Os seres humanos estão sempre em busca de mais poder. A fábrica Devel Motors, por exemplo, exibiu o protótipo de seu Devel Sixteen, um veículo com um motor de 16 cilindros e 12,3 litros que produz mais de 5 mil cavalos de potência. Se isso não for suficiente, considere o caminhão semirreboque Peterbilt, que conta com três motores a jato Pratt & Whitney J34-48. Ostentando 36 mil cavalos de potência, esse veículo faz 400 metros em 6,5 segundos e atinge 600 km/h antes de acionar seus dois paraquedas.
Em contraste, Paulo orou para que os efésios, sob a tentação de admirar os poderes e divindades de sua cultura, experimentassem, por meio do Espírito Santo, a imensidão do poder que Deus lhes oferecia em Cristo. Esse poder não é medido em potência de cavalos nem é mágico, mas é visto em quatro eventos da história da salvação e de mudança do cosmos: (1) a ressurreição de Jesus; (2) Sua exaltação no trono de Deus; (3) a colocação de todas as coisas em sujeição a Cristo; (4) a dádiva de Cristo à igreja como seu Cabeça (Ef 1:19-23).
Ao considerar esses eventos, os que creem podem começar a compreender e a experimentar a abrangência do poder que Deus exerce em favor deles.
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Motivado pelas notícias de que os crentes em Éfeso estavam crescendo na fé em Jesus e no amor uns pelos outros (talvez essas informações tenham sido compartilhadas por Tíquico; Ef 6:21, 22), Paulo contou-lhes o quanto orava por eles.
1. Compare os dois relatos de oração de Paulo em Efésios 1:15-23 e 3:14-21. Que temas os textos têm em comum?
Às vezes, nosso padrão de oração tem um tom pesaroso, e lamentamos os desafios e problemas. Os relatos de oração de Paulo em Efésios sugerem que a ação de graças é a língua original da oração. Agradecemos as bênçãos divinas. Buscamos discernir Deus em ação em circunstâncias difíceis e O louvamos por Sua presença transformadora em nossa vida. Celebrando a graça e o poder do Jesus exaltado (Ef 1:20-23), somos gratos por abençoar pessoas sob nossa influência. Eis o segredo transformador de Paulo: a oração é a chave do louvor e da ação de graças.
Paulo também disse: “não cesso de dar graças por vocês, mencionando- os nas minhas orações” (Ef 1:16; veja também Fp 1:3, 4; 1Ts 1:2; 5:16-18).
O que significa orar sem cessar (1Ts 5:17)? Não significa que estamos sempre ajoelhados em oração, mas que, abençoados por Deus, vivemos com o coração aberto à presença e ao poder divinos, buscando sinais para demonstrarmos gratidão a Ele. Significa prontidão para processar as questões da vida na presença divina e buscar o conselho divino à medida que experimentamos as reviravoltas da vida. Significa não viver distanciado de Deus, mas comprometido com Ele, sempre aberto à Sua liderança.
Às vezes vemos a oração como uma gentileza, um complemento ao discipulado que deve ser exercido quando for conveniente. Paulo ilustrou uma noção diferente. Ele levava a sério a tarefa de orar pelos efésios e o fazia agradecendo (Ef 1:16; 1:3-14) e intercedendo por eles (Ef 1:17-23; 3:14-21). Para ele, a oração é uma tarefa central da fé cristã. Esses versos apresentam um chamado à oração, um convite para considerar o próprio “ministério de oração” à luz da dedicação de Paulo a ele.
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“Não cesso de dar graças por vocês, mencionando-os nas minhas orações. Peço ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, que conceda a vocês espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento Dele” (Ef 1:16, 17).
Ao relatar suas orações, Paulo registrou um pedido central que ele colocou diante do trono de Deus. Ele já havia observado que o Espírito Santo entrara na vida dos crentes no momento da conversão deles (Ef 1:13, 14). Paulo, então, orou por uma nova bênção do Espírito; pediu que desse o discernimento espiritual necessário, focado em uma compreensão aprofundada de Jesus (“no pleno conhecimento Dele”; Ef 1:17).
2. Paulo orou para que o Espírito Santo desse aos crentes compreensão especial a respeito de quais três temas? Ef 1:17-19
Quando Paulo orou para que os crentes soubessem qual era “a esperança da vocação” deles (Ef 1:18), orou para que estivessem atentos às ações que Deus já havia tomado para a salvação deles (Ef 1:3-9, 11-13) e para o glorioso futuro que Ele tinha planejado para eles (Ef 1:10, 14).
Quando orou por uma percepção sobre “a riqueza da glória da Sua herança nos santos” (Ef 1:18), ele estava relembrando a noção do AT dos crentes como herança de Deus (Dt 9:29; 32:9; Zc 2:12; compare com Ef 1:11). Desejava que soubessem que eles não só possuíam uma herança de Deus, mas que eles eram herança Dele. Queria que entendessem seu valor para Deus.
Quando o apóstolo orou por discernimento sobre “a suprema grandeza do Seu poder sobre nós, os que cremos” (Ef 1:19), imaginou o Espírito Santo trazendo nova compreensão da imensidão do poder de Deus e efetivando- o na experiência deles.
Em todas essas orações, Paulo quis que essas pessoas experimentassem por si mesmas o que lhes havia sido dado por meio de Jesus.
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Nos versos restantes do seu relato de oração em Efésios 1:20-23, Paulo expandiu o terceiro tópico de compreensão que esperava que o Espírito Santo trouxesse aos crentes: a imensidão do poder de Deus, exercido em favor deles. Iniciou apontando para dois eventos da história da salvação como as primeiras ilustrações do poder divino: (1) a ressurreição de Jesus; (2) a exaltação de Jesus ao trono do cosmos.
3. Como o poder de Deus foi demonstrado por meio da ressurreição de Jesus? Ef 1:20; 1Co 15:20-22; Fp 3:8-11; Hb 13:20, 21; 1Pe 1:3
A ressurreição de Jesus é uma crença inegociável da fé cristã (1Co 15:14, 17). Porque Cristo ressuscitou, os crentes fiéis aguardam a grande e futura ressurreição para a vida eterna no momento de Seu retorno (1Co 15:20-23). Porque Cristo ressuscitou, podemos contar com as bênçãos do evangelho, incluindo a presença do Espírito Santo em nossa vida.
A imagem de Deus fazendo Cristo “sentar à Sua direita” (Ef 1:20) foi extraída do Salmo 110:1, a passagem do AT mais citada no NT (todas as passagens citadas parecem se basear nela). A exaltação de Cristo é bastante destacada em Efésios. Os crentes estão assentados em Cristo “nas regiões celestiais” (Ef 2:6). Além disso, Paulo se referiu à ascensão de Jesus como um prelúdio para Sua obra de encher todas as coisas e conceder dons à Sua igreja (ver Ef 4:8-11).
Em Efésios 4:8-11, Paulo nos advertiu a não adotar uma imagem meramente estática de Cristo no trono do Pai, apresentando, em vez disso, “a imagem dinâmica do NT do Cristo exaltado que avança por meio do Seu Espírito em todo o mundo, dominando e conquistando” (F. F. Bruce, The Epistles to the Colossians, to Philemon, and to the Ephesians [Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1984], p. 133). Assim, Paulo retratou a exaltação/coroação de Cristo não apenas como uma ilustração do poder divino oferecido aos crentes, mas como a fonte desse poder.
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Paulo celebrou a exaltação de Jesus, que está sentado com o Pai no trono do cosmos. Tendo definido a posição de Cristo em relação ao Pai (“à Sua direita nos lugares celestiais”; Ef 1:20, ARA), Paulo se voltou para a relação de Jesus com “os poderes”. Como corregente com o Pai, Jesus está “muito acima” de todos eles (Ef 1:21, NVI).
4. Compare a menção que Paulo fez dos poderes espirituais do mal em Efésios 1:21; 2:2; 6:12. Por que o interesse nesses poderes?
Atos 19:11-20, com a história dos sete filhos de Ceva, ilustra que, na época de Paulo, Éfeso era um centro de artes mágicas. “A característica predominante da prática da magia em todo o mundo helenístico era a consciência de um mundo espiritual que exercia influência sobre praticamente todos os aspectos da vida. O objetivo do mágico era discernir os espíritos benéficos dos nocivos e aprender suas diferentes atuações, forças relativas e autoridade. Através desse conhecimento, meios poderiam ser criados (com fórmulas faladas ou escritas, amuletos, etc.) para manipular os espíritos para o interesse do indivíduo. Com a fórmula adequada, uma doença induzida pelo espírito poderia ser curada, [ou] uma corrida de carruagens poderia ser vencida” (Clinton E. Arnold, Power and Magic: The Concept of Power in Ephesians, p. 18).
O interesse em nomear divindades e poderes em feitiços era uma característica da vida religiosa em Éfeso (At 19:13), e entre alguns até hoje. Paulo desejava deixar clara a relação entre Cristo e “os poderes”: o Jesus exaltado está “muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio” (Ef 1:21, NVI).
Para ter certeza de que o público entendesse que não há poder além de Jesus, ele acrescentou uma alusão à prática de reunir os nomes das divindades em feitiços: “Todo nome que se possa mencionar” (Ef 1:21). Voltando da dimensão do espaço para a do tempo, Paulo enfatizou a cronologia ilimitada da supremacia de Jesus sobre todos os poderes, a qual se aplica “não só no presente século, mas também no vindouro”.
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Os primeiros cristãos viam no Salmo 110:1 uma profecia da exaltação de Jesus: “Disse o Senhor ao meu Senhor: ‘Sente-Se à Minha direita, até que Eu ponha os Seus inimigos por estrado dos Seus pés.’” Eles liam o Salmo 8 da mesma forma, com a afirmação de que Deus pôs tudo “sob Seus pés” (Sl 8:6), os pés do “Filho do Homem” (Sl 8:4). Embora acreditassem que os poderes das trevas nos lugares celestiais estivessem sobre eles e ameaçassem subjugá-los, eles se apossavam da verdade de que esses poderes estavam sob os pés de Cristo.
Observe: “Sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo e, para ser O Cabeça sobre todas as coisas, [o Pai] O deu à igreja” – ou “O designou Cabeça de todas as coisas para a igreja”, NVI – (Ef 1:22). Embora “todas as coisas” seja uma expressão universal e inclusiva, Paulo ainda tinha em mente os poderes mencionados em Efésios 1:21. Todas as coisas – incluindo os poderes cósmicos, sobrenaturais, espirituais – estão sob os pés de Cristo, sendo subservientes a Ele.
5. Que benefícios a exaltação de Cristo ao trono e Seu domínio sobre todas as coisas no Céu e na Terra dão à Sua igreja? Ef 1:22, 23
Deus tornou Cristo vitorioso sobre todos os poderes malignos. A igreja, identificada com Cristo e suprida por Ele com tudo de que precisa, é a própria vitória garantida sobre esses inimigos. O poder de Deus, em exibição na ressurreição e na exaltação de Cristo sobre todo poder cósmico, foi ativado para a igreja. Deus deu o Cristo vitorioso à igreja, que está tão unida a Ele a ponto de ser chamada de Seu corpo.
Como conhecer o Cristo exaltado e experimentar o poder de Deus? Paulo não aborda mecanismos ou estratégias para isso. No entanto, o fato de que a passagem faça parte de um “relato de oração” é sugestivo. Ele acreditava que Deus responderia à sua oração e afirmou a eficácia de celebrar na presença de Deus o poder divino, revelado em Cristo, e pediu que esse poder fosse atuante na vida dos crentes.
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Estude estas duas descrições da exaltação de Cristo escritas por Ellen G. White: “Ao atravessar os portais do Céu, Jesus foi entronizado em meio à adoração dos anjos. Assim que essa cerimônia foi concluída, o Espírito Santo desceu em abundantes torrentes sobre os discípulos, e Cristo foi, de fato, glorificado com aquela glória que tinha com o Pai desde toda a eternidade. O derramamento do Pentecostes foi um anúncio do Céu de que a investidura do Redentor havia sido concluída. De acordo com Sua promessa, Jesus enviou do Céu o Espírito Santo sobre Seus seguidores, em sinal de que Ele, como Sacerdote e Rei, recebera todo o poder no Céu e na Terra, tornando-Se o Ungido que governaria Seu povo” (Atos dos Apóstolos [CPB, 2021], p. 25).
“Os braços do Pai envolvem o Filho, e é dada a ordem: ‘Todos os anjos de Deus O adorem’ (Hb 1:6). Com inexprimível alegria, governadores, principados e potestades reconhecem a supremacia do Príncipe da Vida. O exército dos anjos se prostra perante Ele, enquanto a alegre aclamação enche todas as cortes celestiais: ‘Digno é o Cordeiro que foi morto de receber poder, riqueza, sabedoria, força, honra, glória e louvor!’ (Ap 5:12, NVI).
“Hinos de triunfo se misturam com a música das harpas dos anjos, de maneira que o Céu parece transbordar de júbilo e louvor. O amor venceu. O perdido foi encontrado. O Céu vibra com fortes vozes que proclamam: ‘Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos’” (Ap 5:13; O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 671, 672).
Perguntas para consideração
- Reflita sobre o “agora” e o “ainda não” da exaltação de Jesus. Em que sentido Cristo já é Senhor de “todas as coisas”, incluindo os poderes demoníacos? Em que sentido Seu reinado completo sobre todas as coisas ocorrerá no futuro? (1Co 15:24-28)
- Você vive à luz do domínio de Cristo sobre todas as coisas ou sob a autoridade dos poderes caídos, que está se esvaindo? Você consegue identificar as forças do mal e fugir delas, sabendo que, embora derrotadas, elas ainda predominam no mundo?
Respostas e atividades da semana: 1. Louvor e ação de graças. 2. A esperança da vocação, a riqueza da glória da Sua herança e a suprema grandeza do Seu poder. 3. Na ressurreição, Cristo venceu a morte e foi entronizado à direita do Pai. Pelo poder da ressurreição, Ele nos regenera para a esperança de vida eterna. 4. Paulo desejava deixar clara a relação entre Cristo e “os poderes”: o Jesus exaltado está “muito acima de todo governo e autoridade, poder e domínio”. 5. A igreja é suprida por Cristo com tudo de que precisa e tem disponível o Seu poder.
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TEXTO-CHAVE: Efésios 1:19, 20
FOCO DO ESTUDO: Ef 1:15-23; Ef 3:14-21; Sl 110:1; 1Ts 5:16-18; Dt 9:29; 1Co 15:20-22
VISÃO GERAL
Introdução: Depois de fazer uma síntese sobre Cristo e louvar a Deus por Seu plano de salvação em Jesus, Paulo, em Efésios 1:15-23, assegura a seus irmãos e suas irmãs em Éfeso que ele está orando para que eles continuem a experimentar a salvação por meio do ministério do Espírito Santo na vida deles. O apóstolo pede a Deus Pai que dê aos efésios: (1) a experiência de conhecer a Deus por meio de Sua revelação, (2) a esperança proveniente do chamado e das promessas de Deus, e (3) a fé pela qual eles podem experimentar o poder infinito do Senhor Jesus Cristo (Ef 1:17-19).
O poder de Cristo se manifesta de duas maneiras. Primeiro, experimentamos o poder de Cristo por meio de Sua ressurreição. Somos ressuscitados espiritualmente para a nova vida em Cristo aqui e agora, e temos a promessa da futura ressurreição final para a vida eterna. Segundo, experimentamos o poder de Cristo por meio de Sua ascensão, pois Ele está sentado no trono do Universo como Deus, nosso Deus, que nos abençoa de Suas regiões celestiais, isto é, de Seu santuário celestial. Cristo Jesus criou o Universo e todos os seus poderes físicos e espirituais; portanto, todos eles são subordinados a Ele. Os poderes espirituais rebeldes que reivindicaram temporariamente o domínio sobre a Terra também são subordinados a Ele.
Além disso, saber que Jesus ascendeu ao átrio do trono de Deus já nos torna herdeiros e membros das regiões celestiais Nele. Em Cristo, todas as coisas do Universo são nossas! Um dia, nós também subiremos fisicamente a essas regiões celestiais e nos uniremos ao Universo para louvar a Deus ao redor de Seu trono (Ap 4:1-4, 8-11; Ap 5:6, 9-14; Ap 15:2-4).
Temas da lição: A lição desta semana destaca três temas principais:
-
As orações de louvor e ação de graças são essenciais para a vida do cristão;
-
É indispensável experimentar o poder transformador de Jesus e do Espírito na vida ;
-
Como verdadeiros cristãos, conhecendo e experimentando o poder de Cristo, podemos viver livremente Nele, sem temer os poderes rebeldes deste mundo.
COMENTÁRIO
“Por essa razão”
Ao longo da Epístola aos Efésios, Paulo usa várias expressões conclusivas, como:
-
Dia touto, que significa “através de”, “por causa de”, “devido a” (Ef 1:15; Ef 5:17; Ef 6:13);
-
Dio, significando “por isso”, “como resultado”, “portanto” (Ef 2:11, Ef 3:13; Ef 4:25; Ef 5:14);
-
Oun, que tem o sentido de “portanto”, “então” (Ef 4:1; Ef 5:1, 7; Ef 6:14;
-
Toutou charin, que significa “em favor de”, “pelo deleite de”, “por causa de”, “por essa razão”, “devido a” (Ef 3:1, 14).
Em traduções da Bíblia para o português, como a Nova Almeida Atualizada (NAA), essas expressões são traduzidas como “portanto” (Ef 2:11; Ef 3:13; Ef 4:1, 25; Ef 5:1, 7, 17; Ef 6:13, 14) ou “por isso, por essa razão” (Ef 1:15; Ef 3:1, 14; Ef 5:14). Assim, Paulo primeiro declara e descreve uma realidade ou verdade teológica como uma seção que serve de base. Então, ele desenvolve outra seção do tipo “por isso”, de natureza conclusiva, para aplicar essas ideias à vida da igreja. No entanto, às vezes ele usa uma seção conclusiva ou de aplicação como seção de base para outra seção de “aplicação” ou seção “por isso”. Dessa forma, o apóstolo progressivamente expande, desenvolve e enriquece o horizonte de seu pensamento sobre o evangelho, a igreja e a vida cristã.
Em Efésios 1:11-14, Paulo resume a essência do evangelho, a plataforma sobre a qual ele coloca Sua teologia “por isso” (Ef 1:15) e mostra como o evangelho se relaciona com a igreja (Ef 1:15-23), que é composta de “santos” (Ef 1:15, 18). Os santos são aqueles que têm fé em Jesus (Ef 1:15), têm “o espírito de sabedoria e de revelação” em conhecer a Deus (Ef 1:17) e foram iluminados para conhecer o chamado de Cristo, a herança que Ele quer nos dar e o superpoder de Sua ressurreição (Ef 1:18, 19). Esses santos são o corpo de Cristo (Ef 1:22, 23). Esse exemplo da teologia “por isso” de Paulo é a essência da igreja.
A igreja é edificada sobre o evangelho que Paulo acabou de descrever em Efésios 1:1-15. O restante da Epístola aos Efésios é sobre a igreja. Mas essa é uma igreja que é construída sobre o entendimento correto do evangelho, “o evangelho de Paulo”, como ele o descreveria em outros lugares (Rm 2:16; Rm 16:25; 2Tm 2:8).
Como foi observado, em Éfeso tudo era definido relacionando o evangelho com outra coisa. No contexto cosmopolita dessa cidade, era muito fácil ter a identidade moldada pela cultura efésia por meio da interação de uma religião ou filosofia com outras religiões e filosofias. No entanto, Paulo é inflexível neste ponto: a base da igreja, sua identidade, é moldada pelo plano ou evangelho de Deus que foi estabelecido por Ele antes da fundação do mundo e agora foi revelado em Jesus Cristo. A igreja (sua identidade, mensagem e missão) não é uma ideia cultural evolucionária. A igreja é o resultado do plano de Deus, da obra de Deus no mundo para salvar os pecadores e a humanidade.
Igreja, Apocalipse e filosofia
Paulo ora por sua igreja (Ef 1:16, 18), agradecendo a Deus por Sua obra nela. Paulo pede que Deus continue Sua obra de iluminação por meio de Seus dons de sabedoria e revelação (Ef 1:17, 18). Essa oração apresenta dois aspectos principais da natureza da igreja.
Primeiro, a igreja é construída sobre a revelação de Deus, não sobre a filosofia humana. Embora Paulo fosse versado em filosofia (At 17:28), ele se recusou a lançar qualquer pedra filosófica no fundamento da igreja. Para ele, a igreja deveria ser edificada não sobre a sabedoria e a retórica humanas, mas sobre o “testemunho de Deus”, Sua revelação em Cristo crucificado e sobre a “demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:1-5, ARA). No entanto, isso não significa que não haja sabedoria relacionada à edificação da igreja.
Pelo contrário, a igreja é edificada sobre a sabedoria, mas é uma “sabedoria [...] não, porém, a sabedoria deste século, nem a dos poderosos desta época, [...] mas [...] a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu” (1Co 2:6-8, ARA). É por isso que Paulo adverte os colossenses para não serem enredados com “sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, [...] e não segundo Cristo” (Cl 2:8; veja também Jo 1:12, 13; 1Co 1:20-27; 1Co 3:19; 1Tm 6:20, 21).
Essa atitude em relação à filosofia não implica que Deus, Paulo ou o cristianismo rejeitem a lógica ou a razão. Pelo contrário, a razão é uma das habilidades ou atributos humanos mais elevados com que Deus nos dotou quando criou os seres humanos à Sua imagem. O que Paulo quer dizer aqui é que a igreja, ou a religião cristã, não se baseia nos pressupostos e nas conclusões da filosofia. A filosofia clássica ocidental e, recentemente, a ciência moderna baseiam-se em grande parte no pressuposto de que não há revelação divina intencional, amorosa, especial, específica e proposicional. Em vez disso, o que a filosofia ocidental e a ciência moderna postulam é um esforço humano racional, místico ou psicológico para alcançar Deus ou certo reino divino. Esse pensamento é uma inversão da fé cristã.
Paulo insistiu inflexivelmente em afirmar que a igreja não é, e não pode ser, produto da filosofia ou ciência humanas, ou de suas pressuposições e conclusões. A igreja é o resultado da intervenção direta de Deus em nosso mundo, da revelação em Cristo Jesus e da revelação específica de Deus por meio das Escrituras. Por intermédio de Cristo e das Escrituras, Deus chamou a humanidade de volta a Si mesmo e ao Seu Reino. Quando os seres humanos respondem a esse chamado, eles se tornam a igreja de Deus estabelecida com base na obra direta de Jesus Cristo e do Espírito Santo em nós. Por essa razão, uma filosofia bem-sucedida construirá sua cosmovisão e pressupostos em referência à revelação divina.
Em segundo lugar, a igreja não é uma sociedade de dois níveis, composta por uma elite filosófica, esclarecida e intelectual de um lado e pessoas simples e ignorantes do outro. Em vez disso, todos os membros da igreja são iluminados e recebem a revelação e a sabedoria de Deus. Essa ideia é o fundamento cristão para os conceitos de graça e unidade. Os salvos, ou santos, não receberam salvação e revelação por causa de percepções, habilidades ou esforços especiais, mas por causa da graça de Deus, pois é Deus quem Se revela a todos os seres humanos e os chama para a salvação. Todos os membros da igreja herdam as mesmas bênçãos! Todos eles recebem a mesma revelação, a mesma salvação e a mesma missão. É por isso que a igreja é uma e não dividida em duas, três ou quatro classes ou níveis.
Medo dos poderes e vitória sobre eles
Nosso mundo está em uma busca por poder. Está buscando especialmente fontes espirituais de poderes, que darão sucesso ao longo da vida, domínio ou paz, controle e realização. À medida que nos aproximamos do fim da história humana pecaminosa, muitas pessoas, consciente ou inconscientemente, procuram poder em fontes demoníacas. Milhões de pessoas, de fato, percebem que esses poderes demoníacos as estão escravizando, mas não podem se libertar deles. Muitas nem sabem de qualquer poder alternativo. Elas simplesmente têm medo desses poderes demoníacos.
Muitas pessoas têm medo de terremotos, tsunamis ou buracos negros. Algumas têm medo da posição dos corpos celestes. Outras têm medo do poder do apetite ou da ira interior. Recentemente, a inteligência artificial se tornou fonte de medo para muitos.
Contudo, Paulo insiste em dizer que o poder de Cristo é infinitamente superior a todos esses poderes. Cristo criou todo o Universo com todos os seus poderes e fontes de energia, portanto, todas essas forças estão sob Seu controle. Ele nos criou e pode nos restaurar e nos ajudar a controlar a nós mesmos e a quaisquer problemas internos de que tenhamos medo. O Senhor criou todos os seres angelicais, uma parte dos quais se rebelou contra Deus e se tornou demoníaca, tentando controlar o mundo; mas Jesus derrotou a rebelião deles durante Sua primeira vinda e, por fim, os destruirá para sempre, bem como o poder deles, no fim do grande conflito. Mesmo agora, essas entidades demoníacas estão derrotadas e não podem obter vitória sobre nós quando estamos em Cristo Jesus.
Por essa razão, a Igreja Adventista sentiu a necessidade de expressar essa verdade do evangelho na forma da Crença Fundamental 11, intitulada “Crescimento em Cristo”:
“Com Sua morte na cruz, Jesus triunfou sobre as forças do mal. Aquele que durante Seu ministério terrestre subjugou os espíritos demoníacos, quebrou o poder do maligno e confirmou sua condenação final. A vitória de Jesus nos dá a vitória sobre as forças do mal que ainda procuram nos controlar ao andarmos com Ele em paz, alegria e com a certeza do Seu amor. Agora, o Espírito Santo habita em nós e reveste-nos de poder. Estando continuamente comprometidos com Jesus como nosso Salvador e Senhor, somos libertados do fardo dos atos cometidos no passado. Não mais vivemos nas trevas, com medo dos poderes do mal, na ignorância e na vida sem sentido de outrora. Nesta nova liberdade em Jesus, somos chamados a crescer na semelhança do Seu caráter, comungando com Ele diariamente em oração, alimentando-nos de Sua Palavra, meditando nela e na Sua providência, cantando Seus louvores, nos reunindo nos cultos e participando da missão da igreja. Também somos chamados a seguir o exemplo de Cristo pelo ministério compassivo às necessidades físicas, mentais, sociais, emocionais e espirituais da humanidade. Ao entregar-nos para o amoroso serviço em favor dos que estão à nossa volta e ao testemunharmos de Sua salvação, Sua constante presença conosco por meio do Espírito transforma cada momento e cada tarefa em uma experiência espiritual” (Associação Ministerial da Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia (org.), Nisto Cremos: As 28 Crenças Fundamentais da Igreja Adventista do Sétimo Dia [Casa Publicadora Brasileira, 2008], p. 167).
APLICAÇÃO À VIDA
- Às vezes, os elementos dos nossos cultos deixam pouco tempo para a oração individual ou coletiva. Desenvolvam um plano para transformar a igreja em uma casa de oração contínua por toda a comunidade e visitantes ao longo da semana.
- Como vocês poderiam ajudar as pessoas da comunidade a superar os medos que as mantêm presas aos poderes da tecnologia, do eu, de outros seres humanos ou do inimigo?
- Peça aos alunos que preparem um sermão sobre a Crença Fundamental 11. Quais são as três ideias que devem ser os pontos principais da mensagem?
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Salvo por um cachorro
Sekule - Montenegro
O idoso pai olhou para o jovem adventista de 21 anos que havia parado em seu apartamento para uma lição bíblica. Seu filho de 16 anos não estava em casa para receber a folha de papel com a lição bíblica na capital de Montenegro, Podgorica.
“Este é meu filho único”, disse o pai para Sekule. “Eu não tenho ninguém na minha vida com exceção dele.
Eu esperei por ele a minha vida toda. Eu quero saber de você. Você é de uma seita?”
Sekule queria dizer ao homem que ele não fazia parte de uma seita, mas que era adventista do sétimo dia. No entanto, ele estava assustado. “Não somos uma seita”, disse ele. “Somos cristãos que acreditam em Jesus Cristo e no Espírito Santo, e queremos ajudar seu filho a entender as crenças fundamentais da Bíblia. Seu filho não aprenderá nada errado.” “Eu não quero que ele se una a uma seita”, disse o pai.
Então o pai proferiu uma ameaça que fez o sangue de Sekule gelar.
“Se alguém levar meu filho para o caminho errado, eu estou pronto para matá-lo e defender minha família”, disse ele.
Era a década de 1990, e a liberdade estava no ar depois que a antiga Iugoslávia se dividiu em vários países menores, incluindo Montenegro. Sekule e outros adventistas estavam usando sua liberdade para distribuir estudos bíblicos pela capital.
Após o raivoso encontro, Sekule brigou com Deus por uma semana. Ele estava preocupado sobre o que aconteceria quando ele retornasse ao apartamento. Seu medo crescia diariamente. No sexto dia, ele se ajoelhou diante de Deus e disse: “Eu estou com muito medo. Não sei o que acontecerá. A única solução é não voltar ao apartamento, mas essa não é uma solução porque eu prometi ao filho que iria. Eu preciso de algo especial do Senhor. Por favor, me ajude.”
No dia seguinte, ele repetiu a oração, pegou as lições bíblicas e saiu de casa para distribuílas. Ao caminhar para o primeiro apartamento, ele passou por um parque que era o lar de uma matilha de cachorros abandonados. O maior cachorro deixou o grupo e seguiu Sekule.
“Sai!”, Sekule disse ao cachorro. “Sai daqui!”
O cachorro deu alguns passos para trás, mas depois voltou a segui-lo novamente.O cachorro esperou em frente ao primeiro prédio que Sekule visitou. Então, o cachorro o seguiu para o próximo. Quando Sekule chegou ao prédio do pai desconfiado, o cachorro o seguiu escada acima. Essa foi a primeira vez que o cachorro o seguiu para dentro do prédio. Sekule percebeu que Deus estava tentando encorajá-lo.
“Com esse cachorro, por que você está com medo?”, Deus parecia estar dizendo. “Eu enviarei um anjo para protegê-lo se você precisar. Este cachorro é uma evidência visível da Minha presença. O que você não pode ver é Minha proteção sobre você.” Sekule se sentiu encorajado.
Quando Sekule e o cachorro chegaram à porta do apartamento, Sekule disse novamente: “Sai! Vai embora!”
O cachorro deu três passos para baixo nas escadas e olhou para ele. Sekule tocou a campainha.
O pai abriu a porta. Quando viu Sekule, ficou furioso e gritou: “Mas você está…” Então, ele viu o cachorro e deu um passo para trás. Tomando um fôlego, ele disse em uma voz mais calma: “Meu filho decidiu não fazer mais lições bíblicas”.
Quando Sekule saiu do prédio, o cachorro foi embora na direção oposta. Sekule nunca mais viu o cachorro.
Cerca de 10 anos depois, o filho se tornou um cantor famoso em Montenegro. Certa vez, em uma entrevista, ele falou sobre sua fé. Ele disse: “Sou um crente de verdade, mas há algumas coisas que eu acredito de maneira diferente da nossa religião tradicional”.
Quando Sekule ouviu aquelas palavras, seu coração se encheu de alegria. Ele sabia que Deus havia usado as lições bíblicas para Sua glória.
Sekule não sabe o que aconteceu com o filho. Ele não canta mais nem mora em Montenegro. Mas Sekule sabe de uma coisa: Deus protege aqueles que compartilham o evangelho.
Parte da oferta do décimo terceiro sábado ajudará a construir um novo acampamento de desbravadores na cidade natal de Sekule de Montenegro, onde crianças e jovens poderão aprender sobre Deus. Obrigado por planejar uma generosa oferta de décimo terceiro sábado.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Sekule se pronuncia: Si-kú-li.
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Podgorica se pronuncia: Pod-gari-tsa. O nome significa “sob a colina”.”
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2023
Tema geral: Efésios
Lição 3 – 8 a 15 de julho
O poder do Jesus exaltado
Ideias principais
Em Efésios 1:15-23, Paulo agradeceu a Deus pelo que Ele tinha feito na vida de seus leitores (Ef 1:15, 16) e orou para que as bênçãos que o Senhor lhes havia concedido (mencionadas nos versos 3-14) fossem plenamente efetivadas na vida deles (v. 17-23).
Paulo orou mais especificamente para que seus leitores experimentassem, por meio do Espírito Santo, o poder que Deus havia exercido em Cristo. Esse poder “é visto em quatro eventos da história da salvação e de mudança do cosmos: (1) a ressurreição de Jesus; (2) Sua exaltação no trono de Deus; (3) a colocação de todas as coisas em sujeição a Cristo; (4) a dádiva de Cristo à igreja como seu Cabeça (Ef 1:19-23)”.
Texto-base da semana: Efésios 1:15-23
Antes do estudo da Lição da Escola Sabatina ou deste comentário, leia Efésios 1:15-23. Sugerimos uma tradução mais contemporânea da Bíblia, como a Nova Versão Internacional ou a Nova Versão Transformadora.
Notas de estudo
Para o estudo mais aprofundado do texto bíblico, sugerimos uma tradução mais literal, como a Nova Almeida Atualizada (que usamos abaixo).
1:17: o Pai da glória. Essa expressão significa “o glorioso Pai” (NVI).
Espírito de sabedoria e de revelação. Paulo orou para que o Espírito Santo concedesse aos cristãos um discernimento mais profundo de Deus, de Seus propósitos e do plano da salvação (veja 1Co 2:6-12).
1:18, 19: O mesmo poder que ressuscitou Jesus está disponível à igreja para cumprir o seu chamado (veja Ef 2:6; 3:7, 16, 20). Também está disponível aos cristãos individualmente como fonte de poder espiritual para levarem a vida que agrada a Deus (Fp 3:10; Cl 1:11).
Paulo orou especificamente para que os efésios (esse pedido inclui todos os cristãos) recebessem uma percepção espiritual a respeito de três bênçãos que receberam por meio de Cristo:
1) a esperança da vocação. Deus os havia chamado no passado, o que resultou na conversão deles (Ef 1:3-9, 11-13) e aponta para o futuro esperançoso em que todo o Universo estará unido sob a autoridade de Cristo (v. 9, 10);
2) a riqueza da glória da Sua herança nos santos. Essa expressão não se refere à herança que vamos receber (v. 14), mas ao fato de que nós mesmos somos a herança de Deus, o povo precioso que pertence a Ele (v. 11). Somos o que Deus anseia desfrutar para sempre; e
3) a suprema grandeza do Seu poder sobre nós. Essa frase se refere ao poder de Deus que Ele exerceu em Cristo e que está disponível a nós. Muitos habitantes de Éfeso esperavam obter poder sobre as forças sobrenaturais por meio de magia e ocultismo (At 19:11-20). Paulo mostrou aos seus primeiros leitores que o poder do Deus vivo e verdadeiro, manifestado em Cristo, triunfa sobre todas as autoridades concorrentes.
1:20: fazendo-O sentar à Sua direita. Jesus assumiu um “lugar de honra, à direita de Deus” (NVT). Essa é uma referência ao Salmo 110:1, o texto do Antigo Testamento mais citado no Novo Testamento (veja, por exemplo, At 2:34, 35; Rm 8:34; Cl 3:1; Hb 8:1). A ressurreição de Jesus e Sua exaltação ao trono do Universo são as primeiras demonstrações do poder de Deus em favor da nossa salvação.
1:21: acima de todo principado [...] e de todo nome. Cristo está acima de todos os seres sobrenaturais, incluindo as forças do mal (Ef 3:10; 4:8; 6:12; Cl 1:16; 2:15; 1Pe 3:19-22). Muitos habitantes de Éfeso adoravam a deusa Ártemis (ou Diana) como a Rainha dos Céus (At 19:23-41), mas Cristo é o verdadeiro Soberano do Universo (Fp 2:9) e possui “toda a autoridade [...] no céu e na Terra” (Mt 28:18).
1:22: E sujeitou todas as coisas debaixo dos pés de Cristo. Paulo citou o Salmo 8:6, que se refere a Gênesis 1:26-28. Cristo é o último Adão, que restaurou o domínio sobre a criação.
O cabeça sobre todas as coisas. Cristo é o verdadeiro Soberano do Universo, que possui autoridade sobre todas as coisas. Com o pecado, essa autoridade foi contestada, mas a Carta aos Efésios descreve um processo gradual de exaltação de Cristo. Em Sua ressurreição, ascensão e exaltação ao trono de Deus, o direito de Jesus à posição de autoridade foi reconhecido perante todo o Universo (Ap 5:2-14), e Sua soberania sobre a igreja é uma demonstração dessa realidade (Ef 1:19-23).
No entanto, essa autoridade ainda não é plenamente exercida enquanto existir morte, pecado e pecadores (veja 1Co 15:24-28). A soberania de Cristo será concretizada e reconhecida por todas as criaturas na “plenitude dos tempos” (Ef 1:10), quando Deus “reunir sob a autoridade de Cristo tudo que existe nos céus e na Terra” (NVT).
1:23: A igreja é Seu corpo; ela é preenchida e completada por Cristo, que enche Consigo mesmo todas as coisas em toda parte (NVT). Paulo destacou a relevância da igreja no plano da salvação ao usar duas expressões que descrevem o relacionamento da igreja com Cristo: corpo e plenitude.
Cristo Se identifica de tal forma com a igreja que ela é o Seu corpo, de maneira semelhante à que existe no casamento entre homem e mulher, que são “uma só carne” (Ef 5:28-32). Além disso, a igreja, preenchida e completada por Cristo, é representante Dele, expressando Seu poder e presença no mundo. A igreja recebe de Cristo tudo de que precisa para cumprir sua missão.
Cristo enche consigo mesmo todas as coisas em toda parte. A autoridade e soberania de Jesus preenchem todas as coisas por meio de Seu governo sobre o Universo.
Conclusão
A oração de Paulo em Efésios 1:15-23 é uma das descrições mais poderosas da exaltação de Jesus que encontramos no Novo Testamento. Contudo, o apóstolo não descreveu a autoridade ilimitada e eterna de Cristo como mera curiosidade ou detalhe teológico. Ele desejava impactar a realidade dos cristãos, que são constantemente tentados a achar, pelo menos na prática, que alguma outra coisa é maior do que Deus na vida deles. A mensagem de Paulo é que tudo, absolutamente tudo, está debaixo da autoridade soberana de Jesus.
Cristo está “muito acima [...] de todo nome que se possa mencionar, não apenas nesta era, mas também na que há de vir” (Ef 1:21, NVI). Isso significa que neste mundo ou na eternidade não há
- nenhum nome de marca ou empresa;
- nenhum nome de celebridade ou personalidade;
- nenhum nome de alguma pessoa rica ou poderosa;
- nenhum nome de político ou autoridade;
- nenhum nome de empreendedor ou acadêmico;
- nenhum nome familiar;
- nenhum nome de líder religioso ou mentor que possa fazer real diferença em nossa vida, a não ser o nome do Senhor Jesus Cristo.
Referências
- Esta seção é adaptada de John K. McVay, Ephesians (Nampa, ID: Pacific Press, 2022), capítulo 3.
Conheça o autor dos comentários para este trimestre: Matheus Cardoso é graduado em Teologia pelo Unasp-EC. Serviu à Casa Publicadora Brasileira como editor durante alguns anos e hoje atua como tradutor profissional para a Casa Publicadora Brasileira e outras instituições.