Lição 2
01 a 07 de julho
O grandioso plano divino centrado em Cristo
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 56
Verso para memorizar: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1:3).
Leituras da semana: Ef 1:3-14; 2:6; 3:10; Cl 1:13, 14; Dt 9:29

Vinte e cinco anos depois de se tornar a primeira pessoa a caminhar sobre a lua, Neil Armstrong escreveu uma nota de agradecimento à equipe criativa que projetou o traje espacial, chamado Unidade de Mobilidade Extraveicular (UME), no qual ele deu os passos históricos. Chamando a UME de “nave espacial mais fotografada da história” e brincando com o fato de que ela fora bem-sucedida em esconder da vista “seu ocupante feio”, Armstrong agradeceu à “turma da UME”, no Centro Espacial Johnson, pelo traje “resistente, confiável e quase fofo” que havia preservado sua vida. Ele enviou-lhes “agradecimentos e congratulações que valiam por um quarto de século”.

Paulo iniciou a Carta aos Efésios com uma majestosa nota de agradecimento, louvando a Deus pelas bênçãos por Ele derramadas, tão essenciais para a vida dos crentes quanto um traje espacial é para alguém que caminha na lua. Paulo argumentou que Deus tem atuado nessas bênçãos essenciais desde “antes da fundação do mundo” (Ef 1:4) e O louva por trabalhar ao longo dos tempos em favor dos crentes.

A introdução de Paulo torna a Carta aos Efésios especialmente valiosa ao exemplificar como adorar e louvar a Deus pelas muitas bênçãos que Ele oferece.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Domingo, 02 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 57
Escolhidos e aceitos em Cristo

Uma nota de agradecimento geralmente inclui uma descrição do presente ou dos presentes recebidos. Paulo incluiu uma longa lista de dádivas em Efésios 1:3-14 quando agradeceu a Deus as bênçãos do evangelho.

O apóstolo louvou a Deus pelo fato de que o Senhor “nos abençoou com todas as bênçãos espirituais” (Ef 1:3). O fato de as bênçãos serem “espirituais” (do grego, pneumatikos) sugere que vieram por meio do Espírito (pneuma), apontando para a conclusão das ações de graça de Paulo, as quais celebram a obra do Espírito Santo na vida dos crentes (Ef 1:13, 14).

Efésios 1:3-6 contém linguagem inspiradora sobre como Deus nos vê em Cristo. Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu em Cristo e determinou que devíamos ser “santos e irrepreensíveis” em Sua presença (Ef 1:4; comparar com Ef 5:27), como filhos e filhas estimados em virtude da criação e redenção em Cristo (Ef 1:5). Desde o princípio, Sua estratégia foi nos conceder a graça “gratuitamente no Amado” (Ef 1:6). Em suma, é propósito de Deus que sejamos salvos. Perdemos a salvação apenas por nossas próprias escolhas pecaminosas.

1. O que significa a expressão “nas regiões celestiais” em Efésios (único lugar em que é usada no NT)? (Ver Ef 1:3, 20; 2:6; 3:10; 6:12; comparar com o uso de “nos Céus” em Ef 3:15; 4:10; 6:9.)

As expressões “nas regiões celestiais”, “nos Céus” e “no Céu” apontam para o Céu como o lugar habitado por Deus (Ef 1:3; 6:9), local dos poderes espirituais (Ef 1:10, 20, 21; 3:10, 15; 6:12), onde Cristo é exaltado à direita do Pai (Ef 1:20). Os crentes têm acesso às “regiões celestiais” como a esfera em que bênçãos espirituais são oferecidas por meio de Cristo (Ef 1:3; 2:6). Embora as “regiões celestiais” tenham se tornado lugar de bênção para os crentes, ainda são o local do conflito de poderes malignos que contestam a soberania de Cristo (Ef 3:10; 6:12).

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Efésios 1:4 diz que fomos escolhidos em Cristo “antes da fundação do mundo”. O que isso significa? O texto revela o amor de Deus por nós e Seu desejo de nos salvar?


Segunda-feira, 03 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 58
Redenção cara, perdão abundante

O pecado tinha dominado os efésios. Paulo declarou que eles tinham sido “mortos-vivos” antes de encontrar Cristo: “mortos em suas transgressões e pecados”, vivendo conforme Satanás ordenava (Ef 2:1-3). Escravizados pelo pecado, não podiam se libertar. Precisavam ser resgatados. Deus fez isso mediante a graça em Cristo. Paulo celebra duas bênçãos da graça aos crentes: redenção e perdão.

2. Leia Efésios 1:7, 8. “Redenção” é uma ideia frequente no NT. Compare o uso desse conceito em Colossenses 1:13, 14, Tito 2:13, 14 e Hebreus 9:15. Que temas essas passagens têm em comum com Efésios 1:7, 8?

A palavra grega para “redenção” (Ef 1:7) é apolutr?sis, que se referia à compra da liberdade de um escravo ou ao pagamento para libertar um cativo. A palavra ecoa a voz do traficante de escravos leiloando sua mercadoria e o ruído frio das algemas. Quando o NT fala sobre redenção, destaca o custo elevado para conseguir libertar os escravos.

A liberdade tem um custo extremo: “Nele temos a redenção, pelo Seu sangue” (Ef 1:7). A noção de redenção celebra a generosidade de Deus em pagar o alto preço da liberdade. Deus nos dá liberdade e dignidade. Não somos mais escravizados!

“Ser redimido é ser tratado como pessoa, não como objeto. É tornar-se um cidadão do Céu, em vez de um escravo da Terra” (Alister E. McGrath, What Was God Doing on the Cross? [Grand Rapids, MI: Zondervan, 1992], p. 78).

Observe com atenção que a ideia de que Deus paga o preço da redenção a Satanás é medieval, não bíblica. Deus não deve nem paga nada a Satanás.

Os benefícios do Calvário incluem “a remissão dos pecados” (Ef 1:7). Na cruz, Cristo pagou o preço do nosso pecado passado e futuro, “cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças” (Cl 2:14). Ao realizar essa obra de redenção e perdão por meio de Cristo, Deus age como nosso generoso Pai, com a “riqueza da Sua graça”, que derrama “abundantemente sobre nós” (Ef 1:7, 8).

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

O que significa termos sido perdoados e redimidos pelo sacrifício de Cristo? E se nos sentirmos indignos disso? (Dica: somos indignos; por isso, Ele morreu na cruz.)


Terça-feira, 04 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 59
O grandioso plano divino centrado em Cristo

3. Qual é o plano de Deus para a “plenitude dos tempos” e qual é o seu alcance? Ef 1:9, 10

Paulo usou três rótulos para o plano de Deus: (1) “o mistério da Sua vontade”, (2) “o Seu propósito” e (3) um plano para a “plenitude dos tempos”. Qual é o plano supremo, final, de Deus? Unir em Jesus tudo, em todos os lugares.

O termo grego que Paulo usou para descrever o plano divino é inusitado (anakephalai?sasthai) e significa “conduzir”, “somar” ou “fazer convergir” todas as coisas em Cristo. Na prática contábil antiga, “somava-se” uma coluna de algarismos e colocava-se o total no topo. Jesus está no topo do plano divino final e escatológico. Esse plano centrado em Cristo foi elaborado “antes da fundação do mundo” (Ef 1:4) e é tão amplo que abrange todo o tempo (“a plenitude dos tempos”) e espaço (“todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra”). Paulo anunciou a unidade em Cristo como o grandioso e divino objetivo para o Universo.

Ao discutir o plano divino para a “plenitude dos tempos” (Ef 1:10), Paulo compartilhou o tema sobre o qual discorreu na carta. Deus iniciou Seu plano de unificar todas as coisas, fundamentado na morte, ressurreição, ascensão e exaltação de Jesus (Ef 1:15–2:10), fundando a igreja e unificando nela elementos diferentes da humanidade, judeus e gentios (Ef 2:11–3:13).

Assim, a igreja sinaliza aos poderes malignos que o plano divino está em andamento e que o governo de discórdia findará (Ef 3:10). A Bíblia diz: “O diabo desceu até vocês, cheio de fúria, sabendo que pouco tempo lhe resta” (Ap 12:12).

A última metade de Efésios começa com um chamado veemente à unidade (Ef 4:1-16) e continua com uma longa exortação para se evitar comportamentos que prejudiquem a unidade. O livro enfatiza então a solidariedade entre os irmãos na fé (Ef 4:17–6:9). Paulo concluiu sua argumentação com a imagem animadora da igreja como um exército unificado, que promove com vigor a paz em nome de Cristo (Ef 6:10-20).

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Você reconhece que a redenção em Cristo faz parte do vasto e grandioso plano divino supremo, arquitetado para unir todas as coisas em Jesus? Deseja celebrar essa bênção?


Quarta-feira, 05 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 60
Vivendo para louvor da Sua glória

“Em Cristo fomos também feitos herança, predestinados segundo o propósito Daquele que faz todas as coisas conforme o conselho da Sua vontade, a fim de sermos para louvor da Sua glória, nós, os que de antemão esperamos em Cristo” (Ef 1:11, 12).

Parece que os crentes em Éfeso tinham desanimado porque perderam a clara noção de quem eram como cristãos (Ef 3:13). Em harmonia com o que havia afirmado antes (Ef 1:3-5), Paulo desejou reforçar a identidade deles como cristãos. Os crentes não são vítimas de decisões arbitrárias e aleatórias de diferentes deidades ou poderes astrais. Eles são filhos de Deus e têm acesso a muitas bênçãos por meio de Cristo, com base nos profundos conselhos e eternas decisões divinas. É o propósito, o conselho e a vontade de Deus que atuam na vida deles, em consonância com o plano divino ainda mais amplo de unir todas as coisas em Cristo (Ef 1:5, 10, 11). Podem ter confiança inabalável em sua posição diante de Deus e na eficácia das bênçãos que Ele oferece. A vida deles deve ecoar a essência da mensagem de Efésios 1:3-14: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo [...]”!

4. Compare os usos do conceito de “herança” em Efésios 1:11, 14, 18. Por que esse conceito é importante para Paulo?

Você já recebeu uma herança como resultado da morte de alguém? Talvez um parente tenha lhe deixado um tesouro valioso ou uma quantia considerável de dinheiro. Na opinião de Paulo, em virtude da morte de Jesus, os cristãos receberam uma herança de Deus e se tornaram uma “herança” para Ele (Ef 1:14, 18).

No AT, o povo de Deus é considerado Sua “herança” ou legado (Dt 9:29; 32:9; Zc 2:12). Esse sentimento de ser ou se tornar herança de Deus está em Efésios 1:18 e é o significado provável do termo em Efésios 1:11 (que, então, seria traduzido assim: “Nele nos tornamos uma herança”). Como elemento central em sua identidade cristã, Paulo desejava que os crentes soubessem seu valor para Deus. Eles não só possuem uma herança de Deus (Ef 1:14; 3:6; 5:5), mas também são herança Dele.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!

Qual é a diferença entre conquistar e herdar? Isso mostra o que obtemos em Jesus?


Quinta-feira, 06 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 61
O Espírito Santo: selo e garantia

5. Em Efésios 1:13, 14, Paulo contou brevemente a história de conversão de seus leitores. Quais foram os passos dessa história?

Ao discorrer sobre a importância do Espírito Santo na vida dos crentes, Paulo usou duas imagens, ou metáforas, para o Espírito. Primeiramente descreveu o Espírito Santo como um “selo”, identificando uma presença seladora do Espírito que ocorre desde o momento da conversão. Nos tempos antigos, usavam-se selos para variadas funções: autenticar cópias de leis e acordos, validar a excelência ou a quantidade do conteúdo de um recipiente (Ez 28:12) ou testemunhar transações (Jr 32:10-14, 44), contratos, cartas (1Rs 21:8), testamentos e adoções. Impresso em um objeto, um selo indicava tanto propriedade quanto proteção. A presença do Espírito Santo na vida marca o crente como propriedade de Deus e expressa a promessa divina de proteção (compare com Ef 4:30). Eles “receberam o selo do Espírito Santo da promessa” (Ef 1:13).

“Paulo afirma claramente que no momento que alguém entrega a vida a Jesus e crê Nele, o Espírito Santo sela (do verbo grego: sphragiz?) aquele crente em Cristo para o dia da redenção. Verdade maravilhosa, libertadora e reconfortante! O Espírito de Deus marca os seguidores de Cristo com o selo da salvação assim que eles creem” (Ji?í Moskala, “Misinterpreted End-Time Issues: Five Myths in Adventism”, Journal of the Adventist Theological Society 28, n. 1 [2017], p. 95).

A segunda imagem que Paulo utilizou para o Espírito Santo foi a de “garantia”. O Espírito Santo é a garantia da nossa herança, o que nos dirige para o momento em que a herança será dada na íntegra (compare com 2Co 1:22; 5:5).

A palavra traduzida como “garantia” (arrab?n) foi um empréstimo do hebraico e era usada no grego comum ou koiné do NT para indicar uma “primeira parcela”, “depósito” ou “pagamento adiantado” que exige do comprador pagamentos adicionais.

Os crentes não pagam essa garantia, mas a recebem de Deus. A presença preciosa do Espírito Santo na vida dos crentes, segundo Paulo, é a primeira parcela da herança completa da salvação e da redenção que virá com o retorno de Cristo. Nossa parte é receber com o coração grato e submisso o que nos foi oferecido em Jesus.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Sexta-feira, 07 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 62
Estudo adicional

Efésios 1:3-14 ensina que Deus predetermina o futuro dos seres humanos, predestinando alguns à vida eterna e outros à morte eterna? Infelizmente, muitos acreditam nisso. No entanto, considere estas ideias:

  1. Na passagem, o papel de Cristo é determinante, uma vez que a escolha divina de nos adotar ocorre “por meio de Jesus Cristo” (Ef 1:5) ou “Nele” (Ef 1:4, 11). Deus exerce a eleição e a predeterminação em relação aos que escolhem a fé em Cristo, em vez de selecionar salvos ou perdidos antes do nascimento das pessoas. A decisão divina é a resposta estudada, predeterminada aos que exercem a fé em Cristo.
  2. Efésios 1:3-14 também contém linguagem relacional vívida sobre a obra de salvação. Deus é “Pai”, e nós somos Seus filhos “adotivos” (Ef 1:3-5), que recebem Suas bênçãos abundantemente (Ef 1:8). Devemos entender a linguagem sobre escolha e predeterminação à luz dessa rica linguagem relacional. Deus não é um juiz distante e insensível que faz decretos, mas um Pai carinhoso para com Seus filhos (Ef 3:15).
  3. O fato de que Deus honra a escolha humana se reflete em Efésios 1:3-14 (especialmente em Ef 1:13, em que “ouvir” e “crer” são considerados importantes), em outros lugares da carta (Ef 2:8; 3:17; 4:1–6:20, os quais enfatizam ou presumem a escolha e a resposta da fé) e em outras passagens no NT (1Tm 2:4; At 17:22-31). Ou, ainda como Ellen G. White expressou: “No incomparável dom do Seu Filho, Deus envolveu o mundo inteiro com uma atmosfera de graça tão real como o ar que circunda o globo. Todos os que escolherem respirar essa atmosfera vivificadora viverão e crescerão, alcançando a estatura de homens e mulheres em Cristo Jesus” (Caminho a Cristo, p. 68).

Perguntas para consideração

  1. Que argumentos você adicionaria para apoiar a ideia de que Deus não escolhe antes do nascimento quem será salvo e quem estará perdido?
  2. De quem é a escolha que no fim decide se a pessoa terá ou não salvação em Jesus?
  3. Leia Efésios 1:7. Como esse verso revela a salvação mediante a fé e não pelas obras?

Respostas e atividades da semana: 1. O Céu como o lugar habitado por Deus; o local dos poderes espirituais; o local em que Cristo é exaltado à direita do Pai. 2. Morte para remissão das transgressões. Pelo sangue de Cristo, houve a remissão dos pecados, segundo a riqueza da Sua graça, que Deus derramou abundantemente sobre nós. 3. Unir todas as coisas em Cristo. Abrange todo o tempo e todo o espaço. 4. Paulo deseja que os crentes saibam seu valor para Deus. Eles não só possuem uma herança de Deus, mas também são herança Dele. 5. Ouviram o evangelho, creram em Jesus e foram selados com o Espírito Santo da promessa, a garantia da herança de salvação.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!



Resumo da Lição 2
O grandioso plano divino centrado em Cristo

TEXTO-CHAVE: Efésios 1:3

FOCO DO ESTUDO: Ef 1:3-14; Ef 2:6; Ef 3:10; Cl 1:13, 14; 1Pe 1:18, 19; Dt 9:29

VISÃO GERAL

Introdução: A lição desta semana se concentra em como Paulo ensina os efésios e a nós a contarmos nossas bênçãos. Não as bênçãos que achamos importantes, mas as bênçãos reais de que a humanidade precisa tão desesperadamente. Paulo enfatiza que Deus nos dá essas bênçãos em Cristo. Nele, fomos escolhidos e aceitos por Deus. Nós somos Dele, e Ele é nosso. Deus nos valoriza e nos considera Sua herança, e nós O valorizamos e O consideramos nossa herança. Em Cristo, fomos perdoados, redimidos e recebemos o supremo plano divino da salvação. Em Jesus, a humanidade tem sua única chance de unidade e harmonia. Nele, vivemos cheios de alegria e louvor. Por causa de Cristo, recebemos o selo de Deus e uma antecipação da salvação eterna. Por causa Dele, podemos receber a presença e os dons do Espírito Santo. Os dons de Deus são espirituais principalmente no sentido de que o Espírito Santo é quem os concede a nós. Ele nos traz esses dons direto do reino dos Céus. Todas essas riquezas são dádivas de Deus para nós porque não trabalhamos nem podemos trabalhar para merecê-las. É Deus quem nos dá essas dádivas gratuitamente . Ele predestina todos os que aceitam essas dádivas para serem selados e provarem de antemão as bênçãos eternas de Seu reino.

Temas da lição: A lição desta semana destaca três temas principais:

  1. Em Cristo, Deus nos concedeu dons: eleição, adoção, redenção, perdão, alegria da salvação, unidade e harmonia da humanidade, e a presença do Espírito como sinal de Deus, ou seja, um pagamento adiantado do que ainda está por vir quando Cristo voltar;
  2. Nossa resposta às dádivas de Deus é o louvor e adoração em Cristo e para Cristo;
  3. No Espírito Santo, experimentamos uma antecipação da nossa futura vida eterna.

COMENTÁRIO

Cristo Jesus , nosso Senhor

É importante notar a maneira como Paulo escreve sobre o nosso Salvador. Raramente Paulo se refere a Ele simplesmente como Jesus (Ef 4:21). Em vez disso, para o apóstolo, o nosso Salvador é o “Senhor Jesus” (Ef 1:15), “o Senhor Jesus Cristo” (Ef 1:2, 3, 17; Ef 5:20; Ef 6:23, 24), “Cristo Jesus, nosso Senhor” (Ef 3:11), “Jesus Cristo” (Ef 1:5), “Cristo Jesus” (Ef 1:1; Ef 2:6, 7, 10, 13, 20; Ef 3:1, 6, 21), apenas “Cristo” (Ef 1: 9, 12; Ef 2:5, 12, 13; Ef 3:4, 8, 17, 19; Ef 4:7, 13, 15, 20, 32; Ef 5: 2, 5, 21, 23, 24, 25, 29, 32; Ef 6:5, 6), ou simplesmente “ Senhor” (Ef 2:21; Ef 4:1, 5; Ef 5:8, 10, 17, 19, 22; Ef 6:7, 8, 10, 21)!

Obviamente, um motivo para essas referências ao nosso Salvador é a reverência, a qual deve ser parte da linguagem e atitude do cristão e, de fato, do teólogo cristão. Contudo, há mais nessas referências do que simples respeito pelo Mestre. Ao se referir a Jesus como “Senhor”, Paulo O exalta como o Senhor Jesus Cristo ressuscitado, o Salvador, em quem temos a ressurreição dos nossos pecados e por meio de quem teremos nossa ressurreição definitiva da sepultura. A ressurreição de Jesus Cristo e nossa ressurreição são cruciais para a teologia e a vida de Paulo porque estão no centro do plano redentivo de Deus (por exemplo, Ef 2:1-6). O tema da ressurreição transforma toda a perspectiva de Paulo sobre vida e salvação. Esse tema deve ser essencial para nossa vida também.

Teologia doxológica

Paulo escreveu Efésios 1:3-14 em um estilo que poderíamos chamar de teologia doxológica. Teólogos observam que a teologia cristã deve começar com doxologia (louvor) e terminar em doxologia: a teologia cristã deve ser doxologia. Estando entre as primeiras teologias doxológicas, a teologia de Paulo não é um desenvolvimento frio, puramente racional, esquemático e neutro de um conceito. Tampouco Paulo escreve dessa maneira doxológica simplesmente por causa do estilo costumeiro na época da escrita das epístolas. Pelo contrário, ao imortalizar por meio da escrita a bela teologia cristã sobre quem é Deus; o que Ele fez por nós; o amor de Deus por nós; a encarnação de Cristo Jesus, Sua morte e Sua ressurreição; e a alegria, paz, esperança e profunda transformação da humanidade em Cristo, Paulo contemplou e descreveu as maravilhas mais magníficas e fundamentais desta vida e da vida futura. Ao escrever essas coisas para seus irmãos em Éfeso, Paulo não pôde se abster de irromper em louvor ao Deus que ele descreve.

Para Paulo, Deus não é um mero conceito, mas nosso Pai, Criador e Salvador. Esse mesmo Deus é cheio de amor, poder, justiça e graça. Ele sempre está pronto a nos proteger e nos salvar. Deus sempre está pronto para nos conceder dádivas e bênçãos para que possamos desfrutar a vida ao máximo em Seu reino, agora e no futuro. Como Paulo poderia escrever sobre esse Deus e sobre Sua grande salvação sem irromper em alegres louvores?

Bênçãos das regiões celestiais

Paulo insiste em dizer que o nosso Deus é essencialmente um Deus de bênçãos. Contudo, as bênçãos que Ele nos dá não são simplesmente bênçãos materiais ou terrenas, sem relação com realidades espirituais ou eternas. Em vez disso, as bênçãos de Deus são bênçãos das regiões celestiais, do Seu reino. Ao salientar essa ideia, Paulo expande o drama da salvação. A salvação não é uma solução minúscula para um pequeno problema humano passageiro, embora inclua também esse aspecto. A salvação não acontece simplesmente em um local do mundo (embora, em certo sentido, aconteça, porque Jesus morreu em um local do Universo e em um local do Império Romano). Para Paulo, a salvação é um processo que ocorre em escala universal. Paulo nos leva às alturas vertiginosas dos epouranios, ou reinos celestiais.

A palavra grega epouranios tem vários significados. Por um lado, significa “espiritual” ou “piedoso”, em oposição a “terreno” ou “pecaminoso” (veja Jo 3:12; Hb 3:1). Por outro lado, a palavra epouranios refere-se a “dimensões espaciais” (1Co 15:40, 41). Paulo também combina as dimensões espacial e espiritual da palavra epouranios (1Co 15:48, 49). Por exemplo, a palavra epouranios em Efésios 1:3 parece se referir a uma realidade espiritual, isto é, Deus nos abençoa com as bênçãos que são encontradas em Cristo. No entanto, no mesmo capítulo, Paulo descreve o Céu como um reino espacial, diferente da Terra (Ef 1:10). Em Efésios 1:20, Paulo relaciona epouranios à ascensão de Cristo ao trono de Deus. As regiões celestiais de Paulo, portanto, não são alguns tipos de esferas neoplatônicas etéreas, que descrevem o mundo divino imaterial para o qual nosso espírito incorpóreo e desencarnado supostamente viaja após a morte.

Considerando o contexto bíblico mais amplo, a noção de “regiões celestiais” é um conceito bíblico muito rico. A expressão “os céus” se refere a todo o Universo que Deus criou (Gn 1:1; Sl 8:3; Sl 19:1; 2Cr 6:18), com toda a sua magnífica beleza. Contudo, a Bíblia descreve outro significado de “céus”, mais próximo do significado de Paulo em Efésios, no qual o apóstolo relaciona as regiões celestiais com a criação e a salvação. Quando Deus criou o Universo, Ele não permaneceu fora dele (a Bíblia não defende o deísmo). Em vez disso, Deus escolheu entrar no Universo como seu Criador, Provedor e Rei (Sl 11:4) e estabelecer um relacionamento pessoal e especial com os seres que Ele criou à Sua imagem (Gn 1:26- 28). Essa relação se dá de várias maneiras. Uma delas é que, em Sua onipresença, Deus estava e está presente em todo o Universo (Sl 139:7, 8). Essa ideia significa que podemos orar a Deus em qualquer lugar, em qualquer situação, e Ele nos ouve em tempo real.

A Bíblia também descreve outra maneira pela qual Deus Se relaciona com a população do Universo. Muitos autores bíblicos enfatizam que Deus escolheu um reino ou uma região nos Céus onde estabeleceu Seu trono de amor e justiça (Sl 103:19, 20). Nesse lugar, Deus demonstra Sua presença e governança visível e permanente do Universo. É nessa região celestial que Deus abençoa o Universo por meio de Seus atos de providência amorosa. Foi em Seu trono que Ele Se encontrou com todos os Seus seres inteligentes (Jó 1:6); é lá que todos os seres inteligentes do Universo respondem em adoração e louvor à presença, à providência e ao governo amoroso e justo de Deus.

A Bíblia associa o trono de Deus com o Seu templo celestial (Sl 11:4; Sl 103:19, 20; compare com Êx 25:8, 9), o “Céu” ou a “habitação” de Deus (2Cr 6:21, 23, 25, 30, 33, 35, 39). Em sua oração de dedicação, Salomão associou o templo à morada celestial de Deus (ver também 2Cr 6:2, 18, 40, 41). Foi contra esse trono no santuário celestial que Lúcifer lutou, acusando Deus de não ser amoroso e ter caráter e governo injustos. Foi para esse trono que Jesus ascendeu depois de revelar e provar plenamente o caráter de amor e justiça de Deus.

Em sua Epístola aos Hebreus, Paulo também associa os Céus ao trono de Deus e ao santuário celestial: “Temos tal Sumo Sacerdote, que Se assentou à direita do trono da Majestade nos Céus, como ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem” (Hb 8:1, 2; ver também Hb 1:8; Hb 4:16; Hb 9:23-25; Hb 12:2, 22-24). Assim, como em sua Epístola aos Hebreus, e também como Daniel (Dn 7), Salomão (2Cr 6), e, posteriormente, João (Ap 4; 5), Paulo dirigiu a atenção de seus leitores ao lugar celestial de Deus, para Seu trono e santuário celestial, de onde Deus abençoa Seu povo com todas as bênçãos que Ele pretendia em Seus planos originais de criação e de salvação em Cristo.

Ilustração: O interruptor de circuito por falha de aterramento

No passado, muitas pessoas morreram por eletrocussão doméstica acidental. As casas modernas de vários países estão equipadas com um engenhoso dispositivo de proteção chamado interruptor de circuito por falha de aterramento (GFCI, na sigla em inglês). Os GFCIs detectam qualquer diferença de corrente no sistema e interrompem a corrente elétrica em questão de milissegundos. Dessa forma, se uma criança enfiar um objeto metálico em uma tomada, o interruptor do circuito ativará e interromperá a corrente e salvará a criança da morte. Deus planejou criar nosso mundo e coroá-lo com humanos inteligentes e livres que poderiam escolher rejeitar a Deus e assim pecar. As consequências do pecado (como a consequência de tocar um fio elétrico energizado) resultam na morte do pecador. Deus disse a Adão e Eva que eles morreriam no momento ou dia em que pecassem (Gn 2:17). No entanto, eles não morreram. Pelo contrário, eles perceberam o que havia acontecido e fugiram de Deus (Gn 3:6, 7). Pode-se argumentar que o primeiro casal morreu de maneira espiritual ou que foram condenados à morte em longo prazo.

Embora essas respostas tenham mérito, o evangelho, especialmente conforme explicado por Paulo em Efésios, dá uma resposta mais completa à questão da razão pela qual Adão e Eva não morreram imediatamente por seus pecados. De acordo com o apóstolo, Deus implantou no plano da criação um recurso de segurança, um GFCI espiritual, antes da fundação do mundo (Ef 1:4). Quando Adão e Eva pecaram, eles deveriam morrer porque tocaram o “fio desencapado” do pecado. No entanto, eles não morreram imediatamente porque o plano da salvação, criado por Deus antes da fundação do mundo, foi imediatamente ativado. Esse plano era Cristo, e quem crê em Cristo, quem escolhe ser encontrado “em Cristo”, é salvo do poder e das consequências do pecado, da culpa, da alienação e da morte.

APLICAÇÃO À VIDA

  1. Organizem cultos de gratidão com os seguintes temas: salvação e transformação de vida, o amor de Cristo manifestado na vida das pessoas da comunidade e perdão demonstrado na igreja.
  2. Pergunte aos alunos: Suas conversas são influenciadas pela graça de Deus e refletem a cosmovisão e a teologia do Senhor exaltado? Desafie os alunos a reavaliar a maneira como escrevem e-mails ou mensagens em plataformas de mídia social e sugira que revisem o conteúdo de suas conversas com familiares, amigos e colegas, de modo que reflitam Cristo e se tornem mais centrados Nele.
  3. Em Efésios 1:5, Paulo escreve que Deus “nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (ARA). Muitos cristãos entendem que esse texto significa que o apóstolo ensina o conceito de predestinação no sentido de que Deus nos seleciona para ser salvos e que não podemos fazer nada para resistir à Sua vontade ou mudar Sua decisão nesse assunto. Como os alunos explicariam esse texto para os seguintes grupos de pessoas: (1) seus amigos cristãos que acreditam no conceito de predestinação; e (2) seus amigos ou vizinhos não cristãos?

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Um milagre vivo

Milanka - Montenegro

A mãe fez os exames médicos regularmente nos primeiros seis meses de gravidez em Montenegro. O médico não notou nada fora do normal. Mas o que a mãe e o médico não sabiam era que o pequeno Voya desenvolveu uma má-formação congênita 27 dias após sua concepção. Sua coluna vertebral não estava se desenvolvendo adequadamente na região lombar. Ele tinha um buraco nas costas. Parte de sua medula espinhal se projetava pelo buraco, e aqueles nervos estavam envoltos por um balão. Voya tinha espinha bífida.

A barriga da mãe cresceu muito, e ela procurou uma segunda médica para obter assistência. Aquela médica disse à mãe que o bebê tinha um balão de 15 centímetros de diâmetro nas costas. A mãe foi hospitalizada. A médica disse, sem rodeios, que as perspectivas do bebê não eram boas. Ela disse que o bebê morreria ou ficaria seriamente deficiente, e recomendou um parto induzido para interromper a gravidez rapidamente.

No dia seguinte, numa sexta-feira, a médica fez um ultrassom e descobriu que Voya não podia mexer as pernas. Ela concluiu que as pernas de Voya eram inúteis. No dia seguinte era sábado, um dia de Descanso, mas não para a mãe. Ela chorou o dia todo. Naquela noite, ela estava exausta e dormiu pela primeira vez em três dias.

No domingo, a mãe acordou e se perguntou se aquilo tudo não era um pesadelo. Então, ela se lembrou e começou a chorar novamente. Em meio às lágrimas, ela falou com Deus: “Deus, Tu és o grande e poderoso Deus. Tu podes fazer qualquer coisa. Tu deste vida ao meu Voya. Tu és a Testemunha de tudo o que está acontecendo. Se decidires levá-lo, não será fácil para mim, mas eu aceitarei. Se for da Tua vontade, ficarei em paz com isso. Mas se permitires que ele fique comigo, por favor, deixe-o saudável. O que decidires, eu aceitarei. Apenas fica aqui e não permite que nada aconteça sem Tua permissão. Em nome de Jesus, eu Te imploro. Amém”.

Após a oração, o coração da mãe encheu-se de paz. Ela estava impotente, e sua única esperança era Deus. Ela acreditava que Deus faria o que fosse melhor. Mas esperar foi a parte mais difícil. Deus enviou um raio de esperança já naquele domingo à tarde. A médica notou que a bexiga de Voya estava cheia. Era uma indicação de que algo estava funcionando. Crianças com costas lesionadas geralmente têm a bexiga vazia.

Após 10 dias no hospital, a mãe recebeu alta. Era como se a médica estivesse dizendo: “Deixe-a ir. Que seja feita a vontade de Deus”. Pouco tempo depois, a mãe voltou ao hospital. A médica queria ver se as pernas de Voya estavam se movendo. A mãe e o pai oraram antes de irem e oraram enquanto esperavam pelos resultados.

Enquanto a médica fazia o ultrassom, as pernas de Voya permaneceram paradas. Cinco minutos se passaram. Dez minutos. Quinze minutos. Suas pernas permaneceram imóveis, e a mãe e o pai continuaram orando. “Deus, por favor, mostra-nos Teu poder mais uma vez”, orava a mãe. “Conforta-nos. Permite que o bebê mova as pernas.”

Após 20 minutos, o bebê começou a mover ambas as pernas. A mãe e o pai ficaram muito felizes! Eles voltaram para casa para esperar o dia 20 de março, data prevista para o nascimento do bebê. A médica avisou que o bebê nasceria morto. Mas a mãe sabia em seu coração que Deus havia decidido dar vida a Voya. No mês que antecedeu o dia do parto, ela orou constantemente.

Pouco antes de dar à luz, ela orou novamente. “Querido Deus, em alguns momentos eu descobrirei se Tu decidiste conceder vida ou morte a Voya. Uma vez mais eu peço pela vida dele. Mas que não seja feita a minha vontade, e sim a Tua. Agradeço-Te em nome de Jesus, amém.” O parto aconteceu muito rapidamente. Deus deu força à mãe. Ela sorriu de alegria quando ouviu o choro de Voya.

A vida não foi fácil para o garoto. Ele passou grande parte de sua infância com médicos e em fisioterapias. Mas os médicos dizem que ele é um milagre vivo. O menininho que eles achavam que não tinha chance na vida agora é um adolescente alto e forte que adora correr e pular.

“Deus operou um milagre em nosso Voya”, diz a mãe, cujo nome é Milanka. “Voya anda de bicicleta e joga futebol sem nenhum problema físico. Agradeço a Deus por tudo que Ele tem feito por minha família e por mim.”

Hoje Voya é aluno da Escola Secundária Adventista do Sétimo Dia em Novi Sad, Sérvia, que foi aberta com a ajuda da oferta do décimo terceiro sábado do terceiro trimestre de 1997. Uma oferta do décimo terceiro sábado que as pessoas deram há mais de 25 anos está ajudando Voya a ter uma educação adventista hoje. 

A família de Voya é muito grata pela oferta deste trimestre. Ela ajudará a construir um novo acampamento para os desbravadores em sua terra natal, Montenegro, onde a irmãzinha de Voya e outras crianças poderão aprender sobre o maravilhoso Deus que responde às orações.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • Leia mais sobre Voya na Children's Mission.

  • Baixe fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

  • Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Transeuropeia: bit.ly/TED-2023.

Garanta o conteúdo completo da Lição da Escola Sabatina para o ano inteiro. Faça aqui a sua assinatura!


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023

Tema geral: Efésios

Lição 2 – 1º a 8 de julho

O grandioso plano divino centrado em Cristo

 

Autor: Matheus Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

 

Principais ideias

Efésios 1:3-14 é um dos textos mais importantes e majestosos da Bíblia a respeito do plano da salvação. Ao mesmo tempo, é um convite à adoração cheio de entusiasmo, no qual Paulo adorou a Deus por todas as bênçãos espirituais que Ele, em Sua graça, tem derramado por meio de Jesus Cristo (Ef 1:3).

O texto está dividido em três partes, cada uma destacando o envolvimento de uma das três Pessoas da Trindade no plano da salvação: Deus, o Pai, nos concedeu Sua graça e nos adotou como Seus filhos (v. 3-6); o Filho derramou Seu sangue por nós, tornando possível a redenção e o perdão dos pecados (v. 7-12); e o Espírito Santo nos sela e preserva nossa salvação (v. 13). Toda a Trindade trabalha em harmonia pela salvação da humanidade. Cada seção termina com uma tônica de louvor (v. 6, 12, 14): o propósito supremo do plano da salvação é glorificar a Deus.

O plano da redenção abrange toda a história do Universo: foi estabelecido na eternidade passada, “antes da fundação do mundo” (v. 4), e será concretizado na eternidade futura, na “plenitude dos tempos”, quando Deus reunificar toda a criação sob a autoridade de Cristo (v. 10). O objetivo de Paulo era lembrar seus leitores do lugar que eles ocupam no plano de Deus e os levar a viver à luz dessa gloriosa realidade.

Texto-base da semana: Efésios 1:3-14

Antes do estudo da Lição da Escola Sabatina ou deste comentário, leia Efésios 1:3-14. Para essa primeira leitura, sugerimos uma tradução mais contemporânea da Bíblia, como a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora. Se você não as possui em formato físico, poderá ler no site www.bible.com/pt/bible/. Neste momento, o objetivo é ter apenas uma visão geral da passagem, sem se preocupar em compreender todos os detalhes.

Notas de estudo

Os comentários da Lição da Escola Sabatina deste trimestre seguem o formato de notas (ou pequenas observações) a respeito do texto bíblico, de maneira semelhante ao que é feito em Bíblias de estudo. O objetivo é resumir o conteúdo da lição, bem como de outros livros a respeito de Efésios, facilitando o aprendizado. Você poderá escolher as observações que julgar mais relevantes, criar outras a partir de seu estudo pessoal e registrá-las em sua própria Bíblia ou em um caderno de anotações. Com isso, você poderá conservar para sempre o que aprender ao longo deste trimestre. Se você possui a Bíblia de Estudo Andrews, produzida por autores da Igreja Adventista do Sétimo Dia, poderá usá-la para fazer essas anotações, enriquecendo ainda mais o conteúdo dessa obra.

Para o estudo mais aprofundado do texto bíblico, sugerimos uma tradução mais literal das Escrituras, como a Nova Almeida Atualizada (que usamos abaixo). Uma versão assim, mais ao “pé da letra”, é ideal para se aprofundar na Lição da Escola Sabatina.

No texto abaixo, e ao longo dos comentários deste trimestre, a numeração no início dos parágrafos (por exemplo, 1:3) se refere aos capítulos e versículos de Efésios. As palavras em itálico e negrito (por exemplo, Bendito) indicam os trechos da Bíblia que são comentados.

 

1:3:

Bendito. O louvor de Paulo inicia de maneira semelhante às orações tradicionais judaicas (chamadas de berakah, que significa “bênção” em hebraico), que bendiziam a Deus e enumeravam Suas ações em favor de Seu povo (Gn 24:27; 1Rs 8:15, 56; Lc 1:68-75).

Bênçãos espirituais. Aqui, as bênçãos da salvação são chamadas de “espirituais” por serem transmitidas pelo Espírito Santo. O conteúdo delas é descrito nos versos 4 a 14.

Regiões celestiais ou “domínios celestiais” (NVT). O Céu é o lugar em que Cristo é exaltado à direita do Pai (Ef 1:20) e de onde os cristãos recebem as bênçãos espirituais (1:3; 2:6), mas é também o local do grande conflito com as forças do mal, que contestam a soberania de Cristo (3:10; 6:12).

Em Cristo. Somente os que estão unidos a Cristo podem receber todas essas bênçãos espirituais. Em Efésios, Paulo usou termos como “em Cristo”, “Nele” e expressões semelhantes mais de 30 vezes (incluindo 11 vezes em Ef 1:3-14) para destacar a centralidade de Jesus no plano da salvação.

1:4:

O plano da salvação foi estabelecido antes da fundação do mundo. O pecado não tomou Deus de surpresa.

Deus nos escolheu, Nele. Um dos temas centrais do Antigo Testamento é que Deus escolheu Israel como Seu povo (Dt 7:6-8; 9:4-6; 23:5), e Paulo aplicou essa linguagem aos que creem em Jesus. O conceito bíblico de eleição e predestinação enfatiza a iniciativa e a soberania de Deus em redimir os seres humanos do pecado. Essa ação se baseia unicamente na graça de Deus, e não em qualquer mérito humano (veja Dt 7:6-8). Nem em Efésios, nem em outra parte da Bíblia, existe qualquer indício de que Deus tenha determinado quais pessoas seriam salvas e quais se perderiam. Essa eleição é condicional: somente aqueles que ouvem o evangelho e nele creem serão salvos.

*Nota: Para estudo mais aprofundado do ensino bíblico a respeito da eleição e predestinação, ver Thiago Titillo, Eleição Condicional (São Paulo: Reflexão, 2015); Hans K. LaRondelle e John K. McVay, “Divine Election and Predestination: A Biblical Perspective”, em Salvation: Contours of Adventist Soteriology, ed. Martin F. Hanna, Darius W. Jankiewicz e John W. Reeve (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2018), p. 61-88; Ranko Stefanovic, “Romans”, em Andrews Bible Commentary, v. 2: New Testament, ed. Ángel Manuel Rodríguez et al. (Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2022), p. 1583-1585.

1:5:

Nos predestinou. Muitos dos primeiros leitores de Paulo acreditavam que seus destinos fossem determinados pelos astros e planetas, os quais eram considerados deuses – com frequência instáveis, arbitrários e hostis. Paulo apresentou a boa notícia de que o verdadeiro Deus os havia escolhido para ter um relacionamento com Ele e os havia adotado como Seus filhos. O futuro deles (e nosso) está assegurado, se cremos e permanecemos crendo em Cristo (Ef 2:8).

1:7:

Redenção. Na época do Novo Testamento, redenção se referia à compra da liberdade de um escravo ou ao pagamento para libertar alguém que estava preso em um cativeiro. Antes éramos prisioneiros do pecado, mas agora, por meio da morte de Cristo, estamos livres do domínio do pecado e da condenação decorrente dele (veja Ef 1:14; 4:30; Cl 1:14).

1:9, 10:

Esse é o texto-chave de Efésios, pois resume o tema central da carta: “o plano divino centrado em Cristo para a plenitude dos tempos e o papel da igreja nesse projeto” (Lição da Escola Sabatina, 29 de junho).

Mistério. No Novo Testamento, mistério indica uma verdade divina que antes estava oculta ou era conhecida apenas vagamente, e que o ser humano é incapaz de descobrir por si mesmo, mas que agora Deus revelou completamente (Ef 3:9, 10). “Mistério”, portanto, é o “segredo revelado” de Deus.

1:10:

Fazer convergir Nele. Uma tradução mais clara dessa expressão é que Deus “reunirá sob a autoridade de Cristo” todas as coisas (NVT). Esse é o tema central de Efésios, o “mistério” ou “segredo revelado” do evangelho, o grandioso plano divino centrado em Cristo: Jesus é o verdadeiro Soberano de toda a criação, e Ele está restaurando a harmonia do Universo, que foi desintegrada pelo pecado. Na consumação dos tempos, com o fim do pecado e dos pecadores, Deus reunirá e unificará tudo o que existe sob o senhorio de Cristo (veja Cl 1:20; Fp 2:10, 11).

Na dispensação da plenitude dos tempos. Aqui, “dispensação” indica a administração de um plano. Portanto, “na dispensação da plenitude dos tempos” significa “como um plano para a plenitude dos tempos”. Deus estabeleceu um plano para a redenção do mundo, que será totalmente cumprido no fim dos tempos, com a segunda vinda de Cristo e o fim do pecado.

Com base nas observações anteriores, podemos parafrasear Efésios 1:9 e 10 da seguinte maneira: “Deus nos revelou Sua vontade secreta, que se baseia em Seu bom propósito para conosco e que Ele estabeleceu em Cristo. Quando os tempos atingirem a plenitude, Deus irá concretizar o Seu plano: reunir e unificar sob a autoridade de Cristo tudo o que existe nos céus e na Terra.”

1:11:

Fomos também feitos herança. Os salvos não apenas receberão uma herança (Ef 1:14), mas eles próprios são a herança de Deus.

1:13:

Receberam o selo. Na época do Novo Testamento, um selo indicava propriedade e proteção. Quando cremos, o Espírito Santo nos marca como propriedade de Deus, além de nos proteger e preservar até recebermos a herança futura, na segunda vinda de Cristo (Ef 4:30; 2Co 1:22; 1Pe 1:5).

1:14:

O penhor da nossa herança. O Espírito Santo é o “pagamento de entrada” de Deus, que garante todas as bênçãos futuras (veja 2Co 1:22; 5:5). Além disso, é uma amostra do que receberemos plenamente na volta de Cristo (Rm 8:23).

Até o resgate da Sua propriedade. Por meio da morte de Cristo, já recebemos a redenção: somos libertos da penalidade e do domínio do pecado (Ef 1:7), mas, no retorno de Cristo, alcançaremos a redenção completa: seremos totalmente libertos da própria presença do pecado e teremos nossos corpos transformados (Ef 4:30; Rm 8:23).

Conclusão

            A Carta aos Efésios, em especial Efésios 1:3-14, é um comovente chamado à adoração.

*Nota: Esta seção é adaptada de John K. McVay, Ephesians (Nampa, ID: Pacific Press, 2022), capítulo 2. Essa epístola contém a maior concentração de orações e louvores de todos os escritos de Paulo. Efésios 1:3-14 nos ensina que adoramos a Deus por quem Ele é e pelo que Ele faz.

  1. Quem é Deus

            Nosso Pai é um Deus de amor que nos ama como Seus filhos (Ef 1:5). O Deus triúno – Pai, Filho e Espírito Santo – nos ama porque Ele é amor e “antes da fundação do mundo” (v. 4), muito antes que você e eu sequer existíssemos, Ele já pensava em nós e nos escolheu para nos relacionarmos com Ele.

  1. O que Deus faz

Efésios 1:3-14 nos revela um Deus que está profundamente empenhado em concretizar Seu plano para nós. Esse texto usa oito verbos que resumem as ações poderosas de Deus: Ele nos abençoa (v. 3); nos escolhe (v. 4); nos predestina para a salvação (v. 5); nos concede Sua graça (v. 6); derrama Suas riquezas sobre nós (v. 8); nos revela Seu plano (v. 9); reúne todo o Universo em Cristo (v. 10) e nos sela com o Espírito Santo (v. 13). Celebrando as boas notícias do evangelho, recebendo-as pela fé e vivendo à luz dessa realidade, nos unimos aos seres celestiais e proclamamos: “Digno é o Cordeiro que foi morto”! (Ap 5:12).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.