Lição 6
29 de julho a 04 de agosto
O mistério do evangelho
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 84
Verso para memorizar: “Ora, Àquele que é poderoso para fazer infi nitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, conforme o Seu poder que opera em nós, a Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as gerações, para todo o sempre. Amém!” (Ef 3: 20, 21).
Leituras da semana: Ef 3; Jó 11:5-9; Ez 43:13-16; Am 7:7, 8; Ap 11:1, 2

Paulo iniciou Efésios 3 com um tema que ele já havia mencionado anteriormente: “que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:6). Embora isso possa não ser uma grande surpresa para a igreja no presente, composta em sua maior parte de gentios, era algo que parecia radicalmente novo para muitos de seus leitores naquela época.

Paulo então seguiu com suas palavras inspiradas, à medida que refletia sobre sua paixão em pregar o evangelho de Jesus aos gentios.

Aprendemos, também, sobre suas dificuldades habituais em ampliar esse ministério, dificuldades que incluíram um tempo em uma prisão romana.

Também vemos seu compromisso com o mistério central do evangelho, o mistério de que, na igreja, os gentios estão em pé de igualdade com seus irmãos judeus. Experimentamos seu entusiasmo pela igreja e sua missão cósmica. Ouvimos enquanto ele orava, louvando a Deus por expressar Sua graça por meio da igreja.

Em suma, somos inspirados a nos unir a Paulo em sua paixão pelo evangelho.

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Domingo, 30 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 85
O apóstolo dos gentios aprisionado

1. Leia Efésios 3. Identifique um ou dois temas principais. Que pontos de vista importantes Paulo demonstrou?

Efésios 3 tem uma estrutura interessante. Paulo começou o capítulo com estas palavras: “Por essa razão eu, Paulo, o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor de vocês, os gentios” (Ef 3:1). Em seguida, interrompeu essa ideia e partiu para uma longa divagação focada em seu trabalho como apóstolo dos gentios (Ef 3:2-13). Depois sinalizou um retorno à sua linha de pensamento original ao repetir a expressão: “Por essa razão” (Ef 3:14), apresentando seu relatório de oração interrompido (v. 14-21).

Em Efésios 3:1, Paulo se identificou como “prisioneiro de Cristo”, sua maneira de dizer que, embora residisse em cativeiro e aparentemente estivesse sob a autoridade do Império Romano, havia um propósito mais profundo e divino se desenrolando em sua vida. Ele não era prisioneiro de Roma, mas “prisioneiro de Cristo Jesus”! (Ef 4:1).

A menção de Paulo às suas “tribulações” (Ef 3:13) e a referência posterior a suas cadeias (Ef 6:20) sugerem que ele não estava em prisão domiciliar relativamente confortável (At 28:16), mas na prisão. Estar preso no primeiro século e em um calabouço romano era desafiador. As prisões romanas não tinham instalações sanitárias e refeições regulares. O império tinha pouca necessidade de prisões, já que o encarceramento não era o meio de punição. As pessoas ficavam presas apenas enquanto aguardavam julgamento ou execução. Os prisioneiros deviam se manter ou depender de parentes e amigos para conseguir alimentos e suprir outras necessidades.

As preocupações de Paulo talvez se concentrassem no impacto emocional de sua prisão sobre os crentes, uma vez que ser prisioneiro era uma desgraça social extrema no contexto de uma cultura de honra-vergonha. Ele podia temer que alguns indagassem: “Como Paulo pode ser apóstolo e mensageiro do Cristo exaltado e ser um prisioneiro desprezado?” Por isso, ele reformulou sua condição de preso, ajudando os crentes a ver isso como parte do plano divino. Ele estava sofrendo por eles (“em favor de vocês”), e o que parecia ser fonte de vergonha era para sua “honra” (Ef 3:13).

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Como confiar nos caminhos de Deus em meio a circunstâncias muito difíceis?


Segunda-feira, 31 de julho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 86
O antigo mistério do evangelho

2. Que mistério foi confiado a Paulo? Ef 3:1-6

Ao estudar Efésios 3:1-6, observe o seguinte: primeiro, Paulo escreveu essa parte da carta especificamente aos crentes gentios nas igrejas- lares de Éfeso (Ef 3:1).

Em segundo lugar, Paulo afirmou ser o destinatário de algo que ele chama de “a dispensação da graça de Deus”, dada a ele “em favor” dos gentios (Ef 3:2). Essa dispensação, ou esse ministério da graça, é a maneira como Paulo descreve a comissão dada a ele de pregar o evangelho (“graça de Deus”) aos gentios (Ef 3:7, 8).

Em terceiro lugar, Paulo afirmou que um mistério lhe fora revelado, um tema sobre o qual já havia escrito na carta (Ef 1:9, 10; 2:11-22), o “mistério de Cristo” (Ef 3:3, 4). Paulo não desejava ser considerado como o inventor do evangelho, mas reivindicava o ministério dado por Deus de proclamar o evangelho.

Em quarto lugar, Paulo não era o único a ter recebido revelação avançada sobre esse mistério, visto que o Espírito também havia revelado aos “santos apóstolos e profetas” de Cristo, de uma forma que supera a revelação do plano divino para gerações anteriores (Ef 3:5). É provável que o termo profetas aqui se refira aos que possuíam e exercitavam o dom de profecia nas primeiras igrejas cristãs, em vez dos profetas do AT. O mistério, que antes estava escondido, se tornou, então, o que poderíamos chamar de “segredo conhecido”.

Por fim, ele declarou: “O mistério é que os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho” (Ef 3:6).

Paulo era apaixonado pelo evangelho e especialmente pela forma como é expresso na igreja, a qual é composta de judeus e gentios. Esses dois grupos se tornaram os blocos de construção da nova comunidade de Deus, Seu novo estilo de humanidade, a igreja (Ef 2:14-16). Eles foram transformados de inimigos para “coerdeiros”, “unidos no mesmo corpo” (o corpo de Cristo) e “coparticipantes” da promessa do evangelho (Ef 3:6).

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Que atitudes contradizem a inclusão ensinada pelo evangelho? Como se livrar delas?


Terça-feira, 01 de agosto
Ano Bíblico: RPSP: Sl 87
A igreja: reveladora da sabedoria de Deus

3. O que Paulo disse sobre Deus e Suas ações em Efésios 3:7-13?

Paulo novamente reivindicou ser “ministro” pelo “dom da graça de Deus” (Ef 3:7; compare com Ef 3:1, 2). Esse dom, como o próprio evangelho, não é concedido por causa do valor do destinatário, mas pela graça de Deus. Paulo destacou esse ponto descrevendo-se como “o menor de todos os santos” (Ef 3:8).

Há uma progressão na compreensão que Paulo tem de si mesmo em suas cartas, na ordem em que foram escritas. Desde o início, ele reivindicou seu status como apóstolo divinamente nomeado (Gl 1:1). Depois, porém, se apresenta como “o menor dos apóstolos” e diz: “nem mesmo sou digno de ser chamado apóstolo” (1Co 15:9). Ele se vê como “o menor de todos os santos” (Ef 3:8). E, finalmente, se descreve como o “pior” (NVI) ou “o principal” dos pecadores (1Tm 1:15).

Talvez sua linha de raciocínio explique esta citação de Ellen G. White: “Quanto mais perto você estiver de Jesus, mais cheio de faltas se sentirá a seus próprios olhos, pois sua visão ficará mais clara, e suas imperfeições serão vistas em amplo e distinto contraste com a natureza perfeita de Cristo” (Caminho a Cristo, p. 64).

Paulo escreveu: “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais” (Ef 3:10). Quem são esses principados e potestades? Como a igreja anuncia a “multiforme” sabedoria de Deus a eles? Embora Efésios 3:10 não descreva a natureza desses poderes, é melhor considerá-los como o mal descrito em mais detalhes em Efésios 6:11, 12. Se assim for, a composição da igreja, unificando judeus e gentios, outrora divididos, torna-se para esses poderes nas regiões celestiais um anúncio ressonante do plano de Deus para o futuro, “de fazer convergir Nele [Cristo], na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do Céu como as da Terra” (Ef 1:10). Esses poderes são advertidos de que o plano de Deus está em andamento e que sua ruína é garantida. A própria natureza de uma igreja unificada sinaliza sua derrota final.

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Se sua congregação leva a sério a missão da igreja descrita por Paulo em Efésios 3:10, isso pode mudar a forma como você e seus irmãos da igreja se relacionam?


Quarta-feira, 02 de agosto
Ano Bíblico: RPSP: Sl 88
Cristo habitando no coração

4. Compare o pedido de oração de Efésios 1:16-19 com o apelo de Paulo em Efésios 3:14-19. Quais são as semelhanças entre os dois pedidos?

Por trás das traduções de Efésios 3:14, 15 há um jogo de palavras. Quando Paulo diz que se põe de joelhos diante do “Pai, de quem toda a família, nos Céus e na Terra, recebe o nome”, ele explora a conexão fonética entre a palavra grega para Pai, pat?r, e o termo grego para família, patria. Em Efésios, o apóstolo celebrou a abrangência do plano da salvação, que envolve todas as coisas (Ef 1:9, 10) em todos os tempos (Ef 1:21). Ele disse que “toda a família nos Céus e na Terra” pertencem ao “Pai”. Toda família (patria) recebe o nome do Pai (pat?r). Isso é uma notícia muito boa!

Avalie o seguinte: sua família, apesar das imperfeições e falhas, pertence a Deus. Sua família não está no domínio cruel do destino, mas nas mãos divinas. Deus ama famílias imperfeitas. Elas carregam o nome divino e a marca de Sua propriedade.

Paulo pediu a Deus que concedesse aos crentes uma experiência abundante – marcada pela força interior mediante a presença do Espírito e a proximidade com Cristo, que também é retratado como habitando neles – e uma identidade espiritual estabelecida e segura, sendo “enraizados e alicerçados em amor” (Ef 3:16-19).

Ao louvar a Deus pelo grande alcance das bênçãos oferecidas aos crentes, Paulo incluiu quatro dimensões: “a largura, o comprimento, a altura e a profundidade” (Ef 3:18). Ele não identificou a que se aplicam essas dimensões, embora esteja claro que elas descrevem a vasta proporção de algo importante. Isso resulta em um quebra-cabeça interessante para os estudantes da Bíblia. Essas dimensões descrevem a sabedoria de Deus (Jó 11:5-9 usa quatro dimensões), o poder de Deus (Ef 3:16, 17) ou, talvez, o templo espiritual de Efésios 2:19-22 (Ez 43:13-16 usa quatro dimensões; ver Am 7:7, 8; Ap 11:1, 2)? Talvez seja melhor considerar que elas sejam a descrição do imenso “amor de Cristo” (Ef 3:19), visto que a expressão “compreender [...] a largura, o comprimento, a altura e a profundidade” (Ef 3:18) é paralela à seguinte expressão: “conhecer o amor de Cristo” (Ef 3:19; compare com Rm 8:35-39). Seja como for que consideremos essas palavras, elas são boas notícias.

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Quinta-feira, 03 de agosto
Ano Bíblico: RPSP: Sl 89
Glória na igreja e em Cristo

5. Paulo concluiu seu relato de oração com uma doxologia, um breve e poético louvor a Deus. Por que ele louvou a Deus? Ef 3:20, 21

Paulo registrou suas orações pelos crentes (Ef 3:14-19). Ele orou de forma direta e poderosa. Sua doxologia levanta duas questões: 1. A passagem exalta a igreja de forma indevida, colocando-a em pé de igualdade com Cristo, na expressão “a Ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus” (Ef 3:21)? Embora Paulo estivesse bastante interessado na igreja em Efésios, está claro que Cristo é o Salvador da igreja, pois é Ele que habita no coração dos crentes (Ef 3:17). Na doxologia, o apóstolo louvou a Deus pela salvação oferecida à igreja por meio de Cristo Jesus.

2. A expressão “por todas as gerações, para todo o sempre” (Ef 3:21) retrata um futuro restrito à Terra e interminável para a igreja, adiando o retorno de Cristo? Efésios exibe uma expectativa sólida para o futuro. Por exemplo, Efésios 4:30 olha para “o dia da redenção”. Além disso, os crentes experimentarão o poder de Cristo “não só no presente século, mas também no vindouro” (Ef 1:21). A doxologia de Paulo deve ser lida como celebração do poder de Cristo exercido em favor dos crentes.

Voltando ao segundo relato de oração de Paulo (Ef 3:14-21; compare com Ef 1:15-23), vemos que ele encontra forças na extensão cósmica do cuidado do Pai (Ef 3:14, 15), na disponibilidade do Espírito Santo (Ef 3:16), na parceria do próprio Cristo (Ef 3:17) e no amor imensurável de Cristo (Ef 3:18, 19). Isso é tão verdadeiro que ele imaginou os crentes sendo preenchidos “de toda a plenitude de Deus” (Ef 3:19) e celebrou essas realidades espirituais em louvor, novamente maravilhando-se com a abundância do poder de Deus ofertado aos santos (Ef 3:20, 21).

Sempre que sentirmos a pressão de problemas, tentações e dúvidas, podemos nos voltar para esse relato animado das orações de Paulo. O apóstolo em prisão eleva nosso olhar ao grande horizonte dos propósitos e da graça de Deus, lembrando-nos de que, sejam quais forem as circunstâncias atuais, somos participantes do plano final de Deus (Ef 1:9, 10) e Seu poder age em nós.

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Que bênçãos divinas são valiosas para você? Ore e louve a Deus por essas bênçãos.


Sexta-feira, 04 de agosto
Ano Bíblico: RPSP: Sl 90
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 388-401 (“Reavivamentos atuais”).

“Como harmonizar nossa condição espiritual raquítica com a apresentação da passagem [Ef 3:14-19] que descreve a plenitude do conhecimento, o qual é nosso privilégio possuir? Como o Céu pode olhar para nós, que dispomos de todas as vantagens espirituais e temporais a fim de que pudéssemos crescer na graça, quando não aproveitamos nossas oportunidades? O apóstolo não escreveu essas palavras para nos atordoar, enganar ou aumentar nossas expectativas apenas para frustrá-las em nossa experiência. Ele escreveu essas palavras para nos mostrar o que podemos e devemos ser como herdeiros do reino de Deus. Como ser cooperadores de Deus, se temos uma experiência raquítica? Estamos cientes do privilégio do cristão e devemos buscar essa compreensão espiritual nas coisas de Deus [...].

“Cremos que podemos alcançar o conhecimento de Deus apresentado a nós nessa passagem? [...] Acreditamos nas palavras ditas pelos profetas e apóstolos e por Jesus Cristo, que é o Autor de toda a luz e bênção e em quem habita toda riqueza e plenitude?” (Ellen G. White, The Advent Review and Sabbath Herald, 1o de outubro de 1889).

Perguntas para consideração

  1. Compare a doxologia de Paulo em Efésios 3:20, 21 com outras doxologias no NT (Rm 11:33-36; 16:25-27; Fp 4:20; 2Pe 3:18b; Jd 24, 25). Que temas ou ideias estão nessas passagens? Como adotar a atitude de louvor e adoração ilustrada nelas?
  2. Compare os quatro empregos que Paulo faz da palavra grega pl?roma (“plenitude”) em Efésios (Ef 1:10, 23; 3:19; 4:13). Por que essa ideia é importante para Paulo?
  3. De todas as ações de Deus que Paulo louva em Efésios 3, qual é a mais inspiradora?
  4. Paulo concluiu a primeira metade de Efésios como iniciou (Ef 1:3-21), com a linguagem da oração e louvor. Ele exultava no poder de Deus, presente nos crentes por meio de Cristo e do Espírito (Ef 3:16-21). Como experimentar esse poder?

Respostas e atividades da semana: 1. Paulo se identificou como “prisioneiro de Cristo”, “reformulando sua condição de preso, ajudando os crentes a ver isso como parte do plano divino”. 2. O evangelho da graça de Deus aos gentios. 3. O plano de Deus para todas as épocas é expressar, por meio da igreja, Sua graça e amor aos crentes. 4. São semelhantes em pedir que Deus os fortalecesse com poder, mediante Seu Espírito, e que compreendessem a grandeza do amor de Deus para com eles. 5. Pela salvação oferecida por meio de Cristo e pelo poder de Cristo exercido em favor dos crentes.

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Resumo da Lição 6
O mistério do evangelho

TEXTO-CHAVE: Efésios 3:20, 21

FOCO DO ESTUDO: Ef 3; Jó 11:5-9; Ez 43:13-16; Am 7:7, 8; Ap 11:1, 2

VISÃO GERAL

Introdução: Em Efésios 3:1, Paulo compartilhou sua gloriosa visão da cruz de Cristo e o que ela realizou tanto para os judeus quanto para os gentios. Em seguida, o apóstolo quis assegurar a seus irmãos em Éfeso que ele orava para que eles sempre analisassem, entendessem e fossem guiados e transformados por essa visão da cruz e pela glória, poder e amor de Deus revelados na cruz. No entanto, assim que Paulo começou a dizer aos efésios que estava orando por eles, ele, “o prisioneiro de Cristo Jesus, por amor” dos gentios (Ef 3:1), decidiu deter-se um pouco mais em seu ministério aos gentios. Esse ministério consistiu em compreender o glorioso “mistério” de Deus de incluí-los em Seu plano da salvação e em Sua igreja. Esse mistério, insistiu o apóstolo, não foi uma ideia posterior acrescentada ao plano original de Deus. Em vez disso, foi o “propósito eterno” de Deus (Ef 3:11) e agora, na era de Cristo, Deus passou a revelar plenamente esse propósito ao mundo, cumprindo-o por meio do Salvador, e então por meio de Paulo, apóstolo de Cristo.

Temas da lição: A lição desta semana destaca três temas principais:

  1. A oração de Paulo e o seu ideal para a igreja era vê-la como a nova humanidade, incluindo os gentios;
  2. A inclusão dos gentios era o grande mistério e a surpresa de Deus para a humanidade. Paulo foi o humilde mordomo desse mistério;
  3. Por causa da inclusão dos gentios e, portanto, de toda a humanidade no plano da salvação, a igreja se tornou a demonstração da sabedoria, do amor, do poder e da glória de Deus, tanto na Terra quanto em todo o Universo.

COMENTÁRIO

O mistério de Deus e o fundamento dos apóstolos e profetas

A discussão sobre judeus e gentios unidos no corpo de Cristo levanta a questão da relação entre a igreja e Israel. Os cristãos desenvolveram diferentes modelos dessa relação . Uma posição tradicional é que Israel era a nação da aliança de Deus, mas que depois que , como nação, rejeitou Jesus como o Messias, foi rejeitada e substituída pela igreja. Portanto, depois de Cristo, Israel não cumpre nenhum papel no sistema da salvação divina. Outros teólogos adotaram uma “interpretação literal” das Escrituras e desenvolveram a teoria dispensacionalista de que Israel e a igreja representam dois diferentes povos de Deus.

Esses povos têm diferentes chamados, alianças, caminhos para a salvação e propósitos na organização da salvação.

Até mesmo uma leitura superficial de Paulo e do Novo Testamento revela que ambas as teorias são problemáticas e que a abordagem dispensacionalista da relação Israel-igreja é especialmente contrária ao que o apóstolo idealizava. Vários pontos importantes da visão de Paulo sobre a relação Israel-igreja podem ser apresentados. Primeiro, ele viu uma continuidade essencial entre Israel e a igreja. Essa relação deve ser entendida no contexto do princípio interpretativo bíblico abrangente da promessa-cumprimento: Cristo e o povo de Deus do Novo Testamento são o cumprimento das promessas de Deus no Antigo Testamento, no qual Deus salvou Israel e o chamou para proclamar as alianças e promessas da graça divina no mundo.

Por meio de Israel, o chamado de Deus para receber Suas promessas de graça e se unir às Suas alianças deveria alcançar todas as famílias e nações da Terra. A missão de Israel não era de desenvolvimento imperial em que deveria conquistar e anexar todas as nações da Terra. Em vez disso, esperava-se que as nações se unissem à aliança e às promessas de Deus, em vez de se unirem a uma entidade nacional ou imperial. O Antigo Testamento, portanto, ansiava por uma estrutura supranacional do povo de Deus, na qual pessoas de todas as nações fariam parte da mesma aliança com Deus (Gn 12:1-3; 1Rs 8:41-43; Is 56:3-7; Is 60:3). Essa estrutura supranacional foi cumprida no povo de Deus do Novo Testamento composto tanto de judeus quanto de gentios.

Em segundo lugar, Israel e a igreja não são dois povos de Deus que coexistem paralelamente, cada um deles com suas alianças, seus caminhos de salvação e suas missões. Em vez disso, Cristo explicou que Sua missão era “trazer” Suas “outras ovelhas, não deste aprisco” para que houvesse “um só rebanho e um só Pastor” (Jo 10:16). A igreja também não é simplesmente a substituição de Israel como nação, no sentido de que Israel era a nação de Deus até Cristo, e agora, depois que Cristo rejeitou Israel como nação, a igreja é o novo povo de Deus. Ao contrário, para Paulo, a igreja não é um povo diferente de Deus, mas o cumprimento da incrível promessa de Deus no Antigo Testamento: Ele chama toda a humanidade à Sua graça. É por isso que, em Romanos 9, Paulo vê a igreja como composta por judeus e gentios (Rm 9:23-26).

É verdade que apenas um remanescente de Israel se juntou à comunidade reunida em torno de Jesus (Rm 9:27-29), mas é precisamente esse remanescente que mostra que Deus não rejeitou a participação de Israel na igreja (Rm 11:1). É esse remanescente que garante a continuidade e a unidade entre Israel e a igreja. Por isso, em Romanos 11:16-18, Paulo compara a igreja com a oliveira: alguns ramos são os filhos de Israel, e outros ramos são os gentios, mas todos os ramos são alimentados pela mesma raiz, isto é, a aliança de Deus com Abraão. Deus sempre teve um plano de salvação, uma Semente que era Cristo, uma promessa, uma aliança e um povo.

Essa mesma ideia do plano único de Deus, a continuidade entre Israel e a igreja, que torna imprescindível a unidade da igreja, ressurge novamente em Efésios 2 e 3. Paulo explica aos efésios que a igreja é composta tanto de circuncisos quanto de incircuncisos (Ef 2:11). O apóstolo não diz que os judeus e a igreja são dois povos separados ou que a igreja substituiu os judeus como povo de Deus. Longe de excluir os judeus da igreja, Paulo segue a teologia de Jesus e afirma que a salvação vem dos judeus (Jo 4:22). Por essa razão, Paulo enfatiza que, enquanto os gentios estavam “longe”, os judeus estavam “perto” (Ef 2:17). Em outro lugar, Paulo descreveu essa “proximidade” em relação ao fato de terem recebido as promessas ou alianças de Deus, as profecias de Deus, o Messias e a missão divina de compartilhar essas bênçãos com o mundo (Rm 9:4, 5). Assim, os gentios foram trazidos para perto de Deus e edificados sobre o mesmo fundamento dos profetas hebreus, em vez de construir sobre o fundamento de seus antigos mitos ou filosofias.

Terceiro, ao falar sobre o fundamento da igreja, Paulo usa a mesma ideia da continuidade de Israel e da igreja, desta vez em termos de revelação. A igreja é edificada sobre a revelação divina. Entretanto, Deus não tem duas revelações descontínuas, o Antigo e o Novo Testamento. Ele não revelou algo no Antigo Testamento apenas para abandonar Seu plano e revelar um projeto totalmente novo. Seu plano é um, e Sua revelação é uma e contínua. Por isso, Paulo enfatiza que a igreja está edificada sobre os apóstolos e os profetas (Ef 2:20; veja também a descrição de João da Nova Jerusalém, na qual os nomes dos apóstolos estão inscritos no fundamento da cidade e os nomes dos patriarcas estão inscritos nas portas, mas os apóstolos e os patriarcas estão integrados na mesma Nova Jerusalém, a morada de Deus; Ap 21:10-14).

A razão para listar primeiro os apóstolos é porque talvez os apóstolos sejam “maiores” que os profetas, no mesmo sentido em que João Batista foi maior que todos os profetas. Essa “grandeza” deve ser entendida no mesmo sentido do princípio promessa-cumprimento: enquanto os profetas profetizaram a vinda do Messias, os apóstolos anunciaram Seu verdadeiro advento histórico no mundo. O Messias que os apóstolos proclamaram como tendo vindo ao mundo era o mesmo Messias visto pelos profetas em suas visões. Os apóstolos e os profetas estavam unidos em seu testemunho, que é o fundamento da igreja.

No entanto, embora Paulo reconheça que os apóstolos e os profetas receberam o chamado de Deus para desempenhar esse papel fundamental na igreja, eles reconheceram e proclamaram que a pedra angular da igreja era Jesus de Nazaré, como o Cristo profetizado pelas Escrituras do Antigo Testamento (Ef 2:20), o conteúdo e a essência de testemunho deles. Como apóstolo, Paulo seguiu o princípio interpretativo de Jesus ao sugerir que “todas as Escrituras” (Lc 24:27) apontavam para o advento e o ministério do Salvador (ver Lc 24:25-27). Jesus é a Pedra Angular, por isso o edifício é construído perfeitamente “Nele” (Ef 2:20-22) como um “templo santo” (Ef 2:21, NVT) para Deus habitar nele (Ef 2:22).

Quarto, a visão de Paulo da relação Israel-igreja também revela sua compreensão da identidade e do caráter de Deus. O Deus de Israel não é o Deus nacional deles, Ele é o Deus de toda a Terra. Embora Sua habitação terrena seja em Jerusalém, Sua jurisdição não se limita à Judeia e arredores. Em vez disso, o Deus dos cristãos tem Seu trono no santuário celestial, ou regiões celestiais, e tem autoridade sobre qualquer poder na Terra e no Céu (Mt 6:10; Mt 28:18; Ef 1:21) porque Ele é o Criador e o Redentor do mundo. Por isso, Deus apela ao mundo todo para retornar a Ele, receber Sua graça e viver em Seu reino.

APLICAÇÃO À VIDA

  1. As pessoas adoram mistérios e segredos. Peça aos alunos que analisem as seguintes perguntas: Você já viveu como se fosse o guardião de um grande e glorioso mistério, um mistério que mudou sua vida para sempre e, de acordo com sua compreensão, mudará o mundo eternamente da maneira mais positiva? Se sim, explique. Você já compartilhou o evangelho como se fosse um grande e belo mistério? Discuta a questão.
  2. Em Efésios 3:10, Paulo afirma que a igreja é o meio pelo qual Deus revela Sua sabedoria aos “principados” e “potestades nas regiões celestiais”. Faça a seus alunos as seguintes perguntas: No seu entendimento, a igreja é uma revelação do plano da salvação de Deus para todo o Universo? De que forma? Como a unidade da igreja em Cristo, a unidade entre os gentios e os judeus, a unidade nas famílias e na sociedade são parte essencial da revelação salvífica da graça e do poder de Deus? Comente com a classe.
  3. Em Colossenses 1: 26, 27, um texto paralelo a Efésios 3, Paulo enfatiza que o mistério que Deus revelou aos “santos” na igreja é Cristo neles, “a esperança da glória”. Peça aos alunos que falem sobre como eles podem explicar essa expressão a um não cristão. O que o apóstolo quer dizer com “Cristo em vocês”? Como essa expressão se relaciona com a “esperança da glória”? Por outro lado, como esse “mistério” afeta sua vida diária? Conduza a classe em uma discussão sobre as respostas a essas perguntas.

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Nova maneira de encontrar uma esposa

Zbigniew - 29 de julho

Zbigniew começou a orar fervorosamente por uma esposa quando terminou seus estudos no seminário na Polônia comunista. Ele sentiu que, para ser um bom pastor, realmente precisava ter uma boa esposa. Logo após a formatura, os líderes da igreja enviaram Zbigniew e outros doze graduados ao sudeste da Polônia para bater de porta em porta. A região do sudeste era longe da casa de Zbigniew no norte. Os jovens deveriam procurar atender às necessidades das pessoas enquanto ofereciam livros cristãos e davam estudos bíblicos.

Zbigniew e seus amigos se espalharam de dois em dois. Pintaram paredes. Limparam casas. Algumas pessoas não podiam acreditar que era possível receber ajuda de graça. A cada manhã, os jovens ofereciam estudos bíblicos.

Um dia, Zbigniew e seu companheiro de viagem, Jarek, bateram nas portas das casas na cidade de Lesko. Estava chovendo forte. Nuvens escuras cobriam o sol, e um friozinho tomava conta do ar. Muitas pessoas fecharam suas portas.

Após algumas casas, uma porta se abriu, e uma mulher de cerca de 40 anos olhou para fora.

“Quem são vocês?”, perguntou ela. “Por que vocês bateram na minha porta?”

Zbigniew e Jarek explicaram que eram cristãos e queriam falar sobre Jesus.

“Estou me preparando para tomar banho”, disse a mulher. “Vou perguntar ao meu marido se ele quer falar com vocês.”

Ela fechou a porta como seus vizinhos haviam feito. Zbigniew se perguntou se ela voltaria. Mas ela retornou após vários minutos.

“Meu marido não está se sentindo bem e não quer conversar”, disse ela. “Mas eu gostaria de me reunir com vocês e ouvir mais sobre Jesus. Vocês podem voltar?”

Os jovens concordaram em voltar.

Quando eles bateram na porta depois, a mulher os convidou para sua sala de estar. Cerca de 10 pessoas estavam sentadas ali. Eles estavam ansiosos para ouvir o que os jovens diriam sobre Jesus.

Entre as pessoas da sala estava uma jovem chamada Maja. Por algum tempo, ela estava lendo a Bíblia por conta própria. Ela também estava orando por um bom marido. Os jovens de sua cidade fumavam e bebiam, e ela queria um marido que fosse fiel a Deus e livre de vícios. Após a reunião, Maja disse à mulher que a havia convidado: “Zbigniew será meu marido!”

Pouco tempo depois da reunião, Zbigniew convidou Maja para um estudo bíblico em outra cidade a cerca de 100 quilômetros de distância. Ela foi, e os dois começaram a se falar por carta. O ano era 1986, bem antes do advento dos celulares e do e-mail.

No ano seguinte, em 1987, o evangelista Mark Finley realizou reuniões evangelísticas no porto de Gdansk, no norte, e Zbigniew convidou Maja para ir. Todas as noites, ela e mais 1.200 pessoas se uniam para ouvir sobre Jesus em um cinema lotado. Na última reunião, Maja decidiu entregar seu coração a Jesus através do batismo.

Hoje, Zbigniew e Maja estão casados há 35 anos e têm duas filhas adultas, Maja e Natale. Zbigniew não é apenas pastor, mas também professor do seminário, líder de igreja e orador regular do Hope Channel Polônia. Ele fica maravilhado com a maneira como Deus respondeu às orações dele e de Maja para encontrar um bom cônjuge.

“Minha família veio do extremo norte da Polônia, e minha esposa veio do extremo sul”, diz ele. “Teria sido impossível nos encontramos sem a intervenção divina.”

Ele dá crédito à colportagem por desempenhar um papel fundamental em seu casamento.

“Eu sempre digo aos meus alunos no seminário: 'Vocês precisam ter muito cuidado quando batem de porta em porta, pois podem encontrar uma esposa!'”, ele diz.

Obrigado por sua oferta de 2017 que ajudou a construir um estúdio de televisão para a Hope Channel Polônia. Zbigniew é orador regular no Hope Channel Polônia, o afiliado local do Hope Channel Internacional.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

  • Zbigniew se pronuncia: zz-BIG-ni-yev

  • Jarek se pronuncia: IAR-ik.

  • Maja se pronuncia: MAI-a.

  • Saiba que a foto na página ao lado mostra Zbigniew Makarewicz e sua esposa, Maja.

  • Além de aparecer na Hope Channel Polônia, Zbigniew é diretor de Missão Global da União Polonesa; professor de Teologia e Turismo no seminário Polish Senior College of Theology and Humanities [Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas da Polônia]; e membro do comitê editorial da Casa Publicadora Polonesa. Seu antigo companheiro de viagem Jarek é Jaroslaw Dziegielewski, presidente da Associação Polonesa Ocidental.

  • Visite o site do Hope Channel Polônia (em polonês) em: hopechannel.pl.

  • Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.

  • Baixe publicações e fatos rápidos sobre a Divisão Transeuropeia: bit.ly/TED-2023.

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023

Tema geral: Efésios

Lição 6 – 29 de julho a 5 de agosto

O mistério do evangelho

Autor: Matheus Cardoso

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Ideias principais

Paulo já estava iniciando a oração (Ef 3:1, 14-19), na qual pediu que seus leitores gentios fossem preenchidos com a presença de Cristo e estivessem habilitados a compreender as verdades apresentadas no capítulo 2. No entanto, ele intercalou no fluxo do pensamento de sua oração uma espécie de parêntese com uma descrição sobre seu papel dentro do plano eterno de Deus: proclamar o evangelho da graça aos gentios, especialmente o fato de que eles são plenamente incluídos na família de Deus, a igreja (Ef 3:2-13). Paulo chamou essa verdade de o mistério (ou “segredo revelado”) do evangelho.

Em Efésios 3:14, Paulo retornou à oração que havia começado no início do capítulo. Essa é uma das orações mais profundas e majestosas do Novo Testamento, em que o apóstolo pediu que Deus concedesse Seu poder aos seus leitores (que incluem a nós) e tocasse o coração deles com uma percepção mais profunda do infinito amor divino (Ef 3:14-19).

Depois de apresentar o plano da salvação ao longo dos três primeiros capítulos de Efésios, Paulo não poderia fazer outra coisa senão irromper em adoração a Deus (Ef 3:20, 21).

Texto-base da semana: Efésios 3:1-21

Antes do estudo da Lição da Escola Sabatina ou deste comentário, leia Efésios 3:1-21. Sugerimos uma tradução mais contemporânea da Bíblia, como a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora.

Notas de estudo

Para o estudo mais aprofundado do texto bíblico, sugerimos uma tradução mais literal, como a Nova Almeida Atualizada (que usamos abaixo).

3:1:

Por essa razão. Devido à inclusão dos gentios na história da salvação, o tema desenvolvido em Efésios 2:11-22.

Prisioneiro de Cristo Jesus. Embora tivesse sido preso pelos romanos, Paulo não se considerava prisioneiro de César, mas de Cristo, pois era Deus quem dirigia os acontecimentos de sua vida (Ef 4:1; Fp 1:13; 2Tm 1:8).

No verso 1, Paulo começou uma oração em favor dos crentes gentios, mas a interrompeu para escrever a respeito de seu papel de proclamar o evangelho aos gentios. No verso 14, ele reiniciou essa oração, repetindo o início da frase (“por essa razão”).

3:2:

Dispensação ou “administração” é a mesma palavra usada em Efésios 1:10 e 3:9. Paulo recebeu a responsabilidade de administrar ou executar o plano de Deus (1Co 4:1; Cl 1:25) – isto é, ele deveria proclamar a todas as pessoas o evangelho que havia recebido. Esse versículo pode ser assim traduzido de maneira mais clara: “[...] ouviram falar a respeito de minha responsabilidade de servir como administrador da graça de Deus [...]”.

3:3:

Segundo uma revelação. O evangelho que Paulo pregava não tinha origem humana, mas divina (Gl 1:11, 12).

Mistério, no Novo Testamento, é uma verdade que estava oculta aos seres humanos, mas que agora foi revelada; é o “segredo revelado” de Deus (Ef 1:9).

Escrevi há pouco, resumidamente. Referindo-se a Efésios 1:9, 10 e 2:11-22.

3:4:

O mistério de Cristo é o segredo revelado de que Ele veio para unificar judeus e gentios, por meio do evangelho, formando a igreja.

3:5:

Em outras gerações, não foi dado a conhecer. Já na época do Antigo Testamento, Deus desejava abençoar os gentios com a salvação e torná-los parte do Seu povo (Gn 12:3; Is 2:1-4; Zc 8:20-23). No entanto, a maneira exata como Ele iria incorporar judeus e gentios em pé de igualdade, no mesmo corpo, não estava totalmente clara até a vinda de Cristo.

3:6:

O mistério (ou “segredo revelado”) do evangelho é que os gentios são totalmente incluídos na família de Deus (Ef 2:19-22), participando das bênçãos do evangelho em pé de igualdade com os judeus (Rm 8:17; Gl 3:28, 29). A grande novidade, em relação à época do Antigo Testamento, é que os gentios não mais precisam se tornar judeus antes de ser plenamente incorporados ao povo da aliança (veja o Comentário da Lição da Escola Sabatina sobre Ef 2:12, 14).

3:8:

Apesar de ter recebido a tarefa mais gloriosa possível, a de proclamar o evangelho de Cristo, Paulo se considerava o menor de todos os santos, isto é, de todos os cristãos. Ao compreender que não havia sido salvo por seus próprios méritos (Ef 2:8, 9), além de ter perseguido a igreja de Deus, Paulo possuía uma compreensão totalmente realista a respeito de si próprio: ele se considerava “o menor dos apóstolos” (1Co 15:9) e “o menor de todos os santos” (Ef 3:8), embora “o maior” dos pecadores (1Tm 1:15, Nova Bíblia Viva).

3:10:

Agora, pela igreja. A igreja – unificando judeus e gentios, antes separados, e formando uma “nova humanidade” (Ef 2:15) – é um feito extraordinário de Deus, que revela ao Universo a Sua sabedoria. Essa é uma etapa essencial do plano de Deus de, na consumação dos tempos, “reunir sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na Terra” (Ef 1:10, NVT).

Se tornasse conhecida dos poderes e autoridades nas regiões celestiais (NVI). A igreja está no centro do grande conflito cósmico entre Cristo e Satanás (Ap 12:7-12). Os “poderes e autoridades” mencionados em Efésios 3:10 são os seres celestiais do bem (anjos) e do mal (demônios). Os seres angelicais “anseiam observar” a maneira como Deus executa o plano da salvação (1Pe 1:12, NVI), e isso os leva a glorificá-Lo (Ap 5:8-14). Por outro lado, os poderes do mal, ao serem advertidos de que o plano de Deus está em andamento por meio da igreja, percebem que a derrota deles é garantida e definitiva (1Co 15:24).

3:13:

Os sofrimentos de Paulo, que pareciam ser fonte de vergonha para ele e os cristãos, eram, na verdade, honra ou “glória” (NVI) para eles, pois era um meio de levar a mensagem de salvação a outras pessoas, especialmente aos gentios (2Co 1:6; 4:12; Ef 6:20; Cl 1:24).

 3:14, 15:

Paulo fez um trocadilho entre as palavras gregas pat?r (Pai) e patria (família). Deus, o Criador de todas as coisas (v. 9), é o Pai que dá nome, isto é, define a identidade e exerce soberania sobre todos os membros de Sua família (veja Is 40:26), que é formada por seres celestiais (nos céus) e seres humanos (na Terra).

3:18:

A largura, o comprimento, a altura e a profundidade é uma forma de enfatizar a imensidão do amor de Deus, que é infinito e está além de nossa compreensão (Rm 8:38, 39).

 3:19:

Fiquem cheios de toda a plenitude de Deus. Assim como a glória do Senhor enchia o santuário do Antigo Testamento, Paulo orou para que Deus enchesse a igreja com Sua presença e poder (Ef 1:23; 2:21, 22; 4:13; 5:18).

3:20, 21

Tanto em Efésios quanto em Romanos, quando Paulo terminou de apresentar o plano de salvação (Ef 1–3; Rm 1–8), ele irrompeu em louvor a Deus (Ef 3:20, 21; Rm 11:33-36).

3:21:

Na igreja e em Cristo Jesus. Deus é glorificado por meio da igreja porque ela revela Seu poder e amor a todo o Universo, e é glorificado por meio de Cristo porque Sua morte efetuou a salvação e deu origem à igreja.

O que Deus fez e está fazendo por meio de Cristo e da igreja cumprirá, na eternidade, o Seu plano eterno (Ef 1:9, 10, 21; 2:7; 3:10). O alvo supremo desse plano é que Deus seja glorificado por todas as gerações, para todo o sempre, pelo fato de que Seu caráter é revelado a todas as criaturas (Ef 1:6, 12, 14).

Conclusão

Efésios 3:10 é uma das declarações mais espetaculares e sublimes da missão da igreja, especialmente quando estudada dentro do contexto de toda a carta, como estamos fazendo. Nesse texto, Paulo “diz que a igreja está no palco da história como o maior espetáculo do mundo. Enquanto o evangelho se espalha em todas as partes do mundo, essa nova comunidade cristã de cores variadas se desenvolve. É como a encenação de um grande drama. A história é o teatro, o mundo é o palco, e os membros da igreja de todos os países são os atores. O próprio Deus escreveu a peça, dirige-a e a produz.

“Ato após ato, cena após cena, a história continua a se desdobrar. Mas quem está no auditório? São os anjos. Eles são os espectadores do drama da salvação. A história da igreja cristã fica sendo uma escola superior para os anjos. [...] A história não é uma coletânea de eventos desconexos; não é a história das nações, dos reis, da queda e levantamento de impérios, mas é a história de Deus formando um povo para Si mesmo para reinar eternamente com Ele” (Hernandes Dias Lopes, Efésios: Igreja, a noiva gloriosa de Cristo [Hagnos, 2010], p. 80-82).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.