O estudo desta semana trata das parábolas de Marcos 4. Entre os evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), Marcos é o que contém o menor número de parábolas.
Há bastante tempo os estudiosos discutem sobre o significado e a interpretação das parábolas de Jesus: como interpretá-las, o que significam, por que Jesus as usou, que tipo de lições Ele pretendia ensinar, quão literalmente devem ser interpretadas (ou se elas são totalmente simbólicas) e assim por diante.
Obviamente, não vamos resolver todas essas questões na lição desta semana. Em vez disso, vamos examiná-las e, pela graça de Deus, compreenderemos as ideias mais importantes que Jesus destacou por meio das parábolas.
Marcos 4 apresenta apenas cinco parábolas: o semeador, a lamparina, a medida, a semente e o grão de mostarda. A maior parte do capítulo gira em torno da parábola do semeador, a primeira a ser contada. Em seguida, é apresentado o motivo pelo qual Jesus usava parábolas. Depois, vem a interpretação da parábola. Esse padrão de três etapas será o foco do estudo de domingo, segunda e terça. Em seguida, as outras parábolas serão objeto de nosso estudo na quarta e na quinta.
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1. Leia Marcos 4:1-9. Como eram os diferentes solos e o que aconteceu com a semente que caiu em cada um deles?
Muitas vezes, quando as pessoas leem as parábolas de Jesus, elas vão direto para a interpretação que Jesus apresentou. Afinal, não é esse o objetivo de tais histórias: ensinar verdades espirituais para a vida? Sim, mas algumas vezes Jesus não explicou determinadas parábolas, exceto em breves observações como “O reino de Deus é como [...]” ou “Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça”.
Por isso, em vez de nos apressarmos, é melhor simplesmente analisar a história em si, a fim de captar a direção para a qual apontam suas várias características narrativas. Fazer isso com a parábola do semeador traz à luz vários conceitos. Em todos os casos, a semente é a mesma, mas cai em quatro tipos diferentes de solo, que influenciam bastante no destino da semente. Em vez de uma história contínua, a parábola é formada por quatro histórias contadas até o desfecho de cada cenário. O período de tempo envolvido aumenta a cada história sucessiva.
As sementes que caíram à beira do caminho foram imediatamente comidas pelos pássaros (Mc 4:4). As sementes que caíram em solo rochoso levaram dias ou talvez semanas para alcançar seu resultado malsucedido, quando foram queimadas pelo sol.
As sementes que caíram no solo cheio de espinhos demoraram ainda mais para chegar ao seu fim completamente improdutivo, sufocadas pelas ervas daninhas. As sementes que caíram em boa terra levaram mais tempo, talvez uma estação de crescimento inteira, como geralmente acontece em uma colheita.
Três das histórias falam de fracasso; apenas a última trata de sucesso, de uma colheita boa e abundante. O tamanho das histórias, o período de tempo cada vez mais longo de cada uma e o fato de que apenas uma tem um final bem-sucedido – tudo isso aponta para o risco de fracasso, mas também para o resultado de abundância e sucesso.
A parábola do semeador parece apontar para o custo do discipulado e os riscos envolvidos nele, mas também para a recompensa satisfatória de seguir a Jesus.
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Jesus não explicou a parábola imediatamente. Ele falou a uma multidão (Mc 4:1). Mais tarde, com um grupo menor, explicou o que a parábola significa (Mc 4:10).
2. Leia Marcos 4:13-20. Como Jesus interpretou a parábola do semeador?
Jesus interpretou a parábola identificando os itens externos à história representados pelos vários detalhes mencionados. A interpretação indica que a história é uma espécie de alegoria que faz algumas referências ao mundo real, mas isso não significa necessariamente que cada detalhe possui um significado.
Jesus identificou a semente como a Palavra (Mc 4:14), pregada por Ele próprio. Tiago 1:21 exorta: “Deixando toda impureza e acúmulo de maldade, acolham com mansidão a palavra implantada em vocês, a qual é poderosa para salvá-los.”
Os diferentes solos representam diferentes ouvintes. Todos ouvem a Palavra; isto é, todos os solos têm sementes plantadas neles. Mas a recepção é diferente. O solo à beira do caminho é duro, e os pássaros levam a semente embora, ou seja, Satanás tira a verdade do coração. O solo rochoso tem pouca profundidade, o que sugere pessoas que têm compromissos superficiais e não calculam o custo do discipulado. O solo cheio de espinhos sufoca a semente nele plantada, o que representa as preocupações da vida e as riquezas que sufocam a Palavra. Mas a boa terra representa os que ouvem a Palavra e a recebem, os quais crescem e produzem uma colheita abundante.
As explicações mais longas se referem ao solo rochoso e ao solo com espinhos. Ao descrever os ouvintes ligados ao solo rochoso, Jesus aponta para elementos em contraste: eles recebem a Palavra com alegria, mas são discípulos temporários. Quando vem a perseguição, eles se afastam. Os ouvintes relacionados aos espinhos são o oposto: eles não se desviam por causa dos tempos difíceis, mas por causa dos bons tempos – o foco deles está nas coisas que o mundo oferece, não no Reino de Deus.
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Uma leitura superficial desses versos dá a impressão de que Jesus ensinava por parábolas para que os que estivessem fora de Seu grupo não as compreendessem. Mas essa perspectiva não se encaixa com as ações de Jesus no evangelho. Em Marcos 3:5 e 6, Jesus Se entristeceu com a dureza dos líderes. Em Marcos 3:22 a 30, Ele levou a sério o que os escribas disseram e explicou por que eles estavam errados. Em Marcos 12:1 a 12, os líderes compreenderam que a parábola dos lavradores maus se referia a eles. Na verdade, era uma advertência sobre o desfecho da conspiração deles contra Jesus e as terríveis consequências que isso teria. Se Ele não Se preocupasse com as pessoas, não as advertiria. Vamos analisar de modo mais atento as palavras de Jesus para entender o que Ele quis dizer. Ele estava parafraseando Isaías 6:9 e 10.
4. O que ocorreu com Isaías? O que ele devia anunciar a Israel? Is 6:1-13
Isaías teve uma visão de Deus e se viu esmagado pela glória do Senhor e por sua própria impureza. O Pai então o purificou e o encarregou de transmitir uma mensagem alarmante. Assim como em Marcos, esse texto parece estar fora de sintonia com grande parte de Isaías, com sua ênfase no conforto para o povo de Deus.
Em Isaías 6, a mensagem destina-se a chocar o povo, despertando Israel para que se afaste do mal. A chave para compreender as palavras de Jesus é encontrada em Marcos 3:35. Para compreender os ensinos de Jesus, é necessário fazer a vontade de Deus. É isso que nos torna membros da família de Jesus. Por outro lado, os que tinham concluído que Jesus estava possuído por demônios não ouviriam Suas palavras.
O objetivo de Jesus ao citar Isaías 6 não era dizer que Deus estava rejeitando as pessoas, mas que as ideias preconcebidas e a dureza delas as impediam de aceitar a verdade que salva, a qual atravessa a parábola do semeador. Cada um escolhe que tipo de solo deseja ser. Todos precisam decidir se vão ou não se render a Jesus.
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5. Qual foi a ênfase de Jesus na parábola da lamparina? Mc 4:21-23
Na época de Jesus, as casas variavam em tamanho e tipo de construção, dependendo da localização e das posses do proprietário. As casas passaram a seguir um padrão grego, sendo construídas em torno de um pátio, mas com vários níveis de sofisticação. Jesus poderia estar falando a respeito desse tipo de casa ou talvez de casas menores, que pertenciam a camponeses. Quer a casa fosse grande ou pequena, o que estava envolvido era o princípio: algum dia a verdade sobre Jesus seria revelada.
Jesus fez duas perguntas retóricas em Marcos 4:21. A primeira exige uma resposta negativa: “Será que alguém traz uma lamparina para que seja colocada debaixo de um cesto ou da cama?” A segunda pergunta exige uma resposta positiva: “Por acaso não a coloca num lugar em que ilumine bem?” Jesus apresenta um cenário absurdo, quase engraçado, para ilustrar o que deseja ensinar. As lamparinas servem para iluminar, do contrário perdem seu propósito. Marcos 4:22 explica que a parábola se refere a segredos que se tornam públicos. Qualquer pessoa cujo e-mail ou computador tenha sido hackeado sabe o que é ter segredos tornados públicos. Mas Jesus está falando sobre o evangelho.
6. Que lição Jesus pretendia ensinar com a parábola do padrão de medida? Mc 4:24, 25
Em muitos lugares, produtos são vendidos em mercados. Os vendedores têm balanças para pesar os produtos. Alguns vendedores colocam uma quantidade a mais dos produtos para agradar os compradores. Jesus aborda como os bons vendedores tratam os compradores para enfatizar a abertura à verdade: se alguém estiver aberto à luz, receberá ainda mais, mas se rejeitar a luz, até o que tinham antes será tirado.
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7. Leia Marcos 4:26-29. Qual é o foco principal dessa parábola?
A maior parte do evangelho de Marcos tem paralelos com Mateus, Lucas ou ambos. Mas essa parábola é exclusiva de Marcos. O foco dessa breve parábola é o processo de crescimento. Jesus indica que é assim que o Reino de Deus funciona. Os seres humanos têm um papel a desempenhar, mas o crescimento é obra de Deus. Contudo, o processo tem fim. A história termina de modo abrupto, com o amadurecimento do grão. De igual forma, a volta de Cristo trará um fim repentino à história do mundo.
8. Qual é a ênfase da parábola do grão de mostarda? Mc 4:30-32
Essa parábola enfatiza que alguma coisa muito pequena pode se transformar em algo muito grande. As sementes de mostarda geralmente têm de 1 a 2 milímetros de diâmetro. A planta descrita nesse texto provavelmente é a mostarda preta (cujo nome científico é Brassica nigra), que possui sementes minúsculas (são necessárias mais de 700 sementes para chegar a um grama). Embora não sejam as menores sementes do mundo, elas são bem pequenas, especialmente em comparação com a planta que produzem, que pode crescer até 3 metros de altura. Jesus observou que as aves chegam a fazer ninhos nos ramos da planta da mostarda. Essa última referência é uma alusão ao Salmo 104:12 e a Daniel 4:10-12. O Salmo 104 fala do poder de Deus manifestado na criação, e Daniel 4 mostra o sonho de Nabucodonosor em que ele é simbolizado como uma grande árvore debaixo da qual todos encontram sombra e alimento.
Jesus ensinou que o Reino de Deus, que começou muito pequeno, se tornará grande e impressionante. As pessoas de Sua época podem ter menosprezado o pregador itinerante da Galileia, que andava pelas ruas empoeiradas com Seu grupo de discípulos, mas com o tempo Seu reino de graça se expandiu em todo o mundo.
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Leia, de Ellen G. White, Parábolas de Jesus, p. 12-30 (“O semeador”).
“Verdadeira santidade é integridade no serviço de Deus. Essa é a condição da verdadeira vida cristã. Cristo requer a entrega sem reservas, o serviço não dividido. Exige o coração, a mente, o intelecto e as forças. O eu não deve ser acariciado. Quem vive para si mesmo não é cristão.
“O amor precisa ser o motivo da ação. O amor é o princípio básico do governo de Deus no Céu e na Terra e deve ser o fundamento do caráter cristão. Unicamente isso pode torná-lo e mantê-lo inabalável, e habilitá-lo a resistir às provas e tentações.
“O amor será revelado no sacrifício. O plano da salvação foi firmado em sacrifício: um sacrifício tão profundo, amplo e alto, que é incomensurável. Cristo entregou tudo por nós, e aqueles que O aceitam estarão prontos para sacrificar tudo pela causa de seu Redentor. O pensamento de Sua honra e glória terá precedência sobre todas as outras coisas” (Ellen G. White, Parábolas de Jesus [CPB, 2022], p. 21, 22).
Perguntas para consideração
- A cruz revela o amor em ação. Como podemos refletir esse amor em nossa vida?
- Na cruz, Jesus morreu por todos (1Jo 2:2). Será que ele contaria parábolas para deixar no escuro essas pessoas pelas quais Ele morreu?
- Uma lamparina deve ficar em um pedestal, não debaixo de um cesto (Mc 4:21). Como a luz de sua igreja pode brilhar ainda mais na comunidade local?
- Analise a parábola da semente (Mc 4:26-29). Qual é nosso papel no crescimento da semente do evangelho, e qual é o papel de Deus? Embora desempenhemos um papel, como ter certeza de que somos totalmente dependentes de Deus? Será que essa atitude de total dependência não é parte do que precisamos fazer para crescer?
Respostas e atividades da semana: 1. As aves comeram o que foi semeado à beira do caminho; o sol queimou o que nasceu em solo rochoso; o que cresceu entre espinhos foi sufocado; o que caiu em boa terra se multiplicou intensamente. 2. Satanás tira a palavra semeada à beira do caminho; a semente em solo rochoso dura pouco devido às perseguições e angústias; a semente entre espinhos é sufocada pelas atrações do mundo; a semente em boa terra é recebida e produz frutos. 3. Porque Ele tinha uma mensagem especial aos que não resistissem ao chamado para entrar no Seu reino e seguir os Seus ensinos. 4. Ele teve uma visão de Deus e aceitou o chamado para dar uma mensagem que as pessoas não ouviriam, não entenderiam e não aceitariam, devido aos seus preconceitos e à sua dureza de coração. 5. A luz da verdade em Cristo deve ser erguida para iluminar a casa, que representa o mundo. Se temos a luz, nossa vida vai manifestar os frutos da luz. 6. Se temos uma grande medida de fé, Deus nos dará grandes medidas de bênçãos. 7. O misterioso milagre do crescimento do reino de Deus em nosso coração, semelhante ao que ocorre no mundo natural. 8. A obra de Deus começa pequena, mas cresce e exerce grande influência.
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TEXTOS-CHAVE: Marcos 1:15; 4:11, 26, 30
FOCO DO ESTUDO: Daniel 7:27; 9:25-27; Marcos 1:15; 4:11-32
ESBOÇO
Introdução: Ao estudarmos as parábolas de Jesus em Marcos 4, notamos um tema importante: o reino de Deus. Esse tema é introduzido pela primeira vez em Marcos 1:14 e 15: “Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus. Ele dizia: – O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo.” Qual é o significado do Reino de Deus, conforme apresentado em Marcos? A resposta a essa questão será o tema central que estudaremos nesta semana. O exame desse assunto e do seu significado nos ajudará a compreender melhor as parábolas de Jesus.
Temas da lição: O estudo desta semana analisará os temas do cumprimento do tempo e do Reino de Deus em seções selecionadas do evangelho de Marcos. Nosso estudo inclui duas seções:
1. A alusão ao livro de Daniel na proclamação do reino de Deus. Nessa parte, estudaremos um possível contexto para a expressão de Marcos 1:15, “O tempo está cumprido”.
2. O reino de Deus no evangelho de Marcos. Essa seção inclui uma análise contextual do termo “reino de Deus”, encontrado em Marcos 1 e 4.
COMENTÁRIO
A ideia do reino de Deus ganha destaque desde o início do evangelho. Marcos 1:15 declara: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo.” Outras referências ao reino de Deus incluem Marcos 4:11, 26, 30; 9:1, 47; 10:14, 15, 23, 24, 25; 12:34; 14:25. Portanto, o reino de Deus é um tema recorrente no evangelho de Marcos.
A alusão ao livro de Daniel na proclamação do reino de Deus
A visão de Daniel 7 apresenta explicitamente o tema do reino de Deus. O Filho do Homem, de acordo com Daniel 7:13 e 14, recebe um reino e – diferentemente dos reinos terrestres apresentados no início do capítulo – esse reino “jamais será destruído” (Dn 7:14). Essa visão celestial é tanto sobre o Filho do Homem quanto sobre o reino eterno. Além disso, está relacionada ao cenário terrestre em que o “chifre pequeno” tem domínio sobre a Terra e especialmente sobre os santos do Altíssimo; depois disso, o Filho do Homem vai até o Ancião de Dias para o juízo. Daniel 7:26 declara: “Será instalada a sessão do tribunal para lhe tirar o domínio.” Assim, o poder que persegue os santos perderá seu domínio. Essa cena de Daniel representa um ponto de virada na história do plano da salvação, retratando a vindicação do povo de Deus e o fim da soberania do chifre pequeno. Então, “o reino, o domínio e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo. O Seu reino será um reino eterno” (Dn 7:27).
Consideremos as implicações importantes desses eventos futuros. Primeiro, o chifre pequeno perderá sua autoridade sobre os santos. Segundo, o juízo significa a vindicação do povo de Deus, os santos. O reino de Deus não é um reino isolado, confinado apenas aos domínios celestiais. Ele inclui os santos; em outras palavras, é o reino do povo de Deus.
A questão é: como o reino de Deus se torna real para pessoas como Daniel, Marcos e nós? Daniel nos ajuda a responder a essa questão, iluminando nosso entendimento sobre um aspecto central do estabelecimento definitivo do reino de Deus. Esse aspecto central é a intervenção do Messias, o Príncipe (Dn 9:25). Daniel descreve que, no fim das 70 semanas proféticas, “o Ungido será morto” (Dn 9:26). “Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana. Na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais” (Dn 9:27). Jesus deu fim ao sacrifício levítico quando Se tornou o sacrifício. Assim, o povo do reino é comprado com o sangue do Messias (1Pe 1:18, 19). Pedro acrescenta outro elemento importante na linha do tempo divino ao dizer sobre Jesus: “Ele foi conhecido antes da fundação do mundo, mas foi manifestado nestes últimos tempos, em favor de vocês” (1Pe 1:20). A expressão “foi manifestado nestes últimos tempos” nos dá uma percepção importante para compreendermos Marcos 1:15, que abordaremos na próxima seção.
O reino de Deus no evangelho de Marcos
Marcos 1:14 e 15 afirma que “Jesus foi para a Galileia, pregando o evangelho de Deus. Ele dizia: – O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo”. Esses versos fornecem alguns elementos importantes para nossa consideração. Primeiro, a essência da pregação de Jesus era o reino de Deus. Esse tema é mencionado explicitamente em Mateus 4:23: “Jesus percorria toda a Galileia [...] pregando o evangelho do reino.” Em segundo lugar, o conteúdo de Sua proclamação era orientado em termos escatológicos: “O tempo está cumprido.” A que tempo Marcos se refere nessa passagem? Deve necessariamente ser o tempo da última semana da profecia das 70 semanas de Daniel 9.
Em Marcos 1, o autor não define explicitamente o que é o reino de Deus, mas, em vez disso, nos oferece algumas informações valiosas, em Marcos 4 e nos capítulos seguintes, sobre a natureza desse reino. Além disso, Marcos apresenta o reino de Deus dentro de um intervalo de tempo profético. Talvez por essa razão, o evangelho de Marcos tenha sido identificado como “o evangelho do tempo cumprido” (veja Merling Alomía, Joel Leiva e Juan Millanao, eds., Marcos: El Evangelista del Tiempo Cumplido – Leyendo el Evangelio de Marcos: Su Mensaje en el Pasado y en la Actualidad [Lima: Ediciones Theologika, 2003]).
Como entender as palavras “o reino de Deus está próximo”? A língua grega, usada por Marcos no seu evangelho, nos dá algumas pistas. A frase “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo” (Mc 1:15) diz, no original grego: “pepl?r?tai ho kairos kai ?ngiken h? basileia tou theou.” A conjunção kai é reconhecida especialmente como um elemento que liga duas palavras ou frases, e sua tradução mais comum é a conjunção “e”. Contudo, kai pode funcionar como uma partícula explicativa, geralmente chamada de “kai epexegético”. Isso significa que uma “palavra ou cláusula é conectada, por meio de kai, com outra palavra ou cláusula, para explicar o que vem antes dela e assim por diante”. Nesses casos, a palavra kai pode ser traduzida como “isto é, ou seja” (veja William Arndt, F. W. Gingrich e Frederick W. Danker, eds., A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature [Chicago, IL: University of Chicago Press, 2000], p. 495).
Se Marcos 1:15 estiver dentro do último caso, podemos entender a frase desta maneira: “O tempo está cumprido, isto é, o reino de Deus está próximo” (grifo nosso).
Em outras palavras, a vinda do reino de Deus significa que o tempo mencionado por Daniel estava se cumprindo. Nesse caso, Jesus Cristo personifica o reino de Deus, e essa interpretação está de acordo com a ênfase pragmática de Marcos. Em Marcos 1, o reino de Deus é o reino de Jesus Cristo, que veio, dentro da agenda profética divina, para proclamar as boas-novas da salvação. Assim, o reino de Deus envolve a redenção e a restauração da humanidade. Jesus foi questionado pelos fariseus sobre o momento em que o reino de Deus viria, e Ele respondeu: “Porque o reino de Deus está entre vocês” (Lc 17:21). Paulo também parece apoiar essa perspectiva ao escrever: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou o Seu Filho, [...] para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos” (Gl 4:4, 5).
Jesus apela aos Seus discípulos para que creiam no evangelho a respeito do reino e se arrependam. O verbo grego metanoe? significa “arrepender-se” e tem o sentido de “ser convertido”, que é “um pré-requisito para experimentar o reino de Deus” (A Greek-English Lexicon of the New Testament and Other Early Christian Literature, p. 640). Tudo o que diz respeito ao anúncio de Jesus está centrado nessa questão. As pessoas são convidadas a crer no evangelho do Reino e aceitar-lhe. Essa foi uma prioridade no ministério de Jesus. Por exemplo, Ele exortou Seus discípulos dizendo: “Vamos a outros lugares, aos povoados vizinhos, a fim de que Eu pregue também ali, pois foi para isso que Eu vim” (Mc 1:38, grifo nosso).
É nesse contexto que devemos ler as parábolas de Marcos 4 e o restante do livro de Marcos. Isto é, devemos entender esses textos como uma elucidação do “mistério do reino de Deus” (Mc 4:11). O substantivo grego myst?rion significa “o conteúdo daquilo que não era conhecido antes, mas que foi revelado a um grupo interno ou a um círculo restrito – um ‘segredo’” (Johannes P. Louw e Eugene Albert Nida, eds., Greek-English Lexicon of the New Testament: Based on Semantic Domains [Nova York: United Bible Societies, 1989], p. 345). Os “mistérios do reino dos Céus” foram revelados na primeira vinda de Cristo (Mt 13:11). O próprio Jesus esclareceu que não há mistério em Sua mensagem: “Porque não há nada oculto, senão para ser manifesto; e nada escondido, senão para ser revelado” (Mc 4:22).
Esses “mistérios” do reino, que já não são mistérios, pois foram revelados, não seriam compreendidos por todas as pessoas. O evangelho (a semente) é espalhado por todos os tipos de solo, mas infelizmente nem todos os solos produzem os mesmos resultados (Mc 4:3-20). O desenvolvimento espiritual no reino de Deus é semelhante ao processo de crescimento de uma planta: “A terra por si mesma frutifica: primeiro aparece a planta, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga” (Mc 4:28). Esse desenvolvimento também inclui a colheita dos frutos: “E, quando o fruto já está maduro, logo manda cortar com a foice, porque chegou a colheita” (Mc 4:29). A seguinte ideia está implícita nesse conceito: antes de Cristo reunir as pessoas para o Seu reino, na colheita do fim dos tempos, Ele primeiro precisa lançar a semente, o evangelho, sobre o solo (Mc 4:26). O reino de Deus inicialmente parece pequeno; a semente parece insignificante. “Mas, uma vez semeada, cresce e se torna maior do que todas as hortaliças; cria ramos tão grandes, que as aves do céu podem se aninhar à sua sombra” (Mc 4:32).
O tempo cumprido, mencionado por Marcos no seu evangelho, começou quando o reino de Deus chegou na pessoa de Jesus Cristo em Sua primeira vinda. Cristo encarnado é a essência do evangelho, as boas-novas. Em cada aldeia que O acolheu, Jesus pregou sobre esse reino. Ele veio para lançar essa semente no solo de cada coração. Embora pequeno no começo, o reino se tornará imenso no fim.
Jesus encoraja as pessoas a receber o reino nas circunstâncias atuais em que vivem: “Em verdade lhes digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele” (Mc 10:15). Em outras palavras, o Salvador incentivou as pessoas de Sua época e da nossa a viver no reino como uma experiência presente. No entanto, Ele deixa claro que o fim dos tempos ainda está por vir: “Em verdade vos digo que jamais beberei do fruto da videira, até àquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Deus” (Mc 14:25, ARA). A escatologia de Marcos está consciente do fato de que o “fim dos tempos” ainda é futuro. Contudo, Marcos enfatiza o reino e seu estágio inicial (ou experiência atual) durante a época em que o evangelho foi escrito.
APLICAÇÃO PARA A VIDA
Ellen G. White declara: “Todos os que se tornassem súditos do reino de Cristo tinham que demonstrar fé e arrependimento. Bondade, honestidade e fidelidade se manifestariam na vida dessas pessoas. Ajudariam os necessitados e levariam a Deus suas ofertas. Defenderiam os desamparados, dando exemplo de virtude e compaixão. Assim os seguidores de Cristo darão provas do poder transformador do Espírito Santo. Em sua vida diária, a justiça, a misericórdia e o amor de Deus serão vistos. Do contrário, serão como palha lançada ao fogo” (O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 75).
Peça aos membros de sua classe que respondam às seguintes perguntas tendo em mente a citação acima:
- Como você está experimentando o reino de Deus neste momento?
- Qual foi a reação das pessoas à primeira vinda de Jesus?
- Pelo que você percebe, como as pessoas reagem e respondem ao ensino sobre a segunda vinda de Cristo?
- Quão importante é o reino de Deus para a sua pregação do evangelho?
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Luta pela Fé
Dominica | Zarrah
Zarrah, de 21 anos, se considera adventista do sétimo dia desde sempre. Ela não cresceu em um lar adventista. Não estudou em uma escola adventista. Mas sua babá era adventista e começou a levá-la à igreja quando ela tinha 3 anos.
Zarrah amava ir à igreja com a babá, a quem ela chamava de tia Freda.
Na igreja, ela aprendia as histórias da Bíblia e memorizava versos bíblicos.
Quando chegava em casa, ela recitava os versos da Bíblia para sua mãe.
A mãe não sabia nenhum verso da Bíblia de memória, e ficava impressionada ao ouvir a garotinha repetir a Bíblia.
Ela encorajava Zarrah a continuar indo à Igreja Adventista.
Mas quando Zarrah chegou na idade escolar, a mãe matriculou a menina em uma escola de ensino fundamental administrado por sua própria igreja. Foi quando os problemas começaram.
Zarrah imediatamente se recusou a cumprir uma regra da escola que exigia que as crianças recitassem uma oração a Maria, a mãe de Jesus.
A diretora da escola ficou surpresa. Mas quando a mãe explicou que Zarrah frequentava a igreja adventista, a diretora não insistiu que ela recitasse a oração. A diretora chegou a dizer aos professores que não incomodassem Zarrah por causa de suas crenças.
Quatro anos se passaram.
Então uma nova professora repreendeu Zarrah quando viu que todas as crianças, exceto ela, estavam recitando a oração em um evento na escola.
“Por que você não está fazendo?”, perguntou ela à garota de 8 anos.
“Eu sou adventista do sétimo dia”, respondeu a garota.
A professora não se importou com a razão.
“A regra da escola é que você deve recitar a oração”, disse ela. “Você precisa obedecer às regras da escola”.
Zarrah começou a chorar.
Quando chegou em casa, ela contou à mãe o que havia acontecido.
Então, a mãe ficou chateada. Ela telefonou para a diretora e, no dia seguinte, foi à escola conversar com ela.
Agora foi a vez da diretora ficar chateada. Ela falou severamente com a professora.
A professora parou de repreender Zarrah, mas encontrou outras maneiras de tornar a vida dela difícil. Se Zarrah levantasse a mão para responder uma pergunta na sala de aula, a professora se recusava a reconhecer o fato. A professora não escolhia Zarrah mesmo que a mão dela fosse a única a estar levantada.
Zarrah se sentiu muito incomodada em ir para a escola e ver a professora.
Ela contou à mãe o que estava acontecendo, e a mãe decidiu transferi-la para uma escola adventista.
Mas quando a mãe telefonou para a Escola Primária Adventista do Sétimo dia de Ebenezer, ela descobriu que não havia vaga para nenhum aluno novo. A mãe se recusou a aceitar um não como resposta. Ela explicou a situação para a diretora, e Zarrah foi aceita como uma nova aluna.
Embora Zarrah não tivesse nenhum amigo quando chegou à escola, ela estava feliz. Ela podia adorar como acreditava.
Passado um ano, Zarrah entregou seu coração a Jesus através do batismo na escola. Depois, sua mãe e sua irmã mais velha também foram batizadas.
Hoje, Zarrah é professora na escola adventista.
“Um dos meus objetivos é ajudar crianças que passam por situação similares à minha”, diz ela.
Em casa, ela também segue o exemplo da tia Freda. Ela leva uma menina vizinha de 7 anos à igreja todos os sábados, e a garota volta para casa e conta à mãe tudo o que aprendeu. A mãe fica impressionada e quer que sua filha continue indo à igreja com Zarrah. Zarrah disse que sua experiencia é evidência da fidelidade a Deus.
“Meu testemunho é que, quando você defende Deus, Ele defenderá você”, disse ela. “Além disso, é importante que você conheça Jesus por si mesmo. Não importa quão pequeno você seja, se for chamado por Deus, não rejeite o chamado. Coloque Jesus em primeiro lugar”.
Parte da oferta do 13º Sábado deste trimestre ajudará a Escola Primária Adventista do Sétimo Dia de Ebenezer a se mudar para um prédio novo e maior na capital da Dominica, Roseau. A escola, que estava cheia quando a mãe de Zarrah quis matriculá-la, continua lotada e precisa de um local maior. Obrigado por planejar uma oferta generosa para ajudar a tornar isso possível.
Por Andrew McChesney
Dicas para a história
- Mostre Dominica no mapa. Em seguida, mostre a capital da Dominica, Roseau, onde as ofertas ajudarão a construir uma escola de ensino fundamental.
- Assista um curto vídeo no YouTube sobre Zarrah: bit.ly/Zarrah-IAD.
- Baixe as fotos desta história pelo Facebook: bit.ly/fb-mq
- Compartilhe publicações missionárias e fatos rápidos sobre a Divisão Interamericana: bit.ly/iad-2024.
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Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2024
Tema geral: O Evangelho de Marcos
Lição 4 – 20 a 27 de julho
Parábolas
Autor: Natal Gardino
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Rosemara Santos
Ao considerarmos as características de cada um dos quatro evangelhos, percebemos que Marcos não dá muita ênfase às parábolas e nem aos sermões de Jesus, mas em Suas ações miraculosas. Dessa forma, Marcos registra apenas 6 das 40 parábolas registradas nos evangelhos. A lição desta semana trata de cinco dessas parábolas, todas registradas no capítulo 4 de Marcos.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, as parábolas não têm o propósito de “esconder” das pessoas a verdade, mas foram apresentadas para revelar a verdade. Esse pensamento equivocado tem por base uma interpretação errada de Marcos 4:12: “para que, vendo, vejam e não percebam; e ouvindo ouçam e não entendam; para que não venham a converter-se e sejam perdoados”. No entanto, a expressão traduzida como “para que” (do grego hina) nem sempre tem o sentido de propósito ou de finalidade, mas também de causa ou consequência (ver, como exemplos, João 9:2, 3; 1 João 2:19; Romanos 5:20).
O sentido é que as pessoas que não estão em harmonia com Deus não entendem Seus ensinos e, como consequência disso, seus olhos e ouvidos estão fechados, e o resultado final é não se converterem e não serem perdoados.
O povo de Deus, ao contrário dos infiéis, entende os ensinos de Cristo. Seus ouvidos e olhos não estão fechados para as coisas espirituais. Por isso, Jesus repreendia os discípulos quando não entendiam as parábolas (Mc 4:13; 7:18, 19). Eles deveriam entender!
O Semeador (Mc 4:3-20)
A parábola do semeador ensina que há quatro tipos de “solos” que recebem a “semente” da Palavra de Deus: “o solo à beira do caminho”, “o solo rochoso”, “o solo entre espinhos” e a “boa terra”. Podemos dizer que o “solo” onde a semente deve crescer e dar frutos é o nosso coração, mente ou “alma”. É importante lembrar que os solos ruins podem e devem ser trabalhados antes de receber a semente. A entrega a Deus e o compromisso com Ele transforma o solo do nosso coração para receber a semente e o cultiva para que dê frutos. Temos que orar a Deus sempre para que Ele transforme o nosso solo em “boa terra”, pois somente então a Palavra de Deus crescerá e frutificará.
A lamparina (Mc 4:21-25)
Jesus é enfático ao dizer que ninguém acende uma lâmpada para colocá-la escondida em algum lugar. Se uma lâmpada é acesa, normalmente é para iluminar. Geralmente o evangelho é comparado à luz (Jo 1:4, 5; 3:19). O propósito do evangelho é iluminar a vida das pessoas e tornar a verdade clara. E é essa luz que também revela os segredos mais obscuros do coração e o transforma. Por isso, como disse Jesus para Nicodemos: “Todo aquele que pratica o mal detesta a luz e não se aproxima da luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Quem pratica a verdade se aproxima da luz, para que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus” (Jo 3:20, 21).
Quem se afasta da luz do evangelho fica com o “entendimento obscurecido” e se torna insensível para as coisas de Deus (Ef 4:17-19). Que a lâmpada do evangelho brilhe em nossa vida!
A medida (Mc 4:24, 25)
Essa breve parábola, que se parece mais com um provérbio, é um tanto obscura. Ela parece ter várias aplicações possíveis. Ela é parecida com o texto de Mateus 7:1 e 2, que nos exorta a não julgar as pessoas para não sermos julgados na mesma medida. Ela também se assemelha ao texto de Lucas 6:37 e 38, que fala também de não julgar para não ser julgado, e acrescenta o conceito de dar para receber da mesma forma: de maneira “transbordante”.
De qualquer modo, vemos aqui uma ideia de correspondência, talvez uma lei natural de retribuição: se tratamos bem as pessoas, esperamos também ser bem tratados; se tratamos mal, também somos maltratados; se julgamos alguém, também somos julgados, etc. E se isso não acontece na Terra, onde há tanta injustiça, o Céu vai medir na mesma medida, no juízo final. O autor da Lição da Escola Sabatina vê também a possibilidade de ser uma referência ao bom tratamento dado às pessoas para abrir as portas para o evangelho.
A semente
A parábola da semente destaca o processo do crescimento. Jesus compara o Reino de Deus a um homem que planta a semente, e ele sabe que ela vai crescer, embora ele não saiba explicar como (Mc 4:27). Realmente, é possível que a maioria dos agricultores não saiba explicar como acontece o milagre da vida latente na semente e sua transformação, mas todos conhecem o processo e o acompanham até o dia da colheita.
O Reino de Deus, ainda que não o compreendamos por completo, é percebido pelo crescimento das “plantas”, que somos nós, que aguardamos o dia da colheita, na volta de Jesus, quando o grão estiver maduro (Tg 5:7, 8).
O grão de mostarda
A parábola do grão de mostarda, de modo semelhante à anterior, aponta para o fato de que, apesar de não compreendermos tudo, o milagre do crescimento acontece pelo poder de Deus. A semente de mostarda é muito pequenina (cerca de 700 sementes pesam apenas 1 grama!), mas não é a menor do mundo. Quando Jesus disse em Mateus 13:32 que essa era “a menor de todas as sementes”, Ele Se referiu às sementes conhecidas pelas pessoas daquela época e daquela região. Além disso, Sua ênfase foi na transformação ocorrida, de uma minúscula semente em uma grande árvore na qual os pássaros podem fazer seus ninhos. O Reino de Deus na Terra, resgatando seres humanos das trevas para a luz de Jesus, começou pequenino, com 12 apóstolos, mas Jesus previu que ele cresceria massivamente até o dia da Sua volta.
Conclusão
As parábolas têm o objetivo de gravar profundamente no coração e na mente as verdades espirituais do Reino de Deus. Uma grande parte das parábolas ensina a Palavra de Deus a partir de coisas simples, terrenas, para conseguir revelar assuntos complexos, celestiais, de maneira efetiva e duradoura.
Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Natal Gardino é mestre em Novo Testamento e doutor em Ministério pela Andrews University. Iniciou seu ministério em 2003 como pastor distrital e atuou em quatro diferentes regiões. Desde 2022 é professor de Novo Testamento no Seminário Adventista de Teologia na FAP (antigo IAP), no Paraná. É casado com Irineide Gardino, psicóloga clínica. O casal tem dois filhos: Kaléo e Nicholas.