Como mordomos, devemos viver como testemunhas do Deus a quem servimos, o que significa que devemos exercer uma influência poderosa sobre aqueles que nos rodeiam, que produza um impacto para o bem.
Portanto, nossa história não deve estar isolada do mundo que nos cerca. Em vez disso, temos o privilégio de refletir um estilo de vida melhor àqueles que não conhecem as coisas reveladas a nós. Ser um mordomo é prosperar no cumprimento do chamado de Deus para ter uma vida piedosa. Deus nos dá a capacidade de praticar um estilo de vida diferente de qualquer outro na Terra (2Co 6:17). Isso é algo que os outros devem observar em nós, de tal maneira que nos perguntem a respeito da nossa fé. Por isso, Pedro nos disse: “Santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração, estando sempre preparados para responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor” (1Pe 3:15, 16).
Nesta última lição, examinaremos os benefícios pessoais, as consequências espirituais, os resultados bem-sucedidos, nossa influência e o segredo para o contentamento na vida do mordomo, entendendo que a essência de toda a questão é “Cristo em” nós, “a esperança da glória” (Cl 1:27).
A piedade é um tema amplo. Pessoas piedosas vivem em santidade (Tt 1:1), tornando-se semelhantes a Cristo com uma atitude de devoção e ações agradáveis a Ele (Sl 4:3; Tt 2:12). A piedade é a evidência da verdadeira religião. O piedoso recebe a promessa da vida eterna. Nenhuma filosofia, riqueza, fama, poder nem “nascimento favorecido” oferece essa promessa.
1. Leia 2 Timóteo 3:1-9. Qual é a advertência de Paulo nessa passagem bíblica, relacionada diretamente à vida de um mordomo fiel?
O livro de Jó apresenta a descrição do caráter e das ações de um patriarca fiel a Deus. Ele ilustra como uma vida piedosa é revelada, mesmo por meio do sofrimento. Ele também mostra quanto Satanás odeia esse estilo de vida. Até mesmo Deus reconheceu que não havia outros como Jó em sua qualidade de fé e estilo de vida (Jó 2:3).
“Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus e que se desviava do mal” (Jó 1:1). Portanto, vemos um homem cuja fé não era expressada apenas em palavras ou rituais religiosos, embora isso fizesse parte de sua vida (Jó 1:5). Seu temor a Deus se manifestou em uma vida de piedade, mesmo em meio a terríveis provações. Ser piedoso não significa ser perfeito, mas refletir a perfeição em nossa própria esfera.
2. Leia Ezequiel 14:14. Qual era o caráter desses homens? O que eles tinham em comum que deve ser visto em todos nós? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A.( ) Eles eram ricos e poderosos.
B.( ) Eles eram justos.
A mordomia é, realmente, a expressão de uma vida piedosa. Os mordomos fiéis não têm apenas uma aparência de piedade. Eles são piedosos, e essa piedade é revelada em sua maneira de viver e de lidar com os recursos que Deus lhes confiou. Sua fé é expressada não apenas no que fazem mas também no que não fazem.
3. “Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4:11). Se devemos estar contentes em toda e qualquer situação, qual deve ser a origem principal desse contentamento? Assinale a alternativa correta:
A.( ) O relacionamento com Deus.
B.( ) As coisas que já conquistamos na Terra.
Ao escrever a Timóteo, Paulo descreveu um grupo de pessoas inescrupulosas, que supunham “que a piedade” fosse “fonte de lucro” (1Tm 6:5). Existe descrição melhor de alguns charlatões da televisão hoje? Eles ganham muito dinheiro dizendo aos telespectadores que, se eles apenas forem fiéis também se tornarão ricos (e essa “fidelidade” inclui sustentar seu ministério). A equiparação da riqueza à fidelidade é apenas mais uma manifestação do materialismo, mas sob o disfarce do cristianismo.
O fato é que a piedade não tem nada a ver com a riqueza. Se fosse assim, algumas das pessoas mais sórdidas do mundo teriam que ser consideradas piedosas, pois elas também são algumas das mais ricas. Em vez disso, Paulo declarou que “grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tm 6:6). A piedade com contentamento é, em qualquer circunstância, a maior riqueza, pois a graça de Deus é muito mais valiosa do que o ganho financeiro. Assim, devemos nos contentar com o “sustento e com o que nos vestir” (1Tm 6:8). No fim, não importa quanto temos, sempre haverá mais para obter se estivermos inclinados a pensar dessa maneira.
“O contentamento em todas as situações é uma grande arte, um mistério espiritual. Deve ser descoberto como um mistério […]. O contentamento cristão é aquela doce, interior, calma e graciosa disposição de espírito, que se submete livremente e se deleita na disposição sábia e paternal de Deus em todas as situações […].
É um frasco de unguento precioso, muito reconfortante e útil ao coração perturbado, em tempos e situações difíceis” (Jeremiah Burroughs, The Rare Jewel of Christian Contentment [A joia rara do contentamento cristão], p. 1, 3).
4. Leia Romanos 8:28, Hebreus 13:5 e Filipenses 4:4-13. O que pode nos ajudar a viver contentes?
5. Leia Provérbios 3:5. Qual é a mensagem fundamental para nós nesse texto? (Veja também Is 55:9; 1Co 4:5; 13:12).
O lema e objetivo do mordomo de Deus é confiar no Senhor de todo o coração e não se apoiar no próprio entendimento (Pv 3:5).
Muitas vezes, isso é mais fácil de falar do que de fazer. Quantas vezes podemos acreditar intelectualmente em Deus, em Seu amor e cuidado por nós, e ainda assim ficarmos extremamente preocupados com o que estamos enfrentando? Às vezes, o futuro pode parecer muito assustador, pelo menos em nossa imaginação.
Como, então, aprender a confiar em Deus? Avançando em fé e obedecendo ao Senhor em tudo o que fizermos. A confiança é uma ação mental que não se esgota pelo uso. Ao contrário, quanto mais confiamos no Senhor, mais nossa confiança aumenta. Viver como mordomos fiéis é uma forma de expressar nossa confiança em Deus. Essa confiança é o fundamento e a força motivadora do mordomo, e ela se torna visível pelo que fazemos.
“Confia no Senhor de todo o teu coração.” A expressão “teu coração” é sempre usada simbolicamente nas Escrituras. Ela significa que nossas decisões procedem de um “eu” moral interior que forma quem somos (Mt 22:37). Isso inclui nosso caráter, motivações e intenções: a essência do nosso ser.
É mais fácil confiar em Deus nas questões que não podemos controlar. Nesse sentido, não temos escolha senão confiar Nele. Em vez disso, a verdadeira confiança “do coração” surge quando temos que fazer uma escolha sobre algo que podemos controlar; quando nossa confiança em Deus nos faz escolher de uma ou de outra maneira.
Os apóstolos exemplificaram o que significava para eles confiar em Deus de todo o coração: Eles “eram por natureza tão fracos e impotentes como qualquer dos que se acham agora empenhados na obra, mas punham no Senhor toda a sua confiança. Eram ricos, mas sua riqueza consistia na cultura da mente e do ser, e todo aquele que colocar Deus como primeiro, e último, e melhor em tudo, pode ter isso” (Ellen G. White, Obreiros Evangélicos, p. 25).
"Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor” (Ef 5:8). Paulo descreveu a transformação do coração como aquilo que é visto publicamente. Ao “andarmos na luz” (1Jo 1:7), nosso testemunho diário como mordomos exercerá influência em um mundo de trevas.
Jesus disse: “Eu Sou a luz do mundo” (Jo 8:12). Refletimos a luz de Deus por meio de um caráter firme em nossas ações públicas cotidianas.
6.Nossa mordomia tem glorificado a Deus? Como nossas ações influenciam os outros? Mt 5:16; Tt 2:7; 1Pe 2:11, 12
Mordomia tem a ver com a administração dos bens de Deus, mas vai além dessa responsabilidade. Nossa mordomia é manifestada diante da nossa família, comunidade, mundo e Universo (1Co 4:9). A mordomia vivida em nosso trabalho também demonstra a influência dos princípios do reino em nossa vida. E, assim, podemos influenciar os outros. Revelamos Cristo mediante a bondade e a integridade, que recebem aprovação do Criador.
Nossa ética de trabalho também deve estar de acordo com nossos valores de mordomia. O trabalho é um palco no qual é vista a mordomia de uma pessoa justa. O Senhor “fará sobressair a tua justiça como a luz e o teu direito, como o sol ao meio-dia” (Sl 37:6). A influência de um mordomo em seu trabalho ou vocação não é posta “em lugar escondido, nem debaixo do alqueire” (Lc 11:33), mas é vista como uma cidade edificada sobre um monte (Mt 5:14). Ao vivermos intencionalmente dessa maneira em casa e no trabalho, influenciaremos a mente e o coração das pessoas ao nosso redor.
“Tudo na natureza tem sua obra e não murmura diante de sua posição. Nas coisas espirituais, todo homem e mulher tem sua própria esfera e vocação peculiares. Os juros requeridos por Deus serão proporcionais à quantidade do capital confiado segundo a medida do dom de Cristo […]. Agora é seu tempo e privilégio […] manifestar uma estabilidade de caráter que lhes dê verdadeiro valor moral. Cristo tem direito ao seu serviço. Entreguem-se a Ele de bom grado” (Ellen G. White, Este Dia com Deus, p. 243).
Somos estrangeiros e peregrinos na Terra, tendo o Céu (perfeito, belo e pacífico) como nosso destino final (Hb 11:13, 14). Até lá, temos que viver aqui. A cosmovisão cristã, conforme revelada especialmente no grande conflito, não permite neutralidade. Vivemos para Deus ou para o inimigo. “Quem não é por Mim é contra Mim; e quem Comigo não ajunta espalha” (Mt 12:30). Na volta de Cristo será revelado, clara e inequivocamente, de que lado estamos.
7. Em algum momento após a volta de Cristo, os que declararam segui-Lo ouvirão uma das duas frases expressas nos versos abaixo. Quais são essas frases e o que cada uma delas significa?
Mt 25:21:___________________________________________________________
Mt 7:23: ____________________________________________________________
“Muito bem” são as palavras de Cristo mais agradáveis e gratificantes aos ouvidas de um mordomo. Ter a aprovação irrestrita de Deus expressada em relação às nossas tentativas de administrar Seus bens, trará ao nosso coração alegria indescritível por fazermos o nosso melhor de acordo com nossas habilidades, e por sabermos desde o início que nossa salvação não está fundamentada em nossas obras por Cristo, mas em Suas obras por nós. (Veja Rm 3:21; 4:6).
A vida de um mordomo fiel é um reflexo da fé que ele já possui. A tentativa de salvação pelas obras é vista nas palavras daqueles que procuraram justificar-se diante de Deus por meio de suas obras (veja Mt 7:21, 22). Mateus 7:23 mostra como a justificação própria é inútil.
“Quando os seguidores de Cristo Lhe devolvem o que Lhe é devido, estão acumulando tesouro que lhes será entregue quando ouvirem as palavras: ‘Bem está, bom e fiel servo […] entra no gozo do teu Senhor’” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 523).
No fim, os dois grandes mandamentos, o amor a Deus e o amor ao próximo, são a motivação e a força propulsora de todas as ações de um mordomo.
“Cristo veio ao mundo para revelar o amor de Deus. Seus seguidores devem continuar a obra que Ele começou. Esforcemo-nos por ajudar e fortalecer uns aos outros. A maneira em que se pode alcançar a verdadeira felicidade é buscar o bem alheio. O homem não trabalha contra seus próprios interesses, quando ama a Deus e aos seus semelhantes. Quanto mais destituído de egoísmo for o seu espírito, tanto mais feliz será, porque está cumprindo o propósito de Deus para Ele” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 24, 25).
“Onde quer que haja vida na igreja, há aumento e crescimento. Há, também, constante intercâmbio, tomar e dar, receber e devolver ao Senhor o que Lhe pertence. A cada cristão genuíno Deus comunica luz e bênção, e estas ele reparte com os outros, na obra que faz para o Senhor. Ao dar do que recebe, aumenta sua capacidade de receber. É aberto o caminho para a obtenção de novos suprimentos de graça e de verdade. Tem mais clara luz e multiplicado conhecimento. Desse dar e receber depende a vida e o crescimento da igreja. Aquele que recebe mas nunca dá, logo deixa de receber. Se quisermos receber novas bênçãos, devemos compartilhar os bens do Céu” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, p. 36).
Perguntas para discussão
1. Como a confiança no Senhor leva ao contentamento? O que é necessário para confiar em Deus? (2Co 10:5). Por que é fácil dizer “que todas as coisas cooperam para o bem” (Rm 8:28), mas difícil acreditar nisso?
2. Como você define mordomia? Por que ela é importante na vida do cristão?
3. Leia Mateus 7:21-23. No texto, por que as pessoas mencionam as coisas que fizeram? O que suas palavras revelam sobre si mesmas? Mesmo que procuremos ser bons mordomos e fazer boas obras em nome de Deus, o que podemos fazer para não cair nessa mesma ilusão?
4. Temos a tendência de pensar na influência cristã apenas em nível individual. Mas, e quanto à influência em nível da igreja? Qual tipo de influência sua igreja exerce na comunidade?
Respostas e atividades da semana: 1. Escolha um aluno para ler o texto enquanto a classe analisa a mensagem, tentando associá-la à vida de um mordomo fiel. Que lições o texto traz para a vida do mordomo? 2. F; V. 3. A. 4. Solicite que três voluntários leiam os textos enquanto a classe identifica os segredos para o contentamento. Incentive a classe fazer uma lista dos motivos pelos quais devemos ser contentes. 5. Peça a quatro voluntários para ler os textos. Comente com a classe. 6. Leia os textos e discuta a resposta com a classe. Incentive os alunos a refletir sobre o que eles precisam mudar para exercer uma melhor influência. 7. Solicite que dois alunos leiam os textos. Pergunte: “Com base na sua mordomia, qual frase você ouviria se Cristo voltasse hoje”?
TEXTO-CHAVE: 1 Pedro 3:15
O ALUNO DEVERÁ
Conhecer: Os resultados e benefícios da mordomia.
Sentir: Os privilégios de fazer parte de uma comunidade em que os cristãos são mordomos fiéis.
Fazer: Fundamentar a vida nos princípios de mordomia estudados durante este trimestre.
ESBOÇO
I. Conhecer: Uma vida bem vivida
A. Qual é o significado da frase “grande fonte de lucro é a piedade com o contentamento” (1Tm 6:6)?
B. Como os cristãos devem lidar com as coisas que não podem controlar neste mundo?
C. Como a fidelidade dos mordomos cristãos está relacionada à sua influência entre os não cristãos?
II. Sentir: A aprovação de Deus
A. Quando ouvirmos as palavras de confirmação “Muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25:23), como nos sentiremos?
B. Qual será o sentimento dos cristãos quando virem pessoas no reino de Deus que estarão ali pela influência de sua mordomia?
III. Fazer: Combatendo o bom combate
A. Como podemos nos tornar “reveladores de Deus” em meio a um planeta obscurecido pelo pecado?
B. Como podemos unir nossos esforços como mordomos cristãos para que nossas iniciativas individuais sejam multiplicadas?
C. De que maneira os discípulos podem desenvolver sua fé?
RESUMO: O resultado da mordomia depende de Deus, que sempre faz Sua parte, e também depende de mordomos imperfeitos, que às vezes seguem Suas instruções completamente, algumas vezes de maneira imperfeita, outras parcialmente, e às vezes não as seguem. O elemento humano é a variável. Para melhorar os resultados, devemos aperfeiçoar o mordomo.
Ciclo do aprendizado
Motivação
Focalizando as Escrituras: 1 Pedro 2:12; 3:15
Conceito-chave para o crescimento espiritual: O propósito imediato da mordomia é levar adiante a missão de Deus de redimir o mundo.
Para o professor: Reafirme a seus alunos a verdade essencial de que Cristo é o centro da mordomia. Tudo que aprendemos emana Dele e gira em torno Dele. Cristo deve estar no centro de todos os aspectos, sejam dízimos e ofertas, administração do tempo ou influência. A mordomia não tem a ver primariamente com regulamentos, práticas e instruções. Essas coisas têm seu lugar, mas o tema central é nosso relacionamento com Cristo. Confiamos Nele o suficiente para obedecer-Lhe? Amamos a Cristo o bastante para servi-Lo? Desejamos a Cristo a ponto de abrir mão de tudo o mais? Nossas respostas sinceras a essas perguntas não apenas servem para avaliar nossa eficiência; mas também determinam nosso destino.
Discussão inicial: Discuta sobre os diversos locais de trabalho representados pelos membros da classe. Pergunte sobre as metas de seus negócios ou instituições. Qual é o alvo de cada uma delas? Ser uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de manter as crianças longe do crime? Ser um restaurante que tem a pretensão de ser famoso por fazer a melhor massa da cidade? Ou ser uma corporação global com múltiplas metas?
Em seguida, pergunte como suas instituições avaliam efeitos e resultados. Existem processos formais ou uma série de instrumentos de avaliação? As expectativas de gestão são claras em todos os níveis de liderança?
Agora, aplique esses conceitos ao reino. Qual é o propósito central ou a missão do reino? Como avaliamos nossa eficiência no cumprimento dos planos do reino e no alcance de metas específicas? Como essas informações podem ser usadas para promover mudanças que melhorem nossa eficiência?
Compreensão
Para o professor: Enfatize a realidade de que influências negativas podem prejudicar nossa eficiência na pregação do evangelho da mesma forma que uma pequena interferência pode impactar negativamente a tração de um veículo: neve, gelo, poeira, graxa, chuva, pneus carecas, pneus murchos, pneus muito cheios, asfalto deteriorado, detritos, etc. Pneus novos e bem calibrados e estradas secas em bom estado podem influenciar positivamente a tração. Agora pergunte aos alunos: Como é nossa tração espiritual em nossa comunidade? Somos vistos como estranhos e extremistas religiosos? Somos invisíveis? Somos vistos apenas durante a temporada de “colheita”? As pessoas percebem que estamos envolvidos ativamente na melhoria de nossa comunidade? Estamos exercendo nossa mordomia de maneiras que ampliam nossa influência cristã?
Comentário bíblico
I. Piedade
(Recapitule com a classe Jó 1:1; 29:11-17; 2Tm 3:1-9 e Tg 1:27.)
Paulo falou sobre aqueles que têm aparência de piedade, mas não têm nenhum poder espiritual. Essa metodologia de piedade era praticada por muitos fariseus. Para eles, a piedade tinha a ver com a aparência. A verdadeira religião, no entanto, conforme definida por Tiago e outros escritores da Bíblia, não é uma fachada nem a fuga realizada por ordens monásticas que se abstêm do contato com o mundo exterior. A verdadeira religião é ser mordomo fiel da graça de Deus. Ela é revelada em mudanças tangíveis que melhoram nosso mundo, aliviam o sofrimento e conduzem pessoas a Deus. Tiago a definiu. Jó a exemplificou. Ele era justo e honesto na posse de suas riquezas, e diligentemente as distribuía aos necessitados. Apesar do sofrimento pessoal de Jeremias, ele foi um exemplo da verdadeira piedade e de excelente mordomia sendo um fiel porta-voz de Deus. O capítulo 11 de Hebreus está repleto de pessoas que responderam ao chamado divino para ser fiéis. Somos chamados a compor o próximo capítulo.
Pense nisto: Como a vida de Jó foi um exemplo da verdadeira religião definida por Tiago? Uma revelação semelhante de piedade por meio dos membros da igreja pode mudar sua comunidade?
II. Piedade com contentamento
(Recapitule com a classe Fp 4:4-13; 1Tm 6:1-10 e Hb 13:5-7.)
Seria difícil argumentar contra a afirmação de que a piedade é uma “grande fonte de lucro” (1Tm 6:6). No entanto, as Escrituras unem a piedade e o contentamento como uma grande fonte de lucro. O que o contentamento acrescenta? Certamente ele acentua a confiança, o reconhecimento e a gratidão. Não parece muito coerente afirmarmos que Deus é nosso Provedor e nos queixarmos constantemente de Sua provisão. Paulo disse que estava contente em toda e qualquer situação. Essa foi exatamente a declaração de Paulo, alguém que sofreu muitas provações e experiências quase fatais. Leia 2 Coríntios 11:23-33 para obter um exemplo conciso e amplie seu conhecimento lendo a segunda metade do livro de Atos. Paulo não levou uma vida fácil, mas desfrutou de satisfação.
O contentamento não tem tanto a ver com circunstâncias quanto com nossa atitude em relação às circunstâncias. Jesus disse que as raposas e os pássaros possuíam ninhos, enquanto Ele não tinha lugar para reclinar a cabeça. No entanto, Jesus foi o exemplo perfeito de contentamento (Mt 8:20). Agur pediu a Deus que não lhe desse pobreza nem riquezas. As riquezas o tentariam a ser arrogante. A pobreza podia levá-lo ao furto (Pv 30:7-9). Que sabedoria! Além disso, quais riquezas terrestres podem ser comparadas ao tesouro que temos em Cristo?
Pense nisto: Como o contentamento revela nossa confiança em Deus?
III. A pessoa confiante
(Recapitule com a classe Pv 3:5; Is 55:9; Mt 22:37; 1Co 4:5 e 13:12.)
Cristo disse que nosso coração busca um tesouro. Verdadeiramente, isso é ilustrado de maneira negativa na triste história do jovem rico (Mt 19). As riquezas foram o ponto crítico para esse jovem promissor e talentoso. “Sua afirmação de haver observado a lei divina foi um engano. Mostrou que as riquezas eram seu ídolo. Não podia guardar os mandamentos de Deus enquanto o mundo ocupasse o primeiro lugar em suas afeições. Amava os dons divinos mais que o próprio Doador [...]
“Unicamente os que se tornarem cooperadores de Cristo, os que disserem: ‘Senhor, tudo quanto possuo e sou pertence a Ti’, serão reconhecidos como filhos e filhas de Deus. Todos devem considerar o que significa desejar o Céu e, todavia, voltar as costas em face das condições estabelecidas. Pensem no que significa dizer “não” a Cristo. O jovem rico disse: Não, não posso Te dar tudo. Diremos o mesmo? O Salvador Se oferece para participar conosco da obra que Deus nos deu para fazer. Ele Se propõe a usar os meios que Deus nos deu, para levar avante Sua obra no mundo. Unicamente dessa maneira Ele pode nos salvar.
“Os bens do jovem rico lhe foram confiados para que ele se demonstrasse um fiel mordomo. Devia repartir esses bens para benefício dos necessitados. Assim também hoje Deus confia aos homens recursos, talentos e oportunidades, a fim de que sejam instrumentos Seus no auxílio aos pobres e sofredores. Aquele que emprega os dons que lhe foram confiados segundo os desígnios divinos torna-se cooperador do Salvador. Conquista pessoas para Cristo porque é representante de Seu caráter” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 520-523).
O jovem rico não conseguia confiar em Deus em relação a seu tesouro. Ele rejeitou tristemente o convite de Jesus. Os versículos finais de Mateus 6 nos lembram das recompensas de confiar completamente em Deus, assim como fazem os pássaros. Que libertação emocional! Que possamos confiar em Deus completamente.
Pense nisto: Qual é o significado de Hebreus 11:6: “Sem fé é impossível agradar a Deus”?
IV. Como influenciar pessoas
(Recapitule com a classe Ef 5:8; Mt 5:16; Tt 2:7; 1Pe 2:11, 12 e 3:15.)
Imagine a influência que os cristãos têm quando refletem o caráter de Deus. Ser um trabalhador cuidadoso e alegre, um vizinho compassivo, um empregador justo e um bom companheiro significa muito mais do que um discurso religioso banalizado. Compartilhar Cristo pode significar simplesmente cuidar do filho de uma mãe solteira para que ela possa fazer uma entrevista de emprego, cortar gratuitamente o gramado de um casal idoso ou visitar o filho de um vizinho na prisão. Na verdade, ao fazer essas coisas, nós as estamos fazendo para Cristo (Mt 25:31-46). Essa influência cristocêntrica tem o poder de conquistar o mundo.
Pense nisto: Como a influência negativa pode afastar de Deus as pessoas?
Aplicação
Para o professor: Tiago nos exortou a ser cristãos praticantes da Palavra, não apenas ouvintes (Tg 1:22-27). Falar realmente não tem muito valor. Se não vemos os resultados que gostaríamos em nossos esforços evangelísticos, talvez devêssemos começar a falar menos e a fazer mais.
Perguntas para reflexão e aplicação
A. Quais serão os critérios de Jesus para aceitar as pessoas que Ele aprovar por meio das seguintes palavras: “Muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25:21)? Por outro lado, qual será o padrão de conduta para aqueles que ouvirão as palavras: “Apartai-vos de Mim” (Mt 25:41)?
B. Como podemos revelar que aprendemos a importância de saber amar?
C. De que maneira nosso contentamento pode conquistar nossos amigos e servir de ponte para conversas espirituais com incrédulos?
D. Qual é a relação entre contentamento, fé e confiança?
Criatividade e atividades práticas
Para o professor: Jesus falou sobre andar a segunda milha. Quando nossa preocupação se torna “Quanto é o mínimo necessário para que eu possa viver?”, em vez de “Quanto é o máximo que posso fazer pelos outros?”, permitimos que o egoísmo entre em nossa vida e nos paralise. O caminho seguro é fazer como Cristo fez: sacrificar tudo.
Atividade
Anote três coisas que você aprendeu com o guia de estudo bíblico deste trimestre e decida, pela graça de Deus, implementá-las em sua vida. Comece um diário, registrando como essas mudanças estão exercendo uma influência positiva ao seu redor.
Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?
PROGRAMA DO DÉCIMO TERCEIRO SÁBADO
“RESTAURADOS POR CRISTO”
Hino Inicial: “Amor nos faz contentes”, Hinário Adventista, 238
Boas-vindas: Coordenador ou professor da Escola Sabatina
Oração:
Ofertas: Enquanto as ofertas são retiradas, peça às crianças que cantem o hino “Deus tem o mundo todo em suas mãos” (ver Informativo Mundial dos Menores, que pode ser baixado no seguinte link: bit.ly/childrensmission).
Hino Final: “Onde Quer Que Seja”, Hinário Adventista, 292.
Oração Final:
Participantes: Entrevistador, um rapaz e uma moça, para apresentarem a história no formato de entrevista.
[Observação: Os participantes não precisam memorizar as partes, mas devem estar familiarizados com o texto e não ler nada do script. Ensaie até que eles possam adicionar inflexão onde for apropriado. Se desejar, você pode assistir a um pequeno vídeo no YouTube do Junior e Stephanie Roberts no link: bit.ly/junior-roberts]
Entrevistador: Durante o trimestre conhecemos pessoas de Porto Rico, México, Jamaica, Trinidad e Tobago e Belize, países pertencentes à Divisão Interamericana. Hoje, conheceremos um casal muito especial. Junior e Stephanie Roberts possuem e operam uma empresa de buffet em Kingston, capital da Jamaica. Eles enfrentaram problemas quando foram batizados e mudaram seu estilo de negócios. Deixaram de servir lagosta e licor, e recusaram contratos lucrativos nas noites de sexta-feira e sábado.
Vamos conhecê-los. Poderíamos começar perguntando a idade de vocês?
Junior: Tenho 28 anos.
Stephanie: Eu tenho 27 anos.
Entrevistador: Como vocês se conheceram?
Junior: Nós dois trabalhávamos em uma importante empresa de carne e álcool na Jamaica. Eu era chef e criava receitas usando camarão, lagosta e outros frutos do mar.
Stephanie: Trabalhei como assistente de gerente no departamento de vinhos e aguardentes. Eu gostava mais de vinho.
Entrevistador: Como vocês conheceram a Igreja Adventista do Sétimo Dia?
Junior: Há três anos, um amigo adventista me convidou para participar de um pequeno grupo de estudos bíblicos na casa dele. Achei os estudos interessantes e convidei Stephanie para me acompanhar. Mas ela não estava interessada.
Stephanie: Eu estava ocupada e não queria desperdiçar tempo. Mas, após um ano, quando comecei a frequentar os estudos bíblicos com o Junior, fiquei impressionada com o que líamos. Eu perguntava: “Isso está na Bíblia?” Vi que o sábado era mencionado com frequência e percebi que ele é o verdadeiro dia para adorar a Deus. Certo dia, senti o Espírito Santo me dizer: “Chegou o momento!”, e decidi entregar minha vida a Deus. Embora comesse carne de porco, camarão, e gostasse muito de vinho, não foi difícil deixar tudo isso. Pensei: “Tenho que prestar contas agora que sei o que é certo.” Não acho que o vinho seja mais importante do que a salvação.
Junior: Stephanie e eu também queríamos que nosso relacionamento estivesse de acordo com a vontade de Deus. Nós nos casamos em setembro de 2015 e nos batizamos um mês depois.
Entrevistador: O que aconteceu com sua empresa de buffet?
Stephanie: Falaram que nosso negócio não vingaria porque a maioria dos eventos acontece nas sextas-feiras à noite e aos sábados. Os melhores clientes também costumam pedir requintados frutos do mar e bebidas alcoólicas. Realmente, tivemos um grande corte de renda quando fomos batizados.
Junior: Logo depois do nosso batismo, um cliente nos disse que queria encomendar para seu casamento frutos do mar no valor de 1 milhão de dólares jamaicanos, ou 7.700 dólares. Ele mencionou todos os tipos de frutos do mar que queria e disse que a recepção seria realizada em 2 de janeiro. Olhei para o calendário, e vi que 2 de janeiro cairia em um sábado. Tivemos que rejeitar o pedido.
Um dos primeiros contratos regulares que perdemos foi com uma empresária influente. Atendemos suas refeições noturnas várias vezes por semana para que ela não precisasse cozinhar para sua família de quatro pessoas. Mas, depois que fomos batizados, dissemos a ela que não mais serviríamos seus pratos favoritos com lagosta e porco. Em nossa última visita, essa mulher descongelou um presunto pré-cozido e disse:
“Este não é um presunto que você precisa cozinhar. Você poderia apenas fatiar para mim?” Acho que foi um teste. Deixei o presunto no balcão e abri a Bíblia no meu celular para ensinar-lhe o que a Bíblia diz sobre tocar a carcaça de um animal impuro. Mas ela não quis ouvir, interrompeu-me e disse: “Suas escolhas estão me impedindo de manter meu estilo de vida.”
Stephanie: Deus trabalhou de maneira providencial. Dezoito meses depois, essa mulher nos contratou para uma festa familiar numa tarde de sexta-feira. Disse que não pediria pratos com os alimentos com os quais não trabalhávamos. Ao se aproximar o horário do pôr do sol, preparamo-nos para dizer a ela que precisávamos sair. Ela disse: “Sei. Sua hora chegou. Você pode ir.” Surpreendentemente, ela também nos disse que começou a ir à igreja aos domingos. Estamos orando para que ela aceite o sábado.
Entrevistador: Como sobreviveram nesse mercado?
Stephanie: Durante alguns meses, tivemos que sobreviver quase sem nada. Durante algum tempo, nossa renda ficou bem abaixo do salário médio, mas uma coisa surpreendente aconteceu. Parentes e amigos começaram a nos trazer comida. Eles recebiam pacotes de comida de outros e compartilhavam. Nunca pedimos comida a ninguém, nem tivemos fome. Nós tínhamos tanta comida em casa que conseguimos doar alguns alimentos!
Junior: Nossa empresa está melhor agora do que antes. Antes, nós não possuíamos bússola moral. Agora, conhecemos o tipo de clientela que procuramos e nossa renda é mais estável. Tentamos estabelecer relacionamentos de longo prazo e ter mais festas de escritório e pequenos jantares do que grandes festas. Temos um cliente adventista que encontrou novos clientes que aceitam nossas crenças. Não há estresse nem pressões para abandonar o sábado. Trabalhamos de domingo a quinta-feira e desaceleramos na sexta-feira para que possamos fazer a transição para o sábado.
Entrevistador: Vocês são felizes com essa decisão?
Stephanie: Sinto que tenho uma vida mais integral. Sinto-me mais completa. Sei que Deus tem feito uma transformação em mim. Muitas vezes penso: “Onde eu estaria nesse momento, se não tivesse tomado a decisão de servir a Deus?” Junior: Gostaria de incentivar os adventistas do sétimo dia a falar mais abertamente sobre sua fé. Recentemente, percebi que dois dos meus colegas de escola eram adventistas. Eles iam mais cedo para casa às sextas-feiras e nunca disseram o porquê. Eu não teria tido que esperar dez anos para aprender sobre o sábado, se eles tivessem compartilhado sua fé. Então, encorajo as pessoas a testemunhar. Se simplesmente compartilharem, mais pessoas conhecerão Jesus.
Entrevistador: Nunca devemos nos envergonhar de ser adventistas do sétimo dia. Sempre devemos estar prontos para contar aos outros o motivo da nossa esperança em Jesus. Dê uma generosa oferta neste trimestre para que mais pessoas na Divisão Interamericana possam aprender as boas-novas de que Jesus virá em breve!
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º trimestre de 2018
Tema geral: Mordomia cristã: motivos do coração
Lição 13: 24 a 31 de março
Os resultados da mordomia cristã
Autor: Heber Toth Armí
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega
O alvo do crente não são coisas materiais, porém ele não deve negligenciá-las. Como Agur, nossa súplica não deve ser por riquezas, ou para conformar-nos com a pobreza, para que nada nos impeça de viver o padrão apropriado a um representante de Deus (Pv 30:7-9).
Ser representante de Deus é outra forma de definir mordomia. Sendo que o alvo do mordomo é viver para o Senhor, todos os recursos recebidos Dele devem ser utilizados para promover Seu reino e revelar Seu caráter a fim de atrair mais súditos do reino das trevas.
Apegar-se a si mesmo e tomar para si riquezas, como fez o jovem rico (Mt 19:16-22), em vez de fazer o que Deus espera com os recursos que Ele disponibiliza, é um ato de egoísmo que caracteriza o autor do pecado, não o Salvador do pecador. Deus nos deu Jesus, O Salvador nos deu Sua vida (Jo 3:16). Portanto, como representantes divinos, os mordomos devem ser vistos como altruístas, não egoístas (1Jo 3:16).
Nenhum pecador merece o amor de Deus; contudo, diante de tudo que Jesus fez por amor a nós, todos merecem saber que Ele nos ama, apesar de nossos erros e transgressões. Os que se convertem ao Salvador e diariamente aceitam Seu amor imensurável, devem testemunhar aos que não O conhecem, usando todos os meios e recursos disponíveis (1Pe 2:11, 12). Pedro nos orienta sobre isso (1Pe 3:15):
- ANTES, Santificai a Cristo no coração;
- PARA Responder com mansidão e temor;
- QUANDO E A QUEM? Quando alguém pedir...
Isso acontecerá quando nosso comportamento e atitude entre os descrentes forem moldados pelo Espírito Santo.
- O mordomo deve ser íntegro a fim de ser fiel:
A piedade reflete a verdadeira religião, é a essência de quem representa Cristo. A imitação de piedade não dá poder ao cristianismo. A falsa piedade é apenas uma simples aparência de religiosidade. O mordomo fiel não vive de aparência, nem dá preferência ao pecado, antes se dedica à santidade (2Tm 3:1-9).
Pessoas íntegras para com Deus não são regidas pelas circunstâncias. Elas são fiéis aos princípios divinos ainda que tal fidelidade lhes custe a vida (Ap 2:10; Dn 3). Elas são justas, apesar das circunstâncias. A piedade na vida do mordomo fiel se revela mais fortemente diante das adversidades, como se nota com Noé, Daniel e Jó, os quais viverem a justiça em uma sociedade injusta (Ez 14:14).
Para tais pessoas, Deus não tem problema em entregar mais de Seus recursos, pois serão utilizados para contribuir com a expansão de Seu reino.
- A maior alegria de um mordomo é o de representar Deus, em quem confia:
A alegria de quem ama a Deus é estar em Sua companhia e refletir Seu caráter. O mordomo recebe tal privilégio e aprecia ser moldado pela presença divina a fim de revelar os elevados padrões de Seu reino. Assim, ainda que enfrente a pobreza, ele aprende “a viver contente em toda e qualquer situação” (Fp 4:11).
Não são os bens materiais (ou riquezas) que trazem alegria e contentamento aos mortais. “O verdadeiro contentamento vem da piedade no coração, não do dinheiro na mão. A pessoa que depende de bens materiais para ter paz e segurança nunca ficará satisfeita, pois as coisas sempre acabam perdendo seu atrativo” (Warren W. Wiersbe; Comentário Bíblico Expositivo, v. 6, p. 306).
Quando o prazer do coração está no Senhor, e há confiança de que Ele sabe o que é melhor (Rm 8:28; Hb 13:5), o mordomo se contenta com o que recebe (Fp 4:4-13). Dessa forma, tendo o básico para se manter, o coração estará satisfeito em Deus (Sl 37:3-5, 25) e contente, pois, “grande fonte de lucro é a piedade com contentamento” (1Tm 6:6-8). “A felicidade não está no dinheiro, mas em Deus” (Hernandes Dias Lopes. 1 Timóteo, p. 139). Eis a recompensa dos mordomos fiéis. Os milionários não a alcançam, pois, em meio a tantas coisas, eles não têm tempo para Deus.
- Confiança em Deus é a maior segurança de um mordomo frente às ameaças do pecado:
O mordomo é um pecador convertido, que se sacrificou para que Cristo vivesse em seu lugar (Gl 2:20). Portanto, o mordomo fiel não se apoia em seu próprio entendimento, ao contrário, confia plenamente no Deus Onipotente (Pv 3:5).
A segurança do mordomo não são bens transitórios ou recursos efêmeros. Em sua fraqueza ele faz do Onipotente sua fortaleza (Sl 91:1, 2) e da Onisciência a sua fonte segura (Is 55:9). Dessa forma, a confiança em Deus se revela em nossa fidelidade ao que Ele nos pede, ainda que pareça ilógico. Por exemplo, devolver o dízimo diante das dívidas, ou guardar o sábado correndo o risco de ser demitido.
- O mordomo fiel vive intencionalmente concentrado no objetivo de influenciar pessoas para Deus:
Jesus veio ao mundo para glorificar a Deus (Jo 11:4; 12:28), assim os mordomos de Deus devem aprender com seu Mestre (Mt 5:16; Jo 8:12). Cristo deseja que as pessoas glorifiquem o Pai através das obras que Ele realiza por meio de nós (Ef 2:8-10; Tt 2:7).
Por isso o mordomo deve ser piedoso, justo e bondoso no trabalho (Cl 3:23-25), no lar (1Pe 3:1-7), em todo lugar e em tudo que fizer (1Co 10:31; Mt 6:33). A fidelidade e piedade alcançarão todo aquele que entrar em contato conosco (1Co 4:9), pois nossa poderosa influência impactará muitos corações (Sl 37:6; Mt 5:14).
- O mordomo piedoso vive na expetativa de ouvir o convite do Senhor no dia do juízo:
Não nos é possível diferenciar quem é piedoso apenas pela aparência. Isso será a tarefa de Cristo antes de levar os fiéis ao Céu (Mt 7:21-23; 25:14-46). O tipo de amor que abrigamos no coração determinará nossa condição final: O amor egoísta ou o amor altruísta. Quem não abrir mão do amor egoísta para receber de Deus o amor altruísta e ser generoso não ouvirá do Deus generoso a frase:
“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu Senhor” (Mt 25:23).
Os mordomos fiéis ouvirão tais palavras e se alegrarão. Será o dia de maior satisfação, enquanto para os egoístas, será de frustração e destruição (Mt 25:46).
A fé torna autêntico o comportamento de um mordomo justificado por Cristo. O genuíno amor passa a motivar suas ações, tornando-as altruístas em relação a Deus e ao próximo (Tg 1:26; Mt 22:37-39). Os mordomos “maus e negligentes com respeito aos bens de Deus, que incluem tudo o que Deus colocou nas mãos dos cristãos, serão condenados no dia do julgamento. Como livrar-se dessa condenação? Produzindo com os talentos que o Senhor deu a cada um, sem enterrá-los. No uso dos talentos, os dons produzem as multiplicações do Espírito Santo que incluem a salvação” (Mario Veloso; Mateus, p. 325).
Sejamos bons mordomos!
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pastor Heber Toth Armí graduou-se em Teologia pelo UNASP-EC, em 2005. Concluiu Mestrado em Teologia pelo UNASP-EC, em 2016. Atua como distrital em Fraiburgo, SC. É casado com Ketlin Mara Hasse Armí.