A essência da dignidade do ser humano é uma origem comum. O fato de termos sido criados por Deus de maneira única valoriza cada indivíduo. O feto no ventre da mãe, o adolescente tetraplégico, o jovem adulto com síndrome de Down e a avó afligida pelo Alzheimer têm imenso valor para Deus, o Pai de cada um deles. “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Ele Senhor do céu e da Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas [...]. De um só homem fez todas as nações para habitar sobre a face da Terra” (At 17:24-26).
Nossa herança é compartilhada. Pertencemos à mesma família. Somos irmãos e irmãs feitos, formados e moldados pelo mesmo Deus. A criação proporciona verdadeiro senso de valor próprio. Quando os genes e cromossomos se uniram para formar a estrutura biológica única de nossa personalidade, Deus jogou fora o molde. Não há ninguém igual ao outro em todo o Universo. Somos únicos, criação singular, seres de valor imenso! O Criador do cosmos assumiu a forma humana e ofereceu a Si mesmo como sacrifício por todos nós para pagar o preço dos nossos pecados!
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Se somos apenas um aglomerado de células formadas aleatoriamente, mero produto do acaso, um símio africano desenvolvido, nada mais, a vida tem pouco significado. Se somos meramente uma das cerca de oito bilhões de pessoas que disputam um espaço no planeta Terra, a vida perde seu propósito, além da mera sobrevivência. Em contraste, a criação bíblica oferece uma razão para viver e um imperativo moral para a vida. Fomos criados por Deus e devemos prestar contas a Ele por nossas ações. Ele estabeleceu verdades absolutas, mesmo em um mundo de “relativismo moral”.
1. Leia Apocalipse 14:7; Romanos 14:10 e Tiago 2:8-13. O que o juízo sugere sobre responsabilidade e acerto de contas? Como o juízo, os mandamentos de Deus e a adoração estão relacionados?
A mensagem dos três anjos que voam pelo céu em Apocalipse 14 anuncia que “é chegada a hora em que Ele vai julgar” (Ap 14:7). Visto que fomos criados por Deus com a capacidade de fazer escolhas morais, somos responsáveis pelas decisões que tomamos. Se fôssemos apenas um aglomerado de células aleatórias, produtos da hereditariedade e do meio apenas, nossas ações seriam determinadas em grande parte por forças sobre as quais não teríamos controle.
O juízo, contudo, implica responsabilidade moral. Nesse momento decisivo na história, a hora do juízo, Deus nos chama a tomar decisões à luz da eternidade. O apelo do primeiro anjo: “adorem Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes das águas” (Ap 14:7) reconhece que a base da adoração é o fato de que fomos criados por Deus.
Aliás, a observância do sábado demonstra a crença de que Jesus é digno de ser adorado como Criador. Revela a aceitação dos Dez Mandamentos como princípios divinamente inspirados para viver vida plena. Como a lei é a base do governo de Deus e uma revelação de Seu caráter, tornase a norma para o juízo. A fidelidade ao mandamento do sábado é o reconhecimento do compromisso de sermos obedientes.
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Deus nos deu o sábado porque o mundo precisa desesperadamente da mensagem reconfortante da criação. No século 18, quando a teoria da evolução conquistava o mundo intelectual, Deus enviou uma incrível mensagem de esperança (Ap 14:6, 7).
Satanás fez todas as tentativas para distorcer a doutrina da criação, pois ele odeia Jesus e não quer que Ele receba a adoração devida a Ele como Criador e Redentor. O sábado está no centro do conflito sobre o mérito de Cristo para receber a adoração. A mensagem de Deus para os últimos dias é a que chama a humanidade a adorar Cristo como Criador. A base da adoração é o fato de que Ele nos criou.
2. Leia Gênesis 2:1-3; Êxodo 20:8-11 e Deuteronômio 5:12-15 no contexto de Apocalipse 14:6, 7. Podemos observar no mandamento do sábado a relação entre criação e redenção?
O sábado é um símbolo eterno do nosso descanso em Deus. É um sinal especial de lealdade ao Criador (Ez 20:12, 20). Em vez de uma exigência legalista, ele revela que o verdadeiro descanso da justiça pelas obras se encontra Nele. O sábado fala de um Deus que realizou por nós o que nunca poderíamos realizar por nós mesmos.
A Bíblia nos convida a descansar em Seu amor a cada sábado. Esse dia é símbolo de descanso, pela graça, não pelas obras; não é legalismo, mas garantia; não é condenação, mas dependência Dele. A cada sábado nos alegramos com a bondade de Deus e O louvamos pela salvação que só pode ser encontrada em Cristo.
O sábado também é o elo eterno entre a perfeição do Éden no passado e a glória dos novos céus e da nova Terra no futuro (Is 65:17; Ap 21:1).
O sábado nos chama de volta às nossas raízes. É uma ligação com nossa família original. Tem sido observado continuamente desde o início da história. É uma conexão ininterrupta de volta no tempo até nossa criação. Ele nos mantém focados na verdade de que somos filhos de Deus e nos convida a um relacionamento profundo com Ele.
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Na tentativa de destruir a singularidade de nossa criação, o diabo introduziu uma contrafação não tão sutil. A contrafação, aceita até mesmo por alguns de nós, é a seguinte: Deus é o principal Agente da criação, mas Ele levou longas eras para trazer a vida à existência. O processo que Ele usou foi a evolução. Essa abordagem tenta harmonizar “dados científicos” com o relato de Gênesis. Afirma que os dias da criação são períodos de tempo longos e indefinidos e que a vida na Terra tem bilhões de anos.
3. Como Deus criou o mundo? Sl 33:6, 9; Hb 11:3
O relato bíblico é claro. Deus “falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:9). “Pela fé, entendemos que o Universo foi formado pela palavra de Deus” (Hb 11:3). Em Gênesis 1, o autor afirma que Deus criou o mundo em seis dias literais de 24 horas e descansou no sétimo. A estrutura linguística de Gênesis 1 e 2 não admite nada diferente. Até mesmo estudiosos que não acreditam na criação literal de seis dias reconhecem que a intenção do autor era falar sobre a criação em seis dias.
A palavra hebraica para “dia” em Gênesis 1 é yom. Na Bíblia, toda vez que um número modifica a palavra yom como um adjetivo (terceiro dia, primeiro dia, etc.), limita o tempo a 24 horas. É sempre um período de 24 horas.
Além disso, se Deus não criou o mundo em seis dias literais, que valor teria o sábado? Por que Deus ordenaria que lembrássemos dele? Não faria absolutamente nenhum sentido deixar o sábado como um legado eterno de uma semana de criação de seis dias se essa semana literal nunca tivesse existido. Aceitar longas eras de criação é questionar a necessidade do sábado e levantar sérias questões sobre a integridade das Escrituras.
Ao atacar o sábado, Satanás desafia o ponto central da autoridade divina, e o que poderia ser mais eficaz em destruir o memorial da criação em seis dias do que negar a realidade dessa criação em seis dias? Não é à toa que tantas pessoas, incluindo cristãos, ignoram o sábado. Que preparação para o engano final!
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O grande conflito, que começou no Céu milênios atrás, girou em torno da autoridade de Deus. O questionamento permanece o mesmo no presente.
4. Leia Apocalipse 14:7, 9 e 12. Resuma esses versos completando as frases nas linhas abaixo:
Apocalipse 14:7 é um chamado para:
Apocalipse 14:9 é um apelo solene para não:
Apocalipse 14:12 descreve um povo que:
Essas passagens deixam claro que, nos últimos dias, a questão central do conflito entre o bem e o mal, entre Cristo e Satanás, é a adoração. Adoramos o Criador ou a besta? Visto que a criação é a base de todas as nossas crenças (afinal, qual das nossas doutrinas teria sentido à parte de Deus como Criador), o sábado do sétimo dia – inserido no próprio relato da criação (Gn 2:1-3) – é o sinal eterno e imutável dessa criação. É o símbolo mais fundamental do ensino mais básico. Mais fundamental ainda nesse contexto só o próprio Deus.
Portanto, usurpar o sábado do sétimo dia é usurpar a autoridade do Senhor no nível mais alto possível, Sua autoridade como Criador. É rejeitar e erradicar toda a autoridade na sua essência. É, de fato, buscar tomar o lugar do próprio Deus (2Ts 2:4).
É claro, o ponto em questão nos últimos dias é nosso amor e lealdade para com Jesus. Contudo, de acordo com a Bíblia, esse amor é expresso por meio da obediência aos mandamentos (1Jo 5:3; Ap 14:12) – e, dentre os mandamentos, somente o sábado está por trás de tudo, pois só ele aponta para Deus como Criador (Êx 20:8-11). Não é de admirar que ele será o símbolo externo da divisão final entre aqueles que adoram o Senhor e aqueles que adoram a besta (Ap 14:11, 12). Considerando o quão essencial e fundamental é o sábado, é difícil imaginar que a questão final da adoração ao Criador pudesse girar em torno de qualquer outra coisa.
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O sábado é um refúgio em um mundo exausto. Toda semana deixamos os cuidados do mundo e entramos no retiro divino – o sábado. O autor judeu Abraham Heschel chama o sábado de “um palácio no tempo” (The Sabbath: Its Meaning for Modern Man [Nova York: Farrar, Straus, and Giroux, 2005], p. 12). A cada sétimo dia, o palácio celestial de Deus desce do Céu à Terra, e o Senhor nos convida para a glória de Sua presença nesse período de 24 horas a fim de passar um tempo de íntima comunhão com Ele.
Na introdução do seu livro sobre a beleza e a solenidade do sábado, sua filha, Susannah Heschel, escreveu sobre o significado desse dia: “O sábado é uma metáfora do paraíso e um testemunho da presença de Deus; em nossas orações, aguardamos uma era messiânica que será um sábado, e cada Shabbat nos prepara para essa experiência: A menos que aprendamos a apreciar o sabor do sábado [...] não conseguiremos desfrutar a eternidade no por vir” (p. XV).
Na criação, Jesus construiu uma morada especial para nós, onde podemos encontrar refúgio e estar seguros. A obra Dele está completa, terminada. Quando descansamos no sábado, descansamos em Seu cuidado amoroso, na expectativa de nosso descanso eterno nos novos céus e na nova Terra que em breve virão.
5. Leia Isaías 65:17; 66:22; 2 Pedro 3:13 e Apocalipse 21:1. Guardar o sábado nos remete à eternidade?
O mesmo Deus que criou a Terra irá recriá-la, e o sábado continua sendo um símbolo eterno Dele como Criador (ver Is 66:23). Na verdade, os judeus viam o sábado como um símbolo, uma antecipação do que era chamado em hebraico olam haba, “o mundo por vir”.
A mensagem de três anjos que voam no céu com o apelo para adorarmos o Criador é a resposta do Céu para a falta de esperança de muitos no século 21. Ela nos aponta para o Criador, Aquele que, no princípio, fez todas as coisas, e para o nosso Redentor, Aquele que, após o juízo, quando o pecado for erradicado, fará novas todas as coisas. “E Aquele que estava sentado no trono disse: – Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: – Escreva, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras” (Ap 21:5).
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“A razão apresentada [...] para adorar a Deus é que Ele é o Criador. Na liturgia celestial, os seres celestiais expressaram a ideia de uma forma muito sucinta: ‘porque criaste todas as coisas’ (Ap 4:11). Na Terra, o fato de Deus ser o Criador precisa ser enfatizado o máximo possível. Por isso, o anjo diz: ‘Adorem Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes das águas’ (Ap 14:7). Foi corretamente indicado que o anjo usasse a linguagem do quarto mandamento para justificar o chamado para adorar a Deus (Êx 20:11). [...]
“Dentro do Decálogo, o mandamento do sábado permanece como selo no sentido de que (1) identifica quem Deus é – o Criador; (2) confirma o território sobre o qual Ele governa – tudo o que Ele criou; e (3) revela Seu direito de governar – pois Ele criou tudo. Para ter êxito, o dragão tinha que invalidar esse memorial de alguma forma (Ángel Manuel Rodríguez, The Closing of the Cosmic Conflict: Role of the Three Angels’ Messages, manuscrito não publicado, p. 41, 42).
Perguntas para consideração
- Como a mensagem do sábado responde aos grandes questionamentos da vida, tais como de onde viemos, por que estamos aqui e qual é nosso destino eterno?
- Reflita sobre a maravilha da criação e o milagre de nossa existência no vasto Universo. O principal memorial da criação, o sábado, vem até nós (em vez de irmos a ele) toda semana, sem exceção. O que isso nos ensina sobre a importância da doutrina da criação?
- Como observamos a questão da adoração em Daniel 3 e 6? O que há nesses relatos que pode nos ajudar a nos preparar para o desafio que o povo fiel de Deus enfrentará durante o drama em torno da “marca da besta”?
- Pense em alguém que acredita nos milhões, até bilhões, de anos de evolução como meio para a criação. Como mostrar a essa pessoa a irracionalidade de se observar o sábado do sétimo dia como memorial de uma criação assim?
Respostas e atividades da semana: 1. Somos responsáveis por nossos atos e prestaremos conta deles a Deus. A observância do sábado indica a aceitação dos Dez Mandamentos como norma para o juízo e a crença de que Jesus é digno de ser adorado como Criador. 2. Sim. O sábado é o memorial da criação e da libertação do pecado. 3. O mundo foi formado pela palavra de Deus. 4. Temer a Deus e dar glória a Ele; adorar a besta e a sua imagem; guarda os mandamentos de Deus e a fé em Jesus. 5. Sim. O mesmo Deus que criou a Terra irá recriá-la. O sábado é um símbolo eterno de Deus como Criador.
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PARTE I – VISÃO GERAL
Em tempos de crise, o que os seres humanos desejam mais do que qualquer outra coisa? Quando ocorre um desastre, o que todos nós procuramos? A única coisa que os seres humanos desejam mais do que qualquer outra em tempos de incerteza é a segurança. Quando um tornado, furacão, tufão ou algum outro desastre natural ocorre, o que desesperadamente desejamos? Queremos um lugar seguro para ficar com nossa família. Esse anseio por segurança também ocorre em tempos de guerra ou quando a violência assola nossas ruas.
Em um mundo caótico e incerto, o sábado é um oásis de paz. Ele nos aponta para o nosso Criador, que nos dá a garantia de segurança e proteção em Sua presença. O sábado é um refúgio, um santuário no tempo que desce do Céu à Terra a cada semana. Ele nos une em um vínculo comum com nossos irmãos e irmãs em Cristo. O sábado é o grande equalizador. Adorando juntos no sábado, reconhecemos e entendemos novamente que somos parte da grande teia da humanidade, criada por Deus, e que Ele “de um só homem fez todas as nações” (At 17:26).
Na lição desta semana, investigaremos mais profundamente o significado do sábado em nossa vida pessoal e descobriremos como uma compreensão adequada do sábado influencia nossas atitudes, nossas escolhas e ações. Nesta semana também estudaremos como o sábado será o ponto focal de uma crise sobre a lei de Deus no tempo do fim. O ataque final de Satanás será sobre o sábado, pois ele está incorporado no coração da lei de Deus como o símbolo eterno de Sua autoridade criativa.
PARTE II – COMENTÁRIO
A criação, o sábado e o juízo estão extremamente ligados em um padrão divino. A criação fala do Cristo que criou todos os povos. Portanto, temos uma ancestralidade comum. Quando o apóstolo Paulo estava debatendo com os filósofos na Grécia, ele usou este poderoso argumento: “O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe [...] a todos dá vida, respiração e tudo mais. De um só homem fez todas as nações para habitarem sobre a face da Terra” (At 17:24-26). O argumento de Paulo para os filósofos atenienses foi simplesmente este: o Deus da Bíblia é o Criador todo-poderoso de toda a humanidade; portanto, somos todos parte da mesma família humana. Compreender esse conceito da criação nos leva a respeitar, apreciar e tratar uns aos outros com bondade, cortesia e compaixão. O sábado é a expressão prática de que acreditamos em Deus como Criador e valorizamos a vida humana. A vida do ser humano é sagrada porque é um presente precioso que nos foi dado pelo nosso Criador. Nossa adoração no sábado testifica dessa verdade eterna. A lição desta semana analisa o sábado à luz do juízo.
O juízo, a lei e a liberdade de escolha
O fato de haver um juízo implica que os seres humanos podem fazer escolhas morais. Se apenas evoluíssemos, não haveria base real para o livre-arbítrio. Se tudo fosse determinado pela nossa hereditariedade ou ambiente, não seríamos capazes de exercer nossa liberdade de escolha.
William Provine, professor de História da Biologia na Universidade de Cornell, reconhece que evolução e livre-arbítrio são incompatíveis. Em uma palestra proferida em 12 de fevereiro de 1998, ele fez uma notável declaração: “A evolução naturalista tem consequências claras que Charles Darwin entendia perfeitamente [... incluindo a ideia de que] o livrearbítrio humano não existe. [...] O livre-arbítrio é um mito social desastroso e maldoso” (William Provine, um resumo da palestra “Evolution: Free will and Punishment and Meaning in Life”, proferida em 12 de fevereiro de 1998, disponível em www.discovery.org/a/9581/).
O livre-arbítrio com certeza não é um “mito social maldoso”. É um dom inalienável dado por Deus a cada um de nós. Se você acabar com o livre-arbítrio, não haverá como determinar o certo e o errado. Se há um juízo, deve haver uma lei que seja a base desse julgamento.
O apóstolo Tiago profere uma verdade eterna quando diz: “Pois quem guarda toda a lei, mas tropeça em um só ponto, se torna culpado de todos” (Tg 2:10). De que lei Tiago está falando? Os versículos 11 e 12 explicam isso claramente: “Aquele que disse: ‘Não cometa adultério’, também ordenou: ‘Não mate’. Ora, se você não comete adultério, porém mata, acaba sendo transgressor da lei. Assim, falem e vivam como pessoas que serão julgadas pela lei da liberdade
Nessa passagem de Tiago, a lei dos Dez Mandamentos, que é a base do juízo de Deus no tempo do fim, é mencionada como a lei da liberdade. O comentário de Ellen G. White sobre essa passagem é extremamente útil para entender a profundidade desses textos: “A única condição para o ser humano ser liberto é tornando-se um com Cristo. ‘A verdade vos libertará’ (Jo 8:32); e Cristo é a verdade. O pecado só pode triunfar enfraquecendo a mente e destruindo a liberdade da pessoa. A sujeição a Deus é restauração do próprio ser – da verdadeira glória e dignidade humanas. A lei divina, à qual somos postos em sujeição, é a ‘lei da liberdade’” (Tg 2:12; O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 374).
Quando entregamos nossa vida a Cristo, experimentamos a verdadeira liberdade. A obediência a Deus torna-se um prazer. Visto que a guarda do sábado está no cerne da lei de Deus, ela é um símbolo da nossa completa fidelidade a Cristo. Por meio de Sua graça, obedecemos aos Seus mandamentos, não para ser salvos, mas porque somos salvos por Sua graça e desejamos agradá-Lo em tudo o que fazemos.
Deus nunca força ou coage nossa vontade. Ele não forçou Satanás a servi-lo no Céu. Ele não coagiu Adão e Eva a obedecer no Éden e nunca nos obrigará a obedecer hoje. Mais uma vez: “Na obra da redenção, não há constrangimento. Nenhuma força externa é exercida. Sob a influência do Espírito de Deus, a pessoa é deixada livre para escolher a quem servirá. Na mudança realizada quando o coração se entrega a Cristo há a mais completa sensação de liberdade. A expulsão do pecado é um ato da própria pessoa. Na verdade, não possuímos capacidade para nos livrar do poder de Satanás; mas quando desejamos ser libertos do pecado e, em nossa grande necessidade, clamamos por um poder acima de nós mesmos, nossas forças são revestidas da divina energia do Espírito Santo e obedecem ao poder da nossa vontade para cumprir a vontade de Deus” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 374).
No derradeiro engano do diabo, ele tentará coagir o povo de Deus a servi-lo. Ao restringir sua capacidade de comprar ou vender, por meio do ridículo e da calúnia, por meio de perseguição, prisão e até morte, ele os pressionará a se conformarem. Enquanto Apocalipse 14:7 nos convida a adorar o Criador, Apocalipse 14:9 adverte contra a adoração à besta. O conflito final entre o bem e o mal é sobre adoração.
Um conflito semelhante sobre adoração ocorreu quando Daniel e seus amigos estavam cativos em Babilônia. Uma imagem da contrafação foi colocada nas planícies de Dura. O rei Nabucodonosor ordenou a todos os seus súditos que se curvassem e adorassem o ídolo de ouro. Aprovou-se um decreto, condenando à morte qualquer um que não se curvasse e adorasse a imagem de ouro. O segundo mandamento, que proíbe a fabricação e adoração de ídolos, tornou-se uma prova para os hebreus cativos. Eles se entregaram completamente a Deus. Por causa de sua lealdade e confiança, eles foram lançados na fornalha ardente. Contudo, Deus os protegeu. Jesus Cristo, o Filho do Homem, entrou nas chamas com eles e lhes deu proteção divina.
Nos últimos dias da história da Terra, o mundo será posto à prova quanto ao quarto mandamento: “Lembre-se do dia de sábado, para o santificar” (Êx 20:8). O mandamento que leva toda a humanidade a adorar seu Criador será substituído por um falso dia de adoração. Mais uma vez, Deus terá um povo fiel a Ele. Apocalipse 14:12 declara: “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus”. O remanescente de Deus, o Seu povo dos últimos dias, perseverará até o fim. Por Sua graça e pelo Seu poder, eles “guardarão os Seus mandamentos”.
Eles obedecerão, pois a “fé de Jesus” enche seus corações e todos os aspectos de sua vida. Eles experimentarão a mesma qualidade de fé que Jesus teve quando enfrentou a cruz. Eles depositarão absoluta confiança em seu Pai celestial. Esse relacionamento de confiança com Deus os levará ao conflito final da Terra. O cerne da lição desta semana é entender que Aquele que nos criou cuidará de nós na crise final da Terra. A guarda do sábado revela nossa confiança em Jesus, nosso Criador, Redentor, Intercessor e Rei vindouro. Esse é o apelo de Deus a cada um de nós à luz de Seu juízo final. A obediência à Sua lei é o fruto da nossa fé.
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Reflita: John Oxenham era o pseudônimo de William Arthur Dunkerley. Ele foi um poeta inglês e escritor de hinos. Oxenham escreveu um poema intitulado The Ways [Os caminhos] que resume bem a lição desta semana:
Para cada homem se abre um Caminho, e Caminhos e um Caminho.
A Alma Superior sobe o caminho Superior, e a Alma Inferior tateia o Inferior e, no meio, nas planícies enevoadas, o restante vagueia em um vai e vem.
Mas, para todo homem se abre um Caminho Superior e um Inferior. Cada homem decide o Caminho que sua alma deve seguir.
O livro do Apocalipse apela para que façamos escolhas eternas. Não pode haver neutralidade na guerra final da Terra. As provações que enfrentaremos, sobre as quais Oxenham escreveu com tanta eloquência, farão com que “todo homem [decida] o caminho que sua alma deve seguir”.
Convide os membros da classe a refletir sobre as seguintes perguntas durante a próxima semana e a orar a respeito do tema:
-
A adoração no sábado é um deleite ou uma exigência legalista para mim? Por quê?
-
A minha maior alegria é fazer a vontade de Deus? Por quê?
-
Há coisas em minha vida que ainda tenho me recusado a deixar por amor a Cristo? Se sim, quais são? Como posso aprender a abandoná-las?
A cruz nos chama a uma profundeza de experiência espiritual que é muito mais do que um mero conhecimento mental da verdade. À luz do juízo final no Céu, nosso Criador nos convida a confiar plenamente Nele nestas horas finais e decisivas da história da Terra.
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Plano de fuga audaz
Georgio
Itália | 13 de maio
Georgio se deparou com o que ele achava ser o plano perfeito para escapar da Romênia comunista.
Ele viu pessoas sortudas embarcando em trens na capital da Romênia, Bucareste, para uma viagem do país fechado até a capital francesa, Paris. Enquanto ele observava, notou uma abertura entre o forro e o teto do trem de passageiros. Era espaço suficiente para esconder um jovem.
Ele não poderia embarcar no trem sem ter uma passagem, mas cada trem com destino a Paris parava por alguns minutos depois de se afastar da estação de trem. Foi tempo suficiente para ele correr nos trilhos, subir no vagão do trem e se espremer dentro da brecha. Era um crime tentar fugir da Romênia. Ele iria para a prisão se fosse pego. Mas em 1982, ele tinha 20 anos e ansiava por uma nova vida.
Ele pensou que era o primeiro a ter um plano de fuga. Mas ele não foi o primeiro. Os guardas anteciparam a ousada tentativa de fuga e o pegaram. Georgio foi interrogado por duas semanas. As autoridades perguntaram se ele era anticomunista e se ele tinha algum segredo para levar para fora do país. Então, ele foi enviado para a prisão para aguardar a sentença do tribunal.
Georgio não acreditava em Deus. Mesmo tendo rejeitado a ideologia do governo, o governo o convenceu de que era melhor ser ateu do que cristão. Ele acreditava que apenas pessoas estúpidas acreditavam em Deus. Na prisão, Georgio conheceu um adventista do sétimo dia pela primeira vez. O jovem tinha a mesma idade que ele. Ele havia sido recrutado para o exército e preso por se recusar a trabalhar no sábado. Georgio notou que ele se comportava de forma diferente dos outros prisioneiros. Seu rosto era diferente. Ele parecia ser uma boa pessoa. Os dois começaram a conversar. Para a surpresa de Georgio, ele não era estúpido, mesmo acreditando em Deus.
O prisioneiro adventista lhe falou sobre a Bíblia, que era proibida na Romênia.
Georgio ficou curioso para saber mais e resolveu encontrar uma Bíblia depois que fosse libertado.
Horas depois de tomar essa decisão, Georgio foi levado ao tribunal para ser sentenciado por sua tentativa de fuga. Ele sabia que enfrentaria uma sentença dura destinada a desencorajar outros de fazer algo semelhante. Ele já estava preso havia dois meses.
Mas a juíza tomou uma decisão incomum. “Você será libertado imediatamente”, disse ela.
O procurador do estado protestou. “Mas ele cometeu um crime contra o estado”, disse ele.
A juíza não cedeu. Voltando-se para o policial que tinha trazido Georgio ao tribunal, ela perguntou: “Quando você pode libertá-lo?”
“Ele estará livre amanhã”, o policial respondeu.
Enquanto Georgio estava sendo escoltado de volta à prisão, o policial disse com admiração: “Certamente você conhece alguém lá de cima”. Georgio quase falou que ele não conhecia ninguém importante. Então, ele percebeu que Alguém no Céu poderia estar ajudando.
Georgio não foi libertado no dia seguinte. Nem no próximo. No sexto dia, seu amigo adventista perguntou: “Você tem certeza de que a juíza disse que você seria libertado imediatamente?”
Naquele momento, Georgio se lembrou de sua resolução de estudar a Bíblia após sua libertação. Ele resolveu estudar a Bíblia mesmo na prisão, com a ajuda de seu amigo adventista. Quando ele contou ao amigo sobre sua decisão, o guarda da prisão veio. “Você está dispensado de seus deveres de trabalho amanhã”, disse ele. “Você vai ter que ficar em sua cela porque será liberado.”
E foi isso que aconteceu.
Georgio cumpriu sua promessa a Deus. Ele encontrou uma Igreja Adventista e começou a adorar todos os sábados. Sua vida mudou. Ele não ansiava mais fugir da Romênia. Ele havia descoberto algo mais importante: a liberdade em Jesus. Ele estava feliz.
Hoje, Georgio vive na Itália e é um fiel membro da Igreja Adventista romena em Roma. Ele e sua esposa têm três filhos adultos e oito netos. Ele deixou a Romênia após o colapso comunista.
Até hoje, Georgio não consegue explicar por que a juíza o libertou. Ele tem certeza de que só Deus poderia ter intervindo.
Georgio continua em contato com o ex-prisioneiro adventista, agora dono de uma construtora. Por se recusar a renunciar ao sábado, o adventista foi condenado a dois anos de prisão. Mas ele foi libertado sob uma anistia presidencial dois meses depois de Georgio. Ele ficou preso apenas um ano.
Georgio é um homem magro de 60 anos, com cabelos brancos e um sorriso gentil. Nada em seu rosto sugere sua notável experiência com Deus. Para saber de sua história, é preciso perguntar. É por isso que Georgio gosta de pedir às pessoas que compartilhem seus testemunhos pessoais. “Por causa dessa experiência, eu gosto de convidar as pessoas para nossa casa para ouvir suas histórias”, diz ele. “Você não sabe o que está por trás do rosto das pessoas.”
Obrigado por suas ofertas missionárias da Escola Sabatina que ajudam a espalhar as boas-novas sobre a liberdade em Jesus na Itália, na Romênia e por toda a Divisão Intereuropeia, que receberá a oferta do décimo terceiro sábado deste trimestre.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Encorajar os ouvintes a compartilhar seus testemunhos pessoais uns com os outros sobre o poder de mudança de vida de Deus – e pedir aos outros que contem suas próprias histórias.
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Baixe as fotos no Facebook: bit.ly/fb-mq.
- Baixe as publicações e os principais fatos rápidos da missão da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023
Tema Geral: Temam a Deus e deem glória a Ele
Lição 8 – 13 a 20 de maio
O sábado e o fim
Autor: Moisés Mattos
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Esther Fernandes
Introdução
A Bíblia não se contradiz em suas abordagens. O texto, quando corretamente interpretado, levará a uma verdade objetiva, vinda da fonte divina. Uma das necessidades do estudante do livro sagrado é fazer conexões entre os temas. Um desses assuntos é o sábado e sua relação com as três mensagens angélicas. Por vezes me questionei: “Por que entendemos que o Apocalipse fala do sábado, dentro do contexto do grande conflito e das três mensagens, se o sábado não aparece explicitamente no último livro das Escrituras?”
Nesta semana, buscamos conectar esses assuntos em um estudo bíblico.
I - O sábado e as três mensagens angélicas
Como já foi mencionado, a pergunta que não quer calar é: Onde encontramos o sábado nas três mensagens angélicas? Não há menção explícita ao dia de guarda nessa passagem. Começamos dizendo que o Apocalipse não faz citações diretas do Antigo Testamento, mas trabalha com alusões a lugares, pessoas e ideias do Antigo Testamento.
Em Apocalipse 14:7, o anjo, que representa a igreja, fala do Deus que criou o céu, a Terra, o mar e as fontes das águas. Mas de onde vem essa designação de Deus como Criador? Jon Paulien, em um artigo de 1998, intitulado “Revisiting the Sabbath in the Book of Revelation” [Revisitando o Sábado no Livro do Apocalipse], publicado no Journal of the Adventist Theological Society (v. 9, Iss. 1, article 18), explica que poderia ser de Gênesis 1 e do Salmo 146:6 (“Que fez os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há”) ou de Êxodo 20. Todavia, segundo ele, tudo leva a Êxodo 20 (o texto dos Dez Mandamentos), pois em Êxodo 20 e Apocalipse 14 há um paralelo temático.
Em Êxodo 20, há três motivações para a obediência a Deus:
- Salvação – Êxodo 20:1 (“Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirou da terra do Egito”);
- Juízo – Êxodo 20:5 (“Que visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração...”);
- Criação – Êxodo 20:11 (“Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a Terra...").
Em Apocalipse 14 (capítulo das três mensagens angélicas), vemos uma repetição dos temas:
- Apocalipse 14:6 – Evangelho eterno (motivação da salvação);
- Apocalipse 14:7 – A hora do Seu juízo (motivação do juízo);
- Apocalipse 14:7 – Adorai Aquele que fez (motivação da criação).
Conclusão
O texto de Apocalipse 14 está ecoando o mandamento do sábado de Êxodo 20 e situando o sábado dentro das três mensagens angélicas. A temática é paralela, e a linguagem é correspondente.
II – O sábado e o tempo do fim
No entanto, por que o sábado é importante dentro do grande conflito e no tempo do fim? Não seria apenas um capricho dos sabatistas?
Como já vimos, a grande questão no fim será a adoração. Nesse contexto, o sábado entra não como um mero dia de descanso, mas como um sinal distintivo dos obedientes a Deus, em contraste com os que se rebelam contra o Criador (Ez 20:12, 20).
No sábado, sabemos a quem adorar e reconhecer (o Deus Criador) e quando adorar (no sétimo dia).
Como bem colocou Ángel Manuel Rodríguez: “Dentro do Decálogo, o mandamento do sábado permanece como selo no sentido de que (1) identifica quem Deus é – o Criador; (2) confirma o território sobre o qual Ele governa – tudo o que Ele criou; e (3) revela Seu direito de governar – pois Ele criou tudo. Para ter êxito, o dragão tinha que invalidar esse memorial de alguma forma” (Ángel Manuel Rodríguez, The Closing of the Cosmic Conflict: Role of the Three Angels Messages, p. 40, 41).
O sábado é um sinal identificador daqueles que adoram o Deus certo, no tempo certo e da maneira certa. Ele deixa de ser um dia para ser um marco que remete ao seu originador: o Senhor Deus.
Conclusão
Em um tempo em que conceitos evolucionistas estão entrando na igreja cristã, como a guarda do sábado pode nos proteger do engano do ateísmo e de outras teorias que negam a existência de Deus?
Um texto esclarecedor sobre esse ponto está no livro Patriarcas e Profetas, p. 285: “O sábado, como um memorial do poder criador de Deus, mostra-O como Aquele que fez os céus e a Terra. Por isso, esse dia é uma constante testemunha de Sua existência e uma lembrança de Sua grandeza, sabedoria e amor. Se o sábado tivesse sempre sido observado de maneira sagrada, nunca teria havido um ateu ou idólatra”.
Pensemos nisso e observemos o sábado segundo o modelo de Jesus!
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.