O capítulo 12 de Apocalipse descreve os ataques de Satanás contra o povo de Deus, incluindo a perseguição empreendida por Roma pagã e posteriormente por Roma papal durante os 1.260 dias/anos (538 d.C. a 1798 d.C.; veja Ap 12:6, 13, 14 e o estudo de terça-feira da Lição 7).
O capítulo 13 descreve detalhadamente os ataques de Satanás ao longo da história, com a ajuda de dois aliados, retratados como bestas. Sob a direção de Satanás, o dragão e essas duas bestas se unirão no fim para se oporem às ações redentivas de Deus e buscar conquistar a lealdade do mundo.
Uma advertência é necessária. É mais fácil interpretar profecias que já foram cumpridas. Quando analisamos as profecias que ainda se cumprirão, como no caso do estudo de terça-feira, precisamos ser cautelosos. Deus nos mostra o que acontecerá no tempo do fim para que não nos surpreendamos, mas Ele não revela todos os detalhes que gostaríamos de saber.
No entanto, sempre devemos lembrar que, embora essas profecias nos revelem o que acontecerá no fim, elas não nos informam quando nem como os eventos se desenrolarão. Devemos ter cuidado para não especular além do que a profecia ensina. Lembremos que as profecias têm propósitos práticos: ensinar-nos como viver hoje e estar preparados para o futuro.
1. Leia Apocalipse 13:1-4, 8; 17:8. Quais são as características dessa besta e quais são as fases de sua existência?_______________________________________________________________________________________________
João observou uma besta emergindo do mar. Embora uma besta represente um poder político, a descrição da besta do mar indica um poder político cuja característica dominante é a religião. O mar simboliza a região amplamente povoada da Europa, de onde a besta do mar sobe ao poder após a queda do Império Romano (veja Ap 17:15).
A besta tinha sete cabeças e dez chifres, assim como o dragão (Ap 12:3, 4), o que mostra a íntima conexão com Roma pagã. Sobre as cabeças da besta estava um nome de blasfêmia, e sobre os chifres estavam diademas reais. As cabeças da besta são os reinos que Satanás utilizou para perseguir o povo de Deus ao longo da História (veja Ap 17:9-11). O nome de blasfêmia aponta para o título divino que a besta reivindica. Os dez chifres apontam para Daniel 7:24, simbolizando as nações que surgiram depois da queda do Império Romano. Essas características da besta do mar indicam o papado, que surgiu do Império Romano.
A aparência da besta do mar era como a de um leopardo, com os pés de um urso e a boca de um leão. A besta reunia as características dos quatro animais (símbolos de impérios mundiais) de Daniel 7:2 a 7: Babilônia, Media-Pérsia, Grécia e Roma (Dn 7:17). João as listou em ordem inversa, o que, a partir de sua perspectiva do primeiro século, mostra que a besta do mar está relacionada ao quarto animal de Daniel 7, o Império Romano.
O dragão (o Império Romano pagão que recebeu poder de Satanás) deu à besta seu poder, trono e grande autoridade. Assim como o Pai concedeu a Cristo Seu trono e autoridade (Ap 2:26, 27), também Satanás investiu a besta como sua corregente e representante na Terra.
Em Apocalipse 13:5-7, declara-se que o período das ações de perseguição da besta ao longo da história cristã é de 42 meses. Como vimos, a perseguição da mulher pura durou um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, isto é, três tempos e meio ou anos proféticos (Ap 12:13, 14; compare com Dn 7:25). Quarenta e dois meses proféticos equivalem a 30 dias multiplicados por 42, ou 1.260 dias/anos (Ap 12:6). Portanto, “um tempo, dois tempos e metade de um tempo”, 42 meses e 1.260 dias se referem ao mesmo período de tempo de 1.260 anos. Essa fase terminou quando uma das cabeças da besta foi mortalmente ferida, causando a morte temporária da besta. Com a cura da ferida, a besta ressurgirá. Isso atrairá a admiração do mundo, e as pessoas adorarão o dragão e a besta.
Como vimos no estudo de domingo, em Apocalipse 13:5, especifica-se um período de perseguição. Os 42 meses da atuação da besta correspondem ao mesmo período de 1.260 dias/anos de perseguição da mulher (igreja) em Apocalipse 12:6, 14. Um dia profético simboliza um ano (Nm 14:34; Ez 4:6; veja o estudo de terça-feira da lição 7). O ano 538 d.C. marca, apropriadamente, o início desse período profético, quando a igreja romana, tendo o papa como seu líder, estabeleceu-se como um poder eclesiástico e de Estado que dominou o mundo ocidental durante a época medieval. Em 1798 d.C., os acontecimentos da Revolução Francesa infligiram à besta a ferida mortal, dando assim um fim temporário ao domínio opressivo da igreja e à religião apoiada pelo Estado.
2. Compare Apocalipse 13:5-8 com Daniel 7:24, 25 e 2 Tessalonicenses 2:2-12.
De que maneira as ações da besta do mar refletem a descrição do chifre pequeno e do homem da iniquidade?_______________________________________________________________________________________________
As ações da besta do mar durante os 1.260 dias/anos proféticos são expressas em termos de blasfêmias. No Novo Testamento, blasfêmia significa uma reivindicação de igualdade com Deus (Jo 10:33; Mt 26:63-65) e a ação de usurpar Sua autoridade (Mc 2:7). As blasfêmias da besta do mar são dirigidas “contra Deus, para Lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no Céu” (Ap 13:6). A habitação de Deus é o santuário celestial, onde Cristo ministra em favor da nossa salvação. A besta do mar busca negar a obra mediadora de Cristo, procurando substituí-la por um sacerdócio humano que afirma conferir salvação e perdão dos pecados. Usurpar esses poderes pertencentes somente a Deus é a essência da blasfêmia.
Em Apocalipse 13, revela-se um período de ampla apostasia no cristianismo, cumprido quando o catolicismo romano reivindicou a posição e a autoridade de Deus com o papa como seu líder. Aqueles que negaram submissão a Roma foram perseguidos e martirizados. Embora hoje essas declarações sejam vistas como severas, até mesmo intolerantes, o presente não pode apagar a história, não importando quanto as pessoas o desejem.
A primeira metade de Apocalipse 13 descreve o poder católico romano que atuou durante o período profético de 1.260 dias/anos. Com os acontecimentos da Revolução Francesa, esse sistema político-religioso recebeu uma ferida mortal. No entanto, a ferida mortal será curada no fim, o que fará com que esse sistema seja restaurado. A segunda metade do capítulo descreve como ocorrerá a cura da ferida mortal da besta.
3. Leia Apocalipse 13:11 e 12:14-16. Quais são as características da segunda besta? O que significa o fato de que essa besta emerge da terra?_______________________________________________________________________________________________
João viu o surgimento de outra besta. Diferentemente da primeira, a segunda surge da terra. Ela é um poder mundial, cuja influência é da mesma dimensão que a da primeira besta. Mas, em contraste com a besta do mar, que tinha aparência terrível, a besta da terra parece inofensiva, ao menos no início. Ela “possuía dois chifres, parecendo cordeiro” (Ap 13:11), o que é um símbolo de Cristo. Portanto, esse poder do tempo do fim tem semelhanças com Cristo.
Esse poder surge no território que protegeu a mulher, símbolo da igreja de Deus, do rio perseguidor do dragão, no término dos 1.260 dias/anos proféticos (Ap 12:14-16). Essa besta da terra é um novo participante na cena, tendo surgido como uma potência mundial depois que a besta do mar recebeu a ferida mortal durante a Revolução Francesa, o que significa que besta da terra atuaria exclusivamente no tempo do fim.
“Que nação do Novo Mundo se achava em 1798 ascendendo ao poder, apresentando indícios de força e grandeza, e atraindo a atenção do mundo? A aplicação do símbolo não admite dúvidas. Uma nação, e apenas uma, satisfaz às especificações desta profecia; esta aponta insofismavelmente para os Estados Unidos da América do Norte” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 440).
Contudo, em Apocalipse 13:11, mostra-se que a América, amplamente protestante, no fim começará a falar como o dragão, de maneira semelhante ao próprio diabo, com uma influência mundial semelhante à do Império Romano. Esse poder do tempo do fim será um instrumento para fazer com que o mundo inteiro adore a primeira besta, que recebeu a ferida moral. Em outras palavras, os Estados Unidos, que outrora proporcionaram proteção e abrigo seguro para a igreja, desempenharão uma função perseguidora nos eventos finais.
4. Leia Apocalipse 13:12, 13, 1 Reis 18:38 e Atos 2:3. Qual é a natureza dos enganos da besta semelhante ao cordeiro – sendo o maior deles fazer descer fogo do céu?_______________________________________________________________________________________________
Ao operar milagres, a besta semelhante ao cordeiro convencerá muitos de que suas palavras são verdadeiras, embora não estejam em plena harmonia com as Escrituras. “Mediante a agência do espiritismo, serão operados prodígios, os doentes serão curados, e serão realizadas muitas e inegáveis maravilhas” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 588). Esses milagres ajudarão a besta semelhante ao cordeiro a persuadir os habitantes da Terra a fazer uma imagem à besta do mar, que recebeu a ferida mortal.
A cura da ferida mortal da besta do mar se refere à restauração do papado romano como um poder político-religioso. A besta semelhante ao cordeiro também começará a falar como dragão e a exercer o poder da besta do mar, mostrando que ela se tornará tão intolerante quanto as nações representadas por esses símbolos.
“Semelhante atitude seria abertamente contrária aos princípios deste governo, ao espírito de suas instituições livres, às afirmações insofismáveis e solenes da Declaração da Independência, e à Constituição […]. Mas a incoerência de tal procedimento não é maior do que o que se encontra representado no símbolo. É a besta de chifres semelhantes aos do cordeiro – professando-se pura, suave e inofensiva que fala como o dragão […].
“‘Dizendo aos que habitam na Terra que fizessem uma imagem à besta’. Aqui se representa claramente a forma de governo em que o poder legislativo emana do povo; uma prova das mais convincentes de que os Estados Unidos são a nação indicada na profecia. […]
“Quando a igreja primitiva se corrompeu, afastando-se da simplicidade do evangelho e aceitando ritos e costumes pagãos, perdeu o Espírito e o poder de Deus; e, para que pudesse governar a consciência do povo, procurou o apoio do poder secular. Disso resultou o papado, uma igreja que dirigia o poder do Estado e o empregava para favorecer seus próprios fins, especialmente para a punição da ‘heresia.’ […].
“Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América do Norte protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a aplicação de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável”
(Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 442-445).
5. Leia Apocalipse 13:16, 17 e Deuteronômio 6:4-8. Qual é a relação entre a colocação da marca na mão direita ou na testa e os mandamentos de Deus?_______________________________________________________________________________________________
Pessoas de todas as classes sociais serão pressionadas a receber a marca da besta em sua mão direita ou na testa. Assim como o selo na testa identifica os que Deus considera Seus (Ap 7:3, 4; 14:1), também a marca da besta identifica os adoradores da besta.
A marca da besta não é um sinal visível. A colocação na mão direita ou na testa é uma falsificação da instrução que Moisés deu aos israelitas para atar a lei de Deus como um sinal na mão ou na testa (Dt 6:8). A marca na mão direita tem a ver com o comportamento, enquanto o sinal na testa diz respeito à mente ou ao consentimento intelectual. Alguns escolherão receber a marca da besta a fim de escapar da ameaça de morte, enquanto outros estarão totalmente comprometidos, mental e espiritualmente, com esse sistema de adoração apóstata.
As questões centrais na crise final serão a adoração e a obediência a Deus na guarda de Seus mandamentos (Ap 14:12). O mandamento do sábado, em especial, será a prova de fidelidade e obediência a Deus. Assim como o sábado é o sinal distintivo da obediência do fiel povo de Deus (Ez 20:12, 20), a marca da besta é o sinal de lealdade à besta.
A marca da besta envolve a substituição dos mandamentos de Deus por mandamentos humanos. A maior evidência desse fato é a instituição do domingo (Dn 7:25) como dia de adoração em lugar do sétimo dia, o sábado, dia determinado nas Escrituras por nosso Criador.
A tentativa de mudar o sinal da autoridade de Deus para outro dia tem o objetivo de usurpar a função e o poder do próprio Deus. “O sinal da besta é o dia de repouso papal […]. Quando for expedido o decreto que impõe o sábado espúrio, e o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra a adoração da besta e de sua imagem […]. Então os que ainda persistirem na transgressão receberão o sinal da besta” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 234, 235).
Em Apocalipse 13:18, é dito: “Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis.” Quem é esse homem? Paulo o descreveu como “o homem da iniquidade” (2Ts 2:3). Essa expressão refere-se ao poder papal simbolizado pela besta do mar, cujo nome blasfemo em suas cabeças indica o título divino que ela reivindica para si, supostamente tomando o lugar do Filho de Deus na Terra.
O Apocalipse revela que o sábado será um sinal de obediência no fim da história. No entanto, temos que lembrar que a observância do domingo hoje não significa ter a marca da besta. A guarda do domingo se tornará “a marca da besta” somente quando, compreendendo claramente as questões envolvidas na escolha de um dia de adoração, as pessoas fizerem sua escolha em favor de Deus ou contra Ele. No entanto, esse tempo ainda está no futuro.
“Ninguém recebeu até agora o sinal da besta. Ainda não chegou o tempo de prova. Há cristãos verdadeiros em todas as igrejas, inclusive na comunidade católica romana. Ninguém é condenado sem que haja recebido iluminação e se compenetrado da obrigatoriedade do quarto mandamento. Mas quando for expedido o decreto que impõe o sábado espúrio, e o alto clamor do terceiro anjo advertir os homens contra a adoração da besta e de sua imagem, será traçada com clareza a linha divisória entre o falso e o verdadeiro. Então os que ainda persistirem na transgressão receberão o sinal da besta” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 234, 235).
Lembremo-nos de que assim como a observância do sábado não faz com que sejamos salvos, também a observância do domingo hoje não torna ninguém perdido. No entanto, chegará o dia em que “a marca da besta” se tornará a questão central e a escolha de um dia de adoração será a prova de fidelidade. O Apocalipse apela ao povo de Deus para que tome a Bíblia e, com um espírito de exame interior, estude a Palavra profética e se esforce para levar o evangelho aos que ainda não foram alcançados pela mensagem de Cristo.
Perguntas para discussão
1. Quais tendências estão levando ao cumprimento de Apocalipse 13?
2. Qual deve ser a nossa atitude em relação aos cristãos de outras denominações? Pense neste conselho: “Nossos pastores devem tentar se aproximar dos pastores de outras denominações; orar por esses homens e com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles solene responsabilidade” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 78). Como evitar uma atitude de superioridade ou um espírito não cristão? Como mostrar respeito sem comprometer nossa fé?
Respostas e atividades da semana:
1. Leia Apocalipse 13:1, 2 com a classe. A besta, representação do Império Romano, estava ativa nos dias de João; posteriormente ela seria golpeada de morte, deixando de exercer seu poder, o que ocorreu em 1798 com a prisão do papa Pio VI pelo general Berthier; no entanto, ela ressurgiria nos últimos dias.
2. O chifre pequeno de Daniel e o homem da iniquidade de 2 Tessalonicenses capítulo 2 representam o mesmo poder da besta: o papado romano. O papa assume uma prerrogativa divina, exaltando-se acima de Deus.
3. Comente com a classe.
4. Comente com a classe.
5. Aqueles que guardam os mandamentos de Deus não receberão a marca da besta.
RESUMO DA LIÇÃO 9 – Satanás e seus aliados
PARTE I: VISÃO GERAL
TEXTO-CHAVE: Apocalipse 12:17
FOCO DE ESTUDO: Apocalipse 13 desenvolve o tema da guerra do dragão contra Deus, descrita em Apocalipse 12.
INTRODUÇÃO: Em Apocalipse 13, o dragão ganha dois aliados: uma besta que surge do mar (Ap 13:1-10) e uma besta que sai da terra (Ap 13:11-18). Esses três formam uma falsificação da verdadeira Divindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Ambas as bestas são descritas através da história (Ap 13:1-7, 11) antes que suas ações no tempo do fim sejam retratadas (Ap 13:8-10, 12-18).
TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:
I. Fundamentos para uma leitura histórica de Apocalipse 13
Esta seção explora a relação das duas bestas nesse capítulo com a linha histórica do tempo de Apocalipse 12.
II. A besta do mar como uma falsificação de Cristo
Várias características da besta do mar relembram qualidades e ações de Jesus.
III. O significado simbólico de “terra”.
"Terra" é um símbolo ambíguo no Apocalipse, às vezes positivo, às vezes negativo.
IV. A identidade da besta terrestre
São apresentadas evidências de que a besta da terra representa os Estados Unidos da América no conflito final.
V. Apocalipse 13:14-18 e Daniel 3
Resumo das evidências para confirmar uma clara alusão.
APLICAÇÃO PARA A VIDA: Essa seção explora (1) a questão fundamental por trás de todas as formas de religião distorcida e (2) como os crentes devem se relacionar com os cristãos de outras denominações.
PARTE II: COMENTÁRIO
Apocalipse 13 introduz dois novos personagens na história de Apocalipse 12: uma besta do mar (Ap 13:1-7) e uma besta da terra (Ap 13:11). Após suas apresentações, ambos os animais desempenham um papel importante na guerra, introduzida em Apocalipse 12:17.
Explicação dos principais temas da lição 9:
I. Fundamentos para uma interpretação historicista de Apocalipse 13
Na interpretação histórica adventista do Apocalipse, o foco de Apocalipse 13 é a Idade Média e a atuação do papado, e o período posterior, em que houve a ascensão dos Estados Unidos da América. Apocalipse 13 é também uma extensão da guerra do tempo do fim de Apocalipse 12:17.
É verdade que o clímax de Apocalipse 13 está na batalha final da história da Terra, com seus enganos, imagem da besta, decreto de morte e marca da besta (Ap 13:13-17). Mas poucos leitores notam os tempos verbais ao longo do capítulo. As principais frases de Apocalipse 13:1-7, 11 estão todas no passado, ao passo que as principais frases de Apocalipse 13: 8-10, 12-18 estão no presente ou futuro. Portanto, o próprio capítulo contém evidências de sequências históricas. Cada um dos dois novos animais tem uma introdução, incluindo uma descrição visual, seguida por um resumo de sua história anterior em tempos verbais passados (besta do mar: Ap 13:1-7; besta da terra: Ap 13:11). Veja a Lição 8, tema 1, sobre o princípio literário por trás desse padrão formal. Assim, a descrição dos ataques de Satanás (Ap 13:12-18) é precedida pela história anterior dos dois personagens principais nessa batalha.
Apocalipse 13, então, abrange os dois últimos períodos históricos listados em Apocalipse 12. Os trechos de Apocalipse 13 (Ap 13:1-7, 11) no tempo verbal passado são paralelos ao período intermediário de Apocalipse 12 (Ap 12:13-16). As seções de Apocalipse 13 (Ap 13:8-10, 12-18) nos tempos verbais presente e futuro são paralelas ao período final de Apocalipse 12:17. (Essa análise gramatical se encaixa com a perspectiva historicista adventista).
II. A besta do mar como uma contrafação de Cristo
O estudo de domingo sugere que a besta do mar seja uma falsificação de Jesus Cristo, o que se confirma em Apocalipse 13. (1) A besta do mar se assemelha ao dragão (sete cabeças e dez chifres). Jesus disse: “Quem Me vê a Mim vê o Pai” (Jo 14:9). (2) A besta do mar recebe do dragão sua autoridade. Jesus disse: “Toda a autoridade Me foi dada nos Céu e na Terra” (Mt 28:18). (3) A besta do mar experimenta morte e ressurreição, à semelhança de Cristo (Ap 13:3; compare com Ap 13:8). (4) A pergunta “Quem é como a besta?” (Ap 13:4) remete à mentalidade hebraica o nome de Cristo, Miguel, que aparece no capítulo anterior (Ap 12:7), e que significa, em hebraico, “Quem é como Deus?”. (5) Os 42 meses proféticos (Ap 13:5) ecoam os três anos e meio do ministério terrestre de Jesus. A besta do mar é uma contrafação de Jesus Cristo. Esse papel foi cumprido de várias maneiras pela Igreja Católica medieval.
III. O significado simbólico de “terra”
Em Apocalipse 12:16, é a “terra” que ajuda a mulher engolindo o rio que a serpente/dragão lança de sua boca atrás dela. No livro do Apocalipse, “terra” é um conceito um tanto ambíguo (Ap 1:5; 5:6; 6:4; 11:6, 18; 13:12; 14:15-19; 18:1-3; 19:2). Quando contrastado com o Céu, o conceito de terra é negativo (Ap 9:1; 14:3, [exceto 21:1, é claro]). “Os que habitam no Céu” são sempre positivos em Apocalipse (Ap 13:6; ver também Ap 19:1, 14), enquanto “os habitantes da terra” se referem a oponentes de Deus e Seu povo (veja Ap 6:10; 8:13; 13:8; 17:8).
Por outro lado, quando a terra é contrastada com o mar ou inundações, ela é um símbolo positivo e não negativo (Ap 13:11; 21:1), e esse é o caso aqui. A terra ajuda a mulher, que representa o povo fiel de Deus. A história relativamente positiva da besta da terra (Ap 13:11) pode contrastar com a besta do mar (Ap 13:1-7). Assim, Apocalipse 12:16 e talvez Apocalipse 11:4 apresentem um cenário positivo para a referência à terra em Apocalipse 13:11.
IV. A identidade da besta terrestre
Os adventistas sempre identificaram a besta terrestre como os Estados Unidos da América. Esse poder se levantou como benevolente, enfatizando a liberdade religiosa, mas, no fim dos tempos, falaria como um dragão. Revisemos, portanto, a evidência textual sobre a besta da terra.
(1) A história da besta terrestre na passagem (Ap 13:11) é muito mais curta do que a história da besta do mar (Ap 13:1-7), sugerindo uma chegada relativamente nova no cenário histórico. (2) Sair da terra (Ap 13:11) lembra as ações positivas da “terra” em Apocalipse 12:16. (3) A besta da terra aparece no contexto do cativeiro da besta do mar (Ap 13:10), o qual os adventistas entendem ter ocorrido em 1798 d.C. (4) Ao contrário da besta do mar, cuja linhagem lembra os impérios de Daniel 7, a linhagem da besta da terra não tem raízes antigas. (5) A besta da terra surge de uma parte diferente do mundo comparada à besta do mar. (6) Na antiga mitologia, a besta terrestre (behemoth) vive em um espaço deserto, árido, longe das pessoas. (7) A besta da terra não usa coroas, sugerindo que não tem rei nem papa; em vez disso, oferece liberdade política e religiosa. (8) Ela fala como um cordeiro, a princípio, empunhando uma autoridade mais gentil, mais semelhante a Cristo. Mas essa gentileza não dura. (9) A besta da terra enfim se torna semelhante a um dragão, como o poder que tentou matar o bebê Jesus (Ap 12:3-5). (10) A besta da terra é descrita em termos muito religiosos, não apenas políticos (Ap 13:13-15). É o lado religioso dos Estados Unidos da América que está especialmente em foco, pois a fé, o que acreditamos e praticamos, é muito importante.
Não há outro poder na história capaz de cumprir de forma tão completa as especificações dessa profecia do que os Estados Unidos.
V. Apocalipse 13:14-18 e Daniel 3
Essa parte de Apocalipse 13 contém uma das mais claras alusões ao Antigo Testamento nesse livro. Existem vários paralelos com a história dos três dignitários hebreus e o teste de adoração de Nabucodonosor na planície de Dura. (1) Pessoas de todo o mundo são compelidas a participar de um ato de adoração. (2) Há um decreto de morte ligado à ordem de adorar. (3) Ambos os eventos estão associados ao número 6 (dimensões da imagem em Daniel 3 e o número 666 em Apocalipse 13). Apocalipse 13 indica que, na crise final da história da Terra, o cenário da planície de Dura será repetido. A experiência de Daniel 3 se repetirá com a geração final da Terra.
PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA
1. O estudo de segunda-feira pergunta: Como podemos permanecer fiéis à profecia sobre a história da igreja e, ao mesmo tempo, sermos bondosos e cautelosos ao apresentarmos essas verdades a outras pessoas? O desafio final com distorções religiosas está na imagem de Deus retratada por elas. Que tipo de Deus tortura e queima as pessoas pela eternidade? Que tipo de Deus é irresponsável e enganoso com as próprias regras que Ele fez? Que tipo de Deus é retratado por uma igreja que queima as pessoas na fogueira por causa de diferenças doutrinárias?
Ao confrontar a religião distorcida, é muito importante que não caiamos na armadilha de retratar um Deus zangado, crítico e severo. Sabemos que, quando Jesus confrontou os fariseus, “o pranto transparecia em Sua voz” (Ellen G. White, O Caminho a Cristo, p. 12). Em outras palavras, a crítica religiosa só é apropriada quando vem de um coração amoroso que pode enxergar o valor que Deus vê nas pessoas. Com a ajuda do Espírito Santo, podemos gentilmente convidar as pessoas a considerar a imagem de Deus retratada por sua religião, deixando claro que também somos capazes de deturpar a Deus. Eles precisam saber que Deus já está inclinado em favor deles e que Ele não precisa ser comprado nem persuadido por rituais.
2. O estudo de sexta-feira pergunta: À medida que aguardamos o final, qual deve ser nossa atitude em relação aos cristãos de outras denominações? Isso ajuda a reconhecer que muitos católicos, muçulmanos e os de outras crenças religiosas amam a Deus profundamente e procuram agradá-Lo de todas as formas possíveis. Precisamos abordar essas pessoas com o entendimento de que a linha entre o bem e o mal não está entre “nós” e “eles”; em vez disso, corre bem no meio da nossa experiência (1Tm 1:15). Se assumirmos uma atitude de superioridade moral, podemos convencê-los involuntariamente de que Deus não está conosco. Por outro lado, as pessoas são atraídas para os que são autenticamente conscientes de suas próprias fraquezas e, como Jesus, mostram amor e humildade. É com essa atitude que o diálogo pode, na maioria das vezes, conquistar o outro.
A queda
Constâncio caiu de uma altura de dois metros, antes de conseguir parar de beber e aceitar Jesus. Esse jovem fazendeiro, pai de dois filhos pequenos, ficou intrigado quando um grupo de adventistas chegou para um acampamento no topo da montanha em São Tomé e Príncipe. Começou a observá-los mais de perto, quando uma mulher perguntou: “Você notou algo diferente em nós?” Ele notou que os adventistas não bebiam nem fumavam. Depois que os acampantes foram embora, ele queria aprender mais sobre a Igreja Adventista e começou a acompanhar um membro da igreja que estudava a Bíblia nas casas das pessoas. Logo ele pediu ao pastor do distrito para ser batizado.
“Primeiramente, você precisa entregar a vida a Deus para que Ele o ajude a vencer os vícios do álcool e do fumo”, o pastor disse. Constâncio abandonou os vícios e foi batizado. Mas, depois de seis meses, voltou aos velhos hábitos. A esposa ficou furiosa. Embora não fosse batizada, havia gostado da transformação vista no esposo. Com a recaída, ela o repreendeu dizendo: “Adventistas não fazem estas coisas. Você também não deveria”, e o proibiu de dormir na mesma cama até que abandonasse o vício.
Resposta na Bíblia
Constâncio ficou triste com a decisão da esposa e decidiu estudar a Bíblia em busca de mais informações sobre o estilo de vida cristão. Ele encontrou Isaías 55:2: “Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão e o seu trabalho árduo naquilo que não satisfaz? Escutem, escutem-me, e comam o que é bom, e a alma de vocês se deliciará na mais fina refeição.”
Ele pensou: “Porque gastar no que não é pão e continuar insatisfeito?” Então, orou durante algumas semanas para que Deus o ajudasse a vencer os vícios. Mesmo assim, continuava comprando cigarros e bebidas alcóolicas. Certa noite, bêbado, conseguiu subir a escada até sua casa. Como muitos moradores eles moravam em uma tradicional casa de madeira construída sobre palafitas. A esposa, o filho de sete anos e a filha de quatro anos dormiam profundamente.
Após algum tempo na cama, lembrou-se de que não havia lavado os pés que estavam muito sujos por causa do dia chuvoso! Ele cambaleou da casa em direção ao jardim. Ao se inclinar para lavar os pés, perdeu o equilíbrio e caiu de cabeça no chão, de uma altura de dois metros. A cabeça atingiu a terra molhada, quase em cima de uma pedra, e fez uma ferida pequena e redonda.
O cachorro da família começou a latir. A esposa e filhos correram para ver o que havia acontecido e encontraram Constâncio caído no chão, ileso, mas muito embriagado. A esposa procurou ajuda e, em pouco tempo, muitos vizinhos se aglomeraram ao redor de Constâncio e logo perceberam que ele havia caído da varanda. Disseram que ele devia estar sendo punido pelo inimigo.
Vitória com Deus
Um alvoroço começou, motivado pelo pensamento de que o diabo estava na aldeia, e as pessoas discutiam como poderiam se proteger. Decidiram que Constâncio precisava ser limpo. Então, os aldeões freneticamente urinaram nas mãos em forma de concha e jogaram na figura imóvel. Quando terminaram, vários homens o levaram para casa. Na manhã seguinte, vários amigos convidaram Constâncio para tomar um drinque. Esfregando a cabeça dolorida, ele se recusou, dizendo: “Não vou mais beber nem fumar”. E nunca mais voltou aos vícios.
“Meu desejo de beber e fumar acabou”, disse ele em uma entrevista na igreja adventista da vila, onde serve como ancião. “Foi uma resposta à oração.” Hoje, um terço da população da aldeia de 200 habitantes é adventista e a frequência à igreja aumenta para 120 pessoas aos sábados. Entre eles, estão a esposa de Constâncio, filhos e cinco ex-alcoólatras que se converteram através de sua influência. “Eu conto minha história para ajudar outras pessoas que têm os mesmos desafios”, diz. “A comunidade onde eu moro tem muitas pessoas que bebem e têm vergonha de ir à igreja. Eu lhes digo: ‘Eu costumava ser como você. Você também pode vencer com a ajuda de Deus.’”
Parte da oferta do trimestre ajudará na construção de um centro de reabilitação em drogas e álcool em São Tomé para ajudar as pessoas a abandonar os vícios. Muito agradecemos pela oferta missionária.
Comentário da Lição da Escola Sabatina – 1º Trimestre de 2019
Tema Geral: O livro do Apocalipse
Lição 9: 23 de fevereiro a 2 de março
“Satanás e seus aliados”
Autor: Érico Tadeu Xavier
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega
O capítulo 13 do Apocalipse fala de forças do mal que estão tentando obter a adesão de todo ser vivente. A decisão de cada pessoa determinará seu destino eterno.
1. A besta que emerge do mar – Apocalipse 13:1-10
"No capítulo 13 (versos 1-10), descreve-se a besta ‘semelhante ao leopardo’, à qual o dragão deu 'o seu poder, o seu trono, e grande poderio'. Esse símbolo, como a maioria dos protestantes tem crido, representa o papado, que sucedeu o poder, trono e poderio uma vez mantidos pelo antigo Império Romano. [....] Esta profecia, que é quase idêntica à discrição da ponta pequena de Daniel 7, refere-se inquestionavelmente ao papado" (O Grande Conflito, p. 439).
As sete cabeças – Alguns comentaristas consideram as sete cabeças como sete grandes poderes que combateram a verdade e o povo de Deus: Egito (Êx 5 a 14); Assíria (2Rs 17:1-8); Babilônia (Dn 7:4); Média-Pérsia (Dn 7:5); Grécia (Dn 7:6); Roma Pagã (Dn 7:7) e Roma Papal (Dn 7:9, 21, 24 e 25). A opinião corrente é que as sete cabeças do dragão (capítulo 12) são as mesmas sete cabeças da besta semelhante a leopardo (capítulo 13) e da besta escarlate do capítulo 17.
Os dez chifres. O Império Romano do tempo de João dividiu-se mais tarde. A comparação com Daniel 7:7, 8 e 24 denota que os dez chifres das três bestas do Apocalipse (12, 13 e 17) representam as divisões nacionais em que se fragmentou o Império Romano.
Blasfêmia e pretensões papais – A palavra grega blasphemia significa “calúnia, difamação, linguagem injuriosa”. Os oponentes de Jesus O acusaram de blasfêmia porque afirmava ser Deus (Jo 10:33). Os fariseus também acusaram Jesus de blasfêmia porque Ele perdoava pecados (Lc 5:21). Todo indivíduo, exceto os membros da Divindade, que afirmar ter o poder e o direito de perdoar pecados é blasfemador. O Papa Leão XIII escreveu em 20 de junho de 1894: “Nós [os papas] ocupamos na Terra o lugar do Deus Onipotente” (The Great Encyclical Letters of Pope Leo (Nova Iorque: Benziger, 1903), p. 304). ‘O poder do sacerdote’, diz São Bernardino de Sena, ‘é o poder da pessoa divina; pois a transubstanciação do pão requer tanto poder como a criação do mundo ' (Eugene Grimm, ed., Dignitv and Duties of the Priest [Dignidade e Deveres do Sacerdote], p. 26, 27, 32, 33). Existem muitas outras declarações que confirmam tais pretensões papais.
Supremacia papal – Os 42 meses de Apocalipse 13:5 constituem o mesmo período representado pela expressão “um tempo, dois tempos, e metade dum tempo” de Daniel 7:25. Em Apocalipse 13:2, 3, e 5, os 42 meses são identificados com os 1260 dias (ou anos). E os versos 6 e 14 do capítulo 12 identificam os 1260 dias com “um tempo, tempos, e metade de um tempo". Portanto, os 42 meses são iguais aos três tempos e meio. Esse é o período de 1.260 anos da supremacia papal (538 d.C. a 1798 d.C.).
A cura da ferida mortal – Em 1929 ocorreu um evento significativo: o Tratado de Latrão restaurou o poder temporal do papa, o qual recebeu o domínio da Cidade do Vaticano. Porém, o profeta previu uma restauração muito maior. Depois dessa cura, ele viu ‘todos os que habitam sobre a Terra’ (exceto poucos fiéis) adorando a besta. Isso ainda está no futuro. Embora os versos 5 e 6 de Apocalipse 13 indiquem que a obra blasfema da besta continuaria por 42 meses (ou 1260 anos), os versos 3 e 4 demonstram que, após a cura da ferida mortal, seria avivado esse processo blasfemador.
2. A besta que emerge da terra – Apocalipse 13:11-18
A segunda besta de Apocalipse 13 “emergiu da terra”. Os quatro animais de Daniel 7 e a primeira besta de Apocalipse 13 emergiram do mar (Ap 13:1). Na profecia bíblica o “mar” representa uma região muito povoada (Ap 17:15). Visto que o mar simboliza os povos e nações do mundo, a terra deve simbolizar uma região relativamente pouco povoada (EUA).
Identificando a besta de dois chifres:
O fator tempo: Esse poder surgiria por volta de 1798, quando o papa seria levado em cativeiro, no fim dos 1260 anos (Ap 13:10, 11).
Lugar: Emerge da terra, em contraste com a besta semelhante ao leopardo (e aos animais do livro de Daniel), que emergiu do mar (13:1). Se o mar representa povos e nações (Ap 17:15), a terra representa uma região pouco povoada. Isso desvia a atenção da Europa para o Novo Mundo.
Característica original: Parece cordeiro. Essa expressão pode denotar ascensão pacífica ao poder, em contraste com o crescimento pela guerra e agressão (Ap 13:11).
Poder: Simbolizado pelos seus dois cornos como os de um cordeiro (Ap 13:11).
Religião: Essencialmente, a besta que emerge da terra não é católica, porque acabará exercendo a autoridade para levar seu povo a adorar a primeira besta (o poder papal). Ela não precisaria fazer isso se a nação já pertencesse a essa comunidade religiosa (Ap 13:12).
Fonte de autoridade: Forma republicana de governo. Ela pede que seu povo faça "uma imagem à besta" (Ap 13:14).
J. N. Andrews foi o primeiro adventista do sétimo dia a sugerir que essa profecia está sendo cumprida pelos Estados Unidos.
A imagem da besta – “A imagem da besta será uma organização que funcionará segundo os mesmos princípios da primeira besta. O que caracteriza a atuação da primeira besta é o uso do poder estatal para apoiar instituições religiosas. Assim, na imitação, a segunda besta deverá repudiar seus princípios de liberdade. A igreja prevalecerá sobre o estado para impor seus dogmas. O estado se colocará a serviço da igreja, e o resultado será a perda de liberdade religiosa e a perseguição das minorias discordantes” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 821, 822).
Os textos de Daniel 7:25 e Apocalipse 13:1-10 se referem ao papado. A profecia declara que o poder papal cuidaria "em mudar os tempos e a lei" (Dn 7:25). A besta "parecendo cordeiro" (Ap 13:11-17) impõe a observância dessas leis modificadas. A lei de Deus será posta de lado, e um decreto civil emitido pelo poder representado pela segunda besta imporá práticas religiosas inventadas pelo homem. Os Dez Mandamentos não serão mais honrados, pois esse poder ordenará que o mundo aceite a substituição religiosa efetuada por Roma. (Comparar com 2 Tessalonicenses 2:3-12.)
O número 666 – Desde o começo do século dezessete, a interpretação usual tem sido que 666 representa o valor numérico das letras de um dos títulos do papa: Vicarius Filii Dei = 'Vigário do Filho de Deus. E existem outros mais.
Conclusão – O texto de Apocalipse 13 apresenta grave advertência contra o engano e a heresia nos últimos dias. Ele nos diz o que acontecerá a fim de que, quando acontecer, nossa fé seja mais forte e possamos permanecer fiéis.
Conheça o autor do comentário: Érico Tadeu Xavier possui graduação em Teologia Pastoral (1991) e mestrado (2000) pelo Seminário Adventista Latino-Americano de Teologia; Doutorado (PhD) pelo South African Theological Seminary (2011). Pós-doutorado (2014) na área de teologia sistemática pela FAJE – Faculdade de Filosofia e Teologia Jesuíta, de Belo Horizonte. Foi professor de teologia na Bolívia e na Bahia, na FADBA. Atualmente é professor de teologia sistemática no SALT – IAP. Autor de 11 livros, é casado com a psicopedagoga e mestre em educação Noemi, com quem tem dois filhos, Aline e Joezer, que são casados e vivem no Paraná.