Lição 1
30 de março a 05 de abril
Os ciclos da vida
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Sm 24–27
Verso para memorizar: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do Céu” (Ec 3:1).
Leituras da semana: Gn 1; 8:22; Sl 90:10; Jó 1:13-19; At 9:1-22; Fp 1:6; Rm 8:1

Algumas das mais belas poesias já escritas são de autoria do rei Salomão: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do Céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar; tempo de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar de alegria; tempo de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de afastar-se de abraçar; tempo de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora; tempo de rasgar e tempo de coser; tempo de estar calado e tempo de falar; tempo de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz” (Ec 3:1-8).

Essas palavras captam muito da existência humana – as estações e o ciclo da vida. Passamos por fases e mudanças, e isso ocorre desde o momento em que nascemos. Às vezes as mudanças são boas, às vezes não; às vezes temos controle sobre elas; às vezes não. Nesta semana, examinaremos as estações e o ritmo da nossa vida, especialmente na medida em que eles impactam a nós e a nossa família.


Ore e prepare seu coração para a Semana Santa. Será de 13 a 21 de abril e o título será “Renascidos, um novo coração”. Deus usará você para alcançar pessoas.

Domingo, 31 de março
Ano Bíblico: 1Sm 28–31
No princípio

A Bíblia começa no princípio. Por isso ela inicia com as palavras (na verdade, uma palavra no hebraico) “no princípio [...]” (Gn 1:1). O foco especial do capítulo é a transformação da Terra, originalmente “sem forma e vazia” (Gn 1:2), em um mundo que o próprio Deus, no sexto dia, declarou ser “muito bom” (Gn 1:31). Em suma, esse princípio é o início do nosso mundo.

1. Leia Gênesis 1. Existe um sinal de que algo surgiu de modo aleatório ou casual, ou tudo foi feito de maneira muito ordenada, com todas as coisas em seu devido tempo e lugar? O que sua resposta revela sobre o caráter de Deus?

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Ellen G. White escreveu que “a ordem é a primeira lei do Céu” (Signs of the Times, 8 de junho de 1908); parece que na Terra também é assim. Embora o pecado tenha desorganizado o mundo natural, até certo ponto, ordem, ritmo e regularidade ainda existem.

2. Leia Gênesis 8:22. Como a ordem também é vista nessa passagem?

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Mesmo depois da queda, as estações geralmente vêm e vão de maneira ordenada. Portanto, juntamente com os luzeiros no Céu, isto é, o Sol e a Lua, que existem para fazer “separação entre o dia e a noite [...] para sinais, para estações, para dias e anos” (Gn 1:14), há também as estações – tudo faz parte do ciclo natural do mundo criado por Deus. E, de fato, embora tenhamos hoje apenas vislumbres, Isaías 66:23 sugere que o senso de ritmo também existirá no novo Céu e na nova Terra.

Como o sábado, de maneira poderosa e regular, influencia sua vida familiar? Quais são as vantagens distintas, não apenas do sábado, mas do fato de que ele ocorre com regularidade?

Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Segunda-feira, 01 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 1–4
Os ciclos da vida

O

s cientistas falam sobre algo chamado ciclo circadiano – a ideia de que existem ciclos biológicos (às vezes chamados de “relógios corporais”) que regulam as funções em nosso corpo. Em outras palavras, existe certo grau de regularidade até mesmo em nosso corpo. Portanto, até certo ponto, existem ciclos por toda parte e até mesmo em nós.

3. Quais são as previsíveis estações da vida mencionadas nas seguintes passagens das Escrituras e como elas se relacionam diretamente à vida familiar?

Ec 3:2 ________________________________________________________________________________________

Gn 21:8; Jz 13:24 ________________________________________________________________________________

Sl 71:5; Pv 5:18: _________________________________________________________________________________

Gn 15:15; Jz 8:32 ________________________________________________________________________________

Sl 90:10 ______________________________________________________________________________________

Entre os dois extremos da vida, isto é, o nascimento e a morte, passamos por várias estações, que são diferentes para cada indivíduo. Algumas crianças não vivem muito após seu nascimento; outras se tornam adultas e atingem a velhice. As crianças crescem e se desenvolvem em seu próprio ritmo. Algumas andam ou falam mais cedo que outras. Algumas poderão frequentar a escola e se tornar profissionais, enquanto outras dedicarão seu tempo a outras formas de trabalho. Algumas terão famílias, e outras poderão nunca se casar nem ter filhos.

Existem bilhões de pessoas na Terra, e embora todos nós tenhamos muito em comum (veja At 17:26), cada um de nós é um indivíduo com características singulares.

De certa maneira, essas diferenças são importantes porque nos tornam únicos, o que significa que todos temos algo para compartilhar – algo que outros não têm. Em suma, nossas diferenças nos permitem ser uma bênção para os outros. Por exemplo, tanto o jovem quanto o idoso podem se beneficiar do que um oferece ao outro: “A beleza dos jovens está na sua força; a glória dos idosos, nos seus cabelos brancos” (Pv 20:29, NVI). Seja qual for a fase em que estivermos, e não importam nossas diferenças, todos temos algo a oferecer, não apenas ao Senhor, mas também uns aos outros.

Não importam quais sejam as circunstâncias da sua vida hoje, o que você pode fazer para o bem de outras pessoas? Por que não fazer um esforço consciente para ser uma bênção, especialmente para alguém da sua família?


Terça-feira, 02 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 5–7
O inesperado

4. Leia Jó 1:13-19; 2:7-9. O que aconteceu com Jó? De que maneira a experiência de Jó reflete o que acontece com todos, de um modo ou de outro? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Jó perdeu suas propriedades, animais, servos, filhos e saúde.

B.(  ) Jó perdeu sua esposa.

O filósofo grego Heráclito (535-475 a.C.) declarou que “não há nada permanente, exceto a mudança”. Justamente quando tudo parece estar indo bem, o inesperado acontece. Pode ser a perda do emprego ou de um membro do corpo; uma doença que nos deixa acamados ou nos leva à morte prematura; um incêndio na casa; um acidente de carro ou uma queda ao passear com o animal de estimação da família.

Evidentemente, nem todas as mudanças são negativas. Possivelmente uma promoção no trabalho o leve a melhores condições financeiras. Ou talvez você conheça seu futuro cônjuge, uma mudança que muitos receberiam de bom grado.

De qualquer maneira, podemos estar em uma rotina, em um ritmo, quando, instantânea e inesperadamente, tudo é interrompido.

Jó certamente não esperava a nova fase em sua vida. A Bíblia o descreve como um homem “íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1). Também sabemos que ele era casado, tinha sete filhos e três filhas, e era muito rico (Jó 1:2, 3). Até a metade do livro, ele já havia sofrido pelo menos seis grandes perdas: foi privado de suas propriedades, sua força de trabalho, seus filhos, sua saúde, o apoio de sua esposa e o incentivo de seus amigos. Seu mundo virou de cabeça para baixo e sua vida familiar foi devastada.

Embora o que aconteceu com Jó tenha sido bastante extremo, quem entre nós já não viveu o inesperado, de maneira também muito negativa? As coisas podem estar indo bem quando, de repente e sem aviso, tudo muda completamente, e nossa vida e a vida de nossa família pode nunca mais voltar a ser a mesma.

Isso não é novidade. Abel não esperava ser assassinado, e José não esperava ser vendido para viver como escravo no Egito. Em ambas as histórias, os membros da família foram os traidores, e também nas duas situações as famílias foram muito afetadas pelo que aconteceu. A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas cuja vida e família foram grandemente transformadas pelo inesperado.

A fé o ajudou em meio às provações que, inesperadamente, interromperam os ciclos da sua vida?


Quarta-feira, 03 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 8–10
Transições

O ser humano é uma criatura de hábitos. De fato, nos apegamos a eles e, quanto mais velhos ficamos, mais difícil é mudá-los.

Não mudamos facilmente. Quantas esposas reclamam dizendo o seguinte: “Eu tentei mudar meu marido, mas [...]”? A obra de Deus, no entanto, é nos mudar, se não nossa personalidade, certamente o nosso caráter. Em grande parte, essa é a essência do plano da salvação: Deus nos transformando em novas pessoas Nele.

5. Qual foi a grande mudança na vida de Saulo de Tarso e como ela se deu? Leia Atos 8:1, 3; 9:1-22; Gl 1:15-17. Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(  ) Saulo teve sucesso na perseguição aos cristãos e se tornou sumo sacerdote.

B.(  ) Ele foi convertido e se tornou um dos maiores apóstolos do cristianismo.

“Ao render-se Saulo inteiramente ao convincente poder do Espírito Santo, viu os erros de sua vida e reconheceu a amplitude dos reclamos da lei de Deus. Aquele que tinha sido um orgulhoso fariseu, confiante na justificação por suas boas obras, então, curvou-se perante Deus com a humildade e simplicidade de uma criancinha, confessando sua indignidade e pleiteando os méritos de um Salvador crucificado e ressurgido. Saulo ansiava por entrar em inteira harmonia e comunhão com o Pai e o Filho; e na intensidade de seu desejo de perdão e aceitação, elevou ferventes súplicas. [...]

“As orações do penitente fariseu não foram em vão. Os mais secretos pensamentos e emoções de seu coração foram transformados pela divina graça; e suas nobres faculdades foram postas em harmonia com os eternos propósitos de Deus. Cristo e Sua justiça passaram a representar para Saulo mais que o mundo inteiro” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 119, 120).

Mesmo que nossa história de conversão não seja, nem de longe, tão dramática quanto a de Saulo, todos devemos ter uma experiência na qual o Senhor tenha atuado em nossa vida para nos mudar e nos transformar no tipo de pessoa que devemos ser. Evidentemente o processo pode ser longo e, às vezes, é fácil perguntar se algum dia realmente mudaremos. Em momentos assim, é muito importante meditar em dois textos bíblicos e reivindicá-los para nossa vida.

Leia Filipenses 1:6 e Romanos 8:1. Quais são as duas grandes promessas encontradas nesses textos e como elas se encaixam na experiência de um cristão?


Quinta-feira, 04 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 11, 12
Interações

A Bíblia é um livro de relacionamentos. Deus nos criou para que nos relacionássemos com outras pessoas. De fato, poucos vivem em completo isolamento. Ninguém poderia sequer existir se não fosse através de outras pessoas. Mesmo após o nascimento precisamos que outros cuidem de nós, pelo menos até uma certa idade, quando, ao menos em princípio, podemos viver por conta própria. E mesmo se pudéssemos, quem desejaria isso? A maioria de nós necessita da companhia de outros seres humanos. Embora animais de estimação, como cães, possam ser agradáveis companheiros, no fim, as interações mais profundas, significativas e transformadoras vêm de outras pessoas. Portanto, não é de admirar que a família e os relacionamentos familiares sejam tão cruciais para nossa existência.

Visto que a maioria de nós interage, muitas vezes o tempo todo, com outras pessoas, com frequência essas interações influenciam as mudanças e o ritmo da nossa vida. E isso funciona de duas maneiras: outras pessoas, em sua interação conosco, causam impacto em nós ou, em nossa interação com os outros, causamos impacto na vida deles. E quer percebamos ou não, essas interações, em ambas as direções, podem ser tanto para o bem quanto para o mal. Portanto, é essencial que sejamos proativos a todo momento, de maneira que nossa inevitável influência sobre os outros seja sempre para o bem, especialmente sobre aqueles de quem somos mais próximos, que geralmente são os membros da nossa família.

6. Leia Romanos 15:7; Efésios 4:2, 32; 1 Tessalonicenses 3:12 e Tiago 5:16. O que esses textos nos ordenam em relação à nossa interação com os outros?

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De muitas maneiras, o princípio é simples. Se agirmos bondosa, gentil e compassivamente com os outros, seremos uma influência positiva sobre eles, a ponto de mudar sua vida de uma forma muito positiva. Assim como Jesus transforma a vida das pessoas de modo muito favorável, é nosso privilégio fazer algo semelhante pelos outros também! Mais uma vez, devemos nos lembrar de que nossa influência será tanto para o bem quanto para o mal, mesmo que de maneira sutil. E em nenhum lugar essa influência é mais marcante do que em nossa família.

Leia as declarações de Jesus em Lucas 11:34 e Marcos 4:24, 25. Qual é a importância da maneira como interagimos com os outros?


Sexta-feira, 05 de abril
Ano Bíblico: 2Sm 13, 14
Estudo adicional

Imagine as mudanças que ocorreram na vida dos discípulos de Cristo à medida que eles passavam tempo com o Salvador. Em sua maioria, eles não tinham escolaridade, eram simples, acostumados com os ensinamentos e tradições de sua fé judaica, mas agora estavam sendo desafiados pelo Mestre galileu. Eles sentiram ciúmes (Mt 20:20-24) e enfrentaram discordâncias (Jo 3:25); eles pareciam carecer de fé (Mc 9:28, 29) e até abandonaram (Mt 26:56) e negaram Jesus (Mt 26:69-74). No entanto, cresceram espiritualmente de maneira que as pessoas reconheceram que Pedro havia estado com Jesus (Mt 26:73). Até mesmo os membros do Sinédrio ficaram maravilhados quando perceberam que, embora Pedro e João fossem “homens iletrados e incultos”, sua ousadia e convicção, bem como o poder do Espírito, mostravam que eles haviam “estado com Jesus” (At 4:13).

Pense na grande influência positiva que poderíamos exercer em nossa família se vivêssemos de maneira que, quando nossos queridos nos vissem, eles soubessem que temos “estado com Jesus”.

O que essas palavras de Ellen G. White revelam sobre influências no lar? “O lar pode ser simples, mas pode sempre ser um lugar em que se profiram palavras alegres e se pratiquem atos de bondade, onde a cortesia e o amor são hóspedes constantes” (O Lar Adventista, p. 18).

Perguntas para discussão

1. Leia Eclesiastes 3:1-8. O que esses versículos afirmam e como você pode aplicar o princípio ali mencionado à sua vida e experiência?

2. Pergunte na classe: Quais lições você aprendeu com as experiências transformadoras da vida? Quais lições você deveria ter aprendido, mas não aprendeu? Fale do impacto dessas experiências sobre sua família. Quais lições você aprendeu nessas situações?

3. Comente sobre sua vida. Se não fosse por Cristo, ela seria radicalmente diferente do que é hoje? O que isso revela sobre o poder de Cristo para nos transformar?

Respostas e atividades da semana:

1. Não há nenhum sinal de casualidade na criação do mundo. Deus planejou e executou todas as coisas de maneira perfeita. Ele é sábio e organizado.

2. As estações do ano são relativamente estáveis e governam a época da semeadura e da colheita, do frio e do calor, etc. Tudo é ordenado.

3. O tempo de nascer e de morrer, de plantar e de colher. [...] Grande parte dessas fases passamos em companhia da nossa família.
4. A.

5. F; V.

6. Acolher as outras pessoas; suportá-las em amor; ser bondosos com elas; perdoá-las, etc.



Resumo da Lição 1
Os ciclos da vida

ESBOÇO

Nossos relacionamentos e os tipos específicos de interação que eles geram também desempenham um papel fundamental em nossa vida. Considere a influência incomensurável que os pais têm sobre as crianças. O curso de nossa vida é geralmente definido, para o bem ou para o mal, por esses primeiros relacionamentos familiares. Se nossa vida familiar durante os primeiros anos não foi ideal, relacionamentos saudáveis podem ajudar a desfazer as influências negativas do passado. Conhecer Jesus em algum ponto da existência pode revolucionar a vida a tal ponto que a pessoa é chamada de “nova criatura” (2Co 5:17).A vida de Jó ilustra mudanças radicais e inesperadas. A vida de José pertence à mesma categoria. Embora suas respectivas famílias tenham sido significativamente transformadas de maneira trágica, o fim da história de Jó e de José mostra um Deus de redenção e restauração. Narrativas como essas nos oferecem esperança na providência de Deus e nos inspiram a permanecer fiéis ao atravessar as crises e as dificuldades de cada etapa da vida.As mudanças podem ser esperadas ou inesperadas, positivas ou negativas. Elas extraem de nós uma variedade de respostas que vão da alegria à tristeza, passando por diversas outras respostas. Esta lição examina como os indivíduos são suscetíveis às fases da vida, especialmente no contexto das famílias.Viver é experimentar mudanças. Desde o princípio, a criação perfeita de Deus incluiu ciclos e estações (Gn 1:14; 2:3). O ciclo edênico semanal, que culminou no sábado, o sétimo dia, felizmente subsistiu mesmo na era pós-queda e, ao que parece, permanecerá eternamente na nova Terra (Is 66:23). Mesmo depois do pecado, nossa vida continua a fluir de acordo com ciclos de todos os tipos: ambientais, biológicos, relacionais, familiares, emocionais e até políticos (Ec 3:1-8). Deus sabia que uma vida estática seria tão banal que se tornaria insuportável. Por isso, Ele ordenou que o ritmo e a mudança fizessem parte da Sua ordem criativa.

A partir de toda essa reflexão, surge uma lei da influência que afirma que todas as interações que temos com os outros podem ser para o bem ou para o mal. Essa percepção deveria nos levar a tomar precauções antes de interagir de maneira impulsiva ou arrogante com familiares, amigos e outras pessoas. Estamos fazendo a diferença na vida deles, quer estejamos ou não conscientes disso.

COMENTÁRIO

Quando se convive com crianças pequenas, rapidamente se percebe a dificuldade para lhes comunicar intervalos de tempo. Eu e a minha esposa enfrentamos esse desafio enquanto nossas três filhas cresciam. Como se responde a perguntas como: “Quanto tempo vai demorar até o meu próximo aniversário?” ou “Quando podemos ir ao parque novamente?”, uma vez que os intervalos de tempo não são totalmente compreendidos? Eu respondia à minha filha mais nova: “Podemos voltar em uma semana”. Então ela dizia: “Quanto tempo é isso?”. Logo descobrimos que os “sábados” eram a resposta para nosso dilema.

Ilustração

Os sábados em nossa casa começavam com uma cerimônia de velas no pôr do sol e eram preenchidos com Escola Sabatina, culto na igreja, junta panelas e encontro com amigos. Isso criou uma memorável referência de tempo para nossas filhas com algo que já haviam experimentado, de modo que respondíamos às perguntas de tempo em unidades de sábado (por exemplo: “Iremos à casa da vovó em três sábados”). Isso funcionou como um encanto. Além disso, fiquei agradavelmente surpreso ao notar que nosso “truque” do sábado da família estava embutido na linguagem do grego bíblico.

Embora não seja muito conhecido, o termo grego sabbaton no Novo Testamento não se refere apenas ao sábado, o sétimo dia, mas também pode significar uma semana (Mt 28:1; Lc 18:12). De fato, não há outra palavra grega para “semana” no Novo Testamento além de sabbaton. Admito que fiquei muito feliz em saber que o “sábado” usado como substituto para “semana” na nossa família era bíblico!

O sábado semanal de Deus acabou sendo o primeiro relógio de nossos filhos. O sábado é mais do que apenas outro dia que aparece a cada semana. É um ponto de referência espiritual no tempo para equilibrar o restante da nossa vida.

Como um importante comentário adicional, há pelo menos uma tradução da Bíblia (A. E. Knoch’s Concordant Version [Versão Concordante de A. E. Knoch]) e alguns ministérios cristãos que não reconhecem sabbaton como referindo-se à semana. A princípio, essa prática pode parecer irrelevante, mas leva a um argumento textual para chamar o “domingo” um “sábado”. De acordo com essa linha de raciocínio, Mateus 28:1, consequentemente, usa a expressão “um dos sábados”. Assim, o primeiro dia da semana, domingo, é chamado de sábado. Apenas o contexto pode determinar se a intenção é dizer “sábado” ou “semana”. Felizmente, a grande maioria das traduções reconhecidas em português apresentam sabbaton corretamente como “semana” na segunda vez que o termo aparece em Mateus 28:1.

Para os que gostam de gramática, a expressão em questão, em Mateus 28, significa literalmente mian (primeiro) sabbaton. Mas não há concordância de gênero entre mian, que é feminino, e sabbat?n, que é neutro; portanto, “primeiro” não pode modificar sabbat?n, mas, em vez disso, modifica o subentendido substantivo feminino hemera (dia). Essa construção sintática é semelhante à nossa expressão: “Vejo você na quarta”. A palavra “dia” (quarto dia da semana) está subtendida. Portanto, ler o texto como “o primeiro dia da semana”, ao contrário do estranho e não gramatical “primeiro dia dos sábados”, é claramente a tradução precisa.

Percepção teológica

Foi observado que a maneira pela qual o ciclo do sábado começou originalmente ilustra um interessante princípio fundamental do evangelho e do caráter de Deus. Normalmente, pensamos no sábado como o ponto final de uma longa semana de trabalho e, portanto, reforçamos em nossa mente um ciclo de trabalho-descanso. O mandamento do sábado certamente é enquadrado como tal (Êx 20:9, 10). No entanto, a partir de uma perspectiva edênica, o ciclo é invertido. É verdade que Deus trabalhou durante toda a semana e depois descansou, mas a humanidade foi criada somente no sexto dia (Gn 1:27, 31). Essencialmente, poucas horas depois de terem sido criados, Adão e Eva entraram no sábado. Seu primeiro dia completo foi um sábado de descanso. Para eles, o sábado não foi um descanso de uma longa e árdua semana de trabalho. Seu trabalho não começou senão depois que eles descansaram e, portanto, um ciclo de repouso-trabalho é uma representação mais precisa do ciclo sabático. Deus trabalhou durante a semana da criação e os humanos descansaram nas Suas obras [...] Depois, saíram para fazer seu próprio trabalho (Gn 2:15).

Os paralelos teológicos são claros. Deus realizou as obras da salvação por intermédio da vida salvadora, morte e ressurreição de Cristo; nós descansamos de qualquer uma das nossas próprias “obras” em honra das obras salvadoras de Cristo (Hb 4:9-11). Uma vez que o descanso salvífico seja totalmente experimentado e abraçado, nossas próprias obras de amorável e grata obediência poderão se seguir. Quanta sabedoria do Criador ao tecer uma analogia do plano da salvação no tecido do tempo por meio de um sábado semanal!

REFLEXÃO

A lição apresenta dois grandes temas intitulados “O inesperado” e “Interações”. Uma proveitosa discussão para a classe poderia surgir da seguinte pergunta: Quais “interações” na família de José criaram um ambiente em que o comportamento dos seus irmãos não foi tão “inesperado”? O conceito do favoritismo dos pais surge como um problema de gerações, ou ciclo, entre os patriarcas – o qual teve consequências familiares devastadoras. “Ora, Israel amava mais a José”. Quem dera que o texto terminasse ali! Mas infelizmente continua: amava mais “que a todos os seus filhos” (Gn 37:3). Seria melhor que os irmãos fossem inconscientes quanto ao favoritismo de seu pai, mas não eram: “Vendo, pois, seus irmãos que o pai o amava mais que a todos os outros filhos, odiaram-no” (Gn 37:4). Jacó provavelmente tenha sido influenciado pelo favoritismo que recebeu de sua mãe e que viu em seu pai para com Esaú (Gn 25:28).

Toda a dor, o ciúme e a culpa criados pela dinâmica disfuncional dessa família permanecem como uma repreensão contínua ao favoritismo familiar. Se Jacó tivesse identificado e rompido com a parcialidade mostrada em sua própria formação, ele possivelmente teria poupado sua própria família de tal tragédia. Deus, em contraste com isso, é o Pai perfeito
em quem “não há parcialidade” (Rm 2:11, NVI). Embora a família de Jacó fosse problemática em
muitos aspectos, esse mesmo Deus Pai foi capaz de fazer surgir dali uma das mais miraculosas e duradouras histórias de triunfo. Ainda há esperança para nós e para as nossas famílias!

APLICAÇÃO PARA A VIDA

1. Entre em um ritmo. Essa expressão é usada quando algo se torna tão familiar e regular que o fazemos sem pensar. Jó orou no momento em que sua vida mudou para sempre. Sem dúvida, José também. Os ritmos e ciclos da vida podem se tornar administráveis quando adotamos um ritmo de oração e comunhão com Deus.É fácil pensar que, no futuro, as coisas continuarão funcionando da maneira como elas funcionam agora. Jó e José acordaram em suas manhãs fatídicas, assim como acordavam todos os outros dias. Mas tudo mudou em um momento, assim como pode mudar conosco. Estar preparado pode determinar se as mudanças da vida operam para nosso bem e para nossa maturidade espiritual ou se elas nos esmagam e nos lançam em uma espiral espiritual descendente. Então, pergunte à sua classe da Escola Sabatina o que podemos fazer no presente para responder de maneira fiel às inevitáveis mudanças. Aqui estão algumas ideias ligadas à lição:

2. A renovação do sábado nunca está muito longe. Assim como a oração não pode ser afetada por forças externas (pode-se orar dentro de uma prisão), o sábado nunca poderá ser tirado de você. O sábado está seguro atrás das indestrutíveis barras do tempo. Pode-se ter certeza de um encontro de descanso com Jesus a cada sábado, não importando se o mundo está implodindo ao seu redor; isto é, você pode ter essa certeza se adquiriu o hábito de passar o sábado com Jesus.

3. Seja o personagem transicional que Jacó não foi. Nós geralmente carregamos a bagagem familiar que recebemos de nossos pais e, involuntariamente, a transmitimos aos nossos próprios filhos. Em vez disso, com a sabedoria e o poder transformador divino, podemos ser o que os terapeutas de família chamam de caráter transicional – “aquele que, em uma única geração, muda todo o curso de uma linhagem. São indivíduos que crescem em um ambiente abusivo e emocionalmente destrutivo, mas que, de alguma forma, encontram maneiras de metabolizar o veneno e não transmiti-lo aos seus filhos. Eles quebram o padrão” (Randal D. Day, Introduction to Family Processes [Introdução aos Processos Familiares]. Nova York: Routledge Taylor e Francis Group, 2010, p. 116).

4. Conheça as histórias da Bíblia que se aplicam à sua vida. Pode parecer simplista, mas ainda é muito fácil pensar que nossa vida deveria, de alguma forma, transcorrer de modo mais suave do que a vida dos patriarcas, profetas e discípulos (e, além disso, a vida do próprio Jesus). Quanto mais tempo passarmos estudando a Bíblia, tanto mais nossa perspectiva mudará e menos pensaremos que “algo estranho” esteja acontecendo conosco em tempos de mudanças difíceis (1Pe 4:12).


Os carregadores de Bíblias

Alejandro foi à escola pela primeira vez aos dezoito anos. Algumas pessoas poderiam pensar que ele começou a estudar muito tarde. Porém, todos os jovens de 18 anos no vilarejo de Ccacaccollo começaram o primeiro ano escolar nos anos 1980. Ali, havia o costume de se pensar que era mais importante as crianças trabalharem na agricultura do que estudar.

Um colega de classe levou um rádio para a escola e Alejandro ouviu atentamente a um programa religioso que falava sobre os últimos dias do mundo. Apesar de que esse tema o deixasse amedrontado, ele quis conhecer mais sobre o assunto. Em pouco tempo, seu desejo foi realizado pois os produtores do programa iniciaram reuniões evangelísticas no ginásio da escola durante a noite. Enquanto ouvia o pregador falar sobre a vinda de Jesus, o coração de Alexandre se encheu de alegria.

Outros moradores do vilarejo também gostaram das reuniões e os organizadores abriram uma igreja para eles. Alejandro e seus amigos frequentavam os cultos aos domingos sempre que conseguiam folga do trabalho no campo. Vendo o grande interesse dos moradores, os quatro líderes da igreja decidiram presenteá-los com uma Bíblia. Então viajaram durante uma hora de ônibus até a cidade mais próxima, Cusco; vasculharam a cidade a procura de Bíblias, mas não obtiveram sucesso.

Certa manhã, enquanto andavam pelas ruas de paralelepípedos de Cusco, os líderes notaram um fluxo de pessoas, cada uma carregando uma Bíblia, entrarem em um prédio. Pensando que o edifício poderia ser uma livraria com grande suprimento de Bíblias, os líderes os seguiram. Era uma igreja adventista do sétimo dia e aquelas pessoas participavam da Escola Sabatina.

Os líderes assistiram a Escola Sabatina e o Culto Divino, foram convidados para almoçar com os outros membros da igreja e a participar do estudo bíblico no período da tarde. Ficaram impressionados com o que

aprendiam e comentaram entre eles: “Sabemos somente metade da mensagem sobre os últimos dias do mundo. Eles conhecem toda a história”.

Os homens de Ccacaccollo decidiram se tornar adventistas. Eles pediram ajuda ao pastor para explicar toda a verdade da Bíblia às pessoas do seu vilarejo. Dois membros da igreja acompanharam os homens à aldeia e pregaram em sua igreja no dia seguinte, domingo.

Alejandro perdeu o culto porque estava trabalhando. Mas seus amigos disseram que não se incomodasse em ir à igreja no próximo domingo. A igreja agora pertencia à denominação adventista do sétimo dia e os próximos cultos seriam realizados aos sábados.

No sábado, Alejandro foi à igreja descobrir o que aconteceu. Ele aceitou a novas verdades que ouviu, incluindo as instruções de Deus no Jardim do Éden e sobre o quarto mandamento, a guarda do sábado, e tornou-se adventista.

Alejandro, que estava com 19 anos, saiu da escola para trabalhar em tempo integral na agricultura. Ele também começou a contar a todos sobre a vinda de Jesus.

Seu amor por Jesus trouxe resultados extraordinários. Alejandro, homem simples com educação limitada, construiu seis igrejas nos últimos 30 anos. A primeira foi construída em 1985, pouco depois de seu batismo. Desde então, inaugurou uma nova igreja a cada três ou cinco anos. Às vezes ele anda cinco horas para chegar a uma das igrejas. Mais de 800 pessoas foram batizadas através de sua influência.

Alejandro, agora com 52 anos, louva a Deus pelos resultados, mas diz que o verdadeiro crédito pertence aos irmãos adventistas fiéis que levaram suas Bíblias para a igreja em Cusco em um sábado de manhã.

“Acredito que é importante que sempre tenhamos uma Bíblia em nossas mãos quando formos à igreja, para que outras pessoas vejam que somos cristãos”, diz. “Se os adventistas do sétimo dia em Cusco não estivessem carregando Bíblias naquele dia, minha aldeia talvez nunca encontrasse a verdadeira igreja.”

Atualmente, seu vilarejo, com aproximadamente 500 habitantes, tem muitos irmãos adventistas, com 300 membros batizados.

Parte da oferta trimestral ajudará a abrir um centro comunitário em Cusco que oferecerá aulas de inglês, música e outras atividades para crianças e jovens. O objetivo do centro comunitário é construir uma nova igreja na região. Obrigado pela sua oferta missionária.


Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2019

Tema Geral: Estações da família

Lição 1: 30 de março a 5 de abril

Os ciclos da vida

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Josiéli Nóbrega

Introdução: Falando sobre as mudanças na vida, alguém disse, com certa dose de humor, que somente duas pessoas gostam de mudanças: os caminhoneiros e os bebês com necessidade de trocar as fraldas, ambos por motivos óbvios.

A verdade é que as mudanças são reais, e por vezes irreversíveis. Precisamos enfrentá-las. A lição desta semana trata dos ciclos da vida e das mudanças que eles nos impõem.

Podemos resumir o tema desta semana em alguns pontos:

I – Os ciclos da vida, sua origem

Em linhas gerais, pode-se pensar em duas opções quanto à origem das coisas deste mundo: ou elas vieram à existência pelo acaso ou a partir de um propósito. Como cristãos, cremos que Deus não apenas criou o Universo, mas organizou tudo de modo intencional. O texto de Gênesis diz que no “princípio" Deus criou (Gn 1:1) e eis que tudo aquilo que era “sem forma e vazio” passou a ser organizado e "muito bom” (Gn 1:31).

A criação apresentada em Gênesis demonstra uma ordem no caos. A própria sequência de seis dias literais de 24 horas e a culminação no sétimo dia, o sábado de repouso, atestam isso.

Além de ter outras funções, o sábado é um assinalador do ciclo do tempo, demonstrando o início e o fim da unidade de tempo conhecida como semana de sete dias.

Essa noção de uma criação organizada é completamente ausente nas narrativas do Antigo Oriente, o que acaba mostrando a superioridade da criação bíblica, conforme escrita no livro de Gênesis.

Nesse livro, vemos o quando (“No princípio”); Quem (Deus); como as coisas surgiram (Ele criou); e o que foi criado (os céus e Terra).

Além da ordem no Universo, entendemos que "os processos biológicos que nos puseram em movimento à época da semana da criação ainda estão em progresso e trazem como resultado nossa existência hoje” (William Shea, “Criação”, Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia, Casa Publicadora Brasileira, 2011, p. 491).

Assim, "embora o pecado tenha desorganizado o mundo natural, até certo ponto, ordem, ritmo e regularidade ainda existem. Ellen G. White escreveu que “a ordem é a primeira lei do Céu” (Signs of the Times, 8 de junho de 1908); parece que na Terra também é assim” (Lição de domingo).

II – Os ciclos da vida, suas singularidades

Desde o início, a criação e a queda do ser humano têm influenciado o ciclo da vida. "Existem bilhões de pessoas na Terra e, embora todos nós tenhamos muito em comum (veja At 17:26), cada um de nós é um indivíduo e, portanto, existem diferenças na vida de cada um” (Lição de segunda-feira).

Entre o início e o fim da vida existe beleza e singularidade em cada etapa. A vida de um bebê e a de um idoso revelam detalhes, dificuldades, mas também belezas que precisam ser analisadas e apreciadas.

Em cada fase da vida, as pessoas aprendem como podem viver melhor e em harmonia consigo mesmas, com o próximo e com Deus. O pensamento expresso no Salmo 90:12, “Ensina-nos a contar os nossos dias”, convida-nos a refletir sobre a brevidade da vida e a necessidade que temos de aprender com ela. O pior é que muitas pessoas erram, batem a cabeça e não aprendem. Podemos e devemos orar por graça para agir com sabedoria, como se víssemos o fim desde o princípio. É preciso meditar na brevidade da vida para que sejamos sábios ao empregar o tempo concedido por Deus.

III – Ciclos da vida, fatos inesperados e interrupções

Nem toda jornada é embelezada pelas rosas. Muitas vezes, sentimos a dor e o desconforto dos espinhos. A Bíblia traz a história de Jó. Em um momento ele perdeu tudo e se achou só e doente, ferido desde a planta do pé ao alto da cabeça. Isso confirma que, devido à presença do pecado neste mundo, todos, cedo ou tarde, serão defrontados com perdas, desilusões e frustrações.

"Justamente quando tudo parece estar indo bem, o inesperado acontece. Pode ser a perda de um emprego ou de um membro do corpo, uma doença que nos deixa acamados ou nos leva à morte prematura, um incêndio na casa, um acidente de carro, uma queda ao passear com o animal de estimação da família” (Lição de terça-feira).

As interrupções da vida tem algumas características, como podemos deduzir:

1) Primeiro, as interrupções são impostas, não escolhidas. A maioria de nós nunca escolheria sofrer com algo inesperado e mau. A conjuntura em que estamos determina isso. Quem vive no mundo é afetado e infectado pelo pecado (Rm 3:23).

Mas, enquanto esperamos a tempestade passar, Deus muitas vezes está trabalhando de maneiras que não podemos entender. O próprio sofrimento é um meio de aprendizado. Até Jesus que nunca pecou aprendeu por meio do sofrimento (Hb 5:8).

2) Em segundo lugar, as interrupções vêm em vários momentos da vida. Nossas decisões erradas ou ações dos outros contra nós ocorrem em qualquer fase. Idosos e jovens estão sujeitos a decepções, revezes e tristezas na vida. Ninguém está imune às intempéries impostas pelo sofrimento.

3) Terceiro, as interrupções têm duração variada. Para Moisés foram 40 anos. Para os israelitas, foram 70 anos em Babilônia. Para Pedro, foram sete semanas entre seu fracasso e seu sermão em Pentecostes. Para Paulo foram três anos no deserto. Para Jonas foram três dias na barriga de um grande peixe, enquanto ele reavaliou seu chamado.

Não importa o tamanho das interrupções, precisamos aprender com elas. Foi assim com Saulo, pode ser assim conosco, desde que permitamos que Deus opere em nós.

IV – Os ciclos da vida e os relacionamentos

A religião cristã é, por excelência, relacional. Isso se concretiza tanto vertical (eu e Deus), quanto horizontalmente (eu e as pessoas).

Provavelmente o lugar em que esse aspecto da vida é mais marcante é na família, seja a natural ou a espiritual (igreja). Estabelecendo diretrizes de como devemos nos relacionar com as pessoas, o apóstolo Paulo disse: "Sejam bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-se mutuamente, assim como Deus perdoou vocês em Cristo” (Ef 4:32, NVI).

Ele falou de bondade, compaixão e perdão. "Dessa maneira e numa só sentença Paulo estabeleceu a lei da relação pessoal. E essa lei é que devemos tratar os outros como Cristo nos tratou” (William Barclay, The Letter to the Ephesians, p. 111).

Conclusão: Nesta semana em que estudamos sobre o ciclo da vida, seria interessante pensar que, no mundo atual, a identidade de alguém é quase sempre determinada por quatro coisas diferentes: 1) Com quem você se parece? 2) O que você faz? 3) O que você tem? 4) Quem você conhece?

Toda vez que entramos nesse sistema de valores, nossa vida se torna consumida com as seguintes preocupações: "devo ter", "devo parecer”, "devo fazer algo”, e "como faço para que as pessoas gostem de mim, a fim de que eu possa obter o que preciso?"

Esse é um ciclo vicioso que só dá resultados temporários e, diga-se de passagem, muito caros.

Cristo rompe essa lógica. Em vez de fundamentar nossa identidade em posses, desempenho ou pessoas, Ele nos chama para experimentar a profunda percepção de que nossa verdadeira identidade é encontrada Nele, não em nós mesmos. Lembre-se da descrição de Paulo desse poderoso mistério: "A eles quis Deus dar a conhecer entre os gentios a gloriosa riqueza deste mistério, que é Cristo em vocês, a esperança da glória” (Cl 1:27, NVI).

Se sua vida hoje é consumida pela busca de sua identidade nas coisas do mundo, a liberdade e a paz estão à sua disposição. Ao descobrir quem você é em Cristo e que Ele está em você, o repouso e a paz podem ser seus. Amém!

Conheça o autor do comentário: O Pastor Moisés Mattos graduou-se em teologia em 1989 e concluiu seu mestrado na mesma área no ano 2000, pelo Seminário Adventista Latino Americano de Teologia. Cursou também uma pós-graduação em Gestão Empresarial. Serve à Igreja Adventista há 29 anos como professor de ensino religioso; pastor distrital; departamental em nível de Associação e União; presidente de Missão e Associação. Atualmente, exerce sua atividade como pastor na Associação Paulista Oeste-UCB. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires (jornalista) e Lucas (estudante de Publicidade e Propaganda).