Lição 9
23 a 29 de novembro
Provas, tribulações e listas
Sábado à tarde
Ano Bíblico: 1Co 8-10
Verso para memorizar: “[...] firmemente aderiram a seus irmãos; seus nobres convieram, numa imprecação e num juramento, de que andariam na Lei de Deus, que foi dada por intermédio de Moisés, servo de Deus, de que guardariam e cumpririam todos os mandamentos do Senhor, nosso Deus, e os Seus juízos e os Seus estatutos” (Ne 10:29).
Leituras da semana: Ed 1:9-11; 8:1-23; Dn 1:1, 2; 5; Dt 30:1-6; Ne 11:1, 2; 12:1-26

Geralmente não lemos as genealogias nem as longas listas de itens na Bíblia. Mas elas foram incluídas ali por uma razão. O Senhor da Bíblia é o Deus dos detalhes. Ele percebe as peculiaridades, e isso nos garante que nunca seremos esquecidos por Ele.

Os poucos exemplos de genealogia evidenciam que Deus conhece nossa família, e as listas de coisas revelam que Ele Se importa até com o que os outros consideram “insignificante”. Jesus afirmou que Deus cuida dos pardais e conta os fios do nosso cabelo: “Não se vendem cinco pardais por duas moedinhas? Contudo, nenhum deles é esquecido por Deus. Até os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo; vocês valem mais do que muitos pardais!” (Lc 12:6, 7, NVI). O Deus que Se importa com esses detalhes também Se importa conosco e conhece tudo o que nos perturba.

Portanto, podemos ter plena segurança, cultivar a confiança no Senhor e descansar na certeza de que Ele Se importa com todas as áreas da nossa vida. Embora isso seja reconfortante, mostra-nos também que precisamos nos importar com todos os aspectos da nossa existência.



Domingo, 24 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 11-13
O Deus da história

1. Leia Esdras 1:9-11 e Daniel 1:1, 2. Como os versos de Daniel nos ajudam a entender a que Esdras estava se referindo?

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O livro de Esdras fornece os detalhes, enquanto o de Daniel apresenta o contexto geral. Juntos, porém, esses textos mostram que o Senhor está no controle.

“A história das nações fala a nós hoje. Deus tem designado um lugar em Seu grande plano para cada nação e cada indivíduo. Homens e nações estão sendo hoje testados pelo prumo na mão Daquele que não erra. Por sua própria escolha, todos estão decidindo o seu destino, e Deus está dirigindo tudo para a realização dos Seus propósitos” (Ellen G. White, Profetas e Reis, p. 536).

2. O que Daniel 5 revela sobre o juízo que sobreveio a Belsazar? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Belsazar ficou louco como seu pai, Nabucodonosor.

B. (  ) Deus o julgou em falta, tirando o seu reino. Seus dias foram contados, e ele acabou sendo morto pelo exército medo-persa.

Babilônia caiu em outubro de 539 a.C., quando foi conquistada por Ciro, rei do exército medo-persa. Belsazar confiava erroneamente em seu sucesso, luxo e fama. Ele era tão arrogante que havia organizado um banquete extravagante na noite em que acabaria sendo morto. A mão divina escreveu na parede do palácio que seus dias tinham sido contados e estavam chegando ao fim. Mesmo conhecendo o destino e a história de conversão do poderoso rei Nabucodonosor, ele não havia aprendido a lição. É sempre trágico quando não atendemos às advertências de Deus e não seguimos Sua instrução.

O profeta Daniel esteve sempre ali, mas havia sido ignorado. Quando perdemos o senso da santidade de Deus e de Sua presença na vida, seguimos um caminho acompanhado de complicações, problemas e tragédias, que acabam em morte.

Depois de relatar ao rei a história de Nabucodonosor, Daniel disse: “Tu, Belsazar, que és seu filho, não humilhaste o teu coração, ainda que sabias tudo isto” (Dn 5:22). Como podemos nos assegurar de que não cometemos o mesmo tipo de erro de Belsazar? De que maneira a realidade da cruz pode nos manter humildes diante de Deus?


Segunda-feira, 25 de novembro
Ano Bíblico: 1Co 14-16
Em suas cidades

3. Examine as listas em Esdras 2 e Neemias 7. O que você percebe nelas?

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A repetição de Esdras 2 (a lista dos que retornaram do cativeiro babilônico com Zorobabel e Josué) em Neemias 7 foi proposital. Essas listas podem parecer cansativas para nós, mas revelam um ponto importante: Deus Se importa com detalhes que talvez não nos interessem.

Os muros de Jerusalém estavam agora concluídos, e o texto bíblico intencionalmente demonstra que a primeira geração dos que retornaram, na época de Esdras e Neemias, contribuiu muito para essa grande realização, embora o sucesso lhes tivesse sido concedido por Deus. A geração presente havia progredido a partir das realizações da geração anterior, mesmo que a tarefa tivesse sido complicada, repleta de obstáculos e não tenha sido concluída tão cedo quanto eles gostariam.

A liderança de Esdras e Neemias foi valorizada, mas o povo também fez seu trabalho. Cada grupo se envolveu em diferentes tarefas, realizadas em momentos distintos. E o resultado foi impressionante. O início da obra (Ed 2) está ligado ao fim (Ne 7), e não apenas o segundo templo estava construído, mas também Jerusalém estava remodelada e bem estabelecida.

4. Leia Neemias 7:73. O que esse texto revela sobre o sucesso deles em fazer a vontade de Deus?

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“Os israelitas tinham se instalado em suas cidades” (Ne 7:73, NVI).

Em muitos aspectos, todo o retorno e a reconstrução foram maravilhosos. O povo que muitos anos antes havia tido sua cidade devastada, seu templo destruído e sua terra assolada tinha agora retornado à mesma terra e à mesma cidade. E estava reconstruindo tudo, até mesmo o templo. Deve ter parecido algo miraculoso para eles e também para aqueles que estavam ao seu redor. Entretanto, tudo ocorreu de acordo com a vontade e as promessas de Deus.

Existe alguma situação sem esperança em sua vida para a qual você ainda aguarda o livramento divino? Comente com a classe.

Movimento de oração e resgate: Com o relatório atualizado da secretaria da sua igreja, organize com sua Unidade de Ação ou com seu PG a visitação a essas pessoas. Muitas pessoas precisam ser resgatadas.

Terça-feira, 26 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 1-4
Onde estão os sacerdotes?

Como vimos ontem, o cumprimento maravilhoso de uma profecia trouxe os judeus de volta da Babilônia.

No entanto, assim como ocorre com tudo que envolve o ser humano, existiam problemas. Um deles era que, apesar de todas as promessas de restauração após o exílio, muitos judeus não quiseram retornar à terra de seus antepassados. Isto é, eles preferiram ficar em Babilônia. Qual foi a razão para isso?

5. Leia Esdras 8:1-15. De acordo com o verso 15, qual era a grande inquietação? Por que isso preocupava alguém que desejava restabelecer a nação de Israel em sua antiga terra natal? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Esdras não achou levitas entre o povo. A inquietação era: quem cuidaria do templo em Jerusalém?

B.(  ) O povo começou a oferecer seus filhos em sacrifício. Esdras temia que essa prática corrompesse o povo em Jerusalém.

O fato é que nem todos os judeus de Babilônia, incluindo alguns levitas, queriam retornar. Vários fatores poderiam estar envolvidos. Muitos desses judeus tinham nascido e crescido no novo país, e essa era sua única experiência. Alguns talvez não desejassem fazer a longa e perigosa viagem para uma terra que eles não conheciam. Por fim, apesar dos desafios, eles levaram levitas suficientes para ministrar no templo (veja a lição de quinta-feira).

“Naquele momento, os judeus tinham permanecido na terra do exílio por quase um século e meio. Escavações em Nippur trouxeram à luz vários documentos que mostram a riqueza de muitos judeus que viviam na região da Mesopotâmia durante o reinado de Artaxerxes I. Portanto, deve ter sido uma tarefa difícil para Esdras convencer muitos deles a retornar em sua companhia. Os colonos que voltaram podiam esperar apenas uma vida de árduo pioneirismo na antiga pátria, com muito menos conforto do que tinham em Babilônia. Em vista dessas considerações, é surpreendente que Esdras tenha sido bem-sucedido em convencer quase 2 mil famílias a retornar ao seu país de origem com os seus irmãos” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 3, p. 408).

“Através de muitas tribulações, nos importa entrar no reino de Deus” (At 14:22). Qual é a realidade das provações e dificuldades para os que desejam servir ao Senhor fielmente?


Quarta-feira, 27 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 5-7
Humilhados diante de Deus

6. Qual promessa foi dada ao povo hebreu em Deuteronômio 30:1-6? O que essa promessa significava para homens como Esdras e Neemias?

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Esdras e Neemias conheciam as profecias. Eles sabiam que Deus traria o povo de volta do cativeiro. Em Neemias 9, vimos que eles compreendiam sua história e as razões de seus problemas. Ao mesmo tempo, também conheciam a graça e a direção de Deus, apesar de seus pecados.

Portanto, eles acreditavam que o Senhor lhes daria sucesso em seu retorno do cativeiro. Contudo, essas promessas não significavam que eles não enfrentariam desafios ao longo do caminho. Durante boa parte deste trimestre consideramos as provações e as tribulações que eles enfrentaram, mesmo em meio às promessas de Deus.

7. Qual foi o desafio em Esdras 8:16-23, e como os israelitas reagiram diante dele? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A.(  ) Eles deviam lutar contra os amorreus; portanto, prepararam suas espadas.

B.(  ) Eles tiveram que fazer a jornada sozinhos; portanto, oraram a Deus para que Ele os protegesse ao longo do caminho.

Apesar das promessas, Esdras sabia que a viagem era perigosa. Portanto, o jejum e a humilhação diante de Deus eram maneiras de reconhecer sua dependência do Senhor para obter o sucesso. Naquele momento, com tantos perigos à frente, a ideia de pedir ajuda e proteção ao rei havia ao menos ocorrido a Esdras. Mas, por fim, o servo de Deus escolheu não fazer isso, diferentemente de Neemias (Ne 2:9), que teve uma escolta para ­protegê-lo. Evidentemente, Esdras pensou que, se tivesse pedido a ajuda do rei, teria trazido desonra ao Senhor, pois ele já havia dito ao rei: “A boa mão do nosso Deus é sobre todos os que O buscam, para o bem deles; mas a Sua força e a Sua ira, contra todos os que O abandonam” (Ed 8:22). Nesse caso, tudo lhes correu bem, e ele escreveu posteriormente (Ed 8:31) que o Senhor os havia protegido, e chegaram ao destino em segurança.

Evidentemente, devemos confiar em Deus em todas as circunstâncias. Ao mesmo tempo, em que ocasiões devemos pedir ajuda aos que não são da nossa fé? Em muitos casos, por que isso não é errado e talvez seja até recomendável?


Quinta-feira, 28 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 8-10
Na cidade santa

8. Leia Neemias 11:1, 2. Por que os judeus tiveram que lançar sortes para ver quem teria que morar em Jerusalém em vez de morar nas outras cidades?

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O que Neemias 11 nos ensina? Era necessário conseguir novos moradores para Jerusalém dentre os que haviam acabado de retornar ao país após o exílio.

Parece que era mais fácil viver no campo do que na cidade. As pessoas tinham suas terras, herdadas de seus antepassados. Abandoná-las e ir morar em Jerusalém era um sacrifício, e muitos podiam, com razão, sentir que seriam desarraigados se fizessem isso. A vida teria novos desafios, e um estilo de vida urbano seria diferente da experiência em uma área rural. Mudar-se para um ambiente novo e desconhecido é sempre difícil.

É muito desafiador mudar para uma nova cidade ou país onde o evangelho precisa ser disseminado! Cumprir a missão nas cidades requer disposição para experimentar novas aventuras e dificuldades.

“Nossos obreiros não estão alcançando o que deveriam. Nossos líderes não se despertaram para a obra que deve ser feita. Quando penso nas cidades nas quais pouco foi feito, onde há milhares que precisam ser advertidos da breve volta do Salvador, sinto um intenso desejo de ver homens e mulheres saindo para a obra com o poder do Espírito, cheios do amor de Cristo por corações que perecem” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 40).

9. Por que a longa lista de sacerdotes e levitas é mencionada em Neemias 12:1-26? Qual é a conexão entre eles e a dedicação do muro de Jerusalém, descrita na segunda parte do mesmo capítulo (Ne 12:27-47)?

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Deus deseja que tudo seja feito de modo apropriado. Antes que grandes obras sejam realizadas, são necessárias pessoas consagradas. Essas famílias sacerdotais haviam ajudado Neemias a construir o muro. Assim podiam adorar o Deus vivo no templo de modo seguro e sem intervenção externa. O muro era importante para manter a segurança, mas a adoração verdadeira estaria em risco sem a presença de sacerdotes dedicados. Por isso, o povo, em suas várias funções, tinha seu papel a desempenhar.



Sexta-feira, 29 de novembro
Ano Bíblico: 2Co 11-13
Estudo adicional

Texto de Ellen G. White: Caminho a Cristo, p. 57-65 (“A Obediência é um Privilégio”).

“Há os que já experimentaram o amor perdoador de Cristo e que desejam realmente ser filhos de Deus, contudo reconhecem que seu caráter é imperfeito, sua vida é faltosa e chegam a ponto de duvidar se seu coração foi renovado pelo Espírito Santo. A esses eu desejaria dizer: Não recueis, em desespero. Muitas vezes, teremos de prostrar-nos e chorar aos pés de Jesus, por causa de nossas faltas e erros; mas não devemos nos desanimar. Mesmo quando somos vencidos pelo inimigo, não somos repelidos, nem abandonados ou rejeitados por Deus. Não; Cristo está à destra de Deus, fazendo intercessão por nós [...]. Ele deseja atrair-vos de novo a Si e ver refletidas em vós Sua pureza e santidade. E se tão somente vos renderdes a Ele, Aquele que em vós começou a boa obra há de continuá-la até o dia de Jesus Cristo. Orai com mais fervor; crede mais plenamente. À medida que formos desconfiando de nosso próprio poder, confiemos mais no poder de nosso Redentor, e haveremos de louvá-Lo, a Ele que é a saúde da nossa face” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 64).

Perguntas para discussão

  1. Daniel, há milhares de anos, predisse com muita precisão a ascensão e a queda de impérios, descrevendo até mesmo a desunião da Europa moderna. Encontramos consolo na profecia, que nos mostra, em meio ao caos do mundo, que Deus sabe tudo o que está acontecendo e até mesmo previu essas coisas?

2. Deus nos conhece. Isso nos dá a segurança de que estamos sob Seu cuidado. Leia Isaías 43:1. Como você pode assegurar a presença do Criador aos seus semelhantes quando eles passam por crises emocionais, relacionais, sociais ou financeiras?

3. Esdras não queria pedir ajuda ao rei porque temia que isso tornasse vazias as suas palavras sobre a proteção de Deus. O fato de que cremos na cura divina significa que estamos mostrando falta de fé se formos a um médico? Comente com a classe.


Respostas e atividades da semana: 1. Os textos mencionam os utensílios levados por Nabucodonosor; Daniel falou do contexto geral em que isso ocorreu; e Esdras especificou a quantidade e os tipos de utensílios. 2. B. 3. São iguais; ambas tratam do número de pessoas que voltaram com Zorobabel. 4. Eles obtiveram êxito, pois já estavam morando nas suas cidades. 5. A. 6. O Senhor prometeu que, se eles se arrependessem, Ele os reuniria como um só povo, onde quer que estivessem. Esdras e Neemias se apegaram a essa promessa, pois ela significava que Deus tornaria a juntar o povo em sua pátria. 7. F; V. 8. Jerusalém deveria ser habitada; porém, nem todos desejavam morar ali, pois teriam que fazer o sacrifício de abandonar o campo onde estavam. Por isso, o povo lançou sortes para ver quem moraria em Jerusalém. Apenas 1 em cada 10 deveria morar na cidade. 9. Porque eles eram necessários para a preservação da adoração e dos louvores do templo. Os sacerdotes e levitas purificaram o povo, as portas e o muro. Isso mostra que, embora as realizações materiais sejam importantes (como a dedicação do muro), a adoração e o culto ao Senhor devem ser prioridades.

Resumo da Lição 9
Provas, tribulações e listas

 

ESBOÇO

TEXTO-CHAVE: Neemias 10:29

FOCO DO ESTUDO: Esdras 2 e 8; Neemias 7, 10 e 12

A lição 9 analisa várias listas e genealogias encontradas nos livros de Esdras e Neemias. As listas incluem: genealogias dos que voltaram a Judá com Zorobabel (Ed 2) e depois com Esdras (Ed 8) e Neemias (Ne 7); enumeração de utensílios e artigos trazidos de volta por Sesbazar (Zorobabel) ao templo do Senhor (Ed 1:7-11) depois de terem sido levados a Babilônia por Nabucodonosor. Em Neemias 12 há uma lista de sacerdotes e levitas que deviam atuar a fim de que a verdadeira adoração ao Senhor continuasse acontecendo. A atenção a tais detalhes demonstra o cuidado de Deus até pelas pequenas coisas de nossa vida. Além disso, cada lista nos ensina uma lição. A listagem dos utensílios do templo remonta ao banquete de Belsazar, que ofendeu a Deus deliberadamente ao usar os artigos sagrados para sua festa (Dn 5). Por outro lado, Ciro honrou ao Senhor e ao Seu povo enviando os artigos de volta com o povo a Jerusalém. As listas genealógicas relembram o leitor de que Deus não Se esquece de Seu povo, que Ele preserva suas famílias, e que cada família tem um papel na Sua obra. Infelizmente, a contagem do povo também demonstrou que poucos israelitas voltaram a Israel. A maioria ficou confortável no seu novo lar e na nova cultura e não quis fazer a viagem de volta à terra prometida. Os que voltaram demonstraram coragem e confiança na direção divina, a despeito das condições incertas de reconstrução da terra.

COMENTÁRIO

Genealogias

Esdras 2 e Neemias 7 listam o mesmo grupo. É uma repetição de todas as pessoas que retornaram a Israel dos três grupos que vieram com Zorobabel, Esdras e Neemias. O número final de todos os que voltaram é 42.360 (Ed 2:64; Ne 7:66). Porém, essa cifra é confusa, pois é consideravelmente maior que a soma dos números dados nos dois capítulos:

Listas de exilados

Esdras 2      

Neemias 7

Homens de Israel

24.144

25.406

Sacerdotes

4.289

4.289

Levitas, cantores e porteiros

341

360

Servos do templo (descendentes dos servos de Salomão)      

392

392

Homens de origem desconhecida

652

642

Total

29.818

31.089

Tanto em Esdras 2 quanto em Neemias 7, o número final é o mesmo (42.360), mas contado de forma um pouco diferente. Como explicar essas discrepâncias? Existem algumas possibilidades. Pode ser que o total inclua sacerdotes de origem desconhecida (Ed 2:61-63) e outros grupos que também não são mencionados. No entanto, a mensagem geral está bem clara: Deus conhece os que são Dele, e ninguém será esquecido (2Tm 2:19).

Esdras 2 e Neemias 7 listam várias categorias de pessoas e identificam os nomes das famílias, seus chefes e representantes. Quais categorias específicas de pessoas são listadas? Sacerdotes, levitas, cantores, os netinins (servos do templo), porteiros, filhos dos servos de Salomão, bem como alguns que não podiam provar que eram israelitas, que não faziam parte do sacerdócio (Ed 2:59-63), mas que eram aceitos no meio do povo. As diferentes categorias demonstram especialmente os diferentes papéis que os judeus tinham na obra divina. Cada um de nós recebe diferentes dons e, às vezes, atribuições com base nos pontos fortes, dons e talentos que Deus nos deu. Ele criou cada um de forma diferente para que juntos formemos um corpo completo de crentes. Os cantores eram tão importantes quanto os sacerdotes enquanto lideravam o povo em adoração. Os servos do templo tinham o significativo trabalho de manter o local limpo e organizado. Eles também ajudavam os levitas em seus deveres.

Lista de animais

É curioso que os animais também são contados nessa lista de pessoas que retornaram do exílio babilônico, especificamente 736 cavalos, 245 mulas, 435 camelos e 6.720 jumentos (Ed 2:66, 67). Alguns poderiam interpretar essa enumeração como prova poderosa de que Deus também Se importa com os animais. Em toda a Bíblia, Ele mostra Sua preocupação com toda forma de vida. Ele salvou os animais na arca de Noé (Gn 7:2, 3, 8) e Se recusou a destruir Nínive, pois além do arrependimento dos seres humanos, muitos animais viviam ali (ver Jn 4:11). Além disso, O Senhor delegou aos seres humanos na criação uma solene responsabilidade de representá-Lo e cuidar de Seu mundo criado (Gn 1:28). O mesmo se deu após o Dilúvio, embora houvesse complicações (Gn 9:2), pois a partir daquele momento os animais temeram os humanos.

Lista de sacerdotes

Em Esdras 8, o escriba registrou a genealogia daqueles que retornaram com ele de Babilônia, apenas cerca de cinco a seis mil pessoas. A principal preocupação de Esdras era com a linhagem sacerdotal, uma vez que ele era sacerdote, mas também porque os sacerdotes eram importantes para o bom funcionamento dos serviços do templo. Portanto, ele começou o registro traçando os descendentes de Fineias (filho de Eleazar) e Itamar, que eram descendentes de Arão, o sumo sacerdote. Em seguida, ele traçou a linha política do rei Davi através de Hatus e, em seguida, os cidadãos comuns preencheram o restante da listagem. Exatamente doze clãs foram mencionados, lembrando o leitor das 12 tribos de Israel. Embora as 12 tribos não tenham retornado, o pequeno número de judeus que o fez foi tão importante como se as 12 tribos ainda estivessem intactas. Uma das lições dessa genealogia é que, assim como Deus nunca abandonou as 12 tribos de Israel, Ele cuidaria dos que voltaram.

Quando Esdras reuniu o povo junto ao rio Aava para viajar a Jerusalém, ele se entristeceu porque os levitas não foram a eles. Aqueles que deviam ensinar o povo sobre Deus e tinham o maior papel em restaurar o povo em sua caminhada com o Senhor não tomaram a decisão de retornar à terra de Israel. Então, Esdras agiu. Chamou nove líderes e alguns homens descritos como sábios (Ed 8:16) e lhes deu a tarefa de ir a um homem chamado “Ido” em Casifia e pedir que ele lhes enviasse os levitas, assim como alguns servidores do templo (netinins; Ed 8:17, 20, ARC). Não se sabe muito sobre Ido nem Casifia, exceto que deve ter sido um lugar densamente povoado pelos judeus. Esdras então louvou a Deus porque Ido enviou 38 levitas e 220 netinins, designados para servir os levitas e ajudar no templo. O grupo sacerdotal respondeu ao chamado do Espírito Santo e decidiu se juntar à assembleia no rio Aava.

O capítulo 12 de Neemias registra os nomes dos sacerdotes e levitas desde a época do primeiro retorno de Babilônia até o tempo de Esdras e Neemias. Mais uma vez, o registro dos nomes demonstra a importância das famílias sacerdotais. O relato da dedicação do muro de Jerusalém vem logo após a listagem dos sacerdotes e levitas, pois antes que a história fosse contada, devia ficar claro que a nação estava totalmente suprida com o pessoal necessário para a dedicação e comprometido com a piedade.

Lista de artigos de ouro e prata

Antes de partir para Jerusalém, Esdras proclamou um período de jejum e oração. Ele não quis pedir uma escolta do rei; em vez disso, passou tempo orando ajoelhado, pois sabia que precisavam de proteção para a jornada e necessitavam de Deus para livrá-los de saqueadores e de grupos invasores. Esdras dividiu os artigos e as ofertas para o templo e os entregou a 12 líderes entre os sacerdotes. A lista desses itens está registrada em Esdras 8:24-30. Os artigos de prata e ouro foram uma oferta voluntária a Deus. Ao receberem os itens, Esdras disse: “Vós sois santos ao Senhor, e santos são estes objetos” (Ed 8:28). O conceito de santidade foi crucial em todo o livro de Esdras, pois os que voltavam deviam dedicar a vida a Deus e ser Seus representantes na Terra. Esdras e os líderes queriam reverter o erro cometido por seus antepassados. Eles estavam em uma missão para o Senhor e a cumpririam com total compromisso com Ele.

Lista de animais para sacrifícios

Outra lista aparece no fim do relato, quando os exilados chegam a Jerusalém. A lista consiste em animais oferecidos a Deus como holocausto depois de chegarem com segurança ao seu novo lar (Ed 8:35). O povo ofereceu 12 novilhos, 96 carneiros, 77 cordeiros e 12 bodes. O incrível número de animais sacrificados como holocausto demonstra gratidão pela proteção divina, pois perceberam que não foi por acaso que chegaram a Jerusalém em segurança. Eles também estavam ansiosos pelo futuro, pois, visto que Deus havia cuidado deles na jornada até ali, Ele tinha um plano para a prosperidade de Israel.

Aplicação para a vida

1. Observe as listas mencionadas acima e pense em outras possíveis lições que podemos aprender com cada uma delas.

Ao refletir sobre isso, responda às seguintes perguntas:

A) Por que o escriba achou importante registrá-las?

B) Por que Deus preservou esses registros?

C) O que isso significa par3a você hoje?

D) Que outras características divinas você pode perceber por meio delas, além do fato de que o Senhor cuida de nós e atenta para os detalhes?

2. A santidade era um conceito importante do sacerdócio, bem como da nação de Israel. De modo geral, essa é a razão pela qual era vital manter registros de todos os sacerdotes e levitas. Ao longo do Antigo Testamento, Deus chamou o Seu povo para ser santo porque Ele é santo (Lv 19:2). Ser santo porque Deus é santo significa que nos preocupamos com a retidão moral.

A) A noção de santidade e o viver santo ainda são importantes hoje em dia? Por quê?

B) Uma pessoa moralmente correta se destaca no mundo de hoje?

C) Dado que não temos o templo do Antigo Testamento e o sacerdócio, o que podemos fazer para garantir que nós, como cristãos adventistas, vivamos plenamente para Deus e tenhamos uma vida santa?


Conhecendo Jesus pelo Alcorão

O estudo cuidadoso da Bíblia tem levado muitas pessoas à igreja adventista na região leste africana. Entretanto, Elijah se tornou adventista após estudar cuidadosamente o livro sagrado de uma religião não-cristã. Ele cresceu em uma família devota a essa religião e se destacou nos estudos. Elijah fez da sua religião o centro de sua vida profissional e conseguiu diplomas relacionados a ela em universidades de três países do Oriente Médio. Destacando-se como líder religioso nacional e, entre suas atribuições a ele confiadas, supervisionava o trabalho missionário de sua religião em sua terra natal.

Mas perguntas surgiram na mente quando participou de uma excursão acadêmica para a Itália. Em Roma, ele viu inscrições nas casas declarando que Deus estabeleceu o sétimo dia como dia de descanso. Ao ler a Bíblia, ele entendeu que o sétimo dia era o sábado. Mas ao chegar em Roma, viu as lojas fechadas e as pessoas irem à igreja no domingo. Outra coisa o intrigou quando estava na Itália. Ele visitou regiões antigas onde as pessoas eram batizadas por imersão, assim como Jesus foi batizado no rio Jordão. Mas eles e os outros estudantes foram informados de que atualmente os batismos eram feitos por aspersão. Procurando na Bíblia, nada que corroborasse a forma de batismo.

Ao voltar para casa, Elijah se debruçou sobre os seis capítulos de seu livro sagrado que falava sobre Jesus. Concentrou-se especialmente no décimo novo capitulo que agora ele compara com o livro de Ellen White, O Desejado de Todas as Nações. Em seus 40 anos de vida, ninguém lhe falara de Jesus. Ele sabia que Jesus foi um grande profeta, mas um homem mortal. Agora em seu livro sagrado, leu versos descrevendo a divindade de Jesus, Sua morte, Seu poder criador e os milagres realizados. No capitulo 3, versos 45 e 46 leu palavras surpreendentes que mostraram que Jesus é, de fato, Deus.

Ao abrir a Bíblia, ele comparou a passagem com Isaías 9:6: “Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” Elijah se convenceu de que deveria adorar a Jesus.

“Meu livro sagrado explicou a divindade e Jesus como Criador. Imediatamente decidi aceita-Lo como criador, Senhor e Redentor da minha vida”, ele disse na entrevista: “Ninguém pregou para mim.” Enquanto procurava uma igreja onde pudesse aprender mais sobre Jesus, Elijah se lembrou de ter visto debates públicos – chamados Diálogos, nos quais líderes de sua religião 

comparavam suas crenças com as dos pregadores cristãos, incluindo os adventistas.

"Mais do que qualquer outra denominação, os adventistas desafiaram meu povo sobre a divindade de Jesus", disse ele. Por isso, no sábado, ele foi a igreja adventista. Em poucos dias, Elijah precisou fugir para outra cidade com a esposa e os três filhos. Os parentes souberam sobre seu interesse pelo cristianismo e ameaçaram matá-lo.

No primeiro sábado nessa nova cidade, Elijah e esposa foram à igreja adventista no dia em que foi iniciada uma série de palestras evangelísticas conduzida por Alain Coralie, secretário da Divisão Centro Leste Africana. No fim das conferências Elijah e a esposa, Josephine, foram batizados por imersão.

Atualmente, Elijah tem 50 anos de idade e compartilha a salvação por Jesus com aqueles que não O conhecem. Muitas pessoas foram batizadas através de suas séries evangelísticas e seu trabalho na colportagem. Ele também é diácono. Algumas pessoas podem falar que sua conversão teve um alto custo, mas Elijah não mudaria nada.

“Filipenses 3:7-14 nos desafia a deixar de lado todos os nossos ganhos e posses e considera-los como perda para Cristo,” ele diz. “Deixei de lado todos os privilégios familiares, honras recebidas pelas grandes universidades onde estudei. Eu deixei de lado prestígio e posições. Abandonei os altos salários que recebi do governo de três países onde estudei. Só estou pensando em Jesus Cristo.”

Dirigindo-se a todos aqueles que ouviram sua história, Elias acrescentou: "Desejo que você se arrependa e também olhe somente para Jesus, para que você seja salvo".

 

Dicas da História

  • Nem o sobrenome de Elijah nem a localização da história são mencionados a fim de protegê-lo. Ele vive em um local onde as pessoas que trocam sua religião pelo cristianismo enfrentam ataques físicos e algumas vezes morte.
  • Fazer o download das fotos de resolução média desta história na página do Facebook: bit.ly/fb-mq. As fotos estarão disponíveis nos domingos, seis dias antes de a história ser apresentada.

Comentário da Lição da Escola Sabatina -  4º Trimestre de 2019

Tema Geral: Esdras e Neemias

Lição 9: 23 a 30 de novembro

Provas, tribulações e listas

Autor: Luiz Gustavo Assis

Revisora: Josiéli Nóbrega

Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br

Alguns dos assuntos da lição desta semana, como as dificuldades para o retorno dos judeus de Babilônia para Judá, foram brevemente abordados no primeiro comentário deste trimestre (ver https://bit.ly/32B2rgP). Nesse link, o leitor será beneficiado com a visualização de mapas e informações extrabíblicas sobre o dia a dia da comunidade judaica em solo babilônico. Neste breve comentário, abordaremos três assuntos: 1) a atuação de Deus no despertamento da comunidade judaica em Babilônia; 2) as genealogias bíblicas, especialmente as de Esdras e Neemias; 3) a prática de invocar a direção de Javé antes de qualquer viagem.

1. Quando Deus desperta...

Em Esdras 1:1, lemos: “No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, para que se cumprisse a palavra do Senhor, por boca de Jeremias, o Senhor despertou o espírito de Ciro, rei da Pérsia, que ordenou que se proclamasse em todo o seu reino…” (NAA). O texto não deixa margens para dúvida: o retorno dos judeus de Babilônia para Judá teve como ponto de partida a atuação de Deus no íntimo do rei Ciro. O verbo hebraico utilizado pelo autor para descrever tal ação é ‘ur’, traduzido em Esdras 1:1 como “despertar”, mas cujo sentido básico é “levantar,” “agitar” ou mesmo “acordar.” Deus agitou o íntimo do monarca, o que o levou a promulgar o decreto autorizando o retorno dos judeus para Jerusalém (1:2-4).

Curiosamente, quando o autor bíblico narrou a disposição das famílias de Judá e Benjamin, juntamente com os sacerdotes e levitas, para voltar e edificar o templo em Jerusalém, ele os descreveu como “todos aqueles cujo espírito Deus despertou” (1:5). Como o leitor já dever ter notado, o mesmo verbo despertar (Hb ‘ur’) é usado aqui. Em outras palavras, o que Deus fez no coração do rei para que ele emitisse seu decreto real, Ele também o fez para motivar homens e mulheres a voltarem para Jerusalém.

Esses dois textos não poderiam ser mais claros. Em momentos derradeiros na história do povo de Deus, Ele desperta pessoas para que realizem Sua vontade. No caso de Esdras 1, Ele trabalhou no íntimo de um rei persa e no coração de pessoas do Seu povo. Quando Deus quer executar Seu plano, Ele desconhece barreiras étnicas, religiosas, políticas e de classe social.

Permita-me contar uma breve história para ilustrar essa verdade. Há alguns anos eu estava pegando um trem da cidade de Assuã, no sul do Egito até o Cairo, uma viagem de aproximadamente 9 horas. Eu estava sozinho no meu vagão até que um outro passageiro, um egípcio chamado Mohammed, chegou e começamos a conversar. Depois de alguns minutos de conversa sobre Brasil e futebol, este último sendo um assunto típico naquela parte do mundo, ele resolveu entrar no assunto de religião, um tópico muito sensível para se discutir naquele país majoritariamente mulçumano. Em determinado momento da conversa, Mohammed disse que Jesus já havia aparecido em sonho para ele. Pedi que ele me contasse o sonho e, qual não foi minha surpresa, ouvi basicamente o conteúdo da visão de Zacarias 3, em que o sumo sacerdote Josué foi acusado por Satanás diante de Deus até que o Anjo do Senhor o repreendeu e trocou as vestes sujas do sumo sacerdote por vestes finas. Perguntei ao Mohammed se ele sabia o significado desse sonho, ao que ele me respondeu que, segundo seu líder religioso, significava que algo bom aconteceria na vida dele. Pedi que Mohammed lesse a passagem bíblica de Zacarias 3. Ele imediatamente reconheceu ali seu sonho. Completei dizendo que seu sonho significava que somente Jesus era capaz de transformar seu coração.

Ao redor do mundo, existem milhares de Mohammeds que Deus tem despertado para Suas verdades. Será que eu e você estamos despertos para a obra que nosso Senhor tem para ser executada na nossa unidade da Escola Sabatina, na nossa igreja, no nosso bairro e na nossa cidade?

2. As infindáveis genealogias

Uma das melhores formas de acabar com o ano bíblico de alguém é pedir que ele(a) leia uma série de genealogias! Embora eu use boa parte do meu tempo estudando as páginas do Antigo Testamento, admito que as genealogias estão longe de me trazerem satisfação na leitura. Mas admito que elas têm seu valor, como o autor da lição bem colocou na parte de segunda-feira. Permita-me ponderar sobre um ensinamento que podemos extrair das genealogias de Esdras e Neemias.

O relato bíblico dá o nome de inúmeras pessoas que voltaram de Babilônia para Judá. Milhares de homens e mulheres sacrificaram o conforto e a estabilidade de Babilônia para voltar para Judá e foram brevemente citados, enquanto nomes como Zorobabel, Josué, Esdras, Neemias, Sesbazar, entre outros, ganharam muito mais destaque. Da mesma forma, pode ser que na sua igreja local algumas pessoas tenham mais notoriedade pelo cargo que ocupam e isso lhe cause ciúmes. Essa é uma triste realidade presente inclusive entre pastores que não se sentem satisfeitos com seu ministério atual e buscam maior visibilidade diante da igreja por meio de outros cargos e posições. Todos somos seres humanos e, por isso, todos gostamos de ser valorizados pelo nosso trabalho. Mas devemos sempre nos lembrar de que, mais importante do que o respeito de seres humanos pelo nosso trabalho, é ter o reconhecimento de Deus. Vale muito mais ouvir um “muito bem, servo bom e fiel” (Mt 25:21), dos lábios do Salvador do que qualquer tipo de honras e glórias neste mundo. De que adianta milhares de pessoas saberem o seu e o meu nome se, no último dia, Cristo disser: “Eu nunca conheci vocês. Afastam-se de Mim, vocês que praticam o mal” (Mt 7:23)?

3. A direção de Deus antes de uma jornada

De acordo com Esdras 8:21-23, a caravana de judeus liderada por Esdras parou às margens do rio Ava, que muito provavelmente ficava ao norte de Babilônia (ver mapa abaixo), a fim de pedir a direção de Deus para a longa jornada deles, de aproximadamente 2.700 km. Ali eles jejuaram, se humilharam perante Deus e pediram a Ele um caminho seguro. A busca por respostas divinas antes de se aventurar numa longa viagem era prática comum nos tempos do Antigo Testamento. O calor escaldante durante o dia ou o frio intenso da madrugada, a presença de ladrões ou de animais perigosos eram alguns dos medos que viajantes da antiguidade tinham constantemente durante o trajeto. A garantia de aprovação divina para a viagem e de um “caminho seguro” eram necessidades fundamentais para Esdras e seu grupo.

Possível localização do rio Ava, ao norte de Babilônia, não muito distante do rio Eufrates. Fonte: https://bibleatlas.org/full/ahava.htm

Ainda que você eu não estejamos planejando uma longa viagem a pé como Esdras e seu grupo, todos nós temos que tomar importantes decisões o tempo todo, seja para aceitar uma proposta de emprego, seja para começar um relacionamento, investir num imóvel, comprar um bem, ou começar um curso. A pergunta que fica é: quantas vezes temos suplicado a direção de Deus para tomar essas e outras tantas decisões? Que sigamos o exemplo de Esdras, “Nós, pois, jejuamos e pedimos isto ao nosso Deus, e Ele nos atendeu” (8:23).

Conheça o autor dos comentários: Luiz Gustavo Assis serviu como pastor distrital no Rio Grande do Sul por cinco anos e meio. Em 2013, continuou seus estudos acadêmicos nos Estados Unidos. Ele possui um mestrado em arqueologia do Antigo Oriente e línguas semíticas pela Trinity Evangelical Divinity School (Deerfield, IL), e atualmente está no meio do seu programa doutoral em Antigo Testamento no Boston College (Newton, MA). É casado com Marina Garner Assis, que por sua vez faz seu doutorado em filosofia da religião na Boston University. Juntos eles têm um filho, Isaac Garner Assis.