Uma diferença impressionante, mas crucial, entre o cristianismo e as religiões não cristãs é que, embora estas enfatizem o que seus fundadores ensinaram aos fiéis, elas não destacam o que seus fundadores fizeram por eles. E a razão para isso é que, seja lá o que seus fundadores tenham feito pelos fiéis, isso não pode salvá-los. Tudo que esses líderes puderam fazer foi tentar ensinar as pessoas a se “salvarem”.
Diferentemente, os cristãos enfatizam não apenas o que Jesus ensinou, mas o que Ele fez, pois Suas ações proveram o único meio pelo qual somos salvos. A encarnação de Cristo como ser humano (Rm 8:3), Sua morte na cruz (Rm 5:8), Sua ressurreição (1Pe 1:3) e Seu ministério no Céu (Hb 7:25) – unicamente esses atos nos salvam. Certamente, não somos salvos por algo que exista em nós mesmos. “Se juntássemos tudo que é bom e santo, nobre e belo no homem, e apresentássemos o resultado aos anjos de Deus, como algo que desempenhasse uma parte na salvação do homem ou na obtenção de mérito, a proposta seria rejeitada como traição” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 24).
Essa verdade maravilhosa é especialmente importante para nós que vivemos em meio aos perigos e enganos dos últimos dias.
Não muito antes da cruz, Jesus falou com Seu círculo íntimo de amigos sobre como as pessoas podiam ir ao Pai por meio Dele. Foi então que Filipe disse: “Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta” (Jo 14:8).
1. De acordo com João 14:9, o que Jesus respondeu a Filipe? O que Sua resposta ensina sobre o Pai? Quais equívocos sobre Deus ela deveria eliminar? Complete as lacunas:
“Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto ___________________ estou convosco, e não Me tens ____________________? Quem Me vê a ________________ vê o __________________; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” (Jo 14:9).
Alguns dizem que o Deus do Antigo Testamento é um Deus de justiça, comparado com o Deus do Novo Testamento, que é cheio de misericórdia, graça e perdão. A distinção que essas pessoas estabelecem entre os dois não é válida. Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento Ele é o mesmo Deus, com as mesmas características.
Uma razão pela qual Cristo veio a este mundo foi revelar a verdade sobre Deus, o Pai. Ao longo dos séculos, ideias equivocadas sobre o Pai e Seu caráter se tornaram generalizadas, não apenas entre os pagãos, mas também entre a nação escolhida de Deus. “A Terra se obscureceu devido à má compreensão de Deus. Para que as tristes sombras se pudessem iluminar, para que o mundo pudesse voltar ao Criador, era preciso que se derrubasse o poder enganador de Satanás” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 22). Essas foram algumas razões pelas quais Jesus veio a esta Terra.
Deus não muda. Se soubéssemos todos os fatos que envolveram os acontecimentos no Antigo Testamento, acharíamos Deus tão misericordioso no Antigo Testamento como Ele é no Novo. As Escrituras declaram: “Deus é amor” (1Jo 4:8), e Ele não muda. “Jesus Cristo, ontem e hoje, é o mesmo e o será para sempre” (Hb 13:8).
Lembre-se, também, que foi o Deus do Antigo Testamento que foi pendurado na cruz. “Benigno e misericordioso é o Senhor, tardio em irar-Se e de grande clemência” (Sl 145:8). Seu amor é infalível (Sl 143:8), e Ele Se agrada em Seus seguidores (Sl 147:11). Seu plano é fazer as pessoas prosperarem e lhes dar esperança (Jr 29:11). Em Seu amor, Ele não mais repreenderá, mas Se alegrará em Seu povo com júbilo (Sf 3:17). Esse é o verdadeiro Deus.
O pecado fez separação entre o homem e Deus. Um grande abismo foi aberto entre eles e, a menos que esse abismo fosse fechado, a humanidade estaria condenada à destruição eterna. O abismo era profundo e perigoso. Foi necessário algo absolutamente incrível para que o problema do pecado fosse resolvido e a humanidade pecadora fosse reconciliada com o Deus justo e santo. Foi necessário que Alguém eterno e divino como o próprio Deus Se tornasse humano e, em Sua humanidade, oferecesse Seu corpo como sacrifício pelos nossos pecados.
2. O que João 1:1 a 3 e 14 e Filipenses 2:5 a 8 ensinam sobre Jesus? Assinale a alternativa correra:
A.( ) Jesus foi criado por Deus e não é eterno.
B.( ) Jesus estava com Deus e era Deus. Ele é eterno.
Cristo é eterno e não depende de nada nem de ninguém para existir. Ele é Deus, não a mera aparência exterior de Deus, mas o próprio Deus. Sua natureza essencial é divina e eterna. Jesus manteve essa divindade, mas Se tornou um ser humano a fim de obedecer à lei como ser humano e morrer como Substituto por todos aqueles que transgrediram a lei, ou seja, todos nós (Rm 3:23).
Cristo Se tornou homem, sem nenhuma vantagem em relação aos outros humanos. Ele obedeceu à lei de Deus, não mediante Seu poder divino interior, mas confiando no mesmo poder divino exterior, disponível a toda a humanidade.
Jesus era plenamente Deus e plenamente homem. Isso significa que Aquele que sustenta “todas as coisas pela palavra do Seu poder” (Hb 1:3) é o mesmo que Se achava deitado na manjedoura como bebê (Lc 2:16). Isso significa que Aquele que “é antes de todas as coisas”, em quem “tudo subsiste” (Cl 1:17) é o mesmo que, como criança humana, crescia “em sabedoria, estatura e graça” (Lc 2:52). Significa que Aquele sem o qual “nada do que foi feito se fez” (Jo 1:3) é o mesmo que foi morto e pendurado num madeiro (At 5:30).
Se tudo isso revela o amor de Cristo por nós (e Seu amor é apenas uma manifestação do amor do Pai), então não é de admirar que tenhamos tantos motivos para nos alegrar e agradecer!
O Espírito Santo tem sido mal interpretado, quase tanto quanto o Pai. Alguns teólogos pensam no Espírito como o amor entre o Pai e o Filho. Em outras palavras, o Espírito seria meramente a afeição entre ambos. Ele é rebaixado a uma relação entre dois membros da Divindade, não sendo propriamente um membro dela.
Mas as Escrituras demonstram Sua personalidade. Os cristãos são batizados em Seu nome juntamente com o do Pai e do Filho (Mt 28:19). O Espírito glorifica Cristo (Jo 16:14). O Espírito convence as pessoas (Jo 16:8). Ele pode Se entristecer (Ef 4:30). Ele é o Consolador (Jo 14:16), Conselheiro (NVI), Auxiliador (NTLH). Ele ensina (Lc 12:12), intercede (Rm 8:26) e santifica (1Pe 1:2). Cristo disse que o Espírito guia as pessoas em toda a verdade (Jo 16:13).
Em suma, o Espírito Santo é Deus, assim como o Pai e o Filho. Juntos, Eles são um único Deus.
3. Todas as ações do Espírito revelam o amor divino. Quais são algumas de Suas ações? (Veja Lc 12:12; Jo 16:8-13; At 13:2).
A encarnação de Cristo é a maior evidência de que o Espírito Santo é Deus. Jesus nasceu do Espírito Santo (Mt 1:20). Somente Deus poderia “criar” dessa maneira.
O Espírito Santo é capaz de realizar por Cristo dois milagres opostos. Primeiramente, Ele trouxe o Cristo onipresente para dentro do ventre de Maria. Jesus ascendeu ao Céu em um corpo humano, confinado dentro desse corpo. Em segundo lugar, em outro milagre inexplicável, o Espírito traz o Cristo confinado por Sua humanidade e O torna presente aos cristãos em todo mundo.
Portanto, o Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho, atua em nosso favor. “A Divindade Se moveu de compaixão pela humanidade, e o Pai, o Filho e o Espírito Santo Se deram a Si mesmos ao estabelecer o plano da redenção” (Ellen G. White, Conselhos Sobre Saúde, p. 222).
O Pai, o Filho e o Espírito Santo nos amam igualmente e atuam para nos salvar para o reino eterno de Deus. Como podemos, então, negligenciar tão grande salvação?
Alguns adventistas do sétimo dia se perguntam se serão salvos. Não têm certeza da salvação e desejam conhecer seu futuro em termos de vida eterna. Esforçam-se para ser bons o suficiente e, ainda assim, reconhecem que isso não é o bastante. Olham para dentro de si e poucas coisas os incentivam na jornada pela vida.
Quando percebemos o imenso abismo entre o caráter de Jesus e o nosso, ou quando lemos um texto como este: “Estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7:14), quem de nós não se pergunta, em algum momento, se será salvo?
Para estarmos preparados para o tempo do fim, devemos ter a certeza da salvação no presente. Devemos nos alegrar na realidade da redenção a fim de enfrentar, sem medo, o futuro. Como vimos, todas as Pessoas da Divindade estão atuando em favor da nossa libertação. Assim, podemos e devemos viver com a certeza de nossa salvação.
4. Leia os seguintes textos. Qual esperança e certeza eles nos trazem em relação à salvação e ao que Deus fez e prometeu fazer por nós?
Sl 91:15, 16 _____________________________________________________________________
Jl 2:31, 32 _____________________________________________________________________
Jo 10:28 _______________________________________________________________________
Rm 10:9-13 _____________________________________________________________________
1Jo 5:11-13 _____________________________________________________________________
Somos chamados e até mesmo ordenados a viver em santidade, mas isso é resultado de termos sido salvos por Cristo, e não o meio para alcançar essa salvação. Embora devamos ser fiéis até a morte, precisamos sempre depender desse dom como nossa única esperança de salvação. O povo de Deus será encontrado fiel e obediente nos últimos dias. Essa fidelidade e obediência decorrem da certeza do que Cristo fez por nós.
5. De acordo com Apocalipse 14:6 e 7, o que é o “evangelho eterno”?
Nesses versos, o evangelho é mencionado como sendo “eterno”. Essa é uma evidência adicional de que Deus não muda. Um Deus imutável tem um evangelho imutável. Esse evangelho eterno traz certeza a todos os que estão dispostos a aceitá-lo. Ele revela o imutável amor de Deus, e essa mensagem precisa ser levada ao mundo. Todos necessitam de uma oportunidade de ouvi-lo, e, por essa razão, Deus chamou Seu povo para difundi-lo.
6. “Assim como nos escolheu, Nele, antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de Sua vontade” (Ef 1:4, 5). O que esse texto revela mais sobre a “eternidade” do evangelho? Assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. ( ) O plano da salvação pela graça já existia antes da fundação do mundo.
B. ( ) Deus elaborou o plano da salvação somente após a entrada do pecado.
Ele nos escolheu “antes da fundação do mundo”. Um evangelho “eterno”! Mesmo antes da criação deste mundo, o plano de Deus era que tivéssemos salvação Nele.
Veja algumas palavras desse texto: “escolheu”, “predestinou”, “beneplácito” (ou boa vontade) e “adoção”. Esses dois versos revelam o desejo de Deus de que tenhamos a vida eterna “Nele”. E o fato de que Ele fez tudo isso “antes dos tempos eternos” (veja também 2Ts 2:13; 2Tm 1:9) revela claramente Sua graça, mostrando que nossa salvação não vem de algo que possamos fazer nem do mérito de qualquer criatura, mas completamente de uma ação resultante do próprio caráter amoroso de Deus. Como a salvação poderia vir de alguma coisa que fizéssemos, se fomos eleitos para ter essa salvação Nele mesmo antes de existirmos? Nossa escolha é aceitá-la ou rejeitá-la.
Como essa eleição se manifesta na vida dos eleitos? “Para sermos santos e irrepreensíveis perante Ele; e em amor” (Ef 1:4). Para isso também fomos escolhidos.
Podemos ter a certeza da salvação, mas não devemos ser presunçosos em relação a isso. Existe uma falsa segurança de redenção? Certamente! Jesus advertiu sobre isso também, dizendo: “[…] Muitos, naquele dia, hão de dizer-Me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em Teu nome, e em Teu nome não expelimos demônios, e em Teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de Mim, os que praticais a iniquidade” (Mt 7:21-23).
Essas pessoas cometeram dois erros fatais. Primeiramente, apesar das grandes coisas que fizeram em nome do Senhor, elas não estavam fazendo a vontade do Senhor, que é obedecer à Sua lei. Jesus não disse: “Apartai-vos de Mim, vós que tendes pecado” ou “vós que tendes falhas” ou “vós que sois imperfeitos”. Em vez disso, descreveu-as como pessoas que praticavam a iniquidade – uma tradução de anomian, que significa “sem lei”. Em segundo lugar, observe a ênfase delas em si mesmas e no que elas realizaram: “Não fizemos isso em Teu nome?” ou “Não fizemos aquilo em Teu nome? Ou ainda “Não fizemos essa outra coisa e tudo mais em Teu nome? Por favor!” Essas pessoas estavam longe de Cristo, visto que chegaram a apresentar suas obras na tentativa de se justificar diante de Deus? As únicas obras que nos salvam são as de Cristo, creditadas a nós pela fé. Nossa certeza não está em nossas obras, mas no que Cristo fez por nós. Você quer ter a certeza da salvação? Confie somente nos méritos da justiça de Cristo, obedeça à lei de Deus, e você terá toda a certeza de que precisa.
Perguntas para discussão
1. É atribuída a Martinho Lutero esta frase: “Quando olho para mim mesmo, não sei como posso ser salvo. Quando olho para Jesus, não sei como posso me perder”. São palavras muito sábias! Por que devemos manter esse ponto de vista diante de nós?
2. Reflita sobre a ideia de que fomos escolhidos para a salvação, mesmo antes da fundação do mundo. Isso significa que todos serão salvos? Muitos se perderão porque Deus não as escolheu ou por causa de suas próprias escolhas? Discuta essa questão com a classe.
3. Como o conhecimento do grande conflito nos ajuda a lidar melhor com a realidade do mal, mesmo em um mundo amado pelo Pai, pelo Filho e pelo Espírito Santo?
Respostas e atividades da semana: 1. Tempo – conhecido – Mim – Pai. 2. B. 3. Selecione três alunos para ler as passagens e identificar as ações do Espírito Santo. 4. Para cada texto bíblico, peça a um aluno que leia e comente a questão. 5. Solicite a um aluno que leia o texto. Com base nele, discuta com a classe o que é o “evangelho eterno”. 6. V; F.
TEXTO-CHAVE: Daniel 12:13
O ALUNO DEVERÁ
Saber: Redescobrir o amor de Deus pelo ser humano e Seu plano para salvar a humanidade da morte e do mal.
Sentir: Apreciar o amor de Deus, mesmo não o merecendo.
Fazer: Confiar em Deus, amá-Lo e demonstrar amor pelo próximo, mesmo quando não se tem resposta imediata.
ESBOÇO
I. Saber: A salvação divina está além de mim
A. Por que Deus ama você?
B. É possível entender o amor de Deus? Explique. O que é o amor de Deus?
C. Qual é a evidência histórica do amor de Deus por você?
II. Sentir: O amor de Deus é real
A. Por que posso ter certeza do amor de Deus?
B. O que Deus fez para tornar Seu amor uma realidade?
C. Sentir o amor de Deus é suficiente para convencer você de que Ele o ama?
III. Fazer: O amor de Deus é contagioso
A. Amar o próximo é um sinal de que Deus salvou você?
B. Por que você é responsável por levar a salvação ao seu próximo?
C. Sua fé em Deus o ajuda a amar seu inimigo?
RESUMO
A realidade do amor de Deus é manifestada no Seu plano de salvar os seres humanos a despeito de si mesmos, ainda que eles não mereçam.
1 Motivação
Focalizando as Escrituras: 1 João 4:10
Conceito-chave para o crescimento espiritual: O amor de Deus é a única razão pela qual Ele salvou a humanidade. Esse amor não consiste apenas em emoções e palavras bonitas. O que torna a revelação bíblica do amor divino singular e ao mesmo tempo universal é o fato de que Deus não Se revelou por meio de uma experiência emocional e mística, nem por meio de sabedoria bela e perspicaz. Deus Se revelou na realidade da história. Visto que as boas-novas da salvação são destinadas a todos, e a salvação é real, o evento culminante da salvação ocorrerá apenas no fim da história humana.
Para o professor: O propósito desta lição é tornar o amor de Deus e Seu plano de salvação reais para os alunos. A salvação não pode atingir seu cumprimento definitivo neste mundo caído, limitado pela natureza humana pecaminosa. Portanto, a salvação só ocorrerá no fim dos tempos. Embora estejamos certos da salvação, pois toda salvação depende de Deus, somente a segunda vinda de Cristo, nos últimos dias, tornará possível a realidade da salvação. Embora possamos experimentar milagres e bênçãos, essas dádivas são apenas faíscas que apontam a existência do fogo, mas não são o fogo.
Discussão e atividade inicial: Como a nossa experiência com o amor de Deus nesta vida presente nos ajuda a entender e a imaginar o cumprimento final da salvação divina no fim dos tempos? O que nesta vida é evidência do futuro reino de Deus?
Perguntas para discussão
1. É importante manter a esperança no reino de Deus nos últimos dias? Comente com a classe.
2. Por que a salvação por meio de Cristo no fim dos tempos é a única salvação possível?
2 Compreensão
Para o professor: Em nossa sociedade secular, é difícil falar do reino de Deus. Essa linguagem soa utópica. As pessoas estão preocupadas com a Terra e com a vida presente; em grande parte elas são materialistas, interessadas apenas naquilo que podem ver e desfrutar agora. Não estão interessadas num reino aparentemente vago, localizado no Céu, que virá num futuro muito distante. O desafio é sacudir esse grupo de pessoas, despertá-las para a necessidade de salvação. Esta lição propõe uma estratégia em três passos para alcançar esse grupo. Acima de tudo, esse grupo precisa descobrir o amor de Deus. Somente então essas pessoas desejarão o Seu reino, onde viverão com Ele, e só assim estarão prontas para crer Nele.
Comentário bíblico
I. Deus é amor
(Recapitule com a classe 1Jo 4:8-10; Êx 34:5-7.)
A salvação começa com o amor divino. É inútil falar do reino de Deus e de Sua salvação a pessoas que não creem Nele e não experimentaram um relacionamento de amor com Ele. Portanto, é essencial ter conhecimento do amor de Deus e experimentá-lo na vida. E para se obter esse conhecimento, voltamo-nos para Sua Palavra.
Toda a Bíblia define Deus como amor. No Antigo Testamento, o primeiro ato divino foi a criação. O amor de Deus não foi uma resposta ao que fizemos. Deus nos amou mesmo antes de existirmos. Essa precedência do amor divino sobre o nosso amor, que é simplesmente nossa resposta ao Seu amor, é uma confirmação do modo como Ele nos salva. Deus não nos salva por causa do que fazemos, mas por causa de quem Ele é. Essa crença faz parte da súplica de Daniel ao Senhor: “Não Te retardes, por amor de Ti mesmo” (Dn 9:19). Deus não nos salva porque O amamos, nem porque Lhe obedecemos. A salvação não está baseada em nossos méritos, mas no próprio Deus. Por essa razão, a proclamação divina de Seu amor precede e fundamenta a dádiva da lei: “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Êx 34:6). E mesmo na lei, a atitude divina de salvar precede os mandamentos: “Eu Sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão” (Êx 20:2).
Encontramos essa mesma qualidade do amor divino no Novo Testamento: “Deus prova o Seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). Cristo morreu por nós e nos amou mesmo sem merecermos. Ele nos amou, apesar de nós. O amor também é a característica do Espírito Santo, que é chamado de “Consolador” (Jo 14:16), isto é, Aquele que nos consola e nos abraça quando sofremos. A palavra grega parakletos, “consolador”, é usada na versão grega Septuaginta para traduzir a palavra hebraica nakham, que significa “consolar” (Jr 16:7; Os 13:14; Is 57:18).
Pense nisto: Que lição aprendemos sobre o processo de salvação pelo fato de que Deus nos amou primeiro? Por que o Senhor deu o sábado aos humanos, embora eles não tenham trabalhado com Ele durante a semana da criação? De que maneira o sábado é um sinal da salvação pela graça?
II. Jesus é a garantia
(Recapitule com a classe Hb 7:22; Rm 10:13.)
O motivo pelo qual se pode ter certeza da salvação é que a salvação depende de Deus. De certa forma, nossa salvação futura está relacionada à experiência de salvação no presente. Essa dupla aplicação do reino de Deus é encontrada no discurso de Jesus aos fariseus e aos Seus discípulos. Aos fariseus, Jesus enfatizou a dimensão presente e pessoal da salvação: “o reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17:21). Mas quando Jesus falou aos Seus discípulos, referiu-Se à salvação como um acontecimento futuro e universal: “Assim como o relâmpago, fuzilando, brilha de uma à outra extremidade do céu, assim será, no seu dia, o Filho do Homem” (Lc 17:24). A razão desse paradoxo é que os discípulos, que já tinham Jesus no coração, ansiavam por Sua vinda. Por outro lado, os fariseus, que não tinham em si o reino, simplesmente não sentiam necessidade do futuro reino de Deus. De fato, quanto mais próximos estamos de Jesus no presente, mais estaremos seguros de Sua vinda e mais ansiaremos por ela.
Pense nisto: Por que é impossível ser um bom cristão que ama a Jesus e não aguardar Sua segunda vinda? Por que e como a esperança do futuro reino de Deus deve afetar nossa vida no presente?
III. Deus, de eternidade a eternidade
(Recapitule com a classe Sl 90:2; Ap 14:6, 7.)
João viu um anjo voando no meio do céu, “tendo um evangelho eterno para pregar” (Ap 14:6). O evangelho é qualificado como “eterno” precisamente porque deriva de “nosso Senhor Jesus Cristo [...]; o único que possui imortalidade” (1Tm 6:14-16). Falar de “um evangelho eterno” é falar sobre Deus, um modo de confirmar o evangelho como o objetivo espiritual mais elevado que podemos alcançar. O apóstolo Paulo empregou esse mesmo raciocínio quando instou seus seguidores a competir pela coroa incorruptível (1Co 9:25), o único prêmio pelo qual vale a pena lutar (1Co 9:26). Esse evangelho eterno, do qual João falou em Apocalipse, aponta para as duas ações divinas que estruturam a história humana: o juízo, no fim, e a criação, no começo (Ap 14:7). A história humana, que parece correr ao acaso em direção ao abismo, ganha propósito e direção: esse propósito vem do Deus da eternidade e dirige-se a Ele.
Pense nisto: Por que a esperança de vida eterna é a única resposta à insensatez da experiência humana? Discuta com a classe a experiência deles com a morte. Que pensamentos tiveram quando foram confrontados com ela? Por que a morte não é um fim normal?
3 Aplicação
Para o professor: A tentação dos adventistas do sétimo dia a respeito da identidade é dupla. Podemos enfatizar demais o aspecto do “sétimo dia”, que atribui demasiada consequência à nossa temporalidade e ao nosso mundo aqui e agora, ou podemos superenfatizar o aspecto “adventista” de nossa identidade, o qual pode nos desligar do mundo e nos transformar em fanáticos ou sonhadores. Ressalte para a classe que é muito importante manter em equilíbrio a tensão entre os dois componentes de nossa identidade.
Perguntas para reflexão
1. Qual é a diferença entre as promessas divinas do reino celestial e as promessas de um político?
2. Dê atenção a eventuais dúvidas que os membros da classe possam ter sobre a realidade e importância do reino de Deus. Como podemos proclamar a realidade da pátria celestial e ainda manter contato com a realidade deste mundo? Qual é o efeito da esperança no nosso dia a dia?
3. Discuta a relação entre os dois reinos de Deus, que foram chamados de “já” (as boas-novas da certeza da salvação) e “ainda não” (as boas-novas da segunda vinda de Cristo).
4 Criatividade
Para o professor: De que maneiras concretas sua classe pode tornar real o amor de Deus entre os membros de sua igreja e a comunidade em geral? Escolha fazer uma ou mais das atividades abaixo como um testemunho do amor de Deus.
1. Visite um idoso ou um pai ou mãe solteiro, sobrecarregado com as exigências envolvidas no cuidado da família. Essa pessoa precisa de ajuda para preparar refeições, fazer compras, cortar a grama, cuidar das crianças, etc.? Ofereça seus serviços uma ou duas vezes na semana como demonstração do amor de Deus.
2. Escreva um bilhete encorajador a alguém que esteja passando por um momento difícil. Compartilhe nele seu texto bíblico favorito e fale sobre a esperança que essa passagem bíblica lhe dá.
3. Prepare uma cesta básica para algum necessitado de perto ou de longe. Faça com que essa pessoa saiba o quanto você se importa com ela.
4. Convide alguém que não guarda o sábado para participar com você de uma refeição no sábado em sua casa. Apresente-lhe o Deus do sábado por meio do companheirismo com sua família e amigos.
Planejando atividades: O que sua classe pode fazer na próxima semana como resposta ao estudo da lição?
4º sábado
O sonho adiado
Inspirada pelas histórias missionárias, aos 17 anos, Nerly decidiu sair de casa no Estado Mexicano de Chiapas para ser missionária. Ela recorda que seu desejo era ir para o campo missionário após a formatura na universidade, mas não tinha nenhum dinheiro. Certa noite, enquanto voltava para casa, orou: “Senhor, quero ser missionária e Te servir, mas não tenho condições de comprar a passagem nem minha família pode me ajudar financeiramente. Se for Sua vontade, mostre-me um trabalho e eu irei.”
Dois dias depois, recebeu um telefonema do Southeast Adventist Hospital [Hospital Adventista do Sudeste] no estado de Tabasco, México. “Temos um emprego para você”, o homem falou. “Venha para uma entrevista.” O hospital então a contratou como nutricionista chefe, responsável por planejar o cardápio. Foi uma resposta incrível à oração, e ela pensou: “Este emprego permitirá economizar dinheiro para conseguir ser missionária.”
Após um ano, Nely se inscreveu no site do Adventist Volunteer Service [Serviço Voluntário Adventista]. O diretor da Escola Adventista de Ebeye localizada nas Ilhas Marshall aceitou a inscrição. Novamente, Nerly orou: “Senhor, ajude-me a ir para Ebeye!” Três dias antes de comprar a passagem, o tio faleceu. Ele deixou muitas pendências financeiras e a família não tinha como cobri-las. Por isso, Nely dispôs suas economias, e telefonou ao diretor explicando que estava sem condições para ir. Ele foi compreensivo. Naquela mesma noite, Nerly orou: “Deus se Tu me deste o sonho de me tornar missionária, porque não posso ir? Trabalhei no hospital, mas desejo ir para o exterior!”
A quase desistência
Um ano se passou e, mais uma vez, Nely economizou dinheiro para se mudar para Ebeye. Mas a irmã ficou muito ferida em um acidente e, novamente, precisou entregar todas as suas economias. Mais uma vez, precisou explicar ao diretor que não poderia ir para a escola. Dois anos se passaram e ela colocou de lado o sonho missionário. Havia encontrado um emprego no qual recebia um bom salário. Então, certa noite, enquanto estava na cama fazendo planos de comprar um carro e uma casa, lembrou-se de Ebeye. Pensou sobre a ilha durante uma semana. Lembrou-se da promessa feita a Deus de se tornar missionária, mas argumentou: “Trabalho no Hospital Adventista, portanto, trabalho para Ti. Por que deveria abandonar meu emprego e ir para outro país?”
Enquanto esperava uma resposta, parecia ouvir: “Ebeye, Ebeye, Ebeye.” Por isso, orou: “Tudo bem, se for Tua vontade que vá à Ebeye, me dê o visto americano.” O trajeto mais barato do México até Ebeye era voar por Los Angeles, Califórnia e Honolulu, Havaí. Para isso era necessário visto americano. Outros roteiros passavam por vários lugares e eram mais caros. No México, não é fácil conseguir o visto.
Nery telefonou para o diretor de Ebeye pedindo uma carta para enviar para a embaixada americana. Antes da entrevista na embaixada, orou: “Senhor, realmente não quero ser missionaria porque gosto da minha vida atual. Já o quis no passado, não mais agora. Por favor, não quero o visto.”
Na embaixada, o cônsul perguntou, “Por que você quer o visto?”
“Porque serei missionária em Ebeye, nas Ilhas Marshall”, ela respondeu. O oficial olhou para o monitor do computador. Ele não pediu a carta do diretor da escola nem pediu nenhuma informação bancária. Simplesmente olhou o monitor. “OK”, disse finalmente. “Você terá seu visto por um mês.” Ao ouvir essas palavras, Nely percebeu que Deus abrira a porta e precisava manter a promessa. Então ela desistiu de tudo, o emprego e vida no México. Despediu-se da família e se mudou para uma ilha de 12 mil de habitantes em 32 hectares de terra no meio Oceano Pacífico.
Finalmente a realização
Depois de um ano em Ebeye, não tem arrependimentos. Quando começou a lecionar na quinta série, havia apenas uma criança de família adventista na sala de aula. Através da ajuda de um amigo no Havaí, Nerly doou Bíblias a todos os seus alunos o Natal. Durante o ano letivo, Cinco alunos foram batizados!
Algumas pessoas perguntam: “Por que você deixou seu emprego no México? Agora você não tem nada.” Ela responde: “Eu tenho tudo. Estou feliz aqui, e sei que Deus tem um plano para mim.” E diz: “O que me surpreende é que durante quatro anos eu tentei chegar a Ebeye, mas só cheguei em 2016. Acho que Deus tinha um plano. Não sei qual é esse plano, mas sei que Ele tem um e o revelará no momento certo.”
Raian G. Villacruel, diretor da Escola Adventista de Ebeye, não tem dúvidas sobre o motivo de Nerly ter chegado quando chegou. Com 25% de seus alunos batizados, sua sala de aula teve mais batismos do que qualquer outra turma! Parte da oferta deste trimestre ajudará a escola a realizar grandes reparos em salas de aula em ruínas. Agradecemos por sua liberalidade.
*Assista ao vídeo sobre Nerly no link: bit.ly/Nerly-Macias
Resumo missionário
- Uma palavra importante em marshalla é “yokwe”, que é semelhante ao “aloha” havaiano e significa “Olá, “tchau” e “amor”.
- Existem três escolas adventistas nas Ilhas Marshall: duas em Majuro e uma na segunda maior ilha de Ebeye.
- A primeira escola adventista foi fundada em 1968 na comunidade de Laura em Majuro.
Comentário da Lição da Escola Sabatina- 2º Trimestre de 2018
Tema Geral: Preparação para o Tempo do fim
Lição 4: 21 de abril a 28 de abril
Salvação e o tempo do fim
Autor: Flávio da Silva de Souza
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega
O Pai, o Filho e o Espírito Santo nos amam e fizeram tudo que era necessário para nos salvar. Nesta semana estudaremos o amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo por nós e como, através desse amor e do evangelho eterno, podemos ter a certeza da salvação.
1. O amor do Pai
A graça e o amor de Deus aparecem desde o princípio do Antigo Testamento, na criação (Gn 1 e 2) e na promessa a Adão e Eva (Gn 3:15), sendo o cumprimento dessa promessa a maior evidência do amor do Pai (Jo 3:16). Ellen White comenta que, “à luz do madeiro, muitos que nunca antes haviam conhecido o verdadeiro Deus, começaram a compreender a magnitude do amor do Pai” (Atos dos Apóstolos, p. 207, 208). João foi além, afirmando que Deus não apenas ama, mas que Ele é a fonte do amor: “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus” (1Jo 4:7).
2. O amor de Cristo
O amor de Cristo pode ser evidenciado na Sua decisão de se tornar um de nós. O Deus eterno Se tornou homem (Jo 1:1-3, 14; Fp 2:5-8). Quando Ele Se tornou homem, veio humilde em uma manjedoura (Lc 2:16), não teve nenhuma honra humana. Mesmo que Ele tivesse todas as honras da Terra, elas não seriam comparáveis às honras que Cristo tinha no reino celestial.
Mas Cristo não apenas deixou o Céu e veio à Terra para viver de maneira humilde. Ele veio não apenas para viver aqui, mas sobretudo para morrer. Como bem explicou Paulo: “Porque Cristo, quando nós ainda éramos fracos, morreu a Seu tempo pelos ímpios. Dificilmente, alguém morreria por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém se anime a morrer. Mas Deus prova o Seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:6, 7). Cristo tomou sobre Si a nossa condenação e nos deu a paz (Is 53:4, 5). Ele pagou o preço por nós.
3. O amor do Espírito Santo
Desde o início o Espírito Santo estava presente, pairando sobre as águas (Gn 1:2), agindo em favor dos homens (Gn 6:3), concedendo dons (Êx 31:3; 1Co 12:11), habitando entre o povo de Deus (Nm 27:18; 1Sm 16:13; At 6:3) e transportando seus servos (2Rs 2:16; At 8:39). Mas, o curioso é que falamos muito no amor do Pai e no amor do Filho, mas pouco ou quase nada se fala do amor do Espírito Santo. Apesar de não se falar do amor do Espírito Santo, a Bíblia o apresenta vastamente. Ele nos criou (Gn 1:26), inspirou a Palavra de Deus (2Pe 1:21), nos lava e nos regenera (Tt 3:5), nos alerta (1Tm 4:1), intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm 8:26) e testifica que somos filhos de Deus (Rm 8:14-16).
Além disso, o Espírito é chamado de o “Espírito da graça” (Hb 10:29). Ao descrever o fruto do Espírito, Paulo começou com o amor (Gl 5:22), e ao rogar à igreja de Roma, rogou pelo amor do Espírito (Rm 15:30). Não há dúvida de que o Espírito nos ama assim como o Pai e o Filho nos amam. O que esse amor da Divindade significa para você? Como ele o ajuda a enfrentar as lutas do dia a dia, tanto no contexto secular quanto espiritual?
4. Certeza da salvação
Alguns olham para a salvação como algo inalcançável. Acham que, para ser salvos têm que ser perfeitos como Cristo foi. Parece que não aceitam a vida perfeita de Cristo no lugar da sua. Não somos salvos pela nossa vida, mas pela vida de Cristo (Rm 5:10). A salvação é um dom gratuito. Paulo deixou isso bem claro quando declarou: “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2:8). Na mesma linha Paulo chamou a vida eterna de dom gratuito (Rm 5:15; 6:23). Veja o que Ellen White afirmou: “Era possível a Adão, antes da queda, formar um caráter justo pela obediência à lei de Deus. Mas deixou de o fazer e, devido ao seu pecado, nossa natureza se acha decaída, e não podemos tornar-nos justos. Visto como somos pecaminosos, profanos, não podemos obedecer perfeitamente a uma lei santa. Não possuímos justiça em nós mesmos com a qual possamos satisfazer às exigências da lei de Deus. Mas Cristo nos proveu um meio de escape. Viveu na Terra em meio de provas e tentações como as que nos sobrevêm a nós. Viveu uma vida sem pecado. Morreu por nós, e agora Se oferece para nos tirar os pecados e dar-nos Sua justiça. Se nos entregarmos a Ele e O aceitarmos como nosso Salvador, seremos então, por mais pecaminosa que tenha sido nossa vida, considerados justos por Sua causa. O caráter de Cristo substituirá o nosso caráter, e seremos aceitos diante de Deus exatamente como se não houvéssemos pecado” (Caminho a Cristo, p. 62).
Como afirma a lição: “Somos chamados e até mesmo ordenados a viver em santidade, mas isso é resultado de termos sido salvos por Cristo, e não o meio para alcançar essa salvação”. Até porque a santificação é fruto da atuação da Divindade em nós. Jesus orou para que o Pai santificasse os discípulos (Jo 17:17). Paulo fez o mesmo em relação à igreja de Tessalônica (1Ts 5:23). O apóstolo também falou da santificação em Cristo (1Co 1:2), e da santificação dada pelo Espírito (2Ts 2:13). Pedro, de igual maneira, apresentou esse assunto (1Pe 1:2). Isso não quer dizer que não tenhamos que buscar a santificação. Devemos buscá-la (Hb 12:14) mantendo ligação com Cristo. Observe o que Ellen White escreveu: “E ainda mais, Cristo mudará o coração. Habitará nele, pela fé. Pela fé e contínua submissão de nossa vontade a Cristo, devemos manter essa ligação com Ele; e enquanto fizermos isso, Ele realizará em nós o querer e o efetuar, segundo a Sua vontade. Poderemos então dizer: ‘A vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e Se entregou a Si mesmo por mim" (Gl 2:20). Disse Jesus a Seus discípulos: "Não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós" (Mt 10:20). Assim, atuando Cristo em nós, manifestaremos o mesmo espírito e praticaremos as mesmas obras – obras de justiça e obediência.
“Nada temos, pois, em nós mesmos, de que nos possamos orgulhar. Não temos nenhum motivo para exaltação própria. Nosso único motivo de esperança está na justiça de Cristo a nós imputada, e naquela atuação do Seu Espírito em nós e através de nós” (Caminho a Cristo p. 62, 63).
Ellen White explicou o que é santificação: “A santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas da vida toda. Não se alcança com um feliz voo dos sentimentos, mas é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo. Não se podem corrigir os erros nem apresentar reforma de caráter por meio de esforços débeis e intermitentes. Só podemos vencer mediante longos e perseverantes esforços, severa disciplina e rigoroso conflito. Não sabemos quão terrível será nossa luta no dia seguinte. Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam. Enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: ‘Alcancei tudo completamente.’ A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda.
“Nenhum dos apóstolos e profetas declarou jamais estar sem pecado. Homens que viveram o mais próximo de Deus, que sacrificariam a vida de preferência a cometer conscientemente um ato mau, homens a quem Deus honrou com divina luz e poder, confessaram a pecaminosidade de sua natureza. Eles não puseram sua confiança na carne, nem alegaram ter justiça própria, mas confiaram inteiramente na justiça de Cristo” (Atos dos Apóstolos p. 560, 561).
5. O evangelho eterno
Segundo o apóstolo Paulo, o poder de Deus para a salvação de todo o que crê é o evangelho (Rm 1:16). Em Apocalipse 14:6 o evangelho é chamado de eterno. A Bíblia mostra que o evangelho teve sua origem antes da fundação do mundo (Ap 13:8; 1Pe 1:18-20) e enfatiza também sua imutabilidade. Mas, além de eterno, Apocalipse 14:6 descreve o evangelho como universal, para “cada nação, e tribo, e língua, e povo”. Jesus apresentou o evangelho como universal (Mt 24:14; Mc 16:15), Paulo também (Cl 1:23; Rm 1:16).
A carta aos Efésios nos ajuda a entender o evangelho. Em primeiro lugar, Deus nos escolheu antes da fundação do mundo (Ef 1:4, 5). O Senhor decidiu nos salvar antes da entrada do pecado. É importante notar que, quando Paulo falou de sermos escolhidos (v. 4), e sermos predestinados (v.5), não estava falando para apenas um grupo. Todos foram predestinados à salvação e não apenas um grupo. Mas, todos têm o livre arbítrio para decidir se vão aceitar o evangelho ou não.
Em segundo lugar, a carta de Efésios tem uma expressão-chave que nos ajuda a entender o evangelho: “em Cristo” (Ef 1:1, 3, 9, 12, 20; 2:6, 7, 10, 13; 3:6, 11, 21; 4:32). Essa expressão é equivalente às expressões “Nele” (Ef 1:4, 10, 11, 13; 3:12, 4:21), “no qual” (Ef 1:7, 11; 2:21, 22), “no Amado” (Ef 1:6), “por meio de Cristo Jesus” (Ef 1:5), “no Senhor” (Ef 1:15; 4:1, 17; 5:8; 6:1, 10), “no Espírito” (Ef 3:5; 6:18), “no qual” (em referência ao Espírito; Ef 4:30). Essas expressões aparecem 34 vezes em Efésios, que tem 155 versos. É uma expressão para cada 4,5 versos em média. Por outro lado, os que ainda não aceitaram o evangelho estão “sem Cristo” e “sem Deus” (Ef 2:12). O que isso quer nos dizer? O segredo dos salvos é estar em Cristo. A salvação não ocorre por sua força nem por seus méritos.
A certeza da salvação não pode gerar presunção. Jesus enfatizou que não somos salvos pelo que fazemos (Mt 7:21-23), mas o que Cristo fez e faz. Não são as nossas obras, são as obras de Cristo (Jo 15:4-5). Podemos ter a certeza da salvação se estamos em Cristo. E isso significa aceitar Cristo como Salvador e Senhor de nossa vida. A verdadeira certeza da salvação só acontece quando olhamos para Cristo e não para nós mesmos. E você? Para onde está olhando?