Lição 13
19 a 25 de setembro
Um passo de fé
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Joel
Verso para memorizar: “Tenham entre vocês o mesmo modo de pensar de Cristo Jesus, que, mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo. Pelo contrário, Ele Se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-Se semelhante aos seres humanos” (Fp 2:5-7, NAA).
Leituras da semana: Fp 2:5-11; Mt 4:18-20; At 9:3-6, 10-20; Jo 21:15-19; 1Jo 3:16-18

Abandonar as glórias do Céu, a adoração dos anjos e a comunhão do Pai foi um sacrifício inimaginável. No entanto, Jesus veio a este mundo de sofrimento e morte para revelar o caráter de amor do Pai, reconquistar o afeto do ser humano e resgatar toda a humanidade. “O preço de nossa redenção jamais poderá ser avaliado enquanto os remidos não estiverem com o Redentor diante o trono de Deus. Quando estivermos deslumbrados com as glórias do lar eterno, então nos lembraremos de que Jesus abandonou tudo isso por nós, que Ele não apenas Se tornou um exilado das cortes celestiais, mas também enfrentou por nós o risco da derrota e eterna perdição. Nesse momento, lançaremos nossas coroas aos Seus pés, entoando o cântico: ‘Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor’” (Ap 5:12; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 131).

O sacrifício que Jesus fez pela nossa salvação foi incalculável. Obedecer à Sua orientação, aceitar Seu comando e nos unirmos a Ele para alcançar pessoas perdidas exigem sacrifício. Embora nosso sacrifício não se compare ao Dele, ganhar pessoas também é um salto de fé. Saímos da zona de conforto e seguimos para o desconhecido. O Senhor nos chama a fazer sacrifícios, mas as alegrias que Ele oferece são muito maiores.



Domingo, 20 de setembro
Ano Bíblico: Am 1-4
O amor abnegado de Jesus

Paulo nos encorajou a ter o “modo de pensar de Cristo Jesus” (Fp 2:5). Isso nos leva a estas perguntas: Como era a mente de Cristo? O que governava Seus padrões de pensamento? Qual era a essência de Seu pensamento?

1. Leia Filipenses 2:5-11. Como esses versos revelam a essência do pensamento de Cristo e o padrão que governava a Sua vida?

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Desde a eternidade, Jesus era igual a Deus. Paulo escreveu: “Cristo ­Jesus [...] mesmo existindo na forma de Deus, não considerou o ser igual a Deus algo que deveria ser retido a qualquer custo” (Fp 2:6, NAA). A palavra grega traduzida como “forma” é morph?, que significa a essência de algo. Une duas coisas de igual valor. O Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia coloca desta maneira: “Esta situação coloca Cristo em igualdade com o Pai e muito acima de qualquer outro poder. A ênfase de Paulo tem o objetivo de retratar vividamente a profundidade da humilhação voluntária de Cristo” (v. 7, p. 140). Falando de Sua natureza eterna, Ellen G. White acrescentou: “Em Cristo, há vida original, não emprestada, não derivada” (O Desejado de Todas as Nações, p. 530).

Jesus, que era igual a Deus desde a eternidade, “aniquilou-Se” (Fp 2:7, ARC). Essa também é uma expressão grega extraordinária. Ela pode ser literalmente traduzida como “Se esvaziou” (ARA). Jesus voluntariamente “Se esvaziou” de Seus privilégios e prerrogativas como alguém igual a Deus a fim de assumir a forma humana e Se tornar um humilde servo da humanidade. Como servo, Ele revelou a lei celestial do amor para o Universo e, por fim, realizou o supremo ato de amor na cruz, dando a vida para nos salvar.

A essência do pensamento de Jesus era o amor abnegado. Segui-Lo significa amar como Ele amou, servir como Ele serviu e ministrar como Ele ministrou. Permitir que Cristo, por meio de Seu Espírito Santo, esvazie-nos de ambições egoístas, nos custará algo. Custou tudo a Jesus. Mas as Escrituras declaram acerca de Cristo: “Por isso também Deus O exaltou sobremaneira e Lhe deu o nome que está acima de todo nome” (Fp 2:9).

O Céu valerá qualquer sacrifício que fizermos aqui. Haverá sacrifícios ao longo do caminho, mas as alegrias do serviço os superarão, e a eterna alegria de viver com Cristo na eternidade fará com que qualquer sacrifício pareça insignificante.

Quando foi a última vez que você realmente teve que morrer para si mesmo por causa de Cristo? O que sua resposta revela sobre sua caminhada cristã?


Segunda-feira, 21 de setembro
Ano Bíblico: Am 5-9
O chamado ao compromisso

Imagine que você é Pedro ou João. O Sol acaba de nascer na Galiléia, afugentando o frio da noite. Você só pensa em uma coisa: pescar muitos peixes! A pesca tem sido boa, e você está ansioso por outro dia de ótima pescaria. Então, você vê Se aproximando o próprio Jesus de Nazaré. Mal sabe que, em instantes, sua vida mudará e você nunca mais será o mesmo!

2. Leia Mateus 4:18-20. Por que Pedro e João estavam dispostos a assumir um compromisso tão radical de seguir a Cristo? O que indica que Jesus os estava chamando para um propósito maior do que apenas pescar peixes?

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No evangelho de João, vemos que esses homens já tinham conhecido algo sobre Jesus durante mais de um ano, mas ainda não haviam se comprometido com Ele. Contudo, a conduta divina de Cristo, ou algo em Sua aparência, palavras e ações indicaram àqueles pescadores que Ele estava fazendo-lhes um chamado divino. Eles deixaram seus barcos, ocupação e ambiente familiar para seguir a Jesus porque sentiram o chamado para um propósito mais elevado. Aqueles pescadores comuns reconheceram que tinham sido chamados para uma missão extraordinária. Pode ser que Deus não o esteja convidando para deixar sua profissão, mas Ele está chamando você para um propósito maravilhoso, isto é, compartilhar Seu amor e testemunhar de Sua verdade para glória de Seu nome.

3. Considere o chamado de Mateus, cobrador de impostos, em Mateus 9:9. Por que essa passagem é digna de nota?

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Os cobradores de impostos no mundo romano, muitas vezes, extorquiam e oprimiam as pessoas. Eles eram odiados e desprezados em Israel. O convite de Cristo, “Segue-Me”, indica que Mateus tinha ouvido falar de Jesus e desejava segui-Lo. Quando o convite chegou, ele estava pronto. Mateus ficou surpreso que Cristo o tivesse chamado para ser um discípulo.

No fundo do coração, desejamos algo mais na vida. Queremos viver por algo que valha a pena, um propósito superior e mais nobre. Por isso, Cristo nos chama a segui-Lo.



Terça-feira, 22 de setembro
Ano Bíblico: Obadias e Jonas
Paulo: o instrumento escolhido por Deus

Quando Paulo aceitou a Cristo, sua vida mudou radicalmente. Cristo lhe deu um novo futuro, o tirou da sua zona de conforto e o levou a experiências que ele jamais tinha imaginado. Mediante o Espírito Santo, o apóstolo proclamou a Palavra de Deus para milhares no mundo mediterrâneo. Seu testemunho mudou a história do cristianismo e do mundo.

4. Leia Atos 9:3-6, 10-20. O que esses versos revelam sobre o propósito de Jesus para a vida de Paulo? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Jesus lhe apareceu no caminho para Damasco e o conduziu para a missão.
B.(  ) Cristo ordenou que Paulo matasse os perseguidores de cristãos.

Jesus escolhe candidatos improváveis para testemunhar de Seu nome. Pense nos endemoninhados, a mulher samaritana, a prostituta, o coletor de impostos, os pescadores e, agora, o feroz perseguidor. Eles foram transformados e depois enviados com alegria para contar a história do que Cristo tinha feito em sua vida. Eles nunca se cansavam de contar a história. O que Cristo havia feito era tão maravilhoso que eles tinham que compartilhar. Não podiam ficar calados.

5. Compare Atos 28:28-31 e 2 Timóteo 4:5-8. Quais são os indícios de que Paulo nunca hesitou em dar a vida a Cristo no ministério de ganhar pessoas?

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Enquanto estava em prisão domiciliar em Roma, Paulo afirmou que a “salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão!” (At 28:28). Ele recebia todos os que o visitavam e pregava a Palavra a eles (At 28:30, 31). Ao fim de sua vida, pediu a Timóteo que fizesse a obra de um evangelista, e disse de si mesmo: “Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4:7).

Ainda que nosso chamado não seja dramático como o de Paulo, Deus está nos convocando para participar de Sua obra de mudar o mundo. Apesar das dificuldades que enfrentou (2Co 11:25-30), Paulo permaneceu fiel ao seu chamado no Senhor. A história desse ex-perseguidor dos fiéis que se tornou o defensor mais influente e importante da fé cristã é um poderoso testemunho do que Deus faz por alguém que dedica a vida à Sua obra.

O que Deus o chamou para fazer? Você está cumprindo esse chamado?


Quarta-feira, 23 de setembro
Ano Bíblico: Mq 1-4
As exigências do amor

O amor se manifesta em ações. O amor nos instiga a fazer algo pelos perdidos. Paulo declarou: “O amor de Cristo nos constrange” (2Co 5:14). A essência do cristianismo não é abandonar coisas ruins para ser salvos. Jesus não abandonou coisas ruins no Céu para ser salvo. Ele abandonou coisas boas para que outros fossem salvos. Jesus não nos convida apenas a dedicar tempo, talentos e tesouros à Sua causa; Ele nos convida a dar a vida.

Numa reunião matinal com os discípulos às margens do mar da Galiléia, Jesus destacou de maneira brilhante as exigências do amor divino.

6. Leia João 21:15-19. Qual pergunta Jesus fez a Pedro três vezes e qual foi a resposta dele? Por que Jesus lhe fez essa pergunta específica três vezes?

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Pedro negou Seu Senhor três vezes, e Jesus obteve uma resposta de amor dos lábios de Pedro três vezes. Jesus estava reconstruindo a confiança de Pedro, mostrando que o havia perdoado e que ainda tinha uma obra para ele realizar em Sua causa.

7. O que Jesus mandou Pedro fazer? Jo 21:15-19. Assinale a alternativa correta:

A.( ) Apascentar as Suas ovelhas.
B.( ) Cuidar de sua sogra.

O amor divino é ativo, não passivo. É mais do que um sentimento caloroso, mais do que uma boa ideia. Envolve compromisso e nos instiga a agir. Leva-nos a evangelizar perdidos em desespero. Quando Jesus disse a Pedro: “Apascenta as Minhas ovelhas”, deu uma ordem e uma garantia reconfortante. Considerando a atitude vergonhosa de Pedro quando Cristo havia sido preso e que Pedro não apenas negara conhecer Jesus, mas tinha proferido maldições, cumprindo a predição de Cristo, o Mestre exigiu uma resposta ao amor e encorajou Pedro ao dizer que ainda tinha uma obra para ele fazer.

Qual é o sentido disso? Podemos ter falhado e negado Jesus Cristo por nossas ações. A boa notícia é que a graça ainda está disponível, e o Senhor ainda não terminou Sua obra em cada um de nós. Se estivermos dispostos, sempre haverá lugar para trabalhar em Sua obra.

Você já “negou” o Senhor? O que pode aprender com a negação de Pedro e as palavras de Cristo?


Quinta-feira, 24 de setembro
Ano Bíblico: Mq 5-7
O compromisso do amor

No fim da conversa entre Pedro e Jesus, dois homens caminham na praia. Enquanto as ondas batiam na areia, Jesus falou a Pedro sobre o custo do discipulado. Ele desejava que Pedro soubesse o que enfrentaria caso aceitasse o convite para “apascentar” as ovelhas.

8. Leia João 21:18, 19. O que Jesus disse a Pedro sobre o custo do discipulado? Por que Ele revelou algo tão assustador? Assinale a alternativa correta:

A.(  ) Ele precisaria se esforçar para merecer o perdão e uma nova chance.
B.(  ) Que ele seria martirizado por amor de Cristo.

Cristo predisse o martírio de Pedro. As mãos do apóstolo também seriam estendidas em uma cruz. O Senhor ofereceu a Pedro uma escolha. O apóstolo poderia experimentar a maior alegria: ver pessoas ganhas para o reino de Deus. No dia de Pentecostes, ele veria milhares de pessoas aceitando a Cristo. Ele realizaria milagres em nome de Jesus e O glorificaria diante de milhares de pessoas. Ele teria a alegria eterna da comunhão com Cristo em Sua missão.

Mas esse privilégio teria um preço. Exigiria o sacrifício supremo. Cristo convidou Pedro a assumir o compromisso de maneira bem consciente, pois o apóstolo agora sabia que nenhum sacrifício, por maior que fosse, deveria impedi-lo de se unir a Jesus em Sua missão.

9. Leia 1 João 3:16-18. Qual foi a alternativa de João ao amor apenas como uma vaga abstração? Como João definiu o sacrifício supremo do amor?

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Na eternidade, nada do que fazemos parecerá um sacrifício. O investimento de tempo e esforço será recompensado. Que alegria é transformar o amor em ação! Quando respondemos ao amor divino, dando tudo de nós no serviço a fim de testemunhar como embaixadores de Cristo, cumprimos o propósito da nossa vida e experimentamos a maior alegria. Jesus disse: “Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes” (Jo 13:17). A maior e mais duradoura felicidade é cumprir o propósito da existência ao glorificar a Deus pela maneira como vivemos e compartilhamos Seu amor e Sua verdade.

É difícil entender a eternidade quando tudo o que conhecemos é um brevíssimo tempo. Porém, tente imaginar uma vida eterna melhor do que tudo que temos. Vale a pena perder a promessa da vida eterna por alguma coisa deste mundo transitório?


Sexta-feira, 25 de setembro
Ano Bíblico: Naum
Estudo adicional

Aqueles a cujo cargo se encontram os interesses espirituais da igreja devem formular planos e encontrar meios pelos quais se dê a todos os seus membros alguma oportunidade de fazer uma parte na obra de Deus. Nem sempre isso foi feito em tempos passados. Não foram bem definidos nem executados os planos para empregar os talentos de cada um em serviço ativo. Poucos estão percebendo quanto se tem perdido por causa disso.

“Os dirigentes da causa de Deus, como sábios generais, devem delinear planos para fazer movimentos de avanço ao longo de toda a linha. [...] Devem dar atenção especial à obra que pode ser feita [...] em favor de seus amigos e vizinhos. A obra de Deus na Terra jamais poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja concorram ao trabalho e unam seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja.

“A salvação de pecadores requer esforço intenso e pessoal. Temos de levar-lhes a palavra de vida, não esperando que eles venham a nós. Oh, pudesse eu falar palavras capazes de despertar homens e mulheres para a ação diligente! [...] Achamo-nos no limiar do mundo eterno. Não temos tempo a perder. Cada momento [...] é excessivamente precioso para ser devotado à satisfação própria. Quem buscará a Deus sinceramente, Dele obtendo força e graça para se conduzir como Seu fiel obreiro no campo missionário?

“Em cada igreja existem talentos que, mediante o correto enfoque, serão desenvolvidos a ponto de se tornarem grande auxílio ao mundo. O que agora se necessita para a edificação de nossas igrejas é do aprazível trabalho de obreiros sábios para discernir e desenvolver talentos na igreja – talentos que possam ser preparados para o uso do Mestre” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 116, 117).

Perguntas para consideração

1. Qual é a essência da citação acima? Ela impacta seu testemunho pessoal?
2. Como o amor verdadeiro se manifesta? Quais são as falsas formas de amor?
3. O que você aprende com as histórias de martírio? Você já se sacrificou por Cristo? Valeu a pena? Como explicar isso a um não cristão?

Respostas e atividades da semana: 1. Cristo é Deus, mas Se esvaziou de Sua posição. A essência de Seu pensamento era o amor abnegado materializado no serviço. 2. Comente com a classe. Sugestão: Os dois discípulos sentiram o chamado para um propósito superior, pois Jesus lhes disse que faria deles “pescadores de homens”. 3. Porque Cristo chamou um cobrador de impostos para segui-Lo. Ele não considerou a condição dele, mas viu aquilo que Mateus podia se tornar. 4. A. 5. Paulo disse que completou a carreira. Ele pregou com intrepidez a todos. 6. “Tu Me amas”; Pedro respondeu que sim; ele havia negado Jesus três vezes e pôde declarar seu amor três vezes. 7. A. 8. B. 9. O amor como ação; Cristo deu a vida por nós e devemos dar a vida pelos semelhantes.



Resumo da Lição 13
Um passo de fé

Texto-Chave: Fp 2:5-11
Foco de Estudo: Mt 4:18-22; 2Co 5:10-12; Jo 21:15-19

ESBOÇO

A fé genuína sempre leva à ação. A fé bíblica é tão poderosa que opera na vida de quem a possui. A igreja do Novo Testamento era apaixonada pelo testemunho. Compartilhar Cristo foi o resultado natural do relacionamento deles com o Mestre. Estavam preparados para fazer o supremo sacrifício por Sua causa. Muitos sofreram perseguição, prisão e até morte. Nenhum sacrifício era grande demais pelo Jesus que tinha dado tanto por eles.

Muitas vezes, seu compromisso com Cristo os levou a dar um salto de fé. Cristo os chamou para sair da zona de conforto. A tarefa diante deles estava muito além de sua capacidade de realização. Era grande demais para eles, mas não grande demais para Deus. Compreenderam as promessas divinas e, com fé, saíram para transformar o mundo.

A tarefa diante da igreja hoje está muito além da nossa capacidade de realização. Cristo está nos chamando a dar um salto de fé. Na lição desta semana, revisaremos o compromisso transformador da igreja do Novo Testamento à luz do compromisso de Cristo de nos redimir. Jesus foi completamente submisso à vontade do Pai. O foco constante de Sua vida era a salvação da humanidade. Nenhum sacrifício era grande demais para atingir esse objetivo. Nosso estudo nesta semana examina como Seu sacrifício é um exemplo para nós. Ele nos convida a dar um salto de fé ao entregarmos a vida em serviço a Ele e em ministério a outros.

COMENTÁRIO

Filipenses 2:5-11 é uma das passagens mais magníficas de toda a Bíblia sobre a condescendência de Cristo. Alguns autores chamam essa passagem de “A Canção de Cristo”. Todo o livro de Filipenses se concentra em três temas principais: regozijo, humildade e fé. O capítulo 2 destaca o tema da humildade. Jesus deixou a magnífica glória de Sua condição exaltada no Céu, despojou-Se dos privilégios e prerrogativas de Um Ser igual a Deus, entrou no reino da humanidade como Servo e morreu a mais humilhante das mortes na cruz. O apóstolo Paulo usa esse exemplo de Jesus como modelo para a vida cristã. A vida sacrifical de Cristo de ministério altruísta é o modelo para toda a fé cristã. Ele deixou os reinos celestiais e veio à Terra como “o infatigável Servo das necessidades do homem [...] a fim de ministrar a todas as necessidades humanas” (Ellen G. White, Ciência do Bom Viver, p. 17).

Comentando essa passagem na introdução do livro de Filipenses, a Bíblia de Estudo Andrews declara: “Os cristãos abrem mão da reivindicação de igualdade e servem uns aos outros em amor e humildade, para impedir que se inflame o espírito de competição. Por meio desse ato de rebaixamento próprio, os cristãos também se distinguem das pessoas do mundo que buscam os próprios interesses e entram em disputas de poder” (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2015, p. 1543). Uma análise cuidadosa de Filipenses 2:5-11 revela gemas da verdade para nossa vida no presente. A passagem começa com as memoráveis palavras: “Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). No início do capítulo, o apóstolo apresentou a necessidade de unidade e humildade altruísta. Em seguida, ele se concentrou em Cristo como nosso exemplo de vida e ministério sacrifical. A mente de Cristo é a mente de serviço.

Jesus estava totalmente comprometido em ministrar às necessidades daqueles que O cercavam. Ele subsistia em forma ou na própria essência de Deus (Fp 2:6). Tinha por Sua própria natureza todas as características e qualidades eternas de Deus. De acordo com o Comentário Bíblico Adventista: “Essa situação coloca Cristo em igualdade com o Pai e muito acima de qualquer outro poder. A ênfase de Paulo tem o objetivo de retratar vividamente a profundidade da humilhação voluntária de Cristo” (v. 7, p. 154). Segundo o apóstolo Paulo, Cristo “não julgou como usurpação o ser igual a Deus”.

Em outras palavras, Ele reconhecia Sua natureza eterna e Sua unicidade com o Pai, mas por amor abriu mão voluntariamente de Sua posição ao lado do Pai para Se tornar “em semelhança de homens”. A frase de Filipenses 2:7 é traduzida literalmente como “Se esvaziou”, ou seja, Se despojou de toda a glória do reino. Todas as características e qualidades inerentes à Sua natureza eterna e unidade com Deus foram renunciadas por nossa causa. Ele não veio a um palácio real, não Se tornou filho da realeza, mas foi um Servo humilde e obediente.

A palavra grega para servo é doulos, que significa servo ou escravo. É óbvio que Paulo está contrastando duas condições: a forma de Deus e a forma de um servo. Jesus passou da posição mais alta para a posição mais baixa, por nós. Ele renunciou à Sua soberania divina por uma vida de serviço sacrifical. Ter a mente de Cristo é amar o autossacrifício em prol da salvação das pessoas. A mente de Cristo é de ministério e serviço, de misericórdia, compaixão, perdão e graça.

A morte de Cristo na cruz revela Seu amor, e o amor genuíno sempre nos leva a fazer sacrifícios por quem amamos. O amor não é um sentimento superficial, embora sentimentos estejam associados ao amor. O amor é compromisso. É uma escolha de sempre buscar o melhor para os outros. O amor nos obriga a fazer sacrifícios pelo reino de Deus. Isso nos leva a sair com fé para usar os dons que Ele nos deu para abençoar outros.

As exigências do amor

Depois de Sua crucifixão e ressurreição, Jesus encontrou um pequeno grupo de Seus discípulos nas margens do mar da Galileia. O objetivo do Senhor naquela hora da manhã era reconstruir um homem. Pedro O tinha negado três vezes. Jesus estava lá para evocar uma resposta de amor do coração de Pedro e dar-lhe um novo senso de perdão, aceitação e propósito. Depois de uma noite de pescaria em que esses pescadores experientes não haviam capturado sequer um peixe, Jesus realizou um milagre. Suas redes ficaram cheias a ponto de transbordar com uma pesca maravilhosa. Sentado ao redor da fogueira naquela manhã na Galileia, Jesus fez a Pedro esta pergunta pertinente: “'Simão, filho de João, amas-Me mais do que estes outros?’ Ele respondeu: ‘Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo’. Ele lhe disse: ‘Apascenta os Meus cordeiros’” (Jo 21:15). No idioma original do texto, há duas palavras para amor. Jesus pergunta a Pedro sobre o amor ágape. Em alguns contextos, a palavra ágape refere-se ao amor que flui do coração de Deus. Um amor como esse é de origem divina. É um puro amor altruísta.

Quando Pedro responde a Jesus, ele não usa a palavra ágape. Ele diz: “‘Sim, Senhor, Tu sabes que Te amo.’” A palavra que Pedro usa é a palavra grega phileo, que se refere a um profundo vínculo humano. Por exemplo, a palavra “Filadélfia” significa amor fraterno. A resposta de Jesus é “Apascenta os Meus cordeiros”. Em outras palavras, entregue sua vida em serviço altruísta. Vá trabalhar para Mim. Ministre a outros.

Jesus faz a mesma pergunta a Pedro em João 21:16 e usa as mesmas palavras, mas na terceira vez, em João 21:17, Jesus muda a palavra para amor. Não vemos isso na maioria dos idiomas, mas fica claro no idioma original do Novo Testamento. Jesus não pergunta mais a Pedro: “Você Me ama com o divino amor ágape?”, mas pergunta: “Você Me phileo”? Parece que Jesus está dizendo: “Pedro, Eu sei que seu amor por Mim flui pelos canais fracos de sua humanidade. Você Me negou três vezes, mas Eu lhe perdoo. Minha graça é sua. Comece onde você está. Vá trabalhar para Mim e seu amor por Mim crescerá e se expandirá para um profundo amor divino pelos outros.” Pedro falhou com Jesus em um momento muito crítico da vida de Cristo, mas isso não desqualificou Pedro para servi-Lo. Jesus enviou um Pedro perdoado e transformado a fim de trabalhar para Ele.

Como Pedro, nosso amor por Cristo crescerá em serviço aos outros. Quanto mais amamos Jesus, mais desejamos compartilhar esse amor. Quanto mais compartilharmos Seu amor, mais nosso amor por Jesus crescerá. Ellen G. White apresenta essa verdade eterna em Caminho a Cristo, p. 80: “A disposição de trabalho desinteressado pelos outros proporciona profundidade, estabilidade e amabilidade cristã ao caráter, trazendo paz e felicidade ao que o possui.” Quando damos um salto de fé e nos envolvemos de forma ativa no testemunho, crescemos espiritualmente. As maiores alegrias da vida vêm de compartilhar o amor de Deus. Ao procurar diariamente oportunidades para falar o que Cristo significa para nós, veremos oportunidades providenciais abertas diante de nós. O Espírito Santo colocará pessoas sinceras e interessadas em nosso caminho.

Aplicação para a vida

Muitas pessoas não testemunham porque não sabem o que dizer. Outros têm medo de rejeição ou constrangimento. Em sua opinião, quais são alguns dos motivos mais comuns pelos quais alguns hesitam em testemunhar? Pergunte à classe por que muitos membros da igreja não estão envolvidos ativamente em compartilhar a fé.

Chegamos ao final do trimestre. O que você tirou de significativo dessas lições? Há alguma percepção que fará uma diferença importante em sua vida? Ore pedindo que Deus impressione você a tomar decisões corajosas para cumprir a missão de testemunhar.

Existe uma declaração maravilhosa da mensageira de Deus para os últimos dias que podemos levar conosco ao terminarmos nosso estudo neste trimestre: “Nossa confissão de Sua fidelidade é o meio escolhido pelo Céu para revelar Cristo ao mundo. Devemos reconhecer Sua graça como foi revelada aos santos da antiguidade; mas o que será mais eficaz é o testemunho de nossa própria experiência. Somos testemunhas de Deus ao revelar em nós mesmos a atuação de um poder que é divino” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 347).


Finalmente livre!

Após falhar em convencer Maria a renunciar a Cristo, a mãe dela decidiu resolver o problema com as próprias mãos. Certo dia, enquanto estavam em um restaurante, ela colocou um comprimido para dormir na bebida da filha. Com a ajuda da irmã mais nova de Maria, colocou-a inconsciente no carro e a levou até o vilarejo natal em Guiné. O filho de Maria, Mark, de cinco anos apareceu. A mãe era uma empresária bem-sucedida e a família era proprietária de uma mansão de vários andares, uma luxuosa casa para hospedes e outros imóveis. Uma cerca alta protegia a propriedade e um vigilante observava atentamente o portão. Maria ficou trancada no quarto.

O plano arquitetado era plano nefasto. Ela contratou um feiticeiro nigeriano para mudar a mente de Maria em relação a Jesus. “Nunca negarei Jesus, mesmo correndo risco de morte”, Maria disse quando viu o feiticeiro. “Eu adorarei a Cristo, mesmo que não possa ir à igreja. Jesus está em todos os lugares.” O feiticeiro deu uma risada assustadora. “Sua mãe me contou que tentou matar você muitas vezes e falhou”, ele disse. “Mas saiba que eu tenho algo mais poderoso que seu Jesus.” Então, misturou um pó estranho na água e obrigou Maria a beber. Depois, ele passou um creme exótico no corpo dela.

“Negue a Jesus ou morra”, ele disse, e Maria se recusava a fazer isso. “Eu nunca vou negar Jesus”, ela respondeu. A mãe ajudou o feiticeiro. Certo dia, ela aplicou um pó estranho no rosto de Maria. Feridas surgiram na pele e, no dia seguinte, ela estava sangrando por toda parte. Mark, o filho de Maria, não entendia o que estava acontecendo. Quando viu o rosto da mãe todo machucado, chorou. Mas ele se lembrava de orar todas as manhãs em favor da mãe, e também todas as noites, antes de dormir. Ele suplicou à tia, Hadja, para orar com ele. Ela fez a vontade do sobrinho, mas primeiro verificou se a mãe de Maria não estava em nenhum lugar próximo. “Jesus, por favor salve a mamãe”, Mark orou. “Ajude-a a ficar curada.”

Sete meses se passaram. Maria ficou tão fraca que mal conseguia se movimentar. Sua pele estava em carne vida e cheirava a podridão. Hadja ficou com medo e telefonou para os amigos adventistas de Maria. Muito aflita, avisava para eles: “Maria está morrendo! Por favor, venham!” Um amigo pediu para falar com Maria, mas 

Hadja explicou que a irmã estava muito fraca. Ela mandou uma foto de Maria pelo celular. O amigo caiu em prantos ao receber a imagem.

“Percebo que sua mãe quer matá-la”, disse ele. “Vou pedir aos membros da igreja para orar em favor dela.” Os irmãos da igreja de toda Guiné oraram por Maria. Após alguns dias, o amigo ligou para Hadja. “Sei que está difícil para Maria viajar, mas você pode ajudá-la a fugir?” ele sugeriu. “Eu envio dinheiro.” Hadja prometeu tentar. O amigo entrou em contato como pastor Jacob Gbale, presidente da Igreja Adventista em Guiné, que enviou dinheiro para o aluguel de um carro até Conacri, capital.

Hadja viu sua chance em uma manhã de sexta enquanto a mãe estava viajando a negócios. O feiticeiro precisou sair da casa para atender a um recado e Hadja pediu ao vigia que fosse comprar algo na loja. Ela abriu um portão, chamou um taxi, e pagou ao motorista para enviar Maria e Mark até à sede da igreja em Conacri.

Enquanto Maria e Mark viajavam, uma pequena comoção irrompeu na sede da igreja. O vigia da igreja viu uma cobra verde, amarela e marrom na mangueira em frente ao portão e pediu ajuda. Mas quando outros homens chegaram, a cobra não foi encontrada. Maria e o filho chegaram naquele mesmo dia e foram levados ao quarto de hospedes. A mãe exausta dormiu.

Na manhã seguinte, sábado, os irmãos ungiram Maria e oraram por ela na igreja. Enquanto oravam, Maria caiu inconsciente no chão. Quando recobrou a consciência ficou confusa e seu corpo estava dolorido. Michel Guilovagui, secretário executivo e tesoureiro da Igreja Adventista no país, levou-a de volta ao quarto para descansar. Enquanto dormia, uma cobra verde, amarela e marrom deslizou na janela e entrou em um buraco na parece, tentando encontrar um jeito de entrar no quarto. Era a cobra que estava na mangueira.

Uma multidão se reuniu perto da janela tentando espantar a cobra no buraco. Alguém improvisou uma tocha colocando gasolina em um saco plástico, prendeu na ponta de um pedaço de madeira e acendeu. Quando jogou a tocha no buraco a cobra pulou e caiu, se contorcendo no chão. Michel pulou na cobra, enforcando instantaneamente.

Após algumas horas, o celular tocou. A ligação era de um número desconhecido. Ela estava com medo de atender, mas a pessoa continuou telefonando. “Se continuam te ligando, deve ser importante. Atenda”, disse um amigo da igreja. “Só estou ligando para falar que você terá tempo para se recuperar”, disse. “Sei que você vai se curar.”

“Por que você está falando isso?” Maria perguntou. “Ouça”, Hadja disse. “Você consegue ouvir o som da ambulância?”

“Ambulância? O que aconteceu?” Maria perguntou. “Aconteceu algo com a mamãe?”, ao que Hadia respondeu: “Não, a mamãe está bem. É o feiticeiro nigeriano. Ele caiu do segundo andar de nossa casa. Ele bateu a cabeça no chão e morreu instantaneamente. Seu crânio foi esmagado.” No dia seguinte, as feridas começaram a desaparecer. Maria entregou tudo por Jesus: uma casa luxuosa, uma loja de sucesso, dois carros e uma vida confortável. A mãe ainda planeja matá-la. Por isso, ela e Mark estão escondidos. Seu amor por Jesus é grande! Ela ora para se tornar missionária entre seu povo, e diz: “Sonho em ver meu povo converterem ao cristianismo. “Quero falar de Jesus. Não posso manter essa verdade comigo. Devo compartilhar as boas novas com meus compatriotas.”

A Igreja Adventista do Sétimo dia enfrenta grandes desafios ao espalhar o evangelho em Guiné e outras partes da Divisão Centro-Oeste Africana. Podemos ajudar pessoas como Maria e Mark por meio de nossas ofertas. Parte do dinheiro arrecadado ajudará a construir a Kobaya Academy, uma instituição de Ensino Médio em Conacri, Guiné, onde Maria gostaria que seu filho Mark estudasse futuramente. As ofertas também ajudarão a construir uma escola na Libéria e um centro médio na Nigéria. Muito agradecemos por se lembrar de Maria, Mark e da causa adventista na Divisão Centro-Oeste Africana em suas orações.

Dicas da história

  • O narrador não precisa decorar a história, mas precisa estar familiarizado com o material para apresentar com segurança.
  • O Informativo Mundial não identificou Maria pelo nome verdadeiro para proteger sua identidade. A foto mostra ela acompanhada de seu filho, Mark. Hadja é um pseudônimo.
  • Pronúncia de Hadja
  • Pronúncia de Gbaleo
  • Leia mais sobre Maria na história da semana passada.
  • Faça o download das fotos no Facebook (bit.ly/fb-mq) ou banco de dados ADAMS (bit.ly/maria-in-guinea).
  • Faça o download das fotos dos projetos do trimestre no site bit.ly/WAD-2020.

Comentário da Lição da Escola Sabatina – 3º Trimestre de 2020
Tema Geral: Fazendo amigos para Deus: A alegria de participar de Sua missão
Lição 13 – 19 a 25 de setembro de 2020

Um passo de fé

Autor: César Luís Pagani
Editor: André Oliveira Santos: andre.oliveira@cpb.com.br
Revisor (a): Josiéli Nóbrega

A vida do justo é pautada pela fé em Cristo (Hc 2:4; Gl 3:11; Hb 10:38). Ele anda como vendo o Invisível. Até mesmo homens de ciência sensatos percebem que é impossível viver sem fé em Deus.

O Dr. Werner von Braun, notável cientista alemão egresso do regime nazista e grande responsável pelo desenvolvimento dos grandes foguetes da NASA, disse certa vez o seguinte: “Os materialistas do século dezenove e os marxistas do século vinte procuraram nos ensinar que a ciência, que nos deu mais informações sobre a criação, capacita-nos a viver sem fé num Criador. Mas, ao contrário, em cada resposta descobrimos novas questões. Quanto mais sabemos sobre o mundo da estrutura atômica, sobre a natureza da vida e sobre o itinerário das galáxias, mais razão encontramos para admirar a maravilha da criação de Deus. Nossa necessidade de Deus não se fundamenta somente no medo. O homem necessita da fé como necessita de alimento, água e ar. Com toda a ciência do mundo, precisamos de fé em Deus."

As Escrituras falam de uma fé que foi entregue aos santos (Jd 1:3). Que fé é essa? A fé de Jesus (Ap 14:12). Jesus viveu pela fé. Como ser humano, Ele dependia de Deus para tudo. Não fazia planos para Si mesmo, mas aguardava que o Pai Lhe descerrasse os projetos que tinha para a humanidade, a fim de empenhar-Se em seu cumprimento. A fé de Cristo é aquela que atua pelo amor. E ninguém teve nem terá maior amor do que o Dele.

“A fé de Jesus e a guarda dos mandamentos representam dois aspectos importantes da vida cristã. Os mandamentos de Deus são uma transcrição do caráter divino. Eles estabelecem o padrão divino de justiça que Deus gostaria que o homem atingisse, mas que em seu estado degenerado não tem condições de cumprir. ‘Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar’ (Rm 8:7). Apesar de suas melhores tentativas, o homem continuamente fica aquém da glória de Deus (ver Rm 3:23). Mas Jesus veio para capacitar os homens a ser restaurados à imagem divina. Ele veio mostrar aos homens como é o Pai e, nesse sentido, ampliou a lei moral. Através de Seu poder, os homens são capacitados a cumprir as exigências divinas (veja Rm 8:3, 4) e, portanto, refletem Sua imagem” (SDA Bible Commentary [Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia], p. 6648, edição eletrônica).

Um passo de fé para alcançar o “mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). Paulo coloca praticamente de modo imperioso que se adquira essa fé. “Haja em vós” é forma imperativa afirmativa. Então, essa aquisição é perfeitamente possível.

E o que esse sentimento de Cristo O levou a fazer? Primeiro: Levou-O espontaneamente a abrir mão do trono do Universo, de Sua condição de ser exclusivamente espiritual (Ele teria que se unir à carne humana para sempre); deixou um ambiente de contínua felicidade, paz, alegria, harmonia, pureza, para vir habitar neste mundo corrompido, inimigo da justiça e do bem; um planeta infestado pelo pecado, pela injustiça, pela transgressão da lei de Deus, um mundo inóspito aonde viria para os Seus e os Seus não O receberiam. Seria perseguido, rejeitado, traído, tido como culpado e digno de morte.

Ele não teve um teto para Se abrigar, uma cama onde repousar, uma mesa em que se alimentar. Um serviço de contínua espionagem e conspiração foi preparado pelos líderes religiosos de Seu tempo para acompanhar cada passo Dele. Nunca Lhe deram sossego.

Iniciou Seu ministério convocando e agregando a Si doze homens, a maioria iletrados, para ensiná-los, treiná-los e prepará-los para dar continuidade ao estabelecimento do reino de Deus na Terra. E esses homens se comprometeram de corpo e alma a fazer isso. Está claro nos evangelhos que eles abandonaram suas profissões para se dedicar integralmente à pregação.

Típico exemplo do que ele mesmo aconselhou aos filipenses, Paulo assimilou o “mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus”. Abandonou sua honrosa posição no judaísmo e de membro do Sinédrio, riquezas temporais, fama, prestígio, para ingressar numa vida de sacrifícios extremos, de autonegação, de privações e sofrimentos, e pôde dizer que chegou a um ponto em que Cristo vivia nele e que Saulo de Tarso estava morto.

Fé que atua por amor

Esse tipo de fé foi demonstrado por Cristo na cruz. Quando a possuímos, nosso coração é purificado de contaminação, renovado à imagem de Deus, e nossa mente é iluminada. Quem a tem produz boas obras, ações do bem que honram a Deus e beneficiam homens e mulheres necessitados.

Amor comprometido com o serviço

Impossível possuir o amor que constrange sem empenho num ministério. “Todo verdadeiro discípulo nasce no reino de Deus como um missionário. Assim que vem a conhecer o Salvador, deseja pôr os outros em contato com Ele. A santificadora verdade não pode ficar encerrada em seu coração. Aquele que bebe da água viva torna-se uma fonte de vida. O recipiente vem a ser um doador. A graça de Cristo na alma é como uma fonte no deserto, vertendo para refrigerar todos, e fazendo com que os prestes a perecer tenham sede da água da vida. Cumprindo esta obra, é recebida maior bênção do que se trabalhássemos unicamente para beneficiar a nós mesmos. É trabalhando para disseminar as boas-novas de salvação que somos levados para perto do Salvador” (A Ciência do Bom Viver, p. 102).

Conheça o autor dos comentários para este trimestre: César Luís Pagani é jornalista, escritor e tradutor de inglês, francês, italiano e espanhol. Casado há 51 anos com Neusa Albamonte Pagani, é pai de três rapazes, César Augusto, Marcel e André, e avô de duas lindas netinhas: Bellinha e Bia. Trabalhou na Casa Publicadora Brasileira por 11 anos, primeiramente como designer gráfico no Departamento de Artes e depois como editor-associado das revistas Vida e Saúde, Nosso Amiguinho e do caderno de Notícias da Revista Adventista. Traduziu vários livros do Espírito de Profecia. Também trabalhou como tradutor para a revista Diálogo Universitário. Hoje é membro ativo na Igreja Adventista do Sétimo Dia Central Paulistana, onde atua como professor da Escola Sabatina e cantor do Coro Masculino Edificanto.