Lição 10
29 de agosto a 04 de setembro
Um modo emocionante de se envolver
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Ez 4-7
Verso para memorizar: “E, então, Se dirigiu a Seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a Sua seara” (Mt 9:37, 38).
Leituras da semana: Gn 1:1, 2, 26; Êx 18:21-25; 1Co 12:12-25; At 16:11-15, 40; 4:31; 12:12

Dizem que “a união faz a força”. Em certo sentido, isso é verdade. Você já reparou que nos motivamos muito mais a fazer exercício físico se estivermos com um grupo de pessoas do que se tivermos que nos exercitar sozinhos todos os dias? De maneira semelhante, Deus nos criou para a comunhão. Somos seres sociais e, assim como no exercício físico, acontece com muitas coisas na vida: fazemos melhor se tivermos um sistema de apoio. Isso é especialmente verdade em relação às questões espirituais.

Em toda a Bíblia, a comunidade e os pequenos grupos são destacados como um dos métodos de Deus para fortalecer nossa fé, aumentar nosso conhecimento de Sua palavra, aprofundar nossa vida de oração e nos habilitar a testemunhar. O Pai, o Filho e o Espírito Santo participam de uma liderança compartilhada e integrada para o ministério. Moisés aprendeu a compartilhar a liderança com líderes de grupos menores. Jesus estabeleceu um grupo pequeno de discípulos, e o apóstolo Paulo viajou pelo mundo romano com seu grupo de evangelistas.

No estudo desta semana, enfocaremos o fundamento bíblico para a vida em comunidade e liderança compartilhada, que se reflete nos pequenos grupos modernos. Você descobrirá um modo emocionante de se envolver.



Domingo, 30 de agosto
Ano Bíblico: Ez 8-10
Pequenos grupos: uma ideia divina

1. Leia Gênesis 1:1, 2, 26, Hebreus 1:1, 2 e Efésios 3:8, 9. Como esses versos revelam a unidade da Divindade?

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O Pai, o Filho e o Espírito Santo participaram da criação. Cada um Deles teve tarefas diferentes, mas trabalharam em uma união indivisível. O Pai foi o Mestre Planejador, o Arquiteto. Ele executou Seus planos por meio de Jesus, o Agente da criação em harmonia com o
Espírito Santo. Um ato sobrenatural tão poderoso como esse está além da nossa compreensão. O que entendemos claramente não é apenas a realidade do mundo criado e do Universo, mas que o próprio Deus fez tudo isso (veja Rm 1:18-20).

Os pequenos grupos foram uma ideia divina. Embora devamos ter cuidado ao usar analogias em relação a aspectos misteriosos de Deus, façamos aqui uma comparação: o Pai, o Filho e o Espírito Santo formaram o primeiro grupo a atuar de modo integrado na história da salvação. Eles participaram da criação da humanidade e de sua redenção após a queda.

2. Compare João 10:17, 18 com Romanos 8:11 e 1 Coríntios 15:15. Como a ressurreição de Cristo demonstra a unidade do Pai, Filho e Espírito Santo no plano de salvação?

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O Pai, o Filho e o Espírito Santo estão unidos em um “pequeno grupo” com o propósito expresso de redimir a humanidade. “O plano da salvação fez parte dos conselhos do Infinito desde a eternidade” (Ellen G. White, Fundamentos da Educação Cristã, p. 186). Não há nada mais importante para Deus que salvar o maior número possível de pessoas (1Tm 2:4; 2Pe 3:9).
Conforme estudaremos na lição desta semana, os pequenos grupos podem ter vários propósitos, mas seu objetivo principal é ganhar para Jesus pessoas perdidas. Isto é, ao trabalharmos em pequenos grupos, podemos ajudar não apenas a nós mesmos, mas também aos outros. Ou seja, o objetivo supremo dos pequenos grupos deve ser ganhar pessoas.

A unidade de Deus é um mistério. Podemos, então, confiar no que não entendemos completamente? Por que esse princípio é tão importante para os cristãos quando se trata da fé?


Segunda-feira, 31 de agosto
Ano Bíblico: Ez 11-13
Os pequenos grupos nas Escrituras

A Bíblia apresenta exemplos de organização comparáveis aos pequenos grupos modernos quanto à oração, comunhão, encorajamento e trabalho integrado. Isso dava ao povo de Deus a oportunidade de compartilhar responsabilidades e utilizar seus dons. Nos pequenos grupos o Senhor pode usar cada um de nós mais plenamente.

3. Leia Êxodo 18:21-25. Qual conselho de Jetro fez diferença significativa para Moisés? Assinale a alternativa correta:

A. ( ) Jetro aconselhou Moisés a abandonar o povo.
B. ( ) Ele aconselhou Moisés a distribuir a responsabilidade de julgar o povo.

Cada indivíduo no acampamento se tornou parte de um grupo de dez, liderado por um oficial piedoso. Esses pequenos grupos eram locais para a resolução de problemas, mas também eram lugares de comunhão, em que os problemas podiam ser evitados e a vida espiritual, nutrida. Eram lugares em que os planos de Deus para Israel podiam ser compartilhados. As pessoas formavam relacionamentos que as ajudavam a lidar com os problemas que enfrentavam. Como ocorre hoje, naquela época as pessoas lutavam com coisas em que outros poderiam ajudá-las. Os pequenos grupos oferecem oportunidades de comunhão acolhedora e atenciosa, de crescimento espiritual e de resolução de problemas.

Especialistas em pequenos grupos afirmam que o tamanho ideal para a interação em grupo é entre seis e doze pessoas. Esse foi o tamanho dos grupos de Moisés e Jesus.

4. Leia Lucas 6:12, 13, Mateus 10:1 e Marcos 3:13-15. Qual foi o duplo propósito de Jesus ao chamar os discípulos para o ministério de Seu pequeno grupo?

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O propósito de Jesus em chamar os discípulos era prepará-los tanto espiritualmente quanto de maneira prática para a missão. Em comunhão com Cristo, eles cresceram em graça e aprenderam a ministrar com eficiência. Quando observavam Jesus ministrando às necessidades das pessoas, aprendiam como usar seus dons. O objetivo de Jesus era alimentar espiritualmente as pessoas e evangelizá-las.

Você já se envolveu com um pequeno grupo de pessoas que se importavam uns com os outros e trabalhavam por um objetivo comum? Qual é o valor dos pequenos grupos para a nossa fé?


Terça-feira, 01 de setembro
Ano Bíblico: Ez 14-17
Organizados para servir

5. Leia 1 Coríntios 12:12-25. De que modo o corpo ilustra o trabalho conjunto e harmonioso em pequenos grupos? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Os membros do corpo são independentes e não precisam dos outros.
B. (  ) Os membros do corpo são interdependentes e são importantes.

Paulo não apenas revelou a importância dos dons espirituais, mas sugeriu como podem ser organizados. Ele discutiu os dons espirituais no funcionamento do corpo de Cristo.

Um estudo de anatomia e fisiologia revela que os órgãos do corpo estão organizados em diferentes sistemas inter-relacionados. Por exemplo, os sistemas digestório, cardiovascular, respiratório e esquelético são apenas alguns dos sistemas de órgãos complexos do corpo. Os dons espirituais são como as diferentes partes do corpo. Eles funcionam melhor quando organizados em sistemas ou grupos. Na maioria dos casos, não podem ­funcionar sozinhos. Nosso corpo não é apenas um conjunto de órgãos separados que trabalham de modo independente. Cada função corporal é ­organizada em um sistema integrado que trabalha para um objetivo comum.

Isso revela algo sobre o ambiente em que podemos usar melhor nossos dons espirituais. É fácil desanimar ao trabalhar sozinhos, mas quando fazemos parte de um pequeno grupo, com pessoas de interesses e objetivos semelhantes, descobrimos que nossos esforços podem ter um foco muito maior e ser grandemente ampliados.

Os pequenos grupos proporcionam um ambiente para o exercício dos dons espirituais e podem ser o centro de evangelização de uma congregação.

Segundo Ellen G. White, “A formação de pequenos grupos como base de esforço cristão foi-me apresentada por Aquele que não pode errar. Se há na igreja grande número de membros, convém que se organizem em pequenos grupos a fim de trabalhar, não somente pelos membros da própria igreja, mas também pelos incrédulos. Se num lugar houver apenas dois ou três que conheçam a verdade, organizem-se num grupo de obreiros. Mantenham indissolúvel seu laço de união, apegando-se uns aos outros com amor e unidade, animando-se mutuamente para avançar, adquirindo cada qual ânimo e força com o auxílio dos outros” (Testemunhos Para a Igreja, v. 7, p. 21, 22).

Deus usa os pequenos grupos para habilitar os membros da igreja a crescer espiritualmente, a experimentar comunhão acolhedora e a utilizar seus dons no serviço.

Pense no conselho de Ellen G. White acima. Ele pode ser implementado em sua igreja?


Quarta-feira, 02 de setembro
Ano Bíblico: Ez 18-20
Os pequenos grupos do Novo Testamento

A igreja do Novo Testamento cresceu exponencialmente. Em poucos anos, ela passou de um pequeno grupo de fiéis para dezenas de milhares de fiéis. Muitos fatores contribuíram para esse influxo de cristãos e para esse fenômeno de rápido crescimento. O ministério de Jesus semeou a semente do evangelho e preparou as multidões para aceitar a pregação dos discípulos. Após a ascensão de Cristo, o Espírito Santo desceu no dia de Pentecostes sobre os discípulos em oração. Um dos fatores que contribuíram para o crescimento da igreja do Novo Testamento foi sua estrutura organizacional de pequenos grupos.

6. Leia Atos 18:1-5; 20:1-4. Por que Lucas listou alguns nomes daqueles com quem Paulo trabalhou de maneira próxima?

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Em Atos é mencionado o nome de pessoas com quem Paulo trabalhou. Para ele, cada uma delas era importante. Ele as conhecia pelo nome. Elas se apoiavam mutuamente no ministério. Embora o número de pessoas mencionadas seja pequeno, isso mostra a importância de se trabalhar em colaboração com os outros, mesmo que sejam poucas pessoas.

Aquelas pessoas tinham diferentes dons. Elas vieram de distintas origens e culturas. Seu modo de ver as coisas nem sempre era o mesmo, mas cada uma delas tinha uma contribuição valiosa a dar à causa de Cristo. Sua diversidade de dons, origens e experiências contribuiu para o crescimento da igreja. Cada uma delas contribuía para a missão de Cristo a partir da riqueza de seu conhecimento pessoal de Jesus.

7. Compare Atos 16:11-15, 40 com 12:11, 12. Qual convite Lídia fez a Paulo após ser convertida? Para onde Paulo e Pedro foram depois de serem libertados da prisão? Assinale a alternativa correta:

A. (  ) Que fossem à sua casa. Os apóstolos foram para a casa de cristãos.
B. (  ) Que deixassem a sua cidade. Eles fugiram das autoridades.

Os cristãos do Novo Testamento se reuniam regularmente em casas. Os lares cristãos tornaram-se centros de influência e o coração do ministério de pequenos grupos.

Você já pensou em começar um pequeno grupo em sua casa ou em se juntar a um amigo para começar um pequeno grupo na casa dele? Se você já faz parte de um pequeno grupo, o que pode compartilhar com a classe sobre os benefícios desse ministério.


Quinta-feira, 03 de setembro
Ano Bíblico: Ez 21-23
A dinâmica dos pequenos grupos

Os pequenos grupos são instrumentos de Deus para o crescimento da igreja e o desenvolvimento espiritual por meio de relacionamentos fraternais. Inicialmente, muitos se sentem mais à vontade em um pequeno grupo do que em um culto tradicional na igreja.

8. Leia Atos 4:31; 12:12; 20:17-19, 27-32. Liste os diferentes elementos desses grupos do Novo Testamento. Em quais atividades eles estavam envolvidos?

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Os primeiros cristãos se reuniam para interceder pelos outros, orar por suas preocupações, ter comunhão acolhedora, estudar a Palavra de Deus, preparar-se para o serviço, ajudar a proteger uns aos outros contra falsos mestres e participar juntos de atividades evangelísticas.

Os pequenos grupos fazem a diferença. Os que unem seus dons no serviço, que se concentram no poder do Espírito para evangelizar, são uma arma nas mãos do Senhor.

9. De acordo com Jesus, qual é a solução para o problema da seara? Mt 9:37, 38

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Os discípulos viram poucas possibilidades para o progresso do evangelho, mas Jesus viu muitas oportunidades. Ele compartilhou as boas-novas de que “a seara, na verdade, é grande”, mas apontou o problema: “os trabalhadores são poucos”. A solução é orar “ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a Sua seara” (Mt 9:38). Os pequenos grupos são uma resposta à oração de Cristo e aumentam exponencialmente o número de trabalhadores em Sua seara.

O foco de todo pequeno grupo eficaz é o testemunho e o serviço. O ministério de pequenos grupos logo desaparecerá se seu foco for interno e não externo. Se o pequeno grupo se tornar egoísta e pouco mais que uma reunião de discussão, falhará em seu propósito e perderá a razão vital de sua existência. Os pequenos grupos existem para levar as pessoas a Jesus, nutrir sua fé Nele e habilitá-las a testemunhar de Cristo.

Talvez Deus esteja chamando você para iniciar um pequeno grupo em sua casa. Por que não começar a orar sobre isso? Tenha uma experiência espiritualmente gratificante.



Sexta-feira, 04 de setembro
Ano Bíblico: Ez 24-26
Estudo adicional

Há muitos anos, uma pequena igreja europeia definiu que precisava fazer algo significativo para o Senhor, pois estava estagnada e ninguém era batizado havia muito tempo. O pastor e a comissão da igreja oraram e consideraram cuidadosamente o que poderiam fazer.

Ao estudar o Novo Testamento, eles decidiram estabelecer um ministério de pequenos grupos. Nove membros da congregação entenderam a ideia e se comprometeram a orar juntos e estudar como estabelecer esse trabalho de maneira eficaz. Decidiram fazer de seus lares centros evangelísticos. Aprenderam a exercitar seus dons de várias maneiras. Lançaram ministérios de oração e hospitalidade, desenvolveram amizade na comunidade e alcançaram por meio de atos de bondade os familiares, amigos e ex-adventistas. Os líderes dos pequenos grupos começaram os estudos bíblicos em nove casas, com quarenta convidados presentes. Eles ficaram impressionados com o que o Espírito Santo fez. Por fim, dezessete pessoas foram batizadas. O testemunho dessa igreja que era pequena e estagnada é que os pequenos grupos fazem uma enorme diferença. Eles são um dos meios de Deus para envolver os membros da igreja na missão.

Perguntas para consideração

1. Quais são os elementos essenciais do pequeno grupo? Em quais atividades um pequeno grupo pode se envolver? Como ele pode ajudar pessoas a usar seus dons?

2. Por que é tão importante que os pequenos grupos mantenham o foco na missão, embora possam nutrir e apoiar os membros da igreja? Por que um pequeno grupo deve sempre se manter ligado à igreja local? Isso é importante?

3. Você já ouviu falar de pequenos grupos que não funcionaram e acabaram morrendo? Por que isso acontece?

4. Por que trabalhar a partir do ambiente “mais seguro” dos lares, em lugar do edifício da igreja, pode ser um modo eficaz de evangelizar o bairro ou a comunidade?

 

Respostas e atividades da semana: 1. O Pai, o Filho e o Espírito Se envolveram na criação da Terra e na formação do homem. Os três seres da Trindade Se unem no propósito único de salvar. 2. Na ressurreição de Cristo, o Espírito agiu sob ordens do Pai. Toda a Trindade estava reunida não apenas na ressurreição de Cristo, mas desde a fundação do plano da redenção. 3. B. 4. Ele os chamou para cumprir a missão de pregar e para estar com Ele, edificando sua vida espiritual. 5. B. 6. Comente com a classe. Sugestão: Lucas queria mostrar que cada pessoa era importante para a edificação da igreja. 7. A. 8. Eles estavam sempre em oração, estudando a Palavra, visitando os outros em suas casas, pregando e anunciando o evangelho. 9. A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, Jesus mandou que orássemos para que Deus enviasse mais trabalhadores para a seara.



Resumo da Lição 10
Um modo emocionante de se envolver

Texto-chave: Gn 1:1-3
Foco de Estudo: 1Co 12:12-25; At 2:41-47; 6:3-7; 12:5, 12-18; 16:9, 10; 16:14, 15

ESBOÇO

Em algumas partes do mundo, pequenos grupos formam a base do cultivo e da ação evangelística da igreja, em outras, existem poucos pequenos grupos nas congregações locais, ou nenhum. Nas Escrituras, são descritos diversos tipos de grupos que podem ter semelhanças com os pequenos grupos modernos e que podem servir de inspiração para eles. No livro de Êxodo, pequenos grupos, sob líderes em diversos níveis, são descritos como parte do plano organizacional de Moisés para Israel. O trabalho por meio de pequenos grupos de pessoas na obra de Deus são um foco importante do testemunho no Novo Testamento, tanto no ministério de Jesus quanto na igreja do primeiro século.

Pequenos grupos cumprem múltiplas funções na Bíblia, e nem todos são organizados da mesma forma. Há diferentes tipos de grupos: alguns são principalmente grupos de instrução nos quais se enfatiza a oração e o estudo da Bíblia; outros são mais concentrados no testemunho e na divulgação, e outros ainda contribuem para a comunhão cristã e a solução de problemas. A característica mais comum nas Escrituras é que pequenos grupos misturam oração, estudo da Bíblia, comunhão e testemunho. Para serem bem-
sucedidos e sustentáveis, eles devem ter todos esses quatro elementos.

Os grupos que não conseguem ter um foco na missão geralmente não sobrevivem por muito tempo. Pequenos grupos com foco apenas na missão e pouca ou nenhuma oração, sem estudo da Bíblia e sem comunhão, com frequência “esgotam” seus membros em atividades incessantes. Na lição desta semana, examinaremos brevemente os pequenos grupos do Antigo Testamento, mas passaremos a maior parte do tempo examinando com atenção o ministério do pequeno grupo de Jesus, bem como os pequenos grupos dinâmicos e multifacetados no livro de Atos.

COMENTÁRIO

O primeiro verso da Bíblia: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1:1) usa a palavra plural para Deus. É o substantivo hebraico Elohim. Ao longo da história cristã, os estudiosos têm visto nesse verso o conceito de Deus Pai, Filho e Espírito Santo.

Esse conceito é ainda mais claro em Gênesis 1:26. “Também disse Deus: Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança.” Aqui, o nome plural de Deus (Elohim) é combinado com o pronome plural “Nossa” para indicar mais uma vez a pluralidade da 

Divindade. Gênesis 1, combinado com a revelação adicional das Escrituras, oferece evidências sólidas de que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, como três seres eternos separados, coexistiram em um sistema de liderança compartilhada e integrada para o ministério, numa unidade indivisível, e trabalharam juntos em vários papéis para criar este mundo e o Universo (Gn 1:1, 2; Ef 3:9; Hb 1:1-3; Cl 1:13-17).

A Bíblia ensina que Deus não existia sozinho. O Pai, o Filho e o Espírito Santo existem juntos desde a eternidade, em íntima comunhão e abundante amor entre as pessoas da Trindade. O amor refletido no relacionamento dos membros da Divindade e Sua cooperação na criação e redenção são um exemplo para todos os pequenos grupos de hoje.

Vemos essa verdade exemplificada no Novo Testamento, em especial no ministério de Jesus e de Seus discípulos. Lucas 6:13 registra Jesus selecionando os doze discípulos dentre Seus muitos seguidores. Antes dessa escolha, Ele “passou a noite orando a Deus” (Lc 6:12). Quando o Espírito Santo O impressionou, Cristo escolheu doze discípulos para fazer parte de Seu círculo íntimo. Dentro desse pequeno grupo, Pedro, Tiago e João tiveram contato mais próximo com o Mestre. Jesus orava com Seus discípulos e por eles. O Senhor compartilhava com eles a Palavra de Deus, costumavam comer juntos, desenvolviam laços duradouros de comunhão, compartilhavam da vida juntos e participavam da missão de Cristo.

Embora fossem homens de origens, personalidades, temperamentos e entendimentos diferentes, Jesus foi capaz de reuni-los após a ressurreição com o objetivo de alcançar o mundo para Deus. Juntos eram mais fortes do que se estivessem separados. Na unidade há força e, na divisão, há fraqueza. Quando os membros da igreja são organizados em pequenos grupos, unidos na missão, em que cada membro entende seu papel no corpo de Cristo, a igreja revela um poderoso testemunho para o mundo.

Consideremos alguns exemplos de ministério em pequenos grupos no livro de Atos. O capítulo 2 registra que três mil pessoas foram batizadas no dia de Pentecostes. Como esses primeiros cristãos foram nutridos após a conversão? O que manteve forte a igreja cristã? O texto declara: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações” (At 2:42). Essa passagem é extremamente instrutiva.
Os novos conversos foram nutridos em pequenos grupos por meio da oração, comunhão social e renovação de sua fé por meio do estudo da Bíblia. A vida deles foi preenchida com “alegria” e “louvor”. A comunidade ao seu redor se emocionava com o testemunho de suas palavras e de sua vida. Esse testemunho foi tão poderoso que “acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos” (At 2:47). Uma igreja unida, organizada para o serviço, é uma testemunha poderosa na comunidade.

Em 1 Coríntios 12, Paulo usou a imagem do corpo de Cristo para descrever a estrutura orgânica e a unidade da igreja na missão. Cada membro tem uma contribuição valiosa para o corpo. Ao pensarmos no corpo, reconhecemos que os diferentes membros, ou partes do corpo, são organizados em sistemas. Os membros não funcionam de forma independente. O corpo humano é composto de 11 sistemas vitais para seu bom funcionamento. Alguns exemplos são o sistema digestório, o sistema circulatório, o sistema nervoso e o sistema respiratório.

Imagine o sistema respiratório como um pequeno grupo com diferentes membros fornecendo oxigênio para as células, incluindo nariz, boca, laringe, traqueia e brônquios. O sistema respiratório traz vida por meio de suas passagens aéreas para todo o corpo. Consegue entender por que o Espírito Santo impressionou o apóstolo Paulo a usar o corpo como uma ilustração da igreja?

Ele declarou: “Ora, vós sois corpo de Cristo; e, individualmente, membros desse corpo” (1Co 12:27). Os membros, organizados em pequenos grupos, cada um contribuindo com seus dons individuais para o todo, criam um ambiente saudável para o crescimento espiritual e para que a igreja cresça numericamente. Quando se pensa no corpo humano, todo membro tem uma função, não há espectadores ociosos, cada membro tem um papel a desempenhar. 1 Coríntios 12:20-22 deixa esse ponto bem claro: “O certo é que há muitos membros, mas um só corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do corpo que parecem ser mais fracos são necessários”.

Todo membro da igreja é de vital importância. Cada um foi habilitado para uma função dentro do corpo. Pequenos grupos se tornam o veículo que Deus usa para focalizar o testemunho de cada membro para o bem de todo o corpo. Esses grupos inter-relacionados, com funções e responsabilidades variadas, são o fundamento de uma igreja saudável. O envolvimento em um pequeno grupo promove o compromisso, a responsabilidade e a prestação de contas dos cristãos. O cristianismo não é um ato solitário. Somos cristãos em uma família espiritual, contribuindo e usando nossos dons na comunidade e para a sociedade ao redor.

A seguir estão alguns exemplos práticos do livro de Atos. No capítulo 6, surge um problema dentro da igreja em relação à alimentação das viúvas pobres. Houve “murmuração” porque as viúvas gregas estavam sendo negligenciadas na distribuição diária de alimentos. Essa questão poderia ter se tornado tão controversa a ponto de destruir a igreja. Como o problema foi resolvido? Um pequeno grupo de diáconos foi estabelecido para promover o bem do corpo e encontrar uma solução. Como resultado dos dons unificados desses homens piedosos, o problema foi resolvido. Aqui está outro exemplo da eficácia de pequenos grupos no livro de Atos. No capítulo 12, Pedro foi preso por Herodes. Parecia que a desgraça de Pedro estava selada. A igreja se reuniu em um pequeno grupo de oração em um lar, e seus membros buscaram sinceramente a Deus. De maneira miraculosa, Pedro foi liberto. Pequenos grupos de crentes comprometidos, orando, fazem uma diferença eterna.

Em Atos 16, o apóstolo Paulo organizou uma equipe missionária médico-evangelística, incluindo o jovem protegido de Lucas e Paulo, Timóteo, para evangelizar a Grécia. As igrejas estabelecidas em Filipos, Tessalônica e Corinto testemunharam a eficácia de seu trabalho. Aqui estão três tipos de pequenos grupos: o grupo de Atos 6, que trabalhou principalmente dentro da igreja, o grupo de oração de Atos 12 e o grupo evangelístico de Atos 16.

Quanto à organização de pequenos grupos, deve-se cuidar para não pensar que todo grupo deve ser o mesmo. No Novo Testamento, havia grupos diferentes, atendendo diversas necessidades, realizando variados ministérios para o bem do todo.

Cada grupo estava envolvido em oração, comunhão, estudo da Palavra e serviço. Mas as formas, estrutura e ministério deles variavam, com base nos dons dos membros. Alguns grupos eram predominantemente de assistência e ministravam dentro do corpo de Cristo, enquanto outros eram em grande parte grupos de missão, que se concentravam em conquistar pessoas para o Senhor.

Aplicação para a vida

Além da possibilidade de testemunhar para Cristo, os pequenos grupos oferecem a oportunidade para que os dons combinados de cada membro sejam usados em sua capacidade máxima. Nem todos são chamados a fazer a mesma coisa, mas todos são convidados a usar os dons concedidos pelo Senhor. Pequenos grupos são uma forma empolgante de se envolver na vida da igreja. Aqui estão alguns dos vários tipos de pequenos grupos para compartilhar com sua classe:

1. Unidades de Ação da Escola Sabatina: classes da Escola Sabatina de adultos se reúnem para orar juntos, ter comunhão, compartilhar uma refeição, estudar a Palavra e planejar atividades evangelísticas. Em algumas partes do mundo, essas unidades de ação da Escola Sabatina são a própria base para o crescimento da igreja.

2. Grupos de ministério: pequenos grupos de 6 a 12 membros da igreja com dons e interesses semelhantes se unem para realizar uma tarefa específica do serviço cristão. Um exemplo pode ser o alcance do ministério da saúde por meio de escolas de culinária, seminários sobre gerenciamento de estresse, seminários sobre estilo de vida, etc. Outros exemplos podem ser o ministério da vida familiar, ministério da juventude, ministério de estudo da Bíblia e ministério da literatura, em que o Espírito Santo conduz membros com interesses semelhantes a formar pequenos grupos nos quais os dons são usados para para alcançar a comunidade.

3. Grupos de cultivo: São pequenos grupos de 6 a 12 membros cujo objetivo principal é cuidar da fé dos membros da igreja e fortalecê-los espiritualmente. Esses grupos geralmente se reúnem nos lares por um período de três a seis meses para compartilhar as alegrias e tristezas, lutas e triunfos dos irmãos enquanto oram, compartilham, estudam a Palavra e se socializam.

A seguir estão três possibilidades práticas para você se envolver mais ativamente na obra de Cristo:

A. Você já pensou em iniciar um pequeno grupo de cultivo em sua casa?
B. Existe algum grupo do qual o Espírito Santo está impressionando você a se tornar membro?
C. Você pensou em tornar sua classe de Escola Sabatina uma unidade de ação que se reúne uma vez por mês para orar, ter comunhão, estudar a Palavra e planejar uma atividade missionária?

Na igreja cristã do Novo Testamento não havia espectadores. Então, vamos nos envolver. Cresceremos em Cristo, e outros serão abençoados, ao usarmos nossos dons para o serviço no contexto de um pequeno grupo.


A garotinha e os sonhos

Maria mora em Guiné e, desde os dois anos, acompanhava a mãe visitando feiticeiros para conseguir prosperidade na empresa da família. As visitas faziam parte da rotina e, aparentemente, funcionavam. A mãe dela se tornou empresária de sucesso com muitas lojas por toda a África Ocidental. Maria também enriqueceu. Ela possuía uma casa em um condomínio fechado, dois carros e uma loja de roupas e bolsas na capital de Guiné, Conacri.

Entretanto, em 2013, o feiticeiro a pegou de surpresa, ao visitá-la para lançar sua benção. “Se você deseja ser rica, deve oferecer um sacrifício humano”, disse. “O sacrifício deve ser um albino.” Maria já levara vacas para os sacrifícios, mas nunca havia pedido um ser humano. O pensamento sobre um sacrifício humano a perturbou profundamente e pesou muito na mente quando adormeceu. Durante o sono, ela sonhou que duas crianças conversavam com ela, porém ela não entendia o que falavam.

Na noite seguinte, ela viu as mesmas crianças, mas desta vez conseguiu entender. “A solução é não visitar o feiticeiro”, uma das crianças falou. Na noite seguinte, Maria sonhou novamente. Dessa vez ela ouviu uma voz, enquanto caminhava pelas ruas. A voz dizia: “A solução é nosso Pai e nosso Salvador Jesus Cristo.”

Ela ficou intrigada porque não era cristã; pertencia a outra grande religião mundial. “Como Jesus pode ser a solução?”, perguntou a ela mesma, depois contou a mãe sobre as três noites de sonho. “Por que precisamos fazer um sacrifício humano?”, ela questionou. A mãe não gostou dos sonhos e sugeriu que Maria comprasse uma vaca para fazer um sacrifício. Ela obedeceu. Enquanto o feiticeiro preparava para abater a vaca assegurou que os sonhos cessariam.

Mas, naquela noite, Maria teve outro sonho. No final de semana, Maria estava exausta com os sonhos noturnos e decidiu ir às compras. No sábado de manhã, pegou seu carro, parou e esperou o portão se abrir. Enquanto esperava, uma garotinha entrou no condomínio, aproximou-se do carro e perguntou: “Você quer ir à igreja?” Maria ficou surpresa. “Não sou cristã”, respondeu. “Por que você está me pedindo para ir à igreja? Quem está procurando?” “Quero ir à igreja”, disse a garota.

Maria observou cuidadosamente a garota. Ela se perguntou se a menina estava perdida e procurava os pais. Ela não conhecia nenhuma igreja nas redondezas. A garota, como se lesse os pensamentos, disse: “Eu sei o caminho.” Maria decidiu ajudar a garota a encontrar a igreja e saiu do carro. Após uma curta caminhada, as duas chegaram à sede da igreja adventista em Guiné. Um grupo de pessoas estava próximo à igreja dentro do condomínio. Uma delas, uma senhora, perguntou se poderia ajudá-las.

“Esta menininha pediu para vir aqui”, Maria disse, apontando para a menina. Mas a garota não estava em seu campo de visão. Maria olhou para o portão e depois para o condomínio. Nenhuma garota. Observou o olhar confuso da gentil mulher e, de repente, quis falar sobre os sonhos.

“Posso fazer uma pergunta?”, disse.

“Claro!”, a mulher respondeu.

“Eu tive muito sonhos, Maria falou. “Sacrifiquei uma vaca mas os sonhos não pararam. Não sei o que fazer.”

“Espere”, a mulher disse. “Meu esposo é pastor. Eu vou pedir para ele ajudar você.” E foi assim que Maria, uma jovem não-cristã em um país onde as pessoas são hostis ao cristianismo, aprendeu sobre Jesus. Atualmente, ela é cristã e ama Jesus com todo seu coração. “Minha conversão ao cristianismo é um milagre”, diz. “Ninguém se aproximou com uma Bíblia e não li nenhum livro religioso. Foi o chamado de Deus.” Maria nunca mais viu a garotinha novamente. Ela está convencida que aquela garota é um anjo.

Na próxima semana conheceremos mais sobre a história de Maria. A Igreja Adventista enfrenta grandes desafios para espalhar o evangelho em Guiné, onde somente 7% da população professa a religião cristã e muitos são hostis ao cristianismo. Parte das ofertas ajudará na construção da Kobaya Academy, uma escola do Ensino Médio em Conacri, Guiné, onde o amor de Jesus será demonstrado a muitas crianças de lares não-cristãos.

Dicas da história

  • O Informativo Mundial não identificou Maria por seu nome verdadeiro, a fim de proteger sua identidade. Ela está retratada na foto.
  • Leia mais sobre Maria na próxima semana.
  • Faça o download das fotos no Facebook (bit.ly/fb-mq) ou banco de dados ADAMS (bit.ly/maria-in-guinea).
  • Faça o download das fotos dor projetos do trimestre: bit.ly/WAD-2020.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2020
Tema Geral: Como interpretar as Escrituras
Lição 10 – 29 de agosto a 4 de setembro de 2020

Um modo emocionante de se envolver

Autor: César Luís Pagani
Editor: André Oliveira Santos
Revisor (a): Josiéli Nóbrega

Somos seres gregários, isto é, sociáveis, pois vivemos em grupos. Sem dúvida, há uma sociedade angélica nos palácios celestiais formada por querubins cobridores, serafins e anjos de outras categorias, uma sociedade de seres poderosos e servidores do Deus vivo.

A própria Divindade trabalha sempre em grupo de três Pessoas distintas entre Si, mas perfeitas e infinitamente equipadas com todos os atributos de Sua condição. O termo hebraico Elohim não foi usado arbitrariamente por Moisés no relato de criação. “No princípio criou Elohim os céus e a Terra. [...]” Deus, o Pai, criou, mas também Deus o Filho, pois todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez. O Espírito também criou, pois Ele pairava sobre a superfície das escuras águas para alguma ação. Ele não estava lá como um assistente privilegiado. Leia Jó 33:4: “O Espírito de Deus Me fez, e o sopro do Todo-Poderoso me dá vida”. A ação criadora divina foi grupal.

No contexto da criação, o Senhor deixa claro o conceito de que o ser humano não deve estar em solidão. Isto é, não era bom que ele vivesse só. Mas, cremos, o Criador não estava Se referindo limitadamente ao primeiro casal. Eles deveriam ter filhos e formar o grupo da família, que, por sua vez, formariam outros grupos e sociedades, enchendo a Terra até atingir o número de habitantes que formariam a sociedade mundial.

Quando Deus resolveu criar um povo para Lhe representar o nome na Terra, escolheu um homem, Abraão, sua esposa Sara, e sua família, que se desdobrou em Isaque, Jacó e seus doze filhos, que deram origem às tribos. A partir de então haveria um povo que O representasse.

O grupo missionário de Cristo. Jesus Cristo formou um grupo de doze homens para constituir Sua igreja. Quando designou mais 70 discípulos, enviou-os de dois em dois – o pequeno grupo de Jesus.

Motivação. Somos seres motivacionais, impelidos por incentivos para realizar ações. Que motivações temos para servir, para desenvolver um modo emocionante de envolvimento na obra de Cristo?

  1. O amor de Cristo nos constrange, impele, impulsiona e lança adiante.
  2. O amor pelas pessoas que perecem. Fomos chamados das trevas para a maravilhosa luz de Jesus. Há milhões e milhões que também estão na lista de Deus para a salvação e dependem de nosso trabalho missional.
  3. A obediência ao “ide”, ao dever e privilégio de participar da Grande Comissão de Cristo.

Modelo bíblico e apostólico: Um corpo organizado para servir. Um Deus, um povo, um Cristo, um Espírito, uma missão universal. Como exército bem organizado sob o comando de Jesus, a igreja foi constituída para sair ao campo de batalha a fim de conquistar futuros habitantes para o mundo superior. Possui capitães de mil e capitães de cem e líderes menores que estão em postos de comando, perfeitamente capacitados para gerenciar grupos de combatentes aguerridos.

Pequenos grupos. Esses combatentes foram vocacionados por Deus, em Sua infinita sabedoria, para compor pequenos grupos, células organizadas para, primeiramente, obter poder para se envolver de corpo e alma na missão. Seus dons são ali desenvolvidos e dons espirituais são acrescidos. Em segundo lugar, depois do recebimento do Espírito, devem sair e abalar o mundo. Assim foi feito com o pequeno grupo de discípulos por ocasião do Pentecostes. Seus núcleos formadores foram centros de alto treinamento cristão com vistas à propagação da mensagem angélica.

Não é sem razão que Ellen White chama os pequenos grupos de “base de esforço cristão”.

Ora, nos tempos da igreja primitiva, além de frequentar o templo de Jerusalém e as sinagogas locais, a irmandade se reunia em pequenas confrarias (associações para fins religiosos) para alimentar sua fé, o amor cristão, estudar os escritos sagrados e preparar-se para o esforço evangelístico. Atos 2:46 parece sugerir isso. As reuniões ditas de ágape não eram simplesmente para refeições fraternas. Das casas de reunião de pequenos grupos saíam para ensinar de casa em casa (At 5:42).

Em sua tese doutoral, o Pr. José Umberto Moura afirma: “O panorama apresentado nesta pesquisa revelou que os grupos pequenos podem ser percebidos como um fio dourado, vindo desde o Éden, projetando-se através da história; mergulhando no subterrâneo da Idade Média para ressurgirem vigorosos no período moderno, consolidando-se no movimento liderado por John Wesley no século 18, cuja influência se faz sentir nos modelos praticados pelas igrejas do presente” (Moura, José Umberto, “Pequenos Grupos: Uma fundamentação bíblica, teológica, desde uma perspectiva da Igreja Adventista do Sétimo Dia no Brasil, 2009, p. 2).

Quanto à sua dinâmica, estrutura organizacional e sistema operacional, são diferentes dos “pequenos grupos” ou classes de Escola Sabatina, contendo um DNA de crescimento dinâmico que se projeta não só na igreja, como também na reprodução de corpos iguais, isto é, outros pequenos grupos.

A comunhão fraternal nos pequenos grupos é mais intensa do que nas classes de Escola Sabatina. O senso de companheirismo é maior, a integração participativa mais intensa. O estudo das Escrituras, a oração, a leitura do Espírito de Profecia, os cânticos, compõem um sistema alimentador e envolvente.

Outro ponto a considerar é a frequência das reuniões. Necessariamente, não tem que ser só uma vez por semana. Podem ocorrer mais vezes, de acordo com a disposição e conveniências dos participantes. O importante é consolidar o espírito de grupo ativo e estimulado à missão. Não se pode aceitar um pequeno grupo que não tenha intenções de compartilhamento da verdade. O PG é posto de abastecimento onde o combustível é ricamente distribuído.

Assim como ocorreu na primeira reunião de grupo da igreja após a ascensão de Cristo, todos precisam estar reunidos no mesmo lugar (At 2:1) para receber o Espírito. O esquema de PG registrado no início do livro de Atos é modelar. Coisas que deram certo continuarão dando certo até o fim.

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: César Luís Pagani é jornalista, escritor e tradutor de inglês, francês, italiano e espanhol. Casado há 51 anos com Neusa Albamonte Pagani, é pai de três rapazes, César Augusto, Marcel e André, e avô de duas lindas netinhas: Bellinha e Bia. Trabalhou na Casa Publicadora Brasileira por 11 anos, primeiramente como designer gráfico no Departamento de Artes e depois como editor-associado das revistas Vida e Saúde, Nosso Amiguinho e do caderno de Notícias da Revista Adventista. Traduziu vários livros do Espírito de Profecia. Também trabalhou como tradutor para a revista Diálogo Universitário. Hoje é membro ativo na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central Paulistana, onde atua como professor da Escola Sabatina e cantor do Coro Masculino Edificanto.