No século 15, os vales do Piemonte, no alto dos Alpes ao norte da Itália, eram o lar dos Valdenses, um povo determinado a permanecer fiel à compreensão que tinham da Bíblia. Como resultado de sua resoluta lealdade a Cristo, foram ferozmente perseguidos. Em 1488 d.C., exércitos da Igreja Romana assassinaram brutalmente os Valdenses no Vale de Loyse devido à fé que professavam.
Outra onda de perseguição se deu no século 17, quando o duque de Saboia enviou 8 mil soldados para o território deles e exigiu que a população local abrigasse as tropas em suas casas. Eles fizeram o que o duque pediu, porém essa foi uma estratégia para dar aos soldados acesso às vítimas. Em 24 de abril de 1655, às 4 da manhã, o sinal foi dado para o massacre. Esse ataque matou mais de 4 mil fiéis.
Infelizmente, a história se repete muitas vezes. A “marca da besta” será o último elo de uma cadeia ímpia de perseguição religiosa que remonta ao passado. Como as perseguições antigas, tem o objetivo de impor um conjunto de crenças e um sistema de adoração. Entretanto, como sempre, Deus terá um povo que não se renderá.
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Como já estudamos, os poderes das bestas de Apocalipse 13 e 14 representam um sistema mundial de adoração falsa. Porém, há mais que isso.
1. Leia Apocalipse 13:5; 12:6, 14 e Daniel 7:25. Por quanto tempo esse poder dominaria o panorama religioso ao longo dos séculos?
A besta continuaria por um período de tempo específico na história. Em profecias temporais simbólicas, um dia profético equivale a um ano literal. Em Números 14:34 lemos: “cada dia representando um ano”. Aqui é aplicado o princípio bíblico de contar um dia por um ano. “Um dia para cada ano” (Ez 4:6). Esse princípio tem se mostrado preciso na interpretação de profecias bíblicas de tempo, como a das 70 semanas de Daniel 9:24-27. Calculando o período de tempo mencionado em Apocalipse 13:5 de 42 meses, com meses de 30 dias, chegamos a 1.260 dias proféticos ou anos literais. Os calendários antigos tinham regularmente 360 dias por ano.
No 4o século, o imperador romano Constantino legitimou o cristianismo em todo o império. Em 330 d.C., quando mudou sua capital para Bizâncio a fim de unir as partes oriental e ocidental do império, deixou um vácuo de liderança em Roma. O papa, então, preencheu esse vazio. Tornou- se não apenas um poderoso líder religioso, mas também uma força política a se levar em conta na Europa. Em 538 d.C., Justiniano, o imperador romano, concedeu oficialmente ao bispo romano o papel de defensor da fé. A igreja medieval exerceu grande influência de 538 d.C. a 1798 d.C., incluindo a terrível perseguição mencionada na introdução da lição. Berthier, o general de Napoleão, levou o papa cativo em 1798, em cumprimento exato da profecia.
Berthier e seu exército capturaram o Papa Pio VI e o removeram sem cerimônia do trono papal. O golpe no papado foi grave, mas, de acordo com Apocalipse 13:12, a ferida mortal seria curada, e o mundo ouviria mais desse poder, muito mais.
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2. Leia 2 Tessalonicenses 2:3, 4, 9-12. O que Paulo prevê sobre os últimos dias? Quais são as marcas distintivas da besta, o poder do anticristo?
O apóstolo Paulo advertiu a comunidade cristã de uma “apostasia”, um afastamento da verdade da Palavra de Deus. Ele estava preocupado com as sementes dessa apostasia já presentes na igreja do NT, e que floresceriam nos próximos séculos antes da segunda vinda de Cristo. Um evangelho falso entraria na igreja, distorcendo a Palavra de Deus.
Satanás é quem está por trás disso. Ele é o verdadeiro “homem da iniquidade”, que “se levanta contra tudo o que se chama Deus” e se assenta “no santuário de Deus” (2Ts 2:4). Mas o grande enganador trabalha através de influências humanas para realizar seus propósitos. As características distintivas em Daniel e Apocalipse revelam que o chifre pequeno de Daniel 7, a besta de Apocalipse 13 e 14 e o “homem da iniquidade” de 2 Tessalonicenses 2 representam a mesma entidade.
O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia afirma: “Uma comparação com a profecia de Daniel sobre o poder blasfemo que sucedeu a Roma pagã [...] e com a descrição de João sobre a besta semelhante a um leopardo [...] revela muitas similaridades entre os três relatos [o chifre pequeno, o poder da besta e o homem da iniquidade]. Isso leva à conclusão de que Daniel, Paulo e João falam do mesmo poder, [...] o papado” (v. 7, p. 275).
A profecia descreve um sistema religioso que fez concessões em relação à Palavra de Deus, substituiu o evangelho por tradições humanas e se afastou da verdade bíblica. Essas profecias são dadas por um Deus de amor a fim de preparar um povo para a vinda de Jesus. Elas reprovam as organizações religiosas apóstatas que se afastaram das Escrituras, embora não necessariamente as pessoas que estão nelas (Ap 18:4). Nossa mensagem é sobre um sistema que tem enganado milhões. Embora enganadas, essas pessoas são amadas por Cristo. Por isso, devemos tratá-las com amor.
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Pesquisas revelam uma profunda falta de confiança em instituições e governos. Milhões se perguntam: “Onde há alguém moralmente apto para liderar o mundo?” As profecias do Apocalipse identificam o poder da besta como aquele que, sob a proteção de uma união religiosa/política, assumirá esse papel
3. Leia Apocalipse 17:12-14. Como João descreveu as cenas finais da história da Terra? Que grande contraste observamos?
João destaca três pontos importantes. Primeiro, os poderes políticos têm “um mesmo propósito” e “oferecem à besta o poder e a autoridade”. Segundo, esse conglomerado de erro lutará contra Jesus, o Cordeiro. Terceiro, na última batalha da Terra, Cristo e Seus seguidores serão triunfantes. A besta perde; Jesus vence.
Você já se perguntou que estratégia o diabo pode usar para unir as nações? A história muitas vezes se repete. Tiramos lições valiosas do colapso do Império Romano. Quando as invasões germânicas do Norte ameaçaram a Europa Ocidental, Constantino se voltou para a religião. A autoridade da igreja, combinada com o poder do Estado, tornou-se o instrumento de que ele precisava. O contínuo fortalecimento da santidade do domingo no 4o século foi um movimento político e religioso calculado para unir o império em um momento de crise. Constantino queria seu império unido, e a Igreja Romana queria o império “convertido”. O historiador Arthur Weigall afirmou: “A igreja tornou o domingo um dia sagrado [...] em grande parte porque era a celebração semanal do Sol; pois era uma política cristã clara assumir pela tradição os festivais pagãos estimados pelo povo e conferir-lhes significado cristão” (The Paganism in Our Christianity [Nova York: G. P. Putnam’s Sons, 1928], p. 145).
Em um momento de crise, quando o mundo está assustado, sofrendo e com medo, as pessoas estarão desesperadas por alguém que traga estabilidade e proteção. Foi assim que a tirania surgiu no passado, e não há razão para pensar que isso não poderia acontecer novamente.
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Um grupo adora a besta, e outro guarda os mandamentos de Deus (que incluem o quarto, que o poder da besta pensou em mudar) e tem a fé de Jesus. Essa é a diferença. Atuando por meio das bestas do mar e da terra, o diabo tenta minar a autoridade de Deus atacando o ponto central da adoração, ou seja, o sábado. A marca da besta é colocada na testa ou na mão. A testa é um símbolo da mente, onde estão a consciência, a razão e o discernimento; a mão, por outro lado, é um símbolo de ação e realização.
Um dia serão aprovadas leis anulando a liberdade religiosa. Os que são fiéis à Bíblia e ao sábado serão rotulados como inimigos da união e do bem da sociedade.
“Os que honram o sábado bíblico serão denunciados como inimigos da lei e da ordem, como se estivessem comprometendo as restrições morais da sociedade, causando anarquia e corrupção e atraindo os juízos de Deus sobre a Terra. Será declarado que suas objeções são teimosia, obstinação e desprezo à autoridade. Serão acusados de deslealdade ao governo” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 492).
A Igreja de Roma afirma que o domingo é a “marca” de sua autoridade eclesiástica. “Claro que a Igreja Católica afirma que a mudança foi ato dela [...]. E o ato é uma marca de seu poder e autoridade eclesiástica em questões religiosas” (The American Catholic Quarterly Review, janeiro de 1883).
No futuro, numa crise internacional, o mundo enfrentará uma transformação política, social, religiosa e moral radical, em que a observância do domingo será imposta e, em seguida, se tornará “a marca da besta”. A Bíblia não diz como tudo vai acontecer, mas apresenta esboços que mostram que o clímax do conflito se dará em torno da adoração à besta ou ao Criador, e que o sábado terá um papel fundamental.
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Talvez o palco esteja sendo montado para a perseguição futura. Em 6 de junho de 2012, Bento XVI apelou a mais de 15 mil pessoas reunidas na Praça de São Pedro, em Roma, afirmando que o domingo devia ser um dia de descanso, a fim de que todos estivessem livres para ficar com a família e com Deus. “Ao defender o domingo, defende-se a liberdade do ser humano”. Isso não significaria exigir que se observe esse dia, em lugar do sábado bíblico, mas mostra que o conceito do domingo como o “dia de descanso” é algo real. Leis serão aprovadas, e aqueles que seguirem a Bíblia e guardarem o sábado serão rotulados como inimigos dos melhores interesses da sociedade.
Nessa crise, pela graça de Deus, os seguidores de Cristo não cederão à pressão. Em contraste com a marca da besta, receberão o selo de Deus. Selos eram usados antigamente para atestar a autenticidade de documentos oficiais. Espera-se, então, que o selo de Deus esteja inserido na Sua lei. Os selos eram uma marca individualizada distinta. “Guarde bem o testemunho e sele a lei entre os meus discípulos” (Is 8:16).
5. Leia Êxodo 20:8-11. Que elementos de um selo bíblico encontramos no mandamento do sábado? Em que o mandamento do sábado é diferente de todos os demais?
O quarto mandamento contém três elementos de um selo autêntico. Primeiro, o nome de quem o selou: “o Senhor, seu Deus” (Êx 20:10). Segundo, o título de quem o selou: o Senhor que “fez” (Êx 20:11), o Criador. E, terceiro, o território em que Ele reina: “os céus e a Terra, o mar e tudo o que neles há” (Êx 20:11). O selo de Deus será colocado apenas em nossa testa, símbolo da mente (Ap 7:1-3). Jesus respeita nossa liberdade de escolha. Ele nos convida a deixá-Lo moldar nossa mente por meio do Seu Espírito para que não nos afastemos da segurança da fé na Palavra (Ef 4:30). Os fiéis são os que “guardam os mandamentos de Deus e [têm] a fé de Jesus” (Ap 14:12, ARC). Nos mandamentos está incluso o quarto, que o poder da besta pensou em alterar.
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“Quando o protestantismo estender os braços por sobre o abismo a fim de dar uma das mãos ao poder romano e a outra ao espiritismo, quando por influência dessa tríplice aliança os Estados Unidos forem induzidos a repudiar todos os princípios de sua Constituição, que fizeram deles um governo protestante e republicano, e adotar medidas para a propagação dos erros e falsidades do papado, podemos saber que é chegado o tempo das ações sobrenaturais de Satanás e que o fim está próximo” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 5, p. 385).
“Tendemos a ignorar o fato de que o domingo é o dia de adoração das forças oponentes [...] no Apocalipse. O domingo é um símbolo extremamente importante, que revela a astúcia inacreditável e o sofisma do dragão. [...] Essa [...] mudança da lei de Deus expressa em uma simples ação a essência do ódio do dragão contra Deus no conflito cósmico. Sua simplicidade é altamente enganosa. O dragão tem procurado usurpar o lugar de Deus no cosmos, se autodescrevendo como o verdadeiro objeto de adoração e argumentando que a lei de Deus é injusta – que deve ser mudada. O dragão mudou a lei no ponto em que Deus é identificado como Criador e Redentor, o único digno de adoração (Êx 20:8-11; Dt 5; Ap 4:11; 5:9, 13, 14). A mudança manifesta não apenas o ódio da vontade do Senhor (a lei), como também a tentativa de usurpar o lugar de Deus, tornando-se o objeto de adoração. [...] A universalização dessa mudança na lei lhe garantiria a vitória” (Ángel Manuel Rodríguez, The Closing of the Cosmic Conflict: Role of the Three Angels’ Messages, manuscrito não publicado, p. 53, 54).
Perguntas para consideração
- Na expectativa dos eventos finais, por que devemos evitar fanatismo, marcação de datas e especulações além do que foi revelado por Deus? Quais foram os resultados quando eventos esperados não ocorreram quando e como as pessoas previram?
- Como responder aos que dizem que o enredo bíblico sobre a marca da besta e a perseguição parece impossível, dado o estado atual do mundo? Por que esse raciocínio é insensato, considerando as mudanças rápidas que ocorrem no mundo?
Respostas e atividades da semana: 1. 1.260 anos. 2. Um evangelho falso entraria na igreja, distorcendo a Palavra de Deus e se levantando contra tudo o que se chama Deus, querendo parecer Deus. 3. Os poderes políticos darão à besta autoridade e poder. Eles lutarão contra o Cordeiro, que os vencerá junto com os fiéis que estão com Ele. 4. A marca da besta é colocada na testa ou na mão. O povo de Deus guarda os mandamentos de Deus e tem a fé de Jesus. 5. O nome de quem o selou, Seu título e o território do Seu domínio. O mandamento do sábado é o único que identifica Deus como Criador. O poder da besta pensou em alterar esse mandamento.
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PARTE I – VISÃO GERAL
A Bíblia é um todo coeso. O tema do grande conflito corre como um fio escarlate por suas páginas, tecendo suas narrativas e verdades sagradas. O ministério de Cristo, Seu sacrifício expiatório, Seu ministério sumo sacerdotal e Seu retorno são temas que ecoam ao longo dos seus capítulos. O grande conflito chega ao clímax no livro do Apocalipse. A lição desta semana, intitulada “O selo de Deus e a marca da besta: parte 2”, dá continuidade à nossa identificação do poder da besta que surge do mar, descreve os eventos finais da Terra e compartilha princípios práticos que nos ajudarão a nos preparar para a vinda de Jesus.
Um dos princípios importantes na compreensão das profecias bíblicas de tempo é o princípio dia-ano. Para recapitular esse conceito, nas profecias de tempo de Daniel e Apocalipse, um dia profético equivale a um ano literal. Vamos rever a base bíblica e histórica para esse princípio em nosso estudo desta semana. Outro importante princípio de interpretação profética é a ligação entre as profecias de Daniel e Apocalipse. Mostraremos que a besta que emerge do mar (Ap 13) é uma besta composta, uma fusão das criaturas simbólicas de Daniel 7: o leão, o urso, o leopardo e a besta semelhante a um dragão, os dez chifres e o chifre pequeno, o que surge do Império Romano pagão e domina os poderes representados pelos dez chifres.
O poder do chifre pequeno de Daniel 7, o “homem do pecado” de 2 Tessalonicenses 2 e a besta que surge do mar em Apocalipse 13 representam o mesmo poder opressor que perseguiu o povo de Deus durante a Idade Média: o papado romano. Em nosso estudo desta semana, descobriremos como a besta que emerge do mar, em Apocalipse 13, também se opõe à igreja de Deus nos últimos dias e oprime o remanescente, os que “guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).
PARTE II – COMENTÁRIO
Apocalipse 12 indica que Satanás perseguiria a igreja de Deus durante a Idade Média. De acordo com esse capítulo da Bíblia, os fiéis seguidores de Cristo fugiriam para o deserto por 1.260 dias (Ap 12:6). Como lemos em Apocalipse 12:14: “Foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, para o seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora do alcance da serpente” (Ap 12:14). Em Daniel 7:25, o profeta viu que o chifre pequeno, ou o poder da união de igreja-Estado da Igreja Católica Romana, tentaria “mudar os tempos e a lei; e os santos [seriam] entregues nas mãos dele por um tempo, tempos e metade de um tempo”. De acordo com Apocalipse 13:5, a Igreja-Estado Católica Romana teria permissão para “agir durante quarenta e dois meses”. Todos esses três períodos de tempo (1.260 dias; tempos, tempo, metade de um tempo; e os 42 meses) descrevem o mesmo período de tempo na história e aparecem sete vezes nos livros de Daniel e Apocalipse.
Em um artigo publicado pelo Instituto de Pesquisa Bíblica da Igreja Adventista do Sétimo Dia, Gerhard Pfandl faz a seguinte observação: “Até o século 19, a maioria dos estudiosos dos livros apocalípticos de Daniel e Apocalipse usava o método historicista para interpretar as profecias desses livros. Um dos principais pilares do método historicista é o princípio dia-ano, que diz que, nas profecias apocalípticas de tempo, um dia representa um ano. Durante o século 19, o método historicista foi lentamente substituído pelos sistemas de interpretação preterista e futurista; ambos negam o princípio dia-ano. Os preteristas colocam a maioria das profecias no passado até a época do Império Romano; os futuristas colocam a maioria das profecias no futuro, especificamente nos últimos sete anos entre o arrebatamento secreto e o segundo advento de Cristo” (Pfandl, “In Defense of the Year-day Principle”, Journal of the Adventist Theological Society 23, nº 1, 2012, p. 3).
É lógico concluir que, dada a natureza simbólica das imagens de Daniel 7, 8, 9 e 12 e das imagens de Apocalipse 12 e 13, os períodos de tempo nesses capítulos também são simbólicos. Quando aplicamos o princípio de um dia por um ano em cada um desses exemplos, os eventos previstos acontecem exatamente no tempo certo.
Um artigo do Instituto de Pesquisa Bíblica da Igreja Adventista também apresenta este ponto revelador: “De acordo com o contexto, todas as expressões, ‘tempo, tempos e metade de um tempo’ (Dn 7:25; 12:7; Ap 12:14), ‘quarenta e dois meses’ (Ap 11:2; 13:5) e ‘mil duzentos e sessenta dias’ (Ap 11:3; 12:6) se aplicam ao mesmo período de tempo, mas a expressão natural ‘três anos e seis meses’ não é utilizada uma única vez. ‘O Espírito Santo parece, de certa forma, esgotar todas as frases pelas quais o intervalo poderia ser expresso, excluindo sempre aquela forma que seria usada, é claro, na escrita comum, e é usada invariavelmente nas Escrituras em outras ocasiões para denotar o tempo literal. Essa variação é mais significativa se aceitarmos o sistema dia-ano, mas se torna quase inexplicável na outra visão’ (Thomas R. Birks, First Elements of Sacred Prophecy [Londres: William E. Painter, 1843], p. 352; citado em Gerhard Pfandl, “In Defense of the Year-day Principle”, Journal of the Adventist Theological Society 23, nº 1, 2012, p. 8).
Os 1.260 dias proféticos, e o período de um tempo, tempos e metade de um tempo de Daniel e Apocalipse equivalem a 1.260 anos. Explicando esse período profético, o Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia declara: “O período profético do ‘chifre pequeno’ começou em 538 d.C., quando os ostrogodos abandonaram o cerco a Roma, e o bispo de Roma, liberto do controle ariano, ficou livre para exercer as prerrogativas do decreto de Justiniano, de 533 d.C., e a partir de então aumentar a autoridade da ‘Santa Sé’ (ver comentário sobre Dn 7:8). Exatamente 1.260 anos depois (1798), as vitórias espetaculares do exército de Napoleão, na Itália, colocaram o papa à mercê do governo revolucionário francês, que então o advertiu de que a religião romana seria sempre inimiga irreconciliável da República; e acrescentou: ‘Existe uma coisa ainda mais essencial para alcançar o fim desejado, e essa é destruir, se possível, o centro de unidade da igreja romana; e depende de vossa senhoria, que reúne em sua pessoa as qualidades mais distintas do general e do hábil político, alcançar essa meta se a considera factível” (A. Aulard, Christianity and The French Revolution, p. 158). Em resposta a essas instruções, e por ordem de Napoleão, o General M. Berthier invadiu Roma com um exército francês, proclamou que o governo político do papado chegara ao fim, e levou o papa prisioneiro para a França, onde morreu no exílio” (v. 4, p. 834).
As profecias do Apocalipse predizem que a ferida mortal, infligida ao papado pelo exército de Napoleão, seria curada, e o papado ascenderia à preeminência internacional (Ap 13:3). Essa ascensão daria início ao conflito final entre a marca da besta e o selo de Deus. Para entender mais plenamente a natureza desse conflito, devemos primeiro decodificar o significado do selo de Deus. O que é exatamente esse selo?
De acordo com Romanos 4:11, um sinal e um selo são equivalentes. Os selos eram bem conhecidos no mundo antigo. Eles eram usados para autenticar documentos. Eles também eram um sinal de propriedade. Os selos eram frequentemente feitos de cera ou estampados em argila fresca. De todos os mandamentos, o sábado é o único que se qualifica como o selo de Deus. Ele contém o nome, o título e o domínio do Legislador. Como observa P. Gerhard Damsteegt: “O quarto mandamento pode ser considerado um selo porque ‘é o único de todos os dez em que se encontra tanto o nome quanto o título do Legislador. É o único que mostra pela autoridade de quem é dada a lei. Dessa maneira, contém o selo de Deus, afixado à Sua lei como prova da autenticidade e vigência dela’ (Patriarcas e Profetas [CPB, 2021], p. 258). O sábado ajuda a dar aos Dez Mandamentos seu significado singular. ‘O sábado foi colocado no decálogo como o selo do Deus vivo, apontando o Legislador e fazendo conhecido o seu direito de governar’. Portanto, o sábado é o sinal de um relacionamento entre Deus e Seu povo, servindo como ‘um teste de sua lealdade a Ele’ (Signs of the Times, 13 de maio de 1886). A missão dos adventistas do sétimo dia pode ser descrita como apresentar ‘a lei de Deus como prova de caráter e como selo do Deus vivo’” (Testemunhos Para a Igreja [CPB, 2021], v. 2, p. 383; Damsteegt, “The Seal of God”, Adventists Affirm, v. 8, nº 3, Year End 1994, p. 37, 38).
O selo de Deus, manifestado pela guarda do sábado, é um sinal de aceitação da autoridade de Deus em nossa vida. Como Ellen G. White tão poderosamente declara: “Tão logo o povo de Deus seja selado na fronte – não é algum selo ou sinal que pode ser visto, mas a consolidação na verdade, tanto intelectual como espiritualmente, de modo que não possa ser abalado – tão logo o povo de Deus esteja selado e preparado para a sacudidura, ela virá” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 4, p. 1279, 1280). Selados pelo Espírito Santo, estamos preparados para a crise que se aproxima. Fazemos bem em atender à advertência do apóstolo Paulo: “E não entristeçam o Espírito Santo de Deus, no qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Ef 4:30).
PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA
Reflita: Por mais drasticamente que o selo de Deus seja oposto à marca da besta, eles têm uma coisa em comum. Nenhum deles é atribuído instantaneamente. O recebimento do selo de Deus ocorre durante um período em que nossa mente está diariamente em conformidade com a imagem de Cristo. Ellen G. White escreveu: “Somos transformados pela contemplação – essa é uma lei, tanto da natureza intelectual quanto da espiritual. A mente vai se adaptando aos assuntos com os quais se ocupa” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 462, grifo nosso).
Ao contemplar Jesus e preencher nossa mente com os ensinos de Sua Palavra, nos tornamos mais semelhantes a Ele. Leva tempo para o caráter se desenvolver. Relacionamentos significativos e duradouros são desenvolvidos ao longo do tempo e demoram para ser estabelecidos. Ao meditarmos na vida de Cristo, o Espírito Santo trabalha em nossa vida para “selar” dentro de nós os princípios do Reino de Deus em preparação para o teste final sobre o mandamento do sábado.
Da mesma forma que o selo de Deus não é recebido em um instante, a marca da besta também não o é. Concessões diárias, pecados acalentados, conservação de ídolos ocultos do coração, atitudes não cristãs fomentadas – tudo isso leva ao recebimento da marca da besta. Se falharmos nas provas de hoje, certamente falharemos nas provas maiores de amanhã, quando a marca da besta for imposta. Como o antigo pregador adventista Luther Warren costumava dizer: “A única maneira de estar pronto para a vinda de Jesus é se preparar e permanecer preparado”.
Peça aos alunos que reflitam sobre a declaração de Luther Warren. Incentive-os a orar durante esta semana para que Deus mostre qualquer coisa que seja um impedimento para que eles estejam prontos para a segunda vinda de Cristo.
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Batizada novamente
Salomé
Portugal | 10 de junho
Salomé foi batizada quando bebê, mas não seguia as doutrinas da igreja de seus pais. Para ela, algo não parecia muito certo sobre os ensinamentos da igreja.
Ao crescer, Salomé parou de ir à igreja completamente. Ela não queria nada com a igreja. Mas ainda acreditava em Deus e pedia Sua orientação.
Salomé começou a pensar muito em Deus quando seu neto de quatro anos, Jorge, foi matriculado na Escola Adventista na Ilha da Madeira, em Portugal. A ilha está localizada a uma hora e meia de avião ao sul de Portugal e a oeste da costa africana.
A família não tinha planejado colocar Jorge na Escola Adventista. A mãe do menino o levou à escola pública por vários dias, mas ele começava a chorar quando ela o deixava. “Buá!”, Jorge chorava.
Ninguém conseguia entender por que Jorge chorava. Seus pais não sabiam o que fazer. Salomé não sabia o que fazer.
Então, o menino e seus pais viajaram para Funchal, a maior cidade na ilha, para realizar algumas tarefas. Enquanto a família estava cuidando de seus negócios, eles notaram uma escola limpa, ladeada por uma cerca com um portão de metal. Eles entraram para dar uma olhada mais de perto.
No momento em que Jorge pisou no terreno da escola, ele exclamou: “Eu gosto dessa escola!”
Então, ele viu outras crianças brincando no parquinho.
“Eu não quero ir para a outra escola”, disse ele.
Ele olhou para a mãe e o pai com grande determinação em seu rostinho. Batendo seu pé no chão, ele gritou: “Eu não quero ir para a outra escola!”
Foi assim que Jorge foi matriculado na Escola Adventista. Os professores permitiram que Salomé acompanhasse seu neto às aulas nos dois primeiros meses para garantir que ele se adaptasse bem. Salomé gostou da escola e dos professores. Ficou claro que Jorge também gostou da escola, pois ele nunca chorou ou pediu para ir para casa.
O pastor de uma Igreja Adventista que se reunia no segundo andar da escola convidou Salomé para participar dos estudos bíblicos.
“Eu não me importo de receber estudos bíblicos”, respondeu Salomé.
“Posso ir aos estudos bíblicos a qualquer hora, mas não serei batizada novamente. Ninguém vai colocar água na minha cabeça novamente.” Ela não foi aos estudos bíblicos.
Depois de algum tempo, Jorge e seus pais começaram a ir às reuniões de oração todas as quartas-feiras na escola. Então, os pais começaram a receber estudos bíblicos. Ao ver que eles estavam estudando a Bíblia, Salomé concordou com os estudos bíblicos. Mas ela insistiu que não seria batizada novamente.
“Eu fui batizada quando nasci”, dizia ela. “Não preciso ser batizada novamente.”
Salomé reuniu-se para os estudos bíblicos com uma senhora da igreja chamada Ana. No início do primeiro estudo bíblico, Ana curvou sua cabeça e orou pedindo a presença de Deus. No final do estudo bíblico, Ana perguntou: “Você gostaria de orar novamente?”
Salomé balançou a cabeça negativamente. Foi seu primeiro estudo bíblico, e ela tinha uma mistura de sentimentos sobre o que estava acontecendo.
Ana sugeriu cantar uma música em vez disso, e Salomé concordou. Ana abriu um hinário e segurou para que ela e Salomé pudessem cantar juntas.
Ana começou a cantar: “Eu quero ser, Senhor amado, como um vaso nas mãos do oleiro”.
Imediatamente Salomé caiu em prantos. Ela tentava, mas não conseguia cantar uma única palavra.
Surpresa, Ana parou de cantar. Ela se levantou e deu um grande abraço em Salomé.
“Não chore”, disse ela.
A canção foi muito significativa para Salomé. Ela explicou que a canção que Ana havia escolhido aleatoriamente havia sido tocada no funeral de sua mãe. Ana também começou a chorar.
Salomé continuou os estudos bíblicos com Ana. Ela aprendeu sobre o exemplo de Jesus do batismo por imersão. Ela viu que a Bíblia não ensina o batismo infantil. Ela também foi às reuniões de oração com o neto e seus pais. Então, os pais declararam que planejavam ser batizados. Duas semanas antes do batismo, Salomé telefonou para Ana: “Eu quero falar com o pastor”.
Ana adivinhou o que estava na mente de Salomé.
“Você quer fazer o que eu acho que você quer fazer?”, perguntou ela.
O pastor ficou surpreso por Salomé querer ser batizada depois de ser tão irredutível sobre não precisar ser batizada novamente. Ele sugeriu que ela tomasse tempo para decidir. Salomé entregou seu coração a Jesus no batismo cinco meses depois.
Hoje, Salomé serve no departamento do Ministério da Mulher de sua igreja. O pai de Jorge é um ancião da igreja, e sua mãe é diaconisa. Jorge foi batizado quando tinha 12 anos.
Até hoje, Salomé não entende por que Jorge chorou na escola pública e ficou feliz na Escola Adventista. Mas uma coisa está clara: porque Jorge foi para a Escola Adventista, sua vida mudou completamente. “O Espírito Santo tocou meu coração”, diz Salomé. “Foi quando eu soube que tinha que ser batizada.”
A educação é uma forma importante que a Igreja Adventista do Sétimo Dia tem de compartilhar as boas-novas da breve volta de Jesus em Portugal. Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a expandir a educação adventista abrindo uma escola de ensino fundamental em Setúbal, Portugal. Obrigado por planejar uma oferta generosa.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Mostre a localização da Ilha da Madeira em Portugal, no mapa.
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Baixe as publicações sobre a missão e fatos rápidos da Divisão Intereuropeia: bit.ly/eud-2023.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023
Tema geral: As três mensagens do Apocalipse
Lição 12 – 10 a 17 de junho
O selo de Deus e a marca da besta – parte 2
Autor: Moisés Mattos
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Introdução
Nesta semana continuamos o estudo da lição anterior aprofundando mais o contraste entre o selo de Deus e a marca da besta.
I – Características da besta
A besta é um poder político e religioso que lidera um sistema mundial de falsa adoração. A interpretação da profecia classificada como apocalíptica estabelece que uma besta ou um animal é símbolo de um reino (Dn 7). No caso da besta do mar de Apocalipse 13, estamos falando de um reino que mistura religião com controle político. O impressionante é perceber que esse animal, também identificado como o anticristo, surge a partir do cristianismo (1Jo 2:18, 19). Empoderado por Satanás, o verdadeiro iníquo, esse poder promove a apostasia. O apóstolo Paulo já antevia isso quando afirmou: “Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição” (2Ts 2:3).
Mas afinal, quem nominalmente é a besta?
II – Quem é a besta?
Estudando Daniel e Apocalipse, conclui-se que a besta (anticristo) tem sua origem no fim do Império Romano com o chifre pequeno (Dn 7:7, 8). Há uma sequência cronológica dentro das profecias de Daniel. A base de Daniel 2, com Babilônia (ouro), Media-Pérsia (prata), Grécia (bronze), Roma (ferro) e as divisões de Roma (ferro e barro), se desenvolve nos demais capítulos proféticos, como Daniel 7, 8 e 9. Daniel trabalha com o que convencionamos chamar de recapitulação. A profecia de um capítulo é a repetição de uma anterior, geralmente com o acréscimo de alguns detalhes. Um exemplo: os metais do capítulo 2 encontram a mesma aplicação com os animais do capítulo 7 de Daniel.
Se essa sequência deve ser seguida, então perguntamos: que poder vem após a divisão do Império Romano? Roma religiosa ou papal vem como um dos produtos da queda de Roma Imperial e entra no vácuo de poder deixado por ela a partir do ano 476 d.C.
Pouco tempo depois, em 538 d.C., o bispo de Roma foi proclamado o cabeça visível da Igreja, misturando poder religioso com política. A partir daí, ele cresceu além de sua paróquia e ampliou grandemente sua influência e jurisdição.
Outro detalhe: Apocalipse 13:5 estabelece um tempo de atuação decisiva da besta. Esse tempo seria de 42 meses ou 1.260 dias. Em profecia, temos 1.260 anos. Tal profecia combina com o tempo de supremacia do bispo de Roma, que passou a ser chamado de Papa. O cumprimento dessa profecia começou em 538 d.C. e foi até 1798 (quando o Papa foi aprisionado e começou o que se chama de ferida mortal de Apocalipse 13:3). Esse foi o tempo de Roma, que com sua influência e poderio efetuou mudanças na lei de Deus e, em determinados momentos, empreendeu perseguição aos guardadores dessa lei.
III – E qual é a marca da besta?
Essa não é uma marca literal; em vez disso, consiste em um sinal de aliança que identifica o portador como alguém leal ao poder representado pela besta. Ela está em oposição à marca ou selo de Deus. A marca indica não só a ação do indivíduo (simbolizado pela marca na mão), mas também o que o indivíduo acredita e pratica. Isso envolve um conjunto de crenças (simbolizado pela marca na testa).
Lendo Apocalipse 14:12, percebemos que a controvérsia envolve os mandamentos de Deus. Os marcados de Jesus obedecem, os da besta não. É aí que chegamos ao sinal visível entre Deus e Seu povo. Ele tem a ver com o sábado (Ez 20:12, 20; Ap 14:7). Na lição 8, estabelecemos a conexão entre o sábado e as três mensagens angélicas de Apocalipse, embora o sábado não apareça nominalmente no trecho. Porém, o conceito amplo do sábado está ali, mostrando a necessidade de se reconhecer e adorar o Criador, o que confirma a mensagem do anjo de Apocalipse 14:7.
Mas há argumentos no sentido contrário. O sábado não é o selo de Deus, dizem alguns. Geralmente, tomam como base a interpretação de Efésios 1:13, 14, em que o escritor bíblico afirma que o selamento é com o Espírito Santo. Resta, então, uma explicação baseada no contexto de Efésios.
Na verdade, estamos falando do mesmo selo. Só que no primeiro (o de Efésios), temos o início da jornada cristã, ocasião em que a pessoa recebe a marca interior. Observe o texto completo: “Nele, quando vocês ouviram e creram na palavra da verdade, o evangelho que os salvou, vocês foram selados com o Espírito Santo da promessa, que é a garantia da nossa herança até a redenção daqueles que pertencem a Deus, para o louvor da sua glória.”
A palavra garantia (v. 14) é a tradução da palavra grega “arrabon”. E o que ela significa?
“Arrabon" era um pagamento inicial que garantia que viria o pagamento integral. Para Barclay, o que "Paulo está dizendo, portanto, é que o dom do Espirito Santo que Deus nos dá aqui e agora, é um sinal, uma garantia, um antegozo da vida que o cristão um dia viverá quando estiver na presença de Deus” (William Barclay, Palavras Chaves do Novo Testamento, p. 37).
Ser selado interiormente hoje com o Espírito Santo não anula o selamento no tempo do fim, mesmo porque o selo do fim, segundo Apocalipse 7, é um marco que define e protege os salvos. Pode-se dizer que o selo de Efésios 1:13 é interior e identifica o convertido, enquanto o de Apocalipse é exterior e identifica este mesmo convertido que reconhece a autoridade do Criador e O adora. Um não exclui o outro.
Conclusão
Em toda esta discussão sobre o selo de Deus versus selo da besta, há uma pergunta que sempre surge. Quem guarda o domingo (dia em oposição ao selo de Deus, que é o sábado) já está com a marca da besta?
A resposta é: não, pois ainda não existe uma lei que obrigue todos a observar o dia de repouso antibíblico. O texto de Ellen G. White no livro O Grande Conflito é esclarecedor: “Porém, quando a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido sobre a obrigatoriedade do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma estará honrando mais o papado do que a Deus. Estará prestando homenagem a Roma e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Estará adorando a besta e sua imagem” ([CPB, 2021], p. 377).
Ainda há tempo para tomar uma decisão.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.