Lição 10
27 de maio a 02 de junho
Os últimos enganos de Satanás
Sábado à tarde
Ano Bíblico: RPSP: Sl 21
Verso para memorizar: “Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17).
Leituras da semana: Ap 12:9; 16:13, 14; 1Ts 4:16, 17; Ez 8:16; 20:1-20; Ap 18:4, 5

Era uma linda manhã de setembro em Chicago. Enquanto o sol se levantava sobre o lago Michigan, passageiros lutavam contra os engarrafamentos nas vias expressas Kennedy e Eisenhower, e as crianças iam para a escola, se desenrolava uma história arrepiante que amedrontou os habitantes de Chicago. Pessoas estavam adoecendo gravemente, e algumas estavam morrendo poucas horas depois de tomar cápsulas de Tylenol. Testes realizados mostraram que essas cápsulas estavam envenenadas com cianeto de potássio, um veneno mortal. Um indivíduo mentalmente perturbado havia adulterado a medicação. Até hoje, não se sabe quem fez isso.

Como vimos, o Apocalipse adverte que “os que habitam sobre a Terra” beberão uma poção mortal, o “vinho de Babilônia”. Há falsas doutrinas e falsos ensinamentos que, no fim, só levarão à morte. No entanto, o mundo não é deixado sem o antídoto, a proteção contra esse veneno espiritual: as três mensagens angélicas.

Na lição desta semana, continuaremos estudando não só os enganos de Babilônia, mas o plano de Jesus para nos salvar deles, bem como da morte que eles trariam se não fosse a intervenção divina.

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Domingo, 28 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 22
O caminho que parece direito

No contexto dos últimos dias, Jesus fez um alerta importante: “Surgirão falsos cristos e falsos profetas, operando sinais e prodígios, para enganar, se possível, os próprios eleitos” (Mc 13:22). Quem são os eleitos? Cristo disse: “Ele enviará os Seus anjos, com grande som de trombeta, os quais reunirão Seus escolhidos dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24:31). Não é assustador que o engano nos últimos dias será tão grande que até os fiéis estarão em perigo de serem enganados?

1. Quem é enganado por Satanás? Como entender essas palavras? Ap 12:9

Deus terá fiéis nos últimos dias, como teve ao longo dos séculos. No entanto, a Bíblia mostra que o engano de Satanás será muito difundido.

2. Leia Provérbios 14:12. Que aviso importante há nessa passagem?

Muitas vezes as pessoas são instruídas a seguir a própria consciência, a fim de determinar por si mesmas o que é certo ou errado, bom ou mau, e então viver em conformidade com isso. Mas as Escrituras dizem que somos todos pecadores, todos corruptos (Jr 17:9; Rm 3:9-18), e, portanto, confiar apenas em nossos sentimentos é um modo garantido de, mais cedo ou mais tarde, entender e agir de maneira errada. Muito mal tem sido cometido por pessoas convencidas de que suas motivações eram corretas. Ou seja, seguiram o “caminho que ao ser humano parece direito”.

Em vez disso, devemos mergulhar na Palavra de Deus, e a partir dela, à medida que nos rendemos ao Espírito Santo, aprender a distinguir a verdade do erro, o certo do errado, o bem do mal. Deixados às nossas próprias inclinações, ou mesmo aos nossos próprios sentidos, podemos nos tornar presas fáceis para os enganos de Satanás.

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Pense nos casos de pessoas que agiram com base no que elas acreditavam ser certo, ou mesmo no que acreditavam ser a vontade de Deus, e acabaram fazendo o que é mau. O que aprendemos com esses trágicos eventos?
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Segunda-feira, 29 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 23
A antiga mentira da imortalidade

3. Leia Apocalipse 16:13, 14 e 18:2, 23. Que alusões ao espiritismo encontramos nesses versos?

Expressões como “morada de demônios”, “espíritos de demônios” e “feitiçaria” indicam atividade demoníaca. Não é à toa que fomos avisados de que dos dois grandes enganos nos últimos dias, um será “a imortalidade da alma” (ver Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 489, 490).

Isso é comum hoje. Mesmo no mundo cristão, a crença de que a alma é imortal é considerada doutrina cristã básica. Muitos acreditam que, na morte, os salvos voam para o Céu, e os perdidos descem ao inferno. Quantas vezes, por exemplo, depois que o grande evangelista Billy Graham morreu, ouvimos dizer que “Billy Graham está seguro agora no Céu, nos braços amorosos de Jesus”, ou algo semelhante? Coisas assim são ensinadas nos púlpitos, nas salas de aula e, principalmente, em funerais.

4. Que instrução Deus deu ao Seu povo sobre a vida após a morte e sobre onde está nossa esperança? Ec 9:5; Jó 19:25-27; 1Ts 4:16, 17; Ap 14:13

Um dos pilares do engano babilônico é uma falsa compreensão da morte, que, centrada na ideia da imortalidade da alma, prepara o caminho para a influência enganosa do espiritismo. Se você acredita que os mortos, de alguma forma, vivem e podem até ser capazes de se comunicar conosco, então que proteção você tem contra qualquer um dos milhares de enganos satânicos? Se alguém que você pensou que fosse sua mãe ou filho morto, ou alguém amado, de repente aparecesse e falasse com você, quão facilmente você seria enganado por seus sentidos? Isso aconteceu no passado, ocorre agora e, visto que nos aproximamos dos últimos dias, acontecerá outra vez. A única proteção é estar firmemente enraizado no que a Bíblia ensina e se apegar ao ensino bíblico sobre a morte como um sono até a segunda vinda de Jesus.

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Que exemplos de espiritismo moderno existem em sua cultura hoje? Por que a estrita fidelidade à Palavra de Deus é a nossa única proteção?
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Terça-feira, 30 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 24
Babilônia: o centro da adoração ao Sol

A adoração ao Sol era notável no Egito, Assíria, Pérsia e certamente na Babilônia. Em seu livro The Worship of Nature, James G. Frazer faz esta observação: “Na antiga Babilônia, o Sol era adorado desde tempos imemoriais” (London: Macmillan and Co., 1926, v. 1, p. 529), Pode ser surpreendente, mas algumas vezes a adoração babilônica ao Sol influenciou a adoração por parte do povo de Deus no AT.

5. O que os profetas escreveram sobre a influência da adoração ao Sol em Israel e em Judá? Ez 8:16; 2Rs 23:5, 11; Rm 1:25

Ezequiel, contemporâneo de Daniel, retratou pessoas de costas para o templo do Senhor e virados para o leste, adorando o Sol, em vez de adorar o Criador do Sol.

Em Apocalipse 17, João descreveu um tempo em que os princípios da Babilônia, incluindo a adoração ao Sol, entrariam na igreja durante uma era de concessões. A conversão inesperada de Constantino, no início do 4o século, causou alegria ao Império Romano. Constantino era inclinado a adorar o Sol. Edward Gibbon, renomado historiador, escreveu: “O Sol era universalmente celebrado como o guia invencível e o protetor de Constantino” (The History of the Decline and Fall of the Roman Empire [London: J. O. Robinson & Co, Ltd., 1830], p. 12). Em 321 d.C., Constantino aprovou a primeira “lei dominical”, que dizia: “No venerável dia do Sol, que os Magistrados e as pessoas que residem nas cidades descansem, e que todos os estabelecimentos sejam fechados” (Edict of Constantine, 321 d.C). Essa lei não impôs a observância dominical a todos os súditos de Constantino, mas fortaleceu a observância do domingo na mente da população.

Nas décadas seguintes, imperadores e papas continuaram, por meio de decretos estatais e concílios da igreja, a estabelecer o domingo como único dia de adoração, o qual permanece hoje para a maioria dos cristãos. Esse é um exemplo da verdade de que, não é porque a maioria acredita em algo, ou o pratica, que isso se torna o certo.

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Observe a predominância da adoração dominical nas igrejas cristãs. O que isso nos ensina sobre como os enganos satânicos são difundidos? Novamente, assim como no caso do estado dos mortos, qual é a nossa única proteção?
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Quarta-feira, 31 de maio
Ano Bíblico: RPSP: Sl 25
Um chamado à fidelidade

A mensagem do segundo anjo é: “Caiu! Caiu a grande Babilônia” (Ap 14:8). Em Apocalipse 17, a mulher identificada como a Babilônia espiritual, vestida de púrpura e escarlate, cavalga sobre uma besta de cor escarlate, passa de mão em mão sua taça de vinho e embriaga de enganos o mundo. Igreja e Estado se unem. A mentira prevalece. Demônios fazem seus milagres para enganar. O mundo avança para o conflito final.

O povo de Deus é caluniado, ridicularizado e perseguido, mas em Cristo e pelo poder do Espírito Santo, ele permanece firme em seu compromisso. Os poderes do inferno não podem quebrar sua lealdade a Cristo. Seu povo está seguro Nele. Ele é seu “refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações” (Sl 46:1).

No tempo do fim, Deus chama um povo à fidelidade à Palavra. Jesus orou: “Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17). A verdade da Palavra, não as opiniões e tradições humanas, é a Estrela do Norte para nos guiar nesse momento decisivo da história da Terra.

Em 13 de novembro de 1893, em Nova York, o Dr. Edward T. Hiscox, autor do Standard Manual for Baptist Churches, dirigiu-se a um grupo de centenas de ministros batistas e chocou a todos ao explicar como o domingo entrou na igreja cristã: “Que pena que o domingo tenha vindo carimbado com a marca do paganismo, e sido batizado com o nome do deus Sol, depois adotado e sancionado pela apostasia papal, e transmitido como um legado sagrado ao protestantismo!”

6. Leia Ezequiel 20:1-20. Qual é a essência da mensagem de Ezequiel nessa passagem, e como o sábado se enquadra nesse chamado à fidelidade?

Ezequiel 20 foi um apelo para que Israel abandonasse práticas pagãs e adorasse o Criador, em vez dos falsos deuses, no caso os “ídolos do Egito”. Nas três mensagens angélicas, Deus fez um apelo semelhante para adorar o Criador, pois Babilônia caiu. O sábado e a fidelidade a Ele terão papel importante nos eventos finais.

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Que lições tiramos do que foi escrito em Ezequiel 20:1-20? (Veja também 1Co 10:11).
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Quinta-feira, 01 de junho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 26
Graça para a obediência

A mulher vestida de escarlate e púrpura, montada sobre a besta escarlate, passou de mão em mão sua taça de vinho, e embebedou o mundo com as falsas doutrinas de Babilônia. Ao falar do “vinho de Babilônia”, Ellen G. White escreveu: “Qual é esse vinho? – suas falsas doutrinas. Ela tem dado ao mundo um falso sábado em lugar do sábado do quarto mandamento e tem repetido a falsidade que Satanás proferiu pela primeira vez a Eva no Éden – a imortalidade natural da alma” (Maranata – O Senhor Vem! [MM 1977], p. 163). Esses ensinamentos errôneos têm enganado milhões. Como resultado, Deus faz ao Seu povo, ainda arraigado no erro, um último apelo.

7. Leia Apocalipse 18:4, 5. Qual é o apelo de Deus para multidões que ainda estão em organizações religiosas caídas?

Muitos do povo de Deus estão em religiões que rebaixaram os ensinos bíblicos e não entendem as verdades das Escrituras. O apelo de Deus é direto (Ap 18:4).

8. Leia 1 João 3:4 e compare com Romanos 14:23. Como a Bíblia define o pecado? Como essas passagens bíblicas se harmonizam?

Pecado é a transgressão da lei. A única maneira de obedecer à lei é pela fé no poder de Cristo. Somos frágeis, vacilantes e pecaminosos. Quando aceitamos Cristo pela fé, Sua graça faz expiação do nosso passado e nos capacita no presente. Ele nos dá “graça e apostolado [...] para a obediência” (Rm 1:5). O apelo do Céu ao Seu povo que está em igrejas que não respeitam a lei divina é que saia de lá pela fé. Seu apelo aos adventistas que guardam o sábado é que abandonem as tentativas humanas egocêntricas de obediência e vivam de forma piedosa pela fé na graça de Cristo, que nos livra da condenação do pecado e de seu domínio. Assim como a fidelidade de Israel à lei (Dt 4:6) teria sido uma testemunha ao mundo, nossa fidelidade pode ser uma testemunha poderosa e ajudar a guiar pessoas para fora da Babilônia.

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Sexta-feira, 02 de junho
Ano Bíblico: RPSP: Sl 27
Estudo adicional

“‘Babilônia, a Grande’ designa, de maneira especial, as religiões apóstatas unidas no fim dos tempos [...]. ‘Babilônia, a Grande’ é o nome escolhido pela Inspiração para dar nome à grande união religiosa tríplice do papado, protestantismo apostatado e espiritismo [...]. O termo ‘Babilônia’ se refere às organizações em si e a seus líderes, não aos membros do movimento. Estes são chamados de “muitas águas” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 944).

“Por meio de dois grandes erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo –, Satanás aprisionará o povo em sua armadilha. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o segundo cria um laço de afinidade com Roma” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 489, 490).

No AT, os espíritos dos mortos tinham papel importante na religião babilônica. Os babilônios acreditavam na imortalidade da alma. Acreditavam que na morte a alma entrava no mundo espiritual. O conceito da alma imortal é estranho às Escrituras. Kaufmann Kohler identifica a origem da falsa crença da imortalidade. “A crença de que a alma continua existindo após a decomposição do corpo não é [...] ensinada nas Escrituras. [...] A crença na imortalidade da alma chegou aos judeus a partir do contato com o pensamento grego e principalmente por meio da filosofia de Platão, seu principal expoente, que foi levado a ela através dos mistérios órficos e mistérios de Elêusis, nos quais os conceitos babilônicos e egípcios foram estranhamente misturados” (The Jewish Encyclopedia, “Immortality of the Soul”, 1906).

Perguntas para consideração

  1. A verdade sobre a morte é importante? Ela nos protege e nos conforta?

  2. Alguns enganos do diabo são óbvios e outros são mais sutis. Como evitá-los?

  3. Alguns fazem o mal acreditando que estão seguindo a vontade divina revelada na Bíblia. Como explicar isso? Qual é o papel da lei de Deus na explicação?

Respostas e atividades da semana: 1. O mundo todo. Os enganos de Satanás atingem todas as pessoas. 2. Cuidado para não seguir sua consciência, pois ela pode levá-lo à morte. Siga a Palavra de Deus e as orientações do Espírito Santo. 3. Espíritos de demônios e feitiçaria fazem parte do sistema de engano de Babilônia. 4. A morte é como um sono até a segunda vinda de Jesus. Nossa esperança está em Cristo e na ressurreição. 5. Havia pessoas do povo de Deus que adoravam o Sol. Reis instituíam sacerdotes para queimar incenso ao deus Sol. Cavalos e carros eram dedicados ao deus Sol. 6. Israel foi chamado a abandonar as práticas pagãs e adorar o Criador, em vez dos falsos deuses. O sábado tem a ver com nossa adoração a Deus como Criador e terá papel importante em relação à adoração ao único Deus verdadeiro nos últimos dias. 7. “Saiam delas e se voltem para Mim.” 8. O pecado é a transgressão da lei de Deus. A única maneira de obedecer à lei é por meio da fé na Palavra de Deus e no poder do Cristo vivo.

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Resumo da Lição 10
Os últimos enganos de Satanás

PARTE I – VISÃO GERAL

Em Apocalipse 14:8, é anunciada a queda da Babilônia espiritual. Como vimos na semana passada, Babilônia foi uma opressora do povo de Deus no Antigo Testamento. Portanto, ela é um símbolo apropriado da cidadela do erro, do centro da apostasia e do arqui-inimigo da verdade. Na semana passada, também estudamos o contraste entre a mulher vestida de branco, a igreja verdadeira de Cristo, e a prostituta, Babilônia. Observamos que o falso sistema de religião denominado Babilônia busca autoridade nos líderes religiosos humanos, e não na Palavra de Deus. Babilônia tira seu poder do Estado, e não de Cristo. Condizente com o costume de muitas falsas religiões, ela usa ídolos como representações da divindade.

Nesta semana, estudaremos os dois maiores enganos de Babilônia: o conceito da alma imortal e a adoração ao Sol. Ao longo dos séculos, as religiões pagãs têm acreditado que o espírito é imortal. Essa crença estava presente no Egito, na Assíria, em Babilônia, na Média-Pérsia, na Grécia e em Roma. Essa ideia da imortalidade da alma entrou na igreja cristã nos primeiros séculos, juntamente com a adoração de ídolos pagãos repaginados sob um verniz de cristianismo e venerados como santos. O segundo erro, a adoração ao Sol, também entrou na igreja cristã relativamente cedo, quando os líderes cristãos tentaram agradar os pagãos e tornar o cristianismo mais palatável para eles. A suposta santidade do domingo e a imortalidade da alma são dois dos maiores enganos de Satanás para os últimos dias. Nesta semana, estudaremos esses enganos à luz da Palavra de Deus.

PARTE II – COMENTÁRIO

Quando João escreveu o Apocalipse, a antiga cidade de Babilônia já havia sido destruída há muito tempo. Ele escreveu esse livro no fim do primeiro século. Babilônia havia sido derrubada pelos medos e persas em 539 a.C., mais de 600 anos antes. Isaías predisse o destino de Babilônia: “Nunca mais será repovoada nem habitada, de geração em geração; o árabe não armará ali a sua tenda e o pastor não fará descansar ali o seu rebanho” (Is 13:20, NVI). Ao longo dos séculos, essa profecia tem provado ser verdadeira. Alexandre, o Grande, da Grécia, trouxe 10.000 homens a Babilônia para limpar as ruínas e reconstruir a cidade. Ele morreu em Babilônia antes que o projeto fosse realizado. Após sua morte, a missão foi abandonada. A cidade está em ruínas há mais de 2.500 anos.

A Babilônia mística do Apocalipse não é a antiga cidade de Babilônia. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia revela a identidade da Babilônia espiritual de forma contundente: “Babilônia, tanto literal quanto mística, é reconhecida há muito como a inimiga tradicional da verdade e do povo de Deus. O uso do nome no Apocalipse indica todas as organizações religiosas apóstatas e sua liderança, desde a Antiguidade até o fim dos tempos” (v. 7, p. 919).

“Essa profecia da queda de Babilônia tem seu cumprimento final no afastamento, por parte do protestantismo como um todo, da pureza e simplicidade do evangelho” (v. 7, p. 917).

Essa afirmação nos leva a algumas perguntas importantes. Quais eram as principais características da Babilônia do Antigo Testamento? Algumas de suas práticas foram adotadas pela Igreja Católica nos primeiros séculos após a ascensão de Cristo? Já observamos na lição da semana passada que os ídolos foram trazidos para a igreja e incorporados ao culto cristão. Nesta semana, como afirmamos em nossa visão geral, vamos nos concentrar em dois outros erros que corromperam a igreja na Idade Média: a imortalidade da alma e a santidade do domingo. Ellen G. White faz uma extraordinária declaração ligando esses erros semelhantes: “Por meio de dois grandes erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo –, Satanás aprisionará o povo em sua armadilha. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o segundo cria um laço de afinidade com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender a mão para o espiritismo por cima de um abismo e, por sobre o abismo, segurará a mão do poder romano; e, sob a influência dessa tríplice união, esse país seguirá os passos de Roma, pisoteando os direitos da consciência” (O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 489, 490).

Espiritualismo

Por todo o livro do Apocalipse, o espiritismo é um dos enganos finais de Satanás para unir o mundo e levá-lo ao conflito final da Terra entre o povo de Deus e as forças do mal. Em Apocalipse 16:13, 14, João afirma que os “três espíritos imundos semelhantes a rãs” “são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro a fim de ajuntá-los para a batalha do grande Dia do Deus Todo-Poderoso”. Em Apocalipse 19:20, o profeta diz que aqueles que receberam a marca da besta foram enganados pelas falsas maravilhas ou sinais espetaculares e, no capítulo 13, ele confirma que o diabo “seduz aqueles que habitam sobre a Terra por causa dos sinais que lhe foi permitido realizar diante da besta” (Ap 13:14). De acordo com Apocalipse 18:2, Babilônia “se tornou morada de demônios, refúgio de toda espécie de espírito imundo”. Sob o disfarce do espiritismo, Satanás operará com “prodígios da mentira” e “todo engano de injustiça” (2Ts 2:9, 10). Um de seus enganos finais será a personificação dos mortos por seus anjos maus e uma distorção da verdade bíblica, incluindo o sábado.

Ellen G. White nos revela esse quadro arrepiante do que virá sobre aqueles que aceitaram o erro da imortalidade da alma: “A doutrina da consciência do homem na morte, especialmente a crença de que os espíritos dos mortos voltam para se comunicar com os vivos, abriu caminho para o moderno espiritualismo. Se os mortos são admitidos à presença de Deus e dos santos anjos e se são favorecidos com conhecimentos que superam em muito o que antes possuíam, por que eles não voltariam à Terra para iluminar e instruir os vivos? [...]. Satanás tem poder para fazer surgir diante das pessoas a figura de seus amigos falecidos. A imitação é perfeita: a expressão familiar, as palavras e o tom da voz são reproduzidos com incrível exatidão. Muitos se consolam com a ideia de que seus queridos estão desfrutando a felicidade do Céu e, sem suspeitar do perigo, dão ouvidos ‘a espíritos enganadores e a ensinos de demônios’” (1Tm 4:1; O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 459, 460).

Consideremos novamente a questão a fim de que não nos orgulhemos do nosso conhecimento da verdade bíblica e acreditemos que não corremos perigo imediato de cair em tais enganos flagrantes. O espiritismo moderno se estende muito além da personificação de nossos entes queridos por anjos maus. (Os adventistas que creem na Bíblia, em sua maioria, não serão enganados pela aparição de Belzebu ao pé de sua cama à noite como o querido tio José voltando da sepultura e trazendo uma “nova luz” sobre o sábado.) O espiritismo, em sua forma moderna, encontra sua expressão em um ataque mais sutil, embora devastador, à verdade bíblica.

Uma de suas premissas, que remonta ao Jardim do Éden, é a mentira fatal da serpente de que os humanos seriam como deuses ao transgredir a lei de Deus. Vemos esse ensinamento pernicioso com uma nova embalagem apresentada pelo pós-modernismo e divulgado com um apelo sedutor no dogma do “faça o que você quiser”, uma refutação e um ataque à santa lei de Deus. Esse engano perigoso subordina a soberania imutável e absoluta da lei divina ao capricho da autoridade humana e da cultura. Estando assim sujeita à autoridade humana, a lei de Deus perde a sua força sobre a humanidade e deixa de ser obrigatória para os seres humanos. O resultado devastador é que a autoridade de Deus e de Sua Palavra se tornam enfraquecidas e negligenciadas, em grande parte, em nossas culturas modernas.

O resultado? Satanás realmente não se importa com a maneira pela qual ele nos engana por meio das falsas maravilhas do espiritualismo. Não faz diferença se ele vai nos enganar por um ataque óbvio mediante uma “nova luz” de familiares “mortos” ou por um ataque mais sutil à inspiração e autoridade da Palavra de Deus. Portanto, devemos colocar toda a armadura de Deus (Ef 6:10-18) e orar por discernimento para identificar os enganos mais sutis do nosso inimigo incansável.

Ataque à verdade do sábado

Esse ponto nos leva ao segundo grande erro que Satanás usará para enganar o povo de Deus nos últimos dias: o falso ensino de que o sábado não mais é válido porque a lei de Deus não é mais obrigatória. Esse último erro tem suas raízes na Antiguidade. A adoração ao Sol tem sido praticada há muito tempo pelas culturas antigas. O principal deus dos babilônios era Bel Marduque. Ele foi retratado sentado em um trono dourado em um templo dourado diante de uma mesa dourada. Ele era o deus Sol da justiça, luz, verdade e autoridade real. A Encyclopedia Britannica tem um artigo esclarecedor que descreve a influência do deus Sol sobre as civilizações passadas. De acordo com o artigo, os antigos tinham a seguinte crença: “o Sol é o doador de luz e vida para todo o cosmos; com seu olho que tudo vê, sem piscar, ele é o austero fiador da justiça; com a conexão quase universal da luz com a iluminação ou esclarecimento, o sol é a fonte da sabedoria. [...] Essas qualidades – soberania, poder de beneficência, justiça e sabedoria – são essenciais para qualquer grupo religioso de elite, e é nesse contexto que se encontra uma ideologia solar altamente desenvolvida. Reis governavam pelo poder do Sol e alegavam serem descendentes dele. As divindades solares, deuses que personificam o Sol, são soberanas e oniscientes. O Sol é muitas vezes um atributo primordial da Divindade Suprema ou é identificado com ela” (“Sun Worship: Religion”, Encyclopedia Britannica, disponível em: www.britannica.com/topic/sun-worship).

Os babilônios, com seus semelhantes pagãos, manifestavam grande reverência ao deus do Sol, Bel Marduque. O falso sistema religioso da Babilônia do tempo do fim, assim como seu equivalente antigo, desconsidera a lei de Deus. Nos primeiros séculos, houve um comprometimento na Igreja Romana para se ajustar à cultura pagã que a cercava. Com o objetivo de se dissociarem dos judeus e evangelizar os pagãos, líderes da igreja e do Estado se uniram para reverenciar o domingo, primeiro como dia de descanso civil e depois como dia oficial de adoração. Ao longo dos séculos da Idade Média, sob os auspícios da Babilônia, essa aliança entre igreja e Estado, religião e política, substituiu a Palavra de Deus pelas tradições humanas. A adoração a ídolos substituiu a adoração direta a Jesus. A verdade bíblica sobre o estado dos mortos foi suplantada pelo erro da imortalidade da alma. O sábado foi mudado do sétimo dia da semana para o primeiro dia da semana, o domingo. Parecia que o erro e a falsidade triunfariam. Contudo, o último livro da Bíblia, o Apocalipse, profetizou que Deus levantaria um remanescente nos últimos dias, salvo pela graça e que, pelo poder do Cristo vivo, viveria em santa obediência e proclamaria ao mundo Sua mensagem para os últimos dias.

PARTE III – APLICAÇÃO À VIDA

Reflita: A lição desta semana deve nos levar a pensar seriamente sobre nossa experiência espiritual. Se o diabo usará o espiritismo para enganar milhões porque eles anseiam por sinais e maravilhas mais do que pela verdade da Palavra de Deus, é possível que nós também sejamos enganados se a base da nossa experiência espiritual for sentimentos e emoções? Queremos sinais e maravilhas mais do que a verdade da Palavra de Deus? Abaixo estão algumas perguntas para reflexão:

1. Que papel a emoção desempenha em nossa experiência religiosa? E se nossas emoções apontarem para um lado e a Palavra de Deus apontar para o outro? Nossos sentimentos sempre são um guia seguro? Explique. E se você fosse confrontado com a aparição de um ente querido que já morreu? O que você faria? Mais importante ainda, qual é a sua única salvaguarda contra os enganos do espiritualismo que minam a supremacia da Palavra de Deus em sua cultura?

2. A mudança do sábado é reflexo de um afastamento da Palavra de Deus. Essa mudança ocorreu gradualmente ao longo dos séculos. Os enganos de Satanás geralmente são sutis. Ele é um estrategista astuto. É possível que estejamos na ladeira escorregadia da condescendência em nossa vida? Em caso afirmativo, quais seriam essas condescendências? Além disso, quais delas você vê como os maiores desafios que a igreja está enfrentando hoje na área das condescendências?

3. Discuta a seguinte declaração: “Satanás operará seus milagres para enganar; estabelecerá seu poder como supremo. A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora, na sacudidura; a palha será separada do trigo precioso. É esse um evento terrível, não obstante, importa que tenha lugar. Ninguém, a não ser os que venceram pelo sangue do Cordeiro e a palavra de Seu testemunho, será encontrado com os leais e fiéis” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 911). Que elemento, ou elementos, se destacam nessa afirmação? Por quê?

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Prisioneiro com um rádio

Ana

Portugal | 27 de maio

Alguém deu um pequeno rádio para Paulo na prisão em Portugal. O rádio era a única coisa que Paulo, um cientista bem-educado, tinha para se distrair. Ele começou a procurar estações de rádio. No entanto, a única estação que o rádio sintonizava era a adventista do sétimo dia. Paulo precisava ficar em determinado lugar perto da janela para sintonizar a estação. Então, ele começou a ouvir os programas adventistas.

Um dia, alguém na rádio ofereceu uma cópia gratuita do livro O Grande Conflito. Paulo pediu o livro e recebeu pelo correio.Depois de um tempo, Paulo foi transferido para outra prisão, mas não ficou feliz porque não era para onde ele esperava ser enviado. No entanto, a nova prisão acabou ficando mais perto da rádio adventista, e ele poderia sintonizar melhor os programas em seu rádio.

Paulo enviou uma longa carta para o diretor da estação de rádio. Ele escreveu sobre a razão de estar na prisão e sobre como começou a ouvir a estação de rádio.

“Minha vida está sendo transformada pelo que estou ouvindo todos os dias”, escreveu ele.

O diretor da estação de rádio ficou maravilhado ao saber que Paulo conseguia ouvir as transmissões de rádio desde a primeira prisão. O diretor morava perto daquela prisão e nunca tinha conseguido sintonizar o sinal da rádio.

Quando a pandemia de Covid-19 começou, a estação de rádio incluiu os cultos de sábado em sua programação, e Paulo começou a ouvir os sermões. Em um sermão, o pregador convidou as pessoas a se inscreverem em estudos bíblicos, e Paulo se inscreveu. Ele começou a estudar a Bíblia pelo correio com Ana, uma voluntária da igreja.

Como cientista, ele era um estudante curioso e fazia muitas perguntas. Quando terminou os estudos bíblicos, ele pediu para ser batizado. As restrições e a burocracia pela Covid-19 bloquearam seu pedido.

Então, ele começou a estudar o livro de Apocalipse com Ana. Depois de terminar o Apocalipse, eles começaram um estudo comparando os escritos de Ellen White com a Bíblia.

Os estudos estão em andamento. Ana está tentando fazer de Paulo o mais independente possível em seus estudos bíblicos. “Quero que ele tenha as ferramentas para ir à Bíblia e estudar por si mesmo”, diz Ana. Paulo pediu para Ana dar estudos bíblicos para vários outros presos. Ana está feliz por ensinar aos presos, mas ela quer envolver Paulo no ensino. Por isso, ela o está encorajando a dar estudos bíblicos aos presos. “Eu quero fazer dele uma ferramenta em um lugar onde nós não podemos alcançar as pessoas pessoalmente”, diz ela.

É muito difícil para os adventistas alcançarem as pessoas nas prisões portuguesas.

Paulo está preocupado por não saber o suficiente sobre a Bíblia para ensinar sobre Jesus. Ele também se preocupa com a falta de autoridade moral para ensinar os outros porque, afinal, ele está na prisão.

Mas Ana continuou a encorajá-lo, e ele está ficando mais confortável. Ele começou os estudos bíblicos com um prisioneiro e conversa regularmente sobre Jesus com outros dois ou três. Ele também falou sobre Jesus com seu psicólogo. Em Portugal, os prisioneiros são obrigados a receber aconselhamento ou têm a opção de procurar aconselhamento. O psicólogo de Paulo é ateu. Paulo falou de Jesus ao psicólogo, e o psicólogo questionou suas crenças. “Como você pode, como cientista, acreditar em algo que a ciência não pode provar?”, o psicólogo disse. “Tudo o que você acredita é um conto de fadas.”

As sessões de aconselhamento se transformaram em conversas sobre fé. Paulo sente que o Espírito Santo o está guiando. Ele diz coisas que estudou, mas coisas que não planejava dizer vêm à sua mente. Em uma sessão, ele desafiou o psicólogo a ler O Grande Conflito, e o psicólogo concordou. Paulo ofereceu sua cópia, e o psicólogo está lendo.

Paulo escreveu para Ana que a vida na prisão não é fácil. Ele quer mudar sua dieta e ser batizado, mas as restrições da prisão têm complicado as coisas. Mesmo assim, ele é grato por estar na prisão. “Acredito que isso me proporcionou o encontro que eu precisava com Jesus”, escreve ele. “Olhando para trás, posso ver que tudo o que aconteceu foi guiado por Deus para transformar minha vida.”

Ana diz que Paulo está na prisão porque tomou decisões erradas. Ele não é inocente.

“No entanto, acredito que ele foi chamado para ser um instrumento de Deus em um lugar que nós não temos acesso”, diz ela. “Eu realmente acredito que ele é um missionário lá, mesmo que ele ainda não tenha descoberto isso.”

A educação, incluindo os estudos bíblicos para prisioneiros, é uma forma importante pela qual a Igreja Adventista do Sétimo Dia compartilha as boas-novas sobre a breve volta de Jesus em Portugal. Parte das ofertas do décimo terceiro sábado deste trimestre ajudará a expandir a educação adventista abrindo uma escola de ensino fundamental em Setúbal, Portugal. Obrigado por planejar uma oferta generosa.

Por Andrew McChesney

Dicas para a história

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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 2º Trimestre de 2023

Tema geral: As três mensagens do Apocalipse

Lição 10 – 27 de maio a 3 de junho

Os últimos enganos de Satanás

 

Autor: Moisés Mattos

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Revisora: Rosemara Santos

Introdução

Nesta semana, nosso estudo paira sobre os principais enganos da Babilônia religiosa no tempo do fim.

No Apocalipse, a mistura doutrinária propagada por Babilônia é comparada ao vinho. Ao falar do “vinho de Babilônia”, Ellen G. White escreveu: “Qual é esse vinho? – suas falsas doutrinas. Ela tem dado ao mundo um falso sábado em lugar do sábado do quarto mandamento e tem repetido a falsidade que Satanás proferiu pela primeira vez a Eva no Éden – a imortalidade natural da alma” (Maranata – O Senhor Vem! [MM 1977], p. 163).

I – Primeiro engano – imortalidade da alma

Um dos enganos que envolve quase a totalidade das religiões é a imortalidade da alma. Para a maioria das interpretações religiosas, quando o ser humano morre vai direto para uma espécie de céu ou paraíso; para outros, ele reencarna para viver em outro tempo. Seja como for, o que se propõe, em geral, no mundo das religiões, é a possibilidade de se viver em outra esfera logo depois da morte. Pode-se observar que todas as religiões, de alguma forma, pregam a imortalidade da alma. Oneide Bobsin, teólogo cristão, observou o mesmo que Ellen White ensinou no livro O Grande Conflito, página 489, 490 [CPB, 2021, capítulo 36]. Ele disse: “Por meio dos dois grandes erros – a imortalidade da alma e a santidade do domingo – Satanás vai enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma”.

Ele observou que há um tema transversal entre as grandes religiões, e este é “a ideia da imortalidade da alma e, por conseguinte, a possibilidade de comunicação entre o mundo dos mortos e o dos vivos” (Oneide Bobsin, “Tendências religiosas e transversalidade – hipóteses sobre a transgressão de fronteiras”, artigo disponível em rb.gy/p2zfy, acesso no dia 26 de janeiro de 2023). Essa transversalidade atenta contra os ensinos bíblicos no tocante ao ser humano. A Bíblia diz que o homem é mortal por causa do pecado. Ele morre e fica na sepultura aguardando a volta de Jesus e a ressurreição (Jo 5:28, 29).

O único que detém a imortalidade é Deus (1Tm 6:16). Portanto, acreditar na imortalidade é um atentado contra várias outras doutrinas bíblicas. Com o ser humano morrendo e indo direto para o Céu, paraíso ou inferno, ou mesmo reencarnando, como fica a doutrina do juízo, da volta de Jesus e da ressurreição final? Elas simplesmente perdem a razão de existir.

A elas também podemos acrescentar a doutrina da salvação. Se, quando alguém morre, reencarna, por exemplo, e pode ser purificada por meio do próprio sofrimento, por que Jesus precisaria ter morrido para lhe dar a salvação? Por que Ele morreria para pagar o preço dos pecados e purificar os pecadores?

II – Segundo engano – Adoração do Sol e guarda do dia errado

A adoração ao Sol era notável no Egito, Assíria, Pérsia e, certamente, na Babilônia. Em seu livro The Worship of Nature, v. 1, p. 529, James G. Frazer faz esta observação: “Na antiga Babilônia, o Sol era adorado desde tempos imemoriais”. O próprio Israel em alguns momentos sucumbiu diante dessa adoração ao chamado astro rei (Ez 8:16; 2Rs 23:5).

O desenvolvimento pleno desse tipo de idolatria tem lugar quando, por influência dos romanos, e de um antissemitismo (que detestava tudo o que vinha dos judeus), os cristãos começaram a adorar no domingo, o dia do Sol.

O processo começou por um decreto político de um imperador. A mais antiga lei dominical diz: “No venerável dia do Sol, que os magistrados e as pessoas que residem nas cidades descansem, e que todos os estabelecimentos sejam fechados” (Édito de Constantino, 321 d.C).

A prática dominical foi aos poucos validada e absorvida por concílios e decretos da Igreja, que se distanciou do dia bíblico de repouso.

No entanto, na Bíblia, o sábado é o dia de repouso tanto como uma ordem de Deus (Ex 20:8-11) quanto como um elemento que se solidifica historicamente no período que vai do Genesis até o Apocalipse (Gn 2:1-3; Êx 20; Is 58:13, 14; Lc 4:16; At 16:12-14; Ap 1:10; Is 66:22, 23).

No escopo do grande conflito, o sábado entra como uma prova de reconhecimento de Deus como Criador e Redentor. A mensagem do primeiro anjo fala sobre adorar Aquele que fez o céu, a Terra, o mar e as fontes das águas (Ap 14:7).

Conclusão

Há muitos anos, li em uma revista Ação Jovem, um sermão intitulado: “Um trago no bar de Babilônia”.

Nele, o autor argumentava que saímos de Babilônia, mas por vezes, nossas atitudes erradas nos levam de volta pra lá. Muitos voltam para um “trago” no bar de Babilônia.

Assim, é bom considerar que, enquanto Apocalipse 14 fala da queda de Babilônia, Apocalipse 18 faz um convite: “Saiam dela, vocês, povo Meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!” (Ap 18:4, NVI).

Pecado é transgressão da lei (1Jo 3:4) e o apelo de Deus é que Seu povo deixe a Babilônia, promotora do pecado por seu antagonismo à lei de Deus. Quem já deixou a cidade do pecado deve vigiar e orar para que não volte a beber o vinho misturado oferecido por ela.

Oremos e clamemos pelo poder de Deus para que Ele nos livre definitivamente de Babilônia!

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: O Pr. Moisés Mattos é mestre em Teologia e pós-graduado em gestão empresarial. Serve à Igreja Adventista há mais de 30 anos em diferentes funções. Atualmente exerce sua atividade como pastor na Igreja Central de São Carlos, SP, e produz os comentários da Lição da Escola Sabatina para o canal Classe de Professores, no YouTube. Casado com a professora Luciana Ribeiro de Mattos, é pai de Thamires e Lucas.