se tornarão o padrão de lealdade a Deus na crise final. O conflito final entre Cristo e Satanás claramente girará em torno da adoração e dos quatro primeiros mandamentos.

A questão principal na crise final é enfatizada na segunda exortação da primeira mensagem angélica. O chamado para adorar “Aquele que fez o Céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas” (Ap 14:7) é quase uma citação exata do quarto mandamento do Decálogo (Êx 20:11). Esse fato mostra que o chamado para adorar a Deus, o Criador, é um chamado à observância do sábado.

O descanso e a adoração no sétimo dia, o sábado, é um sinal especial do nosso relacionamento com Deus (Êx 31:13; Ez 20:12). A primeira mensagem angélica é um chamado a adorar o Criador.

“Ao passo que a observância do falso sábado de acordo com a lei do Estado, contrária ao quarto mandamento, será uma declaração de fidelidade ao poder que se opõe a Deus, a guarda do verdadeiro sábado, em obediência à lei divina, é uma prova de lealdade para com o Criador. Ao passo que uma classe, aceitando o sinal de submissão aos poderes terrestres, recebe o sinal da besta, a outra, preferindo o sinal da obediência à autoridade divina, recebe o selo de Deus” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 605).

Como sua visão da criação e da salvação estão relacionadas? Por que descansar no sábado, como Deus fez, é tão importante?


Quarta-feira, 06 de março
Ano Bíblico: Dt 29–31
A segunda mensagem angélica

Babilônia é a ‘mãe das prostitutas’”. Suas filhas são as igrejas “que se apegam às suas doutrinas e tradições, seguindo-lhe o exemplo em sacrificar a verdade” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 382, 383).

4. Leia Apocalipse 14:8, 18:2 e Isaías 21:9. A repetição da palavra “caiu” indica a progressiva apostasia de Babilônia e a certeza de seu colapso moral. Por que Babilônia foi descrita como se já tivesse caído, embora sua queda também seja apresentada como um evento futuro?_______________________________________________________________________________________________

A Babilônia do tempo do fim é uma união de falsos sistemas religiosos que incluem o catolicismo romano e o protestantismo apóstata. Estes se colocarão a serviço de Satanás contra o povo de Deus (veja Ap 13:11-18; 16:13; 17:5). Essa união manifestará a arrogância da Babilônia antiga ao se exaltar acima de Deus e buscar tomar Seu lugar no mundo. A segunda mensagem angélica adverte o povo de Deus de que esse sistema perverso se afastará cada vez mais da verdade em consequência de sua rejeição da luz da mensagem do evangelho para o tempo do fim. Somente quando a “união da igreja com o mundo se tiver consumado em toda a cristandade”, “a queda de Babilônia se completará” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 390).

5. Leia Apocalipse 14:8, 17:2 e 18:3. Como Babilônia faz o mundo beber do vinho da sua prostituição? O que esse vinho simboliza?_______________________________________________________________________________________________

A Babilônia do tempo do fim é uma prostituta que faz com que as pessoas na Terra se embriaguem com o vinho da sua imoralidade (veja Ap 17:2).

O vinho de Babilônia se refere aos falsos ensinos e ao falso evangelho. Hoje, à medida que muitas igrejas protestantes, em cumprimento da profecia bíblica, rapidamente apagam as diferenças que no passado as separavam da Igreja Católica Romana e abandonam a verdade bíblica, testemunhamos a influência corruptora do vinho de Babilônia em meio ao professo corpo de Cristo: a evolução teísta, que é implicitamente contrastada com a referência à Criação na primeira mensagem angélica; tradições teológicas substituindo o sola Scriptura; uma ética revisada que abandona as definições bíblicas de sexo, casamento e assim por diante.

Pessoas embriagadas não pensam com clareza. À medida que elas se tornam espiritualmente embriagadas com o vinho de Babilônia, são seduzidas a adorar a besta do mar e a receber sua marca, o sinal da autoridade da besta do mar imposto pela besta semelhante ao cordeiro.



Quinta-feira, 07 de março
Ano Bíblico: Dt 32–34
A terceira mensagem angélica

6. Como Apocalipse 14:12 representa o povo fiel de Deus? Complete as
lacunas:

“Aqui está a _____________________ dos santos, os que guardam os ___________________ de Deus e a _______________ em Jesus” (Ap 14:12).

Em contraste com o fiel povo de Deus, Apocalipse 14:9, 10 apresenta o destino dos que enfrentarão a ira divina. No Antigo Testamento, o derramamento dessa ira é descrito simbolicamente como um cálice de vinho dado para alguém beber (Jr 25:15, 16). A severidade do juízo sobre os adoradores da besta é expressa pelo ato de tomar do vinho da ira de Deus, “preparado, sem mistura” (Ap 14:10). Os povos antigos muitas vezes diluíam o vinho em água para reduzir seu poder inebriante. O vinho sem mistura (akratou, em grego), não diluído, representa o derramamento da ira divina em seu pleno poder, sem misericórdia (veja Sl 75:8).

7. Leia Apocalipse 14:10, 11; 20:10-15. Como Isaías 34:8-10 e Judas 7 esclarecem a afirmação: “A fumaça do seu tormento sobe pelos séculos dos séculos”? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Os ímpios queimarão pela eternidade.

B. (  ) Não haverá um fogo eterno literal, mas consequências eternas.

A declaração sobre o tormento com fogo e enxofre se refere à completa destruição. O fogo e o enxofre são um meio de fazer juízo (Gn 19:24; Is 34:8-10). A fumaça que sobe em decorrência da destruição é uma imagem bem conhecida na Bíblia. Isaías profetizou a futura destruição de Edom por fogo e enxofre: a cidade se tornaria piche ardente; “nem de noite nem de dia se” apagaria; subiria “para sempre a sua fumaça” (Is 34:10). Judas descreveu o destino de Sodoma e Gomorra como cidades que sofreram o castigo do “fogo eterno” (Jd 7). Esses textos não falam sobre um incêndio eterno, pois nenhuma dessas cidades está queimando hoje. As consequências são eternas, não a queima em si. No Apocalipse, o “fogo eterno” se refere à aniquilação; o fogo durará o tempo suficiente para consumir completamente até que não haja mais nada para queimar.

Embora sejamos gratos pela grande verdade de que o fogo do inferno não torturará os perdidos pela eternidade, o castigo ainda assim é terrível. O que isso revela sobre a tarefa sagrada que nos foi dada de alertar os outros sobre o que virá?


Sexta-feira, 08 de março
Ano Bíblico: Js 1–4
Estudo adicional

Leia o capítulo “O Último Convite Divino”, do livro O Grande Conflito, de Ellen G. White, p. 603-612.

O Apocalipse revela que, no tempo do fim, o povo de Deus será incumbido de proclamar ao mundo o evangelho. A obra diante de nós parece assustadora, quase impossível. No entanto, temos a promessa de que teremos o Seu poder.

“A grande obra do evangelho não deverá se encerrar com menor manifestação do poder de Deus do que a que assinalou seu início […]

“A mensagem há de ser levada não tanto por argumentos como pela convicção profunda do Espírito de Deus. Os argumentos foram apresentados. A semente foi semeada e agora brotará e frutificará” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 611, 612).

A conclusão da proclamação da mensagem de Deus resultará em uma grande separação que dividirá as pessoas em dois grupos: os que amam e obedecem a Deus e os que seguem e obedecem à besta. Essa separação foi retratada em termos de duas colheitas: o ajuntamento do trigo nos armazéns (Ap 14:14-16) e as uvas a serem pisadas no lagar (Ap 14:17-20). Essa separação final é o assunto de Apocalipse 17 e 18.

Perguntas para discussão

1. Outros têm pregado as três mensagens angélicas além dos adventistas do sétimo dia? O que esse fato revela sobre a importância da nossa obra? Estamos levando a sério essa obra?

2. Por que o juízo é um conceito impopular entre os cristãos? Qual é a relevância do conceito do juízo investigativo? Como você pode ajudar outros cristãos a entender melhor o verdadeiro significado do juízo investigativo?

3. Pense na questão do sábado no contexto dos eventos finais: A quem iremos adorar, o Criador do céus e da Terra (Ap 14:7), ou o poder da besta? A Bíblia ensina que o sábado é o mais antigo (Gn 2: 2, 3), o mais fundamental sinal da criação divina dos céus e da Terra. Por que o sábado, um dos mandamentos de Deus (Ap 14:12), desempenha um papel tão importante na crise final?

Respostas e atividades da semana:

1. A primeira mensagem angélica apresenta ao mundo o evangelho eterno. Seu propósito é fazer com que todas as pessoas conheçam o evangelho de Jesus Cristo e o aceitem. Toda a fé cristã tem por base o evangelho. Incentive os alunos a considerar qual é o nosso diferencial na apresentação do evangelho eterno ao mundo. Outras denominações proclamam essa primeira mensagem angélica?

2. Temer a Deus não significa ter medo Dele, mas honrá-Lo e respeitá-Lo. Quando somos alcançados com a boa notícia de que Deus nos resgatou, passamos a honrá-Lo. Apenas mediante os mandamentos reconhecemos o que é pecado e valorizamos a salvação.

3. Essas características da besta e suas ações em Apocalipse 13 estão relacionadas, direta e respectivamente, aos quatro primeiros mandamentos do Decálogo: 1. Não terás outros deuses diante de Mim (Ap 13:15); 2. Não farás para ti imagem de escultura (Ap 13:14, 15); Não tomarás o nome do Senhor, teu Deus, em vão (Ap 13:5, 6); Lembra-te do dia de sábado para o santificar (Ap 13:16, 17).

4. Porque assim como o primeiro Império Babilônico caiu, também cairá a Babilônia do fim dos tempos.

5. Comente com a classe.

6. Perseverança – mandamentos – fé.

7. B.



Resumo da Lição 10
O evangelho eterno de Deus

RESUMO DA LIÇÃO 10 – O evangelho eterno de Deus

PARTE I: ESBOÇO

FOCO DA LIÇÃO: Apocalipse 14:7

FOCO DO ESTUDO: Apocalipse 14 detalha a guerra com o dragão sob a perspectiva do remanescente, anunciado em Apocalipse 12:17.

INTRODUÇÃO: Em Apocalipse 14, o remanescente reaparece como os 144 mil, que seguem o Cordeiro aonde quer que Ele vá (Ap 14:1-5). Essa aparição é seguida pela passagem bíblica mais famosa para os adventistas do sétimo dia, as três mensagens angélicas (Ap 14:6-13). O capítulo conclui com uma representação simbólica da segunda vinda de Jesus e as respectivas ceifas dos santos e dos iníquos que a acompanham (Ap 14:14-20). A lição desta semana se concentra principalmente nas três mensagens angélicas.

TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:

I. O remanescente e os 144.000

Verifica-se que essas são duas expressões diferentes para identificar o mesmo grupo no tempo do fim.

II. O "temor" a Deus

Longe de significar o que parece, o temor a Deus é um chamado à verdadeira adoração, reverência e respeito ao Criador.

III. A questão central de Apocalipse 13 e 14: adoração.

Palavras relacionadas ao termo “adoração” aparecem oito vezes em pontos cruciais na narrativa.

IV. Como o juízo está relacionado ao evangelho (Ap 14:6, 7)?

A linguagem do juízo é usada de três maneiras diferentes no Novo Testamento.

V. Apocalipse 13 e 14 e a primeira tábua dos Dez Mandamentos

Existem várias referências aos quatro primeiros dos Dez Mandamentos em Apocalipse 13 e 14.

VI. O primeiro anjo e o quarto mandamento

APLICAÇÃO PARA VIDA: Essa seção aborda (1) a relevância do juízo e (2) a relevância do sábado no mundo presente.

PARTE II: COMENTÁRIO

Apocalipse 14 revela a atuação do lado remanescente na batalha final apresentada em Apocalipse 12:17. O remanescente é descrito (Ap 14:1-5), sua mensagem é apresentada (Ap 14:6-13), e o resultado da batalha é delineado em linguagem simbólica (Ap 14:14-20).

EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO:

I. O remanescente e os 144.000

Os fiéis de Deus são chamados de “restantes” [ou remanescente] em Apocalipse 12:17 e “144.000” em Apocalipse 14:1. Esses são dois grupos diferentes ou duas formas diferentes de descrever o mesmo grupo? Apocalipse 14:1 contém uma alusão a Joel 2:32, indicando um cumprimento no tempo do fim, além de sua aplicação à “chuva temporã” (veja At 2:21). Em Joel, os fiéis de Deus são aqueles que invocam o nome do Senhor, residem no Monte Sião e são chamados de “remanescente” [sobreviventes]. Apocalipse 14:1 menciona o nome do Cordeiro, o Monte Sião, e chama esses fiéis de 144.000. A alusão a Joel indica que João está descrevendo o lado remanescente do conflito final com o dragão no capítulo 14.

II. O “temor” a Deus

Em geral, usamos a palavra “medo” quando estamos aterrorizados. Como resultado, muitos leitores da Bíblia acham que é apropriado servir a Deus porque temos medo Dele, mas quando a palavra “medo” é associada a Deus na Bíblia, ela tem um significado muito mais suave. No Antigo Testamento, por exemplo, o temor a Deus significa ter reverência ou respeito por Ele: inclui coisas como conhecer a Deus pessoalmente (Pv 9:10), obedecer a Seus mandamentos (Sl 111:10; Ec 12:13), e evitar o mal (Pv 3:7; 16:6). No Novo Testamento, isso pode significar admiração e entusiasmo respeitoso (Lc 7:16; At 2:43). O temor motiva o bom comportamento (2Co 7:1); corresponde à honra que se daria a um rei (1Pe 2:17) e ao respeito que se demonstraria a um superior (1Pe 2:18).

Em termos modernos, o temor a Deus significa levar Deus a sério o suficiente para ter um relacionamento com Ele, acatar Seus avisos para evitar o mal e obedecer aos Seus mandamentos, mesmo aqueles que podem ser inconvenientes, ou algo pior em nossa percepção. É um chamado para viver e agir com a consciência de que um dia prestaremos contas a Deus quanto às nossas escolhas. De acordo com o texto bíblico, um chamado muito sério fará parte da experiência do povo de Deus no tempo do fim.

III. A questão central de Apocalipse 13 e 14 é adoração

A questão que surge repetidas vezes em Apocalipse 13 e 14 é a adoração. Nesses dois capítulos há sete referências à adoração ao dragão, à besta ou à imagem da besta (Ap 13:4, 8, 12, 15; 14:9, 11). O relato fala de uma trindade falsificada, que convida o mundo inteiro a adorá-la no lugar de Deus. O foco está em uma contestação universal em relação ao caráter de Deus e se Ele é realmente digno de adoração. Esse é o tema central dessa parte do livro.

Ironicamente, ao passo que existem sete referências à adoração ao dragão e a seus aliados em Apocalipse 13 e 14, apenas uma vez na mesma narrativa se faz referência à adoração a Deus: o chamado para adorar o Criador em Apocalipse 14: 7, o que faz desse verso o foco central da seção. E pelo fato de Apocalipse 13 e 14 estarem no centro do livro, o chamado para adorar o Criador constitui o ponto central de todo o Apocalipse. Dado que esse chamado para adoração está no contexto do mandamento do sábado do Decálogo (Ap 14:7; compare com Êx 20:11), o sábado é uma questão crucial na crise final da história da Terra.

IV. Como o juízo está relacionado ao evangelho (Ap 14:6, 7)?

No Novo Testamento, o juízo está intimamente relacionado ao evangelho. Primeiro, o juízo ocorreu na cruz quando Satanás foi derrotado (Jo 12:31; Ap 5:5-10). Segundo, a linguagem do juízo está estreitamente associada à pregação do evangelho em João 3:18-21 e 5:22-25. Sempre que o evangelho é pregado, as pessoas são levadas a juízo, com base em sua resposta ao que Cristo fez na cruz. Esse chamado ao julgamento é o pano de fundo para os quatro cavaleiros (Ap 6:1-8), como vimos na Lição 5. Terceiro, o juízo no fim dos tempos examina nossa resposta ao que ouvimos do evangelho (Jo 12:48). O livro do Apocalipse reserva a linguagem do juízo para a fase do fim dos tempos (Ap 11:18; 14:7; 17:1; 20:4).

V. Apocalipse 13 e 14 e a primeira tábua dos Dez Mandamentos

Referências à adoração à besta (Ap 13:4, 8, 12, 15) acontecem no contexto de uma contrafação da primeira tábua da Lei. O primeiro mandamento proíbe a adoração de qualquer outro Deus. O segundo mandamento proíbe a idolatria; a besta da terra ordena que os habitantes da Terra estabeleçam uma imagem para ser adorada (Ap 13:15). O terceiro mandamento proíbe tomar o nome do Senhor em vão; a besta sobressai em blasfêmias (Ap 13: 6). O quarto mandamento é o selo da aliança, contendo o nome, o território e a base do governo de Deus (Êx 20:8-11). Em contraste, ao mundo é oferecida a marca da besta (Ap 13:16, 17).

Essa seção do Apocalipse está centrada nos mandamentos de Deus (Ap 12:17; 14:12). O capítulo 13 focaliza de forma especial a primeira tábua com os quatro mandamentos que tratam especificamente do nosso relacionamento com Deus. A besta e seus aliados falsificam cada um dos quatro primeiros mandamentos, e isso prepara o terreno para a alusão decisiva ao quarto mandamento na mensagem do primeiro anjo (Ap 14:7; compare com Êx 20:11).

VI. O primeiro anjo e o quarto mandamento

A mensagem do primeiro anjo contém uma alusão direta ao quarto mandamento do Decálogo. Isso é evidente por três razões principais: (1) Existe um forte paralelo verbal entre Apocalipse 14:7 e Êxodo 20:11. Ambas as passagens contêm as palavras “fez”, “céu”, “terra” e “mar”, além de uma referência Àquele que os criou. (2) Apocalipse 14:6, 7 contém referências à salvação (Ap 14:6), ao juízo e à criação (Ap 14:7), três temas que ecoam a primeira tábua dos Dez Mandamentos (Êx 20:2, 5, 6, 11). (3) Há múltiplas referências aos Dez Mandamentos ao longo dessa seção do livro (como em Ap 12:17, 14:12, na falsificação dos primeiros quatro mandamentos em Ap 13, e nos paralelos verbais em Ap 14:7). Essas referências formam um forte paralelo estrutural. O apelo divino final ao mundo está no contexto do quarto mandamento.

PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Por que o juízo é um conceito impopular entre muitos cristãos? O juízo tem sido muitas vezes visto como frio e duramente legal. Tribunais são lugares que todos querem evitar, se possível, mas no sentido bíblico, o julgamento é algo que o povo de Deus aguarda ansiosamente. É um tempo em que todos os erros da Terra serão corrigidos. Se não houver juízo no final, nunca haverá justiça neste mundo.

A justiça bíblica é tão positiva quanto negativa. É a base da recompensa, bem como das consequências negativas. Jesus disse que até algo tão pequeno quanto dar um copo de água fria a um dos Seus pequeninos irmãos será lembrado no juízo (Mt 10:42). Saber que toda boa ação, toda bondade demonstrada será importante no final dá sentido à vida.

2. Por que o sábado desempenha um papel tão central nos eventos finais da história da Terra? Que diferença um dia da semana poderia fazer no esquema final das coisas? Deus colocou o sábado no centro de todos os Seus atos poderosos como uma lembrança Dele. Quando guardamos o sábado, recordamos a criação (Êx 20:8-11). Deus nos criou livres a um grande custo para Si mesmo (éramos livres para nos rebelarmos), para que pudéssemos realmente amá-Lo em retorno e também uns aos outros. Não somente o sábado, mas todo o Decálogo foi projetado para promover a liberdade (Tg 1:25; 2:12). Assim, a criação do sábado nos lembra do caráter amoroso e libertador de Deus.

O sábado também nos lembra do Êxodo (Dt 5:15), o grande ato de salvação de Deus pelo Seu povo. Ele é um Deus de graça que age poderosamente em favor dos Seus. O sábado também nos lembra da cruz. Jesus descansou no sepulcro no sábado entre Sua morte e Sua ressurreição. A cruz é a maior revelação do caráter de Deus, e o sábado é um lembrete disso.

O sábado também antecipa a futura salvação no fim dos tempos (Hb 4:9-11). Aqueles que verdadeiramente confiam em Deus encontram no sábado um pagamento adiantado pelo descanso do pecado que todo o Universo experimentará na eternidade.


Desafios de uma conversão

Gilson conheceu a igreja adventista por meio de um vizinho, quando tinha 17 anos. Ele não ficou muito interessado porque gostava de carne de porco. Então, alguém o convidou para uma série evangelística em outra região de São Tomé, capital de São Tomé e Príncipe. Ele foi todos os dias e deu seu nome para receber mais informações.

Antes que percebesse, o vizinho disse que sua igreja recebera o seu nome e o convidou para ir com ele, no sábado seguinte, para obter mais informações. Gilson perguntou: “Como o meu nome chegou à sua igreja, se eu preenchi este papel em outra região da cidade?” Ele não queria ir à igreja, porque precisava trabalhar no sábado. Ele era pedreiro. Quando o vizinho percebeu que Gilson não estava indo à igreja, sugeriu que estudassem a Bíblia nas tardes de sábado. Após algumas semanas, Gilson decidiu faltar ao trabalho para ir à igreja. Lá, encontrou muitos vizinhos e eles ficaram felizes ao vê-lo. Mas, isso criou um problema. Ele não conseguiu outra folga no sábado, e todos os vizinhos que o viram na igreja passaram a procurá-lo, para saber o motivo da ausência.

Ausência da igreja

Em um sábado, ele decidiu tomar um caminho mais longo para o trabalho para que ninguém o visse. Mesmo assim, encontrou um membro da igreja que perguntou aonde ia. “Cortar meu cabelo”, respondeu. A consciência o acusou durante todo o dia. Após o trabalho, Gilson fez o trajeto mais longo para casa e encontrou vários irmãos que voltavam para casa.

“Por que não foi à igreja hoje?”, perguntavam. Gilson admitiu que estava trabalhando. A partir daquele dia, ele decidiu deixar de trabalhar no sábado. Em pouco tempo perdeu o emprego. Ninguém da sua família era adventista e os pais ficaram muito zangados com a demissão. A mãe preparava alimentos que ele não podia comer; ela colocava porco em tudo: no arroz, na sopa e nos acompanhamentos. Muitas vezes, Gilson ia dormir com fome.

“Por que você vai a essa igreja que não pode comer carne de porco?”, a mãe questionava. “Por que não trabalha no sábado?”, o pai perguntava. Os sete irmãos observavam sua pregação silenciosa. Após nove meses, Gilson foi batizado. O pastor fez um sermão de recepção aos novos membros da igreja e uma mulher mencionou os desafios espirituais que começariam imediatamente. Ele pensou: “Isso não pode ser. Já tenho muitos desafios.” Mas ela falou a verdade.

A volta vitoriosa

Quando Gilson falou aos pais que havia sido batizado, eles o expulsaram de casa. Ele chorou porque não sabia aonde ir. Durante dois meses ele saía de casa antes de os pais acordarem e voltava quando eles já estavam dormindo. Uma senhora que havia sido batizada no mesmo dia o alimentava. Ele caminhava durante todo o dia. Não havia o que fazer, porque não tinha emprego. Gilson chorava e orava: “Deus, fortaleça minha fé e me abençoe com um emprego!”

Após um tempo, uma empresa agrícola taiwanesa o contratou para participar de um projeto e ele pôde colaborar com os pais financeiramente. Isso ajudou a renovar o relacionamento familiar. Então, Deus realizou um grande milagre. Cinco dos sete irmãos decidiram se tornar adventistas e dois primos foram batizados. Ao todo, dez familiares são adventistas. O pai dele frequentou várias vezes a igreja, antes de ficar paralisado em consequência de um acidente vascular cerebral.

Hoje, Gilson trabalha não somente na escola adventista em São Tomé. Ele ensina as crianças a trabalhar no jardim e a cultivar verduras. Gilson também é casado. A mulher que lhe dava alimento tinha uma irmã mais nova que a acompanhava todos os sábados. Quando ela se mudou, pediu que ele cuidasse dessa irmã. A garota agora é batizada, tornou-se sua esposa, e o casal tem uma filha de um ano. Gilson se inspira na promessa bíblica do Salmo 125:1: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se abala, mas porrmanece para sempre.”

Parte da oferta do trimestre ajudará a única escola adventista em São Tomé e Príncipe a construir um auditório. Muito obrigado pela sua oferta.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2019

Tema Geral: O livro do Apocalipse

Lição 10: 2 a 9 de março

“O evangelho eterno de Deus”

Autor: Érico Tadeu Xavier

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Os anjos de Apocalipse 14:6-12 são simbólicos, pois os cristãos – não os anjos – foram incumbidos de pregar o evangelho eterno. (Ver Apocalipse 14:6; Mateus 28:16-20.) Eles simbolizam o testemunho e a pregação cristã. O verbo grego traduzido por "seguiu-se” nos versos 8 e 9 encerra a ideia de "acompanhar" e “seguir em companhia de”. Assim, depois de transmitida a primeira mensagem, e acrescentada a segunda e, finalmente a terceira – é formado desse modo, com o tempo, por assim dizer, um acorde musical de três notas, e continuam a ser uma mensagem unida e harmoniosa até o fim do tempo.

1. A “mensagem do primeiro anjo” – “A profecia da primeira mensagem angélica, apresentada em Apocalipse 14, teve seu cumprimento no movimento do advento, de 1840 a 1844. Tanto na Europa como na América do Norte, homens de fé e oração ficaram profundamente comovidos ao ter sua atenção atraída para as profecias, e, examinando o Registro Inspirado, encontraram convincentes evidências de que o fim de todas as coisas estava às portas'' (História da Redenção, p. 356). O anjo representa o povo de Deus proclamando ao mundo, nos últimos dias, as verdades de Apocalipse 14:6 e 7. Depois que o tempo do fim começou em 1798, Guilherme Miller e seus colegas proclamaram essa mensagem entre 1840 e 1844. Deus confiou a proclamação dessas mesmas verdades aos adventistas do sétimo dia, como derradeira advertência antes da segunda vinda de Cristo a este mundo que perece.

“Temer” a Deus – “Do grego phobeõ, “temer”, “reverenciar”. Phobeõ não é usado aqui no sentido de ter medo de Deus, mas de se achegar a Ele com reverência e respeito” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 827).

“É chegada a hora do Seu juízo” – O tempo do verbo grego nessa passagem indica que já começou o juízo. Esse juízo ocorre antes da segunda vinda de Jesus, pois o evangelho será pregado por todo o mundo antes que Ele venha. (Ver Mateus 24:14.) Há duas outras mensagens para o mundo que vêm depois do anúncio do juízo. Por isso, o juízo de Apocalipse 14:7 precede o segundo advento de Cristo. É o juízo investigativo, que começou em 1844 e vai até o fechamento da porta da graça.

Três ordens da mensagem do primeiro anjo1) Temer a Deus; 2) Dar-Lhe glória; e 3) adorá-Lo porque Ele é o Criador. Essa última ordem recomenda que a família humana reconheça seu Criador e faz alusão à fraseologia do quarto mandamento: "Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas" (Ap 14:7; comparar com Êx 20:11).

2. A “mensagem do segundo anjo” – A maioria dos cristãos professos rejeitou a advertência do primeiro anjo da maneira pela qual foi transmitida por Miller. Vendo a queda moral deles, Guilherme Miller voltou-se para a segunda mensagem angélica em 1844. Ele reconhecia que, rejeitando a mensagem do primeiro anjo, as igrejas estavam rejeitando a luz do Céu. Crendo estar próximo o fim de todas as coisas, combinou a parábola das dez virgens (Mt 25:1-13) com o apelo para sair de Babilônia. Assim, o tempo de tardança e o clamor da meia-noite passaram a fazer parte de sua mensagem. As igrejas zombaram; muitos que atenderam à mensagem experimentaram, porém, profunda espiritualidade. Os que atenderam de coração às advertências das mensagens do primeiro e do segundo anjo prepararam-se para o encontro com seu Senhor.

Babilônia – “Babilônia, tanto literal quanto mística, é reconhecida há muito tempo como uma inimiga tradicional da verdade e do povo de Deus. O uso desse nome no Apocalipse indica todas as organizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a Antiguidade até o fim dos tempos” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 830).

Prostituição – Esse vocábulo pode abranger qualquer relação ilícita que Babilônia tenha com o mundo, com falsas doutrinas, com a idolatria e com o poder civil. Parece ser evidente que ela finalmente se envolverá em tudo isso. Jeremias 51:7 declara: “Do seu vinho beberam as nações, por isso enlouqueceram.” Dois erros: a imortalidade da alma e santidade do domingo, contribuirão para unir a confederação total da apostasia que comporá a grande cidade da Babilônia mística no conflito final com o erro. (Ver O Grande Conflito, p. 588.)

A queda – “Contudo, não se pode ainda dizer que ‘caiu Babilônia, [...] que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição. ‘Ainda não deu de beber a todas as nações. [...] A queda de Babilônia se completará quando esta condição for atingida, e a união da igreja com o mundo se tenha consumado em toda a cristandade. A mudança é gradual, e o cumprimento perfeito de Apocalipse 14:8 está ainda no futuro” (O Grande Conflito, p. 389).

3. A mensagem do terceiro anjo – O começo e o término da mensagem do terceiro anjo estão dentro do período de tempo abrangido por Apocalipse 11:15-19. A cena se desenvolve depois do desapontamento de 22 de outubro de 1844, e culmina no fim do tempo da graça, quando os ímpios e os justos são separados para sempre (Ap 22:11).

Ellen White escreveu: “Várias pessoas me escreveram perguntando se a mensagem de justificação pela fé é a mensagem do terceiro anjo, e respondi-lhes: ‘É verdadeiramente a mensagem do terceiro anjo’” (Evangelismo, p. 190). Essa declaração não se aplica somente à mensagem de Apocalipse 14:9-11 mas se aplica às três mensagens angélicas. Provém de um artigo publicado na revista Review and Herald de 1º de abril de 1890, intitulado: “Arrependimento, o Dom de Deus.”

A expressão “pelos séculos dos séculos” – A palavra aion, usada em Apocalipse 14:11, muitas vezes designa períodos de duração limitada. Por exemplo, Mateus 13:39 fala da “consumação do século [aion]”. (Comparar com 2 Timóteo 4:10; 1 Coríntios 2:7.) Visto que os ímpios são mortais, eles serão inteiramente consumidos no fogo do último grande dia. O aion será diferente em relação aos justos e ímpios porque a natureza deles é diferente. Como seres mortais e perdidos, os ímpios serão completamente destruídos pelo fogo e reduzidos a cinzas (Ml 4:1-3; comparar com Salmo 37:10 e 20; 68:1 e 2).

Conclusão – “No desfecho dessa controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes: os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem seu sinal” (O Grande Conflito, p. 450).

Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier é graduado em Teologia Pastoral (1991) e tem mestrado (2000) pelo Seminario Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011). Pós-doutorado (2014) na área de teologia sistemática pela FAJE – Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta, de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, na FADBA. Atualmente é professor de teologia sistemática no SALT – IAP. Autor de 11 livros, é casado com a psicopedagoga e mestre em educação Noemi, com que tem dois filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.