Lição 13
22 a 28 de dezembro
Restauração final da unidade
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ap 1–3
Verso para memorizar: “Nós, porém, segundo a Sua promessa, esperamos novos céus e nova Terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3:13).
Leituras da semana: Jo 14:1-3; Is 11:1-10; 35:4-10; Ap 21:1-5; 22:1-5; 1Ts 4:13-18

Uma das maiores promessas da Bíblia é a de que Jesus virá outra vez. Sem ela, não teríamos nada, pois nossas esperanças estão centralizadas nessa promessa e em seu significado para nós. Quando Cristo retornar nas nuvens do Céu, tudo o que é terrestre e de origem humana e, portanto, temporário e às vezes insignificante, será destruído. Após o milênio no Céu, esta Terra, com suas guerras, fome, doenças e tragédias, será renovada e se tornará a morada dos remidos, finalmente reunidos com o Senhor e uns com os outros.

A esperança na segunda vinda de Cristo é um assunto muito importante do Novo Testamento e, durante séculos, os cristãos têm desejado o cumprimento dessa promessa. Como adventistas do sétimo dia, também almejamos Seu retorno. De fato, nosso nome proclama essa esperança.

Nesta última lição, examinaremos essa promessa e o que ela significa para a unidade cristã. Nossa unidade em Cristo é muitas vezes ameaçada pelas nossas limitações e fraquezas humanas. Contudo, não precisaremos mais buscar soluções para nossas divisões, pois não mais haverá desunião. No segundo advento de Cristo, seremos um com o Senhor, finalmente reunidos, formando uma família restaurada.



Domingo, 23 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 4–6
A certeza da volta de Cristo

1. João 14:1-3 é a promessa mais conhecida da segunda vinda de Jesus. Como será a vida dos remidos na nova Terra? Assinale a alternativa correta:

A.(   ) Eles viverão com a lembrança da destruição dos ímpios.
B.(   ) Eles serão recebidos por Jesus e morarão com Ele.

Os primeiros cristãos consideravam a volta de Cristo a “bendita esperança” (Tt 2:13). Eles esperavam que todas as profecias e promessas das Escrituras fossem cumpridas no segundo advento, pois esse é o verdadeiro objetivo da peregrinação cristã. Todos os que amam a Cristo aguardam o dia em que poderão compartilhar de uma comunhão face a face com Ele. Esses versículos sugerem uma proximidade e intimidade da qual compartilharemos não só com Jesus, mas também uns com os outros.

Os cristãos creem nessa promessa porque a Bíblia assegura seu cumprimento. Temos essa certeza porque acreditamos nas palavras de Jesus: “Voltarei” (Jo 14:3). Assim como a primeira vinda de Cristo foi profetizada, Sua segunda vinda também foi predita, mesmo no Antigo Testamento. Antes do Dilúvio, Deus disse ao patriarca Enoque que a vinda do Messias em glória acabaria com o pecado. Ele profetizou: “Eis que veio o Senhor entre Suas santas miríades, para exercer juízo contra todos e para fazer convictos todos os ímpios, acerca de todas as obras ímpias que impiamente praticaram e acerca de todas as palavras insolentes que ímpios pecadores proferiram contra Ele” (Jd 14, 15).

Mil anos antes de Jesus vir a esta Terra, o rei Davi também profetizou que a vinda do Messias reuniria o povo de Deus. “Vem o nosso Deus e não guarda silêncio; perante Ele arde um fogo devorador, ao Seu redor esbraveja grande tormenta. Intima os céus lá em cima e a Terra, para julgar o Seu povo. Congregai os Meus santos, os que comigo fizeram aliança por meio de sacrifícios” (Sl 50:3-5).

A segunda vinda de Cristo está intimamente ligada ao Seu primeiro advento. As profecias que predisseram Seu nascimento e ministério (por exemplo, Gn 3:15; Mq 5:2; Is 11:1; Dn 9:25, 26) são o fundamento para nossa esperança e confiança na promessa de Sua segunda vinda. Cristo “Se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de Si mesmo, o pecado [...]. Assim também Cristo, tendo-Se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que O aguardam para a salvação” (Hb 9:26, 28).

Como podemos obter esperança e conforto da promessa da segunda vinda de Cristo?


Segunda-feira, 24 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 7–9
A promessa de restauração

2. De acordo com Isaías 11:1-10, que promessa é dada a Israel? O que ela revela sobre a morada eterna dos remidos?

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A Bíblia começa com a história da criação da Terra (Gn 1; 2). O mundo descrito é belo e harmonioso e foi confiado aos nossos primeiros pais, Adão e Eva. Um mundo perfeito e um lar para a humanidade criada por Deus. Os dois últimos capítulos da Bíblia também falam sobre um mundo perfeito e harmonioso criado por Deus para a humanidade redimida (Ap 21; 22), mas, dessa vez, é mais correto dizer “recriação”, a restauração da Terra da ruína do pecado.

Muitas passagens bíblicas declaram que esse eterno lar dos remidos será um lugar real, não uma fantasia da imaginação nem um sonho. Os remidos poderão ver, ouvir, cheirar, tocar e ter uma nova experiência, uma nova vida. A profecia de Isaías 11 anuncia de maneira bela a vinda do Messias, que inaugurará uma nova era. Ele acabará com toda a violência e introduzirá a paz eterna. O reino de Deus nessa nova Terra estabelecerá a harmonia universal.

3. De acordo com Apocalipse 21:1-5, o que desaparecerá para sempre como resultado dessa nova harmonia? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) A morte e o sofrimento.
B.(  ) O livre-arbítrio das pessoas.

Ellen White escreveu sobre o que aguarda os remidos: “E, ao transcorrerem os anos da eternidade, haverá mais e mais abundantes e gloriosas revelações de Deus e de Cristo. Assim como o conhecimento é progressivo, também o amor, a reverência e a felicidade aumentarão. Quanto mais as pessoas aprenderem a respeito de Deus, mais admirarão Seu caráter. Ao revelar-lhes Jesus as riquezas da redenção e os surpreendentes feitos do grande conflito com Satanás, o coração dos resgatados baterá com mais forte devoção, e com mais arrebatadora alegria dedilharão as harpas de ouro; e milhares de milhares, e milhões de milhões de vozes se unirão para ampliar o potente coro de louvor” (Ellen G. White, História da Redenção, p. 432, 433).

Como podemos entender o caráter de Deus hoje? De que maneira a vida em harmonia e unidade com os outros revela um pouco do caráter e da natureza de Deus?


Terça-feira, 25 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 10, 11
Ressurreição e restauração dos relacionamentos

Desde os primórdios da igreja, talvez mais que qualquer outra coisa, a promessa da volta de Cristo tem sustentado o coração do fiel povo de Deus, especialmente durante as provações. Em suas terríveis lutas, tristezas e dores inconsoláveis, eles tinham a esperança do retorno de Cristo e as maravilhosas promessas que o segundo advento contém.

4. De acordo com 1 Tessalonicenses 4:13-18, quais promessas estão incluídas nessa passagem? O que isso revela sobre a esperança da restauração de relacionamentos?

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A segunda vinda de Cristo impactará a humanidade de maneira profunda. Um aspecto importante do estabelecimento do reino de Deus é a reunião dos eleitos. “Ele enviará Seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os Seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus” (Mt 24:31). No momento dessa reunião, os justos mortos ressuscitarão e receberão a imortalidade (1Co 15:52, 53). “Os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro” (1Ts 4:16). Esse é o momento que todos aguardamos. Os ressuscitados se reunirão com os que anseiam sua presença e amor. Assim Paulo se alegrou com esse evento: “Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1Co 15:55).

O corpo enfermo, envelhecido e desfigurado que desceu ao túmulo não se levantará na ressurreição, mas sim o corpo novo, imortal e perfeito, não mais marcado pelo pecado que causou sua deterioração. Os santos ressuscitados experimentarão a conclusão da divina obra de restauração, refletindo a perfeita imagem de Deus planejada na criação (Gn 1:26; 1Co 15:46-49).

No momento do segundo advento de Jesus, quando os mortos redimidos ressuscitarem, os justos vivos na Terra serão transformados e também receberão um corpo novo e perfeito. “Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade” (1Co 15:53). Então, esses dois grupos de remidos, os justos ressuscitados e os transformados, serão “arrebatados [...], entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim”, estarão “para sempre com o Senhor” (1Ts 4:17).

Em nossa era científica, alguns cristãos tentam encontrar uma explicação natural para tudo, até para os milagres. Tendo em mente a promessa da ressurreição, por que apenas os atos sobrenaturais de Deus podem nos salvar?


Quarta-feira, 26 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 12–14
Uma nova Terra para os remidos

Eis que Eu crio novos céus e nova Terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Is 65:17). Isaías e João (Ap 21:1) tiveram uma visão da nova Terra prometida aos salvos.

5. Considere a descrição da Nova Jerusalém, em Apocalipse 21:2, 9-27. O que esses textos sugerem sobre a unidade e harmonia que existirão ali?

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6. Leia Apocalipse 22:1-5. O rio da água da vida que flui do trono de Deus e a árvore da vida que se estende sobre ele são duas outras características importantes da nova cidade. Qual será o propósito deles na nova Terra? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:

A. (  ) A árvore da vida servirá para enfeitar a cidade.
B. (  ) As folhas da árvore da vida servirão para a cura das nações.

A árvore da vida, à qual Adão perdeu o acesso mediante sua transgressão (Gn 3:22-24), será restaurada por Cristo na Nova Jerusalém. O acesso a essa árvore é uma das promessas aos vencedores (Ap 2:7). O fato de que ela produz doze espécies de frutos, uma nova espécie a cada mês, sugere uma razão para a profecia de Isaías sobre a nova Terra: “De uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante Mim, diz o Senhor” (Is 66:23). A referência à “cura das nações” também ressalta a intenção de Deus de remover todas as barreiras entre os povos e de restaurar a humanidade ao seu propósito original: restaurar todos povos, tribos e nações em uma família indivisível, vivendo em harmonia e paz, unida para glorificar a Deus.

“‘A cura das nações’ se refere figurativamente à remoção das barreiras nacionais e linguísticas e separação [...]. As folhas da árvore da vida curarão a ruptura entre as nações. As nações não mais serão ‘gentílicas’, mas estarão unidas em uma só família como o verdadeiro povo de Deus (compare com 21:24-26). O que Miqueias previu séculos antes será cumprido: ‘Nenhuma nação erguerá a espada contra outra, e não aprenderão mais a guerra. Todo homem poderá sentar-se debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e ninguém o incomodará’ (Mq 4:3, 4, NVI; compare com Is 2:4). Nas margens do rio da água da vida, os remidos convidarão “seu próximo para assentar-se” (Zc 3:10) com eles debaixo da árvore da vida. A propriedade curativa das folhas da árvore cicatrizará as feridas – étnicas, tribais ou linguísticas – que têm dividido a humanidade por anos” (Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ: Commentary on the Book of Revelation, p. 593).



Quinta-feira, 27 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 15–17
Vida na nova Terra

7. De acordo com Isaías 35:4-10; 65:21-25, em que sentido a vida futura será diferente da que experimentamos hoje?

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No livro de Isaías, lemos diversas vezes sobre algo novo: “novas coisas” (42:9; 48:6), “cântico novo” (42:10), “coisa nova” (43:19), “um nome novo” (62:2). O capítulo 65 traz uma nova ordem de coisas. Haverá paz e harmonia entre todas as criaturas de Deus. As maldições da aliança na Terra por causa da desobediência e rebelião (veja Lv 26:14-17; Dt 28:30) serão canceladas para sempre, pois não haverá mais pecado. Em vez disso, haverá abundância de bênçãos, casas para morar e comida para apreciar.

Como será a vida em um lugar tão lindo? Algumas pessoas se perguntam se poderemos reconhecer nossos amigos e familiares, depois que nosso corpo receber a imortalidade e for totalmente restaurado à imagem de Deus. Após a ressurreição de Cristo, Seus discípulos foram capazes de reconhecê-Lo. Maria reconheceu Sua voz (Jo 20:11-16). Tomé reconheceu a aparência física de Jesus (Jo 20:27, 28). Os dois discípulos de Emaús reconheceram Seus trejeitos na mesa de jantar (Lc 24:30, 31, 35). Portanto, visto que nosso corpo deverá ser semelhante ao corpo ressuscitado de Cristo, certamente poderemos nos reconhecer e aguardar com ansiedade toda uma eternidade de relacionamentos restaurados. Seguramente podemos supor que continuaremos nossa convivência com os que conhecemos, amamos e que estarão lá conosco.

“Ali os remidos conhecerão como são conhecidos. O amor e simpatias que o próprio Deus plantou no coração encontrarão ali o mais verdadeiro e suave exercício. A comunhão pura com os seres santos, a vida social harmoniosa com os bem-aventurados anjos e com os fiéis de todos os tempos, que lavaram suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro, os sagrados laços que reúnem ‘toda a família nos Céus e na Terra (Ef 3:15, ARC) – tudo isso concorre para constituir a felicidade dos remidos” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 677).

“Por isso, não desanimamos [...]. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4:16-18). Neste mundo tão temporário e passageiro, como podemos alcançar e compreender o invisível e o eterno?


Sexta-feira, 28 de dezembro
Ano Bíblico: Ap 18, 19
Estudo adicional

Leia, de Ellen G. White, “Eis que venho sem demora”, p. 355-359, em Conselhos Para a Igreja; “Resurrection” [Ressurreição], p. 1082-1084 e “Heaven and New Earth” [O Céu e a Nova Terra], p. 863, 864, em Ellen G. White Encyclopedia.

“A ressurreição e ascensão de nosso Senhor é uma prova segura do triunfo final dos santos de Deus sobre a morte e a sepultura, e um penhor de que o Céu está aberto para os que lavaram as vestes do caráter e as branquearam no sangue do Cordeiro. [...] Deus levará os que refletem Sua imagem a contemplar Sua glória e dela participar.

“Há ali casas para os peregrinos da Terra. Há vestes para os justos, com coroas de glória e palmas de vitória. Tudo quanto nos tem confundido acerca das providências de Deus será esclarecido no mundo vindouro. As coisas difíceis de serem compreendidas terão então explicação. Os mistérios da graça nos serão desvendados. Naquilo em que nossa mente finita só via confusão e promessas desfeitas, veremos a mais perfeita e bela harmonia. [...]” (Ellen G. White, Conselhos Para a Igreja, p. 358).

Perguntas para discussão

1. Quanto à segunda vinda de Jesus, qual é a singularidade da esperança adventista?

2. Dois peixes estavam nadando quando um perguntou ao outro: “Como está a água?” O outro respondeu: “O que é água?” Podemos nos acostumar tanto com as coisas que não percebemos que elas são predominantes. Sendo pecadores, como compreender a existência que teremos no Céu? Apesar das limitações, por que devemos tentar imaginar como ela será?

3. Evidentemente, seja como for nossa existência na nova Terra, viveremos em unidade com todos. O que podemos fazer para nos preparar para essa realidade?

Resumo: A Bíblia fala com confiança do tempo em que a Terra será recriada e as ruínas do pecado serão eliminadas. Finalmente, a humanidade será restaurada ao seu propósito original, e todos viverão em harmonia. Nossa atual unidade espiritual em Cristo, embora ainda não plenamente percebida, será então uma realidade viva e eterna.

Respostas e atividade da semana: 1. B. 2. Jesus, o renovo de Jessé, estabelecerá justiça e renovará a Terra, eliminando a violência e trazendo paz entre seres humanos e a natureza. Pergunte: O que mais você gostaria de fazer no Céu? 3. A. 4. Na volta de Cristo, os justos mortos ressuscitarão; os vivos justos serão transformados; haverá um reencontro de pessoas e um encontro dos salvos com Cristo. Pergunte: Por que muitos são seduzidos pela crença na reencarnação? 5. Haverá unidade entre os habitantes da cidade e o noivo, o Cordeiro; haverá harmonia até na arquitetura. A glória, a pureza e o caráter de Deus farão parte da cidade. O pecado não se levantará novamente no Céu para trazer desunião e desarmonia. 6. F. V. 7. Não haverá cegueira, surdez nem doenças; não haverá miséria nem violência, mas vida eterna, paz e felicidade. Pergunte: O que você mais gostará na Nova Terra?



Resumo da Lição 13
Restauração final da unidade

TEXTO-CHAVE: 2 Pedro 3:13

O ALUNO DEVERÁ

Saber: Relembrar as promessas de Deus de recriar o mundo e restaurar a unidade e harmonia projetadas originalmente para Sua criação.
Sentir: Almejar o tempo em que a unidade em Cristo será alcançada na plenitude.
Fazer: Viver com esperança ao aguardar com expectativa o cumprimento das promessas divinas.

ESBOÇO

I. Saber: A certeza da renovação

A. Por que podemos ter a certeza de que Deus cumprirá Suas promessas de um futuro harmonioso?
B. O que a descrição dos novos céus e da nova Terra revela sobre o caráter de Deus e Seu ideal para Suas criaturas?

II. Sentir: Almejar a unidade

A. Como você descreveria a diferença entre a vida na Terra renovada e a vida no presente?
B. Quando você reflete sobre sua vida e seus relacionamentos, o que mais precisa de renovação?
C. O que mais lhe atrai nas descrições que João e os profetas fazem da vida na nova Terra?

III. Fazer: Viver com esperança

A. Você confia na promessa divina de tornar novas todas as coisas? Isso influencia sua vida no presente?
B. Como sua esperança se reflete nos seus relacionamentos?

RESUMO: Podemos confiar na promessa de novos céus e nova Terra, onde não haverá nenhum traço de pecado e desarmonia. Na Terra renovada, toda a criação desfrutará a paz e a unidade que Deus projetou originalmente.

CICLO DO APRENDIZADO

Motivação

Focalizando as Escrituras: Apocalipse 21:1-5

Conceito-chave para o crescimento espiritual: Somos chamados a viver com esperança enquanto aguardamos o clímax da história da salvação, quando nossa unidade em Cristo e com toda a criação será plenamente concretizada.

Para o professor: Ao introduzir a lição, focalize a certeza da segunda vinda de Jesus e a promessa divina de novos céus e nova Terra sem pecado. Ajude a classe a concluir que a certeza conduz à esperança que deveria influenciar a vida cristã de forma tangível.

Discussão inicial: Em 22 de outubro de 1844, Guilherme Miller e milhares de outros cristãos aguardavam com expectativa o retorno de Cristo. Enquanto isso, cantavam alegremente e tentavam imaginar como seria estar enfim com seu Senhor.

Miller havia determinado que a profecia dos 2.300 dias se cumpriria naquele dia. Ele supôs que esse cumprimento indicava a data do retorno de Cristo. Almejando estar com Jesus, os mileritas difundiram a notícia da breve volta do Senhor a todos que eles conheciam. Certos da fidelidade divina em cumprir Suas promessas, muitos venderam ou entregaram suas propriedades, tais eram sua certeza e esperança.

Cenas semelhantes ocorreram ao longo da história à medida que outros estudiosos da Bíblia marcaram datas para a volta de Jesus. Embora equivocados quanto à ideia de que qualquer um poderia saber a data da segunda vinda de Cristo, os mileritas e aqueles que continuaram a fixar datas demonstraram que viver na esperança do cumprimento das promessas divinas deveria ter impacto na nossa vida no presente.

Perguntas para discussão

Que diferença fez para os mileritas a expectativa da segunda vinda de Cristo? A certeza da segunda vinda de Jesus fez diferença em sua vida? Há algum problema em não saber a data em que se dará o cumprimento das promessas divinas? Como você pode viver melhor na esperança de uma nova Terra e da restauração dos relacionamentos?

Compreensão

Para o professor: Esta seção contém um estudo sobre a natureza e a abrangência da restauração prometida na Bíblia.

COMENTÁRIO BÍBLICO

I. Novos céus e nova Terra

(Recapitule com a classe Ap 21:1-6.)

Criação e redenção estão indissoluvelmente juntas na narrativa bíblica. Embora nossa atenção seja sempre voltada ao plano da redenção, o relato da criação apresenta o contexto para se entender o projeto da salvação. A narrativa detalha a formação do homem a partir do pó e o toque pessoal do Criador ao soprar vida na forma inerte; e descreve o ideal que Deus tinha em mente para Sua criação: um mundo sem a mancha do pecado, onde a paz e a harmonia reinassem e fosse possível a comunhão face a face com Deus.

Quando o pecado danificou o mundo perfeito da criação divina, já havia um plano para a restauração do ideal divino, plano que envolvia a revelação da perfeição divina no Filho de Deus encarnado, que morreu para tornar possível a reconciliação entre Deus e o ser humano. Mas essa encarnação não foi o fim da história. Os últimos dois capítulos do Apocalipse indicam que Deus irá recriar o mundo a fim de concretizar Seu ideal original de um mundo onde reinem novamente a paz e a harmonia.

A descrição de João dos novos céus e da nova Terra em Apocalipse 21 é construída cuidadosamente. Contém imagens de Isaías (em especial de Isaías 60 e 65) e Ezequiel (em particular de Ezequiel 40–48), bem como temas que a ligam às promessas contidas nas cartas às sete igrejas. Os novos céus e a nova Terra substituem os antigos, que “passaram” (Ap 21:1). O mundo danificado pelo pecado não existe mais.

A passagem diz também que não existe mar na nova Terra. Essa declaração pode parecer incomum para o leitor casual; no entanto, é possível que a palavra “mar” esteja sendo usada como uma metáfora. No pensamento judaico o mar está simbolicamente ligado ao mal, à opressão e àquilo que é assustador (compare com Ap 13:1). Quando João diz que não há mar na nova Terra, está sugerindo que não há mais razão para temer o mal, pois todo traço dele foi removido (veja Ranko Stefanovic, Revelation of Jesus Christ [Apocalipse de Jesus Cristo. Berrien Springs, Mich.: Andrews University Press, 2002, p. 575, 576). Em seguida, a ausência do mal é reforçada na declaração de João de que Deus lhes enxugará toda lágrima porque as causas do sofrimento terão sido removidas juntamente com tudo o que é associado ao antigo modo de vida. Aquilo que destrói os relacionamentos vai passar.

De fundamental importância na descrição que João faz da nova Terra é a declaração de que Deus habitará com os salvos e será o Deus deles. “Portanto, nosso lar eterno será caraterizado pela comunidade no mais amplo sentido. Será o lar não apenas para criaturas, mas para o Deus triúno. Aquele que na eternidade é a comunidade de Pessoas, Pai, Filho e Espírito Santo, irá agraciar a nova comunidade com a presença divina” (Stanley J. Grenz, Created for Community [Criados Para a Comunidade]. Grand Rapids, Mich.: Baker, 1998, p. 292, 293). Deus caminhava pelo jardim do Éden com Adão e Eva e manifestava Sua presença velada no santuário do Antigo Testamento, mas, em ambas as situações, Sua presença foi retirada. Uma vez removidos todos os traços do que separa Deus do ser humano, seremos novamente capazes de manter comunhão face a face com o Senhor. Ele Se reunirá com Seu povo, e a unidade com Deus trará consigo unidade com o restante dos remidos, quando eles refletirem a imagem divina outra vez.

Pense nisto: O que há de novidade nos novos céus, na nova Terra e na nova Jerusalém? Como essas recriações se relacionam com as criações antigas? João fala sobre a “fonte da água da vida” (Ap 21:6) e o “rio da água da vida” (Ap 22:1, 2), na nova Terra. Que significado tem essa água?

II. Harmonia para toda a criação

(Recapitule com a classe Is 11:1-10.)

É fácil dirigir nossa atenção unicamente aos benefícios da nova Terra, mas fazer isso é desprezar o testemunho mais amplo da Bíblia. A restauração de nosso relacionamento com Deus é somente uma parte da história. Isaías indica que também existirá harmonia com o restante da criação.

Em Isaías 11, vemos que a fidelidade e a justiça de Deus estão no centro de Seu reino. Essas características fundamentam a paz e a harmonia descritas nos versículos 6 a 10. A descrição que Isaías faz da vida na nova Terra apresenta os predadores mais ferozes descansando em paz com os animais domésticos e com os seres humanos. Isaías se conecta com o leitor por meio da cena de uma criança que pastoreia animais domésticos – prática comum na história de Israel, algo que pode ser observado ainda hoje entre os grupos nômades. Nessa passagem, os animais mais perigosos para o rebanho são retratados comendo e descansando com o rebanho no calor do dia. A paz e a harmonia entre toda a criação é realçada ainda mais pela ênfase no fato de uma criancinha poder brincar em segurança com animais que normalmente representariam um grande perigo a um adulto.

Pense nisto: Como Isaías 11:1-5 se relaciona com Isaías 11:6-10? Qual é a relação entre sabedoria, fidelidade, justiça e paz? Que razão é dada para a paz? Nesse contexto, o que significa o conhecimento do Senhor?

Aplicação

Para o professor: O conhecimento sobre a restauração que Deus fará no futuro não deve ser considerado trivial, tampouco uma desculpa para não trabalhar em favor da harmonia entre o povo de Deus no presente. Ajude os alunos a atentar para o impacto que a esperança da renovação e restauração deve ter na vida deles.

Perguntas para reflexão

1. Que impacto tem na sua vida o fato de que a palavra de Deus é verdadeira e digna de confiança?

2. A promessa de que Deus habitará com Seu povo face a face faz diferença em sua vida? Embora não O vejamos agora, Ele está entre nós. Como podemos desfrutar da comunhão com Ele no presente?

3. Se tudo será feito novo, qual é a importância do que fazemos com os recursos ao nosso redor?

4. Compare as promessas às sete igrejas encontradas em Apocalipse 2 e 3 com a descrição da nova Terra em Apocalipse 21 e 22. Que semelhanças existem? O que isso indica sobre o impacto da esperança da restauração em nossa vida?

Criatividade e atividades práticas

Para o professor: Apocalipse 21 e Isaías 11 apresentam um retrato vívido da harmonia e comunidade de que podemos esperar desfrutar na nova Terra. Ajude os alunos a entender a abrangência e realidade dessa harmonia de modo que almejem o que há de vir e compartilhem sua esperança com outros.

Atividades

1. Crie uma colagem ou página de recortes na qual você contraste a realidade dos relacionamentos agora com os relacionamentos descritos na nova Terra.

2. Compartilhe a esperança que você tem de um novo começo com alguém que precisa saber que existe algo além de seus problemas atuais.

Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?


PROGRAMA DO DÉCIMO TERCEIRO SÁBADO

  • Hino inicial “Lugar de paz”, HA 413
  • Boas-vindas Coordenador ou professor da Escola Sabatina
  • Oração Inicial
  • Histórias “Problema de temperamento” e “Uma lição sobre a raiva”
  • Ofertas
  • Hino Final “Minha entrega”, HA 567
  • Oração Final

Observação: O(a) narrador(a) não precisa decorar a história, mas deve estar familiarizado(a) com o conteúdo, evitando ler durante a apresentação. Peça a uma segunda pessoa, de preferência mulher, para falar na primeira pessoa.

Problema de temperamento

Durante o trimestre conhecemos pessoas de Myanmar, Cambodja, Indonésia, Timor Leste e Tailândia. Hoje ouviremos mais uma história que vem da Tailândia.

Desde criança, Ann lutava contra a teimosia e o temperamento forte. Chegou a ser reprovada em uma matéria do Ensino Médio, simplesmente porque não gostava da professora. Certa vez, serrou a corrente da moto da mãe porque foi proibida de usá-la. Por isso, quando decidiu estudar na Faculdade Missionária (atualmente Universidade Internacional Ásia-Pacífico), não foi nenhuma surpresa o fato de que a mãe a acompanhou, para assegurar-se de que ela não causaria problemas.

“Minha mãe não confiava em mim”, Ann disse. “Eu tinha problemas de temperamento e costumava fazer o que queria. Ela temia que eu fosse para prisão por causa do meu temperamento.”

Na faculdade, Ann aprender a orar, e Deus respondeu às suas orações de maneiras extraordinárias. Após a formatura, ela entregou o coração a Jesus e foi batizada.

Seus amigos, que não eram cristãos, zombaram dessa decisão.

“Você é tão estúpida”, disse um amigo.

“Você está em uma seita”, outro comentou.

“Eu não sou estúpida”, Ann respondeu. “Não quero mais vacilar em minhas crenças. Escolhi ser cristã e serei cristã.”

O maior problema surgiu em casa. A mãe estava com raiva porque Ann abandonara a fé em que foi instruída na infância e tentou convencê-la a retornar a ela. Proibiu que Ann fosse à igreja, levou-a ao templo e forçou-a a dormir lá. Ann defendeu sua opinião quando a mãe mandou que ela escrevesse uma carta ao deus da família.

“Agora, só adoro a um Deus”, ela disse.

Frustrada e furiosa, a mãe prendeu-a em casa.

“Você vai ficar em casa. Eu lhe darei comida, mas você não pode sair para lugar nenhum”, disse. Ann poderia escapar abrindo uma janela ou pegando o cadeado da porta. Mas não o fez. Ao contrário de antes, não perdeu a paciência. Cumpria as tarefas domésticas e calmamente lia a Bíblia. Não entendia muito o que lia, mas achou as palavras estranhamente reconfortantes.

Certo dia, a mãe perguntou: “Você voltará a adorar o nosso deus?”

“Não”, Ann disse. “Eu já confio no Senhor, desculpe-me, mãe.”

“Ótimo!”, a mãe respondeu. “Você pode ir à sua igreja.”

Cheia de alegria, Ann foi à igreja adventista e a mãe pediu para acompanhá-la. Repentinamente, a raiva da mãe foi embora; ela estava sorridente, feliz. Posteriormente, ela contou o motivo da felicidade: “Não sei a quem devo agradecer: se aos seus professores ou a Deus. Tenho uma nova filha.”

Ann atribuiu sua transformação ao poder de Deus. “Eu costumava ter um gênio forte, mas minha mãe não mais percebe esse temperamento em mim”, diz. Atualmente, Ann é diretora da Escola Adventista Missionária Internacional, uma instituição de Ensino Fundamental com 150 alunos em Korat, Tailândia.

Parte da oferta deste trimestre ajudará a construir um novo campus em um terreno comprado recentemente. Com isso, a escola poderá oferecer o Ensino Médio e receberá mais alunos. Agradecemos pela oferta generosa deste sábado.

Uma lição sobre a raiva – nas palavras de Ann

Deus me ama muito! Um amigo se mudou para a Austrália e me pediu que visitasse os pais dele, de vez em quando, aqui na Tailândia. A casa era distante da minha casa e eu tive que procurar instruções sobre como chegar lá. Para minha primeira visita, enchi minha mochila e as duas mãos com sacolas de compras e chamei um táxi para me levar até a rodoviária.

De repente, na metade do trajeto, o motorista disse: “Eu não posso levá-la. Posso ligar para outro táxi?” Um segundo táxi chegou, mas o motorista me levou ao lugar errado. Entrei em um terceiro táxi. Levou quase duas horas para chegar à rodoviária. Quando cheguei, estava tão chateada que não queria conversar com ninguém. Um funcionário da rodoviária me perguntou: “Para onde você vai?” Respondi: direi depois.

Depois de me acalmar, comprei a passagem e esperei o próximo ônibus.

Durante a viagem à casa dos pais de meu amigo, passamos por um ônibus totalmente destruído. Nosso motorista parou para tirar fotos e disse que vários passageiros morreram no acidente. “Esse é o ônibus anterior ao nosso”, ele disse. Naquele momento, percebi que eu estaria naquele ônibus. Perdi-o por causa dos imprevistos que passei antes de chegar à rodoviária.

Ao me verem, os pais do meu amigo ficaram aliviados.

“Ficamos muito preocupados porque pensamos que você estava naquele ônibus”, a mãe dele falou. “Deus é muito bom”, eu disse. Então, falei àquelas pessoas não cristãs sobre o que aconteceu.

Admirado, disse o pai: “O Deus ou o anjo que lhe protege é maravilhoso!”

Deus realmente me ama.

Dicas

  • O nome completo de Ann é Saengsurin Phongchan
  • Korat é o apelido dado para a cidade de Nakhon Ratchasima.
  • Assista ao testemunho de Ann no link: bit.ly/Ann-miracles
  • Encontre fotos desta história no link: bit.ly/fb-mq

Comentário da Lição da Escola Sabatina- 4º Trimestre de 2018

Tema Geral: Unidade em Cristo

“Restauração final da unidade”

Lição 13: 20-29 de dezembro

Autor: Fernando Beier
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

Sábado, 22 de dezembro

Quando os primeiros discípulos viram Jesus subir aos céus, guardavam no coração uma promessa maravilhosa: o Mestre voltaria muito em breve para buscar Seu povo. Tal certeza os uniu de maneira singular, motivando-os a pregar a mensagem do evangelho com força e persistência.

Fico triste em notar que, no seio da cristandade contemporânea, a esperança da volta de Jesus perdeu sua força, quando não sua realidade. Os cristãos (e muitos nem usam mais essa palavra para designar sua fé) lutam por muitas coisas na vida, mas poucos se lembram de que Cristo prometeu retornar. A própria ideia (não bíblica) de que, quando o fiel morre já vai para o Céu, diluiu a força da mensagem acerca de aguardar e apressar a volta de Jesus.

O cristianismo precisa, urgentemente, resgatar a verdade do advento. Se todos os que professam fidelidade a Jesus trabalhassem pensando que o “Dia do Senhor” está próximo, muito mais seria feito pela salvação da humanidade.

Domingo, 23 de dezembro

Certa vez, visitei um membro da minha igreja em crise espiritual. Depois de me contar do desânimo que lhe tomou conta, apelei para que não desistisse, pois a Bíblia afirma que muito em breve o pecado não mais existirá, e seremos transformados para uma vida eterna com Deus. A reação dele foi desanimadora:

– Não sei se posso acreditar nisso. [...]

– Como assim? – perguntei.

– Veja bem, sou cristão desde criança, e sempre ouvi dizer que um dia Deus acabará definitivamente com o pecado e o sofrimento. Mas, depois de tantos anos, não creio que isso acontecerá tão cedo.

– Bem, você sabe, Deus nunca deixou de cumprir Suas promessas – eu insisti.

– Não duvido das promessas de Deus, apenas acho que não viverei o suficiente para ver a promessa se cumprir.

Não era à toa que aquele homem já não frequentava a igreja havia bastante tempo. Sua esperança estava por um fio, e isso afetava sua união com os demais cristãos.

Não podemos perder de vista a promessa de Cristo. Se Ele disse que voltará, então certamente cumprirá Sua palavra. Mesmo que aparentemente esteja demorando, a promessa será realizada.

Segunda-feira, 24 de dezembro

Quando Jesus preparou os primeiros discípulos para o futuro, tudo indicava um fracasso. Mas o fato é que o Mestre fez um ótimo trabalho. Entre pescadores rudes (alguns eram como “filhos do trovão”), ambiciosos coletores de impostos e camponeses sonhadores, saiu um grupo (com exceção daquele que preferiu se enforcar) que abalou o mundo à sua volta com a mensagem de um reino celestial.

Mesmo tendo se desgastado na proclamação do evangelho e enfrentado as perseguições, a esperança na recompensa celestial marcou os escritos de muitos deles. Alguém poderia imaginar o antes instável Pedro afirmando coisas como: “Não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma coisa extraordinária vos estivesse acontecendo. Pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de Sua glória, vos alegreis exultando.” “Não retarda o Senhor a Sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, Ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum se perca, senão que todos cheguem ao arrependimento” (1 Pedro 4:12, 13; 2 Pedro 3:9).

Quando a esperança é real, nossa vida revelará essa benção para o mundo.

Terça-feira, 25 de dezembro

Ainda estamos neste mundo, enfrentando diariamente o mal e suas consequências; entretanto, Jesus nos conclama a nunca nos esquecermos do mundo porvir. Se mantivermos o olhar no horizonte aguardando o Sol de um eterno amanhecer, com certeza ficaremos firmes em meio às crises da vida.

A eternidade está chegando, do jeito que Jesus prometeu. Como bem expressou Lewis: “Um olhar sempre voltado para a eternidade não é [...] uma forma de fuga nem ilusão, mas uma das obrigações do cristão. Isso não quer dizer que devamos deixar este mundo como está. Se consultarmos a História, veremos que os cristãos que mais fizeram pelo mundo foram justamente os que mais pensaram no outro mundo. Os próprios apóstolos, que empreenderam a conversão do Império Romano, os grandes homens que construíram a Idade Média, os evangélicos ingleses que aboliram o mercado de escravos, todos deixaram sua marca na Terra precisamente porque suas mentes estavam ocupadas com as coisas do Céu. Desde que os cristãos pararam de pensar na outra vida foi que começaram a falhar nesta. Quem almejar o Céu, terá a Terra como acréscimo; quem almejar a Terra, não terá nem uma nem outra coisa” (Cristianismo Puro e Simples, p. 76).

Ao sonhar com a volta de Jesus e viver por essa esperança, teremos a oportunidade de contagiar outros com a força da graça de Deus.

Quarta-feira, 26 de dezembro

O escritor inglês G. K. Chesterton (1874-1936) escreveu algo muito interessante: “O otimismo cristão fundamenta-se no fato de NÃO nos encaixarmos no mundo”. Ele estava certo. O mundo como o conhecemos não foi feito para nós. Ele complementa: “O filósofo moderno me havia dito muitas e muitas vezes que eu estava no lugar certo, e eu ainda me sentia deprimido mesmo aceitando isso. Mas eu ouvi que estava no lugar ERRADO, e minha alma exultou de alegria, cantando como um pássaro na primavera. O conhecimento revelou e iluminou aposentos esquecidos da casa escura da infância. Então eu soube por que a relva sempre me parecia estranha como a barba verde de um gigante, e por que eu podia sentir saudades de casa estando em casa” (Ortodoxia, p. 133).

Nosso verdadeiro lar não é aqui, não neste mundo de dor e pecado. Logo um mundo melhor despontará para os filhos de Deus. E nunca foi tão necessário a igreja sonhar unida com a chegada desse dia.

Estamos nos preparando?

Quinta-feira, 27 de dezembro

Quando atravessarmos os portões da nova Jerusalém, penso que nossos sentidos irão nos confundir. Nunca houve nem haverá uma preparação visual para o que veremos ali; afinal, “nem olhos viram nem ouvidos ouviram o que Deus tem preparado para aqueles que O amam” (1Co 2:9).

Uma vez lá, receberemos uma coroa, uma palma e uma harpa. O chão aos nossos pés será feito de ouro. O clima será o mais perfeito. Aves e animais circularão de um lado para o outro. O próprio ar exalará um aroma de felicidade. Então uma voz soará aos nossos ouvidos: “Vinde benditos de Meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.

Cantaremos glórias a Jesus Cristo! Ele estará diante de nós não mais como o “Servo sofredor”, mas como o Rei do Universo. O livro do Apocalipse fala da coroa e das vestes de Jesus – brilhantes como o Sol. Sua voz será como a união de muitas águas. Sua alegria será contemplar Seus filhos redimidos.

Precisamos pensar mais nesse dia de glória. Como igreja, devemos nos unir para viver movidos por essa promessa maravilhosa.

Sexta-feira, 28 de dezembro

Em meu livro Crise espiritual, conto de um rápido diálogo que tive com minha filha mais velha quando ela tinha poucos anos. Eu estava lendo uma porção da Bíblia para ela, exatamente onde fala do início do pecado. Então ela me abordou:

– Por que Adão e Eva foram expulsos do jardim, papai?

– O mal nos separa das coisas mais importantes da vida, filha – eu disse, teologizando em momento não oportuno.

– Eles nunca voltaram para casa?

– Não!

– Quando eles vão voltar? – Ela perguntou com um olhar de expectativa.

– Em breve. [...] em breve – foi o que pude dizer.

Eu anseio o dia em que verei o Salvador vindo entre as nuvens, e quero muito que minha família esteja comigo. E mais: quero que minha amada igreja – unida e vitoriosa – encontre-se pronta para receber o Rei dos reis.

E você, estará pronto?

Conheça o autor dos comentários deste trimestre: Fernando Beier é Mestre em Teologia, escritor e conferencista. Autor dos livros Crise Espiritual e Experimente um Recomeço, ambos da CPB. É pastor na Associação Paulista Sudoeste.