Lição 5
23 a 29 de janeiro
O nobre Príncipe da Paz
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Êx 18-20
Verso para memorizar: “Um Menino nos nasceu, um Filho se nos deu. O governo está sobre os Seus ombros, e o Seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’” (Is 9:6).
Leituras da semana: Is 9; 10; 11; 12

Dr. Robert Oppenheimer, que supervisionou a criação da primeira bomba atômica, apresentou-se diante de um Comitê do Congresso nos Estados Unidos. Perguntaram se havia alguma defesa contra a arma. “Certamente”, respondeu o físico. “E ela é...” Diante do silêncio do público, ele disse: “a paz”. (Compilado por Paul Lee Tan, Enciclopedia of 7.700 Illustrations: Signs of the Times; Rockville, Maryland: Assurance Publishers, 1985, p. 989).

A paz é um sonho vago e inatingível. Desde que a História passou a ser registrada, estima-se que o mundo esteve completamente em paz apenas cerca de 8% do tempo. Pelo menos oito mil tratados foram violados (ibid., p. 987, adaptado). Durante os cinquenta anos seguintes ao fim da Primeira Guerra Mundial (a guerra que deveria supostamente ter acabado com todas as guerras), houve apenas dois minutos de paz para cada ano de guerra.

Em 1895, Alfred Nobel, o inventor da dinamite, estipulou um fundo para estabelecer um prêmio para indivíduos que dessem uma contribuição extraordinária à paz (ibid., p. 988). Contudo, nos últimos anos, até alguns vencedores do Nobel da Paz estiveram envolvidos em conflitos violentos.

Nesta semana, estudaremos sobre o Único que traz a paz real e eterna.



Domingo, 24 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 21-23
O fim da escuridão para a Galileia (Is 9:1-5)

1. Por que Isaías 9:1 começa com a palavra “mas”, que indica um contraste com o texto que vem antes?

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Isaías 8:21, 22 descreve a condição desesperadora daqueles que se voltaram para o ocultismo e não para o Deus verdadeiro: onde quer que olhassem, havia ali “angústia, escuridão e sombras de ansiedade, e” seriam “lançados para densas trevas” (Is 8:22). Por outro lado, os que estavam aflitos não continuariam na escuridão (Is 9:1). O povo da região da Galileia foi apontado aqui como tendo recebido a bênção especial de uma “grande luz” (Is 9:2). A nação seria multiplicada e se alegraria porque Deus quebraria “o cetro do seu opressor” (Is 9:4).

A região do Mar da Galileia foi descrita no texto porque tinha sido um dos primeiros territórios a ser conquistados. Em resposta ao pedido de ajuda de Acaz, Tiglate-Pileser III havia tomado as regiões da Galileia e da Transjordânia de Israel do Norte, levado algumas pessoas em cativeiro e transformado os territórios em províncias assírias (2Rs 15:29). Por isso, a mensagem de Isaías era: o primeiro a ser conquistado seria o primeiro a ver a libertação.

2. Como foi descrito o menino que Deus usaria para libertar Seu povo? (Is 9:6, 7). Assinale a alternativa correta:

A.( ) Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, ­Príncipe da Paz.
B.( ) Menino Simples, Frágil, Transitório e Inquieto.

3. Quando e como foi cumprida a profecia de Isaías 9:1-5? Mt 4:12-25

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Não por acaso, Jesus iniciou Seu ministério na Galileia, onde Ele concedeu esperança ao anunciar as boas-novas do reino de Deus e ao curar pessoas, inclusive libertando endemoninhados da escravidão do ocultismo (Mt 4:24).

Esse é um exemplo perfeito de como a Bíblia toma eventos que aconteceram nos tempos do Antigo Testamento e os usa para prefigurar coisas que aconteceriam nos tempos do Novo Testamento. O Senhor mesclou imagens de uma época com as de outra, como em Mateus 24, em que Jesus combinou a destruição de Jerusalém em 70 d.C. com a destruição no fim do mundo.

Se alguém lhe perguntasse: “Do que Jesus o libertou”, o que você responderia? Qual testemunho você pode dar a respeito do poder de Cristo em sua vida?


Segunda-feira, 25 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 24-27
Um Filho nos foi dado (Is 9:6, 7)

Essa passagem apresenta o terceiro nascimento especial no livro de Isaías, após a menção dos nascimentos de Emanuel e Maer-Salal-Hás-Baz.

4. O que há de especial no Filho descrito nesses versos? Is 9:6, 7

A.(  ) Os nomes dados ao Filho e o Seu reino, que duraria para sempre.
B.(  ) A velocidade com a qual Ele conquistaria os reinos.

O Libertador possui vários nomes que O descrevem. No antigo Oriente Próximo, reis e divindades tinham vários nomes para mostrar sua grandeza.

Ele foi chamado de “Maravilhoso”. Semelhantemente, o divino Anjo do SENHOR havia descrito, para o pai de Sansão, o Seu próprio nome como “maravilhoso” (a raiz hebraica é a mesma) e depois subido ao Céu na chama sacrifical no altar de Manoá (Jz 13:18, 20), prefigurando assim a oferta de Si mesmo que ocorreria mais de mil anos depois.

Ele foi referido como divino (“Deus Forte”) e Criador eterno (“Pai da eternidade”; Lc 3:38: “[...] Adão, filho de Deus”).

Ele é um Rei da dinastia de Davi; Seu reino de paz será eterno.

5. Dados esses atributos, quem somente poderia ser esse Filho? (Lc 2:8-14). Assinale a alternativa correta:

A.( ) João Batista.
B.( ) Jesus Cristo.

Alguns tentaram identificá-Lo com Ezequias, mas a descrição ultrapassa em muito qualquer ser humano comum. Somente uma Pessoa Se encaixa: Jesus, o Filho de Deus e Criador (Jo 1:1-3, 14; Cl 1:5-17; 2:9; Hb 1:2), que nasceu para nós, a fim de nos salvar e nos dar a paz. Ele recebeu toda a autoridade no Céu e na Terra e está sempre conosco (Mt 28:18-20). Embora tenha mantido Sua divindade, Ele também Se tornou um ser humano para sempre, capaz de compadecer-Se de nossas fraquezas (Hb 4:15). “Um Filho se nos deu”... para sempre!

“Quando Cristo veio ao nosso mundo, Satanás estava em campo e disputou cada palmo de avanço em Sua vereda desde a manjedoura até o Calvário. Satanás havia acusado a Deus de exigir abnegação dos anjos, quando nada sabia Ele mesmo do que isso significava, e quando Ele mesmo nenhum sacrifício fazia em favor de outros. [...] Cristo veio ao mundo para desfazer essas falsas acusações e revelar o Pai” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 406, 407).

O que essa citação revela sobre o caráter de Deus?


Terça-feira, 26 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 28, 29
O cetro da ira de Deus (Is 9:8–10:34)

Na seção de Isaías 9:8–10:34, é explicado o texto de Isaías 9:1-5, que previa libertação para as pessoas obscurecidas e angustiadas que haviam confiado no ocultismo e que tinham sido vítimas da conquista militar: “Porque Tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia da vitória sobre os midianitas” (Is 9:4).

6. Nos textos anteriores, vimos o sofrimento dos fiéis. Compare-os com as maldições de Levítico 26:14-39. Por que Deus puniu Seu povo em etapas, e não de uma só vez? O que isso indica sobre Seu caráter e objetivos?

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Se Deus quisesse destruir o povo, poderia tê-lo entregado aos assírios imediatamente. Mas Ele é paciente, “não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento” (2Pe 3:9). Como no período dos “juízes”, Deus deixou o povo de Judá e Israel sofrer os resultados de sua insensatez, para que pudessem entender o que estavam fazendo e fizessem uma escolha melhor. Quando eles persistiram no mal e endureceram o coração contra os apelos que Ele tinha enviado por meio de Seus mensageiros, Deus retirou Sua proteção. Mas o povo continuou se rebelando. Esse ciclo foi repetido numa espiral descendente até que não houve mais nada que Deus pudesse fazer.

7. Leia Isaías 9:8–10:2. De quais pecados o povo era culpado? Contra quem ele os cometeu? Quem era culpado entre eles?

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O que vemos nessa passagem, como em toda a Bíblia, é a realidade do livre-arbítrio. Deus criou o ser humano livre (essa liberdade era necessária; caso contrário, o homem jamais poderia amá-Lo verdadeiramente), e a liberdade envolve a opção de fazer o que é errado. E embora Deus sempre busque nos atrair ao revelar Seu amor e caráter, Ele também nos permitirá enfrentar o resultado de nossas decisões erradas; ou seja, dor, sofrimento, medo, conflito, etc., a fim de nos ajudar a perceber exatamente as consequências do nosso afastamento Dele. Contudo, mesmo assim, essas coisas muitas vezes não fazem as pessoas repudiarem o pecado e se voltarem para o Senhor. O livre-arbítrio é maravilhoso; não poderíamos ser humanos sem ele. No entanto, ai daqueles que o usam incorretamente!

Deus já usou o sofrimento em sua vida para o afastar de um caminho errado?


Quarta-feira, 27 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 30, 31
Raiz e Renovo em uma só Pessoa (Is 11)

8. Quem é o “rebento” que sai “do tronco de Jessé”? Is 11:1; Zc 3:8; 6:12

Isaías 11:1 retoma a imagem da árvore derrubada em Isaías 10:33, 34. O “tronco de Jessé” representa a ideia de que a dinastia de Davi (filho de Jessé) perderia seu poder (Dn 4:10-17, 20-26). Porém, surgiria um “rebento/renovo” do “tronco” aparentemente condenado; isto é, um Governante descendente de Davi.

9. Por que o novo Governante davídico também foi chamado de a “Raiz de Jessé” (Is 11:10)? Qual é o significado da raiz? Ap 22:16

A descrição se encaixa apenas em Jesus, “a Raiz e a Geração de Davi” (Ap 22:16). Cristo veio da linhagem de Davi (Lc 3:23-31), que era descendente de Adão, que, por sua vez, era “filho de Deus” (Lc 3:38), no sentido de que Cristo o criou (Jo 1:1-3, 14). Cristo era o ancestral de Davi, assim como seu descendente!

10. Como o novo Governante davídico reverteu os efeitos do pecado? Is 11

Ele pensaria e agiria em harmonia com o Senhor, julgaria de maneira justa, castigaria os iníquos e traria a paz. Quando Ele assumisse o trono, o Senhor traria de volta, restauraria e uniria um remanescente fiel de Israel e Judá (Is 10:20-22). Haveria uma monarquia forte e unida, como nos dias de Davi, que derrotou os filisteus e outros povos. Mas o novo Governante seria superior a Davi, na medida em que restauraria a paz até à essência da criação: os predadores não mais seriam carnívoros e coexistiriam com sua antiga presa (Is 11:6-9).

11. Isaías 11 se refere apenas à primeira vinda de Cristo, apenas à segunda, ou a ambas? Anote quais textos falam sobre quais vindas.

As duas vindas de Jesus aparecem como uma única imagem. Elas estão unidas, pois são duas partes de um todo, como os dois lados de um plano. Para ser completo, o plano da salvação requer as duas vindas: a primeira, que já aconteceu; e a segunda, que aguardamos como a consumação de nossa esperança.

Por que a obra de Cristo na primeira vinda nos dá tanta segurança sobre a segunda vinda? Qual seria o propósito da primeira se ela não resultasse na segunda?


Quinta-feira, 28 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 32, 33
Tu me consolas (Is 12:1-6)

Isaías 12 é um pequeno salmo (cântico) de louvor a Deus por Seu conforto misericordioso e poderoso. O salmo, entoado por um membro do remanescente restaurado, compara a libertação prometida à dos hebreus no Êxodo do Egito (Is 11:16); esse salmo é como o cântico de Moisés e dos israelitas quando eles foram salvos do exército do faraó no Mar Vermelho (veja Êx 15).

12. Compare esse cântico, em Isaías 12, ao cântico de Moisés e do Cordeiro, em Apocalipse 15:2-4. Em ambos os casos, pelo que Deus é louvado?

A.( ) Por Suas obras de salvação e justiça.
B.( ) Por Sua onisciência.

Isaías 12:2 quase identifica o Libertador vindouro como Jesus. O verso diz que “Deus é a minha salvação” e “Ele Se tornou minha salvação”. O nome Jesus significa “O Senhor é salvação” (compare com Mt 1:21).

13. Qual é o significado da ideia, contida no nome de Jesus, de que o Senhor é salvação?

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O Senhor não apenas realiza a salvação (Is 12:2); Ele mesmo é a salvação. A presença do Santo de Israel em nosso meio (Is 12:6) é tudo para nós. Deus é conosco! Jesus não apenas fez milagres; Ele “Se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1:14; ênfase nossa). Ele não apenas levou nossos pecados na cruz; Ele Se fez pecado por nós (2Co 5:21). Ele não apenas traz a paz; Ele é a nossa paz (Ef 2:14).

Não é de admirar que recorreriam “as nações à raiz de Jessé que está posta por estandarte dos povos” (Is 11:10). Quando Ele fosse levantado da terra, atrairia a todos a Si mesmo (Jo 12:32, 33)! Um remanescente se converteria ao “Deus forte” (Is 10:21), que é o Filho dado a nós, o “­Príncipe da Paz” (Is 9:6)!

Pense na ideia de que Jesus é a nossa salvação. Romanos 3:24 declara que a redenção está em Jesus, aconteceu Nele e mediante a graça de Deus podemos ter participação eterna nessa redenção. A salvação que estava Nele pode se tornar nossa pela fé, não pelas obras, porque nenhuma obra que fazemos é boa o suficiente para nos redimir. Somente as obras que Cristo fez, as quais Ele credita a nós pela fé, podem nos resgatar. Essa verdade lhe dá esperança e certeza da salvação quando você se sente oprimido pelo próprio senso de indignidade?


Sexta-feira, 29 de janeiro
Ano Bíblico: Êx. 34-36
Estudo adicional

O coração do pai humano se compadece do filho. Olha a fisionomia da criança e treme ao pensar sobre os perigos da vida. Anseia proteger seu querido filho do poder de Satanás, bem como guardá-lo da tentação e do conflito. Para enfrentar o mais amargo conflito e o mais terrível risco, Deus deu Seu Filho unigênito, para que o caminho da vida fosse garantido aos nossos pequeninos. ‘Nisto consiste o amor’ (1Jo 4:10). ­Maravilhem-se, ó Céus, e admire-se, ó Terra!” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 49).

“Cristo foi quem consentiu em atender às condições necessárias para a salvação do homem. Nenhum anjo nem homem era suficiente para que a grande obra fosse realizada. Somente o Filho do Homem devia ser levantado; pois apenas uma natureza infinita poderia encarregar-se do processo redentivo. Cristo aceitou conectar-Se aos desleais e pecadores, a participar da natureza do homem, a dar Seu próprio sangue e dar a Si mesmo como oferta pelo pecado. Nos concílios celestiais, a culpa do homem foi medida, a ira pelo pecado foi estimada, e ainda assim Cristo anunciou Sua decisão de assumir a responsabilidade de cumprir as condições pelas quais a esperança deveria ser estendida à humanidade caída” (Ellen G. White, The Signs of the Times, 5 de março de 1896).

Perguntas para consideração

Isaías 11 apresenta as duas vindas de Cristo em uma única imagem. Isso explica, pelo menos em parte, por que alguns judeus não aceitaram Cristo em Sua primeira vinda, visto que esperavam que Ele fizesse as coisas que somente ocorrerão na segunda vinda. Por que é importante entender adequadamente a natureza do advento de Cristo? Falsos ensinos acerca de Sua segunda vinda preparam as pessoas para o grande engano de Satanás no fim dos tempos? (Ver O Grande Conflito, cap. 39, “O tempo de angústia”.)

Resumo: Nos dias de Isaías, cujo nome significa “Salvação do Senhor”, Deus prometeu ao Seu povo remanescente a salvação da opressão que resultaria da apostasia nacional. Essa profecia de esperança encontra seu cumprimento supremo em Jesus, cujo nome significa “O Senhor é salvação”.

Respostas e atividades da semana: 1. Porque os que estavam em aflição não permaneceriam mais na escuridão. 2. A. 3. Com a vinda de Cristo e Seu ministério terrestre. 4. A. 5. B. 6. Porque Ele não desejava a destruição da nação, mas seu arrependimento e mudança de vida. Seu objetivo sempre foi a salvação, não a destruição. 7. A culpa do povo tinha a ver com sua soberba, altivez e obstinação contra o Senhor. Todo o povo era ímpio e injusto, a começar pelos anciãos, os profetas enganadores e toda a nação. 8. Jesus Cristo. 9. Porque Jesus veio da linhagem de Davi, isto é, Ele era seu descendente. 10. Ao governar com justiça, sabedoria e equidade, os efeitos do pecado e da apostasia seriam neutralizados. Todos viveriam em pacífica ordem, desde o lobo ao cordeiro; desde a criança à cobra. 11. A ambas. Em Isaías 11:1-5 é descrita a primeira vinda; já em Isaías 11:6-10, é destacada a segunda vinda. No restante do capítulo há uma intercalação das duas. 12. A. 13. Deus não somente salva, mas Ele é a própria salvação.



Resumo da Lição 5
O nobre Príncipe da Paz

Foco do estudo: Isaías 9

Esboço

O teor da última parte de Isaías 8 é que Israel recusou a luz (Is 8:19-22). Andavam na escuridão a tal ponto de consultarem médiuns. Isaías 9 introduz o tema da luz em contraste com as trevas espirituais de Israel. Israel viu uma “grande luz” e “resplandeceu-lhes a luz” (Is 9:2). A luz nesse capítulo não é apenas uma referência à glória divina, que leva Seu povo a sair das trevas; essa expressão também pode ser entendida como uma referência ou símbolo do Messias vindouro. O Messias é descrito com diferentes títulos: “O Seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’” (Is 9:6). Todos os nomes ou características do caráter do Messias são ampliados na Bíblia e no livro de Isaías em particular.

Os tópicos deste estudo são: (1) Das trevas para a luz, (2) O Messias como a luz do mundo e (3) O caráter do Messias.

Comentário

Das trevas para a luz

Os últimos versos de Isaías 8 descrevem os infortúnios e as experiências sombrias do povo de Judá: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, jamais verão a luz do alvorecer. Passarão pela terra duramente oprimidos e famintos. [...] Olharão para a terra, e eis aí angústia, escuridão e sombras de ansiedade; e serão lançados em densas trevas” (Is 8:20-22). Assim, o povo de Deus andava nas trevas principalmente porque ignorava e rejeitava a Palavra profética divina. Eles se separaram da Luz. Ellen G. White declara: “Nos dias de Isaías, o entendimento espiritual da humanidade havia sido obscurecido por uma concepção errada a respeito de Deus. Durante muito tempo, Satanás procurara levar os seres humanos a ver seu Criador como o autor do pecado, do sofrimento e da morte. Aqueles que ele tinha conseguido enganar consideravam Deus como Alguém duro e exigente. Achavam que Ele estava sempre pronto para denunciar e condenar, e que não estava disposto a receber o pecador enquanto ainda existisse uma justificativa legal para não ajudá-lo. A lei de amor pela qual o Céu é regido havia sido falsamente apresentada pelo arquienganador como uma restrição imposta à felicidade dos seres humanos, um pesado jugo do qual deviam sentir-se alegres por se verem livres” (Profetas e Reis, p. 311).

Mas os dias sombrios seriam transformados em uma experiência gloriosamente brilhante e positiva. É exatamente isso que encontramos na primeira parte de Isaías 9 (v. 1-5). A Bíblia indica as promessas e a esperança que Deus deu ao Seu povo em meio à opressão. Portanto, o tema aqui se refere à libertação de Judá, que seria realizada por meio de uma grande luz. Isaías 9:2 descreve a cena futura: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte resplandeceu-lhes a luz”. O ato de restauração é anunciado, e a libertação do povo de Deus de seu opressor é acompanhada pelo brilho da presença divina. “Eles se alegram diante de Ti, como se alegram no tempo da colheita” (Is 9:3). Essa é também a linguagem de Isaías 60 quando Deus encorajou Seu povo que voltaria do exílio: “Levante-se, resplandeça, porque já vem a sua luz, e a glória do Senhor está raiando sobre você” (Is 60:1). É possível que o Senhor intervenha em favor do Seu povo? Isaías afirma: “Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor” (Is 9:4).

O Messias como a luz do mundo

Mateus faz alusão à profecia de Isaías. Ele diz: “Ao ouvir que João tinha sido preso, Jesus voltou para a Galileia. E, deixando Nazaré, foi morar em Cafarnaum, situada à beira-mar, na região de Zebulom e Naftali. Isso aconteceu para se cumprir o que tinha sido dito por meio do profeta Isaías” (Mt 4:12-14); então Mateus se refere a Isaías 9:1, 2. Aqui temos um autor bíblico aplicando um cumprimento messiânico à profecia de Isaías.

É ótimo para o leitor quando a própria Bíblia oferece a interpretação de um texto bíblico anterior; neste caso, Mateus interpreta Isaías, dando ao leitor segurança e confiança para abordar os versos 6 e 7 na profecia de Isaías 9. Além disso, Ellen G. White faz referência a esses versos e a outras profecias messiânicas de Isaías. Ela explica: “Nos últimos séculos da história de Israel antes do primeiro advento, entendia-se que a vinda do Messias tinha sido mencionada na seguinte profecia: ‘Para você, é muito pouco ser o meu servo para restaurar as tribos de Jacó e trazer de volta o remanescente de Israel. Farei também com que você seja uma luz para os gentios, para que você seja a minha salvação até os confins da Terra’” (Is 49:6; Profetas e Reis, p. 688).

O tema da iluminação em Isaías 9, evidenciado na “grande luz” (Is 9:2), juntamente com a promessa vista na expressão “um menino nos nasceu” (Is 9:6), aponta claramente para Cristo. Mateus registra os sábios do Oriente que chegam a Jerusalém perguntando: “Onde está o recém-nascido Rei dos judeus? Porque vimos a Sua estrela no Oriente e viemos para adorá-lo. [...] E, vendo eles a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, Sua mãe. Prostrando-se, O adoraram” (Mt 2:2, 10, 11). O Evangelho de João oferece uma rica descrição de Jesus em relação à luz: “A vida estava Nele e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas [...] a verdadeira luz, que, vinda ao mundo, ilumina toda a humanidade” (Jo 1:4, 5, 9). Nesse contexto, claramente, Isaías 9:6, 7 é uma referência direta à vinda do Messias, que é “a luz do mundo” (Jo 8:12) e que traz paz, liberdade, justiça e retidão.

O caráter do Messias

Isaías 9:6, 7 é uma rica lista de atributos de caráter e uma descrição da realeza do Messias. O profeta afirma: “O Seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’” (Is 9:6). O que se segue é um breve estudo dessa lista de características messiânicas.

O futuro rei messiânico seria “Maravilhoso”. Essa palavra aparece como um substantivo em Isaías 25:1 e 29:14, e a palavra hebraica da qual deriva indica “alguém que planeja um milagre, um milagreiro” (Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament [Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento], v. 3, p. 928). O mesmo termo é usado no cântico de Moisés: “Ó Senhor, quem é como Tu entre os deuses? Quem é como Tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas [??ê p_ele?]?” (Êx 15:11). Posteriormente, Isaías usaria a mesma expressão: “Ó SENHOR, Tu és o meu Deus [...] porque tens feito maravilhas” (Is 25:1). Em outras palavras, é uma referência aos atos maravilhosos e salvíficos do Deus Poderoso.

A outra referência ao Messias em Isaías 9 é Conselheiro. O termo hebraico yô?e? reflete a ideia de “alguém que sempre sabe o que fazer” (Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament [Léxico Hebraico e Aramaico do Antigo Testamento], v. 2, p. 403). A expressão sugere um homem sábio, um conselheiro ou alguém que lidera adequadamente. É a ideia de Isaías 1:26: “Eu lhe darei juízes como você tinha antigamente, e conselheiros, como no princípio”.

Finalmente, examinamos a expressão “Deus Forte” (?el gibbôr). A expressão gibbôr está associada a poder e bravura na batalha. Uma tradução sugerida é “Deus, a força heroica”, ou “Deus, o herói” (Ludwig Koehler e Walter Baumgartner, The Hebrew and Aramaic Lexicon of the Old Testament, v. 1, p. 172). Vemos essa ideia incorporada em Isaías 42:13: “O Senhor sairá como valente, despertará o Seu zelo como homem de guerra. Clamará, lançará forte grito de guerra e mostrará Sua força contra os Seus inimigos.” John Oswalt comenta corretamente: “Onde quer que ??l gibbôr ocorra em outro lugar da Bíblia, não há dúvida de que o termo se refere a Deus” (The Book of Isaiah [O Livro de Isaías]: Capítulos 1–39, The New International Commentary on the Old Testament [O Novo Comentário Internacional sobre o Antigo Testamento], p. 247).

Aplicação para a vida

1. Os últimos versos de Isaías 8 afirmam que os conselhos de Deus ao povo são rejeitados porque a nação se volta para os conselhos dos médiuns, o que a leva às trevas espirituais. No entanto, a misericórdia divina promete libertar Seu povo e lhe dar um futuro melhor. O Senhor é o único que pode transformar trevas em luz. Compartilhe algum evento em sua vida em que uma circunstância sombria, por meio da providência e intervenção divina, tenha se tornado uma experiência iluminadora.

2. Em Isaías 2:5, Deus aconselha Seu povo: “Venham, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor”. Como você entende pessoalmente o conselho de Jesus em João 8:12: “Eu sou a luz do mundo. Quem Me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida”? O que significa ter “a luz da vida”?

3. Isaías 9:6 descreve muitos aspectos do Messias associados ao Seu reino eterno. O profeta escreveu: “Seu nome será: ‘Maravilhoso Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’. Qual dessas características de Deus é mais importante para você e por quê?


O melhor dia de Ivan

A vida parecia perfeita até aquele dia para Ivan, um jovem de 22 anos. Primeiramente, ele teve uma grande discussão com a mãe durante uma visita à cidade natal fora de Cazã, Rússia. Em seguida, o proprietário telefonou para expulsá-lo do apartamento que ele alugava perto da universidade em que ele estudava. Naquela tarde, ele falhou no exame da universidade. Mais tarde, ao voltar para a casa da mãe, a polícia o interpelou e descobriu que havia uma multa por excesso de velocidade não paga.

“Você não pagou sua multa”, o policial disse. “Agora precisa ir à corte.” O oficial de polícia confiscou a carteira de motorista e disse para segui-lo até ao tribunal. Lá, o oficial explicou a situação ao juiz. O rigoroso juiz informou que Ivan tinha duas opções: pagar a multa imediatamente ou ser condenado à prisão por 15 dias. Ivan não podia acreditar nas coisas que aquele dia lhe trouxera. Enquanto o juiz falava, imagens do fim do mundo e o dia do Julgamento surgiu na mente. “Se não me arrepender e voltar para Jesus, terminarei no lado errado no dia do juízo final”, pensou.

Ivan não havia sido criado em um lar cristão, mas acreditava em Deus. A mãe tinha sido batizada na igreja adventista quando ele era adolescente. Ele acompanhou a mãe e outros adventistas em um pequeno grupo durante um ano. Mas, entrou na universidade e se esqueceu de Deus. Enquanto estava no tribunal, conseguiu o dinheiro para pagar a multa. Recebeu sua carteira de motorista e dirigiu cuidadosamente até à casa da mãe.

No dia seguinte, ele desmoronou com febre e ficou acamado durante três dias, sentindo-se muito mal. Então, abriu a Bíblia e os olhos caíram em Mateus 6:33: “Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas.” Essas palavras de Jesus tocaram o coração dele. Ele nunca havia prestado atenção nesse verso. Percebeu que estava colocando os estudos e até a família antes de Deus. Embora estivesse com febre, ele desejou sair de casa e passar algum tempo, em calma, com Deus. Então, foi até um lugar tranquilo até um rio. Lá, desabafou com Deus sobre sua tristeza e profundo arrependimento.

“Quero voltar aos Seus caminhos. Quero que estejas junto a mim”, ele orou. A partir daquele momento, Ivan começou a colocar Deus em primeiro lugar em sua vida. Ele orava muito e lia a Bíblia todas as manhãs e noites. Inclusive leu “Primeiros Escritos” e outros livros de Ellen White. Finalmente, foi batizado e se tornou líder dos jovens. Antes de entregar o coração a Jesus, Ivan havia organizado um clube fitness de sucesso no Cazã. As autoridades da cidade notaram seu trabalho e o convidaram para realizar eventos de exercícios para o público durante os feriados locais. Ele foi divulgado nos jornais locais. Atualmente, ele abandonou o clube fitness e abriu um destinado às crianças. Em pouco tempo conseguiu reunir 20 crianças gratuitamente em um parque público. As crianças notaram que Ivan amava a Jesus e começaram a fazer perguntas. Uma garota de 16 anos começou a frequentar a igreja.

Após da graduação em engenharia, Ivan sentiu que Deus o chamava para fazer teologia e ser um pastor. Ele se mudou para a Universidade Adventista de Zaoksky e agora está no terceiro ano do curso. Todos os verões ele retorna à Cazã para ajudar as crianças a cuidarem da saúde e também serem boas cidadãs. Ele organiza serviços comunitários como recolher o lixo das ruas.

Depois de cinco anos, Ivan não tem lembranças ruins daquele fatídico dia. “Na época eu acreditava que foi um dia horrível na minha vida”, disse. “Mas agora compreendo que foi um dia maravilhoso porque foi o dia que Deus usou para me salvar.”

Atualmente, a Escola Cristã Zaoksky funciona em instalações da Universidade Adventista de Zaoksky. Parte das ofertas ajudará as crianças a se terem suas próprias salas de aula. Entre os alunos do colégio interno, está a garota que ingressou na igreja através do clube de fitness de Ivan. Agradecemos muito pelas generosas ofertas.

Dicas da história

• Mostre Zaoksky, Rússia, no mapa. A cidade está localizada ao sul de Moscou. Também encontre Cazã.
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• Para mais informações missionarias e outras notícias da Divisão Euro-asiática acesse o site: bit.ly/2021-ESD.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2021
Tema Geral: Isaías: consolo para o povo de Deus
Lição 5 – 23 a 30 de janeiro de 2021

O nobre Príncipe

Autor: Sérgio Monteiro
Editoração: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

A lição desta semana se concentra na figura do Menino que nasceria para reinar. Ele é o foco do capítulo 9 e também dos capítulos seguintes, até o 12. Em nosso comentário desta semana, vamos discutir algumas intepretações alternativas para os versos 5 e 6 do capítulo 9 de Isaías e como identificar a que mais se harmoniza com o texto.

O contexto

O capítulo 8 termina em um contexto de falhas morais e religiosas do povo de Judá e, em consequência disso, a escuridão que viria sobre a terra. O capítulo 9:1 segue a narrativa, utilizando um contraste de resultados, no qual a escuridão deixa de existir, uma vez que o Eterno traria a glória de volta. Uma glória vista pelas nações, com libertação das aflições de guerra e o estabelecimento da paz.

O Príncipe da Paz

Novamente a profecia fala de um Menino, cujo nascimento está diretamente relacionado com o futuro de Israel. Essa criança seria um sinal da paz prometida no verso anterior, funcionando como penhor dessa paz. O verso 5 utiliza a preposição hebraica KI, que é retomada dos versos 1, 3 e 4, indicando uma sequência de ações interligadas, com a causa fundamental de todas elas sendo apresentada nos versos 5 e 6. É como uma leitura do efeito para a causa: tudo o que é descrito nos versos 1 a 4 é resultado do nascimento do Menino do verso 5.

Como pode um Menino ter tamanha responsabilidade? Ela não cabe a um rei, nem a qualquer ser humano. Necessariamente, portanto, o Menino precisa ser mais do que apenas um ser humano. Ele precisa ser Divino. E é isso o que Dele é declarado, ao ser-Lhe dado títulos como Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Nunca é demais enfatizar a força desses títulos. De forma clara, o Menino aqui é chamado por nomes que poderiam ser associados somente a Deus. Dada a incapacidade de enxergar a divindade do Menino, ou tendo por base pressuposições críticas, vários autores, dentre os quais o comentarista judeu Rashi, tentam fazer o verso dizer que Deus é o detentor dos títulos, não o Menino. Não obstante, a sintaxe hebraica é clara e direta: os títulos pertencem ao Menino, como reconhecia Ibn Ezra.

Os títulos do Menino são aplicados a Deus em outros lugares. Por exemplo, em Isaías 28:29, Deus é chamado de Maravilhoso em Conselhos. Em Isaías 10:21, é dito que o remanescente de Jacó se converterá ao Deus Forte (El Gibbor); em Daniel 7, o Eterno é chamado de Ancião de Dias, um sinônimo de Pai Eterno. Apenas Príncipe da Paz não parece ser aplicado ao Eterno Deus. Isso pode ser explicado ao observar que paz aqui advém da encarnação, algo que somente o Messias faria. Isaías 53 nos lembra de que o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele. Por isso, não é possível retirar o elemento messiânico dessa profecia.

Quando se cumpriu a profecia? Em toda Bíblia hebraica, não é possível encontrar nenhuma pessoa que contenha as características elencadas pelos oito termos hebraicos utilizados no verso 6. Somente a Pessoa de Jesus Cristo cumpre cada uma e todas as características citadas, conforme percebido pelos autores do Novo Testamento.

É possível que Jesus fosse esse Príncipe da Paz, quando a paz ainda não tinha vindo? Essa é uma objeção aparentemente válida. Não obstante, é preciso entender o que significa paz nas Escrituras. Ela é muito mais do que a simples ausência de guerras e exílios. O próprio capítulo 9, e os capítulos anteriores e posteriores, nos mostram que, no contexto bíblico, paz é algo muito maior e está relacionada com o restabelecimento da paz que se obtém com a reconciliação entre o homem e Deus. É a luz que brilha sobre a terra desolada e angustiada. Restringir a paz à ausência de guerra é deixar de perceber seu significado mais amplo e seu alcance universal.

Ademais, uma teologia ampla do livro de Isaías – e extensivamente da Bíblia hebraica – demonstra que o plano da redenção, que é realizado por meio do Messias, é obtido no processo histórico e não como um evento único. Encontramos nas descrições messiânicas elementos que parecem ser contraditórios, como sofrimento do Messias/reinado do Messias, morte do Messias/eternidade do Messias. Isso não faz sentido, a não ser que tenhamos descrições de momentos diferentes do ministério messiânico.

É por isso que, mesmo apresentando um quadro único da vinda do Messias, Isaías 11 precisa ser interpretado como contendo referências às duas manifestações do Messias, como foi bem acentuado em nosso guia de estudos. Em cada vinda, o Messias cumpre uma parte de Sua Missão. Se na primeira Ele é a Raiz de Jessé, na segunda Ele á Raiz de Davi, segundo o Apocalipse.

O plano da redenção é, portanto, uma obra histórica, também conhecida como história da redenção. Os seres com capacidade de reflexão histórica, nominalmente seres humanos, são chamados a cantar um cântico de resposta a cada ato salvífico de Deus, como no cântico do Mar em Êxodo 15, e no Cântico do Cordeiro, em Apocalipse. São cânticos de vitória e libertação, como o que encontramos em Isaías 12, que contém elementos semelhantes a esses cânticos, em diversos salmos e no cântico de vitória de Sofonias 3.

Esse curto poema é evocado como uma oração exatamente após a menção ao Êxodo, quando o grande cântico de libertação foi cantado pelos Israelitas, após a travessia do mar, e que entrou para a cultura religiosa e rituais anuais de Judá e Israel. Ademais, se as tradições de cópia dos manuscritos remontarem a esse período, é interessante mencionar que a própria forma do cântico do mar nos manuscritos reflete a ideia de que Deus foi um muro protetor e salvador ao redor de Seu povo. Novamente, o cântico é um convite à lembrança e reflexão histórica, e para que nunca nos esqueçamos de que a história de Israel era um caminho percorrido por eles de mãos dadas com o Eterno.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: O Pr. Sérgio Monteiro é casado com Olga Bouchard de Monteiro. É pai de Natassjia Bouchard Monteiro e Marcos Bouchard Monteiro. É bacharel em Teologia, mestre em Teologia Bíblica e cursa doutorado em Bíblia hebraica. É pastor na Escola do Pensar e no Instituto de Estudos Judaicos Feodor Meyer. É membro da Adventist Theological Society, International Association for the Old Testament Studies e Associação dos Biblistas Brasileiros.