Lição 2
04 a 10 de julho
Testemunhas cativantes: o poder do testemunho pessoal
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Sl 111-118
Verso para memorizar: “Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4:20).
Leituras da semana: Mc 5:15-20; 16:1-11; At 4:1-20; 1Jo 1:1-3; Gl 2:20; At 26:1-32

Há um poder incomum no testemunho pessoal. Quando nosso coração é enternecido pelo amor de Cristo e somos transformados por Sua graça, temos algo significativo a dizer sobre Ele. Uma coisa é compartilhar o que Jesus fez por outra pessoa. Outra coisa bastante diferente é compartilhar o que Ele fez por nós.

É difícil argumentar contra a experiência pessoal. As pessoas podem debater sua teologia ou sua interpretação de um texto ou até zombar da religião em geral. Mas quando alguém diz: “Eu antes não tinha nenhuma esperança, mas agora tenho; eu estava repleto de culpa, mas agora tenho paz; minha vida não tinha sentido, mas agora tenho propósito”, até os céticos são impactados pelo poder do evangelho.

Embora algumas pessoas passem por conversões repentinas e dramáticas como a do apóstolo Paulo na estrada de Damasco, a conversão ocorre com mais frequência quando uma pessoa tem um crescente reconhecimento da preciosidade de Jesus, uma profunda compreensão de Sua maravilhosa graça e um supremo senso de gratidão pela salvação que Ele oferece gratuitamente. Cristo reorienta radicalmente nossa vida. O mundo necessita desse testemunho e anseia por ele desesperadamente.

 



Domingo, 05 de julho
Ano Bíblico: Sl 119
Testemunhas improváveis

1. Leia Marcos 5:15-20. Por que Jesus enviou o homem a Decápolis para testemunhar à sua família e amigos, em vez de cultivá-lo em sua nova fé, mantendo-o com Ele?

___________________________________________________________

A palavra Decápolis vem de duas palavras: deca, que significa “dez”, e polis, que significa “cidades”. Decápolis era uma região de dez cidades ao longo das margens do Mar da Galileia, no primeiro século. Essas cidades eram unidas por idioma e cultura comuns. O endemoninhado era conhecido por muitas pessoas naquela região. Ele havia infligido medo no coração delas por meio de seu comportamento imprevisível e violento.

Jesus viu naquele homem alguém que ansiava por algo melhor e, por isso, miraculosamente o livrou dos demônios que o atormentavam.

Quando as pessoas da cidade souberam que Jesus havia permitido que os demônios possuíssem um rebanho de porcos e que os animais tinham caído de um penhasco no mar, saíram para ver o que estava acontecendo. O evangelho de Marcos registra: “Indo ter com Jesus, viram o endemoninhado, o que tivera a legião, assentado, vestido, em perfeito juízo; e temeram” (Mc 5:15). O homem estava são novamente – física, mental, emocional e espiritualmente. A essência do evangelho é restaurar pessoas destruídas pelo pecado à plenitude para qual Cristo as criou.

Havia pessoa melhor para alcançar aquelas dez cidades da área de Decápolis do que um endemoninhado transformado que podia compartilhar seu testemunho com toda a região? Ellen G. White declarou: “Como testemunhas de Cristo, devemos dizer o que sabemos, o que nós mesmos temos visto, ouvido e sentido. Se seguimos Jesus, passo a passo, teremos algo positivo a contar sobre a maneira pela qual Ele nos tem conduzido. Podemos dizer como temos experimentado Suas promessas e comprovado a fidelidade delas. Podemos dar testemunho do que temos conhecido da graça de Cristo. É esse o testemunho que nosso Senhor pede de nós, e por falta dele o mundo está a perecer” (O Desejado de Todas as Na..es, p. 340). Deus muitas vezes usa improváveis testemunhas, as quais são transformadas por Sua graça, para fazer a diferença em nosso mundo.

Qual é a sua história de conversão? Como você se tornou cristão? Como alguém não convertido poderia se beneficiar da sua experiência e do seu testemunho?


Segunda-feira, 06 de julho
Ano Bíblico: Sl 120-134
Proclamando o Cristo ressurreto

Era domingo de manhã bem cedo, e as duas Marias foram às pressas ao túmulo de Cristo. Elas não Lhe pediriam nada. O que um Homem morto poderia lhes dar? Na última vez que O tinham visto, Seu corpo estava ensanguentado, machucado e enfraquecido. As cenas da cruz estavam profundamente gravadas na mente daquelas mulheres. Agora elas estavam simplesmente cumprindo seu dever. Com tristeza, foram ao túmulo para embalsamar o corpo de Jesus. As deprimentes sombras do desânimo engoliam sua vida na escuridão do desespero. O futuro era incerto e oferecia pouca esperança.

Quando chegaram ao túmulo, ficaram surpresas ao encontrá-lo vazio. Mateus registrou os eventos daquela manhã da ressurreição com estas palavras: “O anjo, dirigindo-se às mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui; ressuscitou, como tinha dito” (Mt 28:5, 6).

As mulheres agora estavam transbordando de alegria. As nuvens escuras de tristeza desapareceram na luz do Sol da manhã da ressurreição. A triste noite daquelas mulheres havia terminado. A alegria agraciava seu semblante, e suas lágrimas de lamento davam lugar a canções de regozijo.

2. Leia Marcos 16:1-11. Qual foi a reação de Maria quando descobriu que Cristo havia ressuscitado dos mortos? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Duvidou.
B. ( ) Saiu e anunciou a notícia aos companheiros de Jesus.

Depois que Maria encontrou o Cristo ressurreto, ela correu para contar a história. Boas notícias devem ser compartilhadas, e ela não podia ficar calada. Cristo estava vivo! Seu túmulo estava vazio, e o mundo devia saber disso! Depois de encontrarmos o Cristo ressurreto ao longo da estrada da vida, também precisamos correr para contar a história!

É igualmente impressionante que, apesar de todas as vezes em que Jesus lhes havia dito o que aconteceria (de que Ele morreria e ressuscitaria), os discípulos, os que Jesus escolheu especificamente, tenham se recusado a acreditar no testemunho de Maria. “Estes, ouvindo que Ele vivia e que fora visto por ela, não acreditaram” (Mc 16:11). Portanto, se os próprios discípulos de Jesus não acreditaram imediatamente, não devemos ficar surpresos se outros não aceitarem de imediato nossas palavras.

Alguém já rejeitou seu testemunho? Como você reagiu e o que aprendeu com essa experiência?


Terça-feira, 07 de julho
Ano Bíblico: Sl 135-139
Vidas transformadas fazem a diferença

Ao verem a intrepidez de Pedro e João, sabendo que eram homens iletrados e incultos, admiraram-se; e reconheceram que haviam eles estado com Jesus” (At 4:13).

A igreja do Novo Testamento teve um crescimento explosivo. Três mil pessoas foram batizadas no dia de Pentecostes (At 2:41). Mais outros milhares de pessoas foram acrescentados à igreja algumas semanas depois (At 4:4). Logo as autoridades reconheceram o que estava acontecendo. Os cristãos do Novo Testamento haviam estado com Cristo. Tiveram a vida transformada por Sua graça e por isso não podiam ficar calados.

3. O que é relatado em Atos 4:1-20? O que aconteceu quando as autoridades tentaram silenciar Pedro e João? Qual foi a resposta deles?

___________________________________

Aqueles cristãos eram recém-convertidos e foram impelidos a contar sua história. Pedro, um rude pescador, foi transformado pela graça de Deus. Tiago e João, filhos do trovão, que tinham dificuldade de controlar seu temperamento, foram transformados pelo amor divino. Tomé, o cético, foi transformado pela misericórdia do Senhor. Cada um dos discípulos e membros da igreja primitiva tinha a própria história para contar, e não pôde ficar calado. Observe esta poderosa declaração de Ellen G. White no livro Caminho a Cristo: “No momento em que uma pessoa aceita a Cristo, em seu coração nasce um desejo de apresentar aos outros o precioso Amigo que encontrou em Jesus Cristo; a verdade salvadora e santificadora não pode ficar escondida em seu coração” (p. 78).

Observe também o que os líderes religiosos disseram no verso 16. Eles reconheceram abertamente a realidade do milagre que havia sido realizado – o homem curado estava ali diante deles. Mesmo com tudo isso, eles se recusaram a mudar de atitude. Apesar dessa aberta oposição, Pedro e João não recuaram de seu testemunho.

 

Qual é a relação entre conhecer e compartilhar Cristo? Por que conhecer Jesus pessoalmente é tão essencial para podermos testemunhar Dele?


Quarta-feira, 08 de julho
Ano Bíblico: Sl 140-144
Compartilhando nossa experiência

Em Atos 26, encontramos o apóstolo Paulo como prisioneiro diante do rei Agripa. Nesse texto, dirigindo-se ao rei, Paulo deu seu testemunho pessoal, falando sobre sua vida não apenas como perseguidor dos seguidores de Jesus, mas sobre sua vida como testemunha de Jesus, após sua conversão, e a respeito da promessa da ressurreição dos mortos (At 26:8). 

Quando Paulo se converteu na estrada de Damasco, nosso Senhor falou com Ele dizendo: “Por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que Me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda” (At 26:16). Compartilhar nossa fé é sempre uma experiência dinâmica. É contar a história do que Cristo fez por nós no passado, o que Ele está fazendo em nossa vida hoje e o que Ele realizará por nós no futuro.

Testemunhar nunca se trata de nós. Sempre se trata Dele. Ele é o Deus que perdoa nossas iniquidades, cura nossas enfermidades, coroa-nos de graça e misericórdia e nos farta de bens (Sl 103:3-5). Testemunhar é simplesmente compartilhar a história de Sua maravilhosa graça em nós. É um testemunho de nosso encontro pessoal com o Deus de graça maravilhosa.

4. Leia 1 João 1:1-3 e compare com Gálatas 2:20. Quais semelhanças existem? Como a experiência de João é semelhante à de Paulo?

______________________________________

Embora João e Paulo tivessem diferentes experiências de vida, ambos se encontraram com Jesus. A experiência deles com Cristo não tinha acabado depois de ocorrer em um ponto específico do passado. Foi uma experiência diária e contínua de alegrar-se em Seu amor e andar à luz de Sua verdade.

A conversão é algo apenas do passado? Observe a declaração de Ellen White sobre os que pensavam que sua experiência de conversão passada fosse tudo o que importava: “Como se eles, uma vez que descobriram algo sobre religião, não precisassem ser convertidos diariamente; mas devemos todos os dias, cada um de nós, ser convertidos” (Manuscript Releases, v. 4, p. 46).

 

Independentemente de nossas experiências passadas, mesmo que tenham sido poderosas e dramáticas, por que é importante ter um relacionamento com o Senhor dia após dia, para perceber Sua realidade, bondade e poder? Comente com a classe.


Quinta-feira, 09 de julho
Ano Bíblico: Sl 145-150
O poder de um testemunho pessoal

Examinemos novamente Paulo perante Agripa. O apóstolo estava diante do último descendente da linhagem dos reis judeus, dos Macabeus e da casa de Herodes. Agripa professava ser judeu, mas no fundo era romano (leia o Coment.rio B.blico Adventista do S.timo Dia, v. 6, p. 470). O idoso apóstolo, fatigado das viagens missionárias e marcado pelo conflito entre o bem e o mal, estava ali, com o coração repleto do amor de Deus e o rosto radiante com a bondade do Senhor. Não importava o que tinha acontecido em sua vida e as perseguições e dificuldades que havia experimentado, ele declarou que Deus é bom.

Agripa era cínico, cético, endurecido e realmente indiferente a qualquer sistema genuíno de valores. Ao contrário dele, Paulo estava cheio de fé, comprometido com a verdade e firme na defesa da justiça. O contraste entre os dois homens não poderia ser mais evidente. Em seu julgamento, Paulo pediu para falar e recebeu a permissão de Agripa.

5. Leia Atos 26:1-32. Como Paulo testemunhou a Agripa? O que podemos aprender com as palavras dele? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Com generosidade para com Agripa, eloquência e intrepidez. 
B. ( ) Com ira em suas palavras, por ter sido preso injustamente.

A bondade enternece o coração, mas a aspereza o endurece. Paulo foi incrivelmente bondoso com Agripa nesse texto. Ele o chamou de “versado em todos os costumes e questões que há entre os judeus” (At 26:3). Em seguida, iniciou um discurso sobre sua conversão.

6. Leia a história de conversão de Paulo em Atos 26:12-18 e observe cuidadosamente seu efeito sobre Agripa em Atos 26:26-28. Por que Agripa reagiu daquela maneira? O que o impressionou no testemunho de Paulo?

_________________________________

O testemunho de Paulo de como Jesus tinha transformado sua vida teve um impacto poderoso em um rei ímpio. Não há testemunho tão eficaz quanto uma vida transformada. O testemunho de uma vida verdadeiramente convertida tem uma influência maravilhosa sobre os outros. Até reis ímpios são movidos por vidas mudadas pela graça. Mesmo que não tenhamos uma história tão dramática quanto a de Paulo, devemos contar aos outros o que significa conhecer Jesus e ser redimido por Seu sangue.



Sexta-feira, 10 de julho
Ano Bíblico: Pv 1-3
Estudo adicional

Texto de Ellen G. White: Atos dos Ap.stolos, p. 433-438 (“Quase Persuadido”).

A essência da vida cristã é um relacionamento tão pleno com Jesus a ponto de desejarmos compartilhá-lo. Por mais importante que seja a doutrina correta, ela não substitui uma vida transformada pela graça. Ellen G. White afirmou: “O Salvador sabia que nenhum argumento, embora lógico, abrandaria corações endurecidos nem atravessaria a crosta da mundanidade e do egoísmo. Sabia que os discípulos precisavam receber o dom celestial; que o evangelho só seria eficaz se fosse proclamado por corações entusiasmados e lábios eloquentes, capacitados pelo vivo conhecimento Daquele que é o caminho, a verdade e a vida” (Atos dos Apostolos, p. 31). No livro O Desejado de Todas as Na..es, ela acrescentou este pensamento poderoso: “O maravilhoso amor de Cristo abrandará e subjugará os corações, quando a simples repetição de doutrinas nada conseguiria” (p. 826).

Há quem pense que dar seu testemunho seja tentar convencer os outros das verdades que descobriram na Palavra de Deus. Embora seja importante, no momento oportuno, compartilhar as verdades bíblicas, nosso testemunho pessoal tem muito mais a ver com a libertação da culpa, a paz, a misericórdia, o perdão, a força, a esperança e a alegria que encontramos no dom da vida eterna que Jesus oferece gratuitamente.

Perguntas para consideração

1. Por que nosso testemunho é tão poderoso para influenciar os outros? Como o testemunho de outras pessoas impactou sua experiência?
2. Por que uma experiência diária com o Senhor é tão importante, não apenas para nosso testemunho, mas também para nossa fé pessoal?
3. Um testemunho poderoso pode ser uma testemunha eficaz. Ao mesmo tempo, por que uma vida piedosa é tão importante no testemunho?
4. Compartilhe seu testemunho pessoal com a classe. Lembre-se de compartilhar o que Cristo fez em sua vida e o que Ele significa para você.Que diferença Jesus fez?

Respostas e atividades da semana: 1. Se o que fora endemoninhado não tivesse voltado para contar à sua família, provavelmente a cidade de Decápolis não teria ouvido sobre Jesus. 2. B. 3. Pedro e João pregavam a ressurreição de Cristo e pessoas estavam se convertendo. Os sacerdotes, porém, ficaram irados e mandaram prendê-los. Quando tentaram silenciá-los, ordenando-lhes que não pregassem mais a ressurreição de Cristo, Pedro e João se negaram, dizendo-lhes que não poderiam ficar calados diante do que haviam testemunhado. 4. Embora as experiências de João e Paulo tenham sido diferentes (o primeiro foi testemunha ocular do ministério de Jesus, enquanto o segundo O conheceu após a ressurreição), ambos tiveram um encontro pessoal com Cristo. 5. A. 6. Porque ele ficou impressionado pela convicção e informações do testemunho de Paulo.

 



Resumo da Lição 2
Testemunhas cativantes: o poder do testemunho pessoal

 

TEXTO-CHAVE: Mc 5:1-20

FOCO DE ESTUDO: Mc 5:1-20; 16:1-11; At 4:1-20; 26:1-32

ESBOÇO

Existe um poder incomum no testemunho pessoal. Quando alguém aceita Cristo e sua vida é transformada drasticamente, as pessoas percebem. Nem todas as conversões são repentinas e instantâneas. É emocionante ouvir histórias de viciados em drogas que aceitam a Cristo, alcoólatras restaurados pela graça, líderes empresariais materialistas egocêntricos mudados pelo amor de Deus e adolescentes rebeldes convertidos. Contudo, certamente esses não são os únicos exemplos de conversão.

Às vezes, e talvez ainda mais comumente, o Espírito Santo trabalha suave e gradualmente no coração humano. Existem aqueles que foram criados em lares cristãos piedosos e que têm uma história preciosa para compartilhar. Pode ser que nunca tenham se rebelado contra Cristo, mas também nunca foram totalmente comprometidos com Ele. Então, sentem o mover do Seu Espírito Santo e se comprometem totalmente com Deus. O testemunho deles é tão poderoso quanto as histórias de conversão mais dramáticas e sensacionais. Nenhum de nós nasceu cristão. Como Jeremias declarou abertamente: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jr 17:9). O apóstolo Paulo acrescentou em Romanos 3:23: “Todos pecaram e carecem da glória de Deus.”

Todos pecamos. Por isso, todos precisamos da graça divina. A conversão não é apenas para alguns escolhidos, é para todos nós, e, portanto, todos temos uma história para contar. Sua história não é a minha, e a minha história não é sua, mas cada um de nós, redimido pela graça de Deus e encantado por Seu amor, tem um testemunho pessoal para compartilhar. 

COMENTÁRIO

Vamos fazer o seguinte teste bíblico com a classe: Quem foi o primeiro missionário enviado por Jesus? Foi Pedro? Ou talvez Tiago, ou João? Talvez Tomé, Felipe, ou algum dos outros discípulos? A resposta pode surpreender você. Não foi nenhum desses. O primeiro missionário que Cristo enviou foi um homem outrora possuído por demônios, mas transformado por Sua graça. Essa testemunha improvável exerceu um forte impacto em Decápolis, uma região composta por dez cidades que, em sua maioria, ficavam ao leste do mar da Galileia. O endemoninhado tinha sido irremediavelmente possuído por demônios durante anos. Ele havia aterrorizado a região e causado medo nos moradores. No entanto, no fundo de seu coração havia um desejo por algo melhor – um desejo que nem todos os demônios do inferno juntos podiam satisfazer. Apesar das forças demoníacas que mantiveram esse pobre homem em cativeiro, Marcos 5 registra que, quando o endemoninhado viu Jesus, “correu e O adorou” (Mc 5: 6). As Escrituras dizem que esse homem era atormentado e possuído por uma “legião” de demônios. Uma legião era “a maior unidade isolada do exército romano. [...] Com força total consistia em cerca de seis mil soldados”, conforme a Archeological Study Bible (Grand Rapids, MI: Zondervan Publishers, 2005, p. 1633). No Novo Testamento, o termo “legião” representa um número enorme. Jesus nunca perdeu uma batalha contra forças demoníacas, não importava quantas houvesse ou quanto seu número fosse grande. Cristo é nosso Senhor todo-poderoso e vitorioso. Os demônios não contestam Seu grandioso poder. O ministério de Jesus é sempre completo. Uma vez liberto, o ex-endemoninhado foi encontrado “assentado, vestido, em perfeito juízo” (Mc 5:15). Onde conseguiu as roupas? É provável que os discípulos tenham compartilhado suas roupas com ele. Encontrava-se sentado aos pés de Jesus, atento, ouvindo Suas Palavras, absorvendo ansiosamente as verdades espirituais. Ele estava íntegro física, mental, emocional e espiritualmente. Seu único desejo era seguir Jesus e tornar-se um de Seus discípulos. O evangelho de Marcos registra que o ex-endemoninhado suplicou a Jesus que lhe permitisse “estar com Ele” (Mc 5:18). A palavra “suplicar” é forte, indica um anelo intenso. Pode ser traduzida como “rogar”, “implorar”. Significa apelar com emoção, pedir com intensidade. A resposta de Jesus é tão surpreendente quanto a conversão do possesso. Jesus sabia que esse endemoninhado convertido e transformado poderia fazer mais naquela região do que Ele e os discípulos.

O preconceito contra Cristo era grande nessa região gentílica, mas os moradores ouviriam um deles, especialmente um com uma reputação como a do ex-endemoninhado. Finalmente, estariam preparados para a visita de Cristo em uma data posterior.

Portanto, Jesus disse: “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti” (Mc 5:19). A resposta do homem foi imediata. “Então, ele foi e começou a proclamar em Decápolis tudo o que Jesus lhe fizera; e todos se admiravam” (Mc 5:20). A palavra “proclamar” é kerusso e pode ser traduzida como “anunciar” ou “publicar”. No breve período que o endemoninhado esteve com Jesus, sua vida mudou tão radicalmente que ele passou a ter uma história para contar. Podemos apenas imaginar o impacto que seu testemunho teve nos milhares de habitantes das dez cidades da região de Gadara. Quando Jesus voltou, nove ou dez meses depois, a mente dessa população de maioria gentia estava aberta para recebê-Lo. (Ver Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 340, 341.)

Há uma verdade eterna que não deve ser negligenciada nessa história. Esse fato também não pode ser ofuscado pela conversão miraculosa, sensacional e um tanto dramática do endemoninhado, por mais importante que ela tenha sido. Cristo deseja usar todos os que  vêm a Ele. O homem possesso não teve a vantagem de passar um tempo diariamente com Jesus, como os discípulos. Ele não teve a oportunidade de ouvir Seus sermões, nem de testemunhar Seus milagres, mas tinha o ingrediente indispensável para testemunhar: uma vida transformada. Ele tinha conhecimento pessoal do Cristo vivo e um coração cheio de amor por seu Mestre. Essa é a essência do testemunho no Novo Testamento.

Como Ellen G. White afirmou de modo tão oportuno: “Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Devemos reconhecer Sua graça como foi revelada aos santos da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelar em nós mesmos a atuação de um poder que é divino” (O Desejado de Todas as Nações, p. 347).

Os crentes do Novo Testamento testemunharam por Cristo com a singularidade de suas próprias personalidades. Cada um deles teve encontros diferentes com o Senhor que os levaram a compartilhar com entusiasmo o Mestre que amavam.

No estudo de segunda-feira, “Proclamando o Cristo ressurreto”, as duas Marias são transformadas à entrada do túmulo. Na última vez em que tinham visto Jesus, Seu corpo ensanguentado tinha sido retirado da cruz. Pense no desespero delas naquele momento! Os dias que se seguiram foram inacreditavelmente difíceis. Então, com o coração temeroso e ansioso quanto ao futuro, elas se aproximaram da tumba, imaginando como passariam pelos guardas romanos e indagando quem rolaria a pedra para que pudessem entrar e embalsamar o corpo de Cristo.

Para sua surpresa, o túmulo estava aberto e vazio. Cristo estava vivo! Um ser angelical lhes disse: “Ressuscitou [...] Ide, pois, depressa e dizei aos Seus discípulos” (Mt 28:6, 7). O registro declara: “E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos” (Mt 28:8). Enquanto corriam para contar a história, nosso Senhor ressuscitado as encontrou e exclamou “Salve! [...] Não temais! Ide avisar a Meus irmãos que se dirijam a Galileia e lá Me verão” (Mt 28:9, 10). Boas notícias devem ser compartilhadas. Um coração cheio da graça de Deus e encantado por Seu amor não consegue ficar calado. 

O testemunho é um tema repetido em todo o Novo Testamento. Os Atos dos Apóstolos são ações de testemunho. Os discípulos testemunharam de um Cristo que conheciam, Alguém com Quem conviveram. É possível ser uma testemunha falsa? Suponhamos que você tenha sido chamado a um tribunal como testemunha de algum acidente ou crime. Vamos supor também que você não estivesse presente na cena e inventasse uma história para ajudar um amigo. Você poderia ser preso se mentisse no tribunal. O juiz e o júri exigem apenas testemunhas com experiência pessoal nos eventos. Eles querem testemunhas genuínas, não impostores. 

Somente o cristianismo genuíno e autêntico pode capturar a atenção desta geração aflita. A menos que tenhamos tido uma experiência real e pessoal com Jesus, nosso testemunho cairá em ouvidos surdos. Não podemos falar de um Cristo que não conhecemos.

Os crentes do Novo Testamento compartilhavam o Cristo que conheciam. Pedro e João ecoaram a realidade do coração convertido quando proclamaram: “Nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4:20).

Antes da cruz, Pedro era um discípulo vacilante, porém seguro de si. A crucificação e ressurreição de Cristo mudou sua vida. Antes da cruz, João era um dos “filhos do trovão”. Esse não é um título que se dá a um homem manso, gentil e tímido. Mas após a crucificação e ressurreição de Cristo, a vida de João mudou. Pedro e João não puderam ficar calados, mas por terem sido transformados pela graça amavam contar sua história.

Testemunhar não tem a ver conosco. Não se trata de como éramos ruins nem de como passamos a ser bons depois de termos encontrado Jesus. Testemunhar tem a ver com Jesus, pois é sobre Seu amor, Sua graça, Sua misericórdia, Seu perdão e Seu poder eterno para nos salvar. O apóstolo Paulo nunca se cansava de testemunhar sobre o que Cristo fez por Ele, mas não se concentrava exclusivamente em como ele tinha sido ruim. Em vez disso, enfatizava quanto Deus é bom. Peça à classe que leia Atos 26:1-28. Observe como o apóstolo Paulo dividiu seu testemunho em três partes: sua vida antes de conhecer Cristo, a forma como conheceu Cristo e sua vida depois de tê-Lo encontrado.

APLICAÇÃO PARA A VIDA

Suponha que você tenha apenas alguns minutos com um amigo que deseja conhecer a Cristo. Como você daria um testemunho de três minutos a um amigo que esteja tentando crer? Que dicas dá o testemunho de Paulo, em Atos 26? Como o testemunho dele o ajuda a dar o seu? Que papel o Antigo Testamento teve no testemunho de Paulo? Escreva uma frase para cada uma das seguintes perguntas:

A. Como era sua vida antes de conhecer Cristo?
B. Em que momento da sua história você conheceu Cristo?
C. Que diferença Cristo fez em sua trajetória?

Se você foi criado em um lar cristão, houve um momento em que aceitou Jesus conscientemente como seu Senhor e Salvador? Descreva uma ocasião em que você O sentiu trabalhando poderosamente em seu coração.


Aprendendo a ler

Joe Konyon Seeyah não sabia ler, simplesmente porque não havia escolas onde morava, Seeyah, na Libéria. Quando era garoto, ele trabalhava na plantação de arroz da família. Cresceu, casou-se, teve nove filhos e continuou trabalhando na fazenda, sem o menor incentivo para aprender a ler.

Certo dia, um evangelista adventista, Willie Helbig, chegou no vilarejo. Joe ficou interessado em aprender mais sobre a Bíblia. Ele e outros companheiros locais pediram ao evangelista para estudar com eles. Willie aceitou o convite e, um mês depois, todos os 50 adultos de Seeyah e do vilarejo vizinho, Dehyu, foram batizados.

Willie, o primeiro pastor adventista ordenado liberiano, disse aos novos membros que eles estavam destinados a espalhar a mensagem do evangelho. Joe não sabia o que pensar. Ele amava a Jesus e queria fazer sua parte. Mas tinha 45 anos de idade e não sabia ler. “Eu não posso abrir a Bíblia e ensinar”, disse. Mas, isso não preocupou o evangelista. Ele convidou Joe e cinco novos membros para frequentar uma escola bíblia em Dehyu. No primeiro dia de aula, Joe olhou para os outros cinco homens na classe de Willie. Nenhum deles era alfabetizado. Nenhum sabia ler. Ele estava em boa companhia.

Depois de fazer uma oração, Willie entregou uma Bíblia a cada um deles. Então, abriu e mostrou aos homens como encontrar os versos importantes. Ele leu cada verso em voz alta e explicou o significado de cada palavra. Joe orou fervorosamente. Ele não sabia como se lembrar de todos os versos. Queria falar sobre a vinda de Jesus, mas não sabia como seria capaz de fazer. Diariamente, Joe e os outros homens se encontravam com Willie para estudar a Bíblia. Diariamente, Joe orava para que o Espírito Santo abençoasse suas aulas.

Certo dia, enquanto Willie guiava os homens pelos versos importantes na Bíblia, Joe percebeu que já não enfrentava dificuldade de encontrar os versos sozinho. Enquanto Willie lia, ele conseguia acompanhar na própria Bíblia. Olhou para os colegas e percebeu que eles também conseguiam encontrar os versos. Joe e os outros homens se levantaram e começaram a ler em voz alta para o atônito evangelista.

Ao voltar para casa, Joe tentou ler outro livro que não fosse a Bíblia, mas não conseguiu entender sequer uma palavra. Procurou outro livro, mas também não conseguiu ler. Entretanto, ele conseguia ler a Bíblia facilmente.

Joe se tornou o primeiro ancião da primeira igreja adventista inaugurada em Seeya e outros vilarejos em 1937. Embora nunca tivesse frequentado a escola, ensinou e pregou com entusiasmo sobre a Bíblia na nova igreja localizada no vilarejo de Newcess. Ele faleceu em 2003, com quase 90 anos.

“Foi obra do Espírito Santo”, disse seu filho, S.E. Joe Seeyah, 66 anos, que também é ancião da igreja. “É o Espírito Santo quem dá conhecimento, e Ele queria que a mensagem adventista do sétimo dia chegasse à nossa região. Ele ensinou meu pai a ler a Bíblia.”

Parte da oferta deste trimestre ajudará a construir uma escola de Ensino Fundamental em Buchanan, Libéria, para substituir uma escola destruída na guerra civil da Libéria há vários anos. Buchanan está localizada perto da vila de Seeyah.

Dicas da História

  • O vilarejo onde a família de Joe vive recebeu o nome de Seeyah em sua homenagem.
  • Assista ao vídeo sobre Joe no YouTube: bit.ly/Joe-Seeyah.
  • Faça o download das fotos encontradas no Facebook (bit.ly/fb-mq) ou banco dos dados ADAMS (bit.ly/reading-made-easy).
  • Faça o download das fotos dos projetos do trimestre: bit.ly/WAD-2020.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2020
Tema Geral: Como interpretar as Escrituras
Lição 2 – 4 a 10 de julho de 2020

Testemunhas cativantes: o poder do testemunho pessoal

Autor: César Luís Pagani
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisora: Josiéli Nóbrega

Como se pode ser uma testemunha cativante ou encantadora? Primeiramente, uma testemunha de Cristo deve transmitir as verdades da Palavra de Deus por preceito e exemplo, visto serem elas vivas e eficazes e mais agudas do que espada de dois fios ou dois cortes.

Conta-se que um ateu, do tipo zombador, depois de ouvir o testemunho de um senhor que havia sido um bêbado de cair pelas sarjetas, quis escarnecer do homem dizendo:

- Isso que você disse é uma besteira sem tamanho, uma tolice que vem da imaginação deturpada de sua mente. O que acontece com você não passa de uma fuga de uma realidade que você não quer aceitar. Você está dormindo acordado.

Quando acabou de dizer isso, ele sentiu sua camisa sendo puxada. Um menininho olhou diretamente em seus olhos e disse:

- Senhor, se ele estiver sonhando, não o desperte. Ele tem sido um pai muito bom para nós desde que se tornou crente.

O impacto foi tão grande que o zombador saiu de fininho sem dizer nenhuma palavra.

Alguém disse com propriedade que o que você faz fala mais alto do que o que diz.

A testemunha cativante modelar

Paulo pregava o ministério da imitação de Cristo aos crentes. Ele dizia ser um imitador do Senhor e aconselhava seus leitores a ser imitadores dele como ele era de Jesus (ver 1Co 11:1; Fp 3:17).

Nosso Salvador nos foi posto como Testemunha-modelo. Ele foi gentil, cortês, simpático, empático, atencioso, prestativo, serviçal, alegre, abnegado, honesto e franco. Falava com autoridade porque possuía as graças do Espírito e era diligente estudante e praticante das verdades que ensinava. Mesmo quando tinha que repreender alguém, Ele o fazia com tristeza na voz e espírito compassivo.

Quem já leu o livro “Como Jesus Tratava as Pessoas” teve a oportunidade de se demorar nos fascinantes atributos de testemunho de Cristo, a Testemunha fiel e verdadeira.

O segredo das testemunhas cativantes de Cristo é a transformação que experimentam mediante o ministério santificador do Espírito Santo, que grava a semelhança de Cristo nos corações. E isso é feito a cada dia.

O apóstolo dos gentios comparou nosso testemunho de vida a uma carta aberta ao mundo: “Vós sois a nossa carta, escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens” (2Co 3:2). Cartas escritas com letras ruins, com garranchos, não têm possibilidade de ser lidas. São um demérito para quem as entrega e uma desonra para o remetente.

Certa vez, um rabino judeu disse a uma jovem cristã que ele desejava ser mais do que um mensageiro de Deus na Terra, mas uma carta viva. Santo desejo!

Muitos heróis do passado foram cartas vivas: Enoque, Abraão, Isaque, Jacó, José, Daniel, Paulo, João e outros servos fiéis de Deus.

Lembrei-me agora de uma história que ouvi, acerca de um professor cristão que lecionava numa escola de um país comunista. Ao assumir o magistério, ele foi advertido pela direção a não falar uma palavra acerca de sua fé para os estudantes.

Ele se comprometeu e nada mencionava nas aulas que cheirasse a religião. Contudo, depois de algum tempo, os alunos começaram a mudar seu comportamento e pensamentos. O diretor, percebendo, mandou chamar o professor e o repreendeu dizendo:

- Eu não lhe proibi de falar de religião nas aulas? Você não se comprometeu a seguir as regras?

- Sim, os alunos são testemunhas de que nada mencionei a esse respeito.

O diretor chamou vários alunos à sua sala e lhes perguntou sobre a transformação por que passaram e o motivo, tentando achar algum depoimento que incriminasse o professor.

Os alunos foram unânimes em afirmar que o mestre nada lhes havia falado de Cristo, de Bíblia, de religião, mas atribuíram ao silencioso testemunho dele um poder que mexeu com eles e impactou sua vida.

Os endemoninhados gadarenos eram considerados pelos habitantes locais como de alta periculosidade. Ninguém ousava passar pelas imediações do cemitério onde eles se abrigavam. Ali existiam cavernas em que moradores de rua e até mesmo alienados mentais faziam sua morada.

Depois do encontro com Cristo, de sua libertação das legiões de demônios que lhes dominavam, tornaram-se testemunhas improváveis. Eles não puderam aprender sobre o evangelho naquele momento; não ouviram nenhuma doutrina e nem tomaram, sequer, uma breve série de estudos bíblicos, mas o testemunho poderoso de sua libertação era a boa-nova a ser proclamadas ao povo local.

As pessoas incrédulas podem não saber nada de teologia, de religião, de espiritualidade, porém, sabem discernir o carácter dos cristãos. Vidas transformadas falam alto. Não podemos ocultar dos que nos cercam uma experiência de conversão, assim como não podemos esconder uma cidade edificada sobre um monte.

A lição mencionar o testemunho de Paulo, o ex-perseguidor Saulo de Tarso. Suas atitudes antes do encontro com Cristo denotavam espírito odioso, extremista, cruel, implacável. Porém, o encontro na estrada de Damasco, um só notável encontro, transformou o abominável fariseu num apóstolo do amor de Jesus Cristo.

O testemunho de Paulo diante do rei Agripa consistiu na narrativa da experiência de sua conversão. Ele não pregou ao monarca teologia erudita, apenas contou sua história. E qual foi a reação do endurecido herodiano? A propósito, um perfil rápido de Agripa II: Ele era bisneto de Herodes, o Grande, déspota cruel que cometeu infanticídios na tentativa de matar o rei Jesus, a quem considerava um futuro rival. O pai de Agripa II era Agripa I, que mandou decapitar o apóstolo Tiago e prendeu Pedro numa tentativa de matá-lo também (At 12:1-3).

A despeito de sua disposição tirânica, teve que fazer uma confissão franca: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (At 26:28). Ou, em outras palavras: “Quase me converti com seu testemunho, Paulo”.

Há mais um ponto a destacar na forma pela qual Paulo se apresentou ao rei Agripa: sua polidez. “O cristianismo torna as pessoas bem-educadas. Cristo era cortês, mesmo com Seus perseguidores; e Seus verdadeiros seguidores devem manifestar o mesmo espírito. Olhem para Paulo, conduzido perante os magistrados. Seu discurso diante de Agripa é um exemplo de verdadeira cortesia, assim como de persuasiva eloquência. O evangelho não ensina a polidez formalista corrente no mundo, mas a cortesia que deriva de um coração cheio de bondade” (A Ciência do Bom Viver, p. 489).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: César Luís Pagani é jornalista, escritor e tradutor de inglês, francês, italiano e espanhol. Casado há 51 anos com Neusa Albamonte Pagani, é pai de três rapazes, César Augusto, Marcel e André, e avô de duas lindas netinhas: Bellinha e Bia. Trabalhou na Casa Publicadora Brasileira por 11 anos, primeiramente como designer gráfico no Departamento de Artes e depois como editor-associado das revistas Vida e Saúde, Nosso Amiguinho e do caderno de Notícias da Revista Adventista. Traduziu vários livros do Espírito de Profecia. Também trabalhou como tradutor para a revista Diálogo Universitário. Hoje é membro ativo na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central Paulistana, onde atua como professor da Escola Sabatina e cantor do Coro Masculino Edificanto.